Ressonancia e Aromaticidade

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO ANA GABRIELA VEIGA SEPULCHRO RENATHA SÍMMILY RAMOS DE SOUZA O FENÔMENO DA RESSONÂNCIA E COMPOSTOS AROMÁTICOS VITÓRIA 2014

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Ressonância e Aromaticidade

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  • INSTITUTO FEDERAL DO ESPRITO SANTO

    ANA GABRIELA VEIGA SEPULCHRO

    RENATHA SMMILY RAMOS DE SOUZA

    O FENMENO DA RESSONNCIA E COMPOSTOS

    AROMTICOS

    VITRIA 2014

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    ANA GABRIELA VEIGA SEPULCHRO

    RENATHA SMMILY RAMOS DE SOUZA

    O FENMENO DA RESSONNCIA E COMPOSTOS

    AROMTICOS

    Trabalho apresentado para avaliao do rendimento escolar

    na disciplina de Qumica III, oferecida pelo Instituto Federal

    do Esprito Santo para o Curso Tcnico em Eletrotcnica

    Integrado ao Ensino Mdio.

    Professor: Breno Lima Rodriguez

    Turma: V03

    VITRIA - 2014

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Proposta inicial de Kekul para a estrutura do benzeno ................................ 5

    Figura 2 - Estruturas de ressonncia do benzeno e seu hbrido ............................. 5

    Figura 3 - Diagrama de orbitais para compostos de camada de valncia aberta e

    fechada .................................................................................................. 6

    Figura 4 - Diagrama de energia - Energia de ressonncia do benzeno .................. 7

    Figura 5 - Representao estabilizada dos orbitaispdo anel benznico ................ 8

    Figura 6 - Estruturas de ressonncia de Benzeno e do hbrido de ressonncia ..... 9

    Figura 7 - Hibridizao dos carbonos do Benzeno ................................................ 10

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    SUMRIO

    1. Introduo ......................................................................................................... 4

    2. Aromaticidade ................................................................................................... 5

    2.1. Critrios de Aromaticidade ..................................................................... 7

    2.1.1. Critrios Energticos .............................................................................. 7

    2.1.2. Critrios Geomtricos ............................................................................. 8

    2.1.3. Critrios Magnticos ............................................................................... 8

    3. Ressonncia ..................................................................................................... 9

    4. Referncias Bibliogrficas .............................................................................. 11

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    1. INTRODUO

    A aromaticidade uma propriedade qumica apresentada por algumas

    estruturas com comportamento qumico similar. O termo aromaticidade foi usado

    pela primeira vez pelo qumico alemo August Wilhelm von Hoffman em 1855 ao

    isolar substncias de odor agradvel de algumas plantas.

    Embora tenha sido batizada com esse nome, a aromaticidade nem sempre

    est relacionada com o odor dos compostos e, ainda que a grande maioria dos

    compostos aromticos seja constituda de carbono, no se trata de uma propriedade

    exclusiva de um grupo de hidrocarbonetos. Sua ocorrncia e critrios para

    classificao sero discutidos ao longo do trabalho.

    Dentre os compostos aromticos existentes, aprofundaremos os estudos no

    benzeno, que teve vrias propostas para sua estrutura at que Friedrich August

    Kekul props uma ideia que, a princpio se mostrou mais correta. Segundo ele, os

    carbonos se ligariam de tal forma que formariam um anel, e essas ligaes

    alternariam entre simples e duplas.

    No benzeno, apesar das ligaes duplas e simples, sua estrutura simtrica,

    sendo que as ligaes possuem o mesmo comprimento, tendo uma distncia

    intermediria entre o esperado para a ligao simples e para a ligao dupla. Esse

    fato se deve ao fenmeno da ressonncia, que ocorre em compostos aromticos e

    ser explicado detalhadamente no decorrer deste trabalho.

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    2. Aromaticidade

    Historicamente, por volta de 1800, o odor das substncias foi considerado

    como primeiro critrio qualitativo utilizado para classificar substncias como

    aromticas ou no.

    Por volta da metade do sculo XIX alguns qumicos considerados

    estruturalistas comearam a sugerir algumas propostas para a estrutura de

    benzeno como a de Loschmidt (1861), Ladenburg (1869), Claus (1866), Dewar

    (1866), e ArmstrongBayer (1887), sendo algumas delas quase ao mesmo tempo

    que a de Kekul (1865), que seria a mais prxima da real estrutura do benzeno

    Kekul props inicialmente que as duas formas do tipo ciclo-hexatrieno

    existiam na forma de equilbrio, ou seja, duas estruturas qumicas distintas e

    presentes em quantidades iguais.

    Kekul

    Figura 1 - Proposta inicial de Kekul para a estrutura do benzeno

    J no incio do sculo XX, entendeu-se que no existia nenhum equilbrio

    entre as formas do benzeno e sim estruturas cannicas de ressonncia que

    perfazem um hbrido.

    ____________

    Figura 2 - Estruturas de ressonncia do benzeno e seu hbrido

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    Em 1929 a estrutura do benzeno seria definitivamente comprovada pela

    obteno da primeira estrutura de raios-X de um derivado, o hexametilbenzeno.

    No ano de 1931 Hckel, utilizando a teoria de orbitais moleculares esclareceu

    muitos pontos sobre as estruturas eletrnicas dos compostos orgnicos e de

    aspectos como a aromaticidade. Hckel mostrou que hidrocarbonetos cclicos com

    (4n+2) eltrons (sendo num nmero inteiro) possuam uma estabilidadeextrade

    energia, isto porque seriam compostos de camada de valncia fechada (sem

    eltrons desemparelhados) aromticos.

    Figura 3 Diagrama de orbitais para compostos de camada de valncia aberta e fechada

    A teoria de Hckel passou a explicar um grande nmero de fenmenos,

    reaes e a fazer parte do prprio conceito da aromaticidade.

    Exceo da regra de Huckel:

    Foi verificado que alguns compostos, como os anulenos, possuam o nmero

    adequado de eltrons , mas no as demais propriedades de um composto

    aromtico (estabilidade, reatividade, propriedades magnticas tpicas e planaridade

    da molcula). As explicaes foram baseadas na falta de planaridade dos anulenos,

    provocada pelas repulses dos hidrognios internos destas estruturas. Esta falta de

    planaridade impedia uma boa conjugao dosistema, justificando o carter no

    aromtico dos anulenos.

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    2.1. Critrios de Aromaticidade

    2.1.1. Critrios Energticos

    Os compostos aromticos possuem estabilizao energtica em comparao

    com aqueles que no apresentam aromaticidade. A estabilizao energtica pode

    ser separada em dois tipos: a estabilizao termodinmica, a qual nos remete s

    energias de ressonncia, a estabilidade cintica, diretamente relacionada ao

    comportamento reacional.

    Uma ligao dupla do ciclo-hexano possui entalpia de hidrogenao de 25,6

    kcal/mol, e um ciclo-hexa-1,3-dieno possui entalpia de hidrogenao de 54,1

    kcal/mol. A entalpia de hidrogenao prevista para um ciclo-hexatrieno hipottico

    seria de 85,8 kcal/mol, entretanto, o valor observado menosexotrmicodo que o

    valor previsto, ou seja, de 49,8 kcal/mol. Portanto, o benzeno mais estvel em 36,0

    kcal/mol do que um ciclo-hexatrieno hipottico.

    Figura 4 - Diagrama de energia - Energia de ressonncia do benzeno

    Essa estabilidade adicional conhecida como energia de ressonncia do

    benzeno (energia de estabilizao aromtica).Eltrons compartilhados por somente

    dois ncleos constituem ligaes qumicas localizadas, enquanto eltrons

    compartilhados por mais de dois ncleos constituem ligaes deslocalizadas. Para

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    avaliar a estabilidade termodinmica existente em compostos cujos eltrons se

    encontram deslocalizados, ou seja, aromticos, pode ser analisada em termos de

    energia de ressonncia (ER). Essa energia pode ser usada para comparar sistemas

    relacionados, no sendo uma grandeza fsica mensurvel.

    possvel calcular a energia de ressonncia a partir da diferena entre as

    energias dos orbitais de fronteira. Foi observado que quanto maior a estabilizao

    aromtica de um composto, maior a diferena entre os orbitais de fronteira.

    2.1.2. Critrios Geomtricos

    O conceito de aromaticidade leva em considerao os comprimentos das

    ligaes em funo da deslocalizao de eltrons em estruturas cclicas.

    A molcula aromtica deve ser cclica e plana, e deve possuir em cada tomo

    do sistema aromtico um orbital p. Todos os orbitais p devem ser paralelos para que

    haja superposio continua entre eles.

    .

    Figura 5 - Representao estabilizada dos orbitaispdo anel benznico

    2.1.3. Critrios Magnticos

    Os compostos aromticos, quando submetidos a um campo magntico

    externo, apresentam correntes diamagnticas.

    Pauling mostrou que cada um dos eltrons pzdos carbonos aromticos so

    livres para se movimentarem entre carbonos adjacentes, quando se encontram sob

    ao de campo magntico externo. Desse modo, o movimento eletrnico cclico

    induz o aparecimento das chamadas correntes de anel, que afetam as propriedades

    magnticas das molculas.

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    3. RESSONNCIA

    Ao desenhar estruturas de Lewis, s vezes encontramos tomos que nos do

    mais de uma maneira de colocar ligaes duplas e pares isolados. Nesses casos, o

    arranjo real dos eltrons em uma determinada molcula uma mdia ponderada de

    todas as estruturas de Lewis vlidos que podem ser feitas com essa conectividade

    atmica. A molcula "real", o que, na verdade, existe no mundo, dito ser um

    hbrido de ressonncia de todas as suas estruturas contribuintes de Lewis. Cada

    estrutura que contribui para o hbrido de ressonncia uma estrutura de

    ressonncia, conforme pode ser observado na Figura 6.

    O exemplo clssico de ressonncia benzeno, C6H6. Existem duas

    estruturas de Lewis para o benzeno, que diferem apenas na sua colocao de

    ligaes duplas. Se alguma dessas estruturas fosse correta, o benzeno consistiria

    alternando ligaes simples longas e ligaes duplas curtas. No entanto, verificou-se

    experimentalmente que todas as seis ligaes no anel so idnticas e o

    comprimento dessas ligaes diferente do esperado, visto que o Benzeno deveria

    possuir ligaes com dois tipos diferentes de comprimento. Porm, a ligao entre

    carbonos dessa molcula de 1,39 , que se comparado ao comprimento da

    ligao simples (1,54) menor, e comparando com a ligao dupla (1,34)

    maior. Isso se explica pela deslocalizao dos eltrons nas ligaes duplas do

    benzeno em toda sua estrutura, gerando esse comprimento intermedirio para as

    ligaes C-C.

    ____________

    Estruturas de Ressonncia Hbrido de Ressonncia

    Figura 6 - Estruturas de ressonncia de Benzeno e do hbrido de ressonncia

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    De acordo com o modelo orbital, os carbonos do benzeno esto hibridizados

    na forma sp: duas ligaes com carbonos adjacentes e a outra com um tomo de

    hidrognio; todas essas ligaes so sigma, estando no mesmo plano. O carbono

    fica ainda com um orbital p no hibridizado, para formar ligao pi com o tomo

    vizinho; ento compreende-se que esta ligao estabelecida indiferentemente

    entre os tomos adjacentes, ou seja, estas ligaes pi no tm localizaes rgidas

    (so deslocalizadas) podendo ocorrer em qualquer parte da molcula.

    Figura 7 - Hibridizao dos carbonos do Benzeno

    Ligaes Sigma ()

    6 orbitais Pi () Sistema Pi

    deslocalizado

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    4. Referncias Bibliogrficas

    PERUZZO, Francisco Miragaia; CANTO, Eduardo Leite. Qumica na abordagem do

    cotidiano, volume 3. So Paulo: Moderna, 2006

    FELTRE, Ricardo. Qumica Qumica Orgnica, volume 3. So Paulo: Moderna, 1995

    Sites Visitados:

    Qumica nova interativa, Aromaticidade - Evoluo Histrica do Conceito e Critrios

    Quantitativos. Disponvel em:

    Acesso em: 16/08/2014

    Quimica orgnica: aromticos e reaes eletrofilicas aromticas. Disponvel em:

    Acesso em: 16/08/2014

    Resonance (chemistry). Disponvel em:

    Acesso em: 16/08/2014

    Organic chemistry: covalent bonding. Disponvel em:

    Acesso

    em: 16/08/2014

    Benzeno. Disponvel em:

    Acesso em: 16/08/2014