Resumo de Filosofia.doc

download Resumo de Filosofia.doc

If you can't read please download the document

description

resumo de filosofia

Transcript of Resumo de Filosofia.doc

RELAO ENTRE RETRICA E FILOSOFIA, NO MBITO DA ARGUMENTAO

Organizao poltica da Grcia Antiga: cidades-estado independentes, que controlavam as suas colnias, com culturasdiferentes.

A Filosofia surge, na transio do sculo VII a.C para o sculo VI a.C, devido a mudanas econmicas e sociais relevantes aumento das trocas comerciais, crescimento do artesanato e a afirmao de uma nova classe social a burguesia mercantil.

Os primeiros filsofos foram designados por pr-socrticos. Deram incio ao perodo cosmolgico: as suas principais reflexes eram fsicas e pretendiam encontrar o princpio explicativo da origem, composio e movimento do universo.

Comerciantes e navegadores enriquecidos comearam a exigir maior poder poltico e maior influncia nas decises polticas das cidades gregas. Tal facto conduziu estas democracia.

No contexto da democracia grega, as preocupaes filosficas mudam devido ao contributo de filsofos formados em Atenas:Scrates, Plato e Aristteles. Com eles, surge o perodo antropolgico: a reflexo filosfica passa a centrar-se no ser humano, na sua ao e nos valores que a orientam.

O novo desejo dos cidados gregos, nas sociedades democrticas, era desenvolver as capacidades argumentativas, em especial o domnio da retrica, determinante para a sua afirmao social e para a sua interveno poltica na cidadedomnio do uso da palavra na vida pblica.

Obrigaes da cidadania do cidado grego:participao do cidado na assembleia do seu demo, para deliberar sobre diversos assuntos;participao na assembleia geral do povo para se pronunciar e votar sobre assuntos pblicos;desempenho do papel de juz nos tribunais durante um ano.

Osprimeiros a responder s necessidades dos cidados gregos em sociedade foram os sofistas ( no os filsofos), cujo ensino permite aos gregos defender as suas ideias e intervir na vida pblica.

Os sofistas (davam lies aos jovens sobre retrica e tcnicasde persuaso) eram professores itinerantes, conhecedores de outros pases e culturas, pagos pelos seus servios (o seu ensino). Eram vistos como mestres na arte da retrica, que ensinavam aos cidados.

Da que os sofistas conclussem que um discurso baseado em ideias verosmeis ou plausveis, virada para a persuaso mais til e eficaz do que a procura de um conhecimento verdadeiro.

O relativismo dos sofistas conduziu-os aoceticismo:no aceitavam ser possvel o conhecimento da verdade, em sentidoabsoluto esta inalcanvel.

Para Scrates e Plato, a retrica defendida pelos sofistas era uma manipulao do conhecimento e traduzia uma mera opinio (e no o verdadeiro saber).

NOVA RETRICA

Em meados do sculo XX, filsofos como Perelman eToulmin comearam a reabilitar a argumentao e a retrica, em especial no campo da filosofia.

Objeto de estudo da Nova Retrica: investigar tcnicas discursivas que permitem convencer e persuadir um auditrio acerca de uma tese em discusso. O que valorizado o contexto, ou seja, a interao entre orador e auditrio.

A nova retrica valoriza, em primeiro lugar, a relao entreorador mensagem auditrioe os mecanismos de persuaso e convico presentes no plano da argumentao.

Neste sentido, a novaretrica defende um uso positivo da retrica, distanciando-se do uso negativo ( manipulador) que lhe era dado pelos sofistas.

BOA RETRICAVS.M RETRICA

A diferena entre a retrica negra e a retrica branca no reside numa questo lingustica, deestilo ou na tcnica argumentativa.

Boa Retrica:A boa retrica ( retrica branca) aquela que permite revelar os maus procedimentos da retrica manipuladora, mostrando as suas falcias e os seus erros lgicos. Para isso, necessrio dominar competncias retricas argumentativas.Num segundo sentido, a boa retrica baseia-se na capacidade de persuaso, de modo a que, num dilogo ou discusso se exera uma atitude crtica, de livre reflexo, desse modo a tomar posio sobre uma tese e a aceit-la ou no, sem limitaes.

M Retrica:A retrica negra, referida por Roland Barthles, manipula os auditrios e apresenta dados acabados, prontos a consumir, e no supe o exerccio de liberdade de pensamento, um exemplo de m retrica a manipulao depublicidade, da poltica e dos debates nos meios de comunicao. A retrica manipuladora um monlogo estril, por no permitir que os outros questionem as suas ideias ou os ponham em dvida. Nestes casos os argumentos e ideias do orador so aceites passivamente.

A LIGAO ENTRE ARGUMENTAO E CONHECIMENTO CIENTFICO

A argumentao permite comunicar e esclarecer as verdades cientficas que vo sendo descobertas e definidas. No seio da comunidade cientfica, discutem-se descobertas e esclarecem-seacordos sobre o que deve ser uma verdade.

ESTRUTURA DO ATO DE CONHECER

O tema do conhecimento comeou a ser debatido, na antiga Grcia, pois:surge a perceo de que o conhecimento no igual em todos os seres humanos;

percebeu-se que as nossas faculdades de conhecimento ( sentidos e razo) nos podem enganar;

percebeu-se que a realidade envolvente muda com o tempo, o que tem efeitos no nosso conhecimento sobre ela.

Por isso, surgiram alguns confrontos de ideias entre filsofos gregos, que discordavam quanto a questes como a origem ou a natureza do conhecimento:um dos primeiros debates foi entre Parmnides e Heraclito ( filsofos pr-socrticos);outro foi entre os sofistas e Plato: os primeiros relativistas e o segundo defendia que a verdade era nica e absoluta (sobre um tema).

Apesar de os problemas do conhecimento terem atravessado toda a histria da Filosofia, s na era moderna surge a teoria do conhecimento, como disciplina filosfica autnoma (tambm conhecida por Gnosiologia). Para isso, teve o contributo de diversos filsofos modernos (Descartes, Hume ou Kant, por exemplo)

A importncia da teoria do conhecimento aumentou com a evoluo da cincia moderna. A epistemologia adquire, lentamente, um papel relevante: enquanto reflexo crtica sobre a cincia, traou os limites cognitivos do ser humano e evitou as precipitaes da cincia em reas desconhecidas.

No mbito da teoria do conhecimento essencial uma explicao/ interpretao do ato de conhecer.

AFENOMENOLOGIA uma corrente filosfica (sculo XX) que procura explicar a experincia que vivemos, ao conhecermos a realidade. Para isso, procura descrever a estrutura geral do ato de conhecer, os seus elementos, as relaes que se estabelecem entre eles e o resultado dessa relao, ou seja, o conhecimento.

Definio Tradicional de Conhecimento

-A descrio (fenomenolgica) do ato de conhecer importante para perceber os elementos que constituem o conhecimento e a sua relao. Porm ela no suficiente para compreender plenamente o que se entenda por conhecer.-Logo: em que condies se pode dizer que conhecemos um objeto?

S existe conhecimento se ele for verdadeiro.

A proposio que traduz um conhecimento deve ser verdadeira, ou seja, o que nela dito deve corresponder realidade concreta.

S existe conhecimento se acreditarmos nele, isto , o conhecimento implica a crena.

Uma proposio, sendo verdadeira, s constitui um conhecimento se seacreditar nele.

Para que haja conhecimento, ele tem de ser justificado.

A crena numa proposio verdadeira s conhecimento se for justificado racionalmente, de acordo com razes e dados que expliquem tal crena.

Exemplo:Realizar uma viagempara um local que existe, no qual se cr, mas cujo caminho se desconhece, para chegar ao mesmo.neste caso no h conhecimento: existe crena e verdade, mas no h justificao.

Objees definio tradicional de conhecimento

No sculo XX, surgiramalgumas reflexes que puseram em causa o princpio de que s h conhecimento como crena verdadeira justificada.

Uma crena pode estar verdadeira mas no estar justificada. Isto no significa que no h conhecimento. H realidades que consideramos como conhecidas, sem termos uma explicao lgica para as mesmas.Ex:A Joana acredita que conhece os jogos de computador criados pelo Alexandre, embora no consiga explicar o final do jogo e termin-lo).

Algumas crenas verdadeiras justificadas no so um conhecimento seguro, pois conhecemos de facto uma realidade, mas ignoramos as suas explicaes. Nestes casos no haver conhecimento.Ex:A Joana e o Alexandre desenvolvem crenas verdadeiras sobre a finalizao do jogo, para os quais cada um encontra uma justificao, mas que est errada.

O maior ataque definio tradicional de conhecimento foi feita pelo filsofoEdmund Gettier.Para ele, h crenas verdadeiras justificadas que no so conhecimento pois as razes que justificam o conhecimento detido por algum so desconhecidas ou resultam de um engano. Esse conhecimento , para o sujeito, uma iluso.

Conhecimento visto na tradio filosfica: crena verdadeira justificada.Para Gettier, o conhecimento assim visto no vlido, quando as noes que o justificam so desconhecidas ou resultam de um engano.Problema da possibilidade do conhecimento.Questo:Ser o conhecimento possvel?

Duas solues opostas para o problema DOGMATISMO (ingnuo) e CETICISMO

O conhecimento possvel e defender ocontrrio no faz sentido.

O contacto entre sujeito e objeto, pelo que o sujeito pode apreender a realidade plenamente.O conhecimento verdadeiro, pois a confiana na razo humana ilimitada.

Primeira crtica:o dogmticodesconhece a relao de oposio entre sujeito e objeto, oque impede um conhecimento pleno do objeto. Ele defende que o objeto simplesmente dado ao sujeito, de modo direto e imediato, sem qualquer limitao.

Segunda crtica:a realidade que captamos,pelos sentidos ou pela razo, no corresponde a um conhecimento verdadeiro, pois ambas as capacidades nos enganam e conduzem ao erro.

Terceira crtica:os valores so relativos, isto , so compreendidos de formas diferentes nas diferentes culturas. Ora,para o dogmtico os valores so percebidos e aceites do mesmo modo em todas as sociedades. Logo, para ele no existe conscincia avaliadora no ser humano, pois todos afirmam-se mesmo na realidade.

Os filsofos, em geral, no aceitam o dogmatismo ingnuo,pois considera que as capacidades humanas so limitadas e no atingem um conhecimento completo do objeto. Por isso, a atitude dogmtica foi duramente criticada, desde a rea moderna.

Muitos filsofos foram identificados com o dogmatismo, embora apenas em certas reas do conhecimento.Ex:em relao rea da metafsica, alguns defenderam que o conhecimento de Deus e da alma era evidente pela via racional. Outros filsofos defenderam outras formas de dogmatismo: tica, terica, etc..

CETICISMO

O conhecimento humano no possvel.Razo:O sujeito no tem capacidade para apreender o objeto. Neste caso, o objeto no tido em conta, como que ignorado. Esta a posio do ceticismo radical.

O ceticismo metdico consiste em suspender a crena em certosconhecimentos, considerados errados, de modo a evitar enganos e incoerncias. Neste caso, o filsofo defende um ceticismo inicial; como mtodo para alcanar conhecimentos seguros e ideias acertveis (ao contrrio do ctico radical, que pretende a eliminao total do conhecimento).

Segundo Pirro de lis, o conhecimento no vivel, pelo que nunca possvel justificar qualquer juzo ou crena. Logo: o ser humano deve abster-se de qualquer juzo sobre a realidade (epoch) e abandonar a tentativa de conhecer.
Argumento:os seres humanos defendem, muitas vezes, opinies contraditrias, que se mostram inconciliveis. Ao longo do tempo, nunca foi pr as pessoas de acordo. Tal facto mostra que ningum alcana um conhecimento verdadeiro.

A crtica mais usual aoceticismo (radical):o ctico defende que no possvel conhecer, mas, com essa afirmao, entende que afinal possvel um conhecimento: que no possvel conhecer. Ora, se no possvel conhecer nada, ento tambm deveria ser impossvel defender queno possvel conhecer. Assim, o ctico radical contradiz-se e contraria a nossa perceo da realidade.

Arcesilau um dos filsofos cticos que defende uma posio mais moderada. Segundo ele, nunca podemos obter um conhecimento rigoroso da realidade, mas isso no implica que no exista conhecimento minimamente seguro sobre a mesma.

Na era moderna, o ceticismo metafsico teve uma certa expresso: no possvel conhecer conceitos como Deus, alma e esprito, entre outros.

Resumo de Filosofia 4/01/2015