Repórter do Marão

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Oferecemos leitura ROSCAS EM BRAGANÇA A festa que acontece de porta em porta A infância difícil do menino órfão que chegou a bispo D. António Couto Nº 1258 | dezembro '11 | Ano 28 | Mensal | Assinatura Nac. 40€ | Diretor: Jorge Sousa | Edição: Tâmegapress | Redação: Marco de Canaveses | t. 910 536 928 | Tiragem média: 25.000 ex. CASTANHA NA TERRA FRIA Um filão da cor da terra COGUMELOS SHIITAKE Dos troncos de Amarante p'ra Europa GERMANO SILVA Cicerone da memória do Porto Prémio GAZETA do Tâmega e Sousa ao Nordeste DEZEMBRO ’ 11 repór ter do marão Designado Bispo de Lamego, onde toma posse no final de janeiro, o percurso de vida de D. António José da Rocha Couto nem sempre foi fácil. Lutou para ser padre e acreditou que ia conseguir. Nasceu em Vila Boa do Bispo, freguesia de Marco de Canaveses onde permanecem as suas origens. Cresceu sem a presença de um pai e foi ao lado da mãe, da avó e da irmã que se fez homem. Tinha apenas dois meses quando o pai, que até então trabalhou sempre nas minas do Pejão, partiu para o Brasil e nunca mais voltou.

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Revista Mensal de Informação. Tiragem média entre 27 e 30 mil exemplares. Distritos do Porto, Vila Real e Bragança parte dos de Viseu, Aveiro e Braga. Regiões do Douro, Tâmega e Sousa

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Oferecemos leitura

ROSCAS EM BRAGANÇA

A festa que acontece de porta em porta

A infância difícil do menino ‘órfão’ que chegou a bispo

D. António Couto

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CAStANhA NA tERRA fRiA

Um filãoda cor daterra

COGUMELOSShiitAKE

Dos troncos de Amarante p'ra Europa

GERMANOSiLVA

Ciceroneda memória do Porto

Prémio GAZETA do Tâmega e Sousa ao Nordeste

DEZEMBRO ’ 11

repórterdomarão

Designado Bispo de Lamego, onde toma posse no final de janeiro, o percurso de vida de D. António José da Rocha Couto nem sempre foi fácil. Lutou para ser padre e acreditou que ia conseguir. Nasceu em Vila Boa do Bispo, freguesia de Marco de Canaveses onde permanecem as suas origens. Cresceu sem a presença de um pai e foi ao lado da mãe, da avó e da irmã que se fez homem. Tinha apenas dois meses quando o pai, que até então trabalhou sempre nas minas do Pejão, partiu para o Brasil e nunca mais voltou.

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Seguiu as palavras de Deus e desde pequeno que encontrou o caminho da fé. Hoje é Bispo de Lamego mas o percurso de D. António José da Rocha Couto nem sempre foi fácil. Lutou para ser padre e acreditou que ia conseguir. Nasceu em Vila Boa do Bispo, uma freguesia de Marco de Canaveses, e lá deixou as suas origens. Cresceu sem a presença de um pai e foi ao lado da mãe, da avó e da irmã que se fez homem. Tinha apenas dois meses [nasceu a 18 de Abril de 1952] quando o pai, que até então trabalhou sempre nas minas do Pejão, partiu para o Brasil e nunca mais voltou. A mãe, o seu grande suporte, sempre lhe incutiu os valores transmitidos por Deus e pela fé da Igreja Católica. Cedo, com apenas quatro anos, começou a frequentar a catequese juntamente com a irmã, Maria Couto, dois anos mais velha.

O pároco Manuel Machado via em António uma criança especial e algum tempo depois já ajudava na missa. “Às cinco da manhã, levantava-se e ia para a Igreja. Era muito engraçado porque como ele ainda era pequenino mal chegava ao al-tar mas, o padre gostava muito dele e sempre o motivou muito”, recordou a irmã de António.

António fez a quarta classe com distinção e a mãe sonhava com um futuro promissor como me-cânico ou como carpinteiro. Mas, o destino esta-va traçado e António queria segui-lo. “Um dia, ele chegou a casa, no verão, e disse que não queria ser mecânico, nem carpinteiro mas sim padre. Na altu-ra a minha mãe ficou muito aflita porque era preci-so dinheiro para o enxoval e para os estudos e nós não tínhamos possibilidades”, conta Maria Couto.

Viviam numa casa pequena perto do monte onde Maria e António iam tantas vezes buscar le-

nha. A mãe fazia trabalhos de costura e a avó pas-sava os dias no tear. O dinheiro era pouco e não chegava para pagar os estudos a António num seminário. A irmã saiu da escola com 11 anos e foi para o Porto, onde tinha uma tia, para servir numa casa de patrões ricos. A vontade de Antó-nio de seguir o caminho da Igreja era tanta que com a ajuda do padre, das irmãs da congregação e da família conseguiu ir para o Seminário da So-ciedade Missionária no convento de Cristo. “Na al-tura a minha mãe tinha muito medo que ele fizes-se lá os estudos e depois desistisse. Dizia que as pessoas iam pensar que ele se tinha aproveitado da boa vontade delas só para conseguir os estu-dos. Mas depois viu que ele queria mesmo seguir o caminho de Deus e que nunca iria desistir de ser padre”, explica a irmã.

Na adolescência, o ilusionismo ganhou um

Joana Vales | [email protected] | Fotos Diário do Minho, D.R. e J.V.

Abandonado pelo pai, lutou muito para chegar a bispo

O frio entra-me pelas botas. Bato com pés no chão, devagar, para que os dedos não se assustem. Abro a porta de casa e a minha prima está no alto do muro, do outro lado. O Pai Natal não existe, diz-me. O sol frouxo rompe pela franja que me baloiça nos olhos. O Pai Natal não existe. Limpo os olhos na manga da camisola amarela. O sol faz-me chorar. Mesmo frouxo de inverno. A minha prima cola a frase no ar e fixa-se em mim, entre risos. Tapo as orelhas com as mãos. Está frio. Não quero que a minha mãe ouça o que ela está a dizer. Fecho também os olhos. Assim. É escuro e quente e tenho medo. Ouço um som compassado. Puxo o cobertor mais para cima, mais para mim. A minha respiração humedece o lençol à volta da boca. É noite lá fora e aqui dentro é triste. A noite é grande como um buraco feito nas calças de cair. A aletria dorme nos pratos. As rabanadas sacodem-se de canela e mergulham num doce sono. Por ser Natal, o bolo-rei adormece junto aos súbitos. Só os meus ouvidos não dormem. Ouço os passos de quem sobe as escadas. O Pai Natal não existe. Tapo as orelhas com as mãos que não estão frias. O muro da rua está vazio. O Pai Natal não existe. Quando o dia acordar, o Pai Natal vai ser sorrisos e som de papel a rasgar. E se o dia não acordar? E se for para sempre véspera de Natal? Sonho com a minha prima a sorrir para mim de cima do muro a

D. António Couto | De Vila Boa do Bispo a Auxiliar em Braga e agora a titular na Diocese de Lamego

D. António Couto (da esquerda para a direita): Bispo Auxiliar de Braga; foto oficial (Agência Ecclesia); na infância, com a mãe e com a irmã; na adolescência, com a família e numa época em que mostrou aptidão para o ilusionismo; os familiares mais chegados: cunhado, irmã, sobrinha e o primo mais novo.

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Abandonado pelo pai, lutou muito para chegar a bispoespaço importante na vida de António. “Ele adorava aquilo, passava horas a fazer ilusionismo. Os amigos fi-cavam imenso tempo a vê-lo porque ele tinha mesmo muito jeito”, recorda Maria.

António, um homem “reservado e muito justo”, era ordenado padre aos 28 anos em Cucujães. Os primei-ros anos de sacerdócio foram vividos no Seminário de Tomar e no serviço militar em Tancos, como capelão. “Ele sempre foi muito ligado à família. Escrevia mui-tas cartas a contar como estava e o que ia fazendo. Os nossos laços foram sempre muito fortes e ele nunca se esqueceu de nós”.

Partiu para Roma onde se licenciou em Sagrada Es-critura, passou dois anos em Jerusalém onde fez o dou-toramento, foi professor em Luanda e na Universidade Católica. De 1996 a 2002 foi reitor do Seminário da Boa Nova, em Valadares, posteriormente foi eleito Superior Geral da Sociedade Missionária da Boa Nova. Em 2007,

foi ordenado Bispo Auxiliar de Braga e agora é Bispo de Lamego, uma diocese com 144 mil pessoas e mais de 220 paróquias. Segundo um estudo sócio religioso re-alizado pela diocese lamecense, D. António Couto vai encontrar um território "que está a perder a identidade cristã, especialmente no domínio da família".

O seu percurso no seio da Igreja foi sempre pauta-do por “muita humildade e modéstia”.

“Ele continua a ser o mesmo António. Uma pessoa muito justa que não prejudica ninguém, muito ligado à família e muito inteligente”, diz a irmã com orgulho.

António nunca deixou de visitar a família e vai com regularidade à terra onde nasceu. “Vem cá muitas ve-zes. Adora os sobrinhos e gosta muito de passar um bocadinho connosco”.

Sempre que pode tirar uns dias de férias, ruma ao Marco de Canaveses. “No verão, o meu irmão vai sem-pre até ao monte, perto da casa onde vivíamos, e fica

lá um bocado a recordar a infância e o tempo que pas-samos juntos”.

A mãe faleceu há 14 anos e o pai nunca o conhe-ceu. Em Vila Boa do Bispo encontra a família e é abra-çado pelos sabores da terra.

“Não é exigente. Apenas não gosta de peixe e pe-de-me sempre para salgar umas cebolinhas”, diz a irmã com um sorriso.

Onde nasceu, todos sentem orgulho no Bispo e prova disso é o nome da rua principal. “Falamos com as pessoas e decidimos que esta rua, que fica junto à casa do povo, deveria chamar-se Rua D. António José da Rocha Couto, porque é uma alegria grande ter uma pessoa da terra com um lugar tão importante na Igre-ja”, explicou o presidente da junta.

Dia 29 de janeiro, aos 59 anos, vai ser oficialmente ordenado Bispo de Lamego e a irmã, os sobrinhos e os primos vão lá estar.

contar-me coisas que cabem em abraços. Sonho com o sol a entrar-me pela franja sem me fazer chorar. A minha mãe vem à porta e ouve que o Pai Natal existe. Conta-me que eu até já o vi! Rua de Santa Catarina. Porto. Cinco anos. Deu-me uma caneta mas eu não sabia escrever. Talvez um dia aprendesse, num daqueles dias que fazem a gente crescer. Os dias foram-se multiplicando por dentro do Natal e escorregaram devagar para o canto onde vive a recordação. E eu cresci na dimensão do que já foi. Abro e fecho os olhos muito depressa. O escuro é sempre escuro. Os pés que sobem as escadas são do meu pai mas eu não me importo porque para mim são do Pai Natal que também é pai, mas do Natal. Afasto um pouco os cobertores mas ouço a minha prima a rir do alto do muro. O Pai Natal não existe. Debaixo dos cobertores com as orelhas tapadas e com as mãos quentes o mundo é perfeito. Tem o exato tamanho dos sonhos que durmo. No Natal a noite também é escura, mesmo sendo uma noite de luz. No Natal a minha avó não está e a casa enche-se de saudades que se cumprimentam à entrada e não se largam à saída. No Natal os olhos ficam molhados de frio e as pestanas seguram dias que hão de vir. No Natal os mortos habitam os vivos numa ligação de para sempre. No Natal o menino é de barro e o Pai Natal fica sentado no muro da casa da minha

prima numa existência esbatida a carvão. Ligo a televisão. Homens e mulheres passam rápido, falam rápido, vivem rápido. Homens e mulheres pendurados nos muros negam a existência uns dos outros. Constroem árvores de plástico que enfeitam com vales verdes de descontos. Cruzam-se à consoada para as estatísticas e abastecem o depósito na gasolineira que der mais pontos. Mudo de canal. Homens e mulheres oferecem orçamentos com cortes nos laços. Homens e mulheres escorregam dos muros, porque se esqueceram das asas. Desligo a televisão. Abro a porta. Com os dedos frios raspo o musgo do muro. O sol entra-me pela franja e faz-me chorar. Limpo os olhos com a manga da camisola. Telefono à minha prima. O Pai Natal existe, não existe? Ela responde-me. Sim. O muro é que não.

Eduarda Freitas

D. António Couto | De Vila Boa do Bispo a Auxiliar em Braga e agora a titular na Diocese de Lamego

D. António Couto (da esquerda para a direita): Bispo Auxiliar de Braga; foto oficial (Agência Ecclesia); na infância, com a mãe e com a irmã; na adolescência, com a família e numa época em que mostrou aptidão para o ilusionismo; os familiares mais chegados: cunhado, irmã, sobrinha e o primo mais novo.

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Patrícia Posse | [email protected] | Fotos D.R.

Nem o tempo nem a desertificação popu-lacional esmorecem certos costumes do Nor-deste Transmontano. Em Outeiro, freguesia a 24 quilómetros de Bragança, a população vem para as ruas em honra do S. Gonçalo, que este ano se comemora a 7 de janeiro. É nesta festa que todos se tornam membros de uma grande família.

“Desde sempre que me lembro de se fa-zer esta festa, mas não da maneira como é ago-ra. Antes, os mordomos eram quatro rapazes e quatro raparigas solteiras; as roscas eram de pão, não levavam ovos e os homens compravam os ramos para oferecer às moças”, conta Ana Maria Rodrigues, 82 anos.

O neto sempre ouviu dizer que em tempos idos houve uma epidemia que matou muita gente e o povo socorreu-se do S. Gonçalo. “Pro-meteram que, todos os anos, fariam uma festa em sua homenagem caso as suas preces fossem ouvidas e assim foi”, acrescenta Miguel Melo.

Originalmente, a data da festa é 10 de janei-ro, mas a comemoração acontece no fim de se-mana mais próximo. Por essa altura, são muitas as pessoas que não resistem a conhecer de perto o ritual que até já mereceu destaque num docu-mentário feito por uma televisão chinesa.

Charolo: um artefacto invulgar

O olhar não escapa à imponência do Charo-lo, uma espécie de andor em forma de pirâmide que é coberto pelas roscas e enfeitado com cin-co ramos, com doçaria caseira, guloseimas e fru-tos secos.

Com cerca de dois metros de altura, o Charo-lo é colocado na Igreja de Santo Cristo, santuário que figura em vários roteiros turísticos, em lugar de destaque como se de um andor de um San-to se tratasse e integra também a procissão, aos ombros de quatro homens.

Posteriormente, é colocado bem à vista do povo que aguarda o momento do leilão, onde as roscas podem ser vendidas a preços que os-cilam entre os 5 e os 20 euros. O remate é feito peça a peça ou, por vezes, juntando duas roscas no mesmo lance.

Posteriormente, ao som de uma música criada propositadamente pelos gaiteiros, cada mordomo está incumbido de “dançar a rosca”. Para tal, perfilam-se e, uns metros à frente, nasce uma nova fila com os pares que escolhem. Os homens erguem as roscas e as mulheres dançam de braços no ar.

“Quando se escuta um som mais agudo e um toque forte do bombo, rapidamente

devem trocar de posição e bater com os trasei-ros, por isso, é também conhecida como a dança do bate-cu”, explica o jovem.

Pendurada no Charolo ou a supervisionar a dança feita em seu nome, a rosca é, sem dú-vida, a rainha da festa. Três sacas de farinha, 1.5 kg de fermento caseiro, 22 dúzias de ovos, 15 kg de açúcar, sumo e raspa de 10 kg de laranjas, lei-te, manteiga, azeite e aguardente ou Vinho do Porto incluem-se na receita respeitada, ano após ano, pelos mordomos e suas famílias.

As roscas apresentam um formato circular, assemelhando-se a um sol, embora possam as-sumir formas de animais, a representação do próprio Santo ou ainda casais de namorados para que a bênção divina recaía sobre eles.

Entregas e despedidas

Ao repasto de butelo com cascas, segue-se a entrega da festa aos mordomos novos, sen-do que a nomeação obedece à disposição to-pográfica das ruas da aldeia.

À porta de sua casa, cada mordomo dança com uma rosca na mão bem levantada e, no fi-nal, partilha-a com os presentes.

“Faz-se a despedida dos mordomos que fizeram a festa, chamados então mordomos velhos, e entrega-se aos mordomos novos. Uns e outros dão de beber e comer à sua por-ta. Esta ementa é normalmente constituída por doces, bolachas, bolos, roscas, as famosas «talaças» da tia Ana Maria e servem-se licores ou vinhos”, relata.

Esta ronda termina na casa do presidente da Junta de Freguesia, onde não se foge à regra e se faz nova paragem para satisfazer o palato.

A festa fica a cargo de 10 novos mordo-mos e Miguel está preparado para aceitar mais uma vez essa missão: “é a melhor festa do ano, em que todo o povo se junta e se pas-seia pela aldeia.”

Pandorcada noite fora

É pelo atroar de um foguete, lançado depois do jantar, que se percebe o início da Pandorca-da, ou seja, um novo périplo pelas ruas ao som da gaita de foles, do bombo e da caixa. “Pára-se

em todas as casas e é oferecida uma rosca pelo proprietário para ser dançada. No fim, são oferecidas bebidas e doçuras.”

A Pandorcada termina depois de ter passado por todas as habitações. Mas a fes-ta não acaba aí, porque os gaiteiros continuam noite dentro na Casa do Povo. “É tudo uma família nesta festa, junta novos e velhos, dos 8 aos 80”, conclui Miguel.

tRADiÇÕES | A pirâmide das roscas numa aldeia de Bragança

A festa que acontece de porta em porta

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Patrícia Posse | [email protected] | Fotos P. P.

Os livros encerram “arte e manhas”, descobrem diabos e outros mafar-ricos, falam de lobos e raposas, têm fadas e feiticeiras dentro, relatam his-tórias “para ler e contar”. Nas capas, figura o nome de Alexandre Parafita, um transmontano que escreve para que as crianças possam crescer de uma forma saudável. “Quando os mais pequenos crescem à margem dos livros, serão adultos infelizes e desenraizados”, assegura.

Com vários títulos publicados, o escritor transmontano molda as me-mórias que guarda dos tempos de catraio para chegar à mundividên-cia infantil. “Mas há outra área que tem a ver com a invenção de histórias contadas em verso ou em prosa e que vão ao encontro das necessidades educativas dos nossos dias.”

Aos 19 anos, Alexandre Parafita estreou-se com “Ah, Trás-os-Montes!”, um livro de poesia. Mais tarde, dedicou-se à literatura infantil e à produ-ção de obras sobre mitologia e património imaterial. Mas os livros não de-vem ser mais do que “um ponto de passagem para que a história regresse ao seu habitat: a oralidade”.

“Desde muito novo, senti o gosto pela escrita. Divertia-me muito a encontrar rimas para as palavras e sempre que os meus colegas tinham um apelido mais singular, apli-cava-lhe logo uma rima”, lembra Alexandre Parafita.

Com 10 anos, escrevia as cartas que as pessoas analfabetas da sua aldeia enviavam para os familiares mobilizados para a Guerra do Ultramar. Nessa altura, já cobrava direi-tos de autor, recebendo por cada missiva 25 tostões.

Durante grande parte da sua infância, Alexandre Parafita conviveu intensamente com os avós maternos, os grandes protagonistas das estórias que acabaria por herdar para a vida. “O universo em que fui criado também se espelha naquilo que escrevo.” Se com o avô aprendeu a enxertar as videiras e a distinguir os assobios da cotovia, dos melros e dos estorninhos, com a avó ouviu contar lendas, provérbios e fábulas. “Os con-teúdos da minha escrita procuram reutilizar as minhas memórias”, revela.

Leitura conjugada com deleite

Alexandre Parafita começou a escrever para crianças quando desistiu “em defini-tivo” de trabalhar como professor do Ensino Básico. “Uma criança que adquire hábi-tos de leitura vai ler durante toda a vida e vai tornar-se um cidadão culto, criterioso nas suas escolhas e criativo”, defende o agora docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Escrever com ludicidade e espicaçar a curiosidade são truques infalíveis para resgatar o interesse dos mais pequenos. “Procuro tirar partido das rimas, dos diá-logos rimados de maneira a que quando a criança está a ler uma história, lhe soe bem aos ouvidos e sinta vontade de a reproduzir. As palavras têm que cantar nas páginas dos livros e isso não é fácil.”

As histórias que nascem pelo seu punho vão tricotando o deslumbramento face ao enredo com a vontade de ler. “Quando introduzo reproduções de lendas de tras-gos ou de lobisomens, não quero amedrontar a criança, mas despertar a sua atenção. Para um miúdo, a leitura tem de ser um ato de prazer e não uma obrigação.” E ao vol-tar de cada folha, espreita uma espiritualidade telúrica: “procuro ensinar às crianças que há espiritualidade nos montes, no murmúrio dos rios, no cantar dos pássaros”.

“Magalhães nos olhos de um menino” é o mais recente trabalho, em coautoria com uma escritora brasileira. “As crianças têm o Magalhães nas suas mesas de trabalho e não sabem quem é o navegador Magalhães, uma figura da nossa História. Vai ser mui-to útil para acrescentar mais alguma coisa ao seu universo”, explica.

Mundos paralelos

Alexandre Parafita apresenta os seus livros em escolas de todo o país e participa em encontros com os leitores de palmo e meio. A curiosidade perante a trama engen-drada é a reação que mais se repete. “Perguntam-me o que é uma alma penada, um trasgo ou porque escrevo tanto sobre demónios. Essas perguntas levam-me a perce-ber que vivemos em mundos que crescem de forma desequilibrada. Nos meios urba-nos sabe-se pouco sobre as singularidades dos meios rurais. Numa escola a que fui, nem sabiam o que era uma peneira”, conta.

Por isso, as suas obras também procuram estimular a curiosidade sobre a identida-de transmontana. “O que está em causa é um fio da memória que se está a quebrar e que procuro, com os meus livros, recuperá-lo”, ressalva. Contudo, essas histórias “só fa-zem sentido na oralidade”, pois é aí que “ganham vida e conseguem introduzir os sinais da cultura por onde passam”. “Não quero que a história cristalize no livro. É preciso que as histórias regressem à oralidade”, sustenta.

Arauto da preservação da memória

Como investigador do património imaterial de Trás-os-Montes e Alto Douro, Ale-xandre Parafita tem vindo a publicar antologias e livros sobre essas temáticas, pois “por detrás das paisagens, há gente que tem rosto e alma”. “Se deixamos morrer o patrimó-nio imaterial, perdemos a oportunidade de conseguir interpretar o próprio conteúdo material da paisagem”, sublinha.

Quando a voz da avó se calou, o escritor sentiu necessidade de procurar “outras fontes narradoras”. Foi então que começou a adotar a rotina de se deslocar aos centros de dia, aos lares de terceira idade e às aldeias recônditas, sempre à cata das histórias que desafiam o tempo. “Gosto de recuperar a memória e todo o meu trabalho em tor-no do património imaterial, para além de responder aos desafios que a minha forma-ção académica exigiu, é a consciência que fui ganhando de que estes conteúdos são essenciais para se conhecer a identidade destes povos.”

Ao trilhar este caminho, Alexandre Parafita mostra-se determinado em evitar que se perca uma riqueza “certamente valiosa no futuro”. “Estou a contribuir para que as no-vas gerações tenham algo a que se agarrar. Se os jovens no futuro não tiverem um co-nhecimento da sua identidade, estarão condenados a viver como as árvores que não têm raízes.”

ENTREVISTA | Alexandre Parafita empenhado na preservação da memória

Alexandre Parafita10 janeiro 1956, SabrosaFormação: Doutoramento em Cultura Portuguesa e Mestrado em Ciências da Comunicação

Um livro: Os Lusíadas, de Luís de CamõesUm filme: E Tudo o Vento Levou, de Victor FlemingUma música: Fly Me To The Earth, dos Wallace Collection

' Histórias devem regressar à oralidade '

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* Economista. Representante Regional da DRN da Ordem dos Economistas

em Marco de Canaveses

A produção de castanha tem vindo gradualmen-te a aumentar no Nordeste Transmontano e a posicio-nar-se como uma atividade cada vez mais estratégi-ca no setor agrícola. Estima-se que a zona da Terra Fria produza, em ano médio, cerca de 20 mil toneladas de castanha por ano.

 O amor ao campo e às lides rurais, assim como o res-

peito que têm pela agricultura, são alguns dos fatores que levam dois engenheiros brigantinos, apesar de resi-dentes em Lisboa e Porto, a sacrificarem as suas férias em benefício dos castanheiros que possuem. Mas a compo-nente económica também pesa na decisão de preservar as propriedades da família.

Nos concelhos da Terra Fria, nomeadamente Bragan-ça, Vimioso e Vinhais, a produção  já representa muitos milhões de euros.

Ricardo Rodrigues, 31 anos  e Pedro Serra, 32 anos, abandonaram a terra natal para se formarem em Enge-nharia Eletrotécnica. Mas, apesar de terem experimenta-do o bulício das grandes cidades, dizem nunca ter perdi-do as raízes que os agarram à terra.

Recordações da infância

“Desde miúdo que passava os fins-de-semana na al-deia com os meus primos. Vi e fiz quase todas as tarefas agrícolas. Quando vim para Lisboa estudar desliguei-me da terra, passando inclusivamente o 1º semestre sem lá ir. Depois nunca mais deixei de ir a Bragança nem aos even-tos da minha aldeia, em Melhe. Participava na matança do porco e passava lá o Natal, Carnaval, Páscoa e as férias de verão”, explica Ricardo Rodrigues.

Também Pedro Serra partilha das mesmas vivências relacionadas com a vida no campo, uma vez que viveu al-guns anos na aldeia do seu pai, em Meixedo, e passava as férias com a avó em Ervedosa, aldeia da mãe.

É neste seguimento que surge todo o imaginário em torno da castanha, desde a plantação do castanhei-ro ao tratamento e apanha do fruto. Ricardo Rodrigues lembra os tempos de infância em que a apanha significa-va recordações doridas. “Fiz esse trabalho umas quantas vezes, mas tentava escapar-me dessa tarefa sempre que podia. É muito duro e quando a tua paga é só dor de cos-tas, desmotiva um bocado.”

Hoje em dia, as motivações são outras e a responsa-bilidade de tomar conta de umas centenas de castanhei-ros não dão margem para grandes lamentos lombares.

Fonte de rendimento

Ricardo reparte as suas férias entre os meses de feve-reiro e de novembro. “Primeiro, para enxertar as árvores e tratar das lavouras e, depois, para apanhar o fruto. Pelo meio há ainda alguns fins-de-semana usados para cortar os mamões e supervisionar tudo o resto”, explica.

Este apego aos castanheiros herdou-o do seu pai, en-tretanto falecido, que lhe deixou um projeto criado em 2005. “Agora tenho o compromisso de tratar dos casta-nheiros. Apercebi-me que as castanhas podem dar mui-to dinheiro e é uma muito boa oportunidade que o meu pai nos deixou para criar uma independência financeira.”

Pedro Serra, por sua vez, olha para o negócio das cas-tanhas de uma forma menos comprometida. Considera-se ainda um “aprendiz” de agricultor, mas pretende, em breve, explorar os terrenos que possui e potenciar toda a produção dos seus soutos.

“Atualmente, tenho poucas árvores com boa pro-dução, pois está tudo meio abandonado. Tenho, no entanto, um projeto de recuperação dessas terras e a intenção de aumentar a produção da castanha e de noz.”  A ideia passa por tentar manter os castanheiros centenários que herdou dos seus antepassados e plan-tar outras qualidades.

“A minha preferência vai para a castanha Longal, qua-lidade que já tenho na maioria dos meus castanheiros, mas como não tem grande valor comercial devo optar por plantar alguma Martaínha e Boaventura.” Esta última é precisamente aquela que mais rendimento dá a Ricardo Rodrigues. “Esta qualidade tem um bom calibre e dá-se bem em terrenos mais rústicos. Foi uma boa escolha da parte do meu pai. A produção é menos constante, mas as castanhas são de uma qualidade muito superior em ter-mos de sabor, conservação e mecanização para a indús-tria”, refere.  Para já, ambos recorrem a técnicas artesanais na apanha das castanhas, porém prevêem a mecanização dos processos, no curto-prazo.

Novas plantações

Ricardo conta com cerca de 1200 castanheiros que, por terem sido plantados recentemente, lhe garan-tem, ainda, pouca produção. “Este ano conseguimos 1200 kg, cerca de 1 kg por castanheiro. Num futuro pró-ximo – dentro de cinco anos – estarão a produzir 10 kg cada. Vendemos metade da produção a 2€/kg, mas se as-sumirmos um preço médio de 1.5€ dá 18.000€ por ano”, exemplifica.

Pedro Serra, por seu turno, não pensa para já na ver-tente comercial por não ter ainda os mecanismos que lhe permitam equacionar essa hipótese. “Ainda tenho pou-cas árvores e, por isso, não é um trabalho muito intensi-vo. É um extra do qual tiro prazer e que me permite con-sumir produto de qualidade.”

“É a única produção agrícola na zona da Terra Fria que  «dá dinheiro». Antigamente, as pessoas da Terra Fria olha-vam para as da Terra Quente com alguma inveja. Eles ti-nham azeite, vinho, amêndoas que rendiam muito di-nheiro e nós só tínhamos cereal, que não rendia nada. Hoje, são eles que nos cobiçam a produção de casta-nhas”, sustenta Ricardo Rodrigues.

Castanha: um filão da cor da terratERRA fRiA | Produção, em ano médio, chega às 20 mil toneladas

Daniel Faiões | [email protected] | Fotos D.R.

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Lúcia Pereira | [email protected] | Foto D.R.

Germano Silva é uma memória viva da história do Porto. O jornalista e historiador acaba de publicar mais um livro sobre a ci-dade Invicta «Porto: Nos lugares da história», com a chancela da Porto Editora. “Esta cidade é uma arca cheia de histórias inesgo-táveis”, afirma o autor. Com o livro que reúne crónicas publicadas no JN, Germano Silva espera contribuir para que “a cidade des-perte do marasmo em que vive e recupere o espírito do liberalis-mo que remonta à Idade Média”, imprimindo uma característica pedagógica. “Se as pessoas souberem que a rua onde moram ou trabalham tem uma história, isso ajuda-as a preservar e a gostar mais desses sítios”, sustenta.

Germano Silva ingressou no Jornalismo em 1956. Numa altura em que ainda não havia cursos, aprendeu com “os mestres”, os che-fes de redação, a ser “um contador de histórias”. Porque só conhe-cendo bem o Porto poderia ser um bom repórter, o jornalista par-tiu à descoberta da cidade que sempre o fascinou, recorrendo a um anuário com os nomes antigos das ruas e aos livros que encontrava nos alfarrabistas. Nunca mais parou. Aposentou-se após 40 anos de exercício da profissão, mas continua a publicar semanalmente cró-nicas sobre a história do Porto. Orgulha-se de ter vivido os tempos do jornalismo romântico e de não se arrepender de nada. “A censu-ra era uma arma terrível. Ainda hoje está por fazer a verdadeira his-tória do que foi a censura”, recorda Germano Silva. Os censores não se limitavam a não deixar sair assuntos contrários ao Governo, proi-bindo que se publicassem notícias sobre suicídios, droga e outros assuntos. Por outro lado, acrescenta, “a censura tinha a vantagem de obrigar os jornalistas a pôr a imaginação a funcionar”, transforman-do, por exemplo, um enforcamento num acidente que provocou a morte por asfixia.

Aos 80 anos, Germano Silva confessa ser “um adepto” das novas tecnologias da informação. “O jornal e o livro vão permanecer. O jor-nal vai evoluir, vai ser de outra maneira, mas vai continuar. A evo-lução tecnológica é necessária, acompanho-a muito atentamente e trabalho com as novas tecnologias”, refere o jornalista, apontan-do como vantagens o acesso livre e rápido à informação e as “coisas espantosas” que permite em termos de grafismo. Apesar de mara-vilhado com a evolução, Germano Silva garante que nunca o ouvi-rão dizer que gostaria de ter agora 20 ou 30 anos. “Vivi bem a minha vida. Fiz o que tinha a fazer”, afirma.

Apesar das dificuldades de hoje não se compararem com aque-las que testemunhou nos tempos da Segunda Guerra Mundial, a atual crise preocupa Germano Silva. “Tenho a sensação que os polí-ticos esqueceram as pessoas, o povo. Só ouço falar em cumprimen-to de objetivos, dizem as coisas com muita leviandade. Também me impressiona já não sermos um país independente. É-nos tudo im-posto: objetivos e diretrizes. Já não temos uma palavra a dizer. An-damos curvados perante o estrangeiro. Onde está a nossa indepen-dência? Cometeram-se muitos erros, mas quem gastou o que não tínhamos foram os políticos”, considera.

Memórias de Penafiel

Natural da freguesia de S. Martinho de Recesinhos, em Penafiel, Germano Silva mantém uma ligação muito afetiva à cidade onde nasceu, em 1931. Foi nesta região que passou parte de infância na companhia da avó materna. Os assaltos pela população local às car-roças de pão que iam para o Porto, as procissões e as ladainhas a Santa Bárbara para afastar as trovoadas são algumas das recorda-ções positivas que guarda. Ainda hoje, Germano Silva mantém uma forte ligação a Penafiel, doando frequentemente livros para a Biblio-teca Municipal, que será a herdeira do seu espólio literário, com ex-ceção dos livros sobre o Porto que serão doados ao Arquivo Muni-cipal do Porto.

ENtREViStA | Germano Silva, jornalista e historiador

Contador de histórias

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Page 14: Repórter do Marão

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Page 15: Repórter do Marão

Ser ou não ser, eis a questão!A Europa, e a crise que a atormenta, vista pela pena do cartunista Santiagu.

Esta Europa que nos mata!Dívidas soberanas. Pressão dos mercados. Medidas de austeridade. Fim da moeda úni-

ca. Expressões vociferadas pelos órgãos de comunicação social, esmiuçadas por comenta-dores e analistas, vulgarizadas em conversas de café e mesas-redondas.

A crise financeira que assola a Europa cresce, quase em paralelo, com os sacrifícios de quem acorda cedo para ganhar o pão de cada dia e vive à margem das cimeiras e reuniões de líderes. Nelas, os superiores interesses da comunidade parecem subjugados aos sábios que dialogam em alemão e francês. O Velho Continente está vergado a essa fragilidade de liderança. Permanece de olhos fechados para ignorar as especificidades de cada país.

De há uns anos a esta parte, os estados-membros tornaram-se sorvedouros de fundos comunitários, trapalhões nas contas públicas, irresponsáveis na definição de prioridades,

indiferentes à sustentabilidade dos projetos. Agora, conhecida a sua atitude perdulária, ba-tem à porta de quem terá me-nos culpa, com agravamento de impostos, desemprego, pre-cariedade.

Sob o chapéu da União Eu-ropeia, espreita uma nova for-ma de imperialismo e alastra uma carestia de vida camufla-da. Vive-se, enfim, nesta insus-tentável leveza de ser europeu até que, sem premonições ou certezas, se alcance uma solução infalível para escapar a este estertor.

Patrícia Posse

De crise em crise até ao descalabro?

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Page 17: Repórter do Marão

Paulo Alexandre Teixeira | [email protected] | Foto P.A.T. e D.R.

Um grupo de jovens agricultores de Ama-rante acredita que a região do Baixo Tâmega tem as condições ideais para se tornar num dos grandes centros produtores de cogume-los gourmet em regime de cultivo biológico. O projeto já arrancou em cinco quintas locais e está a poucos meses de iniciar o seu primeiro ciclo de produção e exportação para o merca-do europeu.

A longa pilha de troncos de carvalho e cas-tanheiro meticulosamente organizada pode pa-recer, à primeira vista, uma forma excêntrica de armazenar lenha mas nesta leira da Quinta da Ca-valeira, situada entre as freguesias de Lufrei e Vila Chã do Marão, em Amarante, assenta a esperança de cinco jovens agricultores de que o cogumelo assuma, num futuro muito próximo, a posição de produto agrícola de referência da região.

Em pouco menos de seis meses, nestes tron-cos protegidos da luz solar pelo denso arvore-do, estarão prontos para recolha milhares de co-gumelos Shiitake (Lentinula edodes), uma espécie oriunda do Japão muito apreciada nas cozinhas europeias.

A ideia germinou há cerca de um ano na ca-beça de Rafael Azevedo, um contabilista de pro-fissão que, com a cooperação de mais quatro proprietários rurais do concelho começou a de-senvolver um projeto comum para a produção biológica deste tipo de cogumelo.

Na Europa consomem-se em média 1,5 kg de cogumelos per capita (comparado com as 400 gramas dos portugueses) e o preço de ven-da pode atingir muitas dezenas de euros por qui-lo para espécies de alta qualidade, como é o Shii-take.

Clima e as matérias-primas“É um mercado, em particular o dos países

nórdicos, onde acreditamos que podemos com-petir com os restantes produtores mundiais. À nossa frente está a produção chinesa, como o grande desafio, mas acreditamos que temos aqui, em Amarante, todas as condições para criar e co-locar nas prateleiras e cozinhas da Europa um co-gumelo de qualidade superior”, explica.

O clima temperado e a abundância de ma-

téria-prima orgânica nos bosques e quintas do Baixo Tâmega são fatores que favorecem a pro-dução, em regime de cultivo biológico, de cogu-melos de alta qualidade, uma atividade que de acordo com a opinião destes jovens agricultores “tem um enorme potencial na região”.

“Grande parte das matérias-primas que uti-lizamos como alimentação dos cogumelos nas nossas explorações vem das limpezas de vinhas e matas locais”, explica Ricardo Moreira, um técnico de vendas também associado do projeto.

“Alguma da madeira é aproveitada das pró-prias quintas mas também é adquirida a lenhado-res e empresas de limpeza florestal, algo que nos interessa porque incentiva a preservação da flo-resta e mantém ativo o circuito de trocas comer-ciais a nível local”, sublinhou.

Conscientes de todos estes fatores, os cinco produtores decidiram recentemente formalizar o seu projeto numa Sociedade Agrícola de Gru-po (SAG) que, sob a égide da marca “Floresta Viva”, está a desenvolver uma série de competências na área da produção, comercialização e exportação de cogumelos de elevada qualidade.

Nova área de negócioEnquanto aguarda que as suas explorações

atinjam o ponto de maturação (entre seis a doze meses) necessário para sustentar o ciclo de pro-dução comercial, o grupo vai desenvolver com-petências e conhecimentos de modo a alargar a sua área de influência a outros aspetos desta ati-vidade.

A formação de futuros produtores locais é uma das vertentes que Rafael Machado, designer de comunicação, destaca como “essencial”, condi-ção que tornará o cogumelo produto de referên-cia para a região e para a qual a Floresta Viva já se prepara há algum tempo.

“Aliás, já desenvolvemos ferramentas próprias para este tipo de cultivo. Esta acumulação de co-nhecimentos e de técnicas potencia uma nova fa-ceta de negócio para a SAG e, ao mesmo tempo, permite um aumento de produção local com en-trada em cena de novos produtores devidamente consciencializados e formados de acordo com os nossos parâmetros de produção”, explica.

Para além da abundância de matéria-prima,

os bosques e prados da região são ainda casa para dezenas de espécies autóctones de grande qualidade, “uma fortuna ainda por explorar” em todo o seu potencial mas que carece de legis-lação própria.

Enquanto se aguarda a regulamenta-ção que refira como, quando e que espé-cies que se podem apanhar, o setor do cogumelo silvestre em Portugal está à mercê de interesses que, por vezes, vêm de fora do país, uma situação para a qual os produtores de Amarante chamam a atenção.

Estrangeiros cobiçam“Há quem esteja a olhar

para o negócio da apanha de cogumelos silvestres como uma autêntica galinha dos ovos de ouro. Infelizmen-te, e porque não há legisla-ção específica para este se-tor, veem-se todo o tipo de artimanhas que acabam por prejudicar o produto”, adver-te Rafael Azevedo.

No rol destes atropelos en-contram-se, por exemplo, os pas-seios micológicos organizados a partir de Espanha e mesmo Itália, em que grandes quantidades de cogumelos silvestres são recolhi-das em Portugal, transportados para lá da fronteira e que depois regressam às prateleiras de super-mercados e lojas nacionais, rotula-dos como produto de alta qualida-de e a custar dezenas de euros por quilo.

“É uma situação no mínimo ridícula que mostra bem como estamos a deixar fugir milha-res e milhares de euros em re-cursos naturais para fora do país e, ainda pior, pelos quais acabamos por pa-gar preços elevados”, con-clui Ricardo Moreira.

EMPREENDEDORiSMO | Shiitake produzido em Amarante

Cogumelos gourmet p'ra Europa

Page 18: Repórter do Marão

EPAMACAlunos apostam no CET de Animação Turísticacomo saída profissional na zona do Tâmega

Os Cursos de Especialização Tecnológica (CET), que agora conferem o nível V (Pós-Secundá-rio) têm vindo a conquistar cada vez mais alunos na nossa Escola. Cuidados Veterinários e Anima-ção Turística em Espaço Rural são as áreas leccio-nadas em parceria com a Escola Agrária de Ponte de Lima, uma colaboração com alguns anos e que tem produzido excelentes resultados.

Dois dos alunos matriculados este ano no cur-so de Animação Turística contam a sua experiência académica e as razões por que enveredaram por um CET na nossa Escola. A maioria dos alunos des-te curso são oriundos dos três concelhos da sub-re-gião do Baixo Tâmega – Amarante, Baião e Marco de Canaveses.

Segundo os alunos, a conjuntura económi-ca impõe que as empresas tenham ainda mais em conta os custos salariais e nesta situação é subs-tancialmente maior a procura por quadros mé-dios, habilitados com cursos profissionais.

Por definição, um CET tem por objectivo “for-mar técnicos especializados”, neste caso, na área da animação turística no espaço rural, e deve garantir a formação adequada ao “exercício profissional qua-lificado, ao nível dos quadros intermédios, quer da Administração Pública, quer do sector privado”.

Aos profissionais dotados de um CET cabe “res-ponder a um mercado de trabalho cada vez mais exigente e em forte crescimento”.

As saídas profissionais mais comuns na área do Entre-Douro e Tâmega, na perspectiva dos alunos, são a hotelaria, desde os serviços de recepção aos de guia turístico, as agências de viagens e as em-presas de animação turística – quintas, eventos, tu-rismo rural e agro-turismo. Os postos de turismo ou a recepção e acompanhamento de visitantes em centros interpretativos do património são também opções profissionais a valorizar.

Tendo em mente as inúmeras saídas profissio-nais que o CET de Animação Turística proporcio-na, Francisco Ferreira, 19 anos, de Amarante, e João

Cardoso, 23 anos, de Vila Boa do Bispo, Marco de Canaveses, optaram há pouco mais de dois meses pela nossa Escola.

O curso é frequentado neste ano lectivo por dezena e meia de rapazes e raparigas.

Ex-alunos do Secundário e do Superior, respec-tivamente, perspectivam os seus percursos profis-sionais para a vertente da animação turística, an-siando trabalhar em empreendimentos turísticos depois do estágio (o Francisco) e criar a médio pra-zo um espaço turístico próprio numa quinta fami-liar, com forte vertente ambiental. “Uma forma de turismo sustentável”, defende João Cardoso.

Maior procura de profissionaisEste aluno, que cursou gestão de empresas

numa escola superior privada da Maia e ao qual lhe faltam cerca de 60 créditos para concluir o curso, justifica o seu ingresso no CET da nossa escola: “A maioria dos meus colegas de faculdade termina-va o curso e ou ficava desempregado ou ficava a trabalhar nas empresas familiares. Devido à con-juntura actual do emprego decidi optar por um curso profissional porque tenho a noção que a re-muneração mensal será menor e isso facilita ar-ranjar um emprego. Creio, também, que há mais empregos para cursos profissionais do que para licenciaturas. Isto pode parecer um pouco irrea-lista porque uma licenciatura é sempre superior a um curso profissional mas digamos que a uma empresa basta ter um licenciado em turismo e po-derá recrutar 10 animadores de animação turísti-ca, oriundos de um curso profissional”.

O colega Francisco Ferreira, que veio da Esco-la Secundária de Amarante, quer seguir também um percurso profissional ligado ao turismo. Depois de concluir o CET e fazer o estágio, promete voltar a concorrer à Universidade (onde não entrou este ano por insuficiência de nota de ingresso), embo-ra admita iniciar a vida profissional se lhe aparecer uma proposta interessante, nomeadamente entre as empresas da sua terra a laborar no sector.

A componente prática do CET inserida no pla-no curricular agrada aos alunos. “A componente

prática estimula a criatividade dos alunos. Dão-nos um tema e temos de mostrar a nossa criativi-dade, a nossa capacidade de inovação”, sintetiza o João, que já se imagina a fazer um estágio profis-sional no hotel Douro Palace, na margem ribeirinha do Douro do concelho de Baião, acerca do qual elo-gia a forma como os seus responsáveis e pessoal in-teragem com os formandos.

Francisco Ferreira realça as visitas de estudo no exterior da escola, englobadas na componen-te prática do curso, que podem incluir deslocações ao parque natural da serra do Alvão, à Peneda-Ge-rês ou à serra da Aboboreira. As visitas incluem a visualização dos trilhos, a sua conservação e um levantamento exaustivo da fauna e da flora des-se habitat.

Empreendedorismo é o caminhoJoão Cardoso também reconhece que o curso

aponta aos alunos o caminho do empreendedoris-mo. “Devemos dar mais importância ao empre-endorismo porque o Estado cada vez tem menos trabalho para dar às pessoas e quer é que as pes-soas criem o seu emprego”, refere o aluno, dando exemplos de actividades que podem ser prestadas pelos profissionais às empresas ou organizações, quer sejam hotéis ou entidades de eventos.

O CET de Animação Turística em Espaço Rural tem uma carga horária total de 1550 horas e no fi-nal do curso os alunos também podem prosseguir os estudos na Escola Superior Agrária de Ponte de Lima (Instituto Politécnico de Ponte de Lima-IPVC) ou noutro estabelecimento que tenha cursos liga-dos ao Turismo. Na carga horária total está incluí-da a formação em contexto de trabalho (550 horas).

A componente científico-tecnológica tem uma estrutura muito marcante pelas áreas ligadas ao tu-rismo e ao património mas incide também sobre outras ferramentas indispensáveis aos futuros pro-fissionais – gestão de empresas, informática, inglês e castelhano e até técnicas de socorrismo. Língua portuguesa, relações interpessoais e higiene e se-gurança no trabalho completam a estrutura curri-cular do curso.

Provenientes dos Municípios de Amarante, Baião e Marco de Canaveses

"Creio que há mais empregos para cursos profissionais do que para licenciaturas".

João CardosoMarco de Canaveses

Francisco FerreiraAmarante

"Espero uma proposta interes-sante entre as empresas a la-borar no sector do turismo".

Os alunos da nossa Escola em actividades relacionadas com a componente prática do curso

Page 19: Repórter do Marão

Produção editorial da responsabilidade da EPAMAC

Page 20: Repórter do Marão

20 dezembro '11

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Irepórterdomarão opinião

Os casos sucedem-se com tanta rapidez que a notícia de hoje já fica requentada ou ultrapassada amanhã. E por haver fartura não faltam as explorações, até à náusea, dos mais mediáticos. Quan-tas vezes sem qualquer referência ao que será essencial e nos dita o destino, assim aumentando o “circo” pois o “pão” já não é muito.

É curioso ver notícias, principalmente da “política”, quando os media se deitam a adivinhar para ver logo os actores a desmentir. Depressa replicam e confirmam, e logo vaticinam o seguimento, com fontes que alegam «seguras”, «ligadas ao processo», ou «que pretendem manter o anonimato». Passado pouco tem-po, é o silêncio e o olvido sem que cheguemos a saber o que afinal se passou.

Deste modo pela, ou com, a Comunicação Social, «fico esclarecido» como diria Mário Soares.

Ainda por cá, o último arrimo que deveria ser a Jus-tiça, é o costume. Até a violação do segredo é exemplo do seu estado. 52 processos só num ano, deram 3 acu-sações (?), 16 arquivamentos e 25 foram parar a «ou-tros». O resto ainda deve andar em investigação. É tan-ta gente assim a saber e poder “violar” sem deixar rasto?

Quanto ao resto da nossa Pátria as vítimas do costume. A quem mais parece poder pagar dizem que estão a ponderar fazê-lo e por aí ficam. A quem prometeram não o fazer nem sequer pensam e, para que não restem dúvidas ou falsas esperanças de que fica por ali, logo se avisa que ainda há mais para tirar. Os afortunados, não só por terem fortuna mas também a sorte de não serem apanha-dos, continuam a escapar à “ponderação”, à Justiça e à condenação social. Nem sequer os que, por qualquer processo de “desvio” en-grossaram a grande parte do que vamos nós ter de pagar, são mo-lestados, inquiridos ou invocados para ressarcir aquilo com que se locupletaram. Alguns até, com descaro e atrevimento, invocam di-reitos adquiridos, a suposta legalidade da vigarice, a honorabili-dade dos ganhos e proventos, o desconhecimento dos meandros que, a serem ínvios, serão da autoria de outros compadres, e tudo na maior serenidade das suas consciências. E os tachos para a rapa-ziada partidária? Tem sido um regabofe que ainda não acabou. Bem prega Frei Tomás...

Lá por fora a mesma sorte. E não é preciso ir a outros continentes pois a Europa já chega para assustar. Dizia-se que uma das muitas virtudes da nossa adesão europeia era a garantia democrática. Viu-se mesmo como os dois “golpes de estado” da Grécia e Itália. Dois PM´s sufragados substituídos por dois PM´s rotulados pelos Merca-dos. E quanto aos líderes, estamos conversados. O que o pós-guer-ra começou a construir entre democracia e cidadania, derrotando a barbárie e megalomania Berlim/Vichy/Roma, com novas impo-sições e evidentes influências eleitoralistas dos “patrões do Eixo”, põem agora a economia e as finanças a substituir as bombas e os “campos” de má memória.

Da Economia, e vá lá a gente percebê-la, como é que pode cres-

cer se há cada vez menos dinheiro e menos empregos? Será o re-sultado da «primeira prioridade do(s) governo(s) que é a luta con-tra o desemprego»? Ainda não perceberam que de nada adianta ter economia sólida se o que se produz não tiver quem compre do outro lado?

Outra perplexidade e espanto foi a abertura duma notícia do Pú-blico: «Ministros do Eurogrupo admitem pedir ao BCE (Banco Cen-tral Europeu) que empreste dinheiro ao FMI (Fundo Monetário In-ternacional), para este poder emprestar à Itália». Afinal quem é que

espreme a teta e quem é que tem ou não tem dinheiro? Anda um a arranjar clientes para o outro? Ganham am-bos ou são ambos a esmifrar?

Nos turbilhões decepcionantes que vão corroen-do a esperança e os sonhos que ainda quero acreditar que um dia possam acontecer, mas que para já desa-creditam e me fazem perder o respeito aos (ir)responsá-veis, um pequeno bálsamo lá vai aparecendo de vez em quando, quanto mais não seja a lágrima incontida da Ministra do Trabalho de Itália ao falar de sacrifícios. Este Mundo e a Política precisam de mais Mulheres.

Daí o meu viva às azeitonas. É que tenho uma amiga que, quan-do a encontrava em «eventos» - ou «inventos» como diria outra ami-ga - explicava a razão da sua presença: umas vezes no desempenho do seu cargo, outras a acompanhar o esposo, ou seja, como «azei-tona» a decorar a travessa. Que venham elas, as azeitonas, cada vez mais nas travessas, e as Mulheres, muitas mais ainda, e das autênti-cas pois também andam por aí algumas “machorras”, a ver se dão melhor sentido à vida e à Política.

Vai valendo o que o espírito ainda tem de consolo ao que a vida não nos dá. Tenho pena que poucas pessoas usufruam e fiquem, como eu, encantadas e ressarcidas do que nos roubam os políti-cos arrivistas. Foi assim, e só para falar dos mais recentes, a quali-dade dos “nossos” Novos Talentos musicais com que a Antena 2 e a RTP2 nos brindaram, e o maravilhoso filme da Viagem ao Princípio do Mundo, do Manoel de Oliveira, que o Cônsul de Itália no Porto, o Signore Angelo Arena, a propósito dos 150 Anos da reunificação, nos proporcionou a par de vários concertos, com destaque para as obras de Verdi. É também a presença quase constante de Bach, Bee-thoven, Mozart e tantos outros nos sons que me fazem companhia.

Registo também com mágoa, por não aproveitarmos o que te-mos - veja-se o que (não) se passa no Douro Vinhateiro - mas tam-bém com orgulho e satisfação, ao ver o “meu” Porto eleito pela Time como local a visitar. E eu, que o conheço tão bem, pareceu-me ver outro, bem melhor e mais lindo, com a fabulosa reportagem que uma das televisões (privadas) nos mostrou. Foi reconhecido e não foi preciso pagar a qualquer agência ou lobby. Também, nos anos 50/60, tal não era preciso para que o Vinho do Porto fosse a bebi-da de eleição nos grandes filmes ou o selo e brinde dos grandes acontecimentos.

[Alguns textos de opinião são escritos de acordo com a antiga ortografia]

Perdi-lhes o respeito... vivam as azeitonas.

Recentemente um jornal nacional de refe-rência abordava a seguinte questão: "Os anti-gos governantes devem ser julgados?"

Ninguém me pediu opinião, mas mesmo assim gostava de dizer o que sinto nesta ma-téria. Eu acho que sim, que deviam ser julgados e condenados pelo mal que causaram a este país. Se calhar por causa deles, Portugal não vai sair do buraco em que caiu. Estou-me a lembrar de políticos como Mário Soares, Cavaco Sil-va, António Guterres, Durão Bar-roso, Santana Lopes, Paulo Por-tas, Alberto João Jardim e José Sócrates.

De facto eu gostava de os ver julgados, uns por umas razões, outros por outras.

O primeiro era Mário Soares, por ter feito as célebres presidên-cias abertas que descobriram a "careca" a Cavaco Silva, quando este era primeiro-ministro, de-pois por ser de direita no governo e de esquer-da na oposição e também por ter mandado de-saparecer da frente dele um agente da Polícia de Trânsito, quando seguia numa viagem.

Depois era a vez de Cavaco Silva. Primei-ro, por ter sido ele o principal destruidor des-te país no que diz respeito à produção, (agricul-tura, pescas, siderurgia, etc.). Segundo, porque assinou o Tratado de Maastricht, que permitiu que entrasse por este país dentro toda a por-caria que havia na Europa. Terceiro porque en-cheu de dinheiro a função pública. E quarto,

por ter instituído o 14º mês a todos os reforma-dos pobres e ricos. Benefício de que ele próprio veio a usufruir. Quanto a Cavaco Silva, a sua fo-lha de serviço é extensa, mas pronto, o espaço é escasso e fico por aqui. Podia falar, no sangue contaminado, por exemplo...

Guterres também tinha de ser chamado a capítulo, por ter instituído o Rendimento Míni-

mo Garantido, matando a fome a muita gente; por ter protegi-do as gravuras rupestres em Vila Nova de Foz Côa, ao substituir uma barragem cavaquista por um Parque Museológico; por ter recuperado vários Cine-Teatros no país ( o de Penafiel esteve por um triz) e por ter comido um naco de queijo limiano.

Durão Barroso, o da tan-ga, decerto não tinha tempo de se pirar para a Comissão Eu-ropeia. Tinha de ser julgado por ter apoiado a invasão do Iraque,

tornando-se com isso um colaboracionista de Bush, ao ser anfitrião de uma cimeira de guerra nos Açores, depois por não ter investido os fun-dos comunitários que recebeu da Europa para o desenvolvimento do país. Fundos esses, mi-lhares de milhões, que foram devolvidos à pro-cedência.

Santana Lopes também devia "entrar nas quentes" pelo descalabro que deu nas contas da Câmara Municipal de Lisboa de que foi pre-sidente e nesse cargo ter gasto uma fortuna colossal, num projecto para o Parque Mayer, de

autoria do arquitecto americano Frank Ghery. Projecto esse que acabou no caixote do lixo.

Paulo Portas perderia toda a vontade de exi-bir o seu sorriso signal, quando soubesse que tinha de pagar do seu bolso, os submarinos que comprou quando foi ministro da defesa e ter convidado para almoçar o senhor Donald Rumsfeld, um dos principais inventores das ar-mas de destruição maciça no Iraque.

Alberto João Jardim, seria fortemente pe-nalizado por insultar todo o mundo; pelo rom-bo que deu nas finanças, ao desbaratar dinhei-ros públicos em jornais, carnavais e futebóis; por dar aos portugueses do continente dupla nacionalidade quando lhes chama cubanos e por igualar, com a recente vitória nas eleições regionais, o recorde de Salazar em tempo de poder.

Finalmente José Sócrates. Este senhor teria de ser forçado a beber cicuta, por ter abolido duas leis que andavam (e andam) a encher de dinheiro os políticos, isto é, a subvenção vitalí-cia e o subsídio de reintegração; por ter afron-tado os senhores professores; por ter tentado reduzir o tempo de férias dos senhores magis-trados; por ter entregue um cheque no valor de 700 milhões de euros para ajudar a ilha da Ma-deira a sair dos escombros, quando a nature-za se zangou com Alberto João Jardim; por ter vendido o "Magalhães" ao seu amigo Chávez da Venezuela; por ter instituído um suplemen-to em dinheiro para os pobres mais idosos. Por último e principalmente, pelo facto de não ser engenheiro, e agora querer ser filósofo.

Era uma questão de justiça...

Armando MiroJornalista

Cenários deEnvelhecimento

Cláudia Moura

DESAFIOS E OPORTUNIDADES DOENVELHECIMENTO: Numa perspectiva

globalA esperança média de vida aumenta e a natalidade diminui.

O resultado da equação é uma população cada vez mais envelhecida.

DEIXO-VOS A PENSAR …a evidência da aceleração do envelhecimento demográfico na sociedade contemporâ-nea tem vindo a interpelar crescentemente os conceitos, as problemáticas, os significados e as respostas associadas à distensão progressiva da esperança de vida e ao conse-quente aumento da longevidade.

No caso português, o envelhecimento demográfi-co acentuou-se de forma particular nas últimas décadas, constituindo assim um fenómeno estruturante das socie-dades contemporâneas. A esperança média de vida em 2005 atingiu os 75 anos no caso dos homens e os 81 anos no caso das mulheres, valores que se situavam respectiva-mente em 64 e 70 anos no início da década de 70. Com a quebra progressiva das taxas de natalidade e a redução do número médio de filhos por casal, o peso da popula-ção com idades iguais ou superiores a 65 anos tem vindo a aumentar, situando-se em 17% em 2005, quando repre-sentava apenas 10% em 1970. Conforme, a II Assembleia Mundial sobre Envelhecimento, concretizada em Madrid, de 8 a 12 de Abril de 2002, desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Governo espanhol, “…até 2050, o número de idosos em todo o mundo avultará o nú-mero de jovens, pela primeira vez na história da humanida-de, segundo as projecções, até 2050, deverão corresponder a 21% (…)”.

Pode dizer-se que a esperança média de vida aumen-tou de forma quase exponencial desde o início do sécu-lo, não existindo qualquer previsão de uma inversão nesta tendência. Aliás no decurso da próxima década, a popu-lação activa começa a diminuir, quando muitos babyboo-mers se reformarem. No entanto, com o apoio de políticas de emprego adaptadas, este fenómeno pode ser tempo-rariamente compensado na próxima década pela subida das taxas de emprego. As evoluções positivas esperadas em matéria de emprego tendem a criar uma "janela de oportunidade" que permita avançar com reformas antes que se façam sentir os efeitos plenos do envelhecimento. Mas o aumento das taxas de emprego só provisoriamen-te pode atenuar os problemas e a longo prazo a mudança demográfica terá importantes consequências.

O envelhecimento da população pode mesmo cons-tituir uma grande oportunidade para aumentar a compe-titividade da economia europeia. Um primeiro passo nes-ta direcção consiste em incentivar à criação de apoios que favoreçam a qualidade de vida, isto diz respeito a domí-nios como as infra-estruturas necessárias ao bem-estar do idoso.

Estas medidas, são urgentes de forma a completar o novo paradigma de família, actualmente as casas são mais pequenas, as famílias menos disponíveis para assumir o papel de cuidadores, o que implica a necessidade de re-correr a repostas sociais, que garantam o equilíbrio nas re-lações interfamiliares.

Perante a complexidade dos desafios do envelheci-mento, é essencial uma estratégia global, para responder ao desafio demográfico que é uma tarefa de grande en-vergadura para todos.

Uma questão de justiça

Fernando Beça MoreiraPenafiel

[email protected] Professora Universitária e Investigadora na área da Gerontologia.

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A opinião expressa nos artigos assinados pode não corresponder necessariamente à da Direção deste jornal.

Esta edição foi globalmente escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico. Porém, alguns textos, sobretudo de colaboradores, utilizam ainda a grafia anterior.

22 dezembro '11

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Irepórterdomarão crónica & artes

Hoje como Ontem- Amarante

- Finais Anos 60

CÃESA.M.PIRES CABRAL

Tenho pelos cães em geral uma autêntica estima e simpatia profunda. Pena é que al-guns cães nem sempre me tenham retribuí-do o sentimento, demonstrando serem pelo contrário meus inimigos jurados. Refiro-me em especial a um que viveu em apartamento próximo do meu e tinha por costume pertur-bar-me as noites, ladrando indiscriminada-mente às duas, quatro ou seis da manhã, con-forme lhe dava na bolha. Era um lulu – raça entre todas embirrenta, que aliás ocupa um lugar modesto na minha estima. Mas estava disposto a dar-lhe a minha amizade, se ele a quisesse. Não queria. Queria era ladrar à tripa-forra quantas vezes lhe apetecesse, sem qualquer consideração pelo descanso dos donos (que aparentemente não o ouviam, ou então se reviam no lindo ladrar do seu cãozi-nho) e da vizinhança. Desapareceu da minha vista e dos meus ouvidos – e o diabo o man-tenha por lá bem longe, se é que ainda vive.

Também em Grijó, nas noites da serra que se querem silenciosas, profundas e rela-xantes, há um cão que não tem horário para ladrar, e fá-lo de todas as vezes que suspeita de algum movimento de gato ou bicho bra-vo por entre as couves e tomateiros que está encarregue de guardar. Já me tem arruinado algumas noites, esse cão ultra-zeloso dos seus deveres.

Este meu engodo pelos cães tem também, como tudo, as suas excepções. Por mais que queira, não consigo simpatizar com essas ra-ças assassinas, dobermann, pitbull, rotweiler e quejandas. Não consigo, pronto, por mais que me digam que são muito carinhosos, mansos, meigos e obedientes, e que deixam mesmo fazer carícias no céu-da-boca. Ná! Dêem-me antes perdigueiros e labradores, que, esses sim, são bichos de confiança e fidelidade sem limites.

Tirante esses brutamontes homicidas e os lulus petulantes (por razões diferentes, como fica dito), gosto praticamente de todas as ra-ças, mesmo as mais rafeiras. Se vejo na rua um cão, ainda que lazarento e escanzelado, dou um estalido com os dedos procurando interagir com ele. Se, em resposta, o cão abana a cauda, então avanço afoitamente para duas palavras de afecto e uma carícia atrás da orelha. O que ganho com isso? A reconfortante sensação de ter estabelecido comunicação com ele. Creio que anda nisto vagamente um sentido pampsiquista da vida, um como desejo de comunhão com todos os seres da criação que terá na sua génese algu-ma coisa de religioso.

Mas nem sempre foram rosas as minhas relações com os cães. Recordo vividamente

uma cena ocorrida aí por 1967 ou 68, época em que gostava de dar dois tiros às perdizes, sem que, à semelhança de Camilo, me doa o remorso de ter matado alguma. (Minto: matei uma; e cresci um palmo nessa tar-de de Outono). Certa vez, andava eu pelos altos de Pinhovelo, mais a apreciar os dila-tados horizontes da Terra Quente do que a escogitar furna onde pudesse desencantar alguma lebre, quando noto que três mo-lossos enormes, cães do gado, deram tento da minha presença e vêm de lá rosnando ameaçadores na minha direcção. Gritei-lhes, tentando desmobilizá-los pela palavra. Isso sim. Sentindo-os cada vez mais perto e mais ferozes, não vejo solução senão fazer pontaria ao da frente, disposto a disparar a espingarda em desespero de causa. Foi então que ouvi o pastor, lá de longe, gritar: ‘Não atire aos cães!’ ‘Então chame-os!’, berro eu de cá, em resposta. Ele assim fez. Soltou um certo assobio e – milagre – não é que os cães retrocederam, obedecendo prontamente ao chamo? Respirei fundo, aliviado. Porque não sei como iria acabar uma eventual dis-puta com os molossos, que eram três – mais um do que os canos da espingarda. Ou, dan-do de barato que abatia um deles e os outros fugiam com o estrondo, como iria acabar a pendência com o bárbaro pastor, que só se resolveu a intervir quando me viu decidido a disparar – sabendo-se, como se sabe, que qualquer pastor é capaz de pôr uma pedra onde põe o olho.

Lembra-me esta história, rigorosamente verdadeira, algumas vezes. E lembrou-me há bocado, ao ler na imprensa que uma matilha de cães selvagens – uns 200, parece! – anda a aterrorizar as populações do Cachão, Miran-dela. São cães que a própria desertificação do interior empurra para o monte e que se têm reproduzido a um ritmo cunicular. Por sua vez, esta notícia acorda em mim outras reminiscências: o romance Call of the wild, de Jack London, por exemplo; ou então os dingos da Austrália, que são justamente cães que abandonaram a vizinhança do homem e prosperam como mais uma espécie predado-ra nas planícies australianas.

Já não bastava a crise a ferrar-nos o dente todos os dias, ainda haviam de aparecer os senhores cães selvagens a quererem-nos fa-zer outro tanto. Não há dúvida, Leitor amigo: Portugal anda mesmo em maré de azar..

Nota: Este texto foi escrito com deliberada inobservância do Acordo (?) Ortográfico.

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O OLHAR DE...Eduardo Pinto 1933-2009

Cartoons de Santiagu [Pseudónimo de António Santos]

Kadahfi2011

Page 23: Repórter do Marão

Sandro e ireneEstes são os últimos sa-

cos de papel que temos. Achas que vale a pena enco-mendar mais alguns, para fi-carmos prevenidos? Nunca se sabe, não é? Qual é a tua opinião?

Fala, homem! Diz qual-quer coisa, Sandro.

Já fizemos trinta anos de casados, e eu ainda não me habituei aos teus silêncios. Então, nestes últimos tem-pos tens exagerado. Parece que viraste surdo e mudo. E isso enerva-me, sabes?

Tu estás a ouvir-me? Telefono a encomen-

dar sacos de papel ou com-pro dos plásticos, na dro-garia, que sempre são mais baratos, mas não têm graça nenhuma. Achas que vale a pena, Sandro?

Que horas são? Sete me-nos dez. Como o tempo pas-sa. E eu só vendi três pares de meias, depois do almoço. Quatro euros, vê lá a fortuna que se apurou hoje.

Que vai ser de nós, San-dro?

Lembras-te? Viemos para esta loja um ano depois de nos termos casado, no dia um de Abril de mil novecen-tos e oitenta e um. Nessa al-tura eu andava grávida da Iva, tinha uma barriga enor-me e uma alegria sem tama-nho. Ela nasceu mês e meio depois, a quinze de Maio, lembras-te?

Nós éramos tão felizes nesse tempo, lembras-te, Sandro?

Eu tinha a menina a dar-me pontapés na barriga, e a nossa loja a cheirar a tinta e a verniz, com um balcão a es-trear e uma máquina regis-tadora que nos custou os olhos da cara, mas parecia tão bem em cima do balcão. E demorámos tanto tempo a fazer a primeira montra, que até nos esquecemos de fazer o jantar. Nessa noite fomos comer a casa da minha mãe. E comemos castanhas co-zidas. Lembro-me tão bem. Tenho muitas saudades da minha mãe, que nos ajudou tanto, coitadinha.

Lembras-te, Sandro?Fizemos as obras e pa-

gámos a renda do primeiro mês com o dinheiro que o teu avô nos emprestou em segredo. Ele não queria que o teu tio Rodrigo soubesse.

Mas nós pagámos os juros, pagámos tudo até ao últi-mo tostão, e isso dá-me mui-to orgulho.

Bem somítico esse teu tio Rodrigo, e para quê tanta soberba? Agora está no lar e o ano passado nenhum dos três filhos teve a ideia de ir buscar o pai para consoarem juntos. Este ano deve acon-tecer o mesmo. São homens, estão lá para Lisboa, ou arre-dores, que eu não me acre-dito que estejam mesmo no centro de Lisboa, e, cla-ro, as mulheres deles não es-tão para o aturar, e se calhar nem têm sítio para o deitar.

Muitas vezes é conve-niente ficar tudo muito lon-ge.

A nossa Iva não é assim, graças a Deus. Eu sei que ela nunca nos há-de abandonar.

Já me esquecia de te dar uma novidade, que não é bem novidade, já estáva-mos à espera: a Iva telefo-nou-me há bocadinho. Em vez de dizer: olá, D. Irene, já calou a sirene, com aquela graça que só ela tem, e me põe logo bem disposta, dis-se: mãe, em Janeiro vou fi-car desempregada. E ago-ra, mãe? Como é que eu vou fazer para arranjar dinhei-ro para pagar o empréstimo da casa?

Coitadinha, estava mui-to transtornada, e o meu co-ração de mãe logo começou a sangrar. Eu fiz-me forte, e disse-lhe: enquanto eu tiver, vocês também terão, à fome não havemos de morrer. Te-mos de ser corajosos. Não há mal que sempre dure nem bem que se não acabe.

E não lhe disse mais nada. Para ouvir desgraças não vale a pena correr.

De modo que eu pensei que só depois do Natal é que lhe vamos dizer que a nossa loja, a Loja da Irene também vai fechar no dia trinta e um de Dezembro.

Esta crise é como um in-cêndio de verão: queima tudo por onde passa.

António Mota

23dezembro '11

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarãodiversos | crónica

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Douro sob ameaçaA classificação pela UNESCO do Alto Douro Vinhateiro Património Mun-dial da Humanidade está ameaçada pela construção da Barragem de Foz Tua, já em curso. O caso ensombrou mesmo o décimo aniversário do reconhecimento da UNESCO, que teve lugar a 14 de dezembro, um acontecimento que merecia outras celebrações.Contudo, fonte da UNESCO explicou recentemente que a classificação "não está em risco iminente" mas foi entregue às autoridades portu-guesas um relatório com recomendações para manter a classificação.Para o secretário de Estado da Cultura as ameaças ao Douro Património Mundial da Humanidade ultrapassam a construção de uma barragem, havendo outras como o ordenamento do território.Entretanto, a região duriense está cada vez mais desertificada, tendo per-dido mais de 12 mil pessoas em uma década.

PJ acredita que Rui Pedro vive Um antigo inspetor da Polícia Judiciária (PJ) que participou nas buscas em 1998 e depôs no Tribunal de Lousada no julgamento do desapareci-mento de Rui Pedro disse “estar convicto” que o agora jovem estará vivo.Rui Pedro, o menino de Lousada que desapareceu há 13 anos, terá hoje 24 anos, se viver.Afonso Dias, alegadamente a última pessoa a ver Rui Pedro na tarde de 4 de março de 1998, é também o único arguido no processo mas até ao momento remeteu-se ao silêncio na sala de audiências.Este ex-inspetor da Judiciária proferiu declarações que são con-traditórias com as de algumas testemunhas ouvidas recentemen-te pelo tribunal.

Incubadora em Amarante A incubadora de empresas do Tâmega, instalada em Amarante, pro-mete apoiar a criação de 70 entidades de base tecnológica nos próxi-mos três anos.Esta estrutura será gerida pelo Instituto Empresarial do Tâmega, pre-sidido por Carlos Costa, antigo presidente da Faculdade de Engenha-ria do Porto.O contrato de financiamento desta incubadora prevê um investimento de quase quatro milhões de euros, comparticipado por fundos do Pro-grama Operacional da Região Norte (ON2).A incubadora de empresas aguarda projetos empresariais apresenta-dos por jovens de cursos profissionais com o 12.º ano ou quadros supe-riores e abrange os municípios de Amarante, Marco de Canaveses, Baião e Celorico de Basto.

Chaves quer nova Comunidade O PSD de Chaves propõe ao Governo a criação da Comunidade Intermu-nicipal (CIM) do Alto Tâmega, no âmbito da reorganização administrati-va que o Governo pensa desenvolver em 2012.Chaves integra a CIM de Trás-os-Montes, que agrupa 15 municípios, sendo defendido a sua desintegração em duas áreas de menor dimen-são – a CIM do Alto Tâmega com seis municípios e a CIM Nordeste Trans-montano com nove concelhos.Entre outras razões, o PSD de Chaves alega que as relações transfron-teiriças dos seis municípios do Alto Tâmega (Boticas, Chaves, Montale-gre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar) são com a Galiza, ao contrário dos nove municípios do distrito de Bragança que são com Castela/Leão.

Centro de Lamego muda Vão ser investidos mais de três milhões de euros na requalificação do centro urbano da cidade de Lamego, nomeadamente as avenidas situ-adas ao fundo do escadório do Santuário da Nª Senhora dos Remédios.A intervenção integra um projeto mais alargado de regeneração urba-na - orçado em dez milhões de euros e financiado pelo Quadro de Refe-rência Estratégico Nacional (QREN) - que abrange também as zonas do Bairro do Castelo e do Largo da Feira.A intervenção nas avenidas Dr. Alfredo de Sousa e Visconde Guedes Tei-xeira transformará esta zona urbana "numa sala de visitas”, com mais mobilidade pedonal e acabando, no entender da autarquia, com o atu-al “conflito entre peões e veículos”.As obras devem arrancar no primeiro trimestre de 2012 e prolongar-se por cerca de um ano.

Presépios na Biblioteca de Fafe A Biblioteca de Fafe mostra até 7 de janeiro uma exposição de presé-pios, cujos trabalhos foram elaborados por associações, escolas, jardins-de-infância e instituições de solidariedade social.A exposição pode ser visitada no horário normal de funcionamento da Biblioteca, de segunda-feira a sábado (manhã).Entretanto, a Naturfafe organiza até domingo, 18, uma Feira de Natal para promover o artesanato local.O evento decorre no posto de turismo e alguns artesãos vão trabalhar ao vivo os seus produtos, nomeadamente de tecelagem, bordados e ar-tigos em palha.

CÂMARA MUNiCiPAL DE AMARANtE

EDITALNº 51/2011

Reporter do Marão, N.1258 - Dezembro/2011

Jorge Manuel Costa Pinheiro

Comércio de todo o tipo de material de escritórioRua Teixeira de Vasconcelos - Amarante

Telef. 255 422 283 * Telem. 917 349 473

------DR. ARMINDO JOSÉ DA CUNHA ABREU, Presi-dente da Câmara Municipal de Amarante: --------

------Faz saber, nos termos dos nºs. 1, 2 e 3, do artº 290º, Secção III, do Código Regulamentar do Município de Amarante que, após trinta dias da data do presente Edital, se procederá a várias exumações de sepulturas nas seguintes secções do Cemitério Municipal:--------

1ª SECÇÃO – sepultura nº 139, onde se encontram inumados Manuel Martins da Silva, desde 2003-01-25, então com 53 anos de idade, casado, filho de José Antó-nio da Silva e de Cândida da Conceição Fernandes Mar-tins, que era residente no lugar do Cruzeiro, freguesia de Amarante (S. Gonçalo), Concelho de Amarante, sen-do natural da freguesia de Souto, Concelho de Terras do Bouro e Cândida da Conceição Fernandes Martins, des-de 2005-12-14, então com 80 anos de idade, viúva, fi-lha de Manuel José Martins e de Maria Fernandes Mar-tins, que era residente no lugar do Cruzeiro, freguesia de Amarante (S. Gonçalo), Concelho de Amarante, sen-do natural da freguesia de Souto, Concelho de Terras do Bouro;---------

1ª SECÇÃO – sepultura nº 141, onde se encontra inu-mado Adriano da Costa, desde 2003-06-25, então com 72 anos de idade, casado, filho de António Costa e de Ana Ricardo, que era residente no lugar do Sobreiro, fre-guesia de Amarante (S. Gonçalo), Concelho de Amaran-te, sendo natural da freguesia de Amarante (S. Gonçalo), Concelho de Amarante;---------------

12ª SECÇÃO – sepultura nº 6, onde se encontram inumadas as cinzas de Maria Celestina Teixeira Ribeiro, desde 2006-02-25, então com 39 anos de idade, casada, filha de Álvaro e de Maria, que era residente na C. Cura Cabis, 5 – Sot. de Ferrer, Castellon Plana, Espanha, sendo natural da freguesia de Amarante (S. Gonçalo), Concelho de Amarante.--------------

------No prazo acima referido e de acordo com o nº 1 do artº 290ºº, devem os interessados   acorda-rem  com  a  Divisão  de  Serviços  Urbanos/Serviço  de Cemitérios, quanto à data em que terá lugar e sobre o destino das ossadas/cinzas, sob pena de verificação das consequências previstas nos nºs. 2 e 3 do mesmo arti-go.------

------E para constar e devidos efeitos se lavrou o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afi-xados nos locais de estilo e publicados nos jornais da região.------

------E eu,  (assinatura ilegível), Chefe da Divisão de Serviços Urbanos, o subscrevi.----------------

 Amarante e Paços do Concelho, aos 04 dias de No-

vembro de 2011 

 O Presidente da Câmara

 a) Dr. Armindo José da Cunha Abreu

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