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Resumo Produzidos em todos os estágios das atividades humanas, os resíduos, em termos tanto de composição como de volume, variam em função das práticas de consumo e dos métodos de produção. As principais preocupações estão voltadas para as repercussões que podem ter sobre a saúde humana e sobre o meio ambiente (solo, água, ar e paisagens). Os resíduos perigosos, produzidos sobretudo pela indústria, são particularmente preocupantes, pois, quando incorretamente gerenciados, tornam-se uma grave ameaça ao meio ambiente. Palavras chave: resíduos; industrias; 1 – Introdução A compreensão da problemática do lixo e a busca de sua resolução pressupõem mais do que a adoção de tecnologias. Uma ação na origem do problema exige reflexão não sobre o lixo em si, no aspecto material, mas quanto ao seu significado simbólico, seu papel e sua contextualização cultural, e também sobre as relações históricas estabelecidas pela sociedade com os seus rejeitos. As mudanças ainda são lentas na diminuição do potencial poluidor do parque industrial brasileiro, principalmente no tocante às indústrias mais antigas, que continuam contribuindo com a maior parcela da carga poluidora gerada e elevado risco de acidentes ambientais, sendo, portanto, necessários altos investimentos de controle ambiental e custos de despoluição para controlar a emissão de poluentes, o lançamento de efluentes e o depósito irregular de resíduos perigosos. Resíduos são o resultado de processos de diversas atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e ainda da varrição pública. Os resíduos apresentam-se nos estados sólidos, gasoso e líquido. 3 – Classificação dos resíduos De acordo com o site http://www.ambientebrasil.com.br , os resíduos são classificados: Quanto às características físicas: Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças. Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, etc. Quanto à composição química:

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Resumo

Produzidos em todos os estágios das atividades humanas, os resíduos, em termos tanto de composição como de volume, variam em função das práticas de consumo e dos métodos de produção. As principais preocupações estão voltadas para as repercussões que podem ter sobre a saúde humana e sobre o meio ambiente (solo, água, ar e paisagens). Os resíduos perigosos, produzidos sobretudo pela indústria, são particularmente preocupantes, pois, quando incorretamente gerenciados, tornam-se uma grave ameaça ao meio ambiente.

Palavras chave: resíduos; industrias;

1 – Introdução

A compreensão da problemática do lixo e a busca de sua resolução pressupõem mais do que a adoção de tecnologias. Uma ação na origem do problema exige reflexão não sobre o lixo em si, no aspecto material, mas quanto ao seu significado simbólico, seu papel e sua contextualização cultural, e também sobre as relações históricas estabelecidas pela sociedade com os seus rejeitos.

As mudanças ainda são lentas na diminuição do potencial poluidor do parque industrial brasileiro, principalmente no tocante às indústrias mais antigas, que continuam contribuindo com a maior parcela da carga poluidora gerada e elevado risco de acidentes ambientais, sendo, portanto, necessários altos investimentos de controle ambiental e custos de despoluição para controlar a emissão de poluentes, o lançamento de efluentes e o depósito irregular de resíduos perigosos.

Resíduos são o resultado de processos de diversas atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e ainda da varrição pública. Os resíduos apresentam-se nos estados sólidos, gasoso e líquido.

3 – Classificação dos resíduos

De acordo com o site http://www.ambientebrasil.com.br, os resíduos são classificados:

 Quanto às características físicas:

 Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças.

 Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, etc.

 Quanto à composição química:

 Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas de jardim.

 Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc.

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 Quanto à origem:

 Domiciliar: originado da vida diária das residências, constituído por restos de alimentos (tais como cascas de frutas, verduras, etc.), produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Pode conter alguns resíduos tóxicos.

 Comercial: originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc.

 Serviços públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, restos de podas de plantas, limpeza de feiras livres, etc, constituído por restos de vegetais diversos, embalagens, etc.

 Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (algodão, seringas, agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e tecidos removidos, meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética, filmes fotográficos de raios X). Em função de suas características, merece um cuidado especial em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve ser incinerado e os resíduos levados para aterro sanitário.

 Portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários: resíduos sépticos, ou seja, que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos. Basicamente originam-se de material de higiene pessoal e restos de alimentos, que podem hospedar doenças provenientes de outras cidades, estados e países.

 Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, etc. O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de lixo necessita de tratamento especial pelo seu potencial de envenenamento.

 Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear (resíduos de atividades com urânio, césio, tório, radônio, cobalto), que devem ser manuseados apenas com equipamentos e técnicas adequados.

 Agrícola: resíduos sólidos das atividades agrícola e pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc. O lixo proveniente de pesticidas é considerado tóxico e necessita de tratamento especial.

 Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações. O entulho é geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento.

4 - Classes dos resíduos

No dia 31 de maio de 2004 a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas publicou a nova versão da sua norma NBR 10.004 - Resíduos Sólidos. Esta

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Norma classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente.

Nas atividades de gerenciamento de resíduos, a NBR 10.004 é uma ferramenta imprescindível, sendo aplicada por instituições e órgãos fiscalizadores. A partir da classificação estipulada pela Norma, o gerador de um resíduo pode facilmente identificar o potencial de risco do mesmo, bem como identificar as melhores alternativas para destinação final e/ou reciclagem. Esta nova versão classifica os resíduos em três classes distintas: classe I (perigosos), classe II (não-inertes) e classe III (inertes).

 Classe 1 - Resíduos perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.

 Classe 2 - Resíduos não-inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.

 Classe 3 - Resíduos inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações. O quadro 1 mostra a origem, classes e responsável pelos resíduos.

Fonte: http://www.ambientebrasil.com.br,

Quadro 1 – Origem, possíveis classes e responsável pelos resíduos

5 – Resíduos industriais

O lixo gerado pelas atividades agrícolas e industriais é tecnicamente conhecido como resíduo e os geradores são obrigados a cuidar do gerenciamento,transporte, tratamento e destinação final de seus resíduos, e essa responsabilidade é para sempre. O lixo doméstico é apenas uma pequena parte de todo o lixo produzido. A indústria é responsável por grande quantidade de resíduo – sobras de carvão mineral, refugos da indústria

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metalúrgica, resíduo químico e gás e fumaça lançados pelas chaminés das fábricas.

O resíduo industrial é um dos maiores responsáveis pelas agressões fatais ao ambiente. Nele estão incluídos produtos químicos (cianureto, pesticidas, solventes), metais (mercúrio, cádmio, chumbo) e solventes químicos que ameaçam os ciclos naturais onde são despejados. Os resíduos sólidos são amontoados e enterrados; os líquidos são despejados em rios e mares; os gases são lançados no ar. Assim, a saúde do ambiente, e conseqüentemente dos seres que nele vivem, torna-se ameaçada, podendo levar a grandes tragédias.

O consumo habitual de água e alimentos - como peixes de água doce ou do mar - contaminados com metais pesados coloca em risco a saúde. As populações que moram em torno das fábricas de baterias artesanais, indústrias de cloro-soda que utilizam mercúrio, indústrias navais, siderúrgicas e metalúrgicas, correm risco de serem contaminadas.

Os metais pesados são muito usados na indústria e estão em vários produtos. Apresentamos no quadro 2 os principais metais usados, suas fontes e riscos à saúde.

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Fonte: http://www.ambientebrasil.com.br/

Quadro 2 - Principais metais usados na indústria, suas fontes e riscos à saúde

A indústria elimina resíduo por vários processos. Alguns produtos, principalmente os sólidos, são amontoados em depósitos, enquanto que o resíduo líquido é, geralmente, despejado nos rios e mares, de uma ou de outra forma.

Certos resíduos perigosos são jogados no meio ambiente, precisamente por serem tão danosos. Não se sabe como lidar com eles com segurança e espera-se que o ambiente absorva as substâncias tóxicas. Porém, essa não é uma solução segura para o problema. Muitos metais e produtos químicos não são naturais, nem biodegradáveis. Em conseqüência, quanto mais se enterram os resíduos, mais os ciclos naturais são ameaçados, e o ambiente se torna poluído. Desde os anos 50, os resíduos químicos e tóxicos têm causado desastres cada vez mais freqüentes e sérios.

Atualmente, há mais de 7 milhões de produtos químicos conhecidos, e a cada ano outros milhares são descobertos. Isso dificulta, cada vez mais, o tratamento efetivo do resíduo.

A destinação, tratamento e disposição final de resíduos devem seguir a Norma 10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas que classifica os resíduos conforme as reações que produzem quando são colocados no solo:

perigosos (Classe 1- contaminantes e tóxicos);

não-inertes (Classe 2 - possivelmente contaminantes);

inertes (Classe 3 – não contaminantes).

Os resíduos das classes 1 e 2 devem ser tratados e destinados em instalações apropriadas para tal fim. Por exemplo, os aterros industriais precisam de mantas impermeáveis e diversas camadas de proteção para evitar a contaminação do solo e das águas, além de instalações preparadas para receber o lixo industrial e hospitalar, normalmente operados por empresas privadas, seguindo o conceito do poluidor-pagador.

As indústrias tradicionalmente responsáveis pela maior produção de resíduos perigosos são as metalúrgicas, as indústrias de equipamentos eletro-

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eletrônicos, as fundições, a indústria química e a indústria de couro e borracha. Predomina em muitas áreas urbanas a disposição final inadequada de resíduos industriais, por exemplo, o lançamento dos resíduos industriais perigosos em lixões, nas margens das estradas ou em terrenos baldios, o que compromete a qualidade ambiental e de vida da população.

Para tratar a questão dos resíduos industriais, o Brasil possui legislação e normas específicas. Pode-se citar a Constituição Brasileira em seu Artigo 225, que dispõe sobre a proteção ao meio ambiente; a Lei 6.938/81, que estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente; a Lei 6.803/80, que dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial em áreas críticas de poluição; as resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA 257/263 e 258, que dispõem respectivamente sobre pilhas, baterias e pneumáticos e, além disso, a questão é amplamente tratada nos Capítulos 19, 20 e 21 da Agenda 21 (Rio-92).

Em síntese, o governo federal, através do Ministério do Meio Ambiente – MMA e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA está desenvolvendo projeto para caracterizar os resíduos industriais através de um inventário nacional, para traçar e desenvolver uma política de atuação, visando reduzir a produção e destinação inadequada de resíduos perigosos.

Com a aprovação da Lei de Crimes Ambientais, no início de 1998, a qual estabelece pesadas sanções para os responsáveis pela disposição inadequada de resíduos, as empresas que prestam serviços na área de resíduos sentiram um certo aquecimento do mercado – houve empresa que teve aumento de 20% na demanda por serviços logo após a promulgação da lei – mas tal movimento foi de certa forma arrefecido com a emissão da Medida Provisória que ampliou o prazo para que as empresas se adeqüem à nova legislação.

Comparando as legislações francesa e brasileira, Groszek (1998) diz que não há grandes diferenças. Tanto a legislação brasileira quanto a européia têm os princípios da responsabilidade, que é do gerador de resíduos. Na França e no Brasil o gerador tem a responsabilidade, por exemplo, de escolher um centro de tratamento que seja adequado, legal e ambientalmente, ficando essa escolha sob a sua responsabilidade, e também de escolher um transportador que seja credenciado.

O operador, por sua vez, tem a responsabilidade de cumprir as obrigações legais em geral e aquelas decorrentes da licença que ele possui, em particular.

A legislação francesa estabelece que a empresa deve, em primeiro lugar, evitar a geração de resíduo; que, se houver geração, deve-se primeiramente tentar o reaproveitamento do resíduo, recuperando a matéria-prima; no caso do tratamento fora da usina, deve-se antes buscar um tratamento que possibilite uma valorização térmica; e, em último lugar, deve-se utilizar o aterro.

A esperança das empresas que investiram em tecnologia e instalações para tratamento e disposição de resíduos industriais está na disseminação da ISO 14000, pois as empresas que aderirem à norma terão que gerenciar adequadamente seus resíduos, e numa maior atuação fiscalizadora por parte dos órgãos de controle ambiental.

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A soma das ações de controle, envolvendo a geração, manipulação, transporte, tratamento e disposição final, traduz-se nos seguintes benefícios principais:

 minimização dos riscos de acidentes pela manipulação de resíduos perigosos;

 disposição de resíduos em sistemas apropriados;

 promoção de controle eficiente do sistema de transporte de resíduos perigosos;

 proteção à saúde da população em relação aos riscos potenciais oriundos da manipulação, tratamento e disposição final inadequada.

 intensificação do reaproveitamento de resíduos industriais;

 proteção dos recursos não renováveis, bem como o adiamento do esgotamento de matérias-primas;

 diminuição da quantidade de resíduos e dos elevados e crescentes custos de sua destinação final;

 minimização dos impactos adversos, provocados pelos resíduos no meio ambiente, protegendo o solo, o ar e as coleções hídricas superficiais e subterrâneas de contaminação.

Muitas vezes, de acordo com Tondowski (1998), uma empresa quer tratar os seus resíduos e há uma consciência do gerador neste sentido, mas todo tratamento de resíduos, ou grande parte dos tratamentos de resíduos, representa custo. Mesmo a reciclagem gera custo e isso significa que, se uma determinada empresa fizer o tratamento e o seu vizinho ou competidor não o fizer, isto colocará a primeira empresa numa posição de menos competitividade no mercado.

Então, só procura o serviço, seja de gerenciamento ou de destinação de resíduos, aquele gerador que compete em termos globais e precisa apresentar uma política clara de meio ambiente, porque ele está produzindo algo aqui que será vendido, por exemplo, na Europa. Ele estará competindo a partir de um produto feito aqui com um produto feito em outro país, onde o seu competidor estará fiscalizando a forma como o produto foi feito aqui.

Um resíduo não é, por princípio, algo nocivo. Muitos resíduos podem ser transformados em subprodutos ou em matérias-primas para outras linhas de produção.

A Apliquim Tecnologia Ambiental, especializada em engenharia ambiental, em seu site http://www.apliquim.com.br, diz que o gerenciamento de resíduos tem-se transformado, nas últimas décadas, em um dos temas ambientais mais complexos. O número crescente de materiais e substâncias identificados como perigosos e a geração desses resíduos em quantidades expressivas têm exigido soluções mais eficazes e investimentos maiores por parte de seus geradores e da sociedade da forma geral. Além disso, com a industrialização crescente dos países ainda em estágio de desenvolvimento, esses resíduos passam a ser gerados em regiões nem sempre preparadas para processá-los ou, pelo menos, armazená-los adequadamente.

A manipulação correta de um resíduo tem grande importância para o controle do risco que ele representa, pois um resíduo relativamente inofensivo, em

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mãos inexperientes, pode transformar-se em um risco ambiental bem mais grave.

Muitos empresários bem que gostariam de colaborar, efetivamente, para a despoluição não só por motivos éticos, mas, principalmente, práticos. O que se joga fora ocupa espaço e leva embora muita matéria-prima que poderia ser reaproveitada. Fala-se constantemente em reciclagem de materiais, mas ocorre que ainda estamos no início de um trabalho que demanda ousadia e paciência. E que nem sempre custa uma exorbitância.

6 - Conclusão

Todo processo industrial está caracterizado pelo uso de insumos (matérias-prima, água, energia, etc) que, submetidos a uma transformação, dão lugar a produtos, subprodutos e resíduos.

Quando se fala em meio ambiente, no entanto, o empresário imediatamente pensa em custo adicional. Dessa maneira passam despercebidas as oportunidades de uma redução de custos. Sendo o meio ambiente um potencial de recursos ociosos ou mal aproveitados, sua inclusão no horizonte de negócios pode resultar em atividades que proporcionam lucro ou pelo menos se paguem com a poupança de energia ou de outros recursos naturais.

Neste sentido, para proporcionar o bem-estar da população, as empresas necessitam empenhar-se na: manutenção de condições saudáveis de trabalho; segurança, treinamento e lazer para seus funcionários e familiares; contenção ou eliminação dos níveis de resíduos tóxicos, decorrentes de seu processo produtivo e do uso ou consumo de seus produtos, de forma a não agredir o meio ambiente de forma geral; elaboração e entrega de produtos ou serviços, de acordo com as condições de qualidade e segurança desejadas pelos consumidores.

Referências

CAVALCANTI, J. E. A década de 90 é dos resíduos sólidos. Revista Saneamento Ambiental – nº 54, p. 16-24, nov./dez. 1998. Acesso em 05 jan. 2005.

GROSZEK, F. A deficiência na fiscalização. Revista Saneamento Ambiental – nº 54, p. 16-24, nov./dez. 1998. Acesso em 05 jan. 2005.

LERIPIO, A. A. Gerenciamento de resíduos. http://www.eps.ufsc.br/~lgqa/Coferecidos.html Acesso em: 12 dez. 2004.

TONDOWSKI, L. O cuidado com as soluções "criativas" Revista Saneamento Ambiental – nº 54, p. 16-24, nov./dez. 1998. Acesso em 05 jan. 2005.

http://www.apliquim.com.br/noticias/20040627.html. Acesso em: 27 dez. 2004.

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=residuos/index.php3&conteudo=./residuos/artigos.html. Acesso em: 04 jan. 2005.

 Introdução:

Existe uma tendência na nossa sociedade em considerar como impactante

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ao meio ambiente apenas aquelas atividades que geram grandes quantidades de

resíduos

1

. Consequentemente, são estes grandes geradores que estão sempre

sob a fiscalização das agências estaduais de proteção ambiental, sendo passíveis

de punição pelo órgão competente. Pequenos geradores de resíduos, tais como

instituições de ensino e de pesquisa, laboratórios de análises bioquímicas e físicoquímicas, normalmente são considerados pelos órgãos fiscalizadores como

atividades não impactantes, e assim sendo, raramente fiscalizados quanto ao

descarte de seus rejeitos químicos.3

Levando-se em conta o grande número de pequenos geradores de resíduos

existentes na nossa sociedade, e que os resíduos por eles gerados são de

natureza variada, incluindo metais pesados, solventes halogenados, radioisótopos

e material infectante, a premissa de que estas atividades dispensam um programa

eficiente de gerenciamento de resíduos não procede. Nestas últimas décadas a

conscientização e a mobilização da sociedade civil tem exigido que esta situação

cômoda da qual desfrutam estes pequenos geradores de resíduos seja revertida,

requerendo para estas atividades o mesmo grau de exigências que o Estado

dispensa para os grandes geradores.

O gerenciamento de resíduos químicos nas chamadas unidades geradoras

de pequenas quantidades esbarra em algumas peculiaridades no tocante aos

aspectos de legislação (vide capítulo 2) que merecem uma análise mais criteriosa

antes de se implementar um programa de gestão de resíduos, o qual tem como

objetivo primeiro minimizar os danos causados pela disposição adequada destes

rejeitos químicos nos corpos receptores disponíveis (rede de esgoto, águas

superficiais, aterros, etc.) Por exemplo, o lançamento de efluentes industriais

líquidos é balizado nacionalmente pela resolução CONAMA (Conselho Nacional

do Meio Ambiente) No 20

2

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, a qual estabelece as concentrações máximas de uma

série de elementos e compostos permitidos no efluente, dependendo da classe na

qual o corpo receptor foi enquadrado. Supondo que o efluente industrial esteja

sendo lançado num corpo receptor Classe 3 (pela Resolução do CONAMA os

corpos aquáticos são divididos em 9 classes, sendo 5 de águas doces, 2 de águas

salinas e 2 de águas salobras. Os corpos de água doce podem ser classificados

em Classe Especial e Classes 1 a 4, sendo que quanto menor o número, mais

restritivo se torna o lançamento de efluentes no mesmo. Um corpo classe 3

destina-se ao abastecimento doméstico após tratamento convencional, à irrigação

e à dessedentação de animais), a concentração máxima permitida para fenol

neste efluente é de 0,3 mg/L, enquanto que para mercúrio este valor é de 0,002

mg/L. De modo similar, os resíduos sólidos industriais são classificados de acordo

com a norma NBR 10004 (ABNT) após os ensaios realizados de acordo com as

normas NBR 10005 (lixiviação) e 10006 (solubilização). Uma abordagem ampla e 4

ao mesmo tempo bastante detalhada a respeito da classificação, armazenagem,

tecnologias de tratamento e disposição final de resíduos sólidos pode ser

encontrada na referência

3

.

Muito embora não haja uma legislação específica que trate do destino final

de resíduos químicos oriundos das atividades de ensino e de pesquisa, isto não

deve ser usado como um pretexto para a falta de gerenciamento destes rejeitos.

Neste caso, adota-se a legislação existente para as indústrias, sob a premissa de

que a legislação é válida tendo como base a natureza da atividade, e não as

quantidades de resíduos que a mesma gera. Finalmente, não se pode deixar de

apontar para o fato de que nenhuma unidade geradora de resíduos pode ser

insalubre, o que quer dizer que a atmosfera interna deve ser controlada de modo a

preservar a saúde do trabalhador, conforme padrões estabelecidos pelo Ministério

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do Trabalho sobre a exposição ocupacional (vide Capítulos 5 e 18).

11.2 Implementando um Programa de Gerenciamento de Resíduos Químicos

(PGRQ)

A implementação e manutenção exitosa de um PGRQ demanda a adoção

de três conceitos importantes, os quais nortearão as atividades a serem

desenvolvidas no desenrolar do programa. O primeiro conceito importante é o de

que gerenciar resíduos não sinônimo de “geração zero de resíduo”. Ou seja, o

gerenciamento de resíduos busca não só minimizar a quantidade gerada, mas

também impõe um valor máximo na concentração de substâncias notadamente

tóxicas no efluente final da unidade geradora, tendo como guia a Resolução

CONAMA 20. O segundo conceito diz que só se pode gerenciar aquilo que se

conhece, e assim sendo, um inventário de todo o resíduo produzido na rotina da

unidade geradora é indispensável O terceiro conceito importante é o da

responsabilidade objetiva na geração do resíduo, ou seja, o gerador do resíduo é

o responsável pelo mesmo, cabendo a ele sua destinação final. Uma cartilha

mostrando passo a passo como implementar um PGRQ encontra-se disponível na

página do Laboratório de Química Ambiental do IQ-UNICAMP

4

. 5

Além destes três importantes conceitos que servem de sustentação para

qualquer programa de gerenciamento de resíduos, a operacionalização deste

envolve pelo menos outros três pontos básicos

5

:

a- compromisso explícito da Unidade Geradora (UG) em manter o PGRQ;

b- inventário do passivo ambiental existente na unidade geradora;

c- inventário do ativo que é gerado na rotina da unidade geradora;

O compromisso formal dos responsáveis pela UG em implementar e manter

o PGRQ é importante primeiro porque envolve todo o pessoal ligado diretamente

às atividades que geram resíduos. Além disso, há que se considerar que grande

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parte destas pessoas estará engajada em alguma atividade adicional pelo menos

durante a fase inicial do PGRQ. Além do engajamento de pessoal, um programa

desta natureza sempre demanda recursos financeiros tanto na sua fase inicial,

como na sua manutenção.

Os inventários de passivo e de ativo são importantes porque permitem que

a unidade conheça a si própria quanto à natureza e qualidade dos resíduos

gerados e estocados.

11.2.a Inventário do passivo:

O inventário do passivo tem como objetivo identificar qualitativa e

quantitativamente a maior quantidade possível dos resíduos químicos já estocado

na unidade, independentemente do seu estado físico, a fim de propor o tratamento

adequado e sua destinação final. É comum nos laboratórios de pesquisa (e em

menor escala nos laboratórios voltados exclusivamente para o ensino), a

existência de um estoque (aqui denominado de passivo) indesejável de resíduos

químicos sólidos, líquidos e gasosos não caracterizados. A existência deste tipo

de herança é altamente problemática para qualquer programa de gerenciamento,

visto que o tratamento e a destinação final deste estoque é quase sempre de difícil

solução, não apenas sob o aspecto técnico, mas também sob o aspecto

econômico. 6

A existência deste passivo também pode ser encarada sob um ângulo mais

otimista, pois a grande maioria dos laboratórios que não enfrenta este tipo de

problema é por que já se livrou deste estoque descartando nas pias ou usando

outros métodos cômodos, via de regra pouco ortodoxos e não recomendados.

Muitas vezes este estoque não se encontra totalmente agregado e identificado

como tal, exigindo assim uma averiguação mais detalhada nos vários

compartimentos da unidade (ou laboratório) para que o inventário possa ser o

mais completo possível. Armários em geral, espaços disponíveis sob as pias e

capelas merecem uma atenção especial, pois a experiência mostra que eles são

os locais favoritos para a estocagem "ad eternum" de qualquer material

indesejável. Outros pontos que merecem uma atenção especial são as geladeiras

Page 13: residuos quimicos

e congeladores, os quais sempre guardam gratas surpresas quando submetidos

ao processo de limpeza geral. A identificação e caracterização deste passivo é

quase sempre uma tarefa que exige muita paciência, cuidado e investigação

criteriosa. Além do mais, as chances de sucesso (ou seja, a caracterização

completa do resíduo) são geralmente pequenas, e assim sendo, as metas devem

ser bastante realistas nesta etapa do programa de gestão. Quase sempre esta

caracterização é prejudicada pelos seguintes fatores:

a-) Ausência total de rótulos ou qualquer outro indicativo do produto

b-) Rótulos deteriorados pelo tempo e ilegíveis

c-) Misturas complexas incluindo mais de uma fase (sólido/líquido)

Muitas vezes este passivo se apresenta como o maior desafio dentro de um

PGRQ, e por isso é importante que se destine à caracterização e destinação final

deste passivo, recursos humanos e financeiros bem dosados, de tal modo a não

comprometer o futuro do programa.

A caracterização preliminar de um resíduo líquido e gasoso deve seguir

passos bem definidos, procurando-se identificar, numa primeira abordagem, se o

resíduo apresenta as seguintes características:7

a-) Inflamabilidade

b-) Corrosividade

c-) Reatividade

d-) Toxicidade (opcional)

1

No entanto, é importante ter em mente que a caracterização do resíduo

começa com a amostragem, a qual deve ser, antes de tudo, representativa sob o

aspecto estatístico, obedecendo aos princípios básicos de higiene e segurança do

trabalho. No Brasil, é recomendável que o amostrador esteja familiarizado com o

procedimento NBR 10007, a qual trata da amostragem de resíduos sólidos, muito

embora os princípios gerais também possam ser usados para líquidos e gases

5

.

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Uma vez identificado e caracterizado da melhor maneira possível, o passo

seguinte é avaliar as possíveis maneiras de se aproveitar ao máximo este

estoque, o qual muitas vezes é passível de reaproveitamento. Nesta etapa devese considerar as seguintes opções:

a-) Avaliação econômica do passivo

b-) Recuperação e reuso "in situ"

c-) Tratamento "in situ"

d-) Tratamento fora da unidade

e-) Destinação final

2

Deste elenco de possíveis rotas as quais pode-se submeter o passivo da

unidade, a Tabela 11.1 apresenta uma sugestão de protocolo para a

caracterização preliminar dos resíduos líquidos e gasosos (e em alguns casos,

sólidos também, dependendo da extensão e complexidade a que se deseja chegar

nesta etapa) normalmente encontrados em laboratórios.

1

No caso de dúvidas, consultar as normas ASTM D-93-79 ou D-3278-78 (ponto de fulgor), SW-846

9045 (pH), SW-846 9010 (cianeto reativo), SW-846 9030 (sulfeto reativo), e a série referente à

toxicidade de metais tais como SW-846 7470 (mercúrio). A CETESB inclui patogenicidade nesta

lista. SW são procedimentos da USEPA.

2

Nos EUA, o custo da disposição final de um tambor de resíduo sólido em aterros cresceu de US $

20 em 1977, para US$ 340 em 1984, atingindo a cifra atual de aproximadamente US$ 800.8

A partir desta primeira tentativa de segregação, o resíduo estocado pode

passar por uma segunda (e eventualmente por outra tantas atividades similares)

de segregação. Este refinamento pode ser feito baseando-se, por exemplo, em

algumas propriedades físico-químicas ou natureza química do resíduo.

Tabela 11.1 - Protocolo para a caracterização preliminar de resíduos químicos

não-identificados

Page 15: residuos quimicos

3

Teste a ser realizado Procedimento a ser seguido

Reatividade com água Adicione uma gota de água e observe se há a

formação de chama, geração de gás, ou qualquer

outra reação violenta.

Presença de cianetos Adicione 1 gota de cloroamina-T e uma gota de ácido

barbitúrico/piridina em 3 gotas de resíduo. A cor

vermelha indica teste positivo.

Presença de sulfetos Na amostra acidulada com HCl, o papel embebido

em acetato de chumbo fica enegrecido quando na

presença de sulfetos.

PH Usar papel indicador ou pHmetro

Resíduo oxidante A oxidação de um sal de Mn(II), de cor rosa claro,

para uma coloração escura indica resíduo oxidante

Resíduo redutor Observa-se a possível descoloração de um papel

umidecido em 2,6-dicloro-indofenol ou azul de

metileno

Inflamabilidade Enfie um palito de cerâmica no resíduo, deixe

escorrer o excesso e coloque-o na chama

Presença de halogênios Coloque um fio de cobre limpo e previamente

aquecido ao rubro no resíduo. Leve à chama e

observe a coloração: o verde indica a presença de

halogênios

Solubilidade em água Após o ensaio de reatividade, a solubilidade pode ser

avaliada facilmente

Assim sendo, numa segunda etapa, estes resíduos poderiam ser

novamente caracterizados, gerando as seguintes correntes segregadas:

3

Testes realizados após separar uma pequena alíquota (em torno de 1 g) que seja representativa

do resíduo.9

a-) Ácidos

b-) Bases

c-) Orgânicos

Page 16: residuos quimicos

d-) Inorgânicos

e) Sólidos

f-) Líquidos

g-) Gasosos

h-) Oxidantes

É importante salientar mais uma vez que esta desagregação do resíduo em

diferentes correntes pode ser aprimorada continuamente, dependendo é claro dos

recursos disponíveis na unidade, da legislação estadual, do contexto legal, do

modo de disposição final escolhido, enfim, de uma série de fatores que deverão

ser avaliados sob o aspecto custo/benefício e risco/beneficio dentro desta matriz

muito ampla da hierarquia de gerenciamento de resíduos.

11.2.a.1 Reaproveitamento, estocagem e disposição final:

Tanto o reaproveitamento do resíduo, quer seja dentro ou fora da Unidade,

bem como a destinação final do mesmo são atividades que requerem uma

pesquisa criteriosa, pois as opções são muitas e os custos podem ser elevados,

principalmente quanto se trata da disposição final de resíduos considerados

Classe I (resíduos perigosos) e Classe II (não-inertes)

Sabendo disto, a prioridade deve ser dada a quaisquer atividades que

minimizem o passivo, quer seja por reaproveitamento, reuso, troca num banco de

resíduos, recuperação, entre outros.

11.2.b Inventário do ativo:

Entende-se por ativo todo o resíduo gerado na rotina de trabalho da

Unidade Geradora. Todo programa de gerenciamento de resíduos é, na verdade,

o gerenciamento deste tipo de resíduo, uma vez que o programa, uma vez10

implementado, não mais admite a existência de passivos ambientais. Se a UG

realiza trabalhos de rotina (como por exemplo, um laboratório de análises

bioquímicas), o gerenciamento deste tipo de passivo é bem menos problemático

do que o de um laboratório de pesquisas, por exemplo.

Independentemente do tipo de atividade realizada na UG, o inventário inicial

deste passivo é imprescindível para qualquer PGRQ, pois através desta avaliação

Page 17: residuos quimicos

inicial da produção qualitativa e quantitativa dos resíduos gerados é que se poderá

traçar as metas e objetivos a serem atingidos em termos de geração futura de

resíduos. A partir deste inventário inicial, a UG deverá colocar em prática a

chamada hierarquia de atitudes, a fim de não só diminuir a quantidade do ativo,

mas também eliminar alguns dos resíduos considerados muito tóxicos.

11.3 A hierarquia no gerenciamento de resíduos:

Colocar uma ordem de prioridade nas ações que visam minimizar ou

mesmo eliminar alguns dos resíduos produzidos numa UG é a figura de mérito

dentro de qualquer PGRQ

6

. A implementação de uma hierarquia de decisões

explicitamente associada à adoção e prática de várias atividades dentro de um

programa de gestão ambiental não é um fato novo. No caso específico de

gerenciamento de resíduos, acredita-se que este conceito tenha sido explorado

em detalhes pela primeira vez em 1976, numa publicação da USA-EPA intitulada

"Effective Hazardous Waste Management (Non-Radioactive)". Posteriormente o

conceito foi expandido incluindo detalhes aplicativos no documento "State

Decision-Makers Guide to Hazardous Waste Management", publicado pela USAEPA em 1977.

Em termos gerais, a hierarquia apresentada nada mais é do que uma série

de atitudes (neste caso específico em número de sete), as quais são

apresentadas numa sequência decrescente de prioridade. São elas:

1- Otimização da Unidade Geradora

2- Minimizar a proporção de resíduos perigosos que são inevitavelmente gerados11

3- Segregar e concentrar correntes de resíduos de modo a tornar viável e

economicamente possível a atividade gerenciadora

4- Reuso interno; ou externamente via transferência de resíduos

5- Reciclar o componente material ou energético do resíduo

6- Manter todo resíduo produzido na sua forma mais passível de tratamento

7- Dispor o resíduo de maneira segura

11.3.a Otimização da Unidade Geradora:

Page 18: residuos quimicos

Esta otimização é de caráter geral, bem abrangente, e deve versar sobre a

rotina de trabalho da unidade (ver Capítulo 5). Por exemplo, deve-se evitar o uso

de trompas de vácuo, que consomem muita água tratada, ou seja, uma água

nobre que está sendo desperdiçada em grandes quantidades. O mesmo se aplica

para destiladores de água que funcionam sem reciclo da água de resfriamento.

Estima-se que a produção de cada litro de água destilada lança no ralo entre 12 a

15 litros de água tratada, a qual é usada para resfriamento, na camisa externa do

destilador.

A UG deve estar atenta aos gastos com energia elétrica, otimizando o uso

de muflas, chapas de aquecimento e aparelhos de ar condicionado. Um outro

ponto importante é a devida rotulagem de todo reagente usado no laboratório, com

a devida identificação do produto, prazo de validade, modo de estocagem e o

nome do responsável pelo produto.

Um outro aspecto importante a ser lembrado é o de não fazer do laboratório

um almoxarifado paralelo. Manter sempre uma quantidade pequena de reagentes

no laboratório ajuda a minimizar o ativo. Finalmente, o controle de todo material e

insumo que entra no laboratório é importante, e deve ser levado ao conhecimento

de todos os atores que participam da UG.

11.3.b Minimização de resíduos:

Entende-se por minimização uma série de atitudes que quando tomadas

conjuntamente ou em separado, culminam num produto final único: uma sensível 12

redução não apenas na quantidade de resíduos gerados, mas também no seu

potencial de impacto no meio ambiente.

No caso específico de laboratórios que geram resíduos químicos na sua

rotina, a minimização contempla fundamentalmente duas atividades, as quais se

implementadas e seguidas corretamente, poderão certamente reduzir em mais de

50% o ativo da unidade. Estas duas atitudes são:

Page 19: residuos quimicos

a-) mudança de macro (escala convencional) para microescala

b-) a substituição de reagentes e mudanças nos procedimentos

Estas duas atitudes geralmente não requerem custo capital exagerado, são

facilmente assimiladas pelo pessoal de apoio e sob o aspecto econômico se

pagam a curto prazo pela economia gerada no consumo de reagentes, bem como

no tratamento e disposição final dos resíduos. No cenário atual, a tendência à

microescala tem sido mais praticada em laboratórios de ensino de química, muito

embora se aposte num crescimento acentuado de sua incorporação nos

laboratórios de pesquisa e prestação de serviços.

11.3.b.1 Microescala:

A opção pela microescala frente à escala tradicional, ou macroescala, está

centrada em 4 grandes vantagens que a primeira oferece, e que são discutidas

mais detalhadamente a seguir.

Segurança: o manuseio de pequenas quantidades de reagentes agressivos

e solventes voláteis torna o laboratório muito menos insalubre do que quando se

trabalha com os grandes volumes dos procedimentos tradicionais. A adoção da

microescala melhora a qualidade do ar respirável nos laboratórios e minimiza o

risco de incêndio. Por exemplo, uma garrafa de propionaldeído (de gargalo

estreito) deixada aberta num laboratório onde a temperatura média é de 25

o

C

pode perder até 1 g/h do produto.

Tempo: tendo em vista que os volumes usados são menores, a vidraria

também tem que ser menor para se adequar, e assim sendo o tempo gasto em 13

operações geralmente laboriosas como evaporação de solventes são bem

menores. Além disso, pequenos volumes demandam um pretratamento rápido

quando precedem a instrumentação analítica.

Economia: a grande maioria dos ensaios oficiais usados nas rotinas

laboratoriais foi desenvolvida há pelo menos uma década (e alguns há mais de 50

anos!), e adotam a macroescala, trabalhando numa faixa que varia entre 1 a 25 g,

Page 20: residuos quimicos

com volumes oscilando entre 10 a 250 mL. Na microescala, no entanto, raramente

se usa mais do que 300 mg, o que representa uma grande economia em termos

de reagentes.

No entanto, é importante salientar que a adaptação de um ensaio de macro

para a microescala irá exigir todo um protocolo de validação analítica,

especialmente nos laboratórios que trabalham dentro de programas de qualidade

tais como a ISO 17025 ou BPL (Boas Práticas de Laboratório).

Aspectos ambientais: talvez o produto mais importante da mudança da

escala convencional para a adoção da microescala seja a formação de um

profissional mais consciente das suas responsabilidades com a preservação

ambiental. Esta responsabilidade passa principalmente pelo aspecto da geração

de resíduos. Com a adoção da microescala, a qual usa quantidades de 100 a

1000 vezes menor do que a escala convencional, a geração de resíduos em

laboratórios é reduzida drasticamente.

11.3.b.2 Substitutição de reagentes e mudanças nos procedimentos:

Dentro da nova ordem enconômica e da globalização, a busca por padrões

internacionais tem se intensificado nestes últimos anos, reforçando cada vez mais

a necessidade de uma linguagem única, principalmente no tocante à qualidade

analítica. Assim, várias determinações realizadas em laboratórios são feitas

seguindo procedimentos aceitos internacionalmente. Por esta razão, estes

procedimentos devem ser seguidos à risca de modo a garantir a fidedignidade e

rastreabilidade dos dados analíticos obtidos. Esta realidade aparentemente cria

certas dificuldades quando se pretende modificar, adequar e adaptar métodos

oficiais no caso dos mesmos utilizarem reagentes tóxicos ou perigosos, ou então

gerarem grandes quantidades de resíduos. No entanto, esta aparente14

imutabilidade não corresponde à realidade. Primeiramente, fruto da

conscientização ambiental, grande parte destes procedimentos vem sofrendo

atualizações constantes de modo a se adequar à nova realidade quanto ao uso de

reagentes e solventes menos impactantes, bem como quanto à minimização de

Page 21: residuos quimicos

resíduos. Além disso, a convalidação de dados analíticos gerados através de

procedimentos padrões modificados de acordo com as metas de um programa de

gestão ambiental é perfeitamente possível de ser feita de maneira razoavelmente

simples.

São vários os exemplos que ilustram as modificações que vêm sofrendo

vários procedimentos padrões ao longo destes últimos 20 anos, modificações

estas centradas principalmente no aspecto de saúde e meio ambiente. Na 14

a

edição do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater

(APHA-AWWA-WPCP), de 1975, o procedimento 502 A, para determinação de

óleos e graxas usa FREON

®

(1,1,2-tricloro-1,2,2-trifluoroetano) como agente

extrator. Atualmente este procedimento foi alterado, o solvente substituído por

hexano ou éter de petróleo devido ao fato de que o FREON

®

não mais é produzido

visto que é um dos grandes responsáveis pelo efeito estufa e pela destruição da

camada de ozônio. Nesta mesma edição do Standard Methods, o íon nitrato podia

ser determinado usando o reagente específico brucina (procedimento 429 E),

procedimento este retirado das edições mais modernas devido não apenas à

atividade cancerígena comprovada deste composto, mas também devido ao fato

de que o procedimento envolvia o uso de arsênio.

11.3.c Reuso

Entende-se por reuso a possibilidade de utilização de um material no

estado em que se encontra, sem que para isto seja necessário submetê-lo a

qualquer processo. O reuso pode ser feito dentro ou fora da unidade, e o material

pode ser reusado tanto dentro de suas funções originais como em novas funções.

De modo geral, o reuso é muito pouco praticado dentro dos laboratórios de

Page 22: residuos quimicos

química, dando espaço para o reciclo, o qual tem um potencial maior de aplicação. 15

Interessante ressaltar que o termo reuso tem sido também aplicado ao material

que passou por um processo de reciclagem.

11.3.d Reciclagem

Reciclar

4

é utilizar um resíduo ou o seu conteúdo energético após submetê-

lo a algum tipo de processamento. Os pré-tratamentos rotineiramente exigidos na

reciclagem de um resíduo são bem simples, incluindo quase sempre a filtração e a

destilação. Dentre os resíduos naturalmente candidatos ao processo de

reciclagem, os mais comuns são:

a-) solventes

b-) combustíveis em geral

c-) óleos

d-) resíduos ricos em metais, principalmente metais preciosos

e-) ácidos e bases

f-) catalisadores

Mas normalmente a prática mostra que em mais de 90% dos casos, a única

atividade praticada é a destilação. Interessante observar que nos EUA, a

destilação "in situ" tem sido objeto de severo controle e acompanhamento por

parte da USEPA devido ao fato de que em muitos casos, constatou-se que as

condições nas quais o processo era realizado a perda fugitiva do solvente para

atmosfera apresentava um grande risco de exposição ambiental ao produto.

destilação: nas instituições acadêmicas, a destilação é sem dúvida o

processo mais utilizado na reciclagem de resíduos, principalmente quando se trata

de solventes orgânicos. Esta atividade pode rotineiramente ser feita em menor

escala, dentro dos laboratórios individuais de pesquisa, ou numa escala bem

maior, centralizada em algum setor da unidade.

4

Page 23: residuos quimicos

O significado do termo é amplo e controverso. Para alguns, reciclar é tornar qualquer descarte em

insumo, independente da necessidade de pré-tratamento do material a ser descartado.16

11.3.d Manter todo resíduo produzido na sua forma mais passível de

tratamento

A maneira mais racional (e menos onerosa) de se manter o resíduo gerado

numa forma que facilite sua destinação final é segregá-lo em diferentes correntes.

É importante ressaltar que esta segregação é sempre ditada pela forma escolhida

de disposição final do resíduo. Por exemplo, se o resíduo líquido de um UG for ser

destinado a um incinerador, o prestador deste tipo de serviço com certeza irá

exigir que se segreguem todos os organoclorados dos demais solventes

orgânicos, uma vez que a incineração deste primeiro exige cuidados especiais. Na

melhor das hipóteses, uma UG terá pelo menos cinco correntes diferentes de

resíduos, sendo duas correntes de resíduos orgânicos (halogenados e nãohalogenados), uma corrente de aquosos contendo orgânicos e duas correntes de

resíduos sólidos, sendo uma de metais pesados e outra com outros tipos de

resíduos. Isto não impede, no entanto, que diferentes setores geradores de

resíduos dentro de uma UG tenham mais do que estas cinco correntes, pois esta

decisão é muito peculiar e depende da rotina de cada setor, bem como do

potencial de recuperação/reuso destes.

Conforme o PGRQ avança, o número final de correntes da UG pode

inclusiva aumentar, tendo em vista que certos tipos de resíduos podem ser

destruídos dentro da própria UG. Laboratórios que fazem o uso da técnica de

HPLC na sua rotina normalmente geram grandes quantidades de um resíduo

contendo acetonitrila-água. Como este resíduo é facilmente destruído por fotólise,

torna-se economicamente atrativo desagregá-lo dos demais orgânicos e destruir

esta corrente in situ, a um custo irrisório comparado com a incineração, por

exemplo.

11.3.e Tratamento e disposição final de resíduos

Page 24: residuos quimicos

Disposição final de resíduo é o termo técnico usado para designar a forma e

o local escolhidos para receber definitivamente qualquer resíduo descartado. No

caso de resíduos urbanos, a disposição final é geralmente um aterro sanitário (ou

lixão). No caso dos resíduos químicos gerados em laboratórios de ensino,17

pesquisa e prestação de serviços, o destino final encontrado pela grande maioria é

ignorado ou difuso (pias, ralos, terrenos baldios, agregado ao lixo doméstico, etc).

Dentro desta realidade praticada pela maioria dos pequenos geradores, a

implantação de um programa sério de gerenciamento voltado para o saneamento

desta realidade é de fundamental importância.

A disposição final de resíduos sólidos e líquidos está sujeita à fiscalização

estadual (por exemplo, no caso do Estado de São Paulo, compete à CETESB

(Companhia de Tecnologia Ambiental e Saneamento) o controle e a fiscalização

desta atividade, enquanto que no Estado do Rio de Janeiro, compete à Fundação

Estadual do Meio Ambiente, FEEMA). Via de regra, os órgãos estaduais têm sido

extremamente benevolente com as instituições de ensino e pesquisa, com

laboratórios de prestação de serviços, bem como qualquer outro tipo de atividade

não ligada ao setor produtivo que gera resíduos químicos de modo rotineiro.

Nos EUA a legislação específica sobre destinação final de resíduos,

embora seja bastante rígida, classifica as unidades geradoras de resíduos de

acordo com a quantidade produzida mensalmente. Assim, grande parte dos

laboratórios de instituições acadêmicas é classificada como Geradores de

Pequenas Quantidades (GPQ), o que quer dizer que produzem mais do que 100 e

menos do que 1000 kg de resíduos perigosos e menos do que 1 kg de resíduos

muito perigosos por mês, gozando de alguns privilégios (ou melhor, sujeito a uma

legislação menos restritiva) do que aqueles que geram mais do que 1.000 kg/mês

de resíduos e são classificados como Geradores de Grandes Quantidades (GGQ).

Page 25: residuos quimicos

Mesmo sob um rígido PGRQ, um laboratório pode descartar vários tipos de

resíduos na pia, contanto que este efluente esteja atendendo à Resolução

CONAMA 20 (ou qualquer outra Legislação Estadual mais restritiva, se houver).

As demais correntes líquidas podem ser enviadas para incineração, ou mesmo

para alguma estação de tratamento de efluentes de indústrias de grande porte,

uma vez que estas foram concebidas para tratar cargas orgânicas altas e

normalmente tóxicas.

Para resíduos sólidos, a classificação em Classe I (perigoso), Classe II (não

inerte) e Classe III (inerte) é que determina o local adequado para sua disposição, 18

sendo que a grande maioria dos resíduos sólidos gerados num laboratório é

Classe I, exigindo que seja disposto em aterros industriais. No entanto,

independentemente do resíduo ser sólido ou líquido, a destinação final deve

sempre ser feita conforme normas e procedimentos exigidos pelo órgão estadual

de proteção ambiental.

11.4 Conclusão:

O cuidado para com o descarte de resíduos químicos oriundos de

laboratórios de ensino e pesquisa é antes de tudo, um compromisso moral para

com a sociedade. A posição cômoda que estas instituições gozam quanto ao

descarte de seus efluentes no meio ambiente não condiz com a postura crítica

normalmente assumida pelas mesmas quanto ao impacto causado por qualquer

outra geradora de resíduos que não elas próprias. A implementação de um

programa de gerenciamento de resíduos químicos é a solução para que estes

geradores passem a atuar de modo mais coerente.

Um programa de gerenciamento de resíduos não é uma atividade que

envolve apenas algumas pessoas da unidade geradora, mas deve ser sempre

tratada como uma atividade cujo sucesso depende de todos. Ainda que nos dias

de hoje a componente financeira de qualquer empreendimento tenha assumido

uma importância decisória, é importante lembrar que um programa deste tipo não

pode ser analisado apenas sob esta ótica. No cenário aqui apresentado, a

contabilidade ambiental mostra que qualquer programa de minimização de

impacto ambiental se paga mesmo a curto prazo.

Page 26: residuos quimicos

11.5 Referências:

1- Jardim WF. As indústrias químicas e a preservação ambiental. Revista de

Química Industrial. 1993. 692:16-18.

2- Resolução CONAMA 20, de 18 de junho de 1986. Classificação de águas

doces, salobras e salinas no Território Nacional. Disponível em http://www.

mma.gov.br/port/conama/res/res86/res2086.html.

3- Rocca AC, Iacovone, AMMB, Barroti, AJ, Casarini, DCP, Gloeden, E, et al.

Resíduos Sólidos Industriais. 2 ed. rev. ampl., São Paulo, CETESB, 1993. 19

4- Cartilha para a implementação de um Programa de Gerenciamento de

Resíduos Químicos (PGRQ). Disponível em http://lqa.iqm.unicamp.br/serv.html

[ 2001]

5- Jardim WF. Gerenciamento de resíduos químicos em laboratórios de ensino e

pesquisa. Química Nova. 1998. 21(5):671:3.

6- Kaufman JA. Waste Disposal in Academic Institutions. Nova Iorque, Editora

Lewis. 1990.

Tipos de resíduos

Resíduos industriais       Geralmente, sob a denominação de resíduos industriais se enquadram sólidos, lamas e materiais pastosos oriundos do processo industrial metalúrgico, químico ou petroquímico, papeleiro, alimentício etc. e que não guardam interesse imediato pelo gerador que deseja, de alguma forma, se desfazer deles. Há três classes de resíduos industriais: os inertes, os não inertes e os perigosos. Cada uma dessas classes traz dificuldade diferenciada ao empresário para se ver livre do resíduo, desde o transporte até o destino final. Os métodos clássicos empregados vão, desde a reciclagem no próprio processo em outra unidade da fábrica, passando pela venda ou doação, a incineração e a disposição em aterros. Cada um desses destinos guarda procedimentos bem definidos na legislação ambiental.

       Resíduos perigosos - apresentam características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,       toxicidade e patogenicidade.       Resíduos inertes - quaisquer que, quando amostrados de forma representativa, e submetidos a       contato estático ou dinâmico com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme       teste de solubilização, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações

Page 27: residuos quimicos

       superiores aos padrões de potabilidade de água, executando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez       e sabor.       Resíduos não inertes - são aqueles que não se enquadram nas classificações acima, podendo ter       propriedades, tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água.

       Praticamente, toda atividade industrial é obrigada pela lei ambiental a apresentar periodicamente ao órgão de controle ambiental um relatório que demonstre quantidade, tipo, características fisico-químicas, formas de armazenamento e estoque e ainda, a destinação dos resíduos gerados e que estão estocados e com destinação ainda não definida (http://www.gpca.com.br/poluicao3.htm). Porém, os especialistas do setor acreditam que boa parte desses resíduos está sendo depositada de forma inadequada, através de um esquema que o jargão denomina de "Boca de Porco". Por esse esquema, os geradores contratam empresas de conduta duvidosa, a preços normalmente bem abaixo dos praticados no mercado, que encontram um destino para o resíduo. Só não se sabe como nem onde.       Os resíduos industriais se contam entre os principais responsáveis pela poluição da água (http://www.tema-poluir.hpg.ig.com.br/nsolu.htm).       O gerenciamento dos resíduos sólidos industriais é hoje um dos principais problemas vivenciados pelas empresas na área de meio ambiente. A principal atividade industrial geradora de resíduos perigosos é a química, que gera 177 mil t/ano, o que corresponde a aproximadamente 33% do total de resíduos Classe I (perigosos) gerados no estado de São Paulo.       Com a aprovação da Lei de Crimes Ambientais, no início de 1998, a qual estabelece pesadas sanções para os responsáveis pela disposição inadequada de resíduos, as empresas que prestam serviços na área de resíduos sentiram um certo aquecimento do mercado - houve empresas que tiveram um aumento de 20% na demanda por serviços logo após a promulgação da lei - mas tal movimento foi de certa forma arrefecido com a emissão da Medida Provisória que ampliou o prazo para as empresas se adequarem à nova legislação.

                

Page 28: residuos quimicos

(http://www.tema-poluir.hpg.ig.com.br/nposol)

Slides para baixar http://www.slideshare.net/omedrado/residuos-

industriais

 Incineração

A incineração é um processo de queima controlada na presença de oxigênio, no qual os

materiais à base de carbono são reduzidos a gases e materiais inertes (cinzas e escórias de

metal) com geração de calor. Esse processo permite a redução em volume e peso dos

Page 29: residuos quimicos

resíduos sólidos em cerca de 60 a 90%. Normalmente, o excesso de oxigênio empregado na

incineração é de 10 a 25% acima das necessidades de queima dos resíduos.

Em grandes linhas, um incinerador é um equipamento composto por duas câmaras de

combustão, onde na primeira câmara os resíduos sólidos e líquidos são queimados à

temperatura variando entre 800 e 1.000 °C. Na segunda câmara, os gases provenientes da

combustão inicial são queimados a temperaturas da ordem de 1.200 a 1.400 °C. Os gases

da combustão secundária são rapidamente resfriados para evitar a recomposição das

extensas cadeias orgânicas tóxicas e em seguida tratados em lavadores, ciclones ou

precipitadores eletrostáticos, antes de serem lançados na atmosfera através de uma

chaminé.

Como a temperatura de queima dos resíduos não é suficiente para volatilizar os metais,

estes se misturam às cinzas, podendo ser posteriormente separados destas e recuperados

para comercialização.

Para os resíduos tóxicos contendo cloro, fósforo ou enxofre, além da necessidade de maior

permanência dos gases na câmara (cerca de dois segundos), são necessários sofisticados

sistemas de tratamento para que estes possam ser lançados na atmosfera.

Já os resíduos compostos apenas por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio necessitam

somente um sistema eficiente de remoção do material particulado expelido juntamente com

os gases da combustão.

Existem diversos tipos de fornos de incineração. Os mais comuns são os de grelha fixa, de

leito móvel e o rotativo.

Veja abaixo uma ilustração de um incinerador de forno rotativo:

Suas grandes vantagens são:

garantia da eficiência de tratamento, quando em perfeitas condições de

funcionamento;

redução substancial do volume de resíduos a ser disposto (cerca de 95%).

Suas principais desvantagens são:

custo operacional e de manutenção elevado;

manutenção difícil, exigindo trabalho constante de limpeza no sistema de alimentação

de combustível auxiliar, exceto se for utilizado gás natural;

elevado risco de contaminação do ar devido a geração dioxinas da queima de

materiais clorados;

risco de contaminação do ar pela emissão de materiais particulados;

Page 30: residuos quimicos

elevado custo de tratamento dos efluentes gasosos e líquidos (águas de

arrefecimento das escórias e de lavagem de fumos.

Observa-se que a incineração não resolve integralmente o problema da destinação

dos resíduos, havendo a necessidade de se providenciar uma disposição final

adequada para as cinzas e para o lodo resultante do tratamento dos gases.2. Aterro industrial

É uma alternativa de destinação de resíduos industriais, que se utiliza de técnicas que

permitem a disposição controlada destes resíduos no solo, sem causar danos ou riscos à

saúde pública, e minimizando os impactos ambientais.

Essa técnica consiste em confinar os resíduos industriais na menor área e volume possíveis,

cobrindo-os com uma camada de material inerte na conclusão de cada jornada de trabalho

ou intervalos menores, caso necessário.

Os aterros industriais são classificados nas classes I,II ou III, conforme a periculosidade dos

resíduos a serem dispostos. Os aterros Classe I podem receber resíduos industriais

perigosos; os Classe II, resíduos não-inertes; e os Classe III, somente resíduos inertes.

Célula é módulo de um aterro industrial que contempla isoladamente todas as etapas de

construção, operação e controle exigidas para um aterro industrial.

2.1 - Localização de Aterros de Resíduos Industriais Perigosos: deverão ser

selecionados, preferencialmente, áreas naturalmente impermeáveis, para construção de

aterros de resíduos industriais. Estas áreas se caracterizam pelo baixo grau de saturação,

pela relativa profundidade do lençol freático e pela predominância, no subsolo, de material

argiloso.

Não é possível instalar aterros industriais em áreas inundáveis, de recarga de aqüíferos, em

áreas de proteção de mananciais, mangues e habitat de espécies protegidas, ecossistemas

de áreas frágeis ou em todas aquelas definidas como de preservação ambiental

permanente, conforme legislação em vigor.

Deverão ser respeitadas as distâncias mínimas estabelecidas em norma, a corpos d'água,

núcleos urbanos, rodovias e ferrovias, quando da escolha da área do aterro.

A construção de aterros em áreas cujas dimensões não possibilitem uma vida útil para o

aterro igual ou superior a 20 (vinte) anos, não deverá ser executada.

.2 - Impermeabilização Inferior: os aterros industriais deverão possuir sistema duplo de

impermeabilização inferior composto de manta sintética sobreposta a uma cama de argila

compactada, de forma a alcançar coeficiente de permeabilidade menor ou igual a 1,0 x 10-7

cm/s, com espessura mínima de 60 centímetros, devendo ser mantida uma distância mínima

de 2 metros entre a superfície inferior do aterro e o nível mais alto do lençol freático.

Page 31: residuos quimicos

Sobre o material sintético deverá ser assentada uma camada de terra com espessura

mínima de 50 centímetros. Na escolha da manta sintética a ser aplicada, deverão ser

observados os seguintes aspectos:

resistência química aos resíduos a serem dispostos, assim como o envelhecimento à

ozona, à radiação, à ultra violeta e aos microorganismos, essas características devem

ser comprovadas através de ensaios de laboratório;

resistência à intempéries para suportar os ciclos de umidecimento;

secagem;

resistência a tração, flexibilidade e alongamento, suficiente para suportar os esforços

de instalação e de operação;

resistência à laceração, abrasão e punção de qualquer material pontiagudo ou

cortante que possa estar presente nos resíduos;

facilidade para execução de emendas e reparos em campo, em quaisquer

circunstâncias.

O sistema duplo de impermeabilização deverá ser construído de modo a evitar rupturas

devido a pressões hidrostáticas e hidrogeológicas, condições climáticas, tensões da

instalação, da impermeabilidade ou aquelas originárias da operação diária.

O sistema duplo de impermeabilização deverá ser assentado sobre uma base ou fundação

capaz de suportá-lo, bem como resistir aos gradientes de pressão acima e abaixo da

impermeabilização de forma a evitar sua ruptura por assentamento com pressão ou

levantamento do aterro.

2.3 - Impermeabilização Superior (Cobertura Final): quando do fechamento de cada

célula de um aterro industrial, a impermeabilização superior a ser aplicada deverá garantir

que a taxa de infiltração na área seja tão pequena quanto possível. Desta forma, esta

impermeabilização deverá ser no mínimo tão eficaz quanto o sistema de impermeabilização

inferior empregado.

O sistema de impermeabilização superior deverá compreender das seguintes camadas, de

cima para baixo:

1. camada de solo original de 60 (sessenta) centímetros, para garantir o recobrimento com

vegetação nativa de raízes não axiais;

2. camada drenante de 25 (vinte e cinco) centímetros de espessura, com coeficiente de

permeabilidade maior ou igual a 1,0x10-3cm/s;

3. manta sintética com a mesma especificação utilizada no sistema de impermeabilização

inferior;

4. camada de argila compactada de 50 (cinqüenta) centímetros de espessura, com coeficiente

de permeabilidade menor ou igual a 1,0 x 10-7cm/s.

Page 32: residuos quimicos

Veja abaixo a sequência de execução de um aterro industrial:

3. Reciclagem de Resíduos Sólidos

A reciclagem em geral trata de transformar os resíduos em matéria-prima, gerando

economias no processo industrial. Isto exige grandes investimentos com retorno

imprevisível, já que é limitado o repasse dessas aplicações no preço do produto, mas esse

risco reduz-se na medida em que o desenvolvimento tecnológico abre caminhos mais

seguros e econômicos para o aproveitamento desses materiais.

Para incentivar a reciclagem e a recuperação dos resíduos, alguns estados possuem bolsas

de resíduos, que são publicações periódicas, gratuitas, onde a indústria coloca os seus

resíduos à venda ou para doação.

Padronização de Recipientes de Materiais Recicláveis

O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA publicou no dia 19 de junho de 2001,

no Diário Oficial, a Resolução nº 275, de 25 de abril de 2001, que define as cores que serão

utilizadas nos recipientes de materiais recicláveis. O objetivo da decisão é estabelecer um

padrão nacional de cores e adequá-lo aos padrões internacionais.

As cores padronizadas são:

4. Outros processos de tratamento

Outros processos comuns de tratamento são:

neutralização, para resíduos com características ácidas ou alcalinas;

secagem ou mescla, que é a mistura de resíduos com alto teor de umidade com

outros resíduos secos ou com materiais inertes, como serragem;

encapsulamento, que consiste em revestir os resíduos com uma camada de resina

sintética impermeável e de baixíssimo índice de lixiviação;

incorporação, onde os resíduos são agregados à massa de concreto ou de cerâmica

em uma quantidade tal que não prejudique o meio ambiente,ou ainda que possam ser

Page 33: residuos quimicos

acrescentados a materiais combustíveis sem gerar gases prejudiciais ao meio

ambiente após a queima;

O que é tinta epóxi?Tinta epóxi é uma tinta industrial a base de epóxi utilizada por pintores na construção civil e industria.

Para que serve a tinta epóxi?A tinta epóxi serve para pintar diversos tipos de superfícies como por exemplo:

Chapas de aço ou ferro. Pisos  de quadras esportivas e garagem. Azulejos de cozinhas e banheiros. Salas cirúrgicas de hospitais e clinicas. E outras superfícies.

Acabamentos da tinta epóxiA tinta epóxi pode ser comprada em diversos tipos de acabamento, porém, (alguns)fabricantes só vendem ela no acabamento acetinado.

Foto: Pintura de azulejo

Acabamentos: Epóxi acetinado. Epóxi fosco e brilhante.

Ferramentas utilizadas para pintar com tinta epóxi Pincel ou trincha. Rolo de lã de carneiro ou lã sintética baixa. Pistola e compressor.

Page 34: residuos quimicos

Rendimento da tinta

O rendimento da tinta é conforme indica o fabricante na embalagem da lata, ou melhor

dizendo; leia com atenção a embalagem da lata afim de verificar o rendimento da tinta antes

de comprar.

Dicas de pintura Normalmente um galão de tinta rende aproximadamente de 45 a 50 m2 por demão de tinta. Em superfícies lisas o rendimento da tinta é maior, porém, em superfícies porosas o

rendimento é menor.

Diluição da tinta epóxi

A diluição da tinta epóxi é feita conforme recomenda o fabricante, ou melhor dizendo;

normalmente a tinta já vem pronta para uso, porém, leia com a instrução do fabricante antes

de misturar.

Cores da tinta epóxi

Tinta epóxi é vendida em cores padrões oferecidas pelo catálogo de cores na casa de tinta,

porém, também podemos comprar cores personalizadas através das máquinas de misturar

tintas.

Como podemos limpar as ferramentas após a pintura:

Podemos fazer a limpeza das ferramentas com redutor/solvente indicado pelo fabricante da

tinta, que normalmente é redutor/thinner.

Epoxídicas

São tintas bicomponentes (componente A e componente B), ou seja, apresentam-se

emduas embalagens. Em uma embalagem tem-se a resina epóxi e em outra se tem o

agente de cura(catalizador). Estas tintas são subdivididas em:

Epóxi curadas com poliamidas

são resistentes a umidade, imersão em água doce ousalgada. Possuem alta flexibilidade e

aderência em aço carbono ou concreto. São adequadaspara ambientes internos de reservatórios de água potável até 55ºC.

Page 35: residuos quimicos

Epóxi curadas com poliaminas

são resistentes à imersão em soluções ou vapores químicos.Recomenda-se sua utilização para pintura interna de tanques, tubulações, equipamentos eestruturas sujeitas a imersões, derrames ou respingos de produtos químicos ou solventes.

Epóxi modificadas

fqbricadas a partir de alta tecnologia, são muito próximas às poliamidas,pois são formuladas com pigmentos lamelares, inibidores de corrosão e aditivos tensoativos

Epóxi curadas com isocianato

são utilizadas como primer de aderência sobre superfície deaço galvanizado, alumínio, aço inoxidável ou outros metais não ferrosos e sobre poliéster reforçado com fibra de vidro (fiberglass).

Epóxi hidrossolúveis

são também chamadas de tintas WB (water base or water borne

TINTAS UV - O FUTURO DA IMPRESSÃO DIGITAL

 Por: Jorge Melo Braga

Representante comercial da «TesteFinal», distribuidora de máquinas de impressão

digitalcom cura UV, da AGFA.

2008-07-25

 

 

Actualmente, a impressão digital está a tornar-se o método mais usual para

trabalhos com tiragens curtas e de dados variáveis. Enquanto os sistemas com

toner, como a os Xerox Docucolor predominam na área do documento, os com

base em jacto de tinta, como a Agfa Dotrix, vão ganhando quotas de mercado.

 

Para aplicações de grande formato como posters, outdoors, banners e decoração

de veículos, o jacto de tinta sempre foi o mais utilizado, devido à versatilidade

Page 36: residuos quimicos

da sua tecnologia e a natureza das tintas. Actualmente, para além da

quadricromia (CMYK), a gama de cores inclui o light magenta, o light cian,

cinzento, verde, azul, laranja e até branco. A gama de cores ampliou-se

oferecendo excelentes ganhos de qualidade aos impressores.

 

As tintas mais usadas em trabalhos de grande formato são as baseadas em

solventes e as de cura UV. As solventes são usadas sobretudo em trabalhos para

o exterior. No entanto, as características das tintas de cura UV rivalizam com a

tinta de base solvente. Em três áreas as tintas UV superam as suas

concorrentes: as características de rápida secagem permitem a impressão a alta

velocidade; a versatilidade dos suportes (impressão directa sobre suportes

flexíveis como também rígidos), ampliam o número de aplicações e eliminam a

necessidade de contra colagem numa superfície rígida; por fim, não existindo

VOC’s (Volatile organic Compounds) são consideradas amigas do ambiente.

Tendo presente estas vantagens é previsível que o futuro será das tintas com

cura UV.

 

O PROCESSO DE CURA UV

 

Depois de ser depositado no suporte, a tinta é imediatamente curada através de

uma radiação da luz UV. Este processo, com a ajuda de um processo químico,

conduz a uma instantânea solidificação – polimerização - da gota de tinta no

suporte.

 CONDIÇÕES QUE AFECTAM A ADESÃO DA TINTA

 

O processo de cura UV é muito complexo e factores como a cor da tinta,

espessura da camada, tipo de suporte, fonte de luz UV, tempo de exposição,

ambiente, etc. podem afectar o processo de foto-polimerização. A potência do

UV e a cor da tinta ajudam a explicar esta afectação

 Potência do UV

· A ausência ou pouca exposição mantém a tinta líquida

· A cura parcial (normalmente só à superfície) resulta numa má adesão da tinta

ao suporte

· A superfície pegajosa ou gordurosa baixa a qualidade da cura

· “Correctamente curada” significa sem odor, flexível e com boa adesão

· O aumento da dureza superficial pode tornar a tinta quebradiça

· Se a tinta primária da superfície do suporte não for receptiva à segunda tinta,

resulta em má adesão e baixa flexibilidade  

Cor da tinta

Page 37: residuos quimicos

A cor preta é mais difícil de curar. Isto porque o pigmento preto absorve uma

grande quantidade de luz UV. Assim, é necessária mais potência de luz UV para

obter o mesmo nível de adesão. A tinta branca tem o mesmo efeito. Em vez de

absorver a luz, a tinta branca reflecte a luz UV. Isto traduz-se, também, na

necessidade de um aumento de potência para obter o mesmo nível de cura.

 VANTAGENS DAS TINTAS DE CURA UV 

As tintas de cura UV apresentam vantagens sobre outros tipos de tinta para a

área digital, nomeadamente:

 

· Imprimem a velocidades elevadas

· São aplicáveis a uma vasta gama de suportes

· Têm consistência de cor

· São ecologicamente amigáveis – sem VOC’s

· Têm menos consumo de tinta por m2

 

Impressão a velocidades elevadas

As impressoras com tintas de base solventes requerem secadores para remover

as grandes quantidades de solventes do suporte impresso. Este processo de

secagem leva algum tempo. Pelo contrário, as tintas de cura UV secam em

segundos – resultado directo do processo de cura, que usa potentes lâmpadas

UV. Esta secagem, instantânea, permite a impressão a velocidades elevadas. As

impressoras rápidas de tintas solventes requerem grandes e potentes secadores

para acelerarem o processo de secagem.

 Vasta gama de suportes

Contrariamente às tintas aquosas, solventes ou de base das tintas de óleo, as

tintas de cura UV podem imprimir em quase todos os suportes, sejam flexíveis

ou rígidos. São exemplos como papéis, plásticos como vinil, policarbonatos,

poliésteres, mas também tecidos, madeira, vidros, cerâmica, etc. A excepção

serão os suportes muito polidos com muito pouca textura. No entanto, mesmo

nestes casos, as tintas UV podem ser usadas desde que se aplique um primário.

As vantagens da impressão directa sobre superfícies rígidas são duplas. A

primeira é a eliminação da necessidade de contra colagem originando maior

produtividade e rentabilidade. A segunda, é o aumento das possibilidades

criativas que deixam de estar limitadas ao fundo branco.

 Consistência de cor

Devido ao processo lento de secagem das tintas solventes, estas dissolvem-se

com o suporte, misturando os corantes com os que residem na superfície do

suporte, alterando a cor. Pelo contrário, nas tintas de cura UV, a secagem inicia-

se tão rapidamente que a gota fica à superfície do suporte. Como resultado, a

cor é mais consistente de suporte para suporte e menos tinta é necessária para

imprimir a mesma área de imagem.

 

Page 38: residuos quimicos

Ecologicamente amigáveis

Durante o processo de cura UV – a interacção entre a tinta e a fonte de luz UV –

a tinta endurece instantaneamente. Como resultado, a gota de tinta fica

solidificada. Isto significa que nada é libertado para a atmosfera. Isto conjugado

com o facto de as tintas de cura UV não conterem solventes, significa que

nenhuns VOC’s (Volatile Organic Compounds) são libertados.

Pelo contrário, as tintas solventes, durante o processo de impressão, libertam 80

a 90% dos seus ingredientes na atmosfera como vapores. Por outro lado, mais

tinta solvente por m2 de suporte é necessária para atingir a mesma cobertura

(aproximadamente 12-14ml de tinta solvente por m2, em comparação com

somente 8-10ml de tinta UV).

 Menos consumo de tinta por m2

Uma das críticas às tintas de cura UV é o facto de serem geralmente mais caras

do que as solventes. Com o aumento do mercado de tintas UV, elas tenderão a

baixar de preço. Por outro lado, o custo operacional de um equipamento UV é

actualmente mais baixo do que um sistema de tintas solventes por várias

razões. Primeira, porque as tintas UV secam rapidamente, aumentado assim a

produtividade; Segunda, porque imprimem em qualquer tipo de papel, não

requerendo por isso, papéis especiais para produzir óptimos resultados. E como

podem imprimir directamente em superfícies rígidas, as contra colagens podem

ser eliminadas em muitos trabalhos. Logo, poupa-se tempo e dinheiro. Uma

terceira razão, a grande consistência de cor significa que o trabalho fica pronto à

primeira. Eliminam-se repetições, logo, poupa-se tempo e dinheiro. E, quarta,

como somente são necessários 8 a 10ml de tinta UV por m2, em contraste com

os 12 a 14ml de tinta nos sistemas solventes, o consumo de tinta é

significativamente mais baixo nos sistemas UV. Assim, os apregoados preços das

tintas de cura UV mais do que compensam pelas vantagens de produtividade,

versatilidade e qualidade.

  

MELHORIAS CONSTANTES

 

A tecnologia de tinta solvente é uma tecnologia madura. O que não é verdade

para  a tinta de cura UV, que tenderá a melhorar em áreas como:

 Elasticidade

As tintas UV são ideais para uma variedade de aplicações em superfícies planas

ou curvas. No entanto, são menos flexíveis do que as tintas solventes. Para

aplicações que exijam elasticidade, como na decoração de veículos, as tintas

solventes têm melhor trabalho. No entanto, têm sido apresentadas novas

versões de tintas UV com maior elasticidade, procurando atingir esse mercado.

 Adesão

Como as tintas UV se posicionam na superfície do suporte (em vez de se

dissolverem no suporte) a interacção da tinta e do suporte é mais fraca do que

Page 39: residuos quimicos

com as tintas solventes. Assim, a adesão das tintas em certos suportes pode ser

melhorada (como no polipropileno e no poliestireno).

 Duração exterior

De uma forma geral, os pigmentos usados nas tintas solventes e nas tintas de

cura UV são os mesmos. No entanto, as tintas solventes dissolvem-se no

suporte, misturando os corantes com os que existem à superfície do suporte.

Assim, os pigmentos estão melhor protegidos contra o processo de

desaparecimento da cor (fading). No caso das tintas UV, o processo é diferente.

Aqui a tinta mantêm-se à superfície. Assim é oferecida maior fidelidade de cor,

embora, por outro lado, as tintas solventes são geralmente mais duráveis.

 

 As tintas UV

Como as tintas de cura UV ainda estão em fase de desenvolvimento, melhorias

como a flexibilidade, adesão e durabilidade ao exterior estão no horizonte.

Desenvolvimentos futuros passarão por cores especiais, efeitos de cor, etc.

As tintas UV actualmente no mercado são livres de radicais químicos. As tintas

catiónicas estão a ser desenvolvidas por certas companhias. O sistema de cura

catiónico, no entanto, é sensível às condições de humidade do meio envolvente.

Assim, espera-se que este tipo de tintas venha a ser aplicado em certos nichos

de mercado.

 

Tinta Líquida Curável por UV

Tintas líquidas UV são normalmente livre de solventes. Podem ser aplicadas por cortinas ou pistolas utilizando os mesmos equipamentos de tintas base solvente, porém são curadas quase que instantâneamente quando passadas sob a lâmpada UV. Tradicionalmente esses acabamentos são usados principalmente na indústria de móveis e em vernizes especiais, como vernizes para CD’s e revestimentos de alto brilho para embalagens e papéis impressos. Até pouco tempo, acabamentos curados por UV se restringiam a vernizes, mas com os novos avanços na química dos fotoiniciadores, acabamentos UV coloridos também podem ser feitos.

A baixa energia requerida para curar o acabamento e o baixo nível de voláteis, fazem dessa tecnologia uma tecnologia "limpa". Isto também pode ser usado em materiais sensíveis ao calor. As principais desvantagens são os problemas envolvidos no manuseio das lacas viscosas e na reutilização do excesso aplicado.  

Tintas Base Solvente

Para dar acabamento durável a artigos como motores elétricos, bombas, caixas de câmbio, etc, que contenham componentes sensíveis ao calor, como selantes, cabos e isolamento elétrico, não é simples. Uma solução é enviar a peça completamente montada à uma loja de pintura para ser pintada com tinta spray poliuretânica bi-componente.

Uma opção não muito atraente, é pintar cada componente individualmente com uma tinta em pó convencional por exemplo, e então montar o produto. Embora as tintas poliuretânicas

proporcionem excelente durabilidade, os problemas no tratamento da água contaminada das cabines de pintura e as restrições na emissão de vapor de solventes aumentam muito o custo

da tintas. Para pequenos e médios fabricantes, os serviços de pintura são geralmente terceirizados, o que pode causar atrasos.

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TINTA U.V.

Tintas UV é um produto com secagem através de radiação ultravioleta, sendo monocomponente, excelente aderência. Indicado para o revestimento (pintura) de superfícies externas e internas de material ferroso e plástico.

Características:

Textura: lisa e brilhante; Secagem: imediata, cura por radiação Ultra Violeta; Aderência: muito boa; Elasticidade: semi-elástica. Produto: líquido, pigmentado e de odor característico. Economia de tempo devido à secagem instantânea Economia da mão-de-obra Economia de espaço  Melhoria logística Ótima aderência  Rendimento: 35 a 45 m²/galão(3,6L)/demão

Modo de Usar: A aplicação ser feita com equipamentos desenvolvidos especificamente para produtos de cura U.V. Produto pronto uso devendo se necessário ser diluído com diluente específico para UV, o Diluente UV de 30 a 100%.

Precauções: A superfície sobre a qual irá ser aplicado o produto deverá estar devidamente preparada, com textura uniforme, limpa, seca, isenta de óleos, graxas ou outras sujidades e a umidade relativa do ar não deve ultrapassar 85%.

Deve ser utilizado em ambientes ventilados, longe do perigo de faíscas e/ou chamas, pois se trata de um produto à base de solventes voláteis e inflamáveis. Recomenda-se a utilização de máscaras contra vapores de solventes, durante a aplicação.