RESUMO ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

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ANLISE DAS DEMONSTRAES FINANCEIRASMDULO 1CONCEITOS INICIAISIniciaremos nossas consideraes a respeito deste tema, lembrando restries que se fazem, num pas como o nosso, s publicaes das demonstraes financeiras, se h dvidas, se apresentam informaes incompletas ou se os dados expressos so incorretos ou at falsos. Consideramos at certo ponto irrelevantes essas preocupaes, se o escopo do estudo for o aprendizado. Se ele ocorrer dentro do contexto da administrao financeira que comanda as instituies, qualquer irregularidade ser perceptvel ao analista. Um bom analista tem a capacidade de observar se os dados no so confiveis, bastando para tal que aprofunde seu estudo sobre a empresa. De acordo com o que se deseja analisar, o estudioso poder utilizar-se de ferramentas diferenciadas e desistir ou no de sua tarefa. Considerando superado esse problema, vamos encontrar na literatura especializada algumas denominaes prprias da Anlise das Demonstraes Financeiras, ora tratando-a como anlise de balanos, ora entendendo-a como anlise financeira, e, em outras ocasies, como anlise econmico-financeira. Abordaremos o aspecto mais contbil da questo, e assim

trataremos o assunto como anlise das demonstraes financeiras, prevalecendo duas das principais demonstraes como componentes do termo, ou seja, o Balano Patrimonial e a Demonstrao do Resultado do Exerccio. Para os analistas e estudiosos do assunto, a anlise das demonstraes financeiras poder acontecer sob vrios panoramas e objetivos: a) para concesso de crdito mercantil; b) para concesso de emprstimo bancrio; c) para concesso de financiamentos a longo prazo; d) para assegurar-se de um novo emprego; e) para fiscalizao tributria; f) para propiciar informaes que conduzam a uma melhor gesto financeira. Nosso panorama e objetivo centrar-se-o no aprendizado futuro que deve ter um administrador financeiro, abrangendo, portanto, todas as preocupaes citadas. A prtica tem demonstrado que a anlise das demonstraes financeiras contribui decisivamente na percepo dos problemas financeiros, m-gesto empresarial, e que as empresas acostumadas a seu exerccio tmse mostrado mais seguras, evitando perdas com clientes at ento considerados excelentes. Um dos segmentos que mais se utilizam da anlise das demonstraes financeiras o da concesso e liberao de crdito, quer do mercantil quer do bancrio. Interpretando vrios autores, nacionais e estrangeiros, relacionaremos as evidncias que justificam o trabalho e a

segurana que traz a anlise das demonstraes financeiras, de modo geral, ao mundo dos negcios: a) til para a tomada de decises racionais por parte de credores e investidores; b) seu grande objetivo estudar o desempenho econmicofinanceiro em perodos passados, para diagnosticar e traar tendncias futuras; c) til para tomadas de decises contnuas; d) deve ser entendida dentro de suas possibilidades e limitaes; e) de um lado, apresenta mais problemas que solues; de outro, pode transformar-se em poderoso painel de controle da administrao financeira; f) analisar as demonstraes financeiras uma arte, porque partindo de alguns clculos, o analista deve caminhar para um diagnstico que para vrios usurios pode ter interpretaes diferentes. Todos os estudiosos que pesquisamos entendem que a anlise das demonstraes financeiras deve ser levada concluso, como se estivssemos subindo os degraus de uma escada. Cada ponto examinado uma parcela do estudo, e nenhum fato isolado pode constituir-se, a princpio, como o definitivo ao julgamento final. Estamos diante de uma seqncia de interpretaes, e convm que tenhamos estabelecido sempre a melhor seqncia. As limitaes apontadas tambm nos causam preocupaes, da a necessidade de maior independncia entre a contabilidade, que visa aos diferentes usurios, e aquela com finalidades fiscais, como

preceitua o artigo 177 da Lei das Sociedades por Aes (Lei 6404 de 15.12.76) quando trata da escriturao contbil e sua obedincia legislao e aos Princpios Contbeis Geralmente Aceitos. No podemos esquecer que, no aspecto cientfico, a contabilidade tem ainda dificuldades de mensurar com segurana o patrimnio das empresas, entre outras limitaes. A legislao fiscal e tributria no pas conflita com os princpios contbeis, fazendo com que as demonstraes financeiras apresentem dados eivados de natureza arrecadadora, da a esperana dos estudiosos com a ampliao de informaes e outras demonstraes na lei das sociedades annimas. H limitaes tcnicas, prprias do profissional que ir trabalhar com a anlise; interpret-la com segurana e conhecimento tcnico um fato que as empresas devem ter como significativo, quando tiverem de ser amparadas para decises mais difceis. Os procedimentos iniciais e preparatrios para que seja elaborada uma boa anlise das demonstraes financeiras seguem as seguintes instrues: a) preparar uma anlise inicial, objetivando familiarizao com as informaes da empresa; b) identificar, se possvel, alguma evidncia de inconsistncia nos dados; c) localizar alguma publicao de empresa concorrente; se possvel, mais de uma; d) localizar o cdigo nacional da atividade econmica e buscar na parceria Fiesp-Serasa a pgina de

indicadores econmicofinanceiros do setor; e) padronizar as demonstraes financeiras; f) analisar os principais ndices; g) interpretar e sugerir solues.

MDULO 2DEMONSTRAES FINANCEIRAS BSICAS 2.1 BALANO PATRIMONIAL Balano patrimonial a representao monetria, em determinado momento, do conjunto de bens, direitos, obrigaes e valor patrimonial dos donos ou acionistas de uma entidade.Permite identificar, nesse momento, o total dos ativos (aplicaes de recursos) possudos pela entidade, bem como o total do passivo (origens de recursos) que financiam aqueles ativos. Os recursos representados pelos passivos podem originar-se de terceiros, e a eles denominamos passivos exigveis; ou so prprios, e a eles denominamos patrimnio lquido, j que so passivos no exigveis. A Lei 6404/76, em seu artigo 178, determinou que o Balano Patrimonial fosse disposto da seguinte forma:

ATIVOCirculante Realizvel a longo prazo Permanente, subdividindo-o em: - Investimentos, - Imobilizado - Diferido

PASSIVOCirculante Exigvel a longo prazo Resultados de exerccios futuros Patrimnio liquido, subdividindo-o em: - Capital Social - Reservas de capital - Reservas de reavaliao - Reservas de lucros - Lucros ou prejuzos acumulados

Ao ativo, a legislao determinou que as contas fossem ordenadas em ordem decrescente de liquidez, ou seja, medida que as contas forem relacionadas, sua realizao mais remota. Ao passivo, a legislao determinou, no tocante aos grupos exigveis, que as contas fossem ordenadas em ordem de exigibilidade, ou seja, primeiro classificam-se as contas de menor prazo de vencimento.No ativo, a diferenciao entre suas contas determinada pelo artigo 179 da Lei 6404/76, quando estabelece:

No Circulante, as disponibilidades, direitos realizveis e aplicaes em despesas do exerccio seguinte, sempre que a realizao dessas contas ocorra no prximo exerccio social; - No Realizvel a Longo Prazo, os direitos realizveis, assim como aqueles originrios de transaes com sociedades coligadas e controladas, diretores, acionistas, sempre que a realizao dessas contas ocorra a partir do exerccio social seguinte;

No Permanente: - as participaes em aes ou cotas de empresas com caractersticas de permanente no tocante ao interesse de investimentos, bem como outros direitos no classificveis no ativo circulante que no se destinem a manuteno da atividade da empresa, subagrupando-os sob o titulo de investimentos; - os direitos que objetivem manuteno das atividades da empresa, sub-agrupando-os com o titulo de imobilizado; - e as aplicaes de recursos em despesas que contribuiro para o resultado de mais um exerccio social, incluindo atividades properacionais sub-agrupadas com o titulo de diferido. A mesma legislao permite que, se o ciclo operacional da empresa ultrapassar o perodo de um exerccio social, a classificao do ativo circulante ou realizvel a longo prazo leve em considerao a durao desse ciclo. No passivo, a diferenciao entre suas contas determinada pelos artigos 180, 181 e 182 da Lei 6404/76, quando estabelece: No Circulante, todas as obrigaes que tiverem vencimento a partir do exerccio social seguinte;

No Passivo Exigvel a Longo Prazo, todas as obrigaes que tiverem vencimento a partir do exerccio social seguinte, acatando-se tambm o critrio de diferenciao se o ciclo operacional for diferente de um exerccio social;

Nos Resultados de Exerccios Futuros, estaro evidenciadas as contas representativas de receitas de futura realizao, diminudas dos custos e despesas necessrias e a elas referentes; No Patrimnio Liquido, o Capital Social, as reservas destinadas ao acrscimo desse capital, as reservas de reavaliao dos ativos, as reservas provenientes de apropriao dos lucros, os lucros ou prejuzos acumulados, e tambm, reduzindo-o, a eventual posse de aes em tesouraria que a empresa venha a ter em determinado momento.

O balano patrimonial demonstrao fundamental para a gesto financeira, pois identifica a posio econmico-financeira das empresas. Os ndices que possibilita formar so esclarecedores da liquidez e estrutura patrimonial, indicando como aquelas esto estruturadas num perodo de tempo.A seguir apresentado o Balano Patrimonial de uma empresa real dentro do que preconiza a lei das S.A, com a simplificao aceitvel por esta: Mesmo com a obrigatoriedade de publicao, pela Lei das S.A., dos saldos simultneos de dois exerccios sociais, o Balano Patrimonial por demais esttico e no comparvel em capacidade de poder aquisitivo, motivo pelo qual complementado por outras demonstraes financeiras que lhe do suporte esclarecedor. Entre estas, destacam-se as Notas Explicativas, cujo objetivo o de evidenciar situaes, posicionar analiticamente certas contas e esclarecer determinados eventos.

As notas explicativas tm certa abrangncia tambm sobre as demais demonstraes financeiras, uma vez que o sentido de sua publicao o de complement-las mediante informaes fundamentais ao esclarecimento completo aos usurios. H notas explicativas obrigatrias e outras opcionais. Quanto mais transparente for a empresa, em especial aquelas que tm suas aes negociadas na bolsa de valores, mais notas explicativas comporo sua publicao. Mais esclarecedoras sero essas notas e facilitaro o pleno entendimento por parte dos analistas e usurios.

2.2 DEMONSTRAES DO RESULTADO DO EXERCCIOFeita de forma dedutiva, a demonstrao do resultado do exerccio objetiva evidenciar de forma resumida as operaes da empresa no exerccio, iniciandose pelas receitas que, deduzidas dos tributos a elas referentes, dos custos e das despesas, sejam operacionais ou no operacionais, traduzindo ao seu final o resultado lquido. O resultado lquido, o lucro ou prejuzo, contm em seu bojo, a obedincia a dois princpios contbeis: o da realizao e o da competncia dos exerccios, uma vez que congrega a diferena entre as receitas auferidas no exerccio e os custos e despesas incorridos para sua obteno. Em decorrncia da utilizao dos princpios contbeis citados, a demonstrao do resultado rene, numa s pea, eventos que

tiveram efetiva realizao financeira com outros que no implicaram qualquer entrada ou sada de numerrio, como as depreciaes e o resultado da equivalncia patrimonial aplicado s empresas controladas e coligadas, quando se tratar de grupos econmicos. Sua utilidade para informaes a outras demonstraes, aliada a sua contribuio gesto financeira, compreende tambm a determinao de diversas terminologias, antes da nova legislao, um tanto conflitantes, como: Receita Bruta Receita Lquida Custo das Mercadorias, Produtos ou Servios Vendidos Lucro Bruto Despesas Operacionais Lucro e Prejuzo Operacional Lucro e Prejuzo Lquido Embora no haja na lei a conceituao dessas terminologias, no instante em que aparecem na demonstrao nos do uma clara viso do seu significado e de sua abrangncia, sepultando antigas interpretaes. A Demonstrao do Resultado do Exerccio bsica para a anlise da rentabilidade das empresas, e para a anlise das demonstraes financeiras oferece informaes de tendncias, dispndio de custos e despesas, e obteno de recursos pela atividade dos negcios. O quadro a seguir traz a Demonstrao do Resultado do Exerccio para a mesma empresa hipottica segundo o que formula a Lei das S.A. s em 31.12 Embora no seja objetivo deste trabalho, convm ressaltar que a Lei cometeu alguns enganos do

ponto de vista de classificao. Apenas para exemplificar, podemos indicar que o resultado da equivalncia patrimonial deve ser considerado como operacional, alis como est na publicao que acabamos de reproduzir. As receitas financeiras (que so operacionais) no poderiam ter a opo de ser apresentadas pelo lquido em cotejo com as despesas financeiras (que no so operacionais).

2.3 DEMONSTRAES DAS ORIGENS E APLICAES DE RECURSOSO objetivo fundamental desta demonstrao o de ressaltar, para um dado perodo de tempo, as principais aplicaes de financiamentos e investimentos utilizadas para tal finalidade, evidenciando as modificaes na posio financeira. As modificaes na posio financeira so representadas pelas variaes do Capital Circulante Lquido, como conseqncia do confronto entre as aplicaes realizadas e as fontes dos recursos utilizadas. uma publicao obrigatria pela Lei 6404/76 e representa uma importante fonte de informaes sobre polticas de investimentos e financiamentos da empresa, pois alguns de seus dados no se destacam no Balano Patrimonial e na Demonstrao do Resultado. A seguir, detalharemos a composio bsica das origens e aplicaes de recursos que normalmente compem a demonstrao especifica.

2.3.1 ORIGENS DE RECURSOS

So localizadas nos aumentos do Capital Circulante Liquido, e provm: a) DAS OPERAES: Resultantes do lucro do exerccio, acrescido da depreciao, amortizao ou exausto, e ajustado pela variao nos resultados de exerccios futuros. Se houver prejuzo, estaremos diante de uma aplicao de recursos, ou uma origem negativa de recursos. As participaes no resultado de controladas devero ser somadas ou subtradas, pois no representam entradas ou sadas de dinheiro; b) DOS ACIONISTAS: Pelos aumentos de capital integralizados e contribuies para reservas de capital, desde que aumentem o capital circulante lquido; c) DE TERCEIROS: Originrios do aumento do passivo exigvel a longo prazo, da reduo do ativo realizvel a longo prazo, e da alienao de investimentos e direitos do ativo imobilizado.

1.3.2 APLICAES DE RECURSOSSo localizadas nas diminuies '64o Capital Circulante Liquido e representadas por: a) Aplicaes permanentes: Aquisies de bens do ativo imobilizado, aquisio de investimentos permanentes em outras sociedades, e aplicaes de recursos no ativo diferido; b) Pagamento de emprstimos a longo prazo: Como o meio de quitao ser o ativo circulante, este se diminui,

ao faz-lo. As transferncias por classificao dos emprstimos de longo para curto prazo tambm so aplicaes de recursos; c) Remunerao dos acionistas: Pela distribuio dos dividendos ou pagamento de juros sobre o capital prprio. A Demonstrao das Origens e Aplicaes de recursos contribui para: Conhecimento da poltica de inverses permanentes da empresa e fontes dos recursos correspondentes; Constatao dos recursos gerados pelas obrigaes prprias, ou seja, o lucro do exerccio ajustado pelos itens que o integram, mas no afetam o capital circulante lquido; Verificao de como foram aplicados os recursos obtidos com os novos emprstimos de longo prazo; Constatao de, se, e como a empresa esta mantendo, reduzindo ou aumentando o seu capital circulante lquido; Verificao da compatibilidade entre os dividendos e a posio financeira da empresa. de vital importncia ao analista das demonstraes financeiras, em especial quando concede crdito ou emprstimos, conhecer, atravs de notas explicativas, as evidncias especficas contidas na Demonstrao de Origens e Aplicaes de Recursos. Poder, com elas, elucidar situaes que ndices do Balano Patrimonial identificaram, mas no conseguiram esclarecer. , portanto, uma demonstrao que

permite as interpretaes identificadas na movimentao dos recursos. Lamenta-se o fato de algumas empresas se restringirem s evidncias obrigatrias pela legislao, impedindo assim maior detalhamento na composio das origens e aplicaes constantes da demonstrao. A seguir, um exemplo hipottico dentro do que nos indica a legislao: Como pode ser constatado, a demonstrao das origens e aplicaes de recursos oferece importantes subsdios s informaes financeiras. A empresa hipottica em questo, teve uma reduo em seu Capital Circulante Lquido. Caso o reflexo desta diminuio tenha abalado sua estrutura financeira, o analista poder restringir-lhe novos crditos ou emprstimos, se for o caso. De outro lado, observou-se que, com total clareza, as aplicaes de recursos no ativo imobilizado e no ativo investimentos talvez tenham sido excessivas aos recursos obtidos para financilos, porque diante dos recursos obtidos a longo prazo, normalmente destinados a ativos fixos no valor de $ 47.360, aplicou-se naqueles ativos permanentes o montante de $ 55.514 - isto em 2005. Aliando-se estas e outras observaes que a demonstrao nos traz, temos as notas explicativas, que daro todas as condies de externamente chegar a importantes concluses. As afirmaes acima no sero verdadeiras para nveis de inflao como os existentes ainda

em nosso pas. As demonstraes em moeda de poder aquisitivo constante tm comprovado que as variaes do Capital Circulante Lquido em valores histricos, podem ser absolutamente inversas s de valor presente. Com isto, toda e qualquer Demonstrao de Origens e Aplicaes de Recursos apresentada a valores histricos deve ser analisada com as devidas ressalvas.

* CAPITAL CIRCULANTE LQUIDOCapital Circulante Lquido a importncia lquida (diferena) entre o ativo circulante e o passivo circulante, ou seja:

CCL = AC PCOnde:

CCL = Capital Circulante Lquido AC = Ativo Circulante PC = Passivo CirculanteA variao do CCL estudada e disponibilizada apenas na DOAR Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos, da seguinte forma:

GRUPO DO BALANOAno 2 Ano 1

ATIVO CIRCULANTENo final do exerccio Ano 2 12.282 Ano 1 14.473

No incio do exerccio 14.473 16.311 12.282 14.473

VARIAES (2.191) (1.838)

PASSIVO CIRCULANTENo final do exerccio 13.508 No incio do exerccio 14.250 18.802 14.250

VARIAES (742) VARIAES (1.449) CCL = (AC 223 DO (4.552) CCL 2.714 PC)

(1.226)

Como interpretaes destas informaes, podemos concluir: a) no ano 1, o ativo circulante decresceu $ 1.838 b) no ano 1, o passivo circulante decresceu $ 4.552 c) como ocorreu um decrscimo em ambos os grupos, a variao positiva em $ 2.714 porque a empresa diminuiu seus recursos de terceiros em maior proporo que a havida no ativo circulante d) no ano 2, o ativo circulante decresceu $ 2.191 e) no ano 2, o passivo circulante decresceu $ 742 f) como ocorreu um decrscimo em ambos os grupos, a variao negativa em $ 1.449 porque a

empresa diminuiu seus recursos de terceiros em menor valor que a diminuio havida no ativo circulante

2.4 DEMONSTRAES DAS MUTAES PATRIMONIAISA despeito de no ser obrigatria sua publicao, poder ser elaborada e divulgada conforme prev o artigo 186, pargrafo 2 da Lei 6404/76. Consideramos, neste livro, desnecessria a citao da Demonstrao dos Lucros ou Prejuzos Acumulados, uma vez que a Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido a abarca com todos os seus elementos. Consiste numa demonstrao horizontal e dela constam todos os grupos de contas do patrimnio liquido, e verticalmente suas alteraes no decorrer do exerccio social. Oferece a possibilidade de evidenciao das seguintes variaes no patrimnio lquido:

A) ITENS QUE AFETAM O PATRIMNIO TOTAL Acrscimo pelas correes das contas do patrimnio; Acrscimo pelo lucro ou reduo pelo prejuzo lquido do exerccio; Reduo por dividendos ou juros sobre o capital prprio; Acrscimo por reavaliao de ativos; Acrscimo por doaes e subvenes para investimentos recebidos; Acrscimo por subscrio e integralizao de capital; Acrscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das aes integralizadas ou o

preo de emisso das aes sem valor patrimonial; Acrscimo pelo valor da alienao de partes beneficirias e bnus de subscrio; Acrscimo por prmio na emisso de debntures; Reduo por aes prprias adquiridas ou acrscimo por sua venda; Acrscimo ou reduo por ajustes de exerccios anteriores.

B) ITENS QUE NO AFETAM O TOTAL DO PATRIMNIO Aumento de capital com utilizao de lucros e reservas; Apropriaes do lucro lquido do exerccio reduzido conta de Lucros Acumulados para formao de reservas, como Reserva Legal, Reserva de Lucros a Realizar, Reserva para Contingncia e outros; Reverses de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou Prejuzos Acumulados; Compensao de Prejuzos com Reservas etc. Para limitar o crdito, por exemplo, esta demonstrao no oferece subsdios. Para anlise de demonstraes financeiras, fonte de informaes que poder sustentar interpretaes aos ndices de estrutura de capital, e identificar as movimentaes nas contas do Patrimnio Lquido.

MDULO 3ANLISE HORIZONTAL E VERTICALIndicadas como apoio anlise das demonstraes financeiras, estes clculos permitem comparaes, tendncias e ilaes de bom senso para melhor interpretar outros indicadores.

3.1 ANLISE HORIZONTAL (A.H)A anlise horizontal o mtodo que possibilita estabelecer as propores entre cada elemento em anlise, de um exerccio social, e o mesmo elemento ou informao em outros exerccios, atravs da evoluo percentual que permite a comparao por tendncias positivas ou negativas. O exemplo poder ser observado nas demonstraes financeiras da Indstria de Correias, que est na pgina seguinte, e ser objeto de consulta para as prximas anlises e consideraes: No exemplo utilizado, a base ou exerccio social tomado como incio da anlise o ano de 2003, sendo os demais necessrios para estabelecer-se a seqncia horizontal de evoluo. O analista poder estabelecer as relaes entre um ano e o outro imediatamente anterior, fazendoo separadamente da forma seguinte: Estoques em 2004, fazendo-o separadamente da forma seguinte: Tal processo, entretanto, aumentar significativamente o trabalho de clculos, no proporcionando uma posio esttica, rpida e visual que o mtodo sugere. Passaremos a comentar as situaes mais significativas deste exemplo, utilizando as mesmas informaes, e considerando-se, neste perodo, a inflao acumulada medida pelo INPC-IBGE, neutralizando-se o efeito da perda do poder aquisitivo da moeda:

Interpretao: a participao dos estoques cresceu ao longo dos trs exerccios sociais muito alm da inflao do perodo.Espera-se que os recursos disponveis para a empresa tambm tenham seguido o mesmo ritmo de crescimento

DUPLICATAS A RECEBER

INTERPRETAO: O crescimento nesta conta praticamente acompanhou a conta estoques, e facilmente entendido, pois, se os estoques crescem, porque a demanda por faturamento realmente ocorreu

INTERPRETAO: Trata-se de um crescimento muito acima da inflao, certamente motivado pela necessidade de melhoria e modernizao no parque fabril.

INTERPRETAO: Crescimento mais modesto, exceo em 2004, que extrapolou o ndice de inflao acumulado, o mesmo que ocorreu na conta estoques, da qual originria.

INTERPRETAO: Crescimento tambm muito acima da inflao, e que acompanhou as principais contas at ento analisadas.

INTERPRETAO: A princpio, deveria ser a condutora das demais contas. Entende-se que, se o faturamento crescer, todas as outras contas deveriam acompanh-lo. No bem assim que se espera. Algumas contas podem acompanhar o crescimento do faturamento; outras seria interessante que se retrassem para um melhor resultado financeiro.

INTERPRETAO: Demonstra uma total falta de sintonia com o faturamento, em especial o ano de 2004, que apresentou uma reduo. Observamos tambm que 2005 ficou bem abaixo do crescimento do faturamento, o que algo muito positivo.

INTERPRETAO: O que se espera deste grupo de contas que seu crescimento seja menor que o do faturamento, o que aconteceu de modo favorvel.

INTERPRETAO: Seu resultado uma conseqncia da expectativa que se criou ao verificarmos as contas anteriores.Cresce o faturamento, reduzemse os custos e as despesas, e como conseqncia o lucro lquido foi melhor em 2005.

COMO VANTAGENS, Podemos avaliar as contribuies da anlise horizontal pelo seguinte: demonstra possibilita tendncias; evolues e admitirem-se

contrastante e tambm comprovadora das informaes obtidas pela anlise vertical, ao mesmo tempo; complementar anlise vertical.

COMO DESVANTAGENS, Podemos relacionar os seguintes pontos da anlise horizontal: se as informaes no estiverem corrigidas pela inflao do perodo, ou apresentadas em moeda constante, so extremamente difceis as comparaes e estas se tornam praticamente invlidas em alguns casos; suas informaes, muitas vezes, no so claras, permitindo muitas suposies.

3.2 ANLISE VERTICAL (A.V)A anlise vertical o mtodo que possibilita estabelecer as propores entre cada elemento

em anlise e seu todo, tratandose, pois, de uma medida percentual que permite a comparao entre demonstraes financeiras da mesma empresa ou de empresas concorrentes, reduzindo-se os valores em moeda de magnitudes diversas a uma medida nica: a participao percentual. A ttulo de exemplo, como poder ser observado nas demonstraes financeiras da empresa Correias S.A., apresentamos um de seus clculos: No exemplo utilizado, o todo o total do ativo e o total do passivo no Balano Patrimonial e, quando utilizarmos as informaes da Demonstrao do Resultado, o todo ser o valor da Receita Bruta de Vendas, ou tambm a Receita Lquida de Vendas, conforme interpretaes nos pases de primeiro mundo. H casos de analistas que preferem praticar a anlise vertical, partindo tambm dos grupos, em especial quando as informaes so do Balano Patrimonial. Nestes casos, so usados os grupos: ativo circulante, ativo realizvel a longo prazo, ativo permanente, e os demais do passivo, ao contrrio da forma mais tradicional que compara os itens com o total de todos os itens (ativo ou passivo). A interpretao que fazemos do resultado anterior a de que a conta Estoques, em 2005, representava 18,69% do total do ativo total, ou da soma de recursos disponveis na empresa. Passaremos a comentar as situaes mais significativas do exemplo, na tentativa de justificar as diferenas entre o

mtodo de anlise horizontal e da anlise vertical, e a contribuio de ambos para a anlise das demonstraes financeiras:

INTERPRETAO: Observa-se uma certa normalidade na participao da conta estoques em relao ao ativo (soma dos recursos) o que, de certa forma, nos leva a entender que ocorre uma poltica determinada neste aspecto.

INTERPRETAO: A exemplo do que ocorreu com os estoques, tambm notamos uma normalidade na aplicao destes recursos.

INTERPRETAO: Ocorreu um decrscimo em 2004 e um acrscimo significativo em 2005, certamente motivado pela aquisio de mquinas e equipamentos destinados modernizao, to importante no mundo de hoje.

INTERPRETAO: Nesta conta h uma certa irregularidade em sua participao em relao aos recursos movimentados,

certamente por mudana nos prazos mdios de aquisio das matrias primas, o que poder ser confirmado quando analisarmos o ciclo financeiro.

INTERPRETAO: Este grupo de contas reflexo dos lucros ou prejuzos, como tambm das movimentaes de capital, por adio ou distribuio de lucros ou dividendos. Podemos observar uma certa regularidade e uma melhoria em 2005 pelo excelente resultado obtido pela empresa.

INTERPRETAO: De uma participao em 2003 sobre o faturamento, ocorreu uma notvel queda nos anos seguintes, o que privilegiou o lucro lquido ao final dos respectivos exerccios.

INTERPRETAO: Houve um acrscimo desfavorvel em 2004, mas uma excelente recuperao em 2005, motivada por uma anlise mais detalhada, pela ocorrncia de um excelente volume de receitas financeiras, o que colaborou para a diminuio desta participao.

INTERPRETAO: Como conseqncia, o lucro lquido teve um excelente desempenho, com crescimento em relao receita bruta de vendas, de forma excepcional.

MDULO 4INDICADORES ECONMICOFINANCEIROS 4.1 NDICES COMO INDICADORESndice uma relao entre duas grandezas, que expressa o resultado da diviso de valores que compem o patrimnio, se considerarmos exclusivamente o objetivo deste trabalho. atravs de uma criteriosa seleo de ndices que se faz anlise das demonstraes financeiras, para concesso de crdito ou outra finalidade gerencial. Muitos autores preferiram a terminologia quociente para detect-los, e outros mais castios escolheram do latim ratio, que significa razo ou relao, para estabelecer a forma mais tcnica de sua apurao. So de livre escolha e tm em seu escopo certa liberdade de criao, j que de posse das informaes que nos trazem as demonstraes financeiras poderemos estabelecer tantas relaes quantas considerarmos valiosas. O importante ser escolher a quantidade razovel que permita

ser utilizada em determinada circunstncia e que possa indicar uma boa interpretao da situao da empresa que se deseja examinar. A circunstncia a ser considerada prende-se aos motivos pelos quais estejamos analisando balanos: anlise financeira, compra de uma empresa, gerenciamento de dados de uma empresa, fuso entre empresas, comportamento setorial de empresas, comportamento global de empresas etc. A quantidade de ndices estar, portanto, condicionada ao objetivo da prpria anlise dos balanos, podendo-se utilizar maior ou menor nmero, dependendo da profundidade das relaes que se queira extrair. Costuma-se categoriz-los atravs de agrupamento pelo enfoque semelhante que se pretende expor. Conhecedores dos agrupamentos estabelecidos pelos diversos autores pesquisados e citados em bibliografia, verificamos um enfoque de certa forma semelhante, embora alguns atribuam terminologia idntica e maior quantidade de ndices em alguns grupos. De forma ampla, podemos declarar a amplitude dos ndices e seus agrupamentos, da seguinte forma:

Levaremos em considerao, na escolha dos ndices que julgamos mais apropriados ao desenvolvimento deste trabalho, os aspectos restritivos mediante os quais o conjunto - e apenas o conjunto - poder oferecer condies razoveis s nossas concluses. A posio esttica das demonstraes financeiras, a sazonalidade tpica de alguns empreendimentos, as condies mercadolgicas e econmicas a que esto sujeitas as empresas sero, tambm, razes para que no se justifiquem os ndices escolhidos como totalmente seguros e perfeitos. As deficincias e destruies provocadas pela inflao que assola o pas h tantos anos, sero fatores importantes em nossas ponderaes, embora esta tenha sido drasticamente reduzida a partir de 1994. As tendncias apresentadas pelas empresas, no decorrer do tempo, pela comparao horizontal de alguns ndices, constituem fatores importantes ao objetivo deste livro.

Consideramos para efeito de nosso estudo, a escolha de quatorze ndices, mediante os quais podemos, com segurana, aquilatar a posio, a situao econmico-financeira das empresas, para a finalidade de concesso de crdito, quer comercial quer bancrio, ou mesmo para avaliao da gesto financeira interna das empresas. Frisamos, por cautela profissional, que imprudente a anlise de seus resultados isoladamente, por mais contundentes que sejam suas indicaes, assim como importante ressaltar a interpretao pela comparao de no mnimo trs exerccios sociais. Essa comparao tem o mesmo sentido da anlise de conjunto j definida, pois pela decorrncia de mais tempo, poderemos avaliar circunstncias de regularidade da maior importncia na interpretao. A experincia indica que, mesmo empresas com ndices satisfatrios mais regulares, no decorrer do tempo, tm provocado interpretaes de que esto preservando problemas existentes, ou, pelo menos, de que esto conseguindo suportar determinadas situaes delicadas em seus dados. Os ndices por ns escolhidos, com suas explicaes e fundamentaes, dividem-se entre os que estabelecero relaes de informao da situao financeira e aqueles que apresentaro o posicionamento da situao econmica. Como situao financeira, entendemos as relaes indicativas da capacidade de pagamento que as empresas

apresentam em relao a seus credores, posicionando-os pela segurana ou no em receber seus crditos. Como situao econmica, entendemos as relaes indicativas dos reflexos patrimoniais do resultado obtido durante o tempo, posicionando os mesmos credores quanto segurana de a empresa obter recursos prprios pela sua atividade empresarial. Partiremos, para efeito de comentrios, dos dados da mesma empresa j citada - a Indstria de Correias - que oferecer os subsdios s interpretaes necessrias. Subsidiariamente, iremos comparar os resultados da empresa hipottica com os ndices-padro do ramo a que pertence, baseados na parceria Fiesp-Serasa. importante, neste momento, tecer comentrios a respeito do trabalho executado e difundido pela Serasa S.A., quanto ao estabelecimento de padres aos diversos ramos de atividade. A Serasa, assim conhecida no ramo empresarial, atravs de um estudo estatstico de alta relevncia e preciso, recorre a seu arquivo de dados e proporciona anualmente a seus clientes informaes de como as empresas, agrupadas por atividades as mais semelhantes possveis, apresentaram-se em seus ndices. O padro do ramo a que pertence empresa que se deseja examinar, ser a mediana do setor. As vantagens dessas publicaes so fundamentais para o analista, uma vez que poder acompanhar

com certa eficincia como as empresa de determinado ramo de atividade posicionaram-se naquele exerccio social. notrio, mediante o uso dos ndices-padro da Serasa, o conhecimento de que determinados ramos de atividade tiveram problemas em certos ndices; pela subdiviso da publicao em regies nacionais, poderemos constatar que empresas do mesmo ramo do restante do Brasil tm performance substancialmente diferenciada daquelas sediadas no sul do Pas. Algumas dificuldades podero surgir aos profissionais da rea, no caso de empresas de mltiplas atividades, como detectar com clareza o ramo a que pertencem nos padres da Serasa. Neste caso, recomenda-se classific-las pela atividade preponderante, e para isso contamos com o Cadastro de Inscrio e de Situao Cadastral obtido na Internet junto ao Ministrio da Fazenda. Outro fator de relevncia a ser considerado a diferena nos padres entre as atividades macroeconmicas: prestao de servios, comrcio e indstria. Tais diferenas so determinadas pela tipicidade de cada atividade macro, motivo pelo qual no se recomenda a comparao por resumos mais abrangentes.

4.2 NDICES DE LIQUIDEZProcuram evidenciar a condio da empresa em pagar suas dvidas. So indicadores localizados to somente no Balano Patrimonial, motivo pelo qual so considerados to

estticos e momentneos como a prpria demonstrao o . fundamental que o analista leve em conta este fato, de os dados do Balano Patrimonial expressarem valores encerrados numa data, e que podem vir a ser modificados num momento seguinte. Isso no um defeito, mas to somente uma lembrana que pode ser levada em conta, em determinadas situaes.

4.2.1 LIQUIDEZ GERAL (L.G) L.G = (Ativo Circulante + / Real Longo Prazo) (Passivos Circulante + Exigvel a Longo Prazo)OBJETIVO: Indicar a relao ampla da capacidade de a empresa pagar todos os seus compromissos, sem ter que lanar mo dos valores representativos do seu ativo permanente. Seu resultado para efeito de anlise financeira ser considerado, quanto maior, melhor para a segurana do credor. INTERPRETAO: A posio da empresa inegavelmente melhor que a de seus concorrentes no Estado de So Paulo.

4.2.2 LIQUIDEZ CORRENTE (L.C) L.C = Ativo Circulante / Passivo CirculanteOBJETIVO: Indicar a relao entre o ativo conversvel em dinheiro a curto prazo, e a totalidade de

obrigaes tambm de curto prazo, demonstrando a capacidade de pagamento das dvidas vencveis no exerccio seguinte ao do balano. Seu resultado, para efeito de anlise financeira, ser considerado quanto maior, melhor para a segurana do credor.

INTERPRETAO: Mundialmente, o ndice de liquidez corrente considerado timo, quando seu resultado for superior a 2,00 A empresa consegue nos trs anos um resultado acima desta expectativa. 4.2.3 LIQUIDEZ SECA (L.S) L.S = (Ativo Circulante Estoque) / Passivo Circulante OBJETIVO: Indicar a relao, entre os valores de conversibilidade do ativo circulante, mais rpida, e todos os compromissos existentes no passivo circulante, ou a curto prazo. um ndice bastante exigente, e seu resultado para efeito de anlise financeira ser considerado quanto maior, melhor para a segurana do credor. INTERPRETAO: Embora decrescente nos trs exerccios, o resultado ainda superior ao dos concorrentes no Estado de So Paulo.

4.2.4 LIQUIDEZ IMEDIATA (L.I) L.I = Disponvel / Passivo CirculanteOBJETIVO:

Demonstrar a capacidade de pagamento de todo o passivo circulante com os recursos disponveis (moeda corrente) no momento da anlise. Trata-se de um ndice bastante rigoroso e pouco explorado, at pela dificuldade de obteno de resultados satisfatrios, na data do balano, uma vez que o disponvel, quando composto de aplicaes financeiras, pode ser circunstancial.

INTERPRETAO: A empresa tem um resultado surpreendente neste ndice, bem melhor que seus concorrentes. Um fator importante a regularidade dos resultados nos trs exerccios sociais.

4.3 NDICES DE ATIVIDADE PRAZOS MDIOSOs ndices que compem os denominados prazos mdios so indicadores da atividade operacional, que permitem controlar e gerenciar o capital de giro de todas as empresas. Enfim, medem o que existe de mais operacional da empresa: sua atividade propriamente dita. O capital de giro reflexo da administrao do fluxo de caixa, e conseqncia da poltica de administrao da capacidade em manter-se um fluxo contnuo nas atividades operacionais. Apresentaremos, num dos captulos finais, amplo estudo sobre a necessidade do capital de giro, e dos prazos mdios que so a base de sustentao para obteno dessa preciosa e fundamental informao.

4.3.1 PRAZO MDIO DE RENOVAO DE ESTOQUES (PMRE) PMRE = Estoque / Custo das VendasOBJETIVO: Indicar o nmero de dias que decorreram entre a compra da mercadoria e sua venda, no caso do comrcio, e, no caso da indstria, a matria-prima. Seu resultado para efeito de anlise financeira ser considerado quanto menor, melhor para a segurana do credor, uma vez que uma maior rotao indicar possibilidade de maiores disponibilidades. Lembramos que, como custo das vendas, no caso de indstria devemos considerar o montante do consumo de matrias-primas, no o CPV. INTERPRETAO: A empresa alterna resultados diferentes nos trs exerccios sociais, mas o ndice mdio do setor melhor do que o apresentado.

4.3.2 PRAZO MDIO DE RECEBIMENTO DAS VENDAS (PMRV) PMRV = 360 dias x (Duplicatas a Receber / Vendas)OBJETIVO: Indicar o nmero de dias que decorrem, em mdia, entre a efetivao da venda e o recebimento do valor correspondente. Seu resultado para efeito de anlise financeira ser considerado quanto menor, melhor para a segurana do credor, uma vez que os dados indicaro a velocidade com que a

empresa renova disponibilidades.

suas

INTERPRETAO: admirvel a proximidade do padro com os resultados alcanados pela empresa, significando que deva haver uma poltica rgida na concesso de prazos neste setor.

4.3.3 PRAZO MDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS (PMPC) PMPC = 360 dias x (Fornecedores / Compras)OBJETIVO: Indicar o nmero de dias que decorrem, em mdia, entre a compra e seu efetivo pagamento aos fornecedores. Seu resultado para efeito de anlise financeira ser considerado quanto menor, melhor para segurana do credor, pois ultrapassando-se o padro poderemos interpret-lo como se a empresa estivesse pagando seus compromissos com impontualidade, a no ser que tenha o privilgio de maior prazo junto aos seus fornecedores. INTERPRETAO: H uma proximidade do ndicepadro no ano de 2004. Nos demais, o padro do setor superior ao da empresa, portanto melhor.

4.4 ESTRUTURAO DE CAPITAISA porta de entrada do capital, numa empresa, o passivo. Pelo passivo, temos a possibilidade de registrar a entrada dos capitais de terceiros e dos capitais prprios. Quando uma empresa se forma, se tivermos conhecimento do

estudo denominado necessidade de capital de giro, que ser abordado num dos captulos finais deste livro, conseguiremos propor aos scios ou acionistas o capital social inicial ideal e correto para que a empresa tenha sua inaugurao financeira de forma adequada. Entretanto, o tempo passa, as empresas crescem ou decrescem, tm lucro ou tm prejuzo, e uma deteriorao nesta formao tima inicial poder ocorrer. a que os ndices que mostram a estrutura de capital so importantes. Eles vo nos indicar como a empresa est em relao melhor distribuio entre os capitais prprios e os capitais de terceiro. Se esta distribuio conveniente ou inconveniente, financeiramente, se est de acordo com o setor, e, em especial, se tem condies de arcar com o pagamento de despesas financeiras motivadas pela ida a bancos.

4.4.1 PARTICIPAO DE CAPITAIS DE TERCEIROS (PCT) PCT = (Capital de Terceiros / Patrimnio Lquido) x 100OBJETIVO: Indicar quanto a empresa recorreu em capitais de terceiros, para cada unidade de capital prprio. Seu resultado para efeito de anlise financeira ser considerado quanto menor, melhor para a segurana do credor. INTERPRETAO: O resultado deste ndice no setor elevadssimo. A empresa

apresenta resultados bem melhores que seus concorrentes.

4.4.2 COMPOSIO DO ENDIVIDAMENTO (CE) CE = (Passivo Circulante / Capital de Terceiros) x 100OBJETIVO: Indicar a relao entre os compromissos com terceiros a curto prazo e a somatria destes com os de longo prazo.Seu resultado para efeito de anlise financeira ser considerado quanto menor, melhor para a segurana do credor, pois dado o imediatismo tpico das relaes entre fornecedor/cliente, o credor sentir-se- no ameaado, se as dvidas tiverem vencimentos mais distantes do momento da venda, por exemplo, se a relao necessria for a concesso de crdito ou emprstimo bancrio.

INTERPRETAO: A exemplo dos demais ndices deste grupo, a empresa encontrase mais bem situada do que as dos concorrentes.

4.4.3 IMOBILIZAO DO PATRIMNIO LQUIDO (IPL) IPL = (Ativo Permanente / Patrimnio) x 100OBJETIVO: Indicar a relao entre os capitais prprios e sua aplicao em ativos cuja inteno no seja a de convert-los em dinheiro para o giro do negcio. Seu resultado para efeito de anlise financeira ser considerado quanto menor, melhor para a segurana do credor, uma vez que um credor no estar interessado nas imobilizaes de seu cliente, a

no ser para obteno de garantias, mas sim no fato de os capitais prprios estarem distribudos no ativo circulante. H que tomar-se o cuidado de utilizar-se no clculo do ndice o ativo permanente bruto, no deduzido das depreciaes ou exaustes acumuladas.

INTERPRETAO: Imobilizar 390% do Patrimnio Lquido necessitar totalmente de capitais de terceiros para o giro do negcio. A empresa em questo encontra-se com um ndice alto, mas bem melhor que seus concorrentes.

4.4.4 IMOBILIZAO DOS RECURSOS NO CORRENTES (IRNC) IRNC = {Ativo Permanente / (Patrimnio Liquido + Exigvel Longo Prazo)} x 100OBJETIVO: Indicar a relao entre os recursos prprios e os de longo prazo, com as destinaes a investimentos permanentes no ativo. Seu resultado para efeito de anlise financeira ser considerado quanto menor, melhor para a segurana do credor, por razes semelhantes ao ndice apresentado anteriormente. INTERPRETAO: Este ndice no objeto de coleta de dados por parte da Serasa, mas observa-se uma seqncia linear nos seus resultados, o que, por si s considerado salutar. 4.5 RENTABILIDADETodo negcio deve render, aos scios ou acionistas, o merecido reembolso do capital empregado. a mxima do Capitalismo. Ningum faz diferente. O

problema que se apresenta aos gestores financeiros dimensionar a possibilidade de lucratividade de um negcio. Uma situao o percentual que o scio ou acionista deseja, para que seu capital seja bem remunerado. Outra situao a possibilidade de cada negcio render a ele, quer ele seja o administrador ao mesmo tempo, quer tenha entregue esta rdua tarefa a um profissional. Os indicadores de rentabilidade possibilitam apresentar esta medida sob vrios ngulos, na expectativa de que todos, em seu conjunto, consigam responder tarefa de bem remunerar o dono do negcio.

4.5.1 GIRO DO ATIVO (GA) GA = Vendas / AtivoOBJETIVO: Indicar o potencial de venda em relao aos investimentos que foram destinados ao ativo total, ou quantas unidades monetrias consegue vender em relao ao total do ativo. Seu resultado para efeito de anlise financeira ser considerado quanto maior, melhor para a segurana do credor. Em termos de resposta, informamos em vezes. INTERPRETAO: A empresa tem um resultado bem mais favorvel que seus concorrentes, e, de certa forma, so resultados lineares e regulares.

4.5.2 MARGEM LQUIDA (ML) ML = Lucro Lquido / Vendas

OBJETIVO: Indicar o percentual de lucratividade final, em relao s vendas totais. Seu resultado para efeito de anlise financeira ser considerado quanto maior, melhor para a segurana do credor, apesar de reconhecermos o percentual como irrelevante muitas vezes, em comparao com o montante monetrio que determinada lucratividade poder proporcionar. INTERPRETAO: Apesar da irregularidade nos resultados, a empresa encontra-se bem acima da expectativa de seus concorrentes.

4.5.3 RENTABILIDADE DO ATIVO (RA) RA = (Lucro Lquido / Ativo) x 100OBJETIVO: Indicar a lucratividade em relao s aplicaes que destinou ao ativo total, ou seja, sobre recursos prprios e de terceiros, ou qual o percentual que essa relao representa. Seu resultado para efeito de anlise financeira ser considerado quanto maior, melhor para a segurana do credor. tambm conhecido mundialmente como ROI Return on Investiment. INTERPRETAO: Como o lucro lquido cresceu, mas de forma irregular, sua influncia nos ndices onde ele utilizado a mesma. Os resultados da empresa so bem melhores do que seus concorrentes.

4.5.4 RENTABILIDADE DO PATRIMNIO LQUIDO (RPL)

RPL = (Lucro Lquido / Patrimnio Lquido) x 100OBJETIVO: Indicar a lucratividade em relao aos capitais prprios, posicionando esses capitais diante de investimento alternativos. Seu resultado para efeito de anlise financeira ser considerado quanto maior, melhor para a segurana do credor. tambm conhecido mundialmente como ROE Return on Equity. INTERPRETAO: A expectativa dos concorrentes em 36% considerada uma margem alta neste retorno. A empresa no conseguiu em 2003, mas obteve sucesso nos dois exerccios seguintes.

4.6 OUTROS NDICES IMPORTANTESUma consulta bibliografia existente no Pas e no exterior levar-nos- a uma centena de ndices ou indicadores destinados a analisar as demonstraes financeiras. Procuramos restringir ou diminuir sua quantidade, at porque dez a vinte ndices quantidade comprovadamente suficiente para uma anlise adequada das demonstraes financeiras. Respeitando e enaltecendo, mais uma vez, o trabalho da Serasa, iremos sugerir alguns outros indicadores, os quais tm padro divulgado na parceria FiespSerasa disposio na Internet:

4.6.1 OBSOLESCNCIA DO IMOBILIZADO (OI)

OI = (Depreciao Acumulada / Imobilizado) x 100 4.6.2 EVOLUO NOMINAL DAS VENDAS (ENV) ENV = {[(Receita Bruta ano atual) / (Receita Bruta ano anterior)]} x 100 4.6.3 MARGEM EBITDA (ME) ME = (EBITDA / Receita Bruta de Vendas) x 100 4.6.4 COBERTURA DE DVIDAS (EM MESES) (CD) CD = Capital de Terceiros / EBITDAComo pudemos constatar, o elemento de ndices escolhidos pode retratar a performance da empresa em anlise, pelos diversos enfoques que eles trazem a luz. Quando comparados os padres da Serasa, que nos mostram como reagiram as empresas concorrentes ou do mesmo ramo, fica ainda mais evidenciada a situao da empresa, embora no se possa adiantadamente concluir que uma empresa abaixo do padro possa vir a causar problemas a seus fornecedores. Com indcio, estaramos certos ao afirm-lo, mas nem sempre uma informao como esta poderia traduzir-se em certeza de ocorrncia.

4.7 CONSIDERAES SOBRE OS NDICESPoderemos concluir alguns aspectos, com referncia anlise financeira, que nos informam os ndices, objetivando a uma certa preveno quanto vulnerabilidade eventual que podemos encontrar:

A avaliao da necessidade de financiamento para o giro do negcio pode ser percebida pelos ndices: prazo mdio de renovao de estoque e prazo mdio de recebimento das vendas; Essa necessidade, a princpio, atendida pelos fornecedores, e, se os crditos no forem suficientes, a alternativa mais adequada complement-la com recursos prprios. Financiamento bancrio de curto prazo trar acrscimo nas despesas financeiras e requer alavancagem adequada para que no haja queda na lucratividade; Os ndices de liquidez corrente e geral abaixo de 1 indicam aperto financeiro ou insufi cincia de recursos para pagamento dos compromissos existentes; Se o prazo mdio de renovao de estoques for elevado, indicando estoques de difcil comercializao ou de elevado volume, teremos a ocorrncia de possveis problemas financeiros, uma vez que os compromissos so predeterminados e independentes do giro; A rentabilidade o melhor indicador para a estabilidade dos negcios. O prejuzo, mesmo que eventual, traz diminuio dos capitais prprios e conseqncia danosa ao equilbrio que os fornecedores e bancos esperam de seus clientes;

A comparao de trs exerccios sociais simultaneamente mostra a regularidade da empresa. tolervel uma seqncia de ndices abaixo do padro, mas altamente perigosa a constatao de queda ano a ano; Quando examinamos trs exerccios sociais, precisamos atentar aos aspectos econmicos que influenciaram empresas naquelas oportunidades. No Brasil, na ltima dcada, motivos governamentais alteraram substancialmente a performance das empresas; Os ndices de rentabilidade possibilitam verificar se o resultado deixa margem suficiente para a manuteno e desenvolvimento do giro do negcio, bem como determinam a capacidade de liquidao de compromissos a longo prazo.

MDULO 5ANLISE DO CAPITAL DE GIROPara procedermos ao estudo sobre o capital de giro, importante ressaltar o enfoque a que ser submetido: qual o valor necessrio sustentao do ativo circulante, segundo o planejamento financeiro desejado pela organizao. A expectativa de qualquer analista ser a de que a organizao deva administrar corretamente seu capital de giro, com conscincia empresarial, equilibradamente, de forma que qualquer excesso no venha a prejudicar seu comportamento junto a seus credores, sejam fornecedores ou bancos.

Iniciaremos com as diversas conceituaes interpretadas de diversos autores, a respeito do significado de capital de giro e suas variaes. a) o conceito de capital de giro (ou capital circulante) identifica os recursos que giram (ou circulam) vrias vezes em determinado perodo. Ou seja, corresponde a uma parcela de capital aplicada pela empresa em seu ciclo operacional, caracteristicamente de curto prazo, a qual assume diferentes formas ao longo de seu processo produtivo e de venda. b) capital de giro so os ativos que normalmente devem circular e ser transformados em dinheiro (pelo menos em parte) durante o ciclo operacional da empresa. c) em sentido amplo, o capital de giro representa o valor total dos recursos demandados pela empresa, para financiar seu ciclo operacional, o qual engloba, conforme comentado, as necessidades circulantes identificadas desde a aquisio de matrias-primas at a venda e o recebimento dos produtos elaborados. d) Capital de Giro Lquido representa, de maneira geral, o valor lquido das aplicaes (deduzidas das dvidas a curto prazo) processadas no ativo(capital) circulante da empresa. Segundo essa conceituao, a forma mais direta de obter-se o valor do capital de giro lquido mediante a simples diferena entre o ativo circulante e o passivo circulante ou seja:

CGL (CCL) = Ativo Circulante - Passivo Circulantee) Segundo um enfoque rigoroso, o capital de giro lquido

representa geralmente a parcela dos recursos de longo prazo (recursos permanentes) aplicada em itens ativos de curto prazo (circulante). Na realidade, essa interpretao acurada do capital de giro lquido processada de baixo para cima no balano, isto , identificando-se os valores passivos de longo prazo (prprios ou de terceiros) que esto financiando o ativo circulante da empresa. Em outras palavras, o CGL representa a parcela do financiamento total de longo prazo que excede as aplicaes tambm de longo prazo. Algebricamente, o clculo desse valor obtido pela seguinte expresso:

CGL (CCL) = (Patrimnio Lquido + Exigvel a Longo Prazo) - (Ativo Permanente + Realizvel a Longo Prazo)Para corresponder ao enfoque desenvolvido neste estudo, no devemos atender unicamente aos conceitos relativos aos ativos circulantes, uma vez que o crdito concedido pelo fornecedor ou banco est nos passivos circulantes, grupo do balano patrimonial que ampara outros crditos tambm relevantes. De uma forma mais ampla tambm, iremos nos situar na forma como a empresa administra seu capital de giro, pois estar nessa eficincia o recebimento do crdito, quer pelo fornecedor, quer pelo banco, ou qualquer outro tipo de credor, com pontualidade ou segurana. administrao do capital de giro relaciona-se, em geral, a administrao de tais ativos - ou seja, caixa, ttulos negociveis, valores a receber e estoques alm de dizer respeito aos itens do exigvel circulante.

O nvel de capital de giro define o volume de fundos de capital de giro que ser exigido pela firma numa base permanente ou contnua. Outras necessidades de capital de giro, alm deste nvel, ocorrem de vez em quando durante o ano, e ns as denominamos exigncias variveis de capital de giro. H em finanas uma regra praticamente axiomtica que diz: as aplicaes de fundos a curto prazo devem ser financiadas a partir de origens de fundos a curto prazo, e as aplicaes a longo prazo ou permanentes devem ser financiadas a partir de origens de fundos a longo prazo ou permanentes. O posicionamento desse estudo est, portanto, centrado nas aplicaes de fundos e nas origens de fundos a curto prazo.

5.1 POR QUE A NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO?H que recorrer-se aos motivos pelos quais as empresas necessitam de capital de giro. Recorrem-se a emprstimos bancrios ou mesmo a lanamento e venda de aes no mercado devido a vrias razes financeiras. Tecnicamente, podemos alinhar trs importantes justificativas: mutaes no nvel de operaes, mutaes de poltica e mutaes na tecnologia, sobre as quais discorreremos a seguir:

5.1.1 MUTAES NO NVEL DE OPERAESJustificam-se quando a empresa propulsionada a um maior volume de vendas; conseqentemente precisar de mais estoques, e suas

disponibilidades estaro dependncia da reao prprias vendas.

na das

Essas mutaes podero ocorrer: por vendas sazonais, esperadas pela normalidade nas operaes da empresa, ou at por excepcionalidade; por mudanas cclicas decorrentes talvez do prprio mercado; em decorrncia do prprio crescimento da empresa, ao qual toda organizao est sujeita. Podemos acrescentar uma quarta ocorrncia, que seria a dependncia governamental; sua poltica econmica poderia levar as empresas a maior produo, conforme ocorreu em tantas oportunidades, no Brasil.

5.1.2 MUDANAS NA POLTICA FINANCEIRATrata-se de alteraes internas ocorridas na prpria empresa, que poder, a ttulo de exemplo, ampliar o prazo de pagamento nas suas vendas a prazo, ou diferenciar sua forma de produo, diminuindo, em dado momento, o prazo mdio de rotao de seus estoques.

5.1.3 MUTAES NA TECNOLOGIAEssa varivel coloca as empresas modernas constantemente em sujeio. O processo da humanidade, principalmente na rea de processamento de dados, tem justificado a presena de equipamentos alterando o processo produtivo. Podero surgir, pelas mudanas de implantao, necessidades de capital de giro de forma ampla:

no s no ativo circulante como no ativo permanente.

5.2 COMO DECIDIR A NECESSIDADE?H tambm uma razo fundamental que contribui para o trabalho de justificar o momento da deciso entre ampliar ou no o capital de giro da empresa, quando especifica os princpios que iro nortear o administrador, no instante dessa deciso. Assim, podemos identificar, nesse momento, as seguintes situaes: as decises so tomadas na margem; igualdade entre custo marginal e receita marginal, e o papel da incerteza, que passaremos a interpretar a seguir:

5.2.1 AS DECISES SO TOMADAS NA MARGEMSegundo pode ser percebido, o administrador ir levar sempre em conta, na deciso, a receita adicional que trar qualquer iniciativa sua, por exemplo, ampliar seus estoques ou aumentar o prazo a seus clientes. A expanso na margem estaria prescrita segurana e ao interesse em alterao numa poltica j existente de administrao daqueles ativos.

5.2.2 IGUALDADE ENTRE CUSTO MARGINAL E RECEITA MARGINALA deciso estaria relacionada dependncia de lucro lquido adicional que o aumento de capital de giro trar, e relao de compensao com os custos exigidos para o prprio aumento de capital de giro necessrio quela tomada de deciso.

5.2.3 O PAPEL DA INCERTEZA OU DO RISCOAs empresas no operam em condies de absoluta segurana em seus negcios. Fatores internos e externos podero provocar alteraes no ritmo operacional. A incerteza um fator a ser considerado em qualquer deciso; o risco pode ser avaliado e possivelmente at medido. O importante que, ao ser previsto, possa assegurar ao administrador o mnimo de segurana a qualquer fator que provoque distores quanto ao equilbrio desejado.

5.3 COMO MEDIR E CALCULAR A NECESSIDADE?Os cuidados a serem observados em pases onde ainda haja inflao, como no nosso, referem-se a trs pontos considerados fundamentais: reposio dos estoques vendidos, acompanhamento da taxa de infl ao nas vendas a prazo, e recuperao das disponibilidades excessivas momentneas, mediante a aplicao destas a taxas que, pelo menos, cubram a desvalorizao monetria.

5.3.1 REPOSIO DOS ESTOQUES VENDIDOSA cautela a ser tomada pressupe a necessidade de estabelecer-se como ponto de partida para o estabelecimento do preo de venda, o custo de reposio. claro que o custo de reposio j teria includo a expectativa inflacionria de determinado perodo de tempo. Dessa forma,

estoques momentaneamente vendidos poderiam ser repostos sem qualquer erro financeiro que pudesse prejudicar o disponvel.

5.3.2 ACOMPANHAMENTO DA TAXA DE INFL AO NAS VENDAS A PRAZOA composio do preo de venda tambm dever estabelecer a expectativa infl acionria do perodo previsto entre a data da venda e a data do recebimento, para que o disponvel possa reagir favoravelmente s despesas que lhe vierem a ser impostas no decorrer desse perodo.

5.3.3 RECUPERAO DE DISPONIBILIDADE EXCESSIVAS MOMENTNEASNas ocasies em que o disponvel permanecer excessivo ou ocioso, a empresa deve acautelar-se mediante aplicaes de curto prazo, recuperando-se assim da perda inflacionria por um dia at, se for o caso. Uma vez levantadas e percebidas essas preocupaes, a deciso de ampliao do capital de giro dever ser compatvel com as necessidades da empresa, e ela ter de buscar no mercado, financeiro ou comercial, a importncia adequada a essa adequao. Essa compatibilidade estaria, por seu lado, restrita ao passado da empresa, se fssemos considerar uma anlise em seus dados contbeis j ocorridos; ou poderia levar em conta suas intenes futuras de incremento, manuteno ou mesmo reduo de suas atividades.

Para determinar a medio da necessidade de capital de giro, iremos analisar o mtodo do Prof. Dante Carmine Matarazzo que estabeleceu um sistema atravs dos prazos mdios.

NCG = CF x Vd + ANCG = Necessidade de Capital de Giro CF = Ciclo Financeiro (dias) Vd = Vendas dirias A = Ajustes Partiremos da publicao de uma empresa fabricante de produtos alimentcios, nos exerccios sociais de 2005 e 2004, para estud-las sob a tica da frmula apresentada. A obteno do ciclo financeiro dar-se-ia da seguinte forma, nos dois exerccios sociais, supondose os seguintes dados auxiliares:

Iniciando-se os clculos, temos a seguinte seqncia: X X X X X X X X X

X

X

X X X X X X X X X X

X

x Os ajustes so obtidos pela diferena dos outros ativos circulantes, de outros passivos circulantes, que no os envolvidos nos grupos clientes, estoques, fornecedores j devidamente considerados no ciclo financeiro. Assim, temos:

O mesmo mtodo aponta a necessidade de compatibilizar os prazos mdios utilizados para a obteno do ciclo financeiro. A proposta analis-los sob o ngulo da equivalncia, uma vez que considera, e com razo, que h uma defasagem dos valores

das frmulas, em funo dos dias envolvidos em seus resultados. Dessa forma, prope a equivalncia de dois prazos mdios: o de estoques e o de compras. X

X Propondo-se a soluo aps as alteraes, temos as respostas: X X X X X X X X X X

X

X

X X X X X X X X X X

X

X A interpretao que podemos fazer a partir destes montantes, depender da concordncia sobre o conceito dominante de que Capital de Giro e Capital Circulante sejam praticamente sinnimos. Se for aceito, podemos concluir: - Em 2004, a NCG valor de $ 53.964 - Em 2004, o Ativo somou $ 60.828 - Em 2005, a NCG valor de $ 51.368 - Em 2005, o Ativo somou $ 60.385 atingiu o Circulante atingiu o Circulante

Dessa forma, a empresa em questo tinha, s pocas citadas, um ativo circulante at superior s suas necessidades financeiras, o que se comprova, se analisarmos alguns ndices de liquidez.

5.4 COMO ESTABELECER O CAPITAL SOCIAL INICIALPreocupao constante tm os empreendedores, quando desejam montar seus negcios, em relao ao Capital Social que suportar o negcio, especialmente em seu incio. H empreendedores que dispem do numerrio e h outros que no. A elaborao de um plano

de negcios, que no objeto de estudo neste trabalho, poderia ser simplificada apenas neste aspecto, que o do valor necessrio ao incio financeiro de uma organizao.

Passo 1 A primeira questo estabelecer qual o valor do ativo imobilizado que ser adquirido (mveis, mquinas, equipamentos, veculos, edifcios, terrenos etc.) Passo 2 A segunda questo estabelecer qual o valor do capital de giro que ser necessrio para suportar os estoques, as vendas a prazo, os custos e despesas que devem ser pagos, e quem nos dar algum prazo para pagar nossos fornecedores e demais gastos. Passo 3 A terceira questo estabelecer o valor mensal previsto para as vendas, e a esto compreendidos os preos, os custos das vendas, e demais componentes como sazonalidade, periodicidade etc..

claro que, num plano de negcios, estas nove informaes seriam objeto de intensa pesquisa, e de muita dificuldade de previso, mas poderiam ser objeto de estudo nos dados da concorrncia. Temos de deixar de

lado estas preocupaes, e trabalhar apenas com a formulao, pois nesse sentido a obteno do capital social relativamente simples de ser calculada. A fim de facilitar nosso estudo, as informaes - estoques, duplicatas a receber e fornecedores - foram retiradas de demonstraes financeiras de empresas do mesmo segmento, com nmeros prximos ao que se deseja em nosso simplificado plano de negcios. Para calcular-se o capital social inicial de uma empresa, inicialmente devemos estabelecer a necessidade de capital de giro: X

X X X X X X X X

X

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X X X X X X X X

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Observao: As diferenas existentes abaixo indicadas, referem-se a arredondamentos nos clculos: PMRE Estoques 5.055 Estoques 4.844 PMRV D.Receber 5.981 D.Receber 5.920 PMPC Fornecedores 3.068 Proposto Apurado

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Proposto Apurado

Proposto