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O Objecto da tica

Licenciatura Educao

Resumo de tica e EducaoTema IO Objecto da tica

A tica um ramo da filosofia que estuda as normas que conduzem as relaes entre as pessoas. Os valores que cada um leva nos seus comportamentos. Estuda os deveres e os direitos de cada um, e o que isso influncia a vida em sociedade.A tica no cria a Moral.A tica a teoria do comportamento moral dos seres humanos em sociedade.

Alguns autores defendem a tica como cincia, teremos que ver o que podemos entender como conhecimento cientifico:

o processo de investigao, de cariz cientifico, constitui-se no esforo de apreender e descrever a realidade, rejeitando tanto quanto possvel o efeito da subjectividade visa-se deste modo, o triunfo da objectividade.

Segundo Lus Arajo, a tica ter uma dimenso cientfica se dela resultar uma racionalidade e uma objectividade tal que permita aos juzos em que se exprime apresentarem-se com esta configurao. Este tema, muito discutvel, foi debatido por filsofos como Moore, Schlick, Wittgenstein, Carnap e Ayer, que reconheceram que os temas ticos no tm rigor cientifico porque tratam e exprimem sentimentos e emoes subjectivas. J Adolfo Snchez Vzquez defende que a tica uma cincia, por responder carncia de uma leitura cientfica dos problemas morais e porque se dedica a um problema especfico do comportamento humano: a Moral. Assim, a tica ser a cincia da Moral. Tal como noutras cincias, o estudo cientfico assenta no mtodo e no no prprio objecto de estudo. A Moral no uma cincia, mas sim o objecto de uma Cincia *.

Tema II

Problemas Fundamentais da tica

A conscincia , sempre, uma conscincia de valor.O ser humano recusa a indiferena perante o mundo em que est inserido e perante aquilo que o rodeia.

A finalidade superior da reflexo moral tem como objectivo chegar felicidade, na dignidade.O progresso moral no pode ficar reduzido ao progresso histrico

A conscincia Moral e o Mundo

A conscincia moral no se apresenta unicamente como uma estrutura afectiva, mas como uma sntese de aspectos ntimos e de aspectos exteriores, ou seja, a partir do cruzamento dos dados da conscincia com aquilo que, do mundo, nos afecta.

A liberdade afirma-se no exerccio de auto-determinao de cada pessoa.A afirmao da liberdade humana apenas ter sentido se se admitir uma concepo de personalidade em q se reconhea a interveno estruturante das matrizes biolgica, antropolgica e cultural.

E existe sempre a nossa escolha, os nossos valores, enquadrados na nossa cultura, etc.

da refelexo livre que surgem os valores

eleio existencial est apoiada na motivao e se apresenta como o produto mais importante da actividade decisria a conscincia daquilo que sou e daquilo que devo ser.

Os valores so meras possibilidades isto , no tm existncia real, mas sim virtual.Tema IIItica e EducaoA educao uma espcie de aco promotora e instauradora de valores

Relaes entre Moral e EducaoTemos por adquirido que , nas sociedades tal como as conhecemos, o ser humano no se cumpre sem educao.O educador deve actuar de acordo com os interesses de ambos e em acordo com os interesses dos diferentes grupos sociais

Sendo formal e institucionalmente composta pelos conceitos de imprimir e de reprimir, quando conseguida, a Educao um processo de muta formao em grupo.Manuel Antunes considera a educao, um facto, uma necessidade e um dever.

Educao uma espcie de aco promotora e instauradora de valores.

A educao , nos seus termos mais simples, uma conscincia e uma liberdade que se dirigem a outra conscincia e a outra liberdade. Entendendo a Educao como promoo de valores, defendemos que cada ser humano, animal de perferncias e de omisses, deve ser consciencialzado de maneira coerente e harmoniosa no contexto da Educao, em ordem plenificao da vida total. uma pessoa, como membro de uma famlia, como portugus, como europeu, como ser humano, que cada educando deve ser tratado nas nossas escolas.Diferentes Perspectivas da Educao MoralO Modelo de Clarificao de ValoresEste modelo tem como autores destacados: Louis Raths, Merrill Harmin, Sidney B. Simon, etc. Nasceu nos Estados Unidos. fundamentalmente, um movimento prtico mais preocupado com o como fazer do que com o que fazer.

cabe aos alunos criar o seu prprio sistema de valores. Qualquer outra posio educativa moralmente incorreta. A educao moral deve evitar as metologias moralistas, devendo adoptar as metologias que repousam na tomada de conscincia dos valores.

O desenvolvimento moral, espontneo e livre, deve ser estimulado

O cdigo de valores dos outros (pessoas, sociedades, culturas) deve ser respeitado, num clima simultaneamente responsvel e tolerante.

As ideias atrs referidas abarcam sete etapas/operaes, cujo trajecto tem q ser cumprido, para que se possa falar na obteno de um valor: Seleco. Momento cognoscitivo

Deve ser selecionado livremente

Entre vrias alternativas

Analisando as consequncias de cada uma

Estimao. Momento afectivo

Apreciar verdadeiramente o escolhido

Afirm-lo publicamente

Actuao. Momento de comportamento

Actuar de acordo com a escolha realizada Aplic-la repetidamente como padro de vida

Nesta perspectiva o professor tem o papel de auxiliar os alunos a alcanar as posturas axiolgicas morais, por meio de um conjunto de tcnicas, de entre as quais sobressaem os dilogos, as folhas de valores, as frases inacabadas e as perguntas esclarecedoras sendo tambm de considerar a simulao.Dificuldades deste modelo:1. ao nvel da realizao prtica

2. grau elevado de subjectividade

3. relativismo moral

4. a pretendida neutralidade do educador deixa o aluno na solido completa

A Educao para o Desenvolvimento MoralTem como autor cimeiro Lawrence Kohlberg.

A teoria cognoscitivo-estrutural de Lawrence K. , q deriva de Jean Piaget atendendo aos estdios evolutivos do educando, defende uma aco educativa ordenada para o desenvolvimento psicolgico adequado.

Esta teoria ope-se ao modelo de clarificao de valores.

O dilogo moral deve ser democrtico e participativo.

As estratgias so as seguintes: reconhecimento do estdio em q actua o educando

exposio dos raciocnios morais do seu prprio estdio

exposio aos educandos de situaes problemticas q provoquem conflitos morais genunos

inquietao

criao de uma atmosfera de dilogo

intercmbio

na qual os pontos de vista sobre o conflito moral sejam discutidos abertamente

Os dilemas morais devem apresentar as seguintes caractersticas:

devem estar baseados em situaes da vida real

devem ser to simples, quanto possvel

devem conter dois ou mais resultados possveis, com implicaes morais

devem oferecer propostas de acoa escola deve funcionar por meio de:

reunies comunitrias

reunies de pequenos grupos

grupos de conselho

comisso disciplinar

reunies e pais, alunos e consultores

Manuel Patricio apresentou crticas a este modelo:

Pe os alunos em situaes-limite extremamente dificeis e talvez mesmo inapropriadas pedagogicamente, pois no se trata de situaes reais, em q o aluno esteja vitalmente comprometido, mas de situaes simuladas. um jogo com situaes muito srias, situaes estas que no podem ser simuladas porque o essencial da situao escapa simulao, s est presente na situao real.Modelo Integrado para a Clarificao dos ValoresFoi Ricardo Marn q em 1997 props este modelo.

Assente em 4 momentos:

1. Cognoscitivo

2. afectivo

3. valorativo

4. de aco individual e social

partindo do principio de q tudo o q se quer, tem de ser previamente conhecido

existem 5 fases que compem o momento da perferncia :

1. informao prvia. Aceita-se mais a opinio de quem, por ns tem autoridade

2. apresentao de um leque de possibilidades, todas positivas

3. o bem apresentado deve responder s possibilidades do sujeito, s suas aspiraes, sua maneira de ser

4. preciso estudar as consequncias dos nossos actos

5. um procedimento altamente convincente consiste em descobrir as incoerncias das afirmaes q fazemosS no jogo, autntico, entre o eu e os outros possvel, segundo Ricardo Marn, formular perguntas pessoais q movam o sujeito a meditar e o faam cair na conta dos valores com os quais quer comprometer-se e a sinceridade daqueles com os quais j e comprometeu.A Educao nas Virtudes MoraisNo sendo uma corrente relativista ou subjectivista, ela filia-se em Aristteles e na filosofia crist medieval, admitindo a existncia de uma lei moral universal inserida na natureza humana.Esta corrente considera q a pessoa pode conhecer a lei moral e deve obedecer-lhe na sua conduta moral efectiva.

na pessoa e na sua natureza q se encontram os primeiros principios morais, preciso contar com a conscincia e o acto prudencial q concretizam as normas morais, q devem regular as aces morais concretas. Esta corrente pertence ao teleologismo. (Esta corrente rejeita os dilemas morais

E considera que:

nas situaes morais concretas e reais q se deve radicar a actividade educativa moral

o educando deve ser treinado a derivar dos primeiros principios morais, os principios subordinados e as regras a aplicar em situaes concretas

devem ser criadas ou aproveitadas as situaes morais concretas em q o educando realize actos morais

Deontologia EducacionalO que a Deontologia?A Deontologia , na sua essncia, um cdigo de tica profissional. A diferena entre tica profissional e a Deontologia que esta ltima est definida como um "tratado" dos deveres, prncipios e normas de um grupo profissional; que norteia a conduta desses profissionais. A diferena essencialmente o facto de estar definido como norma, enquanto que na tica profissional isso nem sempre acontece.A origem etimolgica do conceito de Deontologia radica da Grcia Antiga: deriva da juno das palavras to don (dever) e loga (doutrina, tratado).

Jeremy Bentham escreveu em 1834, o criador do termo Deontologia :

O objecto do Deontologista consiste em ensinar o homem a dirigir os seus afectos, de maneira a que eles sejam o mais possvel subordinados ao bem-estar

J Enrique Castillo no concorda e considera Jeremy filosoficamente situado no Utilitarismo, que considerava a Deontologia como uma cincia do conveniente destinada a alcanar o mximo prazer possvel para o maior n de pessoas. No pretendia, o dever, nem a conscincia de valor, dever profissional, mas sim o prazer sem qualquer dor.

Qualquer desempenho profissional est sujeito, de modo mais ou menos difuso, s influncias do meio, e sobretudo, s presses daqueles que coabitam com o fornecedore/ou servio.O cdigo deontolgico destina-se:

propocionar aos utentes um tratamento idntico, assente na diversidade essencial q cosntitui cada um dos seres humanos q procura a satisfao de uma necessidade por meio da prestao de um beme/ou servio fornecer aos profissionais uma pauta e a regulao dos deveres, obrigaes prticas e responsabilidades q surgem no exerccio de uma profisso.

Procedimento moral concreto no mbito delimitado

No mbito educativo, o problema da Deontologia profissional reside nas obrigaes e responsabilidades que a sociedade entrega a cada educador

cada educador entrega a si prprio, e q derivam do poder e dos limites da Educao.

O que entender por Deontologia Educacional

Deontologia do EducadorOs educadores tm em mos uma responsabilidade dupla: aquela q diz respeito ao funcionrio, e a mais estrita; aquela q pertence ao formador de seres humanos, e a mais ampla.Regalias, direitos dos Educadores (Estatuto de carreiraPortugal):

assegurado aos professores o direito de participao no processo educativo

a formao e a informao para o exercicio da funo educativa

apoio tcnico, material e documental

a segurana na actividade profissional

negociao colectiva, nos termos previstos na leiNo q diz respeito aos deveres profissionais:

o contributo para a formao e realizao integral dos alunos

a colaborao com todos os intervenientes no processo educativo

a participao na organizao e responsabilizao pela realizao das actividades educativas

gesto do processo educativo

aprendizagem no quadro dos programas definidos

a corresponsabilizao pelo uso adequado das instalaes e equipamento escolares

empenho na participao e concluso das aces de formao em q participar

a realizao (na educao pr-escolar e no ensino bsico) das actividades educativas de acompanhamento de alunos, destinadas a colmatar a ausncia imprevista e de curta durao do respectivo docente a deteco em cooperao com os restantes intervenientes no processo educativo da existncia de casos de crianas com necessidades educativas especiais.

Deontologia dos pais e de outros agentes educativosNo Ante-projecto de Lei da Associao de Pais (artigo1, 2) atribudo Associao de Pais e encarregados de Educao um conj. De direitos e regalias especialmente reconhecido e q visa propocionar aos pais e encarregados de educao, atravs das suas estruturas representativas, o exerccio dos direitos e deveres q lhes assistem relativamente educao dos filhos.Quanto aos outros agentes educativos (auxiliares, psiclogos, mdicos escolares) no h textos legais com os seus deveres e direitos dentro da escola.Deontologia dos EducandosSituados no centro do processo educativo, os educandos de hoje fruem uma situao invejvel: o puerocentrismo. Em contraponto com o magistrocentrismo q imperou durante sculos, o aluno actual disfruta, potencialmente, de muito mais oportunidades do q aqueles que os antecederam. No entanto assiste-se mts vezes ao paradoxo de o centro (o aluno) pretender ser imprio, e e cofundir a liberdade q lh e dada, com a libertinagem q pretende impor aos educadores e demais agentes educativos.Deontologia dos administradores da educao e dos politicos da educaoo professor, o administrador do estabelecimento de ensino e o responsvel poltico pela educao agem sobre os alunos para que eles recebam uma boa educao

intencionalidade posta na actuao destes agentes para a adequao dos sistemas educativos s solicitaes q a sociedade exige, reclamando, por outro lado, o respeito daqueles para com a dignidade instrnseca das Escolas e de quanto l ocorre.

Comunicao Social e Deontologia EducacionalA misso da Comunico Social tripla. Compete-lhe formar, informar e divertir aqueles que a consomem.

A escola j no o nico factor educativo. A imprensa (falada, escrita, televisionada), o cinema, as novas tecnologias de informao, q permitem a individualizao da mensagem (nos pases desenvolvidos) levam o educando a descobrir, ele prprio por si prprio, o meio, o pas, a civilizao em q vive.Actualmente, toda a sociedade q e quer educada e q pretende ser educada.

A linguagem tem q estar adequada ao pblico a quem se dirige a notcia. Informar no deformar.

Os pr-juizos, pr-conceitos e os pr-supostos daqueles q levam a cabo a informao no educam e contribuem para a pertubao do leitor/ouvinte/espectador.

Agentes Culturais e Deontologia EducacionalEm sentido lato, vivemos na sociedade da cultura. () importante sublinhar q divulgao no igual a banalizao. A clareza a expresso ntida do pensamento, ao divulgarmos uma obra, temos a obrigao de a conhecer em profundidade. Aqui como com os prof. E outros intervenientes educativos (pessoais e sociais), importa saber qual o cdigo do dever fazer, numa palavra, a Deontologia que se lhes aplica.PAGE 1Elsa Serra, 29 de Janeiro de 2008