Resenha e Comentário HPE Myrdall

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Universidade Federal do ABC História do Pensamento Economico Bacharelado em Ciências Economicas Resenha apresentada para aprovação em História do Pensamento Economico – 2014 Gunnar Myrdal – Aspectos Políticos da Teoria Econômica – (Political Element in the Development of Economic Theory) – Editora Nova Cultura Ltda 1 – RESUMO Capítulo I – Política e Economia Política Em seu primeiro capítulo Myrdal abre terreno para analisar e desconstruir o pensamento econômico Neoclássico. Para isso considera que a economia deve se basear em escrever a realidade social empírica e a política deve prezar pelo real e pelo possível. Ambos devem contemplar a realidade, não seguir modelos sociais abstratos, sendo economia um denominador comum social e político. O autor faz paralelo a Max Webber o qual diz que a economia deve procurar sempre a neutralidade, não deve buscar defender os direitos de somente um seguimento social ou ser motivada por juízos de valor individuais. Inicia uma crítica ainda introdutória sobre Adam Smith e Stuart Mill as quais contemplam temas como o livre comércio e suas hipóteses abstratas baseadas em modelos específicos que formulam teorias morais do dito “justo”, “equílibrado”

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Resenha livro Gunna Myrdall

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Universidade Federal do ABC Histria do Pensamento EconomicoBacharelado em Cincias EconomicasResenha apresentada para aprovao em Histria do Pensamento Economico 2014Gunnar Myrdal Aspectos Polticos da Teoria Econmica (Political Element in the Development of Economic Theory) Editora Nova Cultura Ltda1 RESUMOCaptulo I Poltica e Economia PolticaEm seu primeiro captulo Myrdal abre terreno para analisar e desconstruir o pensamento econmico Neoclssico. Para isso considera que a economia deve se basear em escrever a realidade social emprica e a poltica deve prezar pelo real e pelo possvel. Ambos devem contemplar a realidade, no seguir modelos sociais abstratos, sendo economia um denominador comum social e poltico. O autor faz paralelo a Max Webber o qual diz que a economia deve procurar sempre a neutralidade, no deve buscar defender os direitos de somente um seguimento social ou ser motivada por juzos de valor individuais.Inicia uma crtica ainda introdutria sobre Adam Smith e Stuart Mill as quais contemplam temas como o livre comrcio e suas hipteses abstratas baseadas em modelos especficos que formulam teorias morais do dito justo, equlibrado e til. Crtica tambm o moralismo por traz dessas doutrinas tendo como incio as leis naturais e em sucesso o a escola utilitarista, a qual receb crticas profundas posteriormente. Destaca o distanciamento da economia em relao a outras cincias sociais alegando que teorias marginais no passam de frmulas vazias (tautologia circular).Captulo II O Pano de Fundo IdeolgicoSegundo Gunnar Myrdal, o pensamento utilitarista baseado na filosofia natural, pressupondo o bem estar como uma entidade psicolgica baseada na moralidade do indivduo. O utilitarismo foi se desvincilhando das leis naturais com Bentham o qual considera a doutrina demasiada tautolgica, para Bentham a poltica deveria ser uma aritimtica utilitarista (somatrio de prazeres e dores), baseado na sua crena na universal uniformidade humana, porm essa frmula, segundo o Myrdall, somente aplicado em cenrios convenientes aos modeladores. O autor refuta a doutrina fisiocrata, primeiro por deter uma natureza teolgica, reformista defensora da ordem social vigente, pregadora do laissez-faire sendo o livre mercado sua lei cintifica e ser uma das bases da teoria da utilidade marginal a qual para o autor no mais do que um refinamento do hedoismo psicolgico,o qual seria uma tentativa falha de aplicar empria ao utilitarismo, porm essa empria gira em circulos formando uma acrobacia lgica intil. A crena na harmonia de interesses a abstrao mxima. Onde cada indivduo produzindo sua felicidade, utilidade marginal produziria automaticamente o bem estar de todos, negando assim qualquer conflito de interesses, sendo que para qualquer questo social bastaria o laisez faire.Captulo III A Teoria Clssica do ValorCom o passar do tempo o desenvolvimento da teoria do valor pelas mos da filosofia natural, clssicos e neoclssicos foi tornando-se cada vez mais formalizada, vazia e tautolgica. Mill por exemplo acreditava que a teoria do valor estava resolvida. Essa teoria segundo Gunnar, era carregada de uma qualidade intrinsca (substncia imaterial) dado que o valor detm um teor de uso ou custo dotados de um elemento psicolgico metafsico. Myrdal abre suas crticas a Ricardo, atacando as suas premissas. As quais para ele so metafsica, logo so uma longa srie de tautologias irreais, um ajuste forado de modelos para forar o laissez faire. Sua teoria de valor diz que o trabalho seria incorporado pela mercadoria e esse mesmo trabalho seria um sinnimo de dor anlogo a dor utilitarista. Para Myrdal no h nada mais metafsico do que essas crenas e elucubraes. Gunnar tambm atacar os direitos naturais do homem. Como o sagrado direito a liberdade natural e a propriedade privada de Hobbes e Locke o qual foram apropriados pelos autores clssicos por praticarem a manuteno do status quo.Captulo IV A Teoria Neoclssica do ValorSegundo a teoria neoclssica, Jevons alega que valor de utilidade diferente de valor de troca, a utilidade marginal requer uma comparao direta de utilidades e desutilidade, rejeitando comparaes e computaes utilitarista e seu clculo social. Visando uma psicologia positiva analtica e no pretendendo ser uma racional metafsica. Dessa forma segundo tericos neoclssicos, representaes de grupos podem ser representadas de maneira anloga a individuais. Gunnar ataca esse pensamento Neoclssico elucidando seu mecanicismo e sua impossibilidade de medir utilidades e desutilidades. Pondera que os neoclssicos no tenham deixado de anlisar de maneira hedonista e sim continuaram pontuando suas ideias de maneira velada e indireta. Ou seja uma formulao moderna de velhas doutrinas polticas econmicas apoiadas na teoria de utilidade marginal.Captulo V O Liberalismo EconmicoA liberdade um postulado arraigado na economia ortodoxa onde h uma harmonia de interesses profunda a qual seu sustentculo libertrio. Esta harmonia no deve ser interferida, pois vai contra sua ordem natural. Para Myrdall essa teoria equilibrista e harmoniosa foi sustentada por autores como Bastiat, Carey, Mc Culloch etc. Por ser simples e por suas premissas metafsicas exercerem atrao j que so teorias conservadoras do status quo. Destaca o utilitarismo de Bentham o qual enfoca em reformas humanitrias progressivas como a reforma de ensino, crticas ao imperialismo colonial, restrio de armamentos, direito da mulher e liberdade de expresso, porm com a propriedade privada sendo elemento intocvel. Para Gunnar todos aspectos so revolucionrios na teoria, porm conservadores na prtica, j que muitas teorias s seriam consideradas problemas sociais quando convenientes, sendo essa escola de pensamento que procura encontrar todas as dificuldades convenientes, ignorando as que esto enraizadas dentro de sua metodologia.Captulo VI Economia Domstica Social e o Valor SocialO autor j tecera severas crticas ao utilitarismo, crtica a falta coerncia utilitarista a qual se baseia no bom senso mais uma abstrao para a afirmao de suas polticas conservadoras. Nesse captulo o autor se atenta a teoria moralista neoclssica a qual atenta tratar macroeconomia como uma economia domstica a qual operada de maneira automtica, mecanicista sem planificao. Essa economia, segundo o autor, recheada de metforas e formulaes sem nenhuma implicao objetiva, tornando-se impossvel o estabelecimento de constantes como em Cincias Naturais, j que se trata de Cincias Sociais. Cita dois autores marginais J.B. Clark e Von Wieser. Clark mais um neoclssico, s que americano, que v a sociedade como um organismo e em sua harmonia como totalidade. J Von Wieser torna-se um autor mais interessante j que no v a harmonia neoclssica, porm mantm sua teoria a base de obstraes das quais as usa para crticar as abstraes de um estado socialista. Ao fim do captulo procura redefenir a fronteira do que se entende por economia, sendo ela um conhecimento positivo emprico no especulaes metafsicas. Captulo VI Teoria da Finana PblicaPara Myrdall finanas pblicas apresentam planejamento, uma interveno positiva, no um mecanismo automtico abstrato harmonioso. Dessa forma, pontua os estragos da teoria metafsica para com as Finanas Pblicas, como conceitos de igualdade e justia pautados em um princpio individualista tendo como estado a funo nica de garantir proteo a vida e a sacra propriedade. Crtica novamente J.S. Mill e sua teoria de tributao, o qual interpreta igualdade de taxao como igualdade de sacrficio. Mais uma tautologia abstrata que o autor chama de irritao burguesa contra o ataque a propriedade.

2 COMENTRIOO autor acredita que a economica e poltica devam lidar com temas concretos, preocupados com a realidade como ela , e no como ela deveria ser, buscando assim refutar argumentos e doutrnas clssicos.Ao final pondera sobre conservar o melhor da teoria crticada e refutar o que seria imperfeito, j que em sua poca o pensamento utilitarista antagonizou a filosofia social alem. Ambos contemplando conceitos sociais metafsicos o primeiro o bem estar social e o segundo a vontade do Estado. Porm o modelo alemo resultou para ele em resultados mais catastrficos, dessa forma, o modelo crticado no foi de todo mal.

3 BIBLIOGRAFIA

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