Resumo de Comunicação Para a Semana Ciência Da Literatura

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RESUMO DE COMUNICAÇÃO PARA A SEMANA CIÊNCIA DA LITERATURA Título: Passagens: um “bloco errático” para além das fronteiras. A formulação metodológica que Walter Benjamin apresenta no capítulo “Teoria do conhecimento, teoria do progresso”, das Passagens, conjuga a forma e o conteúdo desse trabalho. Trata-se do método da montagem, e detém-se no princípio de se reunirem fragmentos, uma vez que nada pode estar perdido para o pensador materialista. Além disso, há o compromisso com a história dos vencidos, ignorada pela historiografia oficial, e que motiva a concepção de um novo conceito de história. Nesse sentido, Benjamin depara-se com o surrealismo como a estética que se desvia da visão delimitada da realidade para combatê- la. Da mesma forma, o autor das Passagens mantém-se estreitamente engajado com o projeto da redenção messiânica, que lhe foi ensinada em sua formação judaica e que alimenta suas convicções marxistas, mesmo que isso suponha um paradoxo. O antissistematismo e o antipragmatismo observados na obra de Benjamin levam a uma reflexão sobre o quanto o seu impulso na contra-corrente se desenvolve para além das fronteiras.

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Walter Benjamin

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RESUMO DE COMUNICAÇÃO PARA A SEMANA CIÊNCIA DA LITERATURA

Título: Passagens: um “bloco errático” para além das fronteiras.

A formulação metodológica que Walter Benjamin apresenta no capítulo “Teoria do

conhecimento, teoria do progresso”, das Passagens, conjuga a forma e o conteúdo desse

trabalho. Trata-se do método da montagem, e detém-se no princípio de se reunirem

fragmentos, uma vez que nada pode estar perdido para o pensador materialista. Além disso, há

o compromisso com a história dos vencidos, ignorada pela historiografia oficial, e que motiva

a concepção de um novo conceito de história. Nesse sentido, Benjamin depara-se com o

surrealismo como a estética que se desvia da visão delimitada da realidade para combatê-la.

Da mesma forma, o autor das Passagens mantém-se estreitamente engajado com o projeto da

redenção messiânica, que lhe foi ensinada em sua formação judaica e que alimenta suas

convicções marxistas, mesmo que isso suponha um paradoxo. O antissistematismo e o

antipragmatismo observados na obra de Benjamin levam a uma reflexão sobre o quanto o seu

impulso na contra-corrente se desenvolve para além das fronteiras.