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SUMÁRIO Textos de Referencia MÓDULO 1 (MARÇO) Conselhos ao médico sobre o tratamento psicanalítico (1912) Sigmund Freud (Acessível em http://www.valas.fr/IMG/pdf/_Freud_oeuvres_completes_en_portugais.pdf) A Questão da Análise Leiga, Capítulo V (1926) Sigmund Freud (Acessível em http://www.valas.fr/IMG/pdf/_Freud_oeuvres_completes_en_portugais.pdf) Construções em Análise (1937) Sigmund Freud (Acessível em http://www.valas.fr/IMG/pdf/_Freud_oeuvres_completes_en_portugais.pdf) Homens dos Ratos (1905/1909) Sigmund Freud (Acessível em http://www.valas.fr/IMG/pdf/_Freud_oeuvres_completes_en_portugais.pdf) Caso Dora Sigmund Freud (Acessível em http://www.valas.fr/IMG/pdf/_Freud_oeuvres_completes_en_portugais.pdf) Escritos técnicos Jacques Lacan MÓDULO 2 (ABRIL) Quartier Lacan (2001) Alain Didier-Weil Ed. Companhia de Freud (2007) Trabalhando com Lacan – na análise, na supervisão (2007) Allain Didier-Weil e Moustapha Safouan Jorge Zahar Ed., 2009 Uma temporada com Lacan (1989) Pierre Rey Rocco (1990) Lacan, você conhece? (1991) M.-P. de Cossé Brissac, R. Dumas, Françoise Giroud et d’autres Ed. de Cultura (1998) O riso de Lacan (2011) Marc Strauss Wunsch 11 (http://www.champlacanien.net/public/docu/4/wunsch11.pdf) Effet de transmission (2011) Colette Soler Hommage à Lacan (5 de novembro de 2001) Un sourire sans un chat (2011) Michel Bousseyroux Hommage à Lacan (5 de novembro de 2001)

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SUMÁRIO Textos de Referencia

MÓDULO 1 (MARÇO)

Conselhos ao médico sobre o tratamento psicanalítico (1912) Sigmund Freud (Acessível em http://www.valas.fr/IMG/pdf/_Freud_oeuvres_completes_en_portugais.pdf) A Questão da Análise Leiga, Capítulo V (1926) Sigmund Freud (Acessível em http://www.valas.fr/IMG/pdf/_Freud_oeuvres_completes_en_portugais.pdf) Construções em Análise (1937) Sigmund Freud (Acessível em http://www.valas.fr/IMG/pdf/_Freud_oeuvres_completes_en_portugais.pdf) Homens dos Ratos (1905/1909) Sigmund Freud (Acessível em http://www.valas.fr/IMG/pdf/_Freud_oeuvres_completes_en_portugais.pdf) Caso Dora Sigmund Freud (Acessível em http://www.valas.fr/IMG/pdf/_Freud_oeuvres_completes_en_portugais.pdf) Escritos técnicos Jacques Lacan

MÓDULO 2 (ABRIL)

Quartier Lacan (2001) Alain Didier-Weil Ed. Companhia de Freud (2007) Trabalhando com Lacan – na análise, na supervisão (2007) Allain Didier-Weil e Moustapha Safouan Jorge Zahar Ed., 2009 Uma temporada com Lacan (1989) Pierre Rey Rocco (1990) Lacan, você conhece? (1991) M.-P. de Cossé Brissac, R. Dumas, Françoise Giroud et d’autres Ed. de Cultura (1998) O riso de Lacan (2011) Marc Strauss Wunsch 11 (http://www.champlacanien.net/public/docu/4/wunsch11.pdf) Effet de transmission (2011) Colette Soler Hommage à Lacan (5 de novembro de 2001) Un sourire sans un chat (2011) Michel Bousseyroux Hommage à Lacan (5 de novembro de 2001)

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D’un usage éthique de l’inconscient (2011) Jacques Adam Hommage à Lacan (5 de novembro de 2001)

O dia em que Lacan me adotou (2005) Gerard Hadadd Ed. Companhia de Freud (2003) Jacques Lacan, 5 rue de Lille (1990) Jean Guy Godin Jorge Zahar Ed.

MÓDULO 3 (MAIO)

INTERVENÇÕES NA TRANSFERÊNCIA Helena Bicalho

Aula 1: Estratégias da transferência: o psicanalista na posição de Outro como sujeito suposto saber

Capítulos 22, 23 e 24 In: O Seminário – Livro 5 – Formações do Inconsciente Jacques Lacan Jorge Zahar Ed., 1999. Capítulos XXV (A Angústia na sua relação com o desejo) e Capítulo 18 (A presença real) In: O Seminário – Livro 8 – A transferência Jacques Lacan Jorge Zahar Ed., 1991.

Aula 2: Estratégias da transferência: o analista na posição de semblant de objeto a

Radiofonia In: Outros escritos Jacques Lacan Jorge Zahar Ed., 2003.

Capítulo VIII (O saber e a verdade) In: O Seminário – Livro 20 – Mais ainda Jacques Lacan Jorge Zahar Ed., 1985. “As estratégias da transferência: suas incidências na direção da análise com crianças” In VII Encontro Latino-americano de psicanálise com crianças para instituições do Campo Freudiano Bicalho, H. e Abe, J. 15 a 17 de novembro de 1991 (inédito) “As duas vertentes: significante e objeto a” In: Revista Psicologia USP, Vol. 15, Número 1/2 Nogueira, L. C.; Bicalho, H.; Abe, J. 2004

Indicações Dominique Fingermann

“Intervenção sobre a transferência” In: Escritos Jacques Lacan Jorge Zahar Ed., 1998.

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“A direção do tratamento e os princípios de seu poder” In: Escritos Jacques Lacan Jorge Zahar Ed., 1998. “Proposição de 9 de outubro sobre o psicanalista da Escola” In: Outros escritos Jacques Lacan Jorge Zahar Ed., 2003.

MÓDULO 4 (JUNHO) Indicações Beatriz Oliveira

LACAN, J. (1957-1958). O Seminário – Livro V – As formações do inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. LACAN, J. (1958-1959). O Seminário – Livro VI – O desejo e sua interpretação. Porto Alegre (Publicação não comercial – Circulação interna da Associação Psicanalítica de Porto Alegre) LACAN, J. (1958). A direção do tratamento (Parte V) In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998. LACAN, J. (1960). Subversão do sujeito e dialética do desejo no inconsciente In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998. LACAN, J. (1964). O Seminário – Livro XI – Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1988. LACAN, J. (1960) Posição do Inconsciente In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998. LACAN, J. (1967). Proposição de 09 de outubro sobre o analista da Escola In: Outros escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003. Soler, C (1995). Interpretação: as respostas do analista In: Opção Lacaniana. Revista Brasileira Internacional de Psicanálise, n.13, agosto de 1995.

MÓDULO 5 (AGOSTO)

Aula (1) LACAN, J. (1953) III. As ressonâncias da interpretação e o tempo do sujeito na técnica da psicanálise. In Função e Campo da Fala e da Linguagem em Psicanálise. In Escritos, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1998. FREUD, S. (1917d) Uma recordação infantil de Poesia e Verdade. In Sigmund Freud Obras Completas Vol-XVII, Amorrortu, Buenos Aires, 1988.

Aula (2) LACAN, J. (1970) Pergunta VI - Em que a verdade e o saber são incompatíveis. In Radiofonia. In Outros Escritos, Rio de Janeiro, 2003. In Sigmund Freud Obras

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FREUD, S. (1939a) E. A substância de verdade da religião F. O retorno do reprimido G. A verdade histórico vivencial H. O desenvolvimento do acontecer histórico-objetivo. In Moisés e a Religião Monoteísta. Completas Vol-XXIII, Amorrortu, Buenos Aires, 1988.

MÓDULO 6 (SETEMBRO) Indicações Sandra Berta

ATO (CORTE, SILÊNCIO, DIZER) Sandra Berta

Aula (1)

LACAN J. (1967-1968). O Seminário, livro XV “O ato psicanalítico”, 1967-1968. Inédito. LACAN, J. (1967-1968). O ato psicanalítico. Resumo do Seminário de 1967-1968. In: Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor: 2003.

Aula (2) LACAN, J. (1972). O aturdito. In: Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003, pp. 448-500.

MÓDULO 7 (OUTUBRO) Indicações Ana Laura Prates Pacheco

LACAN, J. (1953). Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise. (especialmente a parte III As ressonâncias da interpretação e o tempo do sujeito na prática analítica). In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998. LACAN, J. (1961-62). Seminário 9 A Identificação – versão para uso do CEF (especialmente lições VI e VII). LACAN, J. (1971). Seminário 18 De um discurso que não fosse semblante (especialmente “Lição sobre Lituraterra”). LACAN, J. (1972-73). Seminário 20 Mais, ainda (especialmente “A função do escrito” e “Letra de uma carta de Almor”). LACAN, J. (1972). O Aturdito In: Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003. LACAN, J. (1974-75). Seminário 21 RSI – versão não estabelecida oficialmente (especialmente aula de 21 de janeiro de 1975). LACAN, J. (1975-76). Seminário 23 O Sinthoma (especialmente aulas IV e V). LACAN, J. (1976-77). Seminário 24 L’Insu – versão não estabelecida oficialmente. (especialmente aulas 10, 11, 12).

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MÓDULO 8 (NOVEMBRO) Indicações Dominique Fingermann SOLER, Colette (1998). "Incidência política do psicanalista" In: A psicanálise na civilização. Rio de Janeiro: Contra Capa, 1998, pp.257-263. Indicações Raul Albino Pacheco Filho ASKOFARÉ, Sidi (2009) Da subjetividade contemporânea. A Peste: Revista de Psicanálise e Sociedade, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 165-175, jan./jun. 2009. http://revistas.pucsp.br/index.php/apeste/article/view/2705/1748

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TEXTOS

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O RISO DE LACAN

Marc Strauss

“Eu me lembro…”1, uma homenagem a Perec, que compartilho com o anúncio desta jornada organizada para marcar os trinta anos da morte de Lacan. Eu me lembro, então, dos dez anos da morte de Lacan. Há vinte anos, porque não dizer há um século, tendo em vista a massa de acontecimentos que conheceu depois o campo analítico?

De fato, eu me lembro, sobretudo, da última frase da intervenção de Colette Soler, que ela concluía falando do riso de Lacan; eu a cito de memória: “um riso tão particular, o riso do saber”. Ela havia colocado em palavras o efeito que faziam sobre mim meus encontros com Lacan, efeito que perdurava com a lembrança dos mesmos. Um efeito quase físico, bastante indefinível, ainda que agradável. Eu diria um espanto, no sentido forte, no qual eu estava ao mesmo tempo um pouco medusado e, no entanto, não todo medusado; e divertido também, ainda que não todo divertido – não todo divertido, pelo menos por causa do dinheiro do qual eu lhe fazia dom, como último ato tão memorável de cada um de nossos encontros. Um efeito de afeto então, que me cortava o fôlego, eu digo da fala, e que ao mesmo tempo me fazia experimentar a simpatia pelo que me parecia captar e experimentar,2 simpatia que eu definiria como uma comunhão numa forma atenuada de alegria, uma alegria não sem reserva, a reserva de meu espanto primeiro e persistente.

Minha última frase comporta um equívoco gramatical. Com efeito, quando eu digo que eu experimentava a simpatia pelo que me parecia captar e experimentar, o que é isso? Trata-se de Lacan ou de mim? Esta ambigüidade da língua é bem vinda, pois qualquer que seja a resposta, o fato de que a simpatia se experimenta mostra que há do Um que se realiza nela. Mas qual é esse Um? É o que encarna Lacan com o que ele parece captar e sua alegria à qual sou confrontado, um pouco perplexo? Ou neste Um, estou eu incluído por causa da minha simpatia com o trio precedente? Esta questão do Um é muito complexa para desdobrar. Dela trataremos ao longo deste ano no Colégio clinico, com o tema “O que faz laço?”. Mas, aqui, podemos nos autorizar a colocar em ressonância, prestes a verificar a pertinência, o “Há do Um” de ... ou pior, e o “Há d’alegria” (“Y’ad’la joie”) de Charles Trenet, de

                                                                                                               1 N. T. : “Je me souviens” (Eu me lembro), é o título de um poema de Georges Perec. 2 N.T.: No original, [...] pour ce qu’ il me semblait saisir et éprouver [...]. A língua francesa exige sempre um pronome antes do verbo, mesmo quando a frase se refere a um sujeito gramatical indeterminado, o que não ocorre na língua portuguesa. Para a tradução, corresponde ao problema de decidir conforme o contexto : «pelo que ele me parecia » / « pelo que me parecia ».

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1937. Esta canção que Lacan não podia não conhecer e que, como por acaso, conta um sonho maravilhoso e seu difícil despertar.

Retorno então à alegria do riso e da simpatia que ele suscita. Ela é feita de alegria? Como todos os afetos, ela tem causas, e ademais contraditórias. Trata-se de uma alegria infantil de sacudir a ordem estabelecida, a alegria de descobrir e desvelar então uma ordem não sabida, a alegria de comprazer ao outro, a alegria do dever cumprido – no caso desta última existir? Como saber? É impossível descrever todas as razões possíveis e parece mais razoável não tentar. Dever-se-ia, então, se contentar em experimentá-la, sem se perguntar de que ela é feita? Isso já não é pouco, mas reconheçamos que é um pouco triste, como toda renúncia. É aí que as palavras de Colette Soler articularam para mim as razões desta alegria, a razão de fato, o saber. Lacan sabia, e o que ele sabia o alegrava, o fazia rir. E nós só podíamos estar em simpatia com esse riso tão solitário, tão completamente isento de maldade diante de alguém, de seu interlocutor em particular. Por seu riso, Lacan tornava seu saber tanto intrigante quanto tentador.

Qual era este saber? Resposta: um saber sobre a fala e sua função. Segundo a lembrança

que eu tenho, Lacan tinha este riso nos momentos de “demais”, de excesso. Um excesso que podia tomar duas formas: por um lado, o excesso de sentido, portanto de suficiência, e que era assim logo desinflado; por outro lado, o excesso de não-sentido, a queda no não-sentido de uma crença tão idiota quanto inútil. Idiota posto que mentirosa, da mentira da verdade, é claro; e inútil pois não protege do buraco real no simbólico e do medo que daí surge.

A experiência analítica demonstra, com efeito, que não se pode jamais saber quando as palavras mentem, mas que as palavras não faltam jamais. Graças a esta experiência, pode-se mesmo dizer o que se passa quando estas parecem faltar; ou mesmo quando elas não existem, pois, nós sabemos que, sobre um ponto preciso, não há palavra possível. Trata-se, é claro, da relação sexual. É por isso que nós podemos rir, com gentileza, face àquele a quem nós deixamos tão polidamente a palavra, o analisante, quando este nos explica o que, desta relação, ele compreendeu e defende de corpo e alma. Ele aprenderá como nós mesmos e com o tempo, que ele se cansa por pouca coisa e poderá então por sua vez rir, pois só restará o gozo fora do sentido.

Por outro lado, o que será incontestável para ele, é que terá falado e que, falando, ele existiu para o outro, para aquele que o escutava; este é de fato o contrato implícito do dispositivo, nossa oferta, como dizemos depois de “A direção do tratamento...”. No fundo, o cogito do analisante poderia ser um “Falo, logo existo... no ouvido do outro, senão em sua atenção”. Ao gozo fugidio do sentido responde, portanto, um gozo real de um dizer, o gozo que faz o inconsciente real, o “j’ouïs sens” (“eu ouço/gozo sentido”), como o escreve Lacan, com o j, apóstrofe, o, u, ï, s.3

                                                                                                               3 N.T. : Jogo homofônico em francês entre jouissance (“gozo”), joui-sens (“gozo do sentido”) e j’ouïs sens (“eu ouço sentido”; “gozo sentido”).

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É esta a alegria do saber. Ele vai do não-sentido que pesa sobre nossos ombros e nos terrifica, ao não-sentido gozado que os sacode de rir. Do fora de sentido ao fora de sentido gozado, é uma citação do livro de Colette Soler sobre os “Afetos lacanianos”, pagina 138 exatamente.4

Esta passagem do fora de sentido do sintoma, com seus desconfortos e suas penas, ao fora de sentido gozado, é o que bem manifestava o riso do saber de Lacan: a alegria que provoca a vitória do real sobre a mentira e seus constrangimentos.

Observemos que é uma opção, experimentar alegria nesta vitória; uma opção do psicanalista, estritamente relativa ao seu discurso, pois nos outros discursos a vitória do real é precisamente a coisa a evitar a qualquer preço, em razão da desordem que ela causa. De onde vem a questão seguinte: todo psicanalista, para poder estar à altura de sua tarefa, estar adequado ao seu discurso, deve ter uma inclinação marcada por essa opção, mesmo que optar nesse sentido não seja a priori para cada um de nós? A resposta não é evidente e creio que Lacan a esperava de seu passe. E nós a esperamos sempre...

Deve-se dizer que optar no sentido do real seria uma idéia louca, se o real não tivesse já seu lugar reservado na estrutura. Contudo, a opção permanece problemática, pois a alegria da vitória do real sobre a mentira não cura da ausência da relação sexual, do mesmo modo que ela não cura dos choques dolorosos que podem nos vir do real. Mas enfim, estes últimos não advêm do inconsciente, eles deveriam de preferência nos encorajar a não aumentar mais ainda.

Acrescentemos, ainda, que a vitória sobre o real é perdida logo em seguida à sua tomada. Com efeito, apesar disto, a mentira da cadeia do sentido não cessa e esta mentira só pode distrair do real, separá-lo de novo. Pode-se deplorar esta perda, esta impossível eliminação do constrangimento do sentido, do discurso, mas pode-se também se contentar de que o saber psicanalítico não abre de cara a nenhum poder que não advenha de seu discurso próprio.

Já que falei de uma alegria do saber, posso situar também um cômico do saber; sobretudo para o psicanalista. Este cômico reside no fato que, com relação ao real, o psicanalista não é mais bem servido que os outros.

Dito isto, a opção do discurso analítico produz um ganho, deve-se lembrar, sobre o sintoma. Ora, nós já o evocamos, o sintoma também é uma vitória do real sobre o sentido, mas involuntária e não sabida. A análise traz à luz sua função e seu valor essencial, que é a preservação de uma parte de real de seu ser, uma parte preciosa, preservada da mentira do sentido, necessária para se cobrir com a máscara que permite de se posicionar em um discurso. Em uma análise, aprende-se a lidar com o encontro com o que para nós faz real, mede-se o valor e sabe-se daí tirar a alegria, tanto quanto seja possível, a alegria de triunfar sobre a mentira e a alegria de se saber falante, logo existente. A função do sintoma, trazida à luz pela interpretação analítica, sendo ex-posta à luz do real, o sintoma pode assim aí se dissolver, o que equivale a dizer reduzir-se a ele.

Pequena alegria suplementar, não me desagrada, com este termo dissolver, terminar esta homenagem a Lacan por uma de suas expressões. É

                                                                                                               4 N.T. :Colette Soler, Les Affects lacaniens, Paris, PUF, 2011.

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com esta palavra que ele define o efeito da análise, no seminário “L’insu...”, na lição 9, de 15 de março de 1979. Eu comentarei a frase no dia 3 de dezembro, no primeiro seminário anglófono – eu aproveito a ocasião para fazer um pouco de publicidade e aqui eu me contento de citá-la: “O analista pode, se ele tem a chance, intervir simbolicamente para dissolver o sintoma no real”.

Sublinhemos somente que tudo isso precisa também de chance. A chance é o que não responde às leis do discurso, é a irrupção contingente de um real incontestavelmente percebido como agradável e, portanto, acolhido com entusiasmo. Então, ter chance afeta, de um afeto sobre o qual Lacan interrogava os psicanalistas quanto ao que fazia a prática destes: eu nomeei o afeto de alegria, Freude. Em que Lacan era bem freudiano...

Tradução de Elisabete Thamer

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EFFET DE TRANSMISSION Colette Soler

La question posée pour cet hommage, « En tant que praticien de la

psychanalyse qu’avez-vous reçu de l’analyste que Lacan fut pour vous », ne m’invite pas trop à parler de ce que Lacan fut pour moi, subjectivement, dans le temps de mon analyse. Il faudrait pour cela écrire quelque chose comme, mon analyse avec Lacan… Je veux plutôt tenter de dire ce qui me fut transmis dans cette analyse mienne, indépendamment de ce que j’ai pu apprendre par ailleurs dans les séminaires et présentations de malades de Lacan.

Lorsque que j’ai reçu mes premiers analysants, j’ai aperçu, très péniblement, qu’il y avait quelque chose qui me manquait et que je n’avais en tous cas pas reçu. J’évoque là une dimension de l’analyse dont on ne parle quasiment pas et qui a pourtant toute son importance. Je n’aurai peut-être pas pu la nommer précisément à l’époque, mais c’est ce que l’on appelle le « savoir faire ». Cette dimension n’a rien voir avec l’éthique analytique du sujet, ni avec le désir de l’analyste, ni même avec l’acte. Le savoir faire il est plutôt niveau des moyens, il donne à l’acte ses voies particulières, propres à chaque analyste. Il relève au fond de ce qui s’appelle l’art, un art personnel de se faire cause du processus de l’analyse, cause d’abord de l’association libre, mais plus encore, de la production un dire « qui importe dans le réel » . Ce savoir faire ne se réduit jamais à des trucs, quoique l’on parle si souvent des divers trucs de Lacan, il ne s’y réduit pas parce qu’il comporte toute une dimension de tact et d’ajustement à la fois à l’analysant et au moment de son analyse, et aussi parce qu’il tient à la personne de l’analyste, disons au quelqu’un pas quelconque pour reprendre des termes de Lacan. Il n’y a pas de règle du savoir faire, il ne s’apprend donc pas, ne se transmet pas. Il est impossible à imiter. En ce sens, c’est un réel.

L’analyse délivre une part de savoir, c’est sûr, ce pourquoi on l’a dit à juste titre didactique, savoir sur soi et sur l’inconscient, fut-ce sur les impossibles auxquels il préside, mais elle n’enseigne pas le savoir faire. L’analyste sort de l’analyse avec une idée de ce qu’il faut obtenir, de ce que l’on vise mais le comment des moyens particuliers reste à inventer. Ce fut le cas pour moi. Je fais d’ailleurs remarquer que toutes les règles formulées par Freud, attention flottante, neutralité bienveillante, comme celles formulées par Lacan au fil des ans sur l’interprétation, portent sur les visées de l‘acte pas sur le savoir faire qui le soutient. Sur ce plan donc, pas de transmission. A la rigueur on pourrait dire qu’il y a un modèle, car chaque analyste présente un modèle pour ses analysants, modèle au sens de l’exemplaire, mais il est inimitable si du moins il ne se réduit pas au standard d’un rituel tenant lieu de cause. Le savoir faire de Lacan lui était si propre que, plus qu’un autre, il excluait me semble-t-il pour ses analysants toute imitation. On connaît il est vrai quelques cas de singerie mais ils ne font que confirmer l’impossible en jeu. Analysante de Lacan entrant dans la pratique, je ne pouvais pas ne pas prendre, par contraste, la mesure de ce qu’avait été son « savoir faire », le sien propre, inimitable. Lacan avait je crois une claire idée de la fonction du savoir faire. Parlant de l’analyste, il a pu dire qu’il « n’est responsable que dans la limite de son savoir faire ». Autant dire que celui-ci joue un rôle si considérable qu’il peut d’exonérer l’analyste des limites de son action.

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Alors, si ce n’est aucun savoir faire, qu’ai-je donc reçu de l’analyste que j’ai eu, puisqu’il se trouve que je n’en ai eu qu’un ? Beaucoup, mais toujours concernant les fins. Encore faut-il ajouter que les fins ne se manifestent qu’en acte dans l’analyse et qu’il n’y a pas d’autre édification de l’analysant que ce qu’il saisit des visées de l’acte à partir de son propre cas. Rien à voir avec les bons conseils.

Comme tout le monde je me suis adressée à l’analyse à titre de recours pour résoudre mes symptôme du moment, mes problèmes existentiels au fond, mais cette demande là était pour moi solidaire d’une question, explicite, venant de ma formation à la philosophie sans doute, sur la façon de penser le pouvoir de l’analyse, et sur ce qu’elle était au fond.

Or, dès le début, la pratique de Lacan a été pour moi une énigme. Le contraste avec Freud ne me surprenait pas, c’était anticipé, mais il m’a fallu beaucoup de temps pour connecter l’accent mis dans les textes sur le signifiant, l’inconscient structuré comme un langage, etc., avec son style de pratique. Je ne vais pas entrer dans les cheminements de ma compréhension, évidemment, je veux juste souligner que ce que j’ai reçu, non sans que j’y mette du mien d’ailleurs, ce que j’ai capté donc, m’est venu de ce qui me fut d’abord le plus difficile à concevoir, à savoir les scansions qu’il pratiquait dans la parole analysante. Je vais en retenir deux types, il y en avait d’autres aspects évidemment que je laisse de côté.

Ces scansions m’étaient énigmatiques mais j’en éprouvais des effets. Pour l’essentiel, un effet que je ne peux nommer autrement que de gratification éprouvée. D’où venait-il ? Lacan ne se refusait pas à la scansions des significations du discours analysant, mais il le faisait de façon très personnelle. Le plus souvent sur un mode approbatif, du genre, bien, très bien, parfait, formidable, et, paradoxe, souvent pour des dits qui parfaitement insignifiants, qui ne pouvaient rien apprendre à l’analysant et d’où ne se déposait aucun signifiant spécifique. Ce point est essentiel, car avec ça l’analysante que j’étais ne pouvait que rester dans un suspens prudent, quant à ce qu’il fallait en saisir. L’alternative à ces scansions approbatives, c’était le silence, pas d’écho. Pendant longtemps, ce trait que Lacan pratiquait de façon quasi systématique, peu inventive à vrai dire, son inventivité était ailleurs, et même monotone, m’a paru bien étrange. Alors d’où venait ses effets gratifiants, qui donnaient à l’analyse une allure très dynamique. J’ai pu pensé un moment que c’était la magie Lacan qui opérait, et puis je me suis assez vite aperçu qu’il y avait une composante transférentielle. Je m’en suis aperçu d’abord par les discussions que je pouvais avoir quelques uns de mes co-analysants, que je voyais souvent réagir fort différemment, pas par la gratification mais plutôt par la protestation. Ensuite quand j’ai commencer à recevoir des analysants, ce fut une de mes grandes surprises, que de mesurer les différences majeures qu’il peut y avoir sur ce point entre les différents sujets, et que là où l’un se sent satisfait par la scansion de ses dits, quelle qu’elle soit, l’autre peut réagir en sens exactement inverse par la suspicion, le refus, voire par la revendication qui dit qu’au fond rien qui vaille ne lui a été signifié. C’est la composante transférentielle.

J’insiste sur le fait que dans mon expérience, Lacan ne scandait pas les significations en fonction de leur contenu ou de leur importance pour le sujet, et je pourrais citer une masse de ses coupures qui ciblaient certes le registre de la signification, mais qui étaient aussi souvent a-significatives que

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significatives. Avec ces coupures a-significatives qui par ailleurs ne relevaient pas de la technique de déchiffrage terme à terme, il n’y avait pas moyen de penser que ses interventions visaient à l’édition d’un texte restituable, disons à la mise au point du roman personnel que l’analysant ne manque pas de toutes façons de concocter dans son analyse. Alors que visaient-elles ? Voilà l’énigme, qui se situait bien au niveau du maniement langagier, mais sans viser ni le déchiffrage, ni l’établissement du texte..

J’ai fini par reconnaître, à l‘usage, dans ces assertions approbatives et cependant indifférentes à la sémantique, si typiques de Lacan, qu’elles ne ciblaient pas la signification elle-même, mais son dire, le fait qu’elle soit proférée. Autrement dit j’avais rencontré là l’un des modes de l’interprétation équivoque, apophantique, le deuxième que Lacan désigne dans « L’étourdit », et auquel il donne pour formule un : « tu l’as dit ». Qui penserait au départ que c’est une interprétation ? Ça l’est pourtant, puisque c’est un dire, qui suit les lignes langagière de ce qu’émet l’analysant, mais un dire qui ne dit rien en propre, qui seulement répercute celui de l’analysant, quoiqu’il ait dit. Par là il met en évidence le « qu’on dise » de l’analysant, quelle que soit la signifiance de ses dits. Ce qu’il vise n’est peut-être pas si loin de ce que Novalis évoquait d’une pulsion de parler. Rien de tel pour relancer éventuellement chez cet analysant un « qu’est-ce qui s’est donc dit ? » en affinité avec le désir du savoir, mais aussi un « et pourquoi ? » qui, lui, ne concerne plus le signifiant lui-même.

J’en viens plus brièvement, à un autre types de scansions, celles que je vais appeler les scansions à contre sens. Ce fut une autre question pour moi. Récit de rêve annoncé mais interrompu avant son premier mot ; manifestations diverses d’une non écoute patente, presque affichée comme figure de l’analyste occupée à autre chose, séance ponctuelle qui se réduit à seulement approcher l’analyste ou ce qu’il représente dans la cure, qu’on le nomme objet ou symptôme. Il était bien clair là que cet analyste là, dans son acte, ni ne pensait, ni ne travaillait. A moins que l’on ne nomme travail toutes les coupures possibles et imaginables pour soustraire les points de capiton du langage. Je rappelle que le lecton des stoiciens habituellement traduit pas sens, Lacan l’a retraduit par points de capiton5, c’est en ce sens que je l’utilise. La mise en question ou en suspens de ce lecton dans les scansions à contre sens, taillaient dans la chaîne de la parole, bien loin de la sustenter. Leur portée de dévalorisation de celle-ci, leur l’effet « cause toujours » si je puis dire, allaient aussi à contrer le travail de transfert. Celui-ci, faisant langage à partir de lalangue, sustente en fait l’hypothèse du sujet supposé savoir en fabriquant indéfiniment du sens. De l’inconscient supposé loger dans la parole analysante, les coupures à contre sens ne pouvaient donc laisser subsister que ce que j’ai appelé son caractère épiphanique, qui se distingue de ce que l’on en déchiffre sous transfert, jusqu’aux limites de l’impossible à dire ou à écrire. Je le dis épiphanique, en reprenant un terme de Joyce, car c’est de lui-même qu’il se manifeste l’inconscient, et hors sens, réel donc, de lapsus à symptôme. Je peux dire aujourd’hui, après plusieurs décennies, que l’orientation de l’analyse vers sa fin par l’inconscient réel, et la relative dévalorisation du mirage de la vérité qu’elle implique, je l’ai apprise de

                                                                                                               5 Lacan J. Préface à l’édition des Ecrits en livre de poche, Autres Ecrits, Seuil, 2001, p. 390

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Lacan dans mon analyse, bien avant de pouvoir en rien formuler. Et peut-être est-ce de l’avoir appris en acte qui m’a permis de prendre au sérieux ce que j’en ai lu ensuite sous sa plume.

Ces deux modes de scansions que j’ai retenues relevaient donc bien de l’éthique de l’acte, qui oriente la cure sans diriger le patient, et qui ne laisse pas de doute sur la nature du désir de l’analyste : un désir qui ne vise pas l’analysant mais seulement l’effectuation de son analyse. Cet écart du désir de l’analyste, ce trait de distance à l’égard des petites histoires de l’hstorisation particulière de l’analysant, rendu si manifeste par la pratique de Lacan, fut pour moi une grande leçon. Il est vrai, je l’ai constaté, que c’est lui aussi, ce même écart, qui peut être insupportable à d’autres quand ils n’y voient qu’indifférence et silence. Pour moi ce fut très assurant. Pas étonnant cependant que cet écart il puisse se refuser selon le rapport du sujet au savoir, et quand sa gourmandise à l’égard de la répétition passionnelle l’emporte. Dans la parole ce n’est pas « ce qu’elle se dit » qui est à interpréter, dit Lacan en 736. L’expression est équivoque : dans « ce qui se dit », soit le signifié des signifiants qui s’entendent, l’analysant cherche volontiers son hystoire, avec un y, disons son roman ou, plus relevé, son mythe fondamental, mais l’acte vise au-delà, vers le réel, à la fois celui du dire et celui de l’inconscient. Voie aride, peut-être, mais finalement plus prometteuse que celle de la religion de la vérité, toujours obscurantiste et qui ne peut promettre que l’analyse sans fin.

                                                                                                               6 Lacan J. Post face du Séminaire XI, Seuil, 1973, p. 252

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UN SOURIRE SANS CHAT

Michel Bousseyroux

Comme praticien de la psychanalyse, qu’avez-vous reçu de l’analyste que Lacan fut pour vous ? Je vois mal comment je pourrais répondre à cette question, qui d’ailleurs en contient au moins deux, sans d’abord parler un peu – je dis bien : un peu, ce dont je veux répondre ici différant d’un témoignage de passe – de mon analyse. Première question : quel analyste Lacan fut pour moi qui ai fait mon analyse avec lui, chez lui, comme il préférait dire modestement ? Je note de suite que ce « pour » moi vise le singulier de ce que je peux dire qu’il fut avec moi et qu’il y a dans sa signifiance, peut-être encore de ma part, comme la secrète croyance en un « c’est pas avec tout le monde qu’il fut comme il a été avec moi ». Miracle du transfert. Sauf que l’unique n’est pas dans ce qu’il m’a dit ou dans ce dont il m’a fait montre. L’unique est dans la façon dont je l’ai reçu, dont j’y ai répondu et dont j’en ai répondu, sur le moment. Et dont encore j’en réponds. D’où la question qui seconde ma première : que puis-je dire avoir reçu de Lacan, de ce qu’il aura été pour moi, durant mon analyse, et quelle marque j’estime avoir reçu et gardé de lui, dans ma pratique de la psychanalyse ? Qu’est-ce que, dans ma façon de pratiquer la psychanalyse, dans mon style donc, je peux dire, aujourd’hui, me venir, m’avoir été transmis de l’analyste que fut Lacan pour moi, avec moi ? En fait, il y a une troisième question qui précède et sous-tend la première que j’ai ainsi formulée : quel analyste Lacan fut pour moi ? C’est : qu’ai-je voulu, implicitement, qu’ai-je demandé à Lacan qu’il soit pour moi ? Qu’aurais-je tant aimé qu’il soit pour moi ? Et donc que puis-je dire qu’il fut pour moi en réponse à l’urgence à satisfaire dont je fus le cas ? Ce que je voulais que Lacan soit pour moi se disait dès ma première rencontre avec lui, et même avant, bien des années avant – car, à l’analyse, je m’y suis mis un peu tard – le jour où je me suis dit qu’il fallait absolument que j’aille le rencontrer, que j’aille lui demander une analyse, et que ce ne pouvait être que lui et pas un autre. J’étais alors passionné et très secoué, – ce devait être en 1965, j’avais dix-neuf ans – par la découverte de Georges Bataille. Outre qu’il m’avait sorti de mon engouement adolescent pour Teilhard de Chardin, j’en avais fait l’homme qui supposerait la femme savoir. Je lisais tout ce que je pouvais trouver de lui et sur lui et, un jour, j’appris qu’il avait été très lié à Lacan et que la femme de Bataille était devenue la femme de Lacan. Il n’en fallut pas plus pour que je m’intéresse à ce Lacan et que j’achète en 67 ses Écrits, auxquels bien sûr je ne compris pas grand chose. Mais à partir de là, les dés en étaient jetés : un jour j’irai rencontrer Lacan, m’étais-je juré. Ce que je ne fis que cinq ou six ans après, quand, étant en médecine et décidé à faire psychiatrie, l’angoisse de perdre mon père se fit en moi extrêmement oppressante. On lui avait enlevé un poumon dans le service de chirurgie thoracique où je

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travaillais et il s’en était bien remis, jusqu’à ce qu’un jour il commença à perdre la voix (c’était un début de paralysie du nerf récurrent). Le paroxysme de l’angoisse fut tel qu’aussi sec je décidai de prendre le Capitole pour aller voir à Paris Lacan, après m’être enquis du jour où il faisait son séminaire. Me voici débarquant au Panthéon, dans la salle bondée de la faculté de Droit, un mardi de novembre 73 à midi. Mon enthousiasme fut si grand qu’à peine sorti et surmontant mon inhibition et ma très grande timidité, je téléphonais à son numéro et tombai sur lui qui me demanda qui j’étais. Vous ne me connaissez pas, balbutiai-je, lui disant mon nom qu’il me fit je ne sais combien de fois répéter ! Le lendemain, j’étais assis sur le fauteuil crapaud, devant lui, dans son bureau du 5 rue de Lille, tremblant comme une feuille et lui disant mon angoisse que mon père ne disparaisse. Ecarquillant un sourire presque d’une oreille à l’autre, il me demanda alors, à moi qui venait de lui dire que je voulais faire psychiatrie, quel était mon symptôme. Pris au dépourvu, je ne trouvai rien de mieux que de lui dire tout de go cette énormité : « C’est la psychasthénie, vous savez, au sens de Janet ! » Je ne croyais pas si bien dire. « Jan’et ! », interjecta Lacan péremptoire et léger comme il savait l’être. J’en ai…J’en ai… Le prix de la séance fut… conséquent. J’en eus tout juste assez et n’eus pas une seconde l’idée de le discuter. Décontenancé, déconcerté, dérouté, désarçonné, stupéfait, scié, je crois bien que je l’ai été à chaque séance avec Lacan, où j’arrivais toujours angoissé et chaque fois repartais le cœur léger. Ayant fait mon analyse pendant la décennie 70, j’ai connu le Lacan des séances courtes, et même, à part les deux premiers entretiens qui me parurent très longs, le plus souvent ultra-courtes, des séances éclair qui me prenaient toujours de court, sans que pour autant et étonnement j’aie jamais eu l’impression d’avoir manqué ni de temps ni d’écoute. Comme quand – c’était au lendemain du congrès de Strasbourg, en mars 76, auquel j’avais tenu à aller bien que la veille ce fût à l’enterrement de mon père que j’avais assisté –, arrivant à ma séance profondément affecté et m’allongeant, j’eus à peine le temps de dire, dans une vive émotion chargée de gravité, « …mon père est mort », qu’aussitôt j’entendis Lacan bondir de son fauteuil lâchant un « C’est ça ! » plus retentissant et tonitruant qu’aucun de ceux qu’avec les « Formidable ! » et « Excellent, très cher ! » j’ai tant et tant de fois entendu en levée de séances, et dont l’apophantique, cette fois-là, me sépara radicalement de ma plainte et de ce qui m’y portait. De l’analyste que fut pour moi Lacan j’ai avant tout reçu cette expérience déconcertante et incroyablement stimulante des séances suspensives, avec leurs effets de chute de sens qui m’ont peu à peu permis de prendre en compte le réel et d’en répondre. Quand j’ai débuté comme analyste, je ne me suis pas précipité à faire des séances courtes. J’ai même mis pas mal de temps avant de savoir les pratiquer. Car faire des séances courtes n’est pas une option technique. C’est une position éthique à l’endroit du réel, lequel implique une réévaluation du traitement de la parole et de son ronron, vecteur du sens joui que les séances quasi systématiquement très courtes de Lacan avaient pour effet de faire tourner court.

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Encore faut-il pouvoir le soutenir en acte, dans les transferts. Ça ne s’imite pas. Lacan nous en avertit, quand de sa Télévision, il dit dans « La Troisième » : « Je suis un clown. Prenez exemple là-dessus, et ne m’imitez pas ! ». Certes, il m’est arrivé de faire comme Lacan. Il fut un temps où j’aimais fumer des Partagas culebras que j’allais acheter en Suisse et qui se vendaient tressés par trois, finement attachés et enveloppés dans du papier argenté. Comme j’aime encore porter des chemises à col romain. Comme j’aime toujours porter des vestes de couleur, moi qui ne m’habillait qu’en noir quand j’allais chez Lacan. Mais je n’ai jamais ni brûler les feux rouges ni porté de poing américain dans ma poche ! Et je n’ai jamais donné, en trente trois ans de pratique de la psychanalyse, d’uppercut, comme en juillet 1980 j’en ai reçu un du droit de Lacan, quand, le quittant après une séance dont je venais de dire l’ultime, à la question benoîtement posée et si souvent entendue en fin de séance, « Cher, je vous revois quand ? », cette fois-là, je lui répondis que non et persistai à y faire tête, bien que je le visse voir de plus en plus rouge, à chaque fois qu’il me répétait « Je vous revois quand ? »… jusqu’à, je crois bien, la cinquième, où, là, je n’eus le temps de dire ni que ni quoi. L’uppercut me projeta par terre. Groggy, cherchant mes lunettes, je me relevai chancelant, le regardai pantois et ne sus que lui dire, que lui crier, consterné et à court : « Y a pas, y a plus d’ quand ! ». Silence fracassant. Lacan soupira – que dis-je ? m’oupira ! – , ouvrit la porte avec fracas et me catapulta dans l’entrée devant Gloria effarée en me lançant un « Foutez le camp ! » A peine dégringolé en bas du premier étage, dans la petite cour du 5 rue de Lille, je réalisai alors, dans l’éparpillement des quelques secondes de mon immense désarroi, que c’était le camp, le camp où mon père avait été cinq ans déporté et dont j’avais concentré l’objet dans l’enclôt de mon fantasme, qu’il n’y avait plus et dont j’étais le rebut. Ce « Foutez le camp ! » je me l’étais entendu dire une autre fois, au tout début de mon analyse, lorsque, ayant raté le train de 6 h 50 pour Paris, j’avais téléphoné chez Lacan, vers 13 h, pour le prévenir de mon absence, disant, croyant alors tomber sur Gloria : « Allô ! Gloria ! C’est Michel Boussey… » C’est alors que je réalisai que j’avais Lacan au bout du fil ! Agacé de ma confusion, il me coupa net en m’hurlant « Foutez le camp ! » et raccrocha. L’effet d’angoisse de séparation fut tel que je foutis le camp ! N’y tenant plus, je courus comme un dératé à l’aéroport. Pour Lacan, j’aurais alors franchi le mur de son ! ! ! Je pris le premier avion et arrivai en début de soirée chez Lacan qui s’apprêtait à partir et qui m’accueillit chaleureusement. Je peux le dire aujourd’hui, c’est entre ces deux « Foutez le camp ! » et ma façon d’y répondre – et d’en répondre – que j’ai fait mon analyse avec Lacan. Ce que tu me fis courir, vérité menteuse, séance après séance, après les « Je vous revois quand, cher ? » et les « Cher, vous serez là quand ? » ! Reste que, par-delà ce point de non-retour qu’aura été le coup où j’eus à faire tête au réel, Lacan fut pour moi, de bout en bout de mon analyse, Celui qui ne m’accompagnait pas. Qu’ai-je reçu, dans ma pratique de la psychanalyse, de l’analyste qu’il fut pour moi ? De Lacan, c’est sûr, j’ai reçu cette marque de la fin que me fut son coup droit du réel. Upper-cut du réel. Tance par en dessous le dire ayant eu pour moi portée de réel. Ce cut-up a certainement

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marqué et marque mon rapport à l’acte. Mais qu’est-ce qui, de l’analyste que Lacan fut pour moi, qu’est-ce qui de sa présence, de sa présence d’objet, fut, aura été pour moi, la marque ? C’est son sourire, riant portail de mon midit natal. Il n’était ni léonardien ni saganien. Il était plutôt abyssin. Je dirai qu’il avait quelque chose de blanchotien. De Lacan j’ai reçu ce qu’écrit Maurice Blanchot à la fin de Celui qui ne m’accompagnait pas (livre dont la lecture m’accompagna, avec celle de Le pas au-delà, tout au long de mon analyse) et qui dit au plus juste ce que j’ai « reçu » de Lacan : « à présent, » – je cite Blanchot – « c’était le tranquille sourire de personne, qui ne visait personne et près duquel l’on ne pouvait séjourner près de soi, non pas un sourire impersonnel, la présence de l’impersonnel, l’acquiescement à sa présence, la certitude évasive, immense et toute proche qu’il n’y avait personne et que personne ne souriait, ce qui pourtant s’exprimait par un sourire infini, (…) posé ineffablement sur le vide ; en lui le vide s’ouvre à une allusion souriante que traverse le déchirement d’une légère risée. » (p. 168-171). Lacan aura été pour moi comme le chat du Cheshire à qui Alice demande son chemin et qui s’efface en commençant par la queue et en finissant par le sourire, lequel persiste l’esp d’un laps après que le reste ait disparu, au grand étonnement d’Alice. De Lacan, oui, j’ai reçu ça, un sourire sans chat ! Oh ! Oui ! sans chat : sans causette, sans le ronron du chat. Lacan, un sourire sans bavardage. A smile chatless, voilà qui irait pas mal avec sa Préface à l’édition anglaise du Séminaire XI dont la lecture, qui m’a bien longtemps dérouté, oriente aujourd’hui ma pratique !

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D’UN USAGE ÉTHIQUE DE L’INCONSCIENT

Jacques Adam

Comme praticien de la psychanalyse, ce que je pense avoir reçu de l’analyste que Lacan fut pour moi, passe évidemment par l’analyse que j’ai faite avec lui (et non contre lui, comme on a pu le lire chez certains de ses premiers analysants devenus ensuite des dissidents).

Mais puisque cela passe aussi par l’enseignement qu’il a donné je vais commencer par là, non pas pour dévier sur un hommage à Lacan l’enseignant, mais pour dire que je souhaitais que l’analyste par qui je voulais me faire analyser soit éventuellement aussi un enseignant, mais différent de ceux que j’avais connus et parfois subis dans mes études, comme Daniel Lagache, Didier Anzieu, Juliette Favez-Boutonnier et quelques autres.

Il y a d’abord l’enseignement théorique de son séminaire que j’ai suivi

avec une assiduité et une régularité écrantée de la rage de n’y rien piger, à des moments où il me semblait qu’il était particulièrement important de recevoir son dire, que je trouvais être en relation, bien sûr, avec mon dire, celui de mes séances. Phénomène très partagé par nombre d’analysants de Lacan, je n’en doute pas. Mais un déclic supplémentaire se fit lorsque Lacan me dit un jour – c’était assez rare qu’il prononce une phrase un peu longue pour que je m’en souvienne bien – « mais vous savez, ce que je dis à mon séminaire, je le tiens avant tout de ma pratique, de mes analysants, comme vous ». L’effet ne fut pas de me rengorger, mais bien au contraire de me sentir d’autant plus responsable de ce que je disais et de ce que je faisais en étant en analyse, de ce pourquoi je faisais une analyse, mais responsable aussi de ce que ma propre pratique débutante allait bientôt m’enseigner, avec les difficultés, jamais complètement disparues, de faire passer à l’acte enseignant ce que la pratique de la psychanalyse enseigne.

Par contre, dans ma pratique, la technique de l’acte analytique

lacanien à laquelle j’avais été soumis (séances courtes, scansions surprenantes) m’a paru être très naturellement, mais sans tenir lieu de modèle, la position adéquate à l’écoute de ce que les patients racontent et demandent. Contrairement à d’autres, je n’ai jamais été choqué de cette technique qui a valu à Lacan son excommunication. Secoué parfois peut-être, heureusement d’ailleurs, mais non seulement cette manière de faire m’a paru répondre adéquatement au transfert imaginaire qui m’a amené à lui demander de faire mon analyse avec lui, mais surtout ce type de technique, adaptée à ce qu’il est possible de tenir dans chaque rencontre analytique – et c’est la difficulté de chaque séance, même après plusieurs années de pratique – me semble (et encore plus maintenant) la seule pratique concevable aussi bien pour l’analysant que pour l’analyste. Ce sont les patients eux-mêmes, écoutés de cette manière, qui confirment la pertinence et la validité de cette position.

Donc, le premier acquis de ce que je pense avoir reçu comme praticien

de la psychanalyse de l’analyste que fut Lacan pour moi, c’est une forme de

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responsabilité, acquise dans le vif de la pratique, la sienne, inimitable, mais remplie du poids de cette chose incommensurable, légère et écrasante à la fois, le poids d’une parole qui prend les choses à la lettre, non pas pour faire poétique, autoritaire ou moral, mais pour oser provoquer du désir chez l’analysant par le désir de l’analyste, sans susciter l’angoisse qu’un trop de désir pourrait induire.

Il y a aussi l’enseignement clinique des présentations de malades

auxquelles j’ai coopéré directement pour des patients que je suivais dans le service de l’hôpital où avaient lieu ces présentations. Ce n’était pas encore Lacan le contrôleur car l’exercice bien que privé était orienté vers le public, un public choisi, en fait en très grande majorité ses analysants actuels ou passés. Là encore, en démarcage des présentations auxquelles j’avais assisté, celle de Jean Delay et celle de Henri Ey, la présentation de malades de Lacan était tout autre, faite à la fois de gentillesse, de bienveillance, de tolérance, et en même temps de cette fermeté d’une position entièrement basée sur une économie de moyens pour faire passer le message du discours de la psychanalyse, et cela dans le camp même du champ psychiatrique où avaient lieu régulièrement ces présentations. L’exercice habituel de la clinique médicale en était complètement subverti et il y avait là sous une forme soft cette sorte de provocation propre à Lacan qui en même temps respectait et subvertissait la clinique psychiatrique convenue, celle qui avait déjà suscité un grand intérêt et même une certaine admiration pendant mes études.

Mais la manière de pratiquer de Lacan a servi à me dé-fasciner de la

psychose, à quitter le terrain où m’avait entraîné un fâcheux penchant à l’amour de la vérité que la psychologie, et même un peu la religion auparavant, avaient essayé d’entretenir. À cet égard, aussi paradoxal et toujours intrigant pour moi que soit le rapport de Lacan à la religion, je pense néanmoins pouvoir dire que l’analyse m’a « laïcisé », sinon « athéïsé » pour autant qu’il soit possible d’être vraiment athée au bout d’une analyse et en la pratiquant. Mais c’est une laïcisation concrète, sans concession, irréductible à une simple posture professionnelle, et inconditionnellement engagée au service du discours de la psychanalyse dans sa spécificité singulière si antinomique de la science comme de la religion. Cet engagement laïc porte pour moi le nom d’École, d’École de psychanalyse dont il me semble bien aussi que l’adhésion à ce concept, celui d’École conjoint à celui de discours en ce qui concerne la psychanalyse, vient en droite ligne de l’expérience de mon analyse avec Lacan. Adieu la psychologisation des conflits et l’intimité de la cure ; bienvenu dans le champ de l’éthique : c’est ce que je pense avoir reçu de plus fort, et de plus marquant, donc de difficile aussi, de l’analyse que j’ai pu faire grâce à Lacan. Je peux ajouter qu’il m’avait encouragé à faire la passe ; mais que les autorités alors en place à l’École freudienne de Paris m’en avait empêché, ce qui l’avait mis en rage. Au lendemain de cette colère, j’aperçus que la question de l’École était indissociable des questions rencontrées dans la pratique de l’analyse, et que la pratique de l’analyse était indissociable des enjeux de la psychanalyse dans la société contemporaine.

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Malgré mon immersion appliquée dans l’œuvre de Freud, la séduction opérée par le récit de ses cas cliniques et la force de son nouveau discours, cette question des enjeux de la psychanalyse n’était pas ce que j’avais reçu de plus marquant des lectures de Freud, dont l’acrobatie théorique m’avait souvent dérouté sans aboutir à me décharger d’un certain malaise. Le texte de Lacan, au contraire, harmonique au tissu de la cure, fut beaucoup plus convaincant. Et l’accrochage de la pratique à la théorie se fit d’autant plus naturellement, au nom de ce que j’appris progressivement être une question éthique.

Ce que je pense avoir reçu de Lacan l’analyste vient aussi de son

mode de présence à l’écoute de l’autre. Une présence très particulière faite d’un ensemble de provocation et de « soumission aux positions proprement subjectives » de l’autre, comme il le dit à propos de cette malade à qui il finit par arracher son « Je viens de chez le charcutier ». C’était très frappant dans ses présentations de malades, mais aussi dans le décours de la cure. C’est un style, qui est je crois l’une des choses les plus précieuses qu’on doit reconnaître comme ce qu’on a hérité, pour ne pas dire mérité, de la cure faite avec lui, quels qu’aient été parfois les soubresauts de celle-ci. Je ne parle évidemment pas, avec le terme de « style » des singeries imaginaires qu’ont pu affecter certains de ses élèves.

La provocation dans l’exercice clinique n’était cependant pas l’apanage

de Lacan. Mais elle avait une autre sonorité que celle qu’employait par exemple Henri Ey pour interroger un malade avec son fort accent du terroir : « Alors, je lis sur votre dossier que vous êtes schizophrène, racontez-moi ça ».

La provocation lacanienne, celle qui m’a fait penser que c’était de lui

comme analyste que je pourrais recevoir quelque chose qui ait enfin de la chair, se manifestait autrement. Et en l’occurrence lors d’une situation comme celle-ci : c’était à une époque un peu antérieure, dans les mêmes lieux, Sainte-Anne, et à l’égard justement de son ami Henri Ey, lequel était venu tenir, dans l'ancienne et belle salle de la bibliothèque de Sainte-Anne, une petite réunion pour présenter l’état de ses recherches avant la publication de son ouvrage La conscience qui ne paraîtra qu’en 68. A la fin de cette réunion arrive un homme que je ne connaissais pas, manteau de fourrure et toque d’astrakan, que Ey, curieux, invite aimablement à entrer dans la discussion en cours. L’homme s’avance lentement vers l’estrade, et dit simplement ceci d’une voix lente, douce et précise : « Je rappelle que mon séminaire a lieu mercredi prochain à 12h30 ». Ce fut tout, et il s’en alla.

L’ « inconscient », par anticipation, répondait là avec impertinence à la

« conscience » puisque, deux ans avant la publication de La conscience par Henri Ey, était paru, sous le titre L’inconscient chez Desclées de Brouwer, les minutes du VIème Colloque de Bonneval où Lacan avait exposé ce qui dans les Écrits s’intitulera « Position de l’inconscient ».

Je sus bien sûr quelque temps après qu’il s’agissait de Lacan à qui j’ai

ensuite été demander une analyse.

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Que d’imaginaire dans cette histoire, dans cette rencontre, me direz-vous ! Pire même, ce n’est qu’anecdote !

Et bien, justement, c’est Lacan lui-même qui le dit : « L’anecdote, c’est

le cas à faire de l’amour » (Discours à l’EFP). L’amour qui n’est que rencontre mais auquel le transfert donne consistance logique et chronologique. Mais qui peut aussi parfois servir d’alibi au plus ambigu des hommages. C’est la raison pour laquelle l’exercice d’aujourd’hui est difficile. Parce que répondre à la question telle qu’elle est posée à ceux qui ont été en analyse et en contrôle avec Lacan pourrait faire penser qu’il s’agit là d’une sorte d’exercice d’auto-évaluation des effets de sa propre rencontre avec Lacan. À l’heure de la mesure en toute chose, il faudrait quand même en finir avec cette manie liberticide de l’évaluation.

L’ambiguïté de l’hommage permet peut-être justement d’en sortir. Sans

craindre la contradiction. Accepter, donc, que l’hommage ne puisse qu’être ambigu. Rappelons nous l’hommage ambigu de Lacan à l’égard de la passion freudienne de la vérité. Rappelons nous aussi l’hommage de Jones qui ne recule pas à sans cesse s’auto-évaluer par rapport à ses collègues et amis du premier cercle freudien dans cette entreprise de biographie que lui avait pourtant confiée Freud lui-même.

Lacan d’ailleurs ne manque pas de souligner l’ambiguïté de l’hommage

quand il est le propre du sujet hégélien ou du sujet obsessionnel. Il ne rend hommage au Maître que pour mieux lui prendre sa place, en s’imaginant qu’il y risque même sa vie. Il ne lui rend peut-être même hommage que pour mieux le tuer. Or l’hommage d’aujourd’hui n’est pas au Maître et il se devrait d’être avant tout hommage à l’analyste. Mais est-ce complètement possible ? On peut se demander si l’hommage à un analyste, quel qu’il soit, est de l’ordre du possible pour autant que c’est l’hommage lui même qui fait automatiquement le Maître. L’hommage n’oblige-t-il pas, de fait, à convoquer le portrait de l’analyste en Maître ?

Malgré ses résonances, le mot d’hommage est peut-être trop simple, et

insuffisant. « Ce n’est pas parce qu’on se revendique d’un auteur qu’on lui rend

hommage » disait récemment un écrivain, Laurent Mauvignier, dans Le Monde des Livres du 21 octobre dernier, à propos de Marguerite Duras célébrée dans la collection La Pléiade. Ayant souffert d’une médiocrité littéraire ambiante où beaucoup d’écrivains picoraient dans son œuvre, qui le style, qui les idées, Marguerite Duras avait en même temps été accusée d’avoir fait beaucoup de dégâts chez les écrivains et dans la littérature !

Ne fut-il pas un temps où de même, alors qu’on rendait déjà un

hommage appuyé à l’érudition et au brillant culturel de Lacan, on lui reprochait en même temps fondamentalement les dégâts que pourraient provoquer ses libertés techniques chez les psychanalystes et pour la psychanalyse toute entière. On connaît la suite.

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De ces innovations techniques, il s’en était pourtant expliqué dans leur

« convergence avec l’usage de l’inconscient ». La formule mérite qu’on la souligne car elle est de Lacan lui-même et

dans un texte dont le titre est justement et précisément « Hommage fait à Marguerite Duras, du ravissement de Lol V. Stein ». Je cite :

[L’artiste fraye la voie au psychanalyste…] « c’est précisément ce que je reconnais dans le ravissement de Lol V. Stein, où Marguerite Duras s’avère savoir sans moi ce que j’enseigne.

En quoi je ne fais pas tort à son génie d’appuyer ma critique sur la vertu de ses moyens.

Que la pratique de la lettre converge avec l’usage de l’inconscient, est tout ce dont je témoignerai en lui rendant hommage. » (1965) Je me demande quelle sorte d’hommage on peut faire à un

psychanalyste, après avoir lu quelle sorte d’hommage un psychanalyste peut faire à une femme, et à une femme écrivain.

Ici le style, c’est la femme à qui l’on s’adresse et qui n’est pas

seulement « l’art d’écrire », auquel semble le réduire Jean-Claude Milner dans son dernier ouvrage Clarté de tout.

S’il est une convergence entre ce qu’on a reçu de Lacan, de sa

pratique et aussi de son enseignement, ce doit sûrement être dans le style avec lequel on est capable de faire « usage de l’inconscient ».