Resumo de Uroanálises
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Resumo de Uroanálises
Fonte: Strasinger – Uroanálise & Fluidos Biológicos – 3ª ed.
Conservantes da Urina
Refrigeração – Precipita uratos e fosfatos amorfos. Impede a proliferação
bacteriana.
Timol – Conserva glicose e sedimentos. Interfere no teste de precipitação de
proteínas por ácido (detecção de proteínas). Em grande quantidade interfere na
dosagem de glicose (ortotoluidina).
Ácido Bórico – Conserva proteínas e elementos figurados. Interfere no pH. Em
grande quantidade precipita os cristais. Bacteriostático (pode ser usado p/
transporte de cultura). Interfere na análise de medicamentos e hormônios.
Formalina – Conserva sedimentos. Interfere no teste de redução do cobre (Reação
de Benedict) utilizada para detecção de glicose.
Clorofórmio – Pode causar alterações celulares.
Tolueno – Não interfere nos testes bioquímicos.
Fluoreto de Sódio – Evita glicólise. Bom conservante p/ análise de medicamentos.
Inibe testes com tiras reativas p/ glicose, sangue e leucócitos (o Benzoato de
Sódio não interfere). Não interfere no teste da hexoquinase (detecção de glicose).
Fenol – Não interfere nas análises de rotina.
Alterações na urina não conservada, de amostras mantidas à temperatura ambiente
por mais de 1 hora.
pH – decorrente da degradação da uréia e sua conversão em amônia por
bactérias produtoras de uréases.
Glicose – decorrente da glicólise e utilização pelas bactérias.
Cetonas – decorrente de volatização.
Bilirrubina – decorrente da exposição à luz.
Urobilinogênio – decorrente da oxidação e conversão em urobilina.
Nitrito – decorrente da redução do nitrato pelas bactérias.
Bactérias – decorrente da exposição ao ar.
Turvação – decorrente da proliferação bacteriana e precipitação de material
amorfo.
Desintegração das hemácias e dos cilindros, particularmente em urina alcalina
diluída.
Alterações na cor devido a oxidações e reduções de metabólitos.
Tipos de amostras de urina
Aleatória
Primeira da manhã
Jejum (2ª da manhã)
Pós prandial (2h após a refeição)
TTG (Tolerância a glicose)
24h
Cateter
Jato Médio
Supra púbica
Prova de Valentine – Coleta em 3 Frascos (Diagnóstico de infecção da próstata)
o 1º jato 1º Frasco
o Jato Médio 2º Frasco
o Após Massagem da Próstata 3º Frasco
o Cultura em todos os frascos
o 2º e 3º frascos Exame microscópico
o Contagem de leucócitos no 3º frasco é 10x maior que no 1º frasco.
o Diagnóstico diferencial (infecção urinária ou contaminação externa) –
contagem de leucócitos alta no 2º frasco (Solicitar nova coleta)
Correlações laboratoriais da turvação urinária
Urina Ácida – uratos amorfos e contrastes radiográficos
Urina Alcalina – fosfatos amorfos e carbonatos
Termossolúvel – uratos amorfos e cristais de ácido úrico
Solúvel em Ácido Acético Diluído – hemácias, fosfatos amorfos e carbonatos
Insolúvel em Ácido Acético Diluído – leucócitos, bactérias, leveduras e
espermatozóides
Solúvel em Éter – lipídios, linfa e quilo
Densidade Urinária: 1,000 a 1,040g/dL
Tiras Reativas
pH (5 – 9) Vermelho de Metila / Azul de Bromotimol
Proteínas (15 – 30mg/dL) Azul de Tetrabromofenol
Glicose (75 – 125mg/dL) Glicose Oxidase ; Peroxidase ; Iodeto de Potássio ;
Tetrametilbenzidina
Cetonas (5 – 10mg/dL) Nitroprussiato de Sódio ; Nitroferricianeto de Sódio ;
Glicina (70mg/dL)
Sangue (0,015 – 0,062mg/dL de Hb) Tetrametilbenzidina ; Diidroperoxido de
Diidropropilbenzeno
Bilirrubina (0,4 – 0,8mg/dL) Sal de Diazônio ; Dicloroanilina
Urobilinoênio (0,2 a 1,0 unid. Ehrlich) Dietilaminobenzaldeído
Nitrito (0,06 – 0,1mg/dL) Ácido p-arsenílico ; Sulfonamida ;
Tetraidrobenzenoquinolina
Leucóditos (5 – 15 Células /Cga) Sal de Diazônio ; Pirrol Aminoácido Éster
Densidade (1,000 – 1,030) Azul de Bromotimol ; Anidrido Maléico
Achados Clínicos
Proteinúria
Microalbuminúria Teste de precipitação a Frio c/ Ácido Sulfossalicílico
Proteína de Bence Jones (Mieloma Múltiplo) Imunoglobulinas monoclonais de
cadeias leves Confirmação: Aquece a urina a 40º - 60ºC (ocorre coagulação das
proteínas). Continua aquecendo até 100ºC (a proteína de Bence Jones se Dissolve).
Glicosúria
Glicose-Oxidase + Peroxidase
Redução do Cobre (Benedict)
Cetonúria
Acetona
Ácido Acetoacético
Ácido β-hidroxibutírico
Testes
Nitroprussiato Legal / Rothera
Ácido Acetoacético / Cloreto Férrico Gerhardt
Ácido β-hidroxibutírico / H2O2 (Peróxido de Hidrogênio) Hart
Bilirrubinúria (Diazotação)
Oxidação Cloreto Férrico / Ácido Tricloroacético (Reagente de Fouchet)
Sulfato de Bário (Prova de Harrison)
Urobilinogênio
Reagente de Ehrlich (p-metilaminobenzaldeído em meio ácido)
Metoxibenzeno-diazônio-tetrafluoroborato
Falsos-Positivos c/ Reagente de Ehrlich: Porfobilinogêno, indicam, sulfonamidas, ácido
p-aminossalicílico.
Prova Diferencial de Watson-Schwartz (afastar Porfobilinogênio)
Acetato de Sódio + Reagente de Ehrlich Coloração Cereja
2 Tubos
o 1º Tubo: Cloroformio Separa o urobilinogênio (Cor vermelha)
o 2º Tubo: Butanol Separa o porfobilinogênio (incolor)
Nitrito
Reação de Greiss O Nitrito reage em pH ácido com o ácido p-arsanílico ou
sulfonamida (Amina Aromática) formando um sal de diazônio que em seguida reage
com o hidroxi-tetraidrobenzil-quinolina e produz coloração rosa.
Leucócitos
A Estearase presente nos granulócitos hidrolisa os ésteres do ácido
indoxilcarbônico e produz indoxil que reage com o sal de diazônio produzindo
coloração púrpura.
Microscopia
Corante de Sedimento Corante Supra-Vital (Sternheimer-Malbin): Cristal de
Violeta e Safranina. É bem absorvido por leucócitos, células epiteliais e cilindros.
Componentes do Sedimento
Células Epiteliais
Hemácias
Leucócitos
Muco
Espermatozóides
Bactérias
Leveduras (Candida albicans)
Parasitas (Trichomonas vaginalis e Schistosoma haematobium - Ovos)
Cilindros (Principal componente: glicoproteína de Tamm Horsfal)
o Hialinos (Somente a proteína) ICC ; DRC ; G ; P
o Hemáticos (Hemácias) G
o Leucocitários (Leucócitos) P
o Bacterianos (Bactérias) P
o De Células Epiteliais Lesão Tubular
o Granular (desintegração dos cilindros leucocitários) G ; P
o Céreo (Hialinos e Granulares) Estase Urinária
o Adiposo (Lipídios e Corpos Adiposos) Síndrome Nefrótica
o Largo (Ductos coletores e Túbulos distais distendidos) Estase Urinária
Prolongada
OBS:
ICC = Insuficiência cardíaca congestiva
DRC = Doença renal crônica
G = Glomerulonefrite
P = Pielonefrite
Cristais
o Normais
pH Ácido
Ácido Úrico
Uratos Amorfos
Oxalato de Cálcio (Neutro / Alcalino)
pH Alcalino
Carbonato de Cálcio
Biurato de Amônio
Fosfato Triplo
Fosfato de Cálcio (Neutro)
Fosfatos Amorfos (Neutro)
o Anormais
pH Ácido
Cistina
Colesterol
Leucina (Neutro)
Tirosina (Neutro)
Bilirrubina
Sulfonamidas (Neutro)
Corantes Radiográficos
Ampicilina (Neutro)
Análises Especiais da Urina
Distúrbios no Metabolismo da Fenilalanina – Tirosina
1. Fenilcetonúria (Ácido Fenilpirúvico)
Cloreto Férrico – Inespecífico (Reação cruzada com muitos aminoácidos e
medicamentos)
Phenistix – Tampão pH Ácido e íons Mg p/ reduzir interferências dos fosfatos
urinários
Exame de sangue p/ Detecção de PKU – Prova da Inibição Bacteriana (Prova de
Guthrie ou Teste do Pezinho). O sangue colhido de punção feita no calcanhar é
absorvido em círculos impressos numa colha de papel de filtro, saturado em uma
única camada de sangue, e depois esses discos são colocados em meio de cultura
contendo Bacilus subtilis. Se o nível de fenilalanina no sangue estiver alto, este
neutralizará a ação de um inibidor produzido pela bactéria (β-2-tienilalanina)
presente no meio de cultura, observando-se proliferação bacteriana em torno dos
discos de papel (resultado positivo). Esse mesmo teste, com algumas modificações,
também é capaz de detectar a doença do xarope de bordo, homocistinúria,
tirosinemia, histidinemia, valinemia e galactosemia.
2. Tirosilúria
Naftol Nitroso – Inespecífica
Prova de Millon (Mercúrio) – reage com a Tirosina ou ácido p-hidroxifenilpirúvico
3. Alcaptonúria (Ácido Homogenístico)
Cloreto Férrico – Inespecífica
Prova de Benect (Substâncias Redutoras) / Clinitest – Precipitado Amarelo
Alcalinização da urina recém eliminada (pode-se usar também Nitrato de Prata
ou Hidróxido de Amônio) provoca escurecimento da urina (presença de ácido
ascórbico pode dar falso-negativo)
4. Melanúria (Melanina)
Cloreto Férrico – Inespecífica
Ehrlich
Nitroprussiato de Sódio (Nitroferricianeto) – Interferência de Acetona e
Creatinina. Adicionar Ácido Acético Glacial para eliminar essa interferência
Distúrbios do Metabolismo dos Aminoácidos de Cadeia Ramificada
1. Doença do xarope de Bordo (Cetoácidos na Urina)
Principais Aminoácidos: Leucina, Isoleucina, Valina
Reação c/ 2,4-dinitrofenil-hidrazina (DNPH) provoca turvação e precipitado
amarelo
2. Indicam (Indol)
Metabolismo do Triptofano
O Indicam excretado na urina é incolor até ser oxidado pelo ar formando
coloração azul-anil (Doença de Hartnup)
O Indicam reage com Cloreto Férrico em pH ácido produzindo cor azul escuro a
violeta que pode ser extraída por clofofórmio.
3. Ácido 5-hidroxi-indolacético (5-HIAA)
Triptofano .......... Serotonina .......... 5-HIAA (excretado na urina)
Àcido Nitroso e 1-Nitroso-2-Naftol Coloração púrpura a negra
Excreção Normal na Urina: 2 a 8mg
Pacientes c/ Tumor de Células Argentafins (Intestino): 160 a 628mg em 24h
Amostra colhida ao acaso ou 1ª da manhã
Amostras de 24h devem ser conservadas com ácido clorídrico ou ácido bórico
Dieta (antes de realizar a coleta das amostras): evitar alimentos que contenham
serotonina (banana, abacaxi, tomate)
Não utilizar medicamentos 72h antes da coleta das amostras
Distúrbios no Metabolismo da Cistina
1. Cistinúria
Incapacidade de reabsorção tubular da cistina filtrada pelos glomérulos
Observação de cristais de cistina no sedimento urinário
Predisposição a formação de Cálculos Renais (Baixa Solubilidade)
Prova Bioquímica: Cianeto-Nitroprussiato – redução da cistina pelo cianeto de
sódio e adição de nitroprussiato produzindo coloração vermelho púrpura. Reação
cruzada com Cetonas e Homocistina
2. Cistinose
Causa provável – Síndrome de Fanconni (anomalia no mecanismo de reabsorção
dos túbulos renais. Os pacientes são incapazes de reabsorver água, aminoácidos,
fósforo, potássio e açúcares). Achados laboratoriais: poliúria, aminoacidúria,
substâncias redutoras (Benedict Positivo) e falta de concentração urinária.
3. Homocistinúria
Cianeto-Nitroprussiato
nitroprussiato de Prata (mais específica) – o uso de nitrato de prata (no lufar do
cianeto de sódio) reduz a homocistina (mas não a cistina), convertendo-a numa
forma capaz de reagir com o nitroprussiato (urina recém excretada).
Distúrbios do Metabolismo da Porfirina
As porfirias podem ser hereditárias (anormalidades metabólitas congênitas) ou
adquiridas (disfunção eritrocitária e/ou hepática causadas por doenças metabólicas ou
intoxicação – mais comumente pelo chumbo).
Porfiriníria
A urina apresenta coloração vermelha a vinho. O porfobilinogênio excretado é incolor
e não ocorrerá mudança de coloração se a urina não for ácida e/ou não ficar exposta
ao ar durante várias horas.
Ehrlich – Ácido Aminolevulínico (ALA) e Porfobilinogênio
A reação de Ehrlich inclui a prova de Watson-Schwartz p/ diferenciação entre
presença de urobilinogênio e porfobilinogênio.
A prova de Hoesch – suspeita de acessos agudos de porfiria. Adiciona-se 2 gotas de
urina a 1 – 2 mL de reagente de Ehrlich, observando-se o aparecimento de cor
vermelha na parte superior da solução.
OBS: Quando se usa a reação de Ehrlich para medir os níveis de ALA, deve-se
acrescentar acetilacetona à amostra para converter ALA em porfobilinogênio antes de
realizar o teste
Fluorescência sob Luz utravioleta c/ Lâmpada de Wood – Outros *
* Uroporfirina, Coproporfirina, Protoporfirina (para distinguir, as amostras devem ser
submetidas a alteração de pH, o que excluirá o ALA e o porfobilinogênio)
Para extrair as porfirinas, utiliza-se uma mistura de ácido acético glacial e
etilacetato. A camada de solvente é examinada c/ lâmpada de Wood (reação negativa –
Fluorescência Azul Clara ; reação positiva – Fluorescência Rosa, Violeta, Vermelha).
Presença de interferentes (acrescentar 0,5mL de ácido clorídrico à camada orgânica –
só as porfirinas são extraídas p/ a camada ácida), resultando fluorescência vermelho-
alaranjada intesa.
Distúrbios do Metabolismo dos Mucopolissacarídeos
Produtos encontrados na urina: Sulfato de dernatan, de ceratan, de heparan
Mucopolissacaridoses mais comuns: Síndrome de Hunter, de Hurler, de Sanfilippo
Provas Laboratoriais:
Turvação c/ Albumina Ácida
Turvação c/ Brometo de Cetiltrimetilamônio (CTAB)
Prova da Mancha: Coloração metacomática (Corantes Básicos) – Papéis MPS
contêm corante Azure A, que não pode ser retirado pela lavagem com solução diluída
de metanol acidificado.
Distúrbios do Metabolismo das Purinas
Doença de Lesch-Nyham excreção de grande quantidade de cristais de ácido úrico
na urina (em recém nascidos pode-se suspeitar pela formação arenosos de cor laranja
na fralda). Devido ao acúmulo de ácido úrico pode ocorrer Cálculos renais e Gota
Detecção de Carboidratos
Melitúria Benedict / Clinitest (Açúcares e Substâncias Redutoras)
Diferencial p/ Galactosúria e fructosúria Cromatografia de camada delgada p/
identificar os açúcares.
Para Detectar Frutose: 5mL de urina + 5mL de HCl 25% (Ferver 5min) + 5mL de
Resorcinol (Ferver 10seg) – Observar formação de precipitado vermelho. A presença
de frutose é confirmada pela dissolução do precipitado em etanol e produção de cor
vemelha.
Prova de Sulkowitch – detecção de cálcio na urina
O Reagente de Sulkowith (Ácido Oxálico + Oxalato de Amônio + Ácido Acético Glacial)
reage com o cálcio formando turvação pela precipitação de oxalato de cálcio
Líquido Céfalorraquidiano (LCR)
Coleta feita de punção lombar (3ª e 4ª ou 4ª e 5ª vértebras lombares) em 3 ou 4
Tubos
1º Sorologia e Bioquímica
2º Microbiologia
3º Hematologia
4º Microbiologia