Resenha - Politica para não ser Idiota

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FACULDADE CATÓLICA DOM ORIONE CURSO DE DIREITO ALINE FERREIRA SILVA POLÍTICA PARA NÃO SER IDIOTA

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FACULDADE CATÓLICA DOM ORIONE

CURSO DE DIREITO

ALINE FERREIRA SILVA

POLÍTICA PARA NÃO SER IDIOTA

Araguaína

2012

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ALINE FERREIRA SILVA

3ª PERÍODO – TURMA: A

POLÍTICA PARA NÃO SER IDIOTA

Trabalho apresentado a Faculdade Católica Dom Orione como requisito parcial á aprovação na Disciplina Direito Constitucional I.

Professor: Humberto Tenório

Araguaína

2012

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CORTELLA, Mário Sergio; RIBEIRO, Renato Janine. Política para não ser idiota.

7. ed. Campinas: Papirus 7 mares, 2010. 112p.

O livro “Politica para não ser idiota” apresenta um debate sobre temas

voltados à politica, escrito pelos autores Mário Sergio Cortella e Renato Janine.

A presente obra é constituída por doze temas distribuídos em 112 páginas.

Dentre estes temas apresentados podem-se destacar os assuntos relacionados à

participação do cidadão na formação da sociedade, o descanso das pessoas em

relação à democracia, a politica como tema a ser tratado em sala de aula, e entre

outros pontos que dizem respeito a todos os cidadãos.

O debate entre os autores se inicia quando tentam conceituar o termo idiota.

Para chegar a tal conceito, os autores analisa o modo pelo qual as pessoas têm

tratado a politica na nossa realidade e conclui que estas estão voltadas

exclusivamente para suas vidas pessoais, deixando de lado as questões politicas,

afinal, para estas, politica e corrupção sempre andam juntas.

Nesta linha de raciocínio os autores apresentam dois tipos de liberdade: a

liberdade politica e a liberdade pessoal. Porém, o que se percebe é que as pessoas

se restringem quando se fala em liberdade, elas acreditam que ser livre é fazer o

que querem, sem intervenção de terceiros, mas ao lermos o livro, entendemos que

os debatedores tentam reverter esse conceito de liberdade, pois, ser livre vai, além

disso, “ser livre é se envolver na vida pública, na vida coletiva” (p.9).

Outra questão abordada pelos debatedores é quando afirmam que “a politica

seria uma maneira de lançarmos luz sobre essas teias invisíveis que nos dominam e

tentarmos controla-las” (p.12), ou seja, é por meio da politica que temos a liberdade

de reivindicar e exercer os nossos direitos. E somente pelo seu uso que deixaremos

de ser influenciados pelo meio que vivemos, e passaremos a tirar nossas próprias

conclusões, em busca não só de satisfazer o nosso individual, mais em busca do

melhor pra coletividade, pois como afirma o próprio Cortella “só existe politica como

capacidade de convivência exatamente em razão do condomínio” (p.12).

As pessoas têm visto a liberdade e o direito como uma propriedade, um

objeto de consumo, o que na verdade, não o são. Quando se fala em direitos, logo,

devemos pensar em deveres, obrigações, pois, convivemos com indivíduos em

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sociedade, cada um exercendo seus direitos dentro de seus limites, já que o direito

do individuo termina quando começa o do outro. Hoje, o que se vê é que quando

alguém reivindica seus direitos, não querem cumprir certos deveres impostos pelo

Estado, e é sob esse aspecto, que os autores concluem que liberdade, direito e

dever sempre estarão interligados.

Outra questão apontada é a necessidade da participação dos cidadãos em

determinados momentos que são indispensáveis para o bem comum, são os casos,

por exemplo, de reuniões politicas, onde há interesse de todos os cidadãos. Porém,

o que acontece muitas das vezes é que estes se recusam a participar, por

considerar essas reuniões chatas e demoradas.

O que se nota na realidade é que os jovens e até mesmo as pessoas já

maduras estão cansadas, esgotadas, quando diz respeito à democracia, por se

depararem com tanta corrupção e injustiça daqueles que detém o poder, vendo a

democracia cada vez mais distante de ser alcançado, o que não acontecia há

séculos atrás.

Um momento apresentando pelos autores que identifica esse interesse pela

democracia foi o período da ditadura, onde as pessoas com seus instintos de defesa

se viam impulsionadas a lutar contra esse “horizonte adversário” em busca de

exercer os seus direitos.

Vivemos uma realidade diferente da época da ditatura, as pessoas que não

vivenciaram esse momento não tem a noção do que é liberdade, e o quanto custou

para consegui-la. Como diz Janine “Penso que a liberdade é algo natural para o ser

humano (...) tanto é assim que não percebemos quando está presente, mas logo nos

damos conta de sua ausência.” (p.25), é justamente o que acontece com os jovens

de hoje em dia, estão descansados, já que não há nenhum perigo de que sua

liberdade venha a ser limitada por um “horizonte adversário”.

Independentemente de qual momento estamos vivendo, a politica é um tema

a ser tratado a todo tempo, ou seja, temos que fazer dela uma pulsão vital, algo

natural, sem que para isso haja a existência de um adversário. Passando a trata-la

não só como uma legitima defesa, mais como algo novo.

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Para Cortella, uma das causas desse desprezo em relação à politica é a falta

de incentivo, é o que afirma quando diz “esse tédio vem também porque nós,

adultos, inclusive na escola, não conseguimos fazer com que o jovem se encante

com a politica sem contar com a presença do adversário, do inimigo” (p.30).

Além disso, esse desprezo pela politica está fundamentado também na

corrupção, o que tem se tornado mais forte na realidade que vivemos. É importante

ressaltar uma ideia apresentada por Janine, que até concordo, quando ele afirma

que a corrupção na verdade, não aumentou, simplesmente se tornou mais aparente

na medida em que a sociedade se evoluiu.

Outro ponto interessante é que vivemos sob um regime democrático que quer

dizer “poder do povo”, porém notamos que há uma sensação de impotência, pois,

diante da corrupção as pessoas se sentem impotentes para vencê-la, o que acaba

convertendo a ideia de democracia.

Então, quem deve ser o dono do poder? Para os debatedores, o cidadão deve

se colocar na condição de agente do Estado e não como um beneficiado por este.

Acontece que as pessoas não se atentam que elas próprias que escolhe aqueles

que deterão o poder e que com o seu poder de eleger é que construirão o Estado,

para que assim forneça os benefícios que pretendem receber.

O cidadão como detentor deste poder, tem o dever de participar na

construção da sociedade, e que só o exercerá por meio de seu voto. Porém, o voto

hoje tem sido tratado como reserva de mercado, onde os “fornecedores tentam

convencer a comprar deles e não de outras”. Além disso, as pessoas só votam por

ter um caráter de obrigatoriedade, que se não o exercer estarão sujeitas a certas

consequências.

Interessante notar é que Janine vê um aspecto positivo no voto facultativo,

pois, os partidos além de ter que convencer as pessoas de que devem votar neles,

teria que os convencer de que irem as urnas é importante e vale a pena.

A politica deve ser tratada por todos os cidadãos, mas o que acontece na

nossa realidade é o inverso, já que falar de politica é ser anulado da sociedade, e é

por esse motivo que nas escolas não se admitem falar em politica, admitindo,

somente, assuntos que diz respeito à cidadania.

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Os autores advertem que todo aquele que atua na área educacional deve

começar a trazer o tema da Politica para o espaço escolar, como meio de incentivo à

aos alunos a não se acostumarem com a realidade que vivemos, mais sim a tomar

iniciativa, afim de que a nossa sociedade tome um novo rumo, evitando o seu

colapso.

De um modo geral, concluímos ao ler este livro, que nós cidadãos devemos

começar a tratar a politica com prioridade em nossas vidas, deixando a desculpa de

que “não vale a pena votar, pois o país a cada dia que se passa se torna mais

corrupto” ou que “só existe políticos corruptos”, e passando a tomar iniciativa para

reverter o quadro da nossa sociedade, pois nós somos os verdadeiros autores da

realidade que vivemos.

Sabemos que uma sociedade que deixa de lado a noção de que toda ação

há uma reação, pode ocasionar um verdadeiro colapso, o que levaria a destruição

das próprias condições de sobrevivência do ser humano, pois sabemos que nos

respondemos pelos nossos atos. E a politica é o instrumento pelo qual temos nas

mãos para evitar que esse fenômeno aconteça.