Reprodução do Ciclídeo-Anão Amazônico - Apistogramma cacatuoides

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    B. Inst. Pesca, So Paulo, 35(4): 587 - 596, 2009

    REPRODUO DO CICLDEO-ANO AMAZNICO,Apistogramma cacatuoides,HOEDEMAN, 1951 (PERCIFORMES: CICHLIDAE) EM LABORATRIO*

    Fillipe Caetano Marcassi ALVES 1; Nilton Eduardo Torres ROJAS 2; Elizabeth ROMAGOSA 3

    RESUMO

    Apistogramma cacatuoides pertence famlia Cichlidae, nativo da Bacia Amaznica e atualmenteexplorado pela pesca extrativista. Devido ao padro de colorao do macho, uma espcie bemvalorizada como peixe ornamental. O experimento foi realizado no laboratrio do Instituto dePesca - APTA/SAA/SP. Inicialmente 12 casais foram mantidos individualmente em aqurios (Fase1). Procurou-se caracterizar aspectos sobre a reproduo relativos a: 1) idade da primeira desova; 2)nmero de posturas de ovos; 3) nmero de ovos liberados; 4) sobrevivncia das larvas com 15 diasde vida e 5) proporo entre os sexos. As posturas foram realizadas em abrigos, onde a fmeacuidava dos ovos e larvas at se estas se tornarem livre natantes. As larvas, com 15 dias de vida,foram separadas dos pais, transferidas para outros aqurios (Fase 2) e mantidas at a fase juvenilpara se verificar a proporo entre os sexos e a taxa de sobrevivncia. A temperatura, pH,condutividade, alcalinidade, clcio e oxignio dissolvido da gua dos aqurios dos reprodutores

    foram monitorados. A primeira desova ocorreu, em mdia, com 214,7 30,6 dias de vida; as fmeasrealizaram entre 1 e 12 posturas, liberando de 95 a 1410 ovos durante 36 meses de experimento.Aps 15 dias de vida, a taxa de sobrevivncia mdia das larvas foi de 34% e a proporo entre ossexos dos juvenis foi de 1,6 fmea: 1 macho. A piscicultura de A. cacatuoides em cativeiro vivel e,pode propiciar a diminuio da presso da captura dos estoques naturais, protegendo esta espcieendmica em seu habitat natural.

    Palavras-chave: Peixe ornamental; reproduo; cativeiro; cicldeo;Apistogramma

    REPRODUCTION OF THE AMAZONIC DWARF-CICHLID,Apistogramma cacatuoides ,HOEDEMAN, 1951 (PERCIFORMES: CICHLIDAE) IN LABORATORY

    ABSTRACT

    Apistogramma cacatuoides belongs to the Cichlidae family, is native to the Amazon Basin and currentlyexplored by extractive fishing. Due to male coloration standard, it is considered a valued specie asornamental fish. The experiment was conducted in the laboratory of the Instituto de Pesca -APTA/SAA/SP. Initially 12 couples were kept individually in aquariums (Phase 1). We sought tocharacterize aspects of reproduction: 1) age of first spawning, 2) number of spawnings per female, 3)number of eggs released, 4) survival of the larvae within 15 days of life and 5) proportion betweenthe sexes. The positions were in shelters where the female care for eggs and larvae until they becomefree swimming. Larvae with 15 days of life were separated from their parents, transferred to otheraquariums (Phase 2) in which they were kept until the juvenile stage to ascertain the proportionbetween the sexes and survival rate. Water parameters as, pH, conductivity, alkalinity, calcium andoxygen dissolved were measured in the aquariums of the reproducers. The first spawning was, onaverage, with 214.7 30.6 days, the females performed between 1 and 12 positions, releasing 95 to1410 eggs. After 15 days, the average survival rate of larvae was 34% and the proportion between the

    sexes of juveniles was 1.6 female: 1 male. The fish culture ofA. cacatuoides in captivity is viable andmay provide an effective decrease of natural resources captures, protecting the endemic species intheir natural habitat.

    Key words: Ornamental fish; reproduction; captivity; cichlid;Apistogramma

    Artigo Cientfico: Recebido em: 11/02/2008 Aprovado em: 03/12/2009

    1 Mestre em Aqicultura e Pesca, Instituto de Pesca. Av. Francisco Matarazzo, 455 - gua Branca CEP: 05001-900 - SoPaulo SP Brasil. e-mail: [email protected]

    2 Pesquisador Cientfico, Instituto de Pesca. Rod. Washington Luiz, Km 445 - rea Rural - Caixa Postal 1052 CEP: 15025-970 - So Jos do Rio Preto SP Brasil. e-mail: [email protected]

    3 Pesquisadora Cientfica, Instituto de Pesca. Av. Francisco Matarazzo, 455 - gua Branca CEP: 05001-900 - So Paulo SP Brasil. e-mail: [email protected]

    * Trabalho financiado parcialmente pelo Criando Peixe curso sobre piscicultura e FAPESP processos 03/08554-3 e05/03182-6

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    INTRODUO

    Uma grande ameaa aos peixes ornamentais que as espcies endmicas esto vulnerveis aodesaparecimento, em funo da ausncia deestudos sobre sua reproduo em cativeiro (LIMAet al., 2001), e de algumas espcies de cicldeosserem descritas somente em revistas deaquarismo, sem que existam estudossistematizados sobre sua biologia reprodutiva(KULLANDER e STAECK,1988).

    No Brasil, coexistem piscicultorestecnicamente capacitados ao lado de outros queadotam mtodos rudimentares (LIMA et al., 2001),e em muitos casos, espcies de linhagensselecionadas ainda so importadas para abastecero mercado nacional (VIDAL-JNIOR, 2002). Apiscicultura ornamental pode crescer mediante aimplementao de projetos cientficos adequados,visando, principalmente, espcies nativas queapresentam diminuio nos estoques naturais, oque poderia minimizar a presso do extrativismo,que pode ser demonstrado em algumascomunidades ribeirinhas ao longo do Rio Negro,onde a captura de peixes ornamentais para ocomrcio corresponde a 60% de suas rendas(LIMA et al., 2001). Entretanto, existem alguns

    desafios, como: reduo das perdas ps-colheita,obteno de renda adequada para os coletores,obteno de informaes fidedignas sobre taxassustentveis de colheita e informaes sobre quaisespcies esto em maior vulnerabilidade dedesaparecimento (LIMA et al., 2001).

    As tcnicas de reproduo em cativeiro,desenvolvidas em projetos de pesquisa, sofundamentais, pois podero fornecer tecnologiasque sero empregadas na produo comercial depeixes ornamentais, aumentando a produo,

    gerando empregos e conservando as espciesendmicas ameaadas (MERCY, 2003).

    Apistogramma cacatuoides, descrito porHoedeman (1951), mantido como peixeornamental e explorado, principalmente, peloextrativismo, devido ao padro de colorao dessaespcie (LEIBEL, 1997). um peixe telesteodulccola da famlia Cichlidae (FREY, 1961), quehabita a Bacia Amaznica (Brasil, Peru eColmbia). A. cacatuoides encontrado comfacilidade ou capturado no extremo oeste do

    Estado do Amazonas, prximo s cidades de

    Tabatinga e Benjamin Constant (MAYLAND eBORK, 2001).

    A. cacatuoides possui o corpo alongado (FREY,1961), de pequeno tamanho (entre 5,0 e 9,0 cm decomprimento) (GLASER e GLASER, 1996). Odimorfismo entre os sexos caracterizado, nosmachos acima de 3,0 cm de comprimento, queapresentam prolongamentos filamentosos nasnadadeiras dorsal e caudal e as fmeas possuem anadadeira caudal truncada. Os machos possuemtrs faixas escuras laterais no abdmen, que seestendem da regio ventral at o pednculocaudal. As fmeas possuem um oceloarredondado na regio central abdominal eapenas duas listras distintas, ambas iniciando-se

    na axila peitoral e estendendo-se at o pednculocaudal (KULLANDER, 1986).

    Atualmente, existem cerca de 65 espcies dognero Apistogramma descritas (AGBAYANI,2007). A. cacatuoides coletado em ambientes deguas claras e ricas em materiais em suspenso(KULLANDER, 1986), pois a qumica hidrolgicada Bacia Amaznica sofre influncia dasmontanhas dos Andes, principalmente pelaintensa precipitao e geologia complexa,fornecendo minerais e nutrientes aos rios que

    abastecem a regio (GOUDING, 1980).Por habitaruma regio em que as guas sofrem constantesvariaes, tais caractersticas tornaram os peixesdo gnero Apistogramma mais adaptados eresistentes, o que; a princpio; poderia facilitar suareproduo em cativeiro (MAYLAND e BORK,2001). Os criadores do gnero Apistogrammarealizam uma pr-seleo, reproduzindoindivduos mais coloridos (RICHTER, 1988).

    Para a formao dos casais de Apistogrammapara reproduo, os peixes so mantidos em

    aqurios comunitrios e os juvenis escolhem seusparceiros durante o seu desenvolvimento (FREY,1961). Posteriormente, o casal deve ser mantidosozinho no aqurio de reproduo, onde se tentarecriar as condies ambientais do habitat naturalda espcie (GOLDSTEIN, 1988).

    Diante do exposto, este estudo procurouconhecer o comportamento reprodutivo de A.cacatuoides quanto: idade da primeira desova,nmero de posturas, nmero de ovos liberados,sobrevivncia das larvas com 15 dias de vida e

    proporo entre os sexos dos juvenis.

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    MATERIAL E MTODOS

    O experimento foi realizado nos laboratrioslocalizados na sede do Instituto de Pesca -APTA/SAA, em So Paulo, e durouaproximadamente 36 meses. Foram adquiridos 28exemplares (14 casais) de A. cacatuoides de doispiscicultores (Ribeiro Pires e Itanham, SP) e, apartir das desovas obtidas com estesreprodutores, as larvas foram mantidasseparadamente, por um perodo mnimo dequatro meses, at que se observasse o dimorfismoentre os sexos. Posteriormente, selecionou-se umindivduo de cada lote, com a finalidade de seevitar o cruzamento entre irmos, formando-se,assim, 12 casais de mesma idade.

    O experimento dividiu-se em duas etapas:Fase 1 Reproduo dos casais mantidosindividualmente (aqurios de 40 L.) e, Fase 2 Proporo entre os sexos e manuteno das larvasat atingirem o estgio juvenil (aqurios de 20 L.).Cada aqurio contava com um filtro biolgicointerno de fundo, com uma camada de 5-7 cm deareia comum de construo, previamente lavada,sobre placas de plstico separadas por uma tela denylon. Utilizou-se gua proveniente do sistema deabastecimento pblico, permanecendo em

    repouso, antes do uso, por um perodo mnimo desete dias (evaporao do cloro). Os aquriospermaneceram sem peixe, por um perodo de 10dias, para estabilizao do sistema de filtraobiolgica. A gua recebeu aerao constante e, porisso, o teor de oxignio dissolvido permaneceuprximo da saturao.

    Os aqurios foram mantidos em laboratrioclimatizado e com controle de iluminao, expondoos peixes a 14 horas de luz (500 lux) e temperaturamdia do ar de 27,0 1C e da gua, de 25,0 1C.

    Diariamente registrou-se a temperatura mxima emnima do ar e a da gua dos aqurios e,semanalmente, foram verificados os valores de pH,oxignio dissolvido (mg L-1), condutividade eltrica(S cm-2), alcalinidade (mg CaCO3 L-1) e clcio (mgCa2+ L-1), de acordo com metodologia descrita emAPHA (1998). A cada 15 dias, 1/3 da gua dosaqurios era renovada e, uma vez por semana, osdetritos acumulados no fundo dos aqurios foramretirados atravs de sifonagem.

    Os peixes foram alimentados trs vezes aodia, nos horrios: 8:00 horas, com rao farelada

    de peixes carnvoros com 36% de protena bruta(PB); 13:00 horas, com adultos de Artemia sp adlibitum, e 18:00 horas, com rao peletizada paracicldeos ornamentais com 46% de PB. As larvas

    foram alimentadas com nuplios recm-eclodidosdeArtemia sp oferecidos ad libitum. A utilizao dedois tipos de raes e alimento vivo visou supriras necessidades nutricionais dos peixes e oshorrios de alimentao foram determinados parafacilitar o cronograma da equipe.

    Nos aqurios dos reprodutores (50X25X35cm), contendo 40 L de gua (Fase 1), foramcolocados tubos de PVC de 3 pol., cortadoslongitudinalmente com 15 cm de comprimento,para constiturem refgios e ou abrigos para a

    postura e fertilizao dos vulos. Diariamente, osaqurios foram observados procura de desovas.Em caso afirmativo, o abrigo era trazido para aparte da frente do aqurio (sem retir-lo da gua)e rapidamente fotografado com cmera digital,sendo, em seguida, recolocado no local ondeestava. A contagem do nmero de ovos erarealizada posteriormente, analisando-se asimagens em computador, atravs de programa deeditorao de imagens.

    Aps a primeira desova realizou-se a

    biometria dos reprodutores da Fase 1.

    Aos 15 dias de vida, as larvas foramcapturadas com o auxlio de rede de malha fina e,aps contagem, transferidas para os aqurios decrescimento (35X20X25 cm), contendo 18 L degua (Fase 2). Aps um perodo de quatro a setemeses, verificou-se a proporo entre os sexos. Ataxa de sobrevivncia das larvas e juvenis foicalculada por desova (total de peixes subtradopelo nmero de sobreviventes no momentoindicado expresso em porcentagem).

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Comportamento reprodutivo do A. cacatuoides

    De acordo com MORLEY e BALSHINE(2003),a espcie apresenta cuidados parentais,depositando os ovos em abrigos ou substratos.

    Observa-se que o macho de A. cacatuoides aoperceber a presena da fmea exibe a nadadeiradorsal e a caudal, deixando-as evidentes porserem maiores e coloridas. O corpo adquiretonalidades claras para contrastar com o colorido

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    das nadadeiras. Os movimentos de corte soerrticos, com pequenos espasmos que, s vezes,empurram a fmea.

    A fmea responde aos estmulos do macho,adquirindo uma colorao mais clara que anormal, e passa a apresentar os mesmos espasmosque o macho realiza. A corte tem duraoaproximada de 35 minutos. Caso a fmea de A.cacatuoides adote um padro de colorido escuro eno responda aos estmulos, o macho pode atac-la, causando ferimentos, principalmente nasnadadeiras, e se no forem separados, ela podemorrer. Entretanto, caso a fmea seja maior que omacho, ele pode ser atacado. Quando ocomportamento de corte bem sucedido, ambos

    vo at o local do abrigo e comeam a limp-lo(Figura 1). A seguir, a postura realizada empequenos lotes, quando a fmea encosta o ventrena parte superior do abrigo e libera os ovcitos,que so aderentes e demersais (Figura 2a). Emseguida, estes so fertilizados pelo macho quetambm coloca seu ventre na parte superior doabrigo e libera o esperma com um rpidomovimento de corpo e batimento das nadadeiras,principalmente as peitorais e a anal.

    Aps o trmino da postura, com durao

    aproximada de 20 minutos, somente a fmea deA.cacatuoides apresenta cuidado parental (Figura 2b).A tonalidade dos ovos varia de rseo claro aescuro. De acordo com ALVES et al. (2004 a e b),os ovos possuem formato alongado, com grandequantidade de vitelo de cor laranja escuro,pequeno espao perivitelnico e um criontransparente.

    Figura 1. Atividade reprodutiva do A. cacatuoides:Macho dentro do abrigo

    A fmea de A. cacatuoides, durante o cuidado

    com a prole, altera o padro de colorido do corpo,

    que se torna amarelo-ouro com duas faixas negras(uma que atravessa o corpo no sentidolongitudinal, do rostro ao pednculo caudal, eoutra que atravessa a cabea no sentido vertical,

    do olho ao oprculo) e, s vezes, aparece um ocelono meio do corpo. Alm da colorao, a fmeaadota um comportamento de alerta, mantendo-secom as nadadeiras bem abertas.

    Figura 2. Atividade reprodutiva do A. cacatuoides:(2a) Fmea liberando os ovcitos na parte superiordo abrigo, que em seguida so fecundados pelomacho; (2b) Fmea cuidando dos ovos

    Durante o cuidado com a prole, a fmea de A.cacatuoides rejeita o macho, mantendo-o longe doabrigo com empurres e perseguies, fato

    tambm observado por FREY (1961) e MAYLANDe BORK (2001). Em alguns casos, aps a fmeaadotar um comportamento agressivo contra omacho, a mesma devorou os ovos. Em situaesem que os machos foram retirados um dia ps-desova, verificou-se que as fmeas assumiramcomportamento mais calmo e este manejo foiadotado durante o experimento. Constantemente,a fmea de A. cacatuoides oxigena os ovosatravs dos batimentos das nadadeiras peitorais,dorsal e caudal. Pde-se observar que, em

    algumas posturas, a fmea retira de dentro do

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    abrigo os ovos que caem no fundo do aqurio ouque no completaram o desenvolvimento.

    No 2 ou 3 dia ps-desova, os ovos de A.cacatuoides foram transferidos para um ninho quea fmea construiu no substrato, abaixo do abrigo,com aproximadamente 1,0 cm de dimetro, ondeocorre a ecloso das larvas. A fmea de A.cacatuoides captura os ovos e larvas na cavidadeoral para limp-las ou proteg-las, caracterizandoo comportamento de espcie guardadora comcuidado parental. No 6 ou 7 dia ps-desova aslarvas eclodem, tornando-se livre natantes. Afmea, quando se sente ameaada, captura omximo de larvas possvel dentro da cavidadeoral e, aps alguns segundos, libera-as em outro

    pequeno ninho, dentre os inmeros que elaconstri no substrato do aqurio.

    No 8 ou 9 dia ps-desova, as larvas iniciam aalimentao exgena com nuplios de Artemia sp.Em alguns casos, as larvas forammantidas por atum ms com a fmea, que mantmconstantemente o cuidado parental.

    Esta mesma estratgia reprodutiva foi descritapor VAZZOLER (1996), garantindo o sucesso nareproduo e equilbrio da populao. Tambm,de acordo com FREY (1961), os peixes do gneroApistogramma apresentam comportamentoselaborados durante a reproduo. Portanto,ateno deve ser dada no momento da formaodos casais de A. cacatuoides, pois pde-se verificarque alguns machos foram violentos com asfmeas, e por algumas vezes, perseguindo-as at amorte. Entretanto, quando a fmea foi colocada noaqurio antes do macho, as ocorrncias dasperseguies e mortes diminuram.

    Idade da primeira desova, nmero de posturas e ovos

    liberadosAs mdias de comprimento padro e peso na

    primeira desova foram de 3,70 0,28 cm e 0,93 0,20 g para as fmeas, e de 4,25 0,49 cm e 2,16 0,74 g para os machos (Figuras 3 e 4,respectivamente), e a primeira desova ocorreu, emmdia, com 214,7 30,6 dias, variando entre 190 e301 dias (Figura 5). Cada fmea de A. cacatuoidesrealizou entre 1 e 12 posturas, liberando entre 95 e1.410 ovos no total, durante os 37 meses deexperimento (Figura 6). Das 88 desovas

    realizadas, apenas 29 apresentaram sobrevivncia

    de larvas. Algumas fmeas de A. cacatuoides, nasprimeiras posturas, no cuidaram de seus ovos eos devoraram, mesmo estando sozinhas noaqurio, o que reduziu o nmero total de desovas

    que chegaram ao estgio de larvas e que seriamempregadas na segunda fase do experimento.Nossos resultados corroboram aos deGOLDSTEIN (1988), onde cita que alguns peixesdo gnero Apistogramma no cuidam de suasprimeiras desovas e recomenda a incubaoartificial dos ovos.

    Figura 3. Biometria das fmeas reprodutoras deA.cacatuoides aps a primeira desova

    Figura 4. Biometria dos machos reprodutores deA. cacatuoides aps a primeira desova

    Segundo VAZZOLER (1996), a desovaparcelada (mltipla ou em lotes) um mecanismoonde os ovcitos se desenvolvem em intervalosdiferentes, sendo liberados medida que atingema maturao completa, com no mnimo trs lotesde ovcitos intra-ovarianos. Este caso ocorre emespcies que desovam periodicamente durantesua vida, comoA. cacatuoides.

    Neste estudo, as tonalidades dos ovos maisobservadas foram: rseo escuro (18 desovas) e

    rseo (11 desovas). Entretanto, RICHTER (1988),

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    estudando a reproduo de A. agassizii, reportouque a colorao dos ovos mais observada foi avermelha, quando os peixes foram alimentados,principalmente, com alimentos vivos.

    GOLDSTEIN (1988) recomenda que a alimentaodas espcies de Apistogramma seja principalmentede alimentos vivos, suplementada de rao, comoa utilizada neste trabalho.

    Figura 5. Primeira desova e nmero de ovosliberados pelas fmeas reprodutoras de A.cacatuoides da Fase 1 do experimento

    Figura 6. Total de ovos liberados e nmero de

    desovas por fmea de A. cacatuoides durante aFase 1 do experimento

    Sobrevivncia larval

    A sobrevivncia das larvas de A. cacatuoides,aps o 15 dia de vida, em mdia foi de 34%,variando entre 12 e 70%, e a taxa de sobrevivnciados juvenis variou entre 2 e 53%, com mdia de13% (Figura 7). Em alguns casos, a sobrevivnciadas larvas foi reduzida, devido ao comportamentoatpico da fmea, que no cuidou dos ovos ou

    devorou parte das larvas; esses resultados no

    foram considerados vlidos. O substrato dosaqurios pode ter propiciado uma altaproliferao de patgenos, visto que, em algumassituaes, as larvas esfregavam o corpo no fundo

    do aqurio. Sabe-se que, nos primeiros dias devida, as larvas dos peixes so mais vulnerveis econtraem mais facilmente enfermidades(BALDISSEROTTO, 2002). Segundo MOYLE eCECH - JR (2000), o cuidado parental mantmum alto nvel de oxignio ao redor dosembries, pois os mortos ou moribundos soafastados dos demais.

    ELSON (2003), estudando a reproduo deApistogramma sp. high-fin panduro, determinouque a fmea protege um grupo de 10 larvas por

    vez. Nos peixes que realizam o cuidado parental,a relao entre fecundidade e fertilidade dedifcil determinao, devido ao nmero de larvase juvenis que os pais conseguem proteger(MOYLE e CECH - JR, 2000). Essa informaoindica que a sobrevivncia das larvas de A.cacatuoides foi reduzida, uma vez que algumasdesovas apresentaram um nmero elevado deovos e reduzidos valores de sobrevivncia daslarvas com 15 dias de idade.

    De acordo com GOLDSTEIN (1988), os peixesdo gnero Apistogramma contraem facilmentebacterioses em aqurios com excesso de detritos.Neste experimento foi constatado uma baixasobrevivncia das larvas nos aqurios paradeterminao da proporo entre os sexos (Fase2), possivelmente devido a densidade deestocagem empregada ou enfermidades queafetaram os lotes de larvas. Talvez, fossemnecessrias triagens peridicas por tamanho,reduo da densidade de estocagem e tratamentosprofilticos, para que a taxa de sobrevivncia

    pudesse atingir valores mais elevados.Recomendamos que a freqncia de sifonagemdos detritos dos aqurios que contenham larvasseja de duas ou trs vezes por semana, para que oacmulo de detritos seja menor.

    Devido s larvas possurem uma coloraoparecida com a areia utilizada como substrato, oprocesso de captura foi demorado e, estressante.Assim, durante o experimento, alguns casaisforam mantidos em aqurios sem substrato, nose observando diferenas na atividade

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    Figura 7. Nmero de ovos, larvas com 15 dias de vida e juvenis com idade entre 4 e 7 meses de A.cacatuoides no momento da distino dos sexos, durante a Fase 2 do experimento

    As informaes sobre a alimentao dospeixes do gnero Apistogramma (larvas e adultos)so baseadas em alimentos vivos. FREY (1961)recomenda como alimentos a enquitria(Enchytraeus sp.), micro-vermes (Anguilula sp.) eartemia (Artemia sp.) GOLDSTEIN (1988)recomenda como alimentos vivos a Artemia sp.,Daphnia sp., Tubifex sp. e larvas de mosquitos dognero Chironomus. RICHTER (1988) recomendaDaphnia sp., Chironomus sp., Cyclops sp. eEnchitraeus sp. antes da reproduo dos peixes.

    Segundo LILLIEDOL (2002), os peixes dogneroApistogramma so onvoros e necessitam dealimentos vivos para suprir suas necessidadesnutricionais. Portanto, a alimentao fornecidapode ter influenciado as taxas de sobrevivncialarval, que foram baixas, e recomendamos ofornecimento de mais de um tipo de alimento vivopara as larvas (principalmente nos primeiros diasde vida) e juvenis. Estudos futuros sobre a espciepoderiam investigar os tipos de dietas fornecidas s

    larvas e suas respectivas taxas de sobrevivncia.

    Proporo entre os sexos

    A freqncia de ocorrncia de machos efmeas deA. cacatuoides diferiu do esperado (1:1),com predominncia de fmeas (61,3%) em relaoaos machos (38,7%). Portanto, a proporo foi de1,6 fmeas: 1 macho. Utilizou-se 343 peixes para aproporo entre os sexos, obtidos dos 29 lotes delarvas oriundos dos reprodutores da Fase 1.

    Segundo RUBIN (1985), a proporo entre os

    sexos dos juvenis deA. cacatuoides sofre influncia

    do pH da gua pois, em seu estudo, aporcentagem de machos foi maior em pH cido(92 % de machos em pH 5,80), e menor, em pHligeiramente alcalino (13% de machos em pH7,10). Os resultados obtidos pelo referido autorparecem corroborar com os obtidos neste trabalho,onde, provavelmente, esta proporo foi obtidadevido ao pH ligeiramente alcalino (7,6 0,1) dagua dos aqurios. Durante o experimento, noforam realizados ensaios com variaes do pH.

    RMER e BEISENHERZ (1996), estudando ainfluncia da temperatura e do pH nadeterminao dos sexos dos juvenis de A.cacatuoides, descobriram que o pH o fator quedetermina a proporo entre os sexos (84,3% demachos em temperatura de 26 C e pH 4,5 e 83,0%de machos em temperatura de 29 C e pH 5,5).

    Segundo RUBIN (1985), a produo de umnico sexo nas desovas, pela manipulao do pH,pode ser til na piscicultura de ornamentais, umavez que, para a espcie estudada, os machos

    possuem maior valor que as fmeas devido aopadro de colorido.

    No final do experimento, a quantidade de juvenis de A. cacautoides foi reduzida (12% de3.134 ovos liberados). Os aqurios de crescimentoutilizados neste estudo possuam capacidade de20 L, e as densidades iniciais variaram entre 10 e96 larvas por aqurio.

    Parmetros fsicos e qumicos da gua

    Os valores das variveis qumicas e fsicas

    esto expressos na Tabela 1. A temperatura da

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    gua esteve entre 25,5 e 26,0 C, dentro dos limitesrecomendados para criao de peixes amaznicos(BALDISSEROTTO, 2002). FREY (1961)recomenda, para a reproduo de A. agassizii eA.

    cacatuoides, temperaturas entre 25 a 28 C.RICHTER (1988) reporta que induz a reproduodeA. agassizii adicionando gua a 25 C.

    Nos aqurios de reproduo (Fase 1), o pHesteve entre 7,2 e 7,7. Entretanto, FREY (1961)recomenda, para a reproduo de A. agassizii eA.cacatuoides, gua levemente cida. Embora oexperimento tenha sido conduzido em gua comvalores de pH diferente da recomendada,acreditamos que este no tenha interferido nareproduo ou na taxa de sobrevivncia das larvas

    de A. cacatuoides (ver RUBIN, 1985; RMER eBEISENHERZ, 1996). Segundo KUBITZA (1999),valores de pH entre 6,5 a 8,0 so adequados produo de peixes de valor comercial, e valoresabaixo ou acima desta faixa podem prejudicar ocrescimento e a reproduo, e em condiesextremas podem causar a morte dos peixes. Osvalores de pH observados neste experimentoestiveram dentro da faixa recomendada peloreferido autor. Os valores da condutividadeestiveram entre 86,0 e 94,0 S cm-1, e foram

    elevados. Isso pode ser atribudo ao acmulo dedetritos nos aqurios, e recomendamosaumentar a quantidade de sifonagem para duasou trs vezes por semana, porm tomando-secuidado com as larvas, que poderiam sercapturadas com rede e mantidas em outro

    recipiente, e aps a sifonagem seremrecolocadas no aqurio.

    Nos aqurios de reproduo (Fase 1), osvalores da alcalinidade estiveram entre 15,2 e 20,0

    mg CaCO3 L-1, e os valores do clcio estiveramentre 6,9 e 7,7 mg Ca+2 L-1. ROJAS e ROCHA (2004),estudando a influncia da alcalinidade nocrescimento de larvas de Oreochromis niloticus,determinaram que os valores de alcalinidade eclcio que proporcionaram melhor crescimento,peso e fator de condio relativo foram de 32,58 5,64 mg CaCO3 L-1 e 13,27 1,44 mg Ca+2 L-1,respectivamente, demonstrando que estesparmetros interferem nos processos fisiolgicos deorganismos aquticos. Possivelmente, as larvas e

    juvenis deA. cacatuoides cresceriam mais rpido emguas contendo maiores concentraes de clcio.Apesar de no encontrarmos referncias especficaspara o A. cacatuoides relacionadas alcalinidade eclcio, neste experimento, os valores esto fora dospadres preconizados por BOYD (1990), querecomenda, de forma genrica para criao depeixes tropicais, valores entre 25 a 100 mg CaCO3 L-1 para alcalinidade, e de 12 a 15 mg Ca+2 L-1 para aconcentrao de clcio. Experimentos futurospodem determinar se, em maiores valores dealcalinidade e clcio, as larvas e juvenis de A.cacatuoides obtenham melhor crescimento.

    Nos aqurios de reproduo (Fase 1), osvalores de oxignio dissolvido estiveram entre 7,0e 7,2, mg O2 L-1, mantendo-se dentro do limite de4 a 10 mg O2 L-1, recomendado por BOYD (1990).

    Tabela 1. Mdia e desvio padro ( S.D.) dos parmetros fsicos e qumicos da gua dos aqurios dereproduo (Fase 1) deA. cacatuoides, mantidos no laboratrio

    AquriosTemperaturada gua (C)

    pHCondutividade

    (S cm-1)Alcalinidade

    (mg CaCo3 L-1)Clcio

    (mg Ca+2 L-1)Oxignio

    (mg O2 L-1)

    1 26,0 1,8 7,4 0,2 94,0 14,3 15,2 4,4 7,7 1,1 7,2 0,82 26,0 1,8 7,2 0,2 96,0 14,1 13,3 4,0 7,7 0,8 7,2 0,63 26,0 1,8 7,5 0,3 86,0 18,0 17,8 3,3 6,9 1,1 7,0 0,64 26,0 1,8 7,5 0,1 89,0 11,2 20,0 4,1 7,7 0,9 7,0 0,75 26,0 1,8 7,6 0,1 91,0 13,5 19,0 3,1 7,7 0,8 7,0 0,96 26,0 1,8 7,6 0,2 91,0 19,7 17,8 3,7 7,7 0,9 7,2 1,17 26,0 1,8 7,7 0,2 90,0 10,1 20,0 3,4 6,9 0,7 7,2 0,78 26,0 1,8 7,6 0,1 81,0 11,3 20,0 3,2 6,9 1,0 7,2 0,49 26,0 1,9 7,7 0,1 84,0 11,8 20,0 4,6 6,9 1,0 7,0 0,510 26,0 1,8 7,7 0,1 89,0 10,0 20,0 3,0 7,7 0,8 7,1 0,611 26,0 1,9 7,6 0,1 88,0 12,9 17,8 3,7 6,9 1,2 7,0 0,812 25,5 1,8 7,6 0,1 86,0 13,9 20,0 3,8 6,9 1,3 7,0 0,8

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    CAMPAGNOLO e NUER (2006), estudandoa sobrevivncia e o crescimento de larvas dePseudoplatystoma corruscans (alimentadas comnuplios deArtemia sp.) em diferentes densidades

    de cultivo, obtiveram maior sobrevivncia nadensidade de 15 larvas L-1. Segundo os autores,em densidades elevadas, o aumento dasconcentraes de amnia no ionizada (>0,02 mgNH3 L-1, nas densidades superiores a 55 larvas L -1)e de nitrito (>0,5 mg NO2- L-1, nas densidadessuperiores a 15 larvas L-1), presentes na gua decultivo, possivelmente estiveram relacionadoscom a reduo da sobrevivncia. No nossoexperimento no foi possvel monitorar os valoresde amnia e nitrito, que poderiam estar

    relacionados com a baixa sobrevivncia daslarvas, decorrente de suas aes txicas em nveiselevados no meio aqutico.

    De acordo com VAL e ALMEIDA-VAL(1995)trs tipos bsicos de gua ocorrem na Amaznia:turvas (vindas dos Andes, com grandesquantidades de silte e materiais em suspenso),negras (cidos hmicos de plantas decompostaspela inundao) e claras (ricas em minerais), queconferem diferentes caractersticas fsicas,qumicas e biolgicas aos corpos d`gua,

    produzindo uma fauna especfica e muitoadaptada a sobreviver s flutuaes sazonais. Essafacilidade de adaptao a vrios tipos deambientes torna oA. cacatuoides importante para apiscicultura nacional, e aos estudos bsicos sobrea reproduo dos cicldeos brasileiros, quandomantidos em cativeiro.

    CONCLUSES

    Nas condies em que se conduziu opresente estudo, o Apistogramma cacatuoides

    apresentou: cuidado parental, demonstradoatravs das atividades na preparao do abrigopara desova, construo de ninhos, proteodos ovos e das larvas por perodos que seestendem at aps a absoro do saco vitelnico.Em temperatura controlada, a desova ocorrediversas vezes ao longo do ano, e a quantidadede ovos liberados elevada; a viabilidade dasdesovas reduzida e, consequentemente, aproduo de larvas. A primeira desova ocorreupor volta do sexto ms de vida; as fmeasrealizaram entre 1 e 12 posturas, liberando de95 a 1.410 ovos; a taxa de sobrevivncia mdia

    das larvas, com 15 dias de vida, foi de 34%, e aproporo entre os sexos dos juvenis foi de 1,6fmea: 1 macho.A piscicultura de A. cacatuoidespode proteger esta espcie endmica em seu

    habitat natural, atravs da reduo da capturados estoques naturais.

    AGRADECIMENTOS

    Aos pesquisadores M.Sc. Elaine F. de A.Talmelli, M.Sc. Patrcia de Paiva e Maurcio K.Nagata pela contribuio nas informaes esugestes durante este experimento. FAPESP,pela concesso da bolsa de Iniciao Cientfica(proc. n 03/08554-3). Ao Instituto de Pesca,APTA, SP, que cedeu seus laboratrios e

    aparelhos e aos funcionrios de apoio, JosPlaza, Estevar L. Pinto e Luiz A. de Mattos pelaajuda durante a realizao deste estudo.

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