Resumo a Era Do Economista Cap. I a V

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7/24/2019 Resumo a Era Do Economista Cap. I a V http://slidepdf.com/reader/full/resumo-a-era-do-economista-cap-i-a-v 1/8 FUSFELD, Daniel R. A Era do Economista. São Paulo: Saraiva, 2001, cap.1-5 Surge a economia de mercado (Cap.1)  A economia de mercado se desenvolveu em larga escala somente após a Idade Média, após o século XV. As mudanças trazidas pelo novo sistema – o comércio – afetou até os aristocratas e clérigos. No séc. XVI Bencon criticou e condenou o sistema de mercado aonde reinava a ganância dos homens. Thomas Wilson, contemporâneo de Thomas Bencon, relatou que tanto os camponeses quando os homens mais nobres mediam seus atos a fim de conseguirem maiores lucros. O modelo tradicional de trabalho e troca de serviços foi gradativamente, da Idade Medieval à Moderna, modificando-se e tomando mais características de mercado. Os camponeses que passaram a ser arrendatários de terras de seus senhores tinham que pagar-lhes uma quantia pelo uso da terra, para conseguirem pagar a taxa de uso e, ainda, ter com que sobreviverem começaram a vender algumas insumos que sobravam de suas produções. Os donos de terra com o dinheiro que ganhavam das taxas de arrendamento conseguiam comprar mais propriedade, muitas vendidas pelos próprios camponeses que precisavam do dinheiro para sobreviver, e conseguiam produzir mais e lucrar mais. Os proprietários, ávidos por maiores lucros, aumentavam as taxas e os camponeses se viram obrigados a cultivar mais para que pudessem vender. E assim, esta busca por sobrevivência e lucro fez nascer um ciclo de comércio – compra e venda de insumos.  Antes da  popularização  do comércio já existiam as trocas, compra e venda, porém estava delimitada ao comércio a distância ou troca de materiais preciosos e raros. Foi na Idade Moderna que a Economia de Mercado de fato se estabeleceu. Além dos fatores já mencionados houve outros que influenciaram significativamente para a instauração do mercado, como: As descobertas marítimas, o surgimento do Estado-Nação e novas estratégias de guerra.  As descobertas marítimas do século XV e XVI abriram enormes oportunidades de negócio e desencadearam um intenso fluxo de capital rumo à Europa na forma de ouro e prata (...). O surgimento

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FUSFELD, Daniel R. A Era do Economista. São Paulo: Saraiva, 2001, cap.1-5

Surge a economia de mercado (Cap.1)

 A economia de mercado se desenvolveu em larga escala somente após

a Idade Média, após o século XV. As mudanças trazidas pelo novo sistema – o

comércio – afetou até os aristocratas e clérigos. No séc. XVI Bencon criticou e

condenou o sistema de mercado aonde reinava a ganância dos homens.

Thomas Wilson, contemporâneo de Thomas Bencon, relatou que tanto

os camponeses quando os homens mais nobres mediam seus atos a fim de

conseguirem maiores lucros.

O modelo tradicional de trabalho e troca de serviços foi gradativamente,

da Idade Medieval à Moderna, modificando-se e tomando mais características

de mercado. Os camponeses que passaram a ser arrendatários de terras de

seus senhores tinham que pagar-lhes uma quantia pelo uso da terra, para

conseguirem pagar a taxa de uso e, ainda, ter com que sobreviverem

começaram a vender algumas insumos que sobravam de suas produções. Os

donos de terra com o dinheiro que ganhavam das taxas de arrendamento

conseguiam comprar mais propriedade, muitas vendidas pelos próprios

camponeses que precisavam do dinheiro para sobreviver, e conseguiam

produzir mais e lucrar mais. Os proprietários, ávidos por maiores lucros,

aumentavam as taxas e os camponeses se viram obrigados a cultivar mais

para que pudessem vender. E assim, esta busca por sobrevivência e lucro fez

nascer um ciclo de comércio – compra e venda de insumos.

 Antes da  popularização  do comércio já existiam as trocas, compra e

venda, porém estava delimitada ao comércio a distância ou troca de materiais

preciosos e raros. Foi na Idade Moderna que a Economia de Mercado de fato

se estabeleceu. Além dos fatores já mencionados houve outros que

influenciaram significativamente para a instauração do mercado, como: As

descobertas marítimas, o surgimento do Estado-Nação e novas estratégias de

guerra.

 As descobertas marítimas do século XV e XVI abriram enormesoportunidades de negócio e desencadearam um intenso fluxo de

capital rumo à Europa na forma de ouro e prata (...). O surgimento

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dos „Estado-Nacionais‟ destruiu boa parte do poder político dos dois

pilares da velha ordem: a nobreza e o clero. Novas estratégias de

guerra (...) requeriam dinheiro e controle. Assim, criaram-se sistemas

de impostos nacionais e fluxos de renda (...) estimulando ainda mais

o crescimento dos mercados. (FUSFELD; 2001, p.12)

Esta nova fase fez com que os hábitos mudassem, assim como foi

apontado no texto  A crítica à Economia Política Clássica,  a Economia é

multidisciplinar, ou seja, tem relação com a política, cultura e sociedade. Neste

caso a Economia promoveu uma transformação nos velhos hábitos (mudanças

culturais) como o costume de guerrear que foi deixado de lado (deixou de ser

um hobe) para dedicação de mais tempo aos afazeres que rendiam lucros e

não prazer. “O futuro residia na riqueza e nos lucros advindos do comércio.”1 

Religião e Economia

 A igreja2 sempre tentou, e podemos dizer que conseguiu, manter seus

fiéis no caminho correto. Este caminho correto significava seguir o caminho do

Cristo, ou seja, manter uma vida como a de Jesus Cristo (na humildade e

pobreza). Trabalhar enfatidiosamente e ter muitas privações fazia parte do

pagamento pelos pecados, a vida para um camponês era um verdadeiro

purgatório. Mas, com a mudança de um sistema de produção de subsistência

para um sistema de trocas comerciais a igreja se viu na obrigação de orientar

seus fiéis para que eles não caíssem  num mundo de  perdições. Em outras

palavras, a igreja condenava a busca por lucros  – o enriquecimento. “A busca

de riqueza em benefício próprio era uma atividade pecaminosa (...) que

desviava a atenção da salvação e da condução de uma vida moralmente

correta.”3 

No entanto, o que percebeu-se foi que os homens estavam se

importando mais com seus lucros do que com a salvação de suas almas. A

igreja não podia mais lutar contra essa força maior – a Economia de Mercado – 

então passou a buscar conceitos éticos para embasar esta prática. A igreja

encontrou a solução na aplicação de fundamentos de justiça – o preço justo. 

No séc. XIII escolásticos, filósofos, católicos e professoresdesenvolveram pensamentos sobre a questão do preço justo. Idéias que se

relacionavam, porém, próprias de cada seguimento.

“... identificavam o preço justo como aquele que garantia a contínua

reprodução da ordem social [...]. Eliminando-se todas as formas de

monopólio e controle de mercado, a concorrência entre os

1 FUSFELD, Daniel. A era do Economista. São Paulo: Saraiva, 2001, p.12

2 Quando dito igreja para este período, início da Idade Moderna, refere-se à religião católica.

3 FUSFELD, Daniel. A era do Economista. São Paulo: Saraiva, 2001, p.13

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revendedores manteria o preço de mercado em um nível que caberia

apenas o custo de produção e um lucro normal.”4 

 A análise de preços justos de mercado iniciou-se com a igreja e a

análise de preços de mercado, propriamente dita, começou com os

escolásticos. Eles também se preocupavam com a busca e manutenção dobem-estar das pessoas conseguido através dos processos de mercado.

Para Thomas Middleton, monge inglês, e Duns Scotus, professor, as

trocas, compras e vendas beneficiavam tanto compradores como vendedores.

Segundo eles, se não beneficiassem a ambos simplesmente não ocorreriam.

Eles ainda acreditavam que estes processos “aumentavam o bem-estar dos

indivíduos.”5 

 A questão do preço justo entre compradores e comerciantes mais

gananciosos continuava sendo um problema religioso. As pessoas estavammuito mais preocupadas, mesmo depois das intervenções religiosas, ainda

com o enriquecimento e com a conquista de um status quo. Na virada da era

Medieval para a Moderna o dilema da moral religiosa versus o enriquecimento

pelo mercado se impôs diante às pessoas. Ou ser fraterno e justo para com os

outros ou ser rival e obter cada vez mais bens e sucesso. As pessoas

começaram a questionar se Deus6  realmente desaprovava o novo modo de

vida aonde as pessoas tinham a possibilidade de ter condições melhores. Este

questionamento levou à heresia protestante e deu embasamento para a

Reforma Protestante7. Uma nova moral dizia que Deus confiou a cada

indivíduo uma vocação, qualquer vocação levaria à plenitude desta pessoa,

mesmo que sua vocação fosse para o comércio. A descoberta da vocação era

percebida quando se conseguia prosperar através dela (ter estabilidade

econômica). Ter posses e bens não era condenável por está nova moral, mas

se perder no luxo e ociosidade sim. Esta nova concepção adequou-se às

realidades da classe média urbana e contribuiu para o acúmulo de riquezas

pelas pessoas, que por sua vez, contribuiu para a expansão econômica.

Trabalhar várias horas por dia e conseguir poupar não mantendo vícios

ou esbanjando era a nova meta para se ser um bom homem. Mas, uma novaquestão se colocou, quem não conseguia ter uma vida economicamente

estável era então um mal cristão?

Primórdios da Ciência Econômica (Cap. 2)

4 Idem, p.14

5

 Idem6 Quando dito Deus, neste caso, refere-se à divindade monotéica católica cristã.

7 A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão culminado no início do séc. XVI

por Martinho Lutero. Este movimento questionava a doutrina da Igreja Católica Romana.

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  A ciência econômica moderna preocupava-se em saber qual era a fonte

última de riqueza de uma Nação. Se era o comércio, a agricultura ou o próprio

trabalho humano.

Os Mercantilistas

Os mercantilistas foram os primeiros a se preocuparem com a questão

da fonte de riqueza nacional. Este era um questionamento que enfrentava dois

problemas: um interno e outro externo. O problema interno era o uso da

unidade: era preciso se criar um sistema interno de moedas unificadas. Na luta

pela instauração de um sistema monetário interno os monarcas tinham apoio

dos mercadores, que se beneficiariam com a unificação da economia e a

diminuição das barreiras comerciais locais. Os monarcas também tinham o

apoio dos pequenos possidentes de terra. Os pequenos proprietários de terraestavam preocupados com o aumento do poder do Estado para assegurar o

equilíbrio entre o poder da Nobreza e assim, pouco a pouco, assegurar que

seus bens também crescessem. Além desses apoios também contavam com

os juristas, pessoas que entendiam das complicadas relações econômicas que

se impuseram; os funcionários do governo e a Corte Real. Embora estes

últimos estivessem em menor número tinham grande influência.

 A aliança político-econômica desses grupos deu origem ao pensamento

mercantilista. Os mercantilistas formavam o “primeiro corpo teórico organizado

de pensamento econômico moderno.”  [Eles] visavam a unificação da nação

sob o comando de um único e poderoso dirigente, desenvolvimento de suas

forças militares e naval (...) [e] crescimento (...) [da] riqueza” 8.

Os mercantilistas apoiavam a manufatura. O comércio exterior, que

surgiu com as colônias, era controlado por tarifas, leis de navegação e

restrições alfandegárias. Apoiavam o desenvolvimento agrícola sobretaxando

as importações para que produtos agrícolas não fossem importados e sim

plantados, e taxavam as exportações para que os produtos permanecessem

dentro do país. Acreditavam que quando mais acumulassem de riqueza dentroda nação mais desenvolvida ela se tornaria. Então, efetuava essas práticas de

dificultação da importação e exportação, além, de também não permitirem que

as trocas fossem feitas com metais preciosos (ouro e prata mais

especificamente) e com somente produtos agrícolas supérfluos.

Nesse tempo os mercados eram limitados e havia baixo poder aquisitivo.

Não havia dinheiro nem crédito para que o comércio fluísse. O governo acabou

tendo que recomendar a “política monetária frouxa” que significou o aumento

de dinheiro disponível para a facilitação do comérc io e “manter baixa as taxas

8 FUSFELD, Daniel. A era do Economista. São Paulo: Saraiva, 2001, p.22

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de juros”9. Mas, também tinha o problema da inflação, então não se podia

aumentar o fluxo de moedas no mercado.  A inflação criava problemas para “os

trabalhadores e para os mais pobres porque os aumentos salariais tendiam a

ficar defasados em relação aos aumentos de preços (...) [além de reduzir] a

demanda externa por manufaturados domésticos e, por fim, resultavam em

piora das condições econômicas domésticas.” 10 

Políticas econômicas e internacionais (...) tornaram-se estreitamente

inter-relacionadas (...). Aprenderam (...) que, se a oferta interna de

moeda e o poder de compra se expandissem mais rapidamente do

que a oferta de bens disponíveis para venda, os preços internos

aumentariam, as importações cresceriam e as exportações

diminuiriam (...). Argumentavam que, se as exportações excedessem

as importações, ouro e prata adentrariam o país, mas dinheiro tornar-

se-ia disponível, o crescimento econômico seria estimulado e a

riqueza da nação aumentaria. (FUSFELD; 2001, p.24)

Ilustração11 

Oposição ao Mercantilismo

 As políticas do mercantilismo eram favoráveis aos grandes mercadores

e financistas que trabalhavam na economia internacional. A manutenção do

poder nacional satisfazia os dirigentes e funcionários do governo. Mas, o

crescimento da economia e suas políticas pareciam não favorecer a agricultura

nem a indústria. Então inicia-se o questionamento do mercantilismo em

meados do século XVIII.

9 Idem, p.2310

 Idem, p. 23-2411

 Séfora Semíramis

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 As pequenas empresas sentiam-se prejudicadas com o monopólio

concedido às grandes empresas. Também os pequenos proprietários de terra

se ressentiam com as taxas lhes impostas para a manutenção do poder

nacional. Começou-se a questionar essa dependência com o Estado e, além

da dependência, as imposições que só visavam o poder do Estado e dos

poderosos que o apoiavam. Questiona-se se a nação estava realmente

crescendo com todas as imposições sobre os de poder minoritário.

Os questionamentos dessa minoria (em posse de poder e bens) tinham

razão de serem feitos. Mas, nada era feito por que o sistema econômico, da

forma como era, era benéfico para os que detinham o poder. Entre estes havia

o favorecimento mútuo e aos outros a exploração.

Problemas do mercantilismo

 Alta tributação e taxação aos pequenos proprietários, pequenoscomerciantes, camponeses e pobres em geral;

Permissão do monopólio de grandes indústrias pelo governo;

Sonegação de impostos e taxas, burlagem das sistemáticas

imposições mercantilistas pelos poderosos;

Governo que também participava da corrupção e passivo às

sonegações dos nobres.

Os fisiocratas

Os fisiocratas eram antimercantilistas. Eram um grupo francês lideradopor Quesnay, os fisiocratas não compreendiam as regras mercantis como a

melhor forma de se obter uma economia crescente que beneficie o Estado e

sua população. Não viam, primeiramente, no comércio e na indústria a força

motora para o crescimento econômico nacional. Com esta negação aos

princípios mercantilistas, exploração da indústria e comércio, associado ao

naturalismo nasceu a fisiocracia. Quesnay acreditava que a riqueza vinha da

natureza, portanto, valorizava a agricultura. Dizia ele que a produção de

excedentes agrícolas seria capaz de formar a renda, os salários e o poder de

compra.

Quesnay “acreditava piamente que toda riqueza provinha (...) de um

processo gerador criado por Deus. Por crer na supremacia das leis naturais ele

defendia que um regime de liberdade econômica não era apenas natural, como

também benéfico e auto-regulável.” 12 

Liberalismo econômico

O pensamento liberalista econômico iniciou-se no final do século XVII à

início do XVIII, mas foi predominante no século XIX e vive até hoje, porém,

como “ideologia capitalista clássica”. Os primeiros liberalistas, antes de Adam

12 FUSFELD, Daniel. A era do Economista. São Paulo: Saraiva, 2001, p.27

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Smith, defendiam a libertação das barreiras comerciais (comércio

internacional), das tarifas abusivas, do monopólio e da regulamentação.

Os liberalistas defendiam a tese de que a busca particular por

manutenção da vida e acúmulo de bens em benefício próprio também geram

benefícios à sociedade com um todo.

Bernard de Mandeville afirmava que “os avanços da civilização resultam

de vícios, não de virtudes. O progresso provinha de interesses egoístas do

indivíduo  – desejo de levar uma vida fácil, confortável, luxuosa e prazerosa  – 

não de alguma propensão natural a trabalhar intensamente e poupar [como

contribuía a igreja no fim da idade média a fazer] (...). A prosperidade e o

crescimento econômico seriam ampliados caso se desse espaço à motivação

egoísta dos indivíduos (...). O vício do egoísmo incitaria as pessoas a

maximizar seus ganhos e, em conseqüência, aumentar a riqueza da nação.” 13 

“Vícios privados geram benefício públicos.” 

Já Cantillon une as idéias de North e Hume sobre a competitividade do

mercado e de Mandeville sobre o incentivo ao egoísmo ao racionalismo

cartesiano para afirmar que “o auto interesse racional por parte dos

comerciantes operando num sistema de mercados competitivos ajustáveis

levaria a uma rede de preços e quantidades mutuamente compatíveis.”14 

Teoria do valor-trabalho

Segundo o pensamento liberalista a fonte de riqueza da nação repousa

sob o trabalho humano por que as pessoas precisam se alimentar, vestir,

abrigar e ter algum conforto e se elas conseguirem satisfazer suas

necessidades através do trabalho se sentiriam cada vez mais motivadas a

produzir. A motivação para a produção resultará no crescimento econômico de

toda nação.

Para que o crescimento seguro se fizesse por esta perspectiva era

necessário que a riqueza fosse acessível a todos que trabalhassem para galgá-

la. Dito de outra forma era preciso que o Estado-nação com sua nobrezapoderosa permitissem que os pobres enriquecessem. Metaforicamente, isso

era como tirar um osso da boca de um cão faminto.

13 Idem, p.29

14 Idem, p.30

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Ilustração15 

Propriedades privadas

John Locke associou a idéia da motivação para o trabalho e “produção

da riqueza à propriedade privada”  16. Ao ter motivos para trabalhar os

indivíduos adicionam o sentido de propriedade ao produto, então é como se

elas estivessem produzindo seu próprio produto, ou seja, para seu consumo

(como de certa forma não deixa de ser). O homem deu algo de si ao produto,

seu esforço, portanto, torna-se de sua propriedade, segundo Locke.

Outros economistas, posteriormente, também argumentam a idéia de

Locke e dizem que o governo precisa proteger a propriedade privada para que

este tecido de crescimento econômico, que é favorável a todos, possa se

desenvolver e crescer.

Bases do Liberalismo em seus primórdios

Comércio competitivo (North e Hume);Incentivo ao egoísmo, trabalho humano (Mandeville);

Propriedade privada (John Locke).

Fontes de riqueza para as Nações segundo os principais pensamentos

econômicos

Comércio .......... Mercantilistas

Natureza .......... Fisiocratas

15 Séfora Semíramis

16 FUSFELD, Daniel. A era do Economista. São Paulo: Saraiva, 2001 p.30