Resenha Do Livro - RP e Micropolítica

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Resenha do livro: Relações Públicas e Micropolítica  Autor: Roberto Porto Simões Introdução: O livro traz um aprofundamento das bases teóricas sugerindo a atividade de Relações Públicas como a Gestão da Função Organização Política, essencialmente fundamentada em teoria política. Destaca que o exercício da profissão exige um estrategista nas relações de poder em níveis organizacionais. A essência de sua contribuição social está em produzir resultados que possibilitem as organizações cumprirem suas missões e assim potencializado o desenvolvimento político-econômico de uma comunidade.  A atividade de Relações Públicas está no meio do jogo de interesses dos públicos com suas organizações e na previsão dos conflitos das democracias. Trata das relações político-cominicacional entre a organização e todos os agentes que influenciam sua missão. Propõe que o objetivo de Relações Públicas seja a busca de cooperação no sistema organização-públicos. 1  O significado da teoria Toda ciência pretende compreender e explicar fenômenos para melhorar a vida da sua sociedade . “Toda disciplina, ou área do conhecimento humano, implica dois elementos, o processo e o programa. O processo se refere à estrutura   os componentes e a dinâmica do fenômeno. Nele se localizam as variáveis independentes. Aquelas que ocorrem, espontaneamente, em razão própria do fenômeno em si. O programa, por sua vez, se refere à ação humana interveniente no processo a fim do de controlá-lo. O processo é compreendido e explicado com a ajuda de teorias, que contém conceitos, definições e princípios. O programa, para ser implementado, requer, além de teorias, tecnologia, técnicas e know- how.” (pág. 17) “No que se refere à esfera das Relações Públicas, tem -se que o processo contém o fenômeno da interação no sistema organização-público. Por sua vez, o programa corresponde à tecnologia de diagnosticar e prognosticar esse processo, assessorar as lideranças organizacionais sobre o devir processo e implantar projetos de comunicação, intervindo no processo. O objetivo do programa é obter cooperação dos atores, possibilitando, assim, a consecução da missão organizacional, sustentada na satisfação dos interesses das partes.” (pág. 18) O autor traça os problemas do campo das Relações Públicas, as principais são: tecnicismo e falta de consenso dos teóricos. Por fim, sugere, que permanecerão: “...boas teorias se se enquadrarem nos critérios internos (Demo, 1985, p.16) de coerência - falta de contradição, consistência   capacidade de resistir à argumentação contrária, originalidade - produção não

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Resenha do livro: Relaes Pblicas e MicropolticaAutor: Roberto Porto SimesIntroduo:O livro traz um aprofundamento das bases tericas sugerindo a atividade de Relaes Pblicas como a Gesto da Funo Organizao Poltica, essencialmente fundamentada em teoria poltica. Destaca que o exerccio da profisso exige um estrategista nas relaes de poder em nveis organizacionais. A essncia de sua contribuio social est em produzir resultados que possibilitem as organizaes cumprirem suas misses e assim potencializado o desenvolvimento poltico-econmico de uma comunidade.A atividade de Relaes Pblicas est no meio do jogo de interesses dos pblicos com suas organizaes e na previso dos conflitos das democracias. Trata das relaes poltico-cominicacional entre a organizao e todos os agentes que influenciam sua misso. Prope que o objetivo de Relaes Pblicas seja a busca de cooperao no sistema organizao-pblicos.1 O significado da teoriaToda cincia pretende compreender e explicar fenmenos para melhorar a vida da sua sociedade. Toda disciplina, ou rea do conhecimento humano, implica dois elementos, o processo e o programa. O processo se refere estrutura os componentes e a dinmica do fenmeno. Nele se localizam as variveis independentes. Aquelas que ocorrem, espontaneamente, em razo prpria do fenmeno em si. O programa, por sua vez, se refere ao humana interveniente no processo a fim do de control-lo. O processo compreendido e explicado com a ajuda de teorias, que contm conceitos, definies e princpios. O programa, para ser implementado, requer, alm de teorias, tecnologia, tcnicas e know-how. (pg. 17)No que se refere esfera das Relaes Pblicas, tem-se que o processo contm o fenmeno da interao no sistema organizao-pblico. Por sua vez, o programa corresponde tecnologia de diagnosticar e prognosticar esse processo, assessorar as lideranas organizacionais sobre o devir processo e implantar projetos de comunicao, intervindo no processo. O objetivo do programa obter cooperao dos atores, possibilitando, assim, a consecuo da misso organizacional, sustentada na satisfao dos interesses das partes. (pg. 18)O autor traa os problemas do campo das Relaes Pblicas, as principais so: tecnicismo e falta de consenso dos tericos. Por fim, sugere, que permanecero: ...boas teorias se se enquadrarem nos critrios internos (Demo, 1985, p.16) de coerncia - falta de contradio, consistncia capacidade de resistir argumentao contrria, originalidade - produo no repetitiva e, por ltimo, objetivao tentativa de reproduzir a realidade assim como ela . (pg. 22)2 - A metfora do quebra-cabeaCONCLUSO: A diferena entre a construo de um quebra-cabea e a construo de uma rede terica que o primeiro, apesar de possuir inmeros mtodos de montagem, um sistema fechado e o segundo, um infinito sistema aberto. Necessita-se de uma epistemologia, a fim de poder-se criticar esta cincia, cujo designativo no seja Relaes Pblicas, mas de uma ou vrias cincias particulares. De minha parte, entendo que os princpios bsicos, que fundamentam a teoria da atividade de Relaes Pblicas, se encontram basicamente, na Micropoltica. (pg. 26)3 - A disciplina de Relaes Pblicas: seu processo e seu programaInquietudeSimes percebe no campo de Relaes Pblicas uma falta de rationale/base lgica, que provoca desconforto para os profissionais e estudiosos do campo. Falta, principalmente, definio exata e consensual, pois so mais de 427 definies, que muitas vezes se contradizem e que no abarcam o que a rea realmente .Pretende-se provar, que: ... se as Relaes Pblicas no se fundamentam numa cincia particular, pelo menos se deve encontrar uma disciplina que, teoricamente, explique o seu processo e sustente seu programa, permitindo assim, um entendimento entre aqueles que tratam com o tema, tornando o processo de ensino-aprendizagem menos confuso e a ao profissional mais eficaz.A premissa maiorA cincia estuda o fato atravs da teoria, que so hipteses, no existe cincia a priori do fenmeno. A habilidade de Relaes Pblicas adquirida no mbito da cultura universitria e tem como objetivo a relao poltica entre organizao e seus pblicos..Viso geralApenas ensina como deve ser estudado o quadro 1 (pg. 31), que sistematiza a disciplina de Relaes Pblicas.O processo e o programaProcesso (fenmeno): ocorre de maneira natural, sem a interferncia intencional do ser humano pode ser benfico ou no para a sociedade. A sucesso de estados e de mudanas do exerccio de poder no sistema organizao-pblicos, referente misso da organizao. (pg. 33)Programa (medidas para entender e minimizar os fenmenos): a formao de polticas, aps analise do processo. A anlise do processo e a deciso sobre as variveis intervenientes a serem inseridos nele, visando o xito da misso da organizao.Ele diferencia cientistas de tcnicos. Cientistas pensam, estudam, analisam, dissecam o processo, apresentando idias sobre o mundo, enquanto tcnicos modificam o mundo = executam o processo.O processoSo as relaes de poder e cooperao entre os pblicos da organizao e a organizao. A dinmica do processo se d mos eventos que se sucedem nas relaes de poder, por isso, ao poltica. A funo organizacional poltica influenciar os pblicos a fim de obter cooperao, primordial para definir se o processo de Relaes Pblicas ser benfico ou no para alcanar com xito a misso organizacional.A funo organizacional poltica A contribuio de programas de ao (poltica, normas, procedimentos, atividades, servios e produtos) para a INTEGRAO dos interesses comuns e especficos de organizao com seus pblicos, evitando o conflito e levando-os ao estagio de cooperao, e assim a consecuo da misso organizacional.. (pg. 35)O programa se faz necessrio quando a funo organizacional poltica no funciona.O programa Consiste na interveno humana consciente e intencional. Aes desenvolvidas e executadas para corrigir resultados indesejveis. Deve gerar discurso e informar todos os envolvidos para evitar ou envolver mal-entendidos. Em busca de uma vida melhor que procuramos entender fenmenos para compreend-los e domin-los.Toda profisso gestora de um programa especfico... A atividade de Relaes Pblicas enquadra-se na esfera do aspecto social, mais especificamente da interao poltica da organizao com seus pblicos, ou melhor dito, com seus agentes de influencia. (pg. 35)OBS: Agentes com influencia, para Mintzberg, so aqueles que primeiro influenciam as organizaes e so depois por elas influenciados. Buscar mais detalhes.A gerencia do programaA atividade de Relaes Pblicas, definida conceitualmente como a gesto da funo organizacional poltica, por intermdio do profissional designado pelo mesmo termo, engloba quatro operaes: Diagnostico, Prognostico, Assessoramento e Implementao. Para isto, o programa deve Pesquisar, Prever, Ter alternativas e Planejar e executar.. (pg. 36)O programa deve relacionar seus elementos respectivamente a operao. Uma etapa leva a outra e todas so essenciais.O diagnosticoO objetivo do diagnostico chegar a informaes do problema e suas facetas.1) Diagnosticar o processo;2) Analisar se a organizao contempla os interesses de todos os pblicos ou um especificamente;3) Pesquisar elementos fundamentais da organizao e dos seus pblicos: misso, viso, valores, interesses, entre outros;4) O diagnostico deve influenciar no processo de deciso e possibilitar uma viso futura dos fatos (como no xadrez).O prognostico1) Prev o que acontecer se as aes polticas no mudarem;2) Uma previso cientfica racional ao mximo (intuitiva ao mnimo), pois uma concluso de premissas explicitamente afirmada.. (Bunge, 1974);3) Determinar a urgncia de cada ao;4) Prognostico correto implica no xito da assessoria.O assessoramentoConsiste em assessorar lideranas organizacionais quanto as polticas administrativas e na contribuio ao implementar programas planejados. O planejamento intrnseco no processo. No assessoramento deve-se dar dados e sugesto de mudanas no processo decisrio.Implantar projetos de comunicaoA misso da organizao algo abstrato e raramente est de acordo com os interesses e objetivos dos pblicos que algo factual. O equivoco da maioria dos profissionais realizar somente esta etapa tcnica sem levar em considerao as anteriores.... o sentido idealizado pela atividade de Relaes pblicas a via de mo-dupla e a negociao ganha-ganha, isto , o dialogo democrtico entre os parceiros dos processos, buscando integrar seus interesses.. (pg. 38). Para Grunning e Hunt (1984) teoria da comunicao simtrica de duas mos.Etizioni (1978) h muito j se expressou dizendo que a comunicao em si s no o suficiente para resolver conflitos de interesses.. (pg. 38)A ao racional de diagnosticar, prognosticar, as polticas e o planejamento so intrnsecos implementao de projetos.A eficcia de atividade de Relaes PblicasNada mais prtico que uma teoria. Marrow (69)Sem teorias no h aprendizagem... E no h maneira de utilizar informaes que recebemos.. Deming (94)A tica eD Legitimidade atravs do discurso.1) Nvel base tica: procura conciliao de interesses;2) Nvel base tica: no discurso/instrumentos de negociao com pblico e com os outros de comunicao.A imagem tica de uma organizao construda pelo cumprimento de sua responsabilidade social, jamais por discursos alienantesA esttica Produzir discurso de maneira bem pensada, planejada e executada = Discursos esclarecedores.A cincia Relaes PblicasMicropoltica uma cincia particular que contm histrica e profundamente fundamentados, os conceitos, as definies e os princpios do RELACIONAMENTO PBLICO.A cincia poltica estuda a relao de poder na sociedade. Seu programa, segundo a teoria da interdependncia, busca a composio em oposio ao conflito entre partes, a fim de que cada um atinja sua misso, apesar de interesses divergentes. A micropoltica refere-se a este mesmo fenmeno, em espaos mais circunscritos. (pg. 42)Coloca Relaes Pblicas como uma rea da Administrao gestora da funo organizacional poltica.Da teoria prticaO objetivo do programa est estabelecido em duas palavras: compreenso e aceitao pblica... Est implcito que o programa busca influenciar os pblicos. Ora, isto exerccio de poder, logo, POLTICA. (pg. 44)4 A Rede terica da disciplina Relaes Pblicas