Repórter do Marão

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* Esta edição foi escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico * Nº 1235 | Quinzenário | Assinatura Nac. 40€ | Ano 26 | Diretor: Jorge Sousa | | Edição:Tâmegapress | Redação: Marco de Canaveses | 910 536 928 repór ter do marão do Tâmega e Sousa ao Nordeste 07 a 21 abr’10 Alberto Santos lança em julho o seu segundo romance Pedro Abrunhosa critica políticos que hostilizam a cultura 'Falta no Porto um líder que não seja ignorante' Inquérito iliba escola de Mirandela na morte de aluno Novo álbum a 12 de abril Longe é um disco de festa, ironia e celebração considera o músico

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repórterdomarãodo Tâmega e Sousa ao Nordeste

07 a 21 abr’10

Alberto Santoslança em julhoo seu segundoromance

Pedro Abrunhosacritica políticos que hostilizam a cultura'Falta no Porto um líder que não sejaignorante'

Inquéritoiliba escolade Mirandela na mortede aluno

Novo álbum a 12 de abrilLonge é um disco defesta, ironia e celebração– considera o músico

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Liliana Leandro | [email protected] | Fotos: Lusa e L.L.

Falta no P orto'um líder q ue não seja ignorante'

‘H á uma crise cultural na política”, criticou o músico Pe-dro Abrunhosa que desde outubro de 2009 ocupa o lu-gar de deputado na Assembleia Municipal do Porto.

Foi a própria cidade, a “mediocridade em que mergulhou” bem como “a ignorância, a petulância e a arrogância” que o levaram a aceitar o convite para integrar a lista do Partido Socialista. Desde então contou ter feito, na Assembleia, “intervenções no sentido de confrontar a atual presidência com os atos medíocres que tem tido e a hostilização da opinião contrária”. Abrunhosa frisou mesmo, e referindo-se ao autarca Rui Rio, que “não há maneira de pôr este presidente da câmara a ouvir, senão na própria assembleia onde não pode fugir”. Garantiu ainda que “não há concordância possí-vel com a ignorância”.

Na origem dos diferendos com Rio está o facto de “em nove anos não haver nada feito no Porto”. Para Pedro Abrunhosa, a cidade “regressou demograficamente aos anos 20” com a consequente perda económica porque “uma cidade que não tem pessoas, não tem produtividade”. A isto acrescem os “prédios devolutos e a cair”, as fachadas históricas demoli-das e a “falta de um líder que não seja ignorante”.

| Portugal é a memória de Camões |Já a nível nacional, o músico lamenta que os políticos hostilizem a cul-

tura e não tenham noção que “se não fosse pela cultura, Portugal não existia”, pois o que caracteriza o País em relação ao mundo é precisamen-te a sua “identidade cultural”. Acima de tudo, Pedro defende que Portu-gal é a memória de Camões, a voz da Amália, as pinturas de Almada Ne-greiros, os filmes de Manoel de Oliveira, o Fernando Pessoa e o Nobel Saramago. “É por isso que somos conhecidos e não por nenhum políti-co”, frisou.

Ao nível da música, garante que não há crise na criatividade e que agora começa a haver espaço para novos autores em Portugal. Há dois anos, o compositor investiu num estúdio de gravação em Gaia que é “um dos maiores da Europa” e formou uma editora: a Boom Studios. A apos-ta é em música portuguesa, escrita em português e por autores portu-gueses. Já editado está o primeiro álbum dos Varuna e está agora a ser a editado o trabalho de Cristina Macena que canta com Abrunhosa numa das faixas do novo disco. “É isto que queremos, novos autores que não te-nham pressa de ser famosos e não tenham concorrido a ‘Ídolos’ ou coisas idênticas”, alertou o músico, para quem Portugal “é um país de karaoke”. Sobre os concursos de televisão para encontrar quem canta melhor, con-sidera que “são concursos de fama rápida” e que nenhum privilegia os conteúdos. É que “é a escrever que a porca torce o rabo”, brincou.

Pedro Abrunhosacritica políticos que hostilizam a cultura

Faz parte do Conselho Consultivo da Cooperativa de Actividades Artísticas ÁRVORE e integra o Conse-lho Estratégico da Universi-dade Lusófona do Porto.

É contra o novo acordo ortográfico que considera “um vergarda espinha às impo-sições neocoloniais reversas do Brasil”.

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Liliana Leandro | [email protected] | Fotos: Lusa e L.L.

Falta no P orto'um líder q ue não seja ignorante'

Novo álbum a 12 de Abril

‘Longe’ é um disco defesta, ironia e celebração

Pedro Abrunhosa. 50 anos. Seis álbuns de originais já lançados, muitas pla-tinas, muito palco e um novo álbum na algibeira para apresentar a 12 de abril: ‘Longe’. Longe está tudo, longe é o desconhecido, longe é o caminho já percor-rido e o que falta percorrer. ‘Pode o céu ser tão longe’ é o nome da terceira mú-sica que dá nome ao novo disco de Pedro Abrunhosa & Comité Caviar. Desapa-recidos os Bandemónio junta-se um novo grupo com “sangue novo” porque “o rock é inconstância”.

| Nova sonoridade e atitude em ‘Longe’ | “É um som diferente, uma diferente atitude, é um álbum muito enérgico e

muito mais paralelo com a minha energia no palco. É álbum de festa, de ironia e de celebração”, descreve assim Pedro Abrunhosa o seu novo disco. Depois dos álbuns ‘Momento’ e ‘Luz’, mais introspectivos, é tempo de algo “mais extrover-tido”, da primeira canção de embalar, de ser ‘Rei do Bairro Alto’ ou ‘Capitão de Areia’, de dizer ‘Ai, ai caramba!’ e de ‘Fazer o que ainda não foi feito’.

Dentro da música está o jazz por onde começou Abrunhosa, tendo até fun-dado a Escola de Jazz do Porto. Posteriormente, e apenas aos 33 anos de idade, numa “fase madura” da vida, lançou o primeiro trabalho – Viagens – que, em 1994, viria a mostrar toda uma nova forma de cantar em português, marcando de forma indelével uma geração ansiosa por novos ritmos e melodias. A própria voz de Abrunhosa torna-o único entre os pares e o músico sabe disso. Foi preci-samente essa “voz limitada” que se tornou uma “idiossincrasia” e, por isso mes-mo, longe de ser apenas mais uma voz cristalina, pura e igual a tantas outras.

Pedro gosta de compor ao próprio ritmo, “lento”, sem gastar créditos ou apenas para satisfazer editoras, escrevendo cada álbum como se de um roman-ce se tratasse. “Os meus discos são romances, no sentido literário, porque tra-zem experiências, estórias e personagens que é preciso interiorizar, viver, co-nhecer e dissecar”, explicou. As letras que escreve saem da experiência, da vida, da observação e até do sofrimento. Cada disco, lançado a cada dois anos e meio, é alvo de muito trabalho “para dar prazer às pessoas” e sempre com can-ções muito simples, “despojadas no sentido mas genuínas”.

O oitavo tema do disco – ‘Ai, ai, caramba! Já fui…’ – foi escrito nos EUA a propósito dos emigrantes mexicanos que passam a fronteira em busca de uma vida melhor. De repente, Pedro Abrunhosa percebeu que a mesma situação se

pode aplicar a Portugal onde considera existir uma “realidade idêntica”. “Nós somos um bocado o México da Europa, um país limítrofe do sul, falhado em muitas políticas”, argumentou. Já o tema favorito do cantor e autor é o tercei-ro: ‘Pode o céu ser tão longe’.

| “Um grupo de rock não deve chegar aos 20 anos” |Desde 1991 que Abrunhosa era acompanhado pelos Bandemónio. Contu-

do, e como “há um período para tudo” e “é preciso ter coragem de pôr fim às coisas”, nascem em 2009 os Comité Caviar que o acompanham neste novo tra-balho. “Acho que um grupo de rock não deve chegar a fazer 20 anos. Há qual-quer coisa que está mal quando faz 20 anos”, salientou. O autor de ‘Tudo o que eu te dou’ prefere “produzir resultados diferentes” e “começar tudo de novo” até porque não gosta de ter espartilhos. Ainda assim, percebe que “a partir de determinada altura os grupos se institucionalizam, havendo medo de os desfa-zer, de os parar e destruir por causa da máquina por detrás das estruturas”.

Quinze anos depois da primeira de muitas ‘Viagens’ (que vendeu mais de 140 mil exemplares), Abrunhosa admite que ainda “falta cumprir muita coisa”. O músico faz as contas: tem já seis discos de originais, mais DVD’s e discos ao vivo. “Mas ainda estou atrás de Peter Gabriel”, brinca. Pedro considera ter ain-da muitas letras e muita música para editar até porque todos os dias escreve. Abrunhosa garante nunca ter baixado os braços perante os desafios e depois de todo o trajeto percorrido assegura não ter arrependimentos. Prefere acre-ditar em não repetir os mesmos erros e aprender com a história e com a vida, até porque o passado, esse, está longe. “A obra e o homem são coisas distintas” e a música fala mais alto que os óculos escuros e a cabeça rapada.

Abrunhosa gosta de ouvir música clássica (com destaque para Chopin, Wagner, Schumann, Mozart e Mahler) e jazz, “muito jazz”. A isso, e por necessida-de, acrescenta um pouco de “rock portu-guês e escrito em português”.

O músico é aficionado por arqueologia e história. O seu escape é ir para a montanha no Alto Douro e aí estar sozinho até porque nunca deu muita importância ao “circo mediático e fanfarrónico da fama”.

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Centro Social em Tendaisreforça apoio a idosos em CinfãesA entrada em funcionamento do lar do Centro

Social de Tendais, a construção de dois no-vos lares de idosos no concelho e o projeto de

transformar o antigo Centro de Saúde da vila numa Unidade de Cuidados Continuados vão reforçar as valências de apoio sénior no concelho de Cinfães.

Na freguesia de Tendais começou a funcionar no final de março o novo edifício de apoio à terceira idade que tem capacidade para 30 idosos. Os dez que ainda não estão nas novas instalações já foram selecionados e deverão entrar até meados de abril, disse ao Repór-ter do Marão o padre Adriano Pereira, presidente da Direção do Centro Social e Paroquial de Tendais e pá-roco da freguesia.

O edifício situa-se no centro de Tendais, em ple-na serra de Montemuro e foi financiado pelo Gover-no através do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES). Além dos 30 idosos internos do lar, o Centro Social vai prestar apoio do-miciliário a 42 idosos que vivem em Tendais e noutras freguesias de Cinfães.

O diretor conta que em breve as duas valências vão empregar 16 pessoas, entre técnicos e auxiliares (al-guns frequentaram um curso na área da geriatria). A diretora técnica do lar é assistente social e vão ser con-

tratadas duas pessoas, a tempo parcial, para prestar serviços de enfermagem e de animação sócio-cultural.

O novo equipamento permite acolher situações consideradas mais urgentes, de idosos acamados. Para o diretor do Centro Social, os baixos recursos económicos dos idosos não serão um impedimento à entrada no lar. “Não é por falta de meios que as pes-soas deixam de ser atendidas”, disse ao Repórter do Marão, referindo ainda que neste momento a priori-dade é pôr o lar a funcionar “com todas as condições possíveis e desejáveis”.

| Unidade de Cuidados Continuados na vila e mais dois lares em Souselo e Nespereira |

O padre Adriano Pereira não se queixa de falta de apoio à nova obra de Tendais, que “vai ficar por um valor muito significativo: 1 milhão e 300 mil euros”.

Num meio rural, envelhecido e que tem perdi-do população, o interesse e apoio manifestaram-se de várias formas incluindo através de contribuições e donativos. O Governo, através do Instituto da Se-gurança Social, comparticipou com 453 mil euros e a

Câmara de Cinfães com 297 mil euros. Tido como “um equipamento de extrema impor-

tância para o concelho”, a Unidade de Cuidados Con-tinuados vai ficar nas instalações, hoje devolutas, do antigo Centro de Saúde. [Foto em baixo, à direita]

A obra da Santa Casa da Misericórdia vai ser apoiada pela Administração Central, através do Pro-grama Modelar, com 750 mil euros. Por se tratar “de um investimento muito avultado, próximo de dois mi-lhões e 500 mil euros”, a Câmara decidiu financiá-lo com 1,25 milhões de euros.

Para o presidente da autarquia, Pereira Pinto, este financiamento é uma forma de o concelho não perder “esta oportunidade”, reabilitando um espaço que é central na vila de Cinfães e com serviços de saú-de fundamentais para a população idosa.

A Assembleia Municipal aprovou por unanimi-dade o financiamento à Unidade de Cuidados Con-tinuados.

Ao nível das valências de apoio a idosos, existe um lar da Santa Casa da Misericórdia de Cinfães e está em construção um novo equipamento em Nespereira (40 idosos em internamento e 65 em regime domicili-ário). Em Souselo, arrancaram a 1 de Março as obras para um lar com capacidade de internamento para 26 pessoas. P.C.

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Paula Costa e Jorge Sousa | [email protected] | Fotos Carlos Gonçalves

'Fiquei viciado pela escrita'Alberto S. Santos, Escritor | Depois do sucesso de A Escrava de Córdova segun do livro chega em julho

D epois do sucesso do romance histórico “A Escra-va de Córdova” (publicado pela Porto Editora e que vai na terceira edição), o autor, Alberto S.

Santos, presidente da Câmara Municipal de Penafiel, tem o seu primeiro livro traduzido em castelhano e à venda em Espanha desde o final de fevereiro. O primeiro livro do autarca, que completou recentemente 43 anos, começou a ser escrito em 2006, foi editado em 2008 e já ultrapassou os 10 mil exemplares vendidos.

O segundo livro ainda não tem um título definitivo, mas já está escrito. Deverá ser lançado em julho. [Por de-ferência do autor, apresentamos ao lado a pré-publicação de dois excertos do novo livro]

Na cabeça de Alberto Santos há algumas ideias para um terceiro. O autor pretende criar uma espécie de trilo-gia que abranja três épocas distintas: anos 1000, 1500 e 2000. Neste momento, Alberto Santos está “a consolidar ideias” para o terceiro livro, que não será um romance his-tórico e irá abordar “coisas que são deste tempo”.

A segunda obra do escritor já foi entregue à Porto Edi-tora, decorrendo a fase da validação histórica. A história passa-se no século XVI e aborda “a fremência, a vida in-tensa na Bacia do Mediterrâneo”. Também “as inter-rela-ções humanas que por força de várias circunstâncias se ge-ravam e que criavam conflitos interiores muito fortes” e os conflitos sociais e pessoais, “confrontos com a vida do mais profundo que há”, farão parte do novo livro.

Segundo o autor, por ali vão passar as vivências das pessoas da época mas o confronto de pontos de vista civili-zacionais também se entrelaçam na história.

| Tema das religiões de volta |Tal como aconteceu em “A Escrava de Córdova”, fac-

tos históricos e fantasia coexistem. “Há novamente uma presença de religiões. A minha preocupação mais impor-tante é procurar desmistificar a temática religiosa e levar a que os cidadãos percebam a importância que têm as re-ligiões, mas também o facto de quando não há um espírito ecuménico e de tolerância, elas servirem mais de divisão, de motivo para que os homens estejam em desacordo e em conflito”, disse o autor ao Repórter do Marão.

A cumprir o último mandato autárquico, Alberto San-tos vê essa atividade como “muito exigente, mesmo fisica-mente”, mas com uma vantagem: “os dias não são todos iguais” e considera que as funções que exerce propiciam mais a escrita do que a advocacia (que exerceu durante cerca de uma década).

“A Escrava de Córdova” vai na 3ª edição e já ultrapassou 10 mil exemplares

La Esclava de Cordoba editado em Espanhapela Umbriel

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Paula Costa e Jorge Sousa | [email protected] | Fotos Carlos Gonçalves

'Fiquei viciado pela escrita'Alberto S. Santos, Escritor | Depois do sucesso de A Escrava de Córdova segun do livro chega em julho

| Escrever tem efeito regenerador |E porque escreve Alberto Santos? “No meu caso, a es-

crita, e a leitura também, têm um efeito regenerador e de me fazer transportar para outras dimensões do meu eu, sobretudo em tempos em que estou mais sereno”.

A ligação à história não é obra do acaso. “A histó-ria sempre me suscitou, desde criança, um interesse especial. A geografia também, mas a história em par-ticular”. Esse “gosto especial pelas questões da histó-ria” tem a ver com o sentido de “compreender o pas-sado para melhor entender o presente, [interpretar] a reação dos seres humanos do meu tempo e de alguma forma perspetivar o futuro”.

Quando começou a escrever “não fazia a mínima ideia que ia escrever uma história, ou mais do que uma, basea-da em factos históricos. Mas quando a questão se colocou dentro de mim ficou muito evidente que gostaria que fos-se com esse registo”.

Durante a escrita deste segundo livro (iniciada no ve-rão de 2008), Alberto Santos foi forçado a fazer uma pau-sa. “De fevereiro até às eleições [autárquicas, em outu-bro de 2009] não olhei mais para o texto, não escrevi uma linha”.

Habitualmente toma notas no telemóvel, ou no papel e diz ter um processo de escrita que “não é rígido, não está pré-determinado”. “No final de cada capítulo é que eu vejo como é que o próximo vai surgir”, conta.

Já depois do primeiro livro estar terminado teve algu-mas aulas de consolidação de conhecimentos e a técnica, conta, “nasceu da minha leitura de muitos livros”. Os dois livros que escreveu foram “desafios diferentes”.

Mais versátil, o primeiro. O que vai ser agora editado foi “mais doloroso”.

“Quando estamos a escrever uma história acorda-mos a pensar nas personagens, estamos num sítio qual-quer, onde não temos nada para fazer e a história começa a bulir na nossa cabeça, sobretudo quando temos proble-mas para resolver na história”. Para estar preparado, lê “muito sobre o tempo histórico, entro no tempo histórico. O processo de aculturação a um tempo histórico é longo. São dezenas de livros que tenho que ler… e às vezes ler sem estar preocupado com a história, só ler”.

| Terceiro livro já está a ser pensado |Na escrita é frequente acontecerem imprevistos. “A

história, de repente, toma conta de nós. Pensámos numa coisa e a meio as personagens levaram-nos para outros sí-tios. Aliás, nesta história [o próximo livro] a minha ideia era fazer um percurso pelo Sul da Península, depois Argel, Fez e Marraquexe. Depois mudou tudo e fui para Istam-bul e para Salónica”.

E no final da história “há coisas que já não batem cer-to e é preciso ler e consolidar. [Há dias], por acaso, passei a tarde inteira agarrado a isso. Mas normalmente é às noi-tes. Vou lendo, consolidando e reescrevendo”.

O processo de reescrita é demorado, mas do agrado de Alberto Santos: “digo que é onde inserimos a poesia na prosa, onde procuramos cuidar um pouco mais”.

O autarca-escritor espera não ficar pelo terceiro livro. “A partir do momento em que provei deste veneno agora estou um bocado viciado”. Na escrita encontrou “um peda-ço de felicidade e de autossatisfação” que o faz manifestar um desejo: “gostava de continuar a escrever e que as pes-soas continuassem a ler e a ter satisfação com o que eu es-crevo”.

ARGEL, 1558

Uma esquadra de nove galés e dois bergantins preparava-se para levantar ferro para umas boas jornadas de corso pelas cidades do Mediterrâneo, naquela soalheira manhã do final do Verão de 1559. Foi amarrado a uma enorme corrente de elos em ferro que se encontrava bem presa à galé-capitã que lhe cumpria fazer mover. O dourado reflexo das cinco embarcações espelhava ao sol que avivava o azul-turquesa do mar. Trabalhadores e gente que deambulava pelo porto pararam para desfrutar do espectáculo que se fazia sempre que um corsário argelino partia em busca de fortuna. Nutridas de refrescada chusma, as naves mexiam-se devagar, com os seus mag-níficos estandartes de seda a ondular ao vento, ricamente ornamentados e com duas meias luas brancas desenhadas sobre um fundo vermelho. Era a sua primeira vez. Jaime descia um novo degrau abaixo no báratro em que se tornara a sua existência. A força impri-mida sobre os remos bem polidos ao longo do tempo por tantas mãos cristãs não demorou a provocar-lhe as primeiras maze-las nos músculos. Mas a sua dor era bem mais profunda. A alma saltava-lhe do corpo e afogava-se nas águas esculpidas pela cadência das asas da embarcação, como se cada batida a levasse para bem fundo naquele mar que, aos seus olhos, perdera a cor. Assim despido de vida, entregava-se à monotonia dos movimentos com os gomos verdes vazios cravados nas costas su-adas do galeote negro que se contorcia em movimentos ondulares no banco da frente.Quando um vento de favor foi enviado pelos céus, as embarcações passaram a navegar à vela. A sua alma deixou então os braços de Neptuno e, timidamente, voltou a aconchegar-se-lhe no íntimo. Todos os remeiros descansavam do primeiro em-bate com o novo adversário: o atrito do mar.

- Vê-se bem que és maçarico aqui nas gurapas1, rapaz…O homem barbudo sentado do lado esquerdo, de pele crespa e curtida pelo sol, limpava o suor da testa com as costas da mão. Jaime acenou levemente com a cabeça e esboçou um ténue sorriso enquanto também ele procurava a melhor forma de se livrar da transpiração em bica que lhe salgava os olhos. Não tinha vontade de falar. Cada vez se via mais perdido e afunda-do no universo. Quando um sopro de vida lhe animava o destino, algo surgia no horizonte que o levava à consciência do ínfi-mo papel que representava no teatro da humanidade. Sentia-se novamente o resto do mundo, a escória da civilização, um re-fugo feito chusma para servir de energia motriz às galés turcas que se prepararam para atacar a Sardenha, as costas italianas, francesas, espanholas e portuguesas, em mais um estio de corso, fonte primeira da economia argelina.O vizinho, pressentindo os demónios que o afligiam, voltou à carga:- Se queres sobreviver, é melhor que comeces a preparar o teu destino. E a aprenderes algumas regras básicas de galeote. - Obrigado. Vejo que és experimentado nestas lides…

- Remo à força há mais de dois anos, mas não quero apodrecer nestes bancos, ou no fundo do mar. Estes infiéis não me mataram quando me capturaram, por isso haverei de morrer com a espada na mão em luta contra os cães danados… Sobre-viverei até que chegue o dia da fuga ou da libertação.Jaime abriu os olhos de espanto perante a crueza e firmeza daquelas convicções.- E quem és tu?!- Ignacio de la Torre, soldado da Religião! – retorquiu, enquanto levava a mão ao peito e erguia os olhos ao céu._________________1 Galés, na gíria do meio.

(…)

ISTAMBUL, 1560

Quando duas crianças loiras soluçantes eram arrastadas à sua frente para junto de um homem, que pelo aspecto de vi-zir, certamente iriam servir de companhia aos filhos da mesma idade, e enquanto Mami se encontrava à conversa mais adian-te com alguém aparentemente conhecido, o médico renegado ouviu uma voz sussurrante de sotaque português atrás de si, enquanto a mão tentava encontrar a sua:- Hoje não é prudente falarmos. Deixo-te uma carta de Rosa para leres com calma. É muito importante. Encontramo-nos amanhã na praça do Hipódromo.Mehemet agarrou o mensagem com força e cheio de emoção, tornado-se quedo e ausente do mundo por alguns instan-tes. Segurava na mão algo que saíra dos dedos da amada, da sua formosa rosa vermelha. Estava já instalada em si a semente da inquietude. Por isso, quando olhou por cima dos ombros, só viu um vulto a desaparecer por entre o povo que se acotove-lava por aquelas paragens. Desprendeu-se das cenas dos escravos, com o intuito de buscar um lugar mais calmo onde pudes-se, pelo menos, admirar o sobrescrito enviado por Rosa.Mas já não pôde. Uma onda formada por alguns dos transeuntes envolveu Mehemet. Este deixou-se levar até à esqui-na da praça, para evitar cair. Já ali, percebeu que eram já só três os homens que o empurravam e que pareciam não estar pro-priamente de boa-fé:- A carta, onde meteste a carta?!Mehemet esperneou e tentou libertar os braços manietados. Como não o conseguiu à primeira, gritou por Mami, que não via do local onde se encontrava. Fora cirurgicamente levado para um ângulo cego para não ser visto pelo Agá do Paxá de Ar-gel da zona onde conversava animadamente, alheio ao infortúnio do amigo. Mas também lhe não valeu de muito, atenta a vozearia que emergia dos mercados, das ruas, da cidade a fervilhar. Só alguns transeuntes mostravam alguma estupefacção, mas eram logo informados pelos outros dois de que se tratava de um ladrão do bazar e que esperavam a chegada da polícia. Sentiu a pressão de uma agomia no ventre.- Vá lá, desembucha!Enquanto os outros dois assaltantes continuavam nas explicações a um passeante mais curioso, surgiu, do lado esquer-do, um rapaz com os olhos esbugalhados e ar tenso, que se aproximava discretamente com as bugigangas que normalmen-te vendia. Mehemet reconheceu-o de imediato.- Eu tenho aqui uma carta!- Mostra-a!- Calma, deixem-me tirá-la com calma! Mas para que a quereis?! É pessoal…- Não tens nada com isso! Dá a carta, de imediato!Só então, reparou que o seu interlocutor, apesar de vestido à maneira turca, falava o idioma castelhano, com a acentua-ção típica da Andaluzia.- És andaluz?- Despacha-te, senão...Mehemet voltou a sentir a pressão da agomia. Com modos suaves, apesar da tensão que vivia no momento, tirou o so-brescrito do local onde o escondera colado ao corpo e, num ápice, atirou-o com força para o lado onde o jovem vendedor de bugigangas se encontrava. Voou como um pássaro de asas abertas em direcção ao seu ninho. Apanhou-o ainda no ar e fu-giu rua abaixo como se uma multidão de ferozes janíçaros o perseguisse para o matar. Um dos assaltantes foi-lhe de imedia-to no encalço. Os outros dois agarraram Mehemet pelos braços, arrastaram-no para uma porta e entraram numa casa que, como as de-mais daquela cidade, era feita de madeira e greda, a argila típica da zona. Estava desocupada, mas rapidamente Mehemet constatou que a residência era familiar àquele duo. Como casa típica de Istambul, era dividida em duas partes, uma para o ha-rém, outra para o solam lik, o local das salas de recreio e dos quartos dos criados. O renegado foi levado com brusquidão por um sinuoso labirinto para uma das salas e obrigado a sentar-se num sofá, que era o único adorno, para além de alguns dese-nhos florais nas paredes, de um versículo do Corão sobre a porta, do tecto dourado e de alguns cachimbos espalhados pelo chão.

Mehemet jogara a fortuna com a carta, embora não soubesse que sorte a mesma teria, nomeadamente se o perseguidor alcançara o rapaz que lhe costumava trazer os recados de Simão, ou se este a devolveria ao amigo português. Mas ali, onde se encontrava naquele preciso momento, não sabia o que fazer ao seu fado. E aqueles dois não estavam para brincadeiras:- Grande fideputa, porque atiraste a carta?

[Excertos do novo livro]

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I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I política

A equipa do projecto Renovar para Vencer* destaca a clara aposta na mudança, elegendo a mobilização, a motivação, o empenho, o diálogo, e a abertura do partido à sociedade amarantina como vectores principais.

Enquanto partido, o PS tem, em Amaran-te, uma história, um percurso e uma identidade

que nos permitem manter a ambi-ção e a esperança no futuro e em no-vas vitórias. É ne-cessário abrir as portas do partido socialista à socie-dade civil, descen-tralizando as ac-ções, ouvindo os anseios da popula-ção. (...)

Reconhece-mos que a solida-riedade é um va-lor essencial para que o trabalho po-

lítico se desenvolva com organização, serenidade e coesão, o que exige um espírito crítico constru-tivo como base na reflexão e motivador da inter-venção política. (...)

No âmbito da reorganização do nosso par-tido, apostamos num novo modelo de organiza-ção e num conjunto de mecanismos tendentes a uma eficaz comunicação interna, utilizando os re-cursos hoje disponíveis, mais acessíveis, a menor custo e mais eficazes, num profícuo diálogo polí-tico entre o partido, as instituições e a população, no reforço da adesão dos militantes. (...)

A acção política do PS tem de ser descentrali-zada, para que o debate seja realizado com os mi-litantes, simpatizantes e a sociedade civil, crian-do, deste modo, uma opinião política partilhada e participada.

A Comissão Política terá de ser a principal impulsionadora do debate, em todos os domínios temáticos, criando para o efeito grupos de traba-lho sectoriais como vector de partilha e enriqueci-mento do conhecimento, proporcionando debates alargados a toda a sociedade civil. (...)

Pretendemos imprimir um novo alento ao PS, trazendo-o, de novo, ao protagonismo do de-bate político local e regional, articulá-lo com os nossos eleitos, com as instituições do concelho e com a estrutura federativa. (...)

Os simpatizantes que integraram as nossas listas aos vários actos eleitorais já nos deram pro-vas de grande empenho, contribuindo para sa-borosas vitórias, destacando o contributo do Dr. Celso Freitas, a quem se propõem fazer uma sen-tida e merecida homenagem.

Renovar para Vencer significa, também, abordar e chamar independentes para o deba-te político sobre temáticas de interesse de toda a sociedade. Renovar para Vencer significa abrir o partido à sociedade civil, aos órgãos de comu-nicação social, ao debate público e à participação de todos aqueles que se identifiquem com os nos-sos ideais. (...)

Apresentamos uma alternativa que cremos credibilizará a acção política. Os Socialistas de Amarante podem contar com o nosso total em-penho em prol do município e do partido, confian-do na mudança.

* A lista liderada por Ercília Costa conta com o apoio de Francisco Assis

Renovar para Vencer

As eleições para a Comissão Política Concelhia de Amaran-te do Partido Socialista estão a gerar expectativa não só entre os militantes, mas também na comunidade local e no seio de outras forças políticas com representação nos órgãos do Mu-nicípio.

Em confronto, estão duas listas (v. depoimentos nesta pá-gina). Uma liderada por Artur Correia, presidente da Junta de Freguesia de S. Gonçalo, que deverá levar consigo três verea-dores do atual Executivo Municipal: Octávia Clemente, que é também vice-presidente da Câmara, Helder Ferreira e Carlos Pereira. Esta candidatura, claramente identificada com a “li-nha” de Armindo Abreu, que cessa funções no partido, inclui, ainda, Fernando Sampaio, diretor da Secundária de Amarante, um “desalinhado” que tentou liderar uma lista própria, mas que não conseguiu apoios suficientes. Sampaio é tido como putati-vo candidato à Câmara em 2013.

Ercília Costa, professora e líder parlamentar do PS na Assem-bleia Municipal, conhecida voz crítica da liderança de Armindo Abreu, encabeça a segunda lista e propõe-se fazer ruturas no partido, que considera ter estado, nos últimos anos, amorfo e acrítico. Com uma lista de nomes menos sonantes, mas tam-bém descomprometidos, na sua maioria, com a política do par-tido no passado recente, Ercília Costa tem, porém, um apoio de vulto que não deixará de usar na campanha interna. Trata-se de Francisco Assis, que, em 1989, iniciou o “reinado” socialista em Amarante, até então um “feudo” do PSD, e que, atualmente, li-dera a bancada socialista na Assembleia da República.

A "contagem de espingardas" no PS de Amarante vem sen-do feita arma a arma e ninguém parece querer arriscar prog-nósticos quanto a resultados. Artur Correia, que parecia par-tir em vantagem, pode ter perdido apoios com a integração na sua lista de Fernando Sampaio, que tem mostrado um dis-curso público diferente do do presidente da Junta de S. Gon-çalo, o que resulta numa liderança bi-céfala. Depois, Sampaio quer ser presidente da Câmara, tem tentado obter protagonis-mo, mas os seus interesses podem colidir com os de Armindo Abreu que, de partida da Câmara, não o apoiará, e há-de que-rer influenciar a escolha do candidato para 2013. A juíza Helena Ribeiro, antiga diretora-geral da Administração da Justiça, será, tudo o indica, a sua candidata preferida.

A, pelo menos aparente, incoerência da lista de Artur Cor-reia pode estar a favorecer Ercília Costa, que se tem desdobra-do em contactos para a sua causa, conseguindo, para já, obri-gar o PS de Amarante a abrir o debate interno. Sem nomes, de momento, para a candidatura socialista autárquica de 2013, Er-cília propõe-se renovar o PS de Amarante, criando dinâmicas que lhe permitam vencer de novo.

Se perder as eleições para a concelhia, Ercília deverá demi-tir-se de líder da bancada do PS na Assembleia Municipal, o que obrigaria Artur Correia a assumir o lugar. Porém, entre os mili-tantes socialistas comenta-se a sua falta de perfil para o cargo que, no atual mandato autárquico, assume importância de re-levo, pelo facto de o PS estar em minoria naquele órgão.

Do ponto de vista da vida interna do Partido Socialista e, principalmente, na sua relação com a sociedade Amarantina e com os seus militantes e independentes, tudo justifica que se leve a cabo uma discussão aberta e profunda e que daí se re-tirem conclusões úteis para o futuro do partido no nosso concelho.

O PS Amarante necessita de reflectir sobre os instrumentos de acção política a levar a cabo nos próximos anos, seja no plano das ideias, seja no plano da organização. (...)

Estas eleições realizam-se quando no horizon-te estarão ainda longe os próximos combates elei-torais. Como é sabido, não obstante das eleições presidenciais em 2011, em condições normais só voltaremos a ter eleições legislativas e autárquicas em 2013, e por isso se redobra a importância dum partido forte, coeso e interventivo.

A lista que tenho a honra de encabeçar, sub-mete-se a este sufrágio sob o lema “COMPRO-MISSO E AMBIÇÃO”: compromisso e orgulho com a obra feita pelo PS; compromisso e lealda-de com o actual executivo na Câmara Municipal e com os demais eleitos na Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia e ambição por continuarmos a ser a referência de trabalho, de honestidade e de dinamismo junto dos Amarantinos. (...)

A renovação do Partido Socialista é um objec-tivo irreversível. É forçoso reconhecer que ainda possuímos significativos défices no funcionamento do PS. Possuímos poucos militantes e estruturas demasiado burocratizadas. (...) A abertura do par-tido à sociedade, quando está na governação é um desígnio que todos os responsáveis pelo PS Ama-rante têm que aceitar.

O PS serve hoje Amarante como o maior par-tido do Concelho. É nesse plano que, estando-se

em início de mandato, deverá empenhar o melhor do seu esforço nos próximos anos. (...)

Cabe a esta Comissão Politica Concelhia pre-parar desde já o processo eleitoral para as autár-quicas 2013, de forma a reafirmar a nossa força au-tárquica.

À Secção do PS cabe o trabalho rigoroso e pa-ciente de apoiar a gestão dos nos-sos autarcas que lideram a Câma-ra Municipal, as Juntas e as As-sembleias de Fre-guesia, bem como trabalhar com os nossos autarcas que se encontram na oposição. (...)

A actual fase da vida do PS exi-ge de todos nós um comprometi-mento reforçado. Estar no Governo e na Câmara coloca-nos no li-miar da crítica diária. Só com empenhamento nas estruturas do PS, com posturas sérias e reforço da militância se conseguirá manter.

Caso esta candidatura mereça a confiança maioritária dos militantes, desde já nos compro-metemos a constituir um secretariado aberto, plu-ral e representativos das várias sensibilidades.

Com um partido orgulhoso do seu passado e da sua história, rico na sua diversidade e democra-cia, unido e renovado e cada vez mais aberto à so-ciedade, teremos mais probabilidade de continuar a vencer.

Um partido uno e coeso

Ercília Costa ou Artur Correia?

Eleições para aConcelhia do PS Amarante

com a mira em 2013

Ercília CostaCandidata à liderança doPS/Amarante

Artur CorreiaCandidato à liderança doPS/Amarante

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repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I marco de canaveses

Ruas Francisco Sá Carneiro e Gago Coutinho serão as primeiras a receber obras

Comerciantes do Marcoanseiam pela requalificação urbanaO projeto de requalificação urbana do Marco de Canaveses é “a grande

esperança” para reanimar o comércio tradicional. A expectativa é de que esse projeto “saia do papel” ainda este ano, disse ao Repórter do

Marão o secretário-geral da Associação Empresarial (AE) do Marco de Ca-naveses, Cláudio Ferreira.

“O projeto é bom e é uma esperança, mas que saia do papel”, reafirmou. “Já o vi e digamos que é o recuperar de um antigo Procom a que a AE se candidatou em 2000, mas não foi aprovado por questões orçamentais. Era direcionado aos co-merciantes. Foi através desse programa que foi feita a requalificação em cidades como Penafiel, Braga e Paredes, que aproveitaram e ficaram com centros urbanos mais modernos e bonitos”.

Os comerciantes esperam agora que o projeto de requalificação urbana, da autoria do arquiteto Rafael Magalhães e que a Câmara do Marco tenciona ini-ciar ainda em 2010, leve a “que se faça alguma coisa e se traga novamente vida ao centro da cidade”, afirma o secretário-geral da AE Marco que dá como exemplo a Rua dr. Francisco Sá Carneiro que, diz, chegou a ser “uma das mais nobres e nes-te momento é das mais esquecidas ou abandonadas”.

Outro caso é o da Rua Gago Coutinho. Ao longo destas duas artérias citadinas, “são mais de 30 as lojas fechadas”, o que “causa desalento” e deixa a impressão de que o comércio de rua está moribundo. Cláudio Ferreira garante que “alguns dos sobreviventes que ainda lá estão sentem-se desapoiados”.

| Há incentivos que desencorajam os investidores – salienta a AE Marco |

Resultado da ausência de planeamento urbanístico da cidade, o estaciona-mento tornou-se em algumas zonas a “grande dificuldade”. O secretário-geral da AE reconhece que tem havido apoio do Governo, através de programas como o Modcom (que chegou a ter financiamento de 50 por cento a fundo perdido), pela via do Centro de Emprego, com apoios através de alguns programas específicos, e da Cooperativa Dolmen.

Para Cláudio Ferreira há aspetos que falham: “os programas existem, mas ou burocraticamente são muito pesados, ou não são aliciantes em termos de incenti-vos, ou ainda porque é o abre e fecha e não dão tempo para as pessoas pensarem

um projeto de raiz. Existem programas? Sim. Se eles têm condições para muitas vezes as pessoas aproveitarem, é discutível. Nalguns, de facto, nem vale a pena as pessoas candidatarem-se”.

Por outro lado, acrescenta Cláudio Ferreira, “na conjuntura atual muitas pes-soas têm receio de investir e também precisam de incentivos, sejam do governo, sejam do poder local”.

| Manuel Moreira promete avançar este ano |Para a Câmara, a requalificação urbana do Marco de Canaveses “é para avan-

çar”, garantiu ao Repórter do Marão o presidente da Câmara, Manuel Moreira, mas os constrangimentos financeiros em que a autarquia vive impedem que se es-tabeleça uma previsão para o início das obras.

O projeto de requalificação, no valor total de 6 milhões e 700 mil euros, foi aprovado há um ano para ser executado dentro de um prazo de três anos, e é tido como fundamen-tal para a revitalização do comércio e do dinamismo do centro urbano do Marco de Ca-naveses. A intervenção prevê novas pavimentações nas ruas Manuel Pereira Soares, Francisco Sá Carneiro e Gago Coutinho, até à Igreja de Santa Maria, a criação de espa-ços verdes, a eliminação das barreiras arquitetónicas e o reforço da iluminação pública. O projeto inclui ainda a reabilitação dos edifícios da Casa do Povo de Fornos e da an-tiga sede da Coopermarco.

A aprovação da candidatura foi um processo bastante complicado, recorda o presidente da Câmara. “Essa candidatura foi um projeto que eu agarrei e que re-almente foi tirada a ferros. Foi uma luta titânica… mas quero concretizá-lo. Vamos lutar por isso”.

Garantindo que a regeneração urbanística não está em causa, contudo, o autar-ca afirmou ao RM que o arranque das obras “vai depender também da evolução económica a nível nacional e europeu porque isso também se reflete na região e no nosso concelho em termos de receitas, etc”.

O tempo está a contar. A Câmara do Marco já só tem dois anos pela fren-te para conseguir dispor dos cerca de dois milhões de euros, verba de que precisa para poder usar os 4 milhões e 600 mil euros de financiamento que o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) atribuiu ao projeto. Manuel Moreira diz-se determinado e rejeita a ideia de que o projeto esteja posto de parte: “não desisti, nem vou desistir [da requalificação urbana]”, afir-mou. Paula Costa

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repórterdomarão12 07 a 20 abr’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I tâmega e sousa

Famílias carenciadas recebem casasem Marco de Canaveses

Osvaldo Garcia, motociclista de Penafiel, partiu esta semana rumo à África do Sul com o objetivo de chegar ao estádio de Port Elizabeth a 15 de junho, para assistir ao primeiro jogo da seleção portugue-sa no Mundial de futebol.

O motociclista de 52 anos (foto) pretende fazer apenas 300 quilómetros em cada dia, atravessando ao longo 'desta longa viagem' – cerca de 20 mil qui-lómetros – diversos países, nomeadamente Espa-nha, Marrocos, Camarões, Angola, Zâmbia, Mo-çambique e por fim África do Sul.

O motard, que teve o apoio da autarquia e de empresas locais, reconhece que haverá dias mais complicados e que poderá demorar mais tempo por causa do combustível e dos procedimentos frontei-riços e alfandegários.

Na passagem do compasso da Páscoa Osvaldo Garcia quis que lhe benzessem a moto, apesar de não ser religioso.

A viagem, que começou junto ao Museu Mu-nicipal de Penafiel, contribui para a promoção de uma moto totalmente portuguesa (AJP PR4), mas o acontecimento também atraiu o músico Zé Pedro, da banda portuguesa Xutos e Pontapés.

[Foto de Carlos Gonçalves]

Sensibilização de condutores A Polícia Municipal do Marco de Canaveses vai desenvol-

ver a 10 de abril, em Alpendorada e Matos, uma ação de sensi-bilização dos automobilistas com o objetivo de apelar ao bom senso e ao cumprimento do código da estrada e das regras de segurança.

O álcool e a condução, o tempo de reação na condução e a fadiga e a condução são os assuntos abordados nos folhetos que vão ser distribuídos. Idêntica ação de sensibilização da Polícia Municipal decorreu a 3 de abril.

Vaivém Oceanário até domingoO projeto Vaivém Oceanário - Educação Ambiental em

Movimento está no Marco de Canaveses até 11 de abril, per-mitindo às escolas do concelho participarem numa viagem pela necessidade de conservar os oceanos.

Alunos dos quatro agrupamentos de escolas do concelho, do pré-escolar ao 3.º ciclo, bem como duas secundárias, parti-ciparão em ações de sensibilização que visam alertar a comuni-dade para a "necessidade urgente de uma mudança de atitude face à conservação e sustentabilidade dos recursos naturais".

Da responsabilidade do Oceanário de Lisboa, este projeto encontra-se na alameda Dr. Miranda da Rocha, entre a biblio-teca e o museu municipal.

Direito do consumo em FelgueirasO presidente da Associação Portuguesa de Direito do Con-

sumo (APDC), Mário Frota, anunciou a criação de uma delega-ção em Felgueiras que funcionará na Escola Superior de Tec-nologia e Gestão (ESTG).

O novo serviço prestará apoio na área do direito de consu-mo a toda a comunidade escolar, extensivo aos habitantes do concelho.

Segundo Mário Frota, a delegação da APDC trabalhará em articulação com este estabelecimento de ensino superior que integra a rede de escolas do Instituto Politécnico do Por-to e com a Câmara de Felgueiras, através do seu gabinete de apoio ao consumidor.

Três famílias carenciadas do concelho do Marco de Canaveses receberam quarta feira habitações sociais disponibilizadas pela câmara municipal.

As casas - uma moradia e dois apartamentos - sofreram obras de remodelação para permitirem alojar as três famílias.

Manuel Moreira, presidente da câmara, dis-se à Lusa que a entrega destas habitações, realiza-da hoje numa cerimónia simbólica, procura corres-ponder a situações consideradas “mais urgentes” pelos serviços sociais da edilidade marcuense.

Num caso foi contemplada uma mãe que vive com uma filha de 31 anos portadora de deficiência e acamada há vários anos.

Outra habitação foi entregue a uma viúva que vivia sozinha numa casa abarracada e a terceira

casa foi confiada a um casal com dois filhos que vive numa situação económica difícil.

“No âmbito da nossa consciência social, acorre-mos a três situações difíceis. Creio que essas famí-lias viveram hoje momentos de grande felicidade e nós também”, disse.

O autarca acrescentou que há mais pedidos na autarquia para disponibilização de casas, situações que estão a ser ponderadas e que serão atendidas quando a câmara tiver mais mais habitações.

As três famílias contempladas vão pagar ao Município rendas simbólicas, sublinhou ainda Ma-nuel Moreira.

Os dois apartamentos de tipo T2 situam-se no lugar de Talegre, em Tuías, e a moradia na fregue-sia de Fornos.

Motard de Penafiel a caminho do Mundial

Rui Cunha e José Cruzdisputam PSD/Marco

Rui Cunha, líder do PSD na Assembleia do Marco de Ca-naveses, volta a defrontar José Cruz nas eleições para a presi-dência da Concelhia dos sociais-democratas.

A candidatura do atual líder concelhio já era esperada mas o avanço de Rui Cunha, que foi derrotado há dois anos por cer-ca de uma dezena de votos, só foi concretizado depois de um grupo de 30 militantes do PSD/Marco, entre os quais se con-tam Márcio Magalhães, ex-presidente da JSD, Luís Pinto, atu-al presidente da JSD, Zita Freitas, presidente da mesa do ple-nário do PSD, Rui Mendes, Coutinho Ribeiro, Sérgio Sousa e Zita Monteiro, bem como alguns presidentes de junta, o ter ins-tado a concorrer.

Segundo revela o seu grupo de apoio, posteriormente asso-ciaram-se mais algumas dezenas de militantes, nomeadamen-te Manuel Moreira (presidente da Câmara Municipal), António Coutinho (presidente da Assembleia Municipal), Gil Mendes, José Mota (vice-presidente da Câmara), Domingos Neves (pre-sidente da Junta de Freguesia de Alpendurada), António Tei-xeira (presidente da Junta de Freguesia de Vila Boa do Bispo), Joaquim Sousa (presidente da Junta de Freguesia de Favões), Gorete Babo (presidente da Junta de Freguesia de Sobretâme-ga), Costa Pinto (presidente da Junta de Freguesia de Sande), Joaquim Mota, Ricardo Araújo, Jorge Pessoa, José Carlos Va-ladares e Victor Gonçalo, entre outros.

A candidatura afirma encarar o embate eleitoral com a missão "de projetar o PSD/Marco no futuro, enquanto alavan-ca essencial de uma política de verdadeiro desenvolvimento da comunidade".

José Cruz, por seu turno, disse ao Repórter do Marão que manterá globalmente a mesma equipa na sua lista, embora não exclua "alguma renovação".

A seção do PSD/Marco tem cerca de um milhar de militan-tes, votando habitualmente entre 400 e 500. As eleições decor-rem entre as 15:00 e 23:00 de 17 de abril e a entrega de listas para os órgãos locais poderá ser feita até 15 de abril.

Movimento pela Regionalizaçãoapresenta-se dia 22 em Paredes

A defesa da criação de uma região Norte num país regionalizado é o objetivo do Movimento Re-gionalista Norte Sim, que se apresenta formalmen-te dia 22, num jantar debate em Paredes, anunciou um dos promotores, Ricardo Luz.

“O nosso objetivo é um: a regionalização em Portugal e a criação de uma região Norte. Quere-mos tentar mobilizar o máximo possível de cida-dãos. Para chegar à regionalização, primeiro temos de informar as pessoas porque a defendemos e de lhes dizer o que estamos a perder por não termos um país regionalizado”, adiantou o empresário.

O Norte Sim é um “movimento político não partidário” que reúne, para já, “cerca de 100 pes-soas no Norte que defendem a regionalização”, re-feriu Ricardo Luz.

"Gostaria que aparecessem projetos similares noutras regiões”, acrescentou.

Para além de influenciar os cidadãos e “promo-ver o debate”, o movimento pretende, também, se-gundo o seu promotor, “influenciar os eleitos para tomar decisões”, sejam elas a promoção da regio-nalização ou a opção pelo referendo.

Entre as iniciativas previstas, para depois da apresentação formal do movimento, estão a orga-nização, “todos os meses, de jantares debate em várias cidades do Norte”, abertos “a quem queira participar”.

A publicação de uma newsletter e a “partici-pação num programa semanal do canal por cabo RTV” são outras das atividades planeadas.

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O inquérito do Ministério da Educação à mor-te de um aluno de Mirandela no rio Tua, afasta a hipótese de o rapaz ter sido vítima de agressões frequentes na escola e não responsabiliza o esta-belecimento de ensino pelo sucedido.

"O inquérito não confirmou que Leandro fos-se vítima de frequentes agressões, perseguições ou ameaças na escola" EB 2/3 Luciano Cordeiro, lê-se numa nota à imprensa do Ministério da Edu-cação (ME).

O processo de inquérito instaurado pela Di-recção Regional do Norte (DREN) e conduzi-do pela Inspeção Geral de Educação apurou que no dia 02 de março Leandro faltou à aula do meio dia juntamente com dois colegas e esteve envolvi-do em dois incidentes com outros alunos no espa-ço da escola.

Concluiu, no entanto, que "os depoimentos dos alunos ouvidos são contraditórios entre si, não se concluindo pela existência de agressões".

O rapaz, de 12 anos, "ausentou-se da escola, presumivelmente através das grades da vedação, depois das 13:00" e alguns colegas decidiram jun-tar-se a ele, "o que fizeram saindo pelo portão da escola, sem que tivessem sido impedidos".

O grupo dirigiu-se para o parque de merendas de Mirandela, onde Leandro desapareceu na cor-rente do rio Tua. O corpo foi encontrado 23 dias depois a 12 quilómetros do local.

O inquérito do ME não estabelece qualquer relação entre o que se passou na escola e o que su-cedeu no rio, que foi inicialmente associado a um suicídio por Leandro ser alegadamente vítima de agressões reiteradas na escola.

| Pais e autarquia nãoacreditam nos resultados |

De acordo com as conclusões do inquérito, "nos tempos mais próximos do trágico aconteci-mento não foram identificados sinais de que Le-andro tivesse mudado o seu comportamento ha-bitual".

As averiguações concluem, porém, pela "ne-cessidade de reforçar as condições de segurança da escola, nomeadamente no que respeita à veda-

ção do recinto e ao controlo de entradas e saídas".A vereadora da Educação na Câmara de Mi-

randela, Maria Gentil, considerou que o inquéri-to à morte de Leandro "tem implícita uma tentati-va de transferir responsabilidades para o pessoal não docente e para a autarquia".

Maria Gentil disse à agência Lusa que a lei-tura da autarquia resulta da conclusão expressa no inquérito de que "o relatório não aponta para a instauração de procedimento disciplinar a res-ponsáveis na dependência direta do Ministério da Educação".

"Ora, na escola, o pessoal não docente é o único que não se encontra na dependência direta do Mi-nistério da Educação e faz parte dos quadros da Câmara Municipal", afirmou.

A vereadora considerou esta parte do inqué-rito "pouco clara" e aguarda agora tomar conhe-cimento das certidões que o Ministério da Educa-ção anunciou que irão ser extraídas do inquérito para serem remetidas à direção da escola e à Câ-mara Municipal de Mirandela, "para os efeitos ti-dos por convenientes".

Segundo a vereadora, desde 2008 que o pesso-al não docente da escola passou para o quadro da Câmara, porém, segundo disse, a autarquia não tem competência para desencadear procedimen-to disciplinar nem na gestão direta destes funcio-nários.

De acordo com a vereadora, esta competência é da direção da Escola Básica 2/3 Luciano Cordei-ro, com a qual pretende reunir-se para analisar os resultados do inquérito e eventuais procedimen-tos futuros.

O relatório do inquérito divulgado pelo Minis-tério da Educação afasta o cenário de que a crian-ça de 12 anos fosse vítima de agressões frequentes na escola e não estabelece qualquer ligação entre factos ocorridos no recinto e o afogamento no rio Tua, a 02 de março.

A família de Leandro já manifestou "revolta" com as conclusões e a mãe, Amália Pires, disse não acreditar nos resultados do inquérito.

Amália Pires reclama que a escola seja res-ponsabilizada pela falta de segurança e promete seguir para tribunal com o caso, afirmando que está disposta a "ir até às últimas consequências".

Família de Mirandela promete levar caso a tribunal

Inquérito à morte de alunodesresponsabiliza a escola

Jovens institucionalizados aprendem a ser autónomos

14 07 a 20 abr’10

repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I nordeste

O presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano, alertou que o encerramento definitivo da linha do Tua irá ditar também o fim do Metro por falta de capacidade financeira das autarquias para assegurar a exploração.

O alerta do autarca social-democrata surge a cerca de dois meses de ser tomada a decisão final do Governo relativamente ao futuro da linha do Tua que está dependente da conclusão prevista, para maio, do processo da barragem de Foz Tua.

"Só depois dessa análise económica é que podemos dizer se se mantém ou não, mas o mais certo é, se acabar uma das partes, por força dos resultados económicos teremos de fechar a outra", disse à agência Lusa José Silvano.

Segundo explicou o autarca, até ao Cachão a concessão é ex-clusiva do Metro, o que significa que, mesmo que a linha do Tua seja desativada, o Metro poderá continuar a circular nestes 15 qui-lómetros, entre Mirandela e o Cachão.

Porém, o autarca ressalva que é necessário fazer contas “por-que o que está em causa é uma questão de custo/benefício".

Perante a decisão final do Governo, o autarca que é por ine-rência presidente do Metro, verá quais são as alternativas, mas aponta desde já aquela que considera mais viável: "ser a EDP a assumir (o que restar) a linha para fins turísticos como contrapar-tida pela construção da barragem".

Se a linha do Tua for desativada, o autarca reclama que a EDP deve negociar com os municípios transmontanos um pro-grama de desenvolvimento regional com três por cento do valor da energia produzida nas barragens da região, o que equivale a cerca de 180 milhões de euros anuais.

A EDP, a concessionária da barragem de Foz Tua, terá de en-tregar até maio os estudos e projetos necessários à conformida-de do projeto final de execução com a Declaração de Impacte Am-biental.

A empresa foi obrigada a estudar alternativas de transporte aos 16 quilómetros da ferrovia que a barragem vai inundar, tendo proposto que o percurso seja feito de barco do Tua até à Brunhe-da e se mantenha o comboio daí até Mirandela.

A albufeira submergirá a zona mais atrativa do vale do Tua do ponto de vista turístico.

Centro de artes na estação     A centenária estação de Mirandela da Linha do Tua votada ao

abandono há mais de duas décadas poderá encher-se novamente de vida transformando-se num centro de artes, cultura, lazer e de memória do caminho de ferro.

A Câmara local tem pronto o projeto da autoria do arquiteto Belém Lima e o modelo de financiamento dos onze milhões de eu-ros necessários para dar novo uso à estação de comboio com uma dinâmica cultural que passa por um centro de artes, escola de mú-sica e espaço museológico.

Autarca admite fecho do metro de Mirandela

Oito jovens de Bragança estão a aprender a ser autónomos no âmbito de um projeto pioneiro a nível nacional que pretende dar resposta àqueles que permanecem institucionalizados depois de atingirem a maioridade.

Desde dezembro que estes jovens, que passaram a maior par-te das suas vidas no Patronato de Bragança, estão a experimentar "uma injeção de liberdade e de responsabilidade" vivendo em dois apartamentos.

Continuam a depender da instituição mas passaram a viver au-tonomamente, recebendo uma "mesada" da Segurança Social de va-lor próximo do ordenado mínimo nacional.

Carlos Serqueira é um dos contemplados e em apenas quatro meses já experimentou uma realidade comum a muitos portugue-ses, é que "nem sempre o dinheiro chega até ao fim do mês".

Todos estudam, no secundário e superior, e com a "mesada", além das despesas pessoais, têm de pagar a renda, água, luz e fazer as compras que se tem revelado a tarefa mais complicada, principal-mente para responder aos gostos de todos.

Se a lei fosse cumprida à letra, aos 18 anos os jovens teriam de procurar por eles próprios uma alternativa de vida, já que o sistema de lar de infância e juventude só abrange utentes até aos 18 anos, segundo Hélder Sousa, coordenador do projeto.

Foto Manuel Teles/Lusa

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A pouco mais de duas semanas da prova, os adeptos da modalidade têm a expectativa de assistir no Monte Pilar a prestações de alto nível dos pilotos que lutam pe-los lugares de topo do Campeonato do Mundo de Trial. Entre eles está o catalão Toni Bou, da equipa Monte-sa, tri-campeão nas duas modalidades: Outdoor e Indo-or. Adam Raga, Takahisa Fujinami e Albert Cabestany vão competir para a vitória no GP de Portugal.

Os locais e infraestruturas do Grande Prémio de Portugal, segunda prova do Campeonato do Mundo de Trial, que decorre a 24 e 25 de abril em Paços de Ferreira, foram aprovados pela Federação Internacio-nal de Motociclismo (FIM). O presidente da Comissão de Trial da FIM, Jean Marc Crumière visitou e apro-vou o espaço disponibilizado para o paddock e todas as instalações de suporte ao Grande Prémio de Portugal que é organizado pelo Moto Clube de Paços de Ferrei-ra com o apoio da autarquia.

O dirigente da FIM concordou com a criação de uma zona-espectáculo (a 15.ª da competição, junto ao paddock, próximo da fábrica da Ikea, e elogiou as zo-nas de competição, no Monte Pilar, freguesia de Pena-maior, onde já se realizaram várias provas internacio-

nais, divulgou a organização. O Moto Clube de Paços de Ferreira salienta que

nesta prova vão participar alguns dos melhores pilo-tos do mundo.

Mundial de Trial traz melhores do mundo a Paços de Ferreira

O presidente da federação de Bragança do PS, Mota An-drade, reafirmou que o atendimento noturno deve manter-se nos centros de saúde do distrito até estarem concluídas as no-vas estradas em execução na região.

"Não me passa pela cabeça que enquanto não estejam con-cluídos o IP2, o IC5 e a autoestrada (Transmontana) os centros de saúde encerrem definitivamente à noite", disse o responsá-vel socialista.

Mota Andrade, que é também o único deputado do PS por Bragança na Assembleia da República, reiterou desta forma a posição que já tinha defendido há um ano sobre a reorganização dos serviços de saúde neste distrito.

Esta “garantia” de Mota Andrade, citado esta semana pela Lusa, é reafirmada depois das dúvidas levantadas na região re-lativamente ao funcionamento, durante a noite, dos centros de saúde com a chegada, na semana passada, do prometido heli-cóptero do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica).

Este distrito tem beneficiado de um regime de exceção que, depois do encerramento do SAP (Serviço de Atendimen-to Permanente), tem permitido a nove centros de saúde perma-necerem abertos durante a noite com um enfermeiro, um admi-nistrativo e um médico à chamada telefónica.

Este regime provisório de exceção foi criado tendo em con-ta a dispersão geográfica da população e vigoraria por apenas um ano, mas já se prolonga há três.

O presidente da federação socialista defendeu que deverá vigorar, pelo menos durante cerca de mais dois anos - até ao fi-nal de 2011 - a data prevista para a conclusão das novas estra-das.

diversos / desportoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Irepórterdomarão18 07 a 20 abr’10

PS defende centros de saúde abertos à noite até à conclusão das novas estradas

Apesar de alguns problemas no Mitsubishi Lancer EVO VI, Manuel Coutinho e Manuel Babo venceram o Rali Rota do Folar, no fim-de-semana da Páscoa, com uma vanta-gem de 51,1 segundos sobre os segundos classificados.

Prova pontuável para o “Campeonato Regional Douro – 2010”, o Rali Rota do Folar, em Valpaços, foi organizado pelo Clube Automóvel de Vilarandelo (freguesia de Valpa-ços), com a colaboração do Clube Automóvel da Régua e Clu-be Automóvel de Vila Real.

A principal novidade do rali foi o número de pilotos ins-critos, que este ano ultrapassou os 40, tendo participado al-gumas equipas espanholas. Durante a manhã, a MCoutinho Rallye Team deparou-se com “alguns problemas” no carro, contratempos que de tarde foram esquecidos com a dupla a impor-se com um ataque “forte” que “permitiu garantir esta vitória”, disse no final da prova Manuel Coutinho.

A MCoutinho Rallye Team dominou até à última clas-sificativa do rali que teve quatro provas especiais com 42,8 quilómetros, num percurso total de 121,3 quilómetros. Sa-tisfeito com mais uma vitória “muito gratificante”, consegui-

da “sem a pressão habitual”, Manuel Babo destacou os qui-lómetros feitos com o Mitsubishi, “que poderão ser muito importantes para o futuro”.

O rali de Valpaços serviu sobretudo de preparação para a próxima etapa do Campeonato Open de Ralis.

O Rali Vidreiro, na Marinha Grande, é a próxima prova da MCoutinho Rallye Team.

MCoutinho Rallye Team soma triunfos

O Clube de Basquetebol de Penafiel (CBP) venceu a primeira fase do Campeonato da Proliga, acontecimento de maior relevo por ter ocorrido na época de estreia.

Treinada pelo veterano Valentyn Melnychuk, a equipa de Penafiel recebeu o Terceira Basket para a 20ª e derradei-ra jornada do Campeonato e ao longo da partida comprovou porque vem ocupando o primeiro lugar da tabela.

No final do primeiro período, era mínima a diferença no marcador.

Na segunda parte de jogo, Melnychuk apostou numa defesa mais aguerrida e em saídas muito rápidas para o con-tra-ataque, o que desequilibrou a partida – 15 pontos de dife-rença entre as equipas.

O americano Sidney Holmes voltou a destacar-se e con-seguiu 22 pontos para a equipa, 14 ressaltos, duas assistên-cias, um roubo de bola e um desarme de lançamento.

Em destaque na equipa de Penafiel estiveram também os atletas bases João Pereira com 20 pontos, quatro ressaltos e três assistências, James Grabowski, 13 pontos, nove ressal-tos, duas assistências e Vladimir Teixeira, oito pontos, três ressaltos, três assistências e três roubos de bola.

A equipa de Penafiel assegurou o primeiro lugar no campeonato, alcançando uma vitória de 86-76 sobre o Ter-ceira Basket.

A equipa dos Açores ainda luta por um lugar de acesso aos playoffs podendo ser o primeiro adversário do CBP/Sen-tir Penafiel na fase decisiva.

Basquetebol de Penafiel na segunda fase

Helicóptero do INEM em Macedo de Cavaleiros custa quatro milhões por ano

O helicóptero de emergência e socorro era o meio que fal-tava para dar cumprimento ao protocolo celebrado há três anos entre o então ministro da Saúde, Correia de Campos, e os au-tarcas do Nordeste Transmontano.

O protocolo determinava o encerramento do SAP nos nove centros de saúde com este serviço e em contrapartida disponi-bilizava meios alternativos de emergência e socorro e uma re-organização das urgências.

O distrito de Bragança ficaria com duas urgências médico-cirúrgicas, Bragança e Mirandela, e duas urgências básicas, em Mogadouro e Macedo de Cavaleiros.

Previa também a colocação de duas ambulâncias SIV (Su-porte Imediato de Vida) em Miranda do Douro e Torre de Mon-corvo /Freixo de Espada à Cinta.

De todos os meios e serviços previstos faltava apenas o he-licóptero que chegou na semana passada com mais uma am-bulância de emergência para quando o meio aéreo não puder operar.

Um estudo do Ministério da Saúde prevê que o aparelho possa ficar inoperacional durante um total de mais de dois me-ses no ano por adversidades climatéricas.

O líder socialista no distrito expressou a "satisfação do Par-tido Socialista pela vinda de mais um meio, um enorme investi-mento que prova que nunca houve por parte do Governo inten-ção de diminuir os custos com a saúde".

"O helicóptero custa quase quatro milhões de euros por ano e esse valor dava para manter os SAP em funcionamento três ou quatro anos", afirmou o responsável.

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Entre diversão e cultura eu escolho ambas. Mas en-tre a Bracalândia e o finado Cine Teatro S. Martinho, alinho (alinhava) sem margem para dúvidas com o "Ci-nema" como nós lhe chamava-mos, que trazia cultura e diversão a Penafiel.

A nossa sala de espectáculos foi-se embora. A Bra-calândia chegou mesmo agora. Lamento a primeira. Sem ser contra, não exulto com a segunda. Lamento profundamente o desaparecimento de uma das maio-res referências da nossa terra. Foi imperdoável a sua destruição. É lamentável que num local de história, sur-ja agora algo sem glória: escritórios e lojas comerciais. Ou seja, mais do mesmo. Eis Penafiel mais uma vez no lado errado do vento. Podem vir as requalificações urba-nas que vierem. Podem vir as acessibilidades que forem preciso. Podem virar Penafiel de pernas para o ar, que a nossa terra cada vez tem menos alma.

Eu se fosse presidente da Câmara, de ontem ou de hoje, tinha adquirido aquele espaço para se construir um Teatro Municipal. E não teria feito nada do outro mundo. Era a "obrigação" de um político atento e com alguma dose de bairrismo. Mas comprar com que di-nheiro, perguntarão os leitores?

O que há mais é dinheiro em Penafiel. Bastavam os milhões das benesses de que a Bracalândia está a bene-ficiar. (É preciso que se saiba que o Parque Temático não vai pagar impostos à Câmara durante dez anos). Depois, bastaria ter suspenso durante algum tempo as verbas que são canalizadas para o futebol profissional. Não es-quecendo as fortunas desperdiçadas em caprichos foto-génicos, tais como os "Enduros", que por aí motocaram, etapas de Voltas a Portugal que daqui partiram e mega-lómanas "escritarias". Muito dinheiro que se atirou ao ar que, em concreto, nada trouxe a Penafiel.

Se essas verbas fossem aplicadas na aquisição e re-cuperação do "Cinema", em Penafiel outro galo cantaria, já que iria afinal, ao encontro da maior obsessão dos vá-rios poderes autárquicos, que é atrair gente para a cida-

de. Mas na opinião dos vários execu-tivos, Penafiel tem de modernizar-se e isso nunca passou pela recuperação do "Cinema".

Mas em Matosinhos, Póvoa de Varzim, Montijo, Mealhada, Coim-bra, Sever do Vouga, Vila do Conde, S. João da Madeira entre outros, to-dos os seus Cines foram, estão ou vão ser recuperados, com intervenções camarárias. Custaram milhões, pois custaram, mas estas localidades fica-ram mais ricas.

O único político que se preocu-pou com o Cine Teatro S. Martinho, foi Emídio Alves, de Rio de Moinhos, ex-vereador social-democrata na Câ-mara de Penafiel. Este encetou várias lutas em prol da sua aquisição. Entre-tanto, outra gente, outros políticos, outros interesses se levantaram.

Uma vez perguntei a Justino do Fundo se não tinha saudades do "Cinema". A resposta veio lacónica: "Eu não, eu tenho saudades é do Barracão". Nem o melhor presidente da Câmara de Penafiel, de todos os tempos, estava para ali virado. Diga-se que este "Barracão" era uma sala de espectáculo que funcionou no mesmo local mais ou menos entre 1912 e 1949. Mais tarde, um outro político, que eu considero um mau penafidelense dizia que "Não é preciso "Cinema" coisíssima nenhuma, por-que cinema já temos nós" (ali para os lados do Sameiro).

Este mau penafidelense bem sabe que não é a mes-ma coisa. Uma coisa é um cinema, só com essa finali-dade, outra é uma sala para todo o tipo de espectácu-los, que é o que não temos há 25 anos. O mesmo se pode dizer em relação ao auditório que vai nascer no Museu Municipal. Este auditório nunca substituirá o antigo ci-nema, que nos proporcionou, milhares de horas de di-

versão e cultura. São coisas completa-mente diferentes.

Eu se fosse presidente da Câmara de Penafiel de hoje, teria alguma preo-cupação em localizar (deve estar no Ar-quivo Municipal), uma postura camará-ria de 1950 ou 51, documento esse que proíbe de todo, que se construa no lo-cal onde funcionou o "Cinema", algo que não seja uma sala de espectáculos, que é o que está a acontecer. Isto é tudo uma questão cultural e na minha terra há um tremendo mau hábito. Troca-se a festa da cultura pela cultura da festa. O "Cine-ma" era festa da cultura. A Bracalândia é a cultura da festa.

Quanto a este dito Parque Temáti-co, a postura dos políticos foi e é outra? Toda a gente feliz e contente. Um acon-tecimento que só aparece de cem em cem anos. Alguém o disse, a prever 350 mil vi-

sitantes por ano, quando em Braga, durante os dezasse-te anos que lá esteve, a média anual foi de 149 mil.

Não estarei de acordo com Mesquita Machado, pre-sidente da Câmara de Braga, quando disse que a Bra-calândia era um somatório de S. Joões. Eu acho que o "Paraíso da Brincadeira", será um pouco melhor que o nosso parque de diversões do S. Martinho, com vanta-gem para este, que não tem de se pagar 18 euros para lá entrar. Mais umas pipocas e lá vão quatro contos!

É caro ou nem por isso? Tem a palavra os milha-res de desempregados e os milhões de reformados com pensões de 200 e 300 euros!

Mas pronto, só lá vai quem quiser e puder. Talvez os "bem de vida": banqueiros, gestores, administrado-res, políticos com várias pensões, professores, etc., etc., e são muitos. Portanto a Bracalândia será um sucesso com certeza!

repórterdomarão20 07 a 20 abr’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I opinião

Sem surpresas, Pedro Passos Coelho venceu as direc-tas do PSD. Sem surpresas, repete-se, excepto para aque-les dentro do PSD que convivem sempre em grupo e em círculo fechados, a discutir teses e teorias, assertivas por certo para os seus membros, mas inadequadas ao mundo de hoje, em que é mais importante a existência de gente

que faz, do que gente que faz de conta.

Sou daqueles que apostou em Pe-dro Passos Coelho para líder do Parti-do nas eleições di-rectas de Maio de 2008. Acreditei e ain-da hoje acredito, até com a convicção re-dobrada, que já nes-sa altura era o me-lhor candidato para o PSD e, naturalmen-te, para liderar um futuro governo na-cional. Os militantes

então não o quiseram. Passaram dois anos. O Partido e o País, contudo, perderam muito mais que estes dois anos

de calendário. O PSD perdeu a possibilidade de ter um verdadeiro líder, em quem os militantes confiam e acredi-tam e, mais grave, o Pais perdeu a possibilidade de o PSD ganhar as últimas legislativas e acabar, definitivamente, com a governação socialista, que muito tem penalizado Portugal e os portugueses.

Hoje todos reconhecem (ou quase todos, para não ser redutor), que o PSD perdeu as eleições legislativas por “falta de comparência”. O PSD apresentou-se então sem um líder, um rosto que inspirasse confiança nos portugue-ses. O PSD perdeu credibilidade aos olhos dos portugue-ses. Curiosamente, a mesma credibilidade (ou falta dela), que a presidente do partido e outros dirigentes nacionais reclamam ter conquistado para o PSD na hora de fazerem o balanço deste mandato.

A eleição de Pedro Passos Coelho abre portas a um novo ciclo político. Acredito no PSD e, em especial, neste que agora inicia funções e acredito também, como acredi-tei sempre, em Portugal. O Portugal das conquistas, o Por-tugal dos descobrimentos e o Portugal composto de gen-te de trabalho, empreendedora e que nunca vira a cara à luta. Neste Portugal e neste PSD eu acredito.

O PSD de agora não vai ser liderado por uma qual-quer dama de ferro ou de bronze, tão-pouco por um pro-fessor catedrático de renome, um comentador televisivo ou um qualquer Einstein da política. Vai ser liderado por

um homem normal, mas que é um político experiente, tra-balhador, competente e capaz. Que sabe rodear-se dos me-lhores nas áreas mais importantes da governação, que es-cuta os seus ensinamentos e conselhos, que sabe ouvir e escutar o pensamento e as vontades dos militantes e dos portugueses em geral. É um político com experiência e prática. Dele se conhecem ideias e convicções, que pratica.

Vivemos um período de crise muito forte. Liderar o maior partido da oposição não é tarefa fácil. Dele se espe-ram medidas, ideias e soluções que contrariem as políti-cas deste governo, que dia após dia, nos empurra cada vez mais para a cauda da Europa. Ao PSD pede-se e exige-se, até, face à gravidade da situação económica do País, solu-ções para cada uma das áreas fulcrais da governação. Te-mos que deixar de lado os teóricos da economia, que debi-tam números em série mas não passam daí. Fazem muito bem o diagnóstico, mas não apresentam solução. Mal vai o doente que não encontra mais no médico, que a doença e o seu nome, sem ter esperança na sua cura.

Ao PSD, a este PSD e a Pedro Passos Coelho pede-se esta solução. A começar prioritariamente pelo combate à crise económica e ao desemprego. Se começarmos por aí e formos capazes, acredito, seguindo as palavras de Chi-co Buarque, “…que esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai tornar-se um imenso Portugal”.

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Desafios que esperam o novo PSD dePedro Passos Coelho

Diversão e cultura

Fernando Beça MoreiraPenafiel

Carlos Sousa Pinto Penafiel

Page 21: Repórter do Marão

O fenómeno do envelhecimento, as múltiplas formas de apoiar os seniores e os cuidados com doentes terminais ganha-ram amplitude já que a dependência, o carinho com o doente sénior, a medicina do bom envelhecimento, os cuidados geriá-tricos, por exemplo, estão em permanente adaptação.

Os serviços de proximidade têm constituído uma alterna-tiva útil aos cuidados familiares (mesmo quando se tornou pro-verbial existirem famílias de quatro gerações obrigadas a ree-xaminar as relações dentro da esfera desse grupo), dão apoio e conforto ao sénior, prestando-lhe por vezes cuidados continua-dos e nalguns casos até cuidados terminais. O envelhecimento activo, por outro lado, tem sido uma resposta a este envelhecimen-to demográfico em que os seniores não po-dem ficar sem préstimo e exclusivamente entregues à Segurança Social. Por isso, se procura incentivar o sénior a estar ocupado muito para além do tempo da reforma e a saber envelhecer melhor prestando servi-ços sociais e dando solidariedade aos outros. Os auto-cuidados e a vida activa podem con-tribuir para envelhecer melhor e cada vez mais lentamente. Não é novidade para nin-guém que agora aos 60 anos podemos ain-da pensar em ter 20 a 30 anos de vida au-tónoma. Hoje, a resistência dos seniores, 75 anos, é proporcional à resistência dos senio-res de 60 anos do século XIX. Mas também sabemos que o nosso corpo e mente não en-velhecem de uma só vez mas em peças separadas. Daí, as es-tratégias de prevenção de envelhecimento terem obrigatoria-mente um formato personalizado.

A despeito deste envelhecimento activo e de uma longevi-dade francamente mais saudável, até uma doença precoce pode derrubar um sénior cheio de sonhos. O aspecto que pretende-mos agora focar tem a ver com os doentes terminais (aqueles que, fruto de uma doença terrível, aguardam uma morte ine-xorável, com ou sem quimioterapia, ou cujo definhamento seja igualmente irreversível). Estes doentes terminais eram acom-panhados no passado por profissionais de saúde e familiares cuidadores. Hoje o doente terminal carece à mesma de cuida-

dos de saúde mas precisa de cuidadores e cuidadoras que lhe ajudem a saber franquear a passagem da vida para a morte.

“Caminhando com Doentes Terminais”, por Joyce Rupp e Joyce Hutchison (Editora Sinodal, distribuída em Portugal pela Editora Vozes) é um pungente e experimentado relato acerca da nossa caminhada final. Ser cuidador destas pesso-as pressupõe um investimento afectivo fortíssimo, uma grande preparação e disponibilidade.

A obra acolhe diferentes relatos de coragem e consolo e mostra como por vezes a simples presença de alguém pode ca-

pacitar o paciente terminal a vencer as suas angústias e preconceitos. Um cuidador tan-to pode ser um profissional de clínica ou hospital como qualquer membro da famí-lia. Os assistentes sociais ajudam os doentes e as famílias a lidar com o stress emocional e temos evidentemente a questão delicada dos aportes morais e religiosos já que cami-nhando para a morte a despedida tem sem-pre um determinado sentido ou é aceite sem sentido. No fundo, o cuidador encoraja o do-ente terminal a descobrir um determina-do sentido para o fim da vida, liberta ansie-dades, orienta o sofrimento para o amor de Deus, reforça a fé, toma a família do doente terminal coesa, esbate ressentimentos, faz revelar segredos, fomenta dádivas de hu-mor, unindo ainda mais aqueles que julga-vam que só havia vida até que a morte os

separasse. Não se esconde que este livro de coragem e consolo para

cuidadores não esteja dominado por uma tónica ética e religio-sa, porque o está. São histórias comoventes, que falam na es-perança do amor divino. Mas igualmente são relatos cheios de alegria que nos conclamam a termos esperança e paz nos mo-mentos dolorosos da partida, nossa ou dos entes queridos que nos rodeiam.

Para muitos este livro será uma bênção. E nenhum cuida-dor de doentes terminais ficará indiferente a estes relatos. Por isso propomos esta leitura sem hesitar, independentemente da fé de cada um.

A estrondosa vitória de Pedro Passos Coelho nas eleições directas do PSD tem como principal significado a concretização do desejo de estabili-dade directiva por parte dos militantes do PSD. Contra todas as dúvidas e maus augúrios, os so-ciais-democratas confiaram um mandato absolu-to ao seu novo líder, conferindo sem sombra de dú-vidas ao presidente do partido uma larga margem de manobra, quer para escolher a equipa dirigen-te, quer para definir uma linha política de firmeza face ao PS de José Sócrates.

O resultado de Pedro Passos Coelho (com qua-se 62%) transforma-o, sem dúvida, no líder mais legitimado de sempre do partido social-democrata - escolhido com praticamente dois terços dos vo-tos. Só perdeu na Madeira.

Mas houve casos, como no distrito do Porto, a maior distrital do PSD, em que a sua base de sus-tentação ultrapassou os 70 por cento. Este resul-tado histórico na vida do partido tem a particula-ridade de ter sido contra a “aristocracia” do PSD, que tarda em perceber que os seus votos, individu-almente, valem tanto como os dos militantes mais

modestos, ou seja os deno-minados mi-litantes de base.

Em ter-mos de opi-nião pública, estou igual-mente con-vencido que Pedro Pas-sos Coelho se vai afir-mar como a única alter-nativa viável a José Sócra-tes. Credibi-lidade e con-vicção são

atributos reconhecidos ao novo rosto do PSD que, como líder da oposição, rapidamente será reco-nhecido como o futuro Primeiro-ministro de Por-tugal. Esta é, aliás, a condição para que o actual Governo se desmorone para o País estancar os es-vaimentos dos recursos dos portugueses, uma ma-léfica marca da governação socialista.

Internamente, esperamos todos que o PSD entre numa fase de acalmia e estabilidade direc-tiva. Durante a campanha interna e já na noite dos resultados, os concorrentes à liderança, ven-cedor e vencidos, reafirmaram as intenções de, «vencesse quem vencesse», iria existir uma cola-boração mútua. Pedro Passos Coelho acrescen-tou ainda que gostaria de ver os seus adversários nos órgãos nacionais do Partido. Os militantes e os portugueses aplaudiram esta atitude. De res-to, dificilmente aceitariam e, muito mais dificulda-des teriam em compreender, caso a cúpula voltas-se a ditar exclusões.

A primeira escolha de opção política da nova liderança é sobre o PEC. Apesar de um voto fa-vorável no Parlamento (abstenção do PSD), o pro-grama não é um texto sagrado. E, por isso, o novo líder do PSD certamente exigirá melhorias, em especial nos desagravos fiscais para empresas e cidadãos portugueses. Pedro Passos Coelho, que não reconhece os méritos do documento, irá, por certo, avaliar os reparos possíveis sem colocar em causa a credibilidade internacional de Portugal.

No dia 20 de Março de 2010 partici-pei no movimento de cidadania que tinha o objectivo de “Limpar Portugal”. Foi um sucesso, nem a chuva demoveu os marco-enses do objectivo a que se propuseram, limpar as freguesias que compõem o nosso concelho, cada um com a sua brigada, que no total mobilizaram 1017 marcoenses.

Era muita gente a trabalhar, com entu-siasmo, alegria e sobretudo uma cadeia de solidariedade e entreajuda como não se via desde a época pós-25 de Abril.

Foram recolhidas 165 toneladas de lixo, sendo separado de acordo com as suas caracteristicas; pneus , vidros, inertes e os chamados “monstros” (sofás, frigoríficos, máquinas de lavar , televisões, etc..).

As instalações das oficinas da Câmara (onde era o depósito), encerraram apenas no dia 21 (às 5 da manhã), tal era o movi-mento de carrinhas e camiões a descarregar e a carregar para os transportar até ás lixeiras e centrais de tratamento e reci-clagem.

Tive a oportunidade de agradecer ao Bruno Nogueira e ao Rui Madureira (au-tores da iniciativa no Marco), ao engenhei-ro Moura da Câmara, assim como ao pre-sidente da Câmara do Marco pelo apoio à iniciativa. O meu agradecimento traduzido neste orgão de informação não abarca toda a grandeza do gesto, do momento e da ati-tude, atendendo a que não possuo capaci-dades que me permitam traduzi-lo no seu explendor.

Tenho, contudo capacidade para tra-duzir nestas linhas a minha revolta por verificar que nos dias imediatos já se de-positaram lixos nalguns locais. Sinto-me revoltado, na medida em que muitos de nós deram o seu contributo com o único objec-tivo de melhorar o planeta, que é simples-mente a nossa Terra, que é de todos!!! Te-nho consciência (e não me importo) que

teremos de ter mais dias como este, mas também tenho cons-ciência de que esse será um trabalho menor, comparado com o tempo que irá demorar a mudar muitas consciências!!

repórterdomarãoopinião

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07 a 20 abr’10

Beja Santos Assessor Inst. Consumidor

Um dia para Limpar Portugal,décadas para limpar consciências

Um serviço humano emocionante:ser cuidador de doentes terminais

Hernâni Pinto Marco de Canaveses

Um novoPSD

Marco António CostaPresidente PSD/Porto

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repórterdomarão22 07 a 20 abr’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I crónica|eventos

A pintora Balbina Mendes transpôs para 40 telas as várias máscaras que saem à rua nas festas do solstício de inverno, uma tradição ancestral da região de Trás-os-Montes e Alto Douro que quer dar a conhe-cer a todo o país.

A exposição "Máscaras Rituais do Dou-ro e Trás-os-Montes", que está patente ao público na Casa Museu Teixeira Lopes, em Vila Nova de Gaia, integra um projeto mais vasto, do qual fazem parte um livro e um DVD.

Balbina Mendes nasceu em Miranda do Douro, distrito de Bragança, pelo que, se-gundo disse à Agência Lusa, as tradições e rituais das festas dos rapazes ou de inverno sempre fizeram parte da sua vida.

Agora, as suas telas revelam máscaras esculpidas na madeira, moldadas no latão, feitas a partir da palha, vime, cortiça ou fo-lha-de-Flandres, máscaras que escondem os rostos dos que saem à rua para protago-nizar estes rituais que começam em dezem-bro e terminam na quarta feira de cinzas, que se assinala no dia a seguir ao Carnaval.

A pintora percorreu diversas localida-des transmontanas à procura das máscaras, desde Podence, Lazarim, Constantim, Var-ge, Salsas ou Torre de Dona Chama.

Balbina Mendes explicou que a ideia para este trabalho surgiu quando estava a trabalhar numa exposição sobre o Douro e pintou o "chocalheiro de Bemposta".

"Exigiu de mim transpor para a tela a cor, a alegria transmitida pelas máscaras quando vão à rua e isto foi algo que me co-meçou a beliscar. Daí comecei a alimentar a ideia de como seria uma grande exposição de máscaras", salientou.

O livro de Balbina Mendes conta com textos de Adriano Moreira, do investigador António Pinelo Tiza, e dois contos inéditos de Pires Cabral e de Amadeu Ferreira, sen-do que este último escreveu em mirandês.

Já o DVD pretende revelar o mundo das máscaras, apresentando apontamentos filmados, rituais e tradições.

Depois de Gaia, a exposição vai para os museus de Espinho, Lamego e do Douro.

Pintora Balbina Mendes revela tradições

Resende promove cavacas a 18 de abril

Ultimamente dei em matutar que só me sentirei razoavelmente protegido contra as incertezas do futuro no dia em que conseguir ga-nhar o euromilhões. Que querem, sou assim feito desta massa: radi-cal e pessimista ao mesmo tempo. Vai daí, em vez de jogar os dois eu-ros semanais do costume, passei a jogar quatro. Com resultados bem magros: uns oito ou nove euros de prémio lá quando o rei faz anos. Descontente com essa táctica, pedi à teoria das probabilidades e das combinações matemáticas o mila-gre de um destes dias acordar mul-timilionário. Com resultados nulos: nem uma nem outra se prontifica-vam a frutificar em cinco núme-ros e duas estrelas nos tempos mais próximos. De forma que, conside-rei, teria de subir mais uns degraus na escala, antes de ir bater directa-mente à porta de Deus.

Foi então que no pára-brisas do meu carro apareceu um dia um pa-pelinho branco (que a princípio e à distância confundi em pânico com uma multa) que me trouxe uma nova esperança. Era o Professor Rama a oferecer-me os seus servi-ços. Confesso que nunca tinha ou-vido falar neste «grande médium vidente internacional» que, segun-do o papelinho, é «espiritualista e cientista, adaptado de conhecimen-tos e poderes». Mas bastava-me sa-ber que, se era eficaz contra uma série de infortúnios os mais diver-sos, também pouco lhe custaria di-tar-me, num momento de transe, os números e estrelas que com tanto afinco tenho perseguido.

Resolvi consultá-lo no dia se-guinte. Mas eis que, quando me metia no carro para ir ter com ele, dou com outro papel semelhan-te no pára-brisas. Desta feita, era o Professor Bangali, que tinha em re-lação ao primeiro a subtil diferen-ça de ser «espiritualista cientista». Dizia o seu papel: «Se quer pren-der uma vida nova e pôr fim a tudo o que o preocupa, não perca tem-po, contacte o Professor Bangali.» Ora, justamente o que eu pretendo é prender uma vida nova (porque a velha, devo confessar, já anda um bocado solta). Daí o ter resolvido optar por este segundo professor, até porque oferecia «facilidades de pagamento», factor que não é de desprezar nos tempos que correm.

Só que, no dia seguinte, se dá nova reviravolta. Eu a entrar no carro — e um novo papel no pára-brisas. Agora era o Professor Dia-by, também ligeiramente diferen-te dos outros, porque se anunciava como «astrólogo curandeiro». Para além dos achaques que também os outros curavam, este tinha a van-tagem de oferecer a «atracção de clientes». Não é coisa para deitar fora, a atracção de clientes. A gen-te nunca sabe quando vai precisar de atrair clientes. De modo que es-tava agora inclinado a consultar o Professor Diaby (apesar de o nome me lembrar insistentemente o dia-bo, última criatura que desejaria ter como cliente).

Mas não é que no dia imedia-to me aparece mais uma oferta no pára-brisas? Agora era o mestre as-trólogo Dansoko que me oferecia «resultados bons e rápidos garanti-dos a 100%» e assegurava tratar do meu problema «com eficácia e ho-nestidade».

‘Pois seja’, disse para comigo. ‘Consultemos Dansoko.’

Corro o risco de não ser acre-ditado, se disser que no dia seguin-te (que foi ontem) apareceu ain-da um outro papel no pára-brisas. Era dum «astrólogo-médium afri-cano» que dava pelo nome de Pro-fessor Ali. De um modo geral ofe-recia os mesmos préstimos que os anteriores. Mas — como a cereja no topo do bolo — este professor «faz emagrecer ou engordar». Não é que eu esteja desgostoso com os meus 65 quilos, mas nunca se sabe quando se nos mete na cabeça per-der ou ganhar uns quilitos. Infeliz-mente o Professor Ali dá consultas em Viana do Castelo e em Miran-dela, e ainda não estendeu a sua be-néfica acção a Vila Real.

De modo que aqui estou eu como o tolo no meio da ponte. A quem recorrer nesta minha pai-xão por ganhar o euromilhões? A Rama? A Bangali? A Diaby? A Dansoko? A Ali?

Às vezes a abundância só atra-palha… Ajude-me o Leitor a deci-dir nesta angustiante hesitação.

Nota: Este texto foi escrito com deliberada inobservância do Acor-do (?) Ortográfico.

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Os professoresA.M.PIRES CABRAL

Resende organiza a 18 de abril a quarta edição da Festa das Cavacas, evento novamente promovido pela Câmara Municipal. A promoção de um dos produtos gastronómicos mais conhecidos do concelho terá lugar no Pavilhão Multiusos de Caldas de Aregos.

Durante o certame (com abertura marcada para as 11:00) os visitantes terão a oportunidade de provar este doce tradicional, feito à moda antiga e cozido em fornos de lenha.

A componente musical será executada pelos grupos musicais "Strella do Dia", "Karrossel" e "Pé na Terra".

Os dois últimos concertos do Ci-clo de Cordas de Amarante, dedica-do ao estilo latino, acontecem nas noi-tes de 9 e 17 de abril na Casa das Artes de Amarante, com entrada gratuita. Esta sexta feira, às 22:00, atua a Or-questra de Bandolins de Esmoriz, as-sociação criada há vinte e cinco anos e que se dedica a estilos diversos, do

Jazz à música clássica, passando pela música tradicional portuguesa e origi-nais da orquestra. Apresenta-se com 25 músicos, amadores e profissionais. O concerto final é com o trio CoMcOr-DaS, que difunde o Jazz Manouche, es-tilo mais conhecido por combinar vários géneros musicais, dando destaque ao Swing e aos ritmos ciganos.

Ciclo de Cordas em Amarante

A Escola Profissional de Arqueolo-gia (EPA) do Marco de Canaveses pro-move um concurso literário aberto a alu-nos, professores e funcionários. A data limite para a entrega dos trabalhos é o dia 20 de maio. A entrega dos prémios terá lugar uma semana depois, no Chá das Letras, uma iniciativa dinamizada pelos professores da componente sócio-cultural da EPA.

"Diversidade cultural" é o tema do

concurso literário “que visa estimular a capacidade criativa e o uso da língua portuguesa” porque sendo a única es-cola profissional de arqueologia do país tem “bastantes alunos oriundos de Cabo Verde, mas também gente [originária] um pouco de todo o país”, disse ao RM a professora Alzira Carvalho.

Os concorrentes podem apresentar trabalhos em prosa ou poesia, obrigato-riamente sob pseudónimo.

Concurso literário na Escola de Arqueologia

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2307 a 20 abr’10

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“Liberdade” 2010

O OLHAR DE...Eduardo Pinto 1933-2009

* Esta edição foi globalmente escrita ao abrigodo novo acordo ortográfico *

Alguns textos, sobretudo de colaboradores, poderão, contudo,utilizar ainda a grafia anterior.

“Expressões"

– Telões - Amarante– Anos 60

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