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Renasceumalenda

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Batalhas, traições, sangue, sexo, podere intrigas. A série britânica Camelotrecicla a vasta literatura sobre o ReiArthur para injetar realismo no mito

surgido na Idade Média

EGUNDO REZA A LENDA, É EMmeio à névoa que o braço de uma damase ergue das águas geladas de um lagopara entregar a espada mágica destinada ao futuro rei daInglaterra. Mas é possível que uma história tão fantás-tica tenha suas origens em fatos reais? Foi acreditandoque todo mito tem um pé na realidade que Chris Chibnall

(Torchwood) e Michael Hirst (The Tudors) criaram Camelot. “Crescerna Grã-Bretanha significa ter o Rei Arthur como parte da sua infância.É uma história extraordinária que tem uma infinidade de variações,mas sinto que a versão que nós criamos é sobre como seria se você oueu vivêssemos naquela época. Como seriam as emoções do nosso estilode vida no meio da Era Medieval? A inspiração foi fazer algo o maisreal possível, com personagens modernos e cheios de conflito que têmuma vida emocionante”, explicou Chibnall sobre a nova série em en-trevista ao site americano Collider.

por Sarah Mund

CAMELOTI DIA 2, SÁBADO, 22H30,GLOBOSAT HD, 502

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Um novo trono – O jovem Arthur,interpretado por Jamie Campbell

Bower, assume o reino em meio à criseque se instaura após a morte de seu

pai e transfere o comando do CasteloPendragon para as ruínas de Camelot

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Mesmo que todas as versões da história cheguem aomesmo desfecho – a morte de Arthur pelas mãos do pró-prio filho –, o roteirista insiste que isso não é um proble-ma: “Você acha que sabe aonde a história está indo, masnós estamos tendo um enorme prazer em confundir al-gumas ideias, nos divertindo ao conduzir as pessoas pordiferentes caminhos. Se tem uma coisa com a qual nãome preocupo é em ter várias temporadas para trabalhar”.

Provavelmente a mais moderna versão da lendado Rei Arthur (lembrando que não existem provashistóricas de que ele realmente tenha existido) fei-ta até hoje, Camelot não se prende às imagens maiscomuns do imaginário popular que foramalimentadas por diversos filmes e até ani-mações ao longo de décadas. Por isso não es-pere encontrar um idoso e barbado Merlin.Embora o personagem desenvolvido por

A primeiratemporada temoito episódios e

marca a estreia deEva Green numa

série de TV

E é claro que o personagem principal da trama não passariaileso por todo esse rejuvenescimento. Em vez de um homemforte e destemido, confiante sobre a melhor maneira de gover-nar o reino, o que vemos é um garoto de barba rala, mal sain-do da adolescência. Retirado do berço real por Merlin quandoainda era um recém-nascido, Arthur, interpretado por jamieCampbell Bower, foi criado em uma fazenda numa vida re-lativamente confortável. Quando Merlin o convoca para as-sumir a coroa, ele não está preparado nem para um duelo deespadas, quanto mais para governar. Por isso, nos primeirosepisódios, ele ainda tem a aparência de um garoto e só aospoucos vai sendo treinado para sua nova realidade, o que tor-na a escolha do jovem ator britânico ainda mais conveniente:“Eu não vou mentir, foi difícil passar vários dias mirando o es-

joseph Fiennes não diga abertamente suaidade (em determinado momento até che-ga a ser questionado sobre seu aparentenão envelhecimento), ele obviamente nãopode ser considerado velho. Ele também não é o men-tor sábio e altruísta que prepara o jovem príncipe parao reinado, mas sim um homem em conflito e cheio desegundas intenções permeando suas atitudes.

“Eu queria me divertir com o Merlin, por isso minhaprimeira abordagem foi apenas jogar as tintas na tela eesperar para ver as cores se formando. Eu diria que o ca-belo curto e as tatuagens servem para deixar de lado essaaparência de profeta com uma bola de cristal. Ele tem po-deres, mas usá-los traz consequências – então ele os guar-da como um último recurso. Mas eu também sinto que oMerlin tem uma dualidade que o torna uma pessoa nãoconfiável. Parte anjo, parte demônio”, descreveu Fiennes,em rodada de entrevistas para divulgação da série. Fo

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pelho e tentando parecer forte e machão, enquan-to minha mente dizia: ‘o que você está fazendo, seuidiota?’”, revelou Bower em declaração à imprensainternacional na Irlanda, onde a maior parte dascenas foi gravada ao longo de seis meses.

As mulheres de CAmelot – Em meio atanta testosterona correndo solta, é impossível nãonotar o sensual elenco feminino da série. “Era umamentalidade bastante brutal na época, as pessoas ti-nham os instintos mais básicos, como caçar, comer,lutar e, bom, é muito carnal nesse sentido, muitosensual”, explicou aos jornalistas Tamsin Egerton,intérprete da romântica, porém destemida, Gui-nevere, a paixão secreta do rei. “Acho que a gran-de sacada do programa é ter tantas pessoas jovense bonitas no elenco. Iisso tem potencial para atrairuma nova geração”, declarou para a MoNET, ementrevista por telefone, a atriz Claire Forlani, que nasérie dá vida à rainha Igraine, mãe do novo rei.

Como os próprios integrantes da equipe de pro-dução e do elenco brincam entre si, Camelot estárepleta de pessoas lindas. E, entre elas, a que chamamais atenção é de longe a Morgana construída pelafrancesa Eva Green. As histórias da meia-irmã deArthur mudam de acordo com cada variação da len-da, mas uma característica que a personagem man-tém em todas as versões é o seu envolvimento commagia. Maltratada e banida pelo pai, o rei utherPendragon, seu único motivo para sair do conventoonde cresceu é sua ambição de ser coroada rainha.E para alcançar isso ela não hesita em envenenar opróprio pai. Só que ela não tinha conhecimento daexistência de Arthur, filho bastardo de uther comsua segunda esposa, Igraine.

Sem poder desafiar diretamente o comandodo irmão, que anseia por encontrar nela a famí-lia que não teve, ela se volta para a feitiçaria natentativa de usurpar o trono. “A Morgana se vêcomo uma guerreira, igual a qualquer homem. É,ela tem culhões”, descreveu Eva Green duranteevento de divulgação de Camelot.

Não que a presença de belos homens e mulheres,ou até mesmo as exuberantes paisagens da Irlandasejam os únicos atrativos da série. Para os aficionadosna lenda, ainda existem outras várias histórias rela-cionadas ao Rei Arthur, como por exemplo a forma-ção dos Cavaleiros da Távola Redonda e a apariçãode lancelot. Tudo esperando para ganhar uma novaroupagem, bem ao gosto desse início de século 21.

As peças em torno do Rei – Como num jogo de xadrez,muitos personagens estão envolvidos no destino de Arthur. Emsentido horário, a partir do centro: a rainha Igraine (ClaireForlani), sua mãe biológica; Morgana (Eva Green), suameia-irmã, que deseja ser coroada rainha; Guinevere (TamsinEgerton) e Arthur (Jamie Campbell Bower) vivem uma paixãosecreta; e o mago Merlin (Joseph Fiennes), seu mentor. É elequem consola Arthur quando a mulher que o criou como filhoé morta por um rival que tenta persuadi-lo a abdicar do trono

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