RESENHA GLOSAS CRITICAS

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Glosas Crticas Marginais ao Artigo

DIEGO COSTA

RESENHA DE:

GLOSAS CRTICAS MARGINAIS AO ARTIGO "O REI DA PRSSIA E A REFORMA SOCIAL". DE UM PRUSSIANO

Karl Marx, a partir da anlise do texto de um prussiano a respeito da atitude do rei contra a revolta de proletrios, tece uma srie de argumentos que desmontam o texto analisado e, com isso, faz uma profunda anlise da estrutura poltica e social da poca que acabam por eclodir na rebelio dos operrios alemes. Para o prussiano os atores envolvidos na disputa no possuam a conscincia poltica necessria para entender a situao nos moldes da luta de classe, argumentando que o entendimento seria o de uma questo de erro na administrao ou na assistncia. A partir desse ponto Marx demonstra, com exemplos de tentativas de acabar com o pauperismo em outras sociedades, que esse entendimento, que minimiza o embate ocorrido entre operrios e as foras do rei, no fruto da falta de politizao, ao contrrio, exatamente a nica sada lgica possvel, dentro do ponto de vista poltico, para a situao, pois s assim possvel a perpetuao do prprio sistema que cria o conflito. A manuteno do pauperismo fruto e condio de existncia do sistema poltico e econmico vigente, sendo que a nica sada para acabar de fato com o problema seria a abolio de toda essa estrutura. Dessa maneira, os polticos poderiam tentar todas as alternativas possveis para solucionar a questo mas jamais conseguiriam xito, pois o mundo poltico em si seria a causa do problema e jamais iriam propor uma medida suicida, pois a regra bsica para qualquer espcie ou instituio a manuteno de sua prpria existncia.Nesse texto, a esfera poltica parece ser um reflexo da estrutura social, e enquanto operrios de outras partes da europa gastavam energia tentando mudar a roupagem poltica os operrios alemes estavam indo diretamente ao cerne da questo. A emancipao poltica que sustenta o mundo burgus no suficiente para resolver os males sociais que derivam dessa sociedade, ao contrrio disso, essa poltica que garante as amarras sociais que causam os males. E a revolta operria escapava desse mundo poltico e atacava diretamente essa base de sustentao opressora, atacavam os banqueiros, as mquinas, os ttulos de propriedade privada e exatamente por isso que Marx desconstri a noo de ingenuidade que o prussiano tenta dar situao, frente a outras revoltas ocorridas nos pases industrializados. Um dos pontos que mais chamam a ateno no texto Glosas crticas em relao ao entendimento de Marx que o princpio do Estado seria o fundamento dos males sociais. Pode-se entender com isso que a sada bvia seria a abolio do Estado para a superao de tais males. Essa parte chama a teno justamente por se diferenciar de obras que Marx escreveu em fase posterior de suas vida. Pensar o Estado, de um modo geral, como algo mal em sua essncia e como causador da opresso parece destoar da atuao posterior dos marxistas e da atuao do prprio Marx. A conquista do Estado, seja pela via revolucionria como na Unio Sovitica ou pela via democrtica como propem os sociais-democratas, uma etapa necessria no caminho para se atingir a utopia comunista. Alm de terico Karl Marx se envolveu diretamente nas lutas sociais de seu tempo sendo, inclusive, secretrio-geral daquela que talvez tenha sido a maior organizao de trabalhadores de todos os tempos: A Associao Internacional dos Trabalhadores. A maior disputa que ocorreu dentre da entidade envolveu justamente a questo do papel do estado, tendo os anarquistas de um lado, representados por Bakunin, pregando a abolio do Estado e os comunistas de outro, representados por Marx e seus seguidores, pregando a ditadura do proletariado e o uso do Estado como um meio para se chegar ao comunismo. Essa aparente contradio no posicionamento de Marx em glosas crticas com o restante do seu trabalho no parece to simples de ser entendida mas de forma alguma desmerece sua anlise, ao contrrio disso, enrique as discusses marxistas trazendo um tom libertrio para o dilogo