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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO “LATU SENSO” PROJETO A VEZ DO MESTRE RESPONSABILIDADE SOCIAL – UMA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL Por: Patrícia Quaresma Ferreira Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS GRADUAÇÃO “LATU SENSO”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

RESPONSABILIDADE SOCIAL – UMA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

Por: Patrícia Quaresma Ferreira

Rio de Janeiro

2010

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PATRICIA QUARESMA FERREIRA

RESPONSABILIDADE SOCIAL – UMA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

Apresentação de Monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em gestão empresarial

Orientador: Prof. Cleber Gonzaga

Rio de Janeiro

2010

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A Denise, minha mãe que, na simplicidade de sua vida, me criou e ensinou a buscar meus sonhos com determinação.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus familiares, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para

que eu chegasse até esta etapa tão importante da minha vida. Todas as concordâncias,

desentendimentos e ensinamentos foram à base para quem sou.

Aos meus queridos amigos. Todos foram e são muito importantes em todas as

minhas conquistas.

Obrigada!

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“O desempenho econômico não é a única responsabilidade de uma empresa. Uma organização tem plena responsabilidade pelo seu impacto sobre a comunidade e a sociedade.”

(Peter F. Drucker)

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RESUMO

Identifica teorias e práticas do conceito de responsabilidade social.

Discorre a respeito dos benefícios de crescimento e permanência em um mercado cada vez

mais globalizado, de uma empresa que decide tornar-se uma companhia responsável

socialmente, apresentando resultados sociais e ambientais que amplie a confiança não só de

toda uma sociedade, como também de entidades relacionadas a este tipo de ação.

Busca-se também, o esclarecimento dos objetivos dessas políticas administrativas,

demonstrando a importância não só do resultado econômico para a empresa que o “abraça”,

como também os resultados sociais e ambientais para toda uma coletividade.

Palavras-chave: Responsabilidade Social. Balanço Social. Políticas Administrativas.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 08

2 METODOLOGIA .................................................................................................... 10

2.1 Objetivo ..................................................................................................................... 10

2.2 Problema ................................................................................................................... 10

2.3 Hipótese ..................................................................................................................... 10

2.4 Justificativa ............................................................................................................... 10

2.5 Organização do Estudo ............................................................................................ 11

3 REFERENCIAL TEÓRIO ...................................................................................... 12

3.1 Responsabilidade Social – Conceitos e Práticas ..................................................... 12

3.2 As Dimensões da Responsabilidade Social ............................................................. 14

3.3 Responsabilidade Social e a sua estrutura ............................................................. 15

3.4 STAKEHOLDERS – Quem são as partes interessadas? ...................................... 16

4 AS EMPRESAS E SUAS ATUAÇÕES.................................................................. 19

4.1 Atuação ...................................................................................................................... 19

4.2 Dinâmica Empresarial ............................................................................................. 20

4.3 Ética nos negócios .................................................................................................... 21

5 ESTRATÉGIA .......................................................................................................... 23

5.1 Estratégia Empresarial – Implementação e Controle ................................... 23

5.1.1 Balanço Social ......................................................................................................... 24

5.1.2 DVA – Demonstração do Valor Adicionado ................................................... 28

5.1.3 Auditoria Social ..................................................................................................... 29

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 35

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1 INTRODUÇÃO

A idéia de responsabilidade social por parte das empresas vem sendo bastante

difundida em especial nos países mais desenvolvidos. As empresas, crescentemente,

enfrentam novos desafios impostos pelas exigências dos consumidores, pela pressão de

grupos da sociedade organizada e por legislações e regras comerciais que demandam, por

exemplo, proteção ambiental, produtos mais seguros e menos nocivos à natureza e o

cumprimento de normas éticas e trabalhistas em todos os locais de produção e em toda a

cadeia produtiva.

Assim, as empresas são impulsionadas a adotar novas posturas diante de questões

ligadas à ética e à qualidade da relação empresas–sociedade. Estas questões vêm

influenciando, e em muitos casos impondo, mudanças nas dinâmicas de mercado e no padrão

de concorrência e de competitividade, a exemplo das preocupações ligadas ao meio ambiente.

A identificação e avaliação de fatores relacionados à responsabilidade social vêm evoluindo

de modo similar ao processo de discussão que se concentra hoje em vários aspectos: análise e

identificação das partes envolvidas diretamente e indiretamente com as atividades da empresa

que está representado por investidores, fornecedores, financiadores, clientes, empregados,

governos e meio-ambiente.

Dentre as principais áreas beneficiadas pelos programas de responsabilidade no Brasil

merecem destaque a educação, saúde, meio-ambiente, cultura, qualificação profissional e

assistência social.

A responsabilidade social capacita a empresa a crescer e permanecer no mercado

globalizado e, cada dia mais, competitivo. Por isso, a organização que assumir o seu

compromisso com o social estará contribuindo, de maneira decisiva, para a sua

sustentabilidade e para o seu desempenho.

O reconhecimento da sociedade será obtido à medida que a empresa passa a ser mais

atuante em investimentos no social, tornando-se preocupada com os problemas da

comunidade, buscando soluções, mudando a sua imagem e assumindo a posição de empresa-

cidadã, reconhecendo seus dirigentes como líderes empresariais e com grande senso de

responsabilidade social.

A responsabilidade social está baseada na convicção de que existe outra maneira de

gerir os negócios, a gestão socialmente responsável e que quando um líder adota os princípios

e valores como estratégia de negócio, ele está contribuindo decisivamente para uma

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verdadeira mudança social.

A cada ano que passa, tanto nos países desenvolvidos como também no Brasil, ganha

vigor a discussão sobre o papel das empresas como agentes sociais no processo de

desenvolvimento. Torna-se fundamental que as empresas entendam que o relacionamento

empresa comunidade com a qual está inserida representa um fator de garantia de estratégia

econômica e de sustentabilidade.

Diante deste contexto, busca-se esclarecer que o objetivo das políticas administrativas

não é somente o resultado econômico, mas também os resultados sociais e ambientais que

amplie a confiança da sociedade e das partes relacionadas na entidade e apresentar um

desenvolvimento empresarial sustentável visando atender à comunidade, as empresas e ao

meio-ambiente, obtendo resultados otimizados.

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2 METODOLOGIA 2.1. Objetivo

Demonstrar que as empresas não estão preocupadas e focadas somente em produção

de bens e serviços, mas também, no bem-estar social dos funcionários, no meio ambiente e na

comunidade como um todo.

2.2 Problema

Há dificuldade na implantação de ações sociais com vista dos resultados qualitativos

em prol da sociedade, meio ambiente e quadro de funcionários?

2.3 Hipótese

A chegada de novos conceitos, visões por novos horizontes e novos “materiais

humanos”, faz com que a idéia de responsabilidade social cresça cada dia mais entre as

grandes e pequenas empresas. E esta mudança é fundamental para o crescimento e

fortalecimento de uma organização.

2.4 Justificativa

A escolha do tema justifica-se pela tentativa de trazer à tona o que as empresas de hoje

em dia estão buscando para ascender financeiramente e no mercado em modo geral.

Justamente com essas ascensões, de certa forma, colaboram com o crescimento econômico,

ambiental e a inserção social do nosso país.

A relevância do tema está em demonstrar, através de pesquisas a obras de autores

renomados e por meios de sites importantes com históricos confiáveis, de como as empresas

estão se voltando para este tema, pois além destes programas serem visto como diferenciais

no mercado, hoje em dia está cada vez mais se tornando um caso de sobrevivência.

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Com os problemas que tanto a sociedade como as empresas vem em enfrentando, nos

dias de hoje, não basta somente ter os melhores serviços e produtos, é preciso buscar sempre o

diferencial e o bem estar dos funcionários.

2.5 Organização do estudo

Esta pesquisa está apoiada em material bibliográfico tais como: livros, revistas, jornais

e grandes sites com conteúdos altamente confiáveis, a fim de buscar informações mais

atualizadas possíveis e voltadas à área acadêmica abordada.

Inseridas na análise, estarão também conclusões de institutos responsáveis e com

informações de confiança e atualizadas a respeito do tema aqui proposto.

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3 REFERENCIAL TEORICO

3.1. Responsabilidade Social – Conceitos e Práticas

A sociedade vive um novo contexto econômico, político, social e cultural e, as

empresas vêm buscando desenvolver ações voltadas para o campo social, vista como

essencial no atual universo corporativo. As empresas percebem que a sociedade necessita de

ações sociais e elas não podem ficar alheias a esse processo.

Dessa forma o tema “responsabilidade social” passa a ser amplamente discutido e

propagado no mundo empresarial, tornando-se uma estratégia empresarial competitiva entre

as empresa que atuam num ambiente complexo e movimentado, onde a qualidade dos

produtos e os preços cada vez mais atraentes não se configuram mais como pontos

diferenciais, mas como exigências. Desse modo, a responsabilidade social torna-se uma

estratégia muito importante para as empresas que visam um retorno institucional a partir das

suas praticas sociais, aliando-se também ao marketing social.

Nos últimos anos os estudos sobre responsabilidades social iniciam de uma visão

econômica bastante clássica, a geração de lucro, defendida por MILTON FRIEDMAN

(1970), chegando ao conceito de empresa socialmente responsável, atual e estratégica.

Na visão econômica clássica de Friedman a única responsabilidade social das

empresas é a geração de lucros para os sócios e acionistas, sua meta é o desempenho

econômico. Uma empresa que não gera lucros é socialmente irresponsável.

De acordo com FRIEDMAN (1970), a responsabilidade social nos negócios é utilizar

seus recursos e investir em ações destinadas a aumentar os lucros, o máximo possível, mas

dentro das regras do mercado competitivo. No entanto os conceitos de Friedman e os outros

seguidores vêm perdendo força a medida que as praticas da responsabilidade social avançam e

tornam-se estratégias empresariais para o atual mundo das organizações.

Os conceitos e definições de responsabilidade evoluem juntamente com as empresas,

no sentido de atender as mudanças que acontecem no mundo empresarial. ASHLEY (2000)

tem uma nova visão sobre responsabilidade social, onde as empresas que querem crescer,

alcançar a lucratividade e o sucesso, precisam incorporar no seu processo de gestão novas

práticas de relacionamento com os diferentes públicos que elas atendem.

O conceito de responsabilidades social que retrata uma visão ampla, mostrando a

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importância na melhoria da qualidade de vida da sociedade, destacando a relevância do

caráter moral sobre as leis e a importância da sustentabilidade é definida da seguinte forma:

“Responsabilidade social pode ser definida como compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que a afetem positivamente, de modo amplo, ou a alguma comunidade, de modo específico, agindo proativamente e coerentemente no que tange a seu papel específico na sociedade e sua prestação de contar para com ela. A organização, nesse sentido, assume obrigações de caráter moral, além das estabelecidas em lei, mesmo que não diretamente vinculadas as suas atividades, mas que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável povos”. (Ashley 2000, p. 6-7):

Segundo BORGER (2001), os conceitos de responsabilidade social são dinâmicos,

complexos e variados e podem estar associado à idéia de responsabilidade legal, no sentido de

comportamento ético, ou a idéia de contribuição social por uma causa especifica ou

voluntariada. No que diz respeito à responsabilidade social empresarial está ligada ao

reconhecimento de que as decisões e os resultados das atividades das empresas alcançam um

mundo de agentes sociais mais amplos do que o composto por sócios e acionistas, ou seja, é

uma pratica que deve envolver os diversos públicos da empresa, bem como toda sociedade.

Entende-se também que não existe nenhum conceito novo quando o assunto é

responsabilidade social. O que surge é uma nova visão, uma nova maneira de entender as

questões que envolvem as relações humanas e percebe-se também que as ações nessa área

precisam ser incorporadas a dinâmica empresarial para que seja atingido o sucesso.

GRAJEW (2000, p. 43) afirma isso quando diz “a responsabilidade social não é uma atividade

separada dos negócios, mas sim a nova forma de gestão empresarial”.

Os argumentos de MELO NETO E FROES (2001) são que as empresas socialmente

responsáveis tendem a se destacar pelo seu patrão de comportamento ético-social,

demonstrando comprometimento com a comunidade local e com os funcionários por meio de

ações sociais cujo maior objetivo não é o marketing e sim o desenvolvimento local. Como

uma tentativa contextual das ações, os autores mostram a predominância das ações externas

(comunidade local) sobre as de caráter interno (o alvo são os funcionários e seus familiares),

em especial junto a pequenas e medias empresas, apesar das grandes já identificarem a

importância das ações sustentáveis. Para tanto, responsabilidade social é vista:

“como um compromisso da empresa com relação à sociedade e à humanidade em geral, e uma forma de prestação de contas do seu desempenho, baseada na

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apropriação e uso de recursos que originariamente não lhe pertencem” (Melo Neto e Froes, 2001, p. 84).

Os conceitos de responsabilidade social estão relacionados a diferentes idéias. Para

uns ele esta associado à responsabilidade legal e para outros o assunto está ligada diretamente

ao comportamento no sentindo ético, outros ainda tem a idéia de contribuição social.

O fato de ser um assunto tão amplo, dinâmico e com diversos contextos, ditos por:

FRIEDMAN (1970); ASHLEY (2000); MELO NETO E FROES (2001); GRAJEW (2000) e

BORGER (2001) é impossível estabelecer um manual de práticas para a gestão socialmente

responsável das empresas.

3.2. As dimensões da Responsabilidade Social

Segundo BORGER (2001), a responsabilidade social apresenta quatro dimensões que

integra a maioria dos argumentos ao debate, são elas: responsabilidade econômica, legal, ética

e filantrópica conforme explicado a seguir:

1. Responsabilidade econômica – a sociedade espera que as empresas gerem

lucros. Sua natureza é totalmente é econômica, com isso sua responsabilidade é

produzir bens e serviços e vende-los com lucro para a sociedade mantendo o

funcionamento do capitalismo;

2. Responsabilidade legal – a sociedade espera que as empresas obedeçam às leis.

Sua natureza é totalmente voltada para contexto jurídico, sua responsabilidade é

atender os requisitos legais de concorrência, oferecer produtos com qualidade e

segurança e atender as regulamentações do meio ambiente;

3. Responsabilidade ética – a sociedade espera que as empresas cumpram com os

seus direitos e deveres. Sua natureza está voltada para o comportamento, sua

responsabilidade é cumprir com as normas éticas, fazer negócios sem prejudicar

os outros e ser justa;

4. Responsabilidade Filantrópica – a sociedade espera que as empresas sejam

solidárias. Sua natureza está voltada para os papeis sociais, são os gestores que

direcionam as normais sociais internas que são cada vez mais estratégicas.

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3.3. Responsabilidade Social e a sua estrutura

Vivemos num momento em que as empresas e a sociedade se mobilizam para buscar

soluções com o intuito de minimizar as desigualdades sociais. As empresas se envolvem

nessas atividades, demonstrando que se preocupam não só em produzir bens e serviços, mas

também buscar bem-estar social por meio da valorização do homem, do meio ambiente e da

cultura.

Os investimentos sociais dentro da própria empresa são de extrema importância para

sobrevivência no mundo atual, as empresas devem investir na educação e no crescimento dos

seus funcionários, na alimentação, na saúde, enfim, através desses trabalhos colher mais

produtividade, compromisso e dedicação. A empresa que cumpre seu o papel social atrai mais

consumidores e está investindo na sociedade e no futuro.

Segundo o INSTITUTO ETHOS, a responsabilidade social empresarial é uma forma

de conduzir os negócios da empresa, tornando-a parceira e co-responsável pelo

desenvolvimento social. Uma empresa socialmente responsável é aquela que possui

capacidade de ouvir os interesses das partes (sócios, acionistas, empregados, comunidade,

consumidores, fornecedores, clientes, ambientalistas, governo e a sociedade em geral)

incorporando esses interesses as suas atividades buscando atender as demandas de todos.

Um estudo feito pelo o INSTITUTO ETHOS mostra os aspectos relevantes sob a

visão dos consumidores e dos clientes, para julgar se uma empresa conduz corretamente seus

negócios, com base nos alicerces da responsabilidade social empresarial, que são:

1. A filosofia de tratamento para com seus funcionários dando lhes empregos de

qualidade, saúde e segurança;

2. O comportamento ético, obedecendo sempre às leis, não praticando subornos e

corrupção; não contratando mão-de-obra infantil e barata;

3. Dedicação à melhoria do meio ambiente e a preservação dos recursos naturais,

apoio a reciclagem;

4. Responsabilidade com a sociedade não visando somente seus interesses, ajudar

a comunidade local, aos direitos humanos e causas nobres, respeitar a cultura

local e suas tradições;

5. Manter a qualidade, imagem, nome, reputação da marca e preço dos produtos;

6. Contribuir para economia local, verificar os números de empregos gerados, o

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desempenho no mercado de ações;

7. Manter a estratégia e gerenciamento dos negócios de uma maneira inteligente,

ter um diretor/presidente com visão global do mundo atual.

O resultado do estudo mostra que a responsabilidade social é uma grande oportunidade

para os negócios, onde se trabalha com a responsabilidade externa – relação ética com a

sociedade, com os investimentos sociais e a transparência econômica – e a responsabilidade

interna que são as questões do dia-a-dia, como condições de trabalho, compromisso com o

desenvolvimento, política de contratação entre outras. A responsabilidade social não é apenas

um investimento social, aquele realizado através de projetos sociais, mas uma postura da

empresa frente ao mercado atual, aos públicos internos e externos, incluindo cliente,

fornecedores, consumidores, meio ambiente e os concorrentes.

Para uma empresa não basta se preocupar com todo processo produtivo cobrando dos

seus fornecedores a mesma postura adotada, enfim, a responsabilidade social esta

permanentemente relacionada com os Stakeholders na condução dos negócios.

3.4. STAKEHOLDERS – Quem são as partes interessadas?

As empresas, durante muito tempo, foram pressionadas a se preocuparem com a

qualidade dos produtos, com o preço competitivo e o aumento do lucro. Atualmente o mundo

organizacional tem uma nova visão para os assuntos como ética, transparência, diversidade

sócio-culturais, econômicos, como sendo de extrema importância para atuação responsável. A

responsabilidade social aparece como uma atividade que não está desassociada ao negocio da

empresa, é uma nova forma de gestão. Gestão que, segundo GRAJEW (2000), está envolvida

a uma atitude estratégica focada na ética, na geração de valores e na qualidade das relações

com partes interessadas – os Stakeholders.

“a valorização da imagem institucional e da marca, maior lealdade de todos os públicos, principalmente dos consumidores, maior capacidade de recrutar e reter talentos, flexibilidade e capacidade de adaptação e longevidade”.

KROETZ (2000) identificou Stakeholders da seguinte forma:

1. Acionistas ou Investidores – são agentes que garantem o desenvolvimento,

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mediante a aplicação de recursos financeiros, almejam a rentabilidade e o

retorno do investimento. Eles apresentam uma relação de confiança com a

organização, uma vez que assumem os riscos de prover valores para alavancar

os negócios;

2. Fornecedores – parceiros no mercado acreditam na potencialidade econômica

da empresa. A escolha dos fornecedores deve se basear em critérios claros e

valorizando a livre concorrência, não deve haver favorecimentos e nem

vantagem pessoais;

3. Clientes externos – são os consumidores, através eles sabemos se a venda dos

produtos/serviços está satisfazendo as suas expectativas e suas necessidades.

Exigem segurança e qualidades nos produtos. O desenvolvimento dos produtos

deve ser confiável com a garantia de que não serão nocivos à saúde dos

indivíduos. A relação deve ser sempre direta e é determinante para a

continuidade;

4. Clientes internos – são os funcionários. Eles são diferenciais e fundamentais

para o desenvolvimento da empresa, através da sua capacidade de trabalho,

criatividade, produtividade e comprometimento. Devem ser valorizados,

motivados e desenvolvidos a fim de atingir os objetivos da empresa. Cabe a

empresa investir em treinamento e desenvolvimento, estimular, oferecer

qualidade de vida, salários justos e compatíveis com o mercado, comunicação

aberta e transparente em todos os níveis;

5. Meio Ambiente – uma das maiores responsabilidades das empresas é o meio

ambiente. Ela recebe os elementos físicos essenciais para sua atividade e de

volta deve garantir a manutenção desses elementos (água, solo, floresta, etc.). A

empresa deve ser ambientalmente responsável e estar atenta nas melhorias das

condições ambientais, minimizando riscos e agressões à natureza. Deve investir

em tecnologia antipoluente, reciclagem, em tratamento de água e limitar o uso

dos recursos naturais;

6. Governo – o governo deve proporcionar condições para o desenvolvimento das

empresas e em contrapartida as empresas devem cumprir seus compromissos de

pagar os impostos como forma de contribuir para realização de serviços à

sociedade. A responsabilidade social começa quando a obrigação legal termina.

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A responsabilidade social faz parte de uma cultura empresarial e por isso deve estar

claramente inserida na sua visão, missão e valores. Para BORGER (2001), a visão da empresa

é valorizar o que tem de diferencial nesse mercado competitivo, considerando não só o

funcional, mas também o modelo sustentável de responsabilidade social, incorporando as

relações e necessidades dos Stakeholders. Já o desenvolvimento da missão social vai além da

geração de lucros, envolve também os princípios e valores éticos que definirá como será a

relação com os Stakeholders. A missão apenas oferece a filosofia de administração, ela não é

suficiente para criar uma gestão responsável. Os valores são importantes para gestão interna, a

busca de novos processos e tecnologias para produzir produtos/serviços diferenciados

respeitando o meio ambiente e alcançando resultados financeiros.

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4 AS EMPRESAS E AS SUAS ATUAÇÕES

4.1. Atuação

Para BORGER (2001), uma atuação orientada para a responsabilidade social

empresarial é composta por alguns fatores:

1. Liderança e compromisso com a responsabilidade social empresarial: a

liderança é um fator crítico, uma vez que ações e comportamentos dos líderes

fornecem padrões de conduta aos funcionários, além do contexto cultural para a

atuação de outras partes envolvidas. Os indicadores que compõem a liderança e o

compromisso são a missão, visão e valores; a existência de uma função dentro da

estrutura organizacional que se encarregue de fomentar e trabalhar o tema na empresa;

o envolvimento da alta administração, que deve liderar o processo, transmitir os

valores contidos na visão e missão, construindo assim a ética corporativa e, também, a

participação em entidades e associações profissionais e sociais, que são importantes na

construção de relações da empresa com a comunidade e a sociedade em geral;

2. Políticas e estratégias: as políticas traduzem os princípios e diretrizes a serem

seguidos e devem ser definidos em termos gerais e setoriais (política de RH, de

Marketing, de Meio Ambiente, para Relações com Clientes e Fornecedores etc.).

Além disso, uma análise sistemática deve ser feita para identificar novas

oportunidades e possíveis ameaças aos negócios, mapear Stakeholders e definir os

objetivos e metas sociais;

3. Procedimentos e práticas gerenciais: para que as políticas e estratégias sejam

postas em prática é preciso haver um forte alinhamento interno das ações, adotando

práticas orientadas para atingir os objetivos sem desrespeitar os valores corporativos.

Práticas importantes são também as de avaliação do desempenho social, capacitação

dos funcionários e envolvidos, e a comunicação e informação, disseminado estes

valores e esclarecendo dúvidas quanto às práticas da organização;

4. Projetos e investimentos sociais: são a prática efetiva das políticas, estratégias e

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planos em ações orientadas para a responsabilidade social empresarial. Para isso, deve

se planejar investimentos, alocar recursos financeiros, humanos e materiais para

projetos orientados para a atuação social.

4.2. Dinâmica empresarial

BORGER (2001) define a dinâmica empresarial da seguinte maneira:

“a dinâmica empresarial é o conjunto das variáveis que refletem o desempenho da empresa, o desempenho tecnológico, o ambiente e as condições de trabalho oferecidas pela empresa a seus participantes, e a reputação da empresa junto ás partes interessadas”.

Algumas variáveis importantes da dinâmica empresarial interna:

1. Clima organizacional: as práticas de responsabilidade social impactam o

ambiente de trabalho, o desempenho dos funcionários e, conseqüentemente, a

cultura corporativa. Os indicadores de clima organizacional que podem ser

considerados são a satisfação dos empregados (motivação, participação, moral

etc, medidas através de pesquisa de clima), a produtividade, a atração e

retenção de talentos, além da capacitação dos funcionários para aprendizagem,

inovação e criatividade, que estarão dispostos a sugerir melhorias e implantar

novos projetos;

2. Desempenho tecnológico: a empresa deverá estar adaptada às mudanças do

ambiente externo, reagindo com flexibilidade, agilidade e capacitada para a

inovação;

3. Desempenho operacional, ambiental, econômico-financeiro e mercadológico:

melhorias nos processos operacionais, racionalização e redução de custos são

fatores importantes na melhoria das condições, inclusive as de competitividade;

4. Reputação: a percepção dos envolvidos no negócio indica a imagem

institucional diante dos consumidores, dos órgãos públicos e dos próprios

funcionários.

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4.3. Ética nos negócios

Dentro de um contexto cientifico e filosófico, a ética estuda as normas e os costumes

do comportamento humano. Num contexto corporativo a ética e a responsabilidade social

vêm mobilizando número maior de organizações, fato que deve servir de reflexão já que este

parece ser o caminho para a sustentabilidade, para o sucesso empresarial e a construção de

uma sociedade mais justa. FORMENTINI e OLIVEIRA (2003) analisam o cenário atual das

empresas:

“a sociedade cobra das empresas uma atuação responsável e o consumidor tem consciência da efetividade de seus direitos. Portanto, exige-se, das empresas uma nova postura que explique suas preocupações com questões sociais (responsabilidade social) e com a ética”

Para pensar num modelo de uma ética organizacional é necessário que a empresa

discuta com critério sua própria missão, visão e valores, determinando o fim específico da

atividade organizacional que será responsável por sua legitimação social. É preciso, então,

entender quais os motivos e os interesses das empresas preocuparem-se cada vez mais com

esta questão. Uma publicação do INSTITUTO ETHOS (2001), diz que somente há pouco

tempo que ficou disponível literatura que permitisse traçar o desenvolvimento histórico e o

atual status em que se encontra o interesse pela ética nos negócios. No entanto, alguns centros

renomados, como a Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio

Vargas, já contam com Centro de Ética nos Negócios. Porém, a maioria dos empresários

brasileiros ainda confunde ética e legalidade e isto, até hoje, coloca o país em posição distinta

no cenário mundial. O artigo também comenta sobre as novas associações e institutos estão

sendo desenvolvidos para discutir o tema. Criada em 1992, com cerca de 50 empresas, a

organização americana Business for Social Responsability, reúne atualmente mais de 1.400

filiadas, que faturam em conjunto mais de dois trilhões de dólares por ano. No Brasil, o

próprio Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social tinha apenas 11 sócios ao ser

fundado, em 1998. Esse número ultrapassou a casa dos 750, formado por empresas

responsáveis. A Ethics Officer Association, fundada também em 1992, com 12 membros,

possui hoje cerca de 890 sócios.

Apesar da breve trajetória, ética no mundo dos negócios tem apresentado mudanças,

provavelmente em conseqüência da tentativa de acompanhar o dinamismo mundo atual e de

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superar dificuldades enfrentadas que se encontram especialmente em fatores como: a

desconfiança, por parte do empresariado, como de que a empresa deve preocupar-se somente

em obter lucro, deixando as questões sociais para o poder público, escândalos, perda de

credibilidade, empregados desmotivados, etc. A ética é um fator importante na garantia de

competitividade entre as entre as empresas. “Ter padrões éticos significa ter bons negócios em

longo prazo” (FORMENTINI e OLIVEIRA 2003).

A ética empresarial pode ser entendida como aplicação de valores e normas

compartilhadas pela sociedade no âmbito da empresa, especificamente, no processo de

tomadas de decisão a fim de aumentar a qualidade e conseqüentemente, sua sustentabilidade.

Logo, a ética empresarial não consiste somente no conhecimento da ética, mas em sua prática.

E este praticar concretiza-se no campo da atuação diária e não apenas em ocasiões geradoras

de conflitos de valores. Ser ético não significa conduzir-se eticamente quando for

conveniente, mas o tempo todo e com todos os Stakeholders com os quais a empresa se

relaciona.

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5 ESTRATEGIA

5.1. Estratégia Empresarial – Implementação e Controle

A competitividade entre as empresas fez que muitas empresas se adequassem às

normas impostas pelas entidades certificadoras. A vantagem em adquirir essas certificações é

o fato de ter a boa pratica organizacional assegurada e reconhecida pelo mercado. Além disso,

ganham um diferencial em relação às empresas concorrentes.

De acordo com o artigo BALANÇO SOCIAL (2003), atualmente existe várias

propostas de normas técnicas, como a ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS em 2004 a NBR 16000 com objetivo de:

“promover as organizações os elementos de um sistema de organização da responsabilidade social eficaz passível de integração com outros requisitos de gestão, de forma, a auxiliá-las a alcançar seus objetivos relacionados aos aspectos ambientais, econômicos e sociais, permitindo formular e implementar diretrizes técnicas e uma política de responsabilidade social”.

A proposta da NBR 16000 tem como base trabalhar em cima o ciclo de PDCA –

planejamento, decisão, controle e avaliação – como estratégia metodológica de elaboração e

gestão das ações de responsabilidade social.

Fonte: Oceano/2004.

A primeira ação sistematizada é a elaboração da Política de Responsabilidade Social,

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que em linhas gerais defini com as ações serão conduzidas, por quem e de que maneira. Em

seqüência entra o planejamento que é efetivado na implementação e a operacionalização da

Política. Alguns elementos das empresas envolvidos são: princípios, valores, missão, metas,

diretrizes, estratégias, sistema de monitoramento e avaliação, etc.

As demais etapas apresentadas no sistema são relacionadas ao controle e avaliação

do processo. Essas etapas são vitais para a proposta da NBR 16000 e dão ao processo uma

estrutura de gestão.

A ISO, INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, tem

certificações importantes com a ISO 26000 de Responsabilidade Social, ISO 18000 de Saúde

e Segurança e ISO 14000 que dá ênfase as ações ambientais.

A SA 8000, SOCIAL ACCOUNTABILITY, foi criada em 1997 pelo CEPAA,

COUNCIL ON ECONOMIC PRIORITIES ACCDREDITATION AGENGY, é a uma

certificação internacional e consideradas umas das mais importantes. Essa certificação

concedida às empresas que enfatizam as relações trabalhistas e busca garantir a não existência

de ações anti-sociais, como: discriminação, trabalho infantil, trabalho escravo, etc.

A Fundação ABRINQ emite o certificado EMPRESA AMIGA DA CRIANÇA e

concedido as empresas que não utilizam mão-de-obra infantil e ajudam na melhoria das

condições de vida de crianças e adolescentes.

O IBASE, INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONOMICAS,

junto o sociólogo Herbert de Souza, criou a certificação SELO BALANÇO SOCIAL é

concedido a todas as empresas que publicam anualmente o balanço social dentro de um

modelo sugerido pelo próprio instituto (IBASE, 2009).

5.1.1. Balanço Social

A Contabilidade é fonte importante de informação e de elemento que agrega valor

através de seus relatórios para a gestão de das empresas. A empresa demonstra o seu

desempenho aos seus usuários através das demonstrações contábeis, elas são determinantes

para o sucesso ou fracasso da empresa.

Para IUDÍCIBUS (1997, p.20):

“A contabilidade está vinculada as mudanças sociais que ocorrem ao longo dos anos e que a cada nova mudança exige-se da contabilidade nova postura na divulgação das informações geradas, visando suprir os anseios de informações requeridas pelos seus usuários. Não resta dúvida que o cumprimento da missão da

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Contabilidade tornou-se mais difícil de ser alcançado, já que cada usuário deseja um conjunto específico de informações que possam suprir seu modelo decisório.

No cenário atual, deve-se estabelecer um modo de gerar informações que satisfaça as

necessidades dos diversos usuários externos, conscientes de que estes necessitam de

segurança e confiabilidade nas informações. Deve ser reconhecido que cada grupo de usuários

tem interesses distintos. Por isso é que a contabilidade através dos seus relatórios movimenta

uma cadeia de informações que são selecionadas por diversos usuários no ínterim de extrair o

máximo proveito para alcançar os objetivos traçados, visando obter uma melhor transparência

nos relatórios que são divulgadas para proporcionar aos seus usuários informações dignas,

ajudando na tomada de decisão.

A demonstração que serve para aferir de forma adequada os resultados

socioeconômicos de uma empresa e que permite avaliar e informar os fatos sociais vinculados

à empresa tanto no meio interno como meio externo é o Balanço Social.

De acordo com Relatório Setorial do BNDES (2000) o Balanço Social é o nome

dado à publicação de um conjunto de informações e de indicadores dos investimentos e das

ações realizadas pelas empresas no cumprimento de sua função social junto aos seus

funcionários, ao governo e às comunidades com que interagem, direta e indiretamente. É um

instrumento de demonstração das atividades das empresas, que tem por finalidade conferir

maior transparência e visibilidade às informações que interessam não apenas aos sócios e

acionistas das companhias, mas também a um número maior de atores: empregados,

fornecedores, investidores, parceiros, consumidores e comunidade.

O Balanço Social, como instrumento de divulgação deste tipo de informação, pode

contribuir para reforçar a imagem institucional de corporações ou das marcas e produtos a

elas associados, na medida em que se apresente não apenas como mais um atributo de

marketing, mas como um demonstrativo da efetiva responsabilidade social assumida e

praticada pela empresa e, como tal, entendida e reconhecida pela sociedade. (BNDES, 2000)

KROETZ (2000) define o Balanço Social como é uma ferramenta gerencial que

reúne dados qualitativos e quantitativos sobre as relações da empresa com o ambiente e sobre

as políticas administrativas. Esses dados podem ser analisados e comparados, servindo com

um importante instrumento de controle que auxilia a tomada de decisão e as estratégias que

influenciaram no desempenho da empresa.

KROETZ (2000) comenta também que o Balanço Social é usado para a

demonstração dos gastos da empresa com a promoção humana, social e ecológica, e é dirigido

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aos gestores, empregados e a sociedade.

“o balanço social poderá divulgar indicadores consubstanciados no planejamento estratégico, que revelam as tendências do futuro da entidade, agregando parte do relatório da administração a seu corpo de informação, numa visão pró-ativa [...] e acompanhamento dos salários, encargos sociais e outros benefícios em relação aos outros segmentos formadores do valor adicionado, bem como dos custos com o pessoal em relação à receita bruta da empresa, ao longo dos três últimos anos”. (KROETZ, 2000, p.55)

Em 1997, no Brasil, com a importante atuação do sociólogo Herbert de Souza, a

idéia de responsabilidade social das empresas e a proposta da divulgação do balanço social

alcançaram uma dimensão nacional. Nesta época o IBASE realizou um amplo seminário no

Rio de Janeiro, em parceria com diversas empresas públicas e privadas, onde a discussão em

torno da importância da realização do balanço social e da própria responsabilidade social

reacendeu-se e voltou a pautar a agenda de empresas, da imprensa, de organizações não

governamentais, de institutos de pesquisa e de instâncias de governo (IBASE, 2009).

O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas apresenta o seguinte

conceito para Balanço Social:

“O balanço social é um demonstrativo publicado anualmente pela empresa reunindo um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social corporativa (IBASE, 2009)”.

Corroborando com esse grande desafio lançado pelo sociólogo Herbert de Souza, em

setembro de 1998 realizou-se outro seminário tendo a Petrobrás e o Jornal Gazeta Mercantil,

como parceiros, ocasião em que foi destacada a importância e reconhecimento do “Selo

Balanço Social” fornecido pelo IBASE às empresas que publicam seu Balanço Social

anualmente. (IBASE, 2009)

O objetivo principal de quem atua na área social deve ser obviamente, a diminuição

da pobreza e das injustiças sociais, através da construção de uma cidadania empresarial. Ou

pelo menos, desenvolver uma sólida e profunda responsabilidade social nos empresários e nas

empresas, na busca por melhor e mais justo desenvolvimento humano, social e ambiental.

(IBASE, 2009)

Em parceria com diversos representantes de empresas públicas e privadas, O IBASE

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elaborou um modelo para ser apurado anualmente pelas entidades, que contempla

informações econômicas e sócio-ambientais, conforme pode ser demonstrada:

1. Base de cálculo: apresenta informações sobre a receita líquida, lucro operacional

e folha de pagamento bruta;

2. Indicadores laborais: apresenta informações sobre alimentação, encargos sociais,

compulsórios, previdência privada, saúde, educação, creches/auxílio creche,

participação nos lucros ou resultados, outros benefícios;

3. Indicadores sociais: apresenta informações sobre tributos, contribuições para a

sociedade, investimentos na cidadania como educação e cultura, saúde e

saneamento, habitação, esporte e lazer, creches, alimentação e investimentos em

meio-ambiente;

4. Indicadores do corpo funcional: apresenta informações sobre número de

empregados ao final do período, número de admissões durante o período,

número de mulheres que trabalham na empresa, percentual de cargos de chefia

ocupados por mulheres, número de empregados portadores de deficiência.

O IBASE em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o jornal

Gazeta Mercantil conseguiu disponibilizar espaço gratuito para sua publicação naquele órgão

diário de informação.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) emitiu dois Pareceres de orientação,

incentivando divulgar informação de natureza social (o Parecer de Orientação n° 15/87 na

parte que trata do Relatório da Administração e o Parecer de Orientação n° 24/92, sobre

divulgação da Demonstração do Valor Adicionado). Após várias discussões a Comissão de

Valores Mobiliários decidiu não emitir qualquer ato normativo obrigando a elaboração e a

divulgação do Balanço Social. No entanto resolveu, devido à importância do assunto e ao

crescente interesse dos investidores, principalmente os externos, mudaram o foco da

discussão, transferindo o assunto para o Congresso Nacional, onde o assunto terá,

evidentemente, uma abordagem mais ampla.

5.1.2. DVA – Demonstração do Valor Adicionado

A DVA deve ser elaborada com base nos demonstrativos contábeis usuais da

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contabilidade financeira. Segundo Tinoco (2001, p. 97):

“As entidades filantrópicas e, de modo particular, as universidades comunitárias, possuem receitas próprias derivadas da prestação de serviços. Recebem também contribuições, doações e subvenções dos governos federal, estadual e municipal, da indústria, comércio e sociedade em geral. Dessa forma, por essas atividades, essas entidades adicionam valor à economia, bem como distribuem o Valor Adicionado gerado”.

Na visão de Cunha (2002), a DVA é relatório Contábil que demonstra tanto os

benefícios que as empresas oferecem para a sociedade, quanto a sua capacidade de gerar

riqueza para a economia, ou seja, a sua contribuição para o desenvolvimento econômico local.

“[...]a Demonstração do Valor Adicionado permite a avaliação das condições do Estado em proporcionar benefícios para a comunidade com base no valor dos impostos apresentados. Permite ainda, avaliar a contribuição da empresa para a região: se a empresa está gerando riqueza ou, se, vende muito, mas compra muito e pouco agrega de valor aos seus insumos, gerando pouca riqueza para a comunidade onde está inserida”. (CUNHA, 2002, p.45)

Derivada da DRE, a Demonstração do Valor Adicionado espelha a riqueza que a

empresa gerou que cabe a empresa, aos seus acionistas, a demonstração de valor adicionado

procura mensurar o total das riquezas criadas de que forma ela será distribuída.

Para De Luca (1998),

“a evidenciação do valor adicionado conduz à doação de um novo estilo gerencial. O envolvimento dos empregados no processo torna-se natural quando eles identificam a sua importância para os resultados finais da empresa. Isto acontece porque a DVA reflete uma larga visão de responsabilidade da empresa em termos de remuneração dos fatos de produção. A demonstração do resultado tem pouco valor motivacional para os empregados, enquanto que a demonstração do valor adicionado representa a parcela da riqueza criada pela empresa da qual eles participam e são responsáveis”.

A DVA é parte integrante do Balanço Social, com o objetivo de proporcionar uma

visão sobre a geração de riqueza e a forma como é a distribuição, para os elementos que

contribuíram para sua geração.

5.1.3. Auditoria Social

Com as exigências do mundo atual, as empresas passaram a adotar sistemas de

gestão capazes de garantir que todos os seus processos atendessem as normas socialmente

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responsáveis. Surge então a Auditoria Social que é um processo onde a empresa contabiliza e

analisa a sua ação social, de uma forma que os resultados obtidos possam melhorar e adotar

políticas e práticas sociais relacionadas aos seus Stakeholders (AUDITORIA SOCIAL, 2003)

Segundo, KROETZ (2000, p.90), a auditoria:

“É o estudo e avaliação sistemáticos de transações, procedimentos, operações e das demonstrações financeiras – acrescentam-se sociais e ecológicas (Balanço Social) – resultantes. Sua finalidade é determinar o grau de observância dos critérios estabelecidos e emitir um parecer (relatório de opinião e recomendações, no caso do Balanço Social) sobre o assunto”.

Seguindo este conceito, é feita uma avaliação sistemática dos procedimentos e

operações da empresa com o objetivo de chegar a um nível de Responsabilidade social, em

seus três aspectos. Como visto acima, é através da auditoria que se confere maior

confiabilidade às informações divulgadas pela empresa. Para tanto, o auditor necessita obter

informações e elementos suficientes que lhe façam ter a convicção suficiente para que possa

formar sua opinião e, assim, emitir seu relatório de opinião e recomendações.

A Responsabilidade Social de uma empresa pode ser acompanhada internamente

através de auditores internos, que constantemente estarão analisando os resultados sociais

obtidos, facilitando a mudança de rumos quando estes não forem convenientes. A auditoria

externa viria em um momento seguinte, analisando os resultados fornecidos pelos auditores

internos e, baseado nestes, realizar seus testes. Assim, a Auditoria Social pode ser

desenvolvida internamente, em um primeiro momento, e ser confirmada, totalmente ou não,

através de auditores externos.

Os planejamentos das duas auditorias se equivalem, com a diferença descrita acima

de que o auditor externo se utiliza das informações já obtidas pelo auditor interno, o que faz

diminuir os testes do primeiro. O enfoque dado será em relação à auditoria interna.

Para que se iniciem as fases do processo de auditoria, considerado como sendo de

execução, deve-se ter conhecimento de certos aspectos da empresa, tais como: ter

conhecimento das políticas de gestão; conhecer os objetivos organizacionais; o ambiente

organizacional; e ainda, o ambiente externo. Desta forma, o auditor, como afirma KROETZ

(2000, p.97), “na condição de avaliador, constrói uma visão global da entidade”.

Após essa fase, considerada como preliminar, parte-se para as fases de execução da

auditoria, que são: planejamento, execução, avaliação de desempenho e, comunicação dos

resultados.

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1. Planejamento: A fase de planejamento pode ser considerada como a mais importante

do processo, devendo ser descrita com o máximo de detalhes possível, onde deve

haver um alto comprometimento da empresa, no sentido de colaboração, fornecendo

as informações necessárias e dando acesso adequado para a realização de exames,

dando liberdade para que a auditoria seja executada. KROETZ (2000, p.98) afirma

que “o planejamento é a parte mental do programa que será posteriormente

executado”. Dentro dessa fase é necessária a definição dos objetivos da auditoria

social, que no caso, seria o de comprovar o nível de Responsabilidade Social adotado

pela empresa quanto à cidadania, meio-ambiente e recursos humanos. Cada qual,

sendo inicialmente, analisado separadamente, para que ao final, os resultados dos três

aspectos sejam analisados em conjunto para se chegar ao diagnóstico desejado. O

auditor deve identificar os pontos que devem ser observados, para que possa obter as

informações desejadas para constatar a conformidade ou não com relação ao

esperado. Deve, ainda, determinar as técnicas a serem aplicadas e estabelecer os

procedimentos a serem utilizados. Ao final, o auditor, antes da implementação do

plano adotado, deve realizar revisão para evitar, conforme KROETZ (2000, p.101)

“possíveis desvios e/ou lacunas não identificadas até aquele momento”.

2. Execução: nessa fase ocorre a execução do processo propriamente dita, indo desde o

planejamento até a comunicação dos resultados. É durante esta fase que o auditor

elabora os papéis de trabalho, onde através destes, obterá as evidências necessárias

que o auxiliará a chegar aos resultados, e conhecer o grau de comprometimento da

empresa com seus funcionários.

3. Avaliação de Desempenho: Para KROETZ (2000, p.102), “a avaliação examina os

aspectos da eficiência e da eficácia antes, durante e após a fase de execução do

processo de auditoria”. É uma forma de demonstrar a qualidade da auditoria

realizada, de forma a garantir a confiabilidade dos resultados obtidos.

4. Comunicação dos Resultados: nesta última fase corresponde ao momento em que são

transmitidos os resultados obtidos à administração da empresa para que os avalie e

elabore o relatório final.

Conhecendo-se os procedimentos de auditoria, propõe-se um modelo de diagnóstico

da atividade social da empresa. Seguindo os procedimentos considerados acima e

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considerando que a fase preliminar já foi realizada, deve-se agora seguir as fases do processo

de auditoria, onde se dará maior importância a fase de execução, através da elaboração dos

papéis de trabalho.

Considerando que na fase de planejamento os objetivos determinados para a realização

da auditoria social foram: Cidadania, Meio Ambiente e Recursos Humanos.

Para a Cidadania vale analisar quais investimentos estão sendo efetuados nessa área

comparativamente a receita líquida e resultado operacional obtidos. Exemplo de

investimentos possíveis de serem efetuados neste aspecto: saúde, educação, creches, infra-

estrutura, habitação, saneamento, entre outros. A carga tributária é um dos investimentos já

realizados quanto a esse aspecto, assim, também se analisará a relação entre a receita líquida e

o resultado operacional obtidos no período e cumprimento das obrigações tributárias.

Para o Meio-Ambiente vale analisar a relação entre benefícios e danos que estão

causando à natureza, quais medidas de prevenção estão sendo realizada, em suma, a relação

entre ativo e passivo ambiental.

Para os Recursos Humanos vale conhecer o grau de cumprimento das obrigações

trabalhistas, obrigações sociais, normas regulamentadoras e, avaliar a eficiência dos

ambientes de trabalho ao qual estão expostos os funcionários, além de examinar a

documentação original de forma a constatar se a empresa vem cumprindo com suas

obrigações sociais e trabalhistas, realizando conferência de cálculos, e ainda, através de

questionário, conhecer o nível de satisfação dos empregados.

Tendo-se conhecimento dos objetivos da auditoria, passa-se a elaboração dos papéis

de trabalho que fornecerão as evidências necessárias para que se possa chegar aos resultados

que propiciaram o diagnóstico.

Segundo GONÇALVES (1980, p.18):

“É claro que, por melhores que tenham sido as intenções e por muito grande que tenha sido o investimento, a aceitação por parte do pessoal não se pode medir com apenas esses dois fatores. A oportunidade, a verdadeira necessidade de fazê-los, os efeitos secundários, as circunstâncias tanto internas como externas, todos são fatores incidentes que podem chegar a gerar uma situação psíquica de apatia ou ainda de rejeição.”

Portanto, através da Auditoria Social pode-se chegar ao nível de comprometimento

adotado pela empresa em relação aos três aspectos – Cidadania, Meio Ambiente e Recursos

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Humanos – já que, como afirma GONÇALVES (1980, p.18), ‘“um diagnóstico da situação

deve ter a necessária autenticidade para que se possa apreciar, através dele o “clima social” da

empresa”. Essa autenticidade só será possível através deste mecanismo.

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6 CONCLUSÃO

Nesta pesquisa, a escolha de identificar e esclarecer o que é responsabilidade social

nos dias de hoje, trouxe algumas dificuldades, pois não há uma gama grande de informação

disponível tanto em artigos, quanto em trabalhos acadêmicos, no cenário nacional de uma

forma geral e na literatura brasileira.

A grande barreira encontrada nestas análises foi identificar, checando as fontes, os

critérios utilizados pelas empresas para alcançarem e se beneficiarem dos melhoramentos que

passam a receber após se tornarem empresas incluídas em atividades sociais e empresas que

colaboram com o governo na melhoria de todo o meio ambiente. As informações encontradas

nas fontes pesquisadas sobre o inicio, meio e fim de todo este processo de responsabilidade

social, estão reunidas e espelhadas em todo o andamento desta análise.

O objetivo da pesquisa foi parcialmente alcançado, pois nos poucos materiais

encontrados, inclusive em alguns relatórios de empresas disponíveis para consulta, ficou

comprovada a prática de diversas ações que trazem benefícios tantos fiscais, quanto

econômicos e grandes ganhos também para com a sociedade, que a partir de que tomam

conhecimento destas ações por parte das empresas, passam a enxergá-las com muito mais

“boa vontade” e até mesmo com mais preferência. As empresas ganham de diversas formas e

por vários aspectos quando optam por seguir este caminho, que nos dias de hoje, está cada dia

mais comum e primordial para o crescimento, desenvolvimento e até concretização de uma

empresa em um mundo que está a cada dia mais feroz e competitivo. A necessidade de

sempre buscar o aprimoramento empresarial, torna-se de suma importância, pois as empresas

estão tendo que competir num ambiente de negócios cada dia mais complexo, onde não é

mais suficiente oferecer qualidade e preço competitivo, não é mais aceitável obedecer todas as

leis e pagar impostos. As companhias de sucesso serão cada vez mais altamente pressionadas

em olhar mais intensamente o impacto das suas operações dentro e fora de suas paredes

institucionais e, cuidadosamente, averiguar os impactos de suas políticas e ações nos seus

empregados, clientes, nas comunidades e na sociedade como um todo. Devido a isso, nota-se

um número cada vez maior de empresas aderindo a este modelo de Responsabilidade Social.

Por essa razão, ao mesmo tempo em que foi intenso, foi muito compensador o estudo

dessas fontes analisadas. E seguramente verifica-se a necessidade de que este tema seja mais

fortemente analisado, pois a gama de informações ainda não localizadas e não disponíveis

abriria um campo muito grande para pesquisas futuras e mais aprofundadas. A complexidade

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do objeto implica num grande potencial para novos caminhos junto a um universo maior de

empresas.

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