Relat+¦rio+sensa+º+Áes+som+íticas

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Universidade Federal do Maranhão Centro de Ciências Biológicas e da Saúde CCBS Departamento de Ciências Fisiológicas - DCF Sensações Somáticas e Nocicepção Discentes: Ana Beatriz Campos Carolina Falcão José Aires Docente: Prof. Dr. Antonio Marcus de Andrade Paes Curso: Medicina 1º Período

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  • Universidade Federal do Maranho

    Centro de Cincias Biolgicas e da Sade CCBS

    Departamento de Cincias Fisiolgicas - DCF

    Sensaes Somticas e

    Nocicepo

    Discentes:

    Ana Beatriz Campos

    Carolina Falco

    Jos Aires

    Docente: Prof. Dr. Antonio Marcus de Andrade Paes

    Curso: Medicina 1 Perodo

  • 1. INTRODUO

    O sistema nervoso central tem uma vasta complexidade de processos cognitivos e

    controla as reaes do corpo atravs do processamento de informaes externas e internas.

    Essas informaes so provenientes dos diferentes rgos e nervos sensoriais, e a partir destas

    o sistema as integra para determinar as respostas a serem executadas.

    O sistema nervoso central dividido em autnomo e somtico, e o segundo

    responsvel em manter a integridade do nosso corpo com o ambiente, alvo da aula prtica.

    Esse permite que se tenha a percepo de calor, frio e fenmenos luminosos, por exemplo.

    Todos esses estmulos so captados pelos diferentes tipos de receptores que atravs das

    cadeias neuronais vo transmitir informao at o crtex, medula espinhal, tronco enceflico e

    cerebelo onde sero transformados em sensaes.

    RECEPTORES

    Existem cinco tipos de receptores: mecanorreceptores, termorreceptores,

    nociceptores, receptores eletromagnticos e quimiorreceptores. Para o entendimento da aula

    prtica necessria compreenso de uma categoria das mecanorreptores, os de

    sensibilidade ttil, ou do tato, os de sensibilidade da presso, os de sensibilidade de tecidos

    profundos, msculos, tendes e articulaes. E alm desses, receptores relativos dor ou

    nociceptores e os receptores de temperatura.

    Mecanorreceptores

    Receptores de tato e presso

    Existem dois tipos de tato, o protoptico e epicrtico. O protoptico caracteriza-se

    fisiologicamente por ser um tato grosseiro, com pequena capacidade de identificao. O

    epicrtico o tato fino, com grande capacidade de identificao, a perda do tato epicrtico

    quase maior danos do que a do protoptico. Os receptores de tato e presso so os receptores

    de Paccini, que tambm um mecanorreceptor. Nas reas dotadas de pelos temos as

    terminaes nulo-espinhais, na base do folculo piloso, e nas reas sem pelos temos os

    receptores de Meissner, como exemplo tem-se palma da mo, lbio e lngua. Esses receptores

    so mecanorreceptores, e o estmulo para desencadear um potencial de ao mecnico.

    Para o tato protoptico temos como via trs neurnios, o primeiro perifrico, o segundo

    espino talmico anterior e o terceiro tlamo cortical. Para o trato epicrtico o primeiro

    neurnio perifrico, o segundo espino talmico posterior e o terceiro tlamo cortical.

    Receptores proprioceptivos

    So responsveis pela sensibilidade de msculos, tendes e articulaes. Os

    receptores presentes nos msculos so os fusos musculares, nos tendes so os rgos

    tendinosos de Golgi e nas articulaes so os receptores de Paccini e Ruffici modificados. Se

    for aumentada a presso sobre um tendo ou quando se movimenta uma articulao,

    produzida uma modificao no potencial de membrana dos receptores. Ocorre assim o

  • desenvolvimento de um potencial gerador do receptor que pode ser limiar ou sublimiar

    dependendo da magnitude do estmulo. Os receptores de propriocepo so tnicos, mas eles

    se diferenciam dos receptores da dor, no caso do primeiro o potencial provocado decresce

    ligeiramente e depois se mantem constante, e no caso do segundo o potencial se mantem

    inalterado. Parte das vias consciente e parte inconsciente, na consciente existem trs

    neurnios, o primeiro perifrico, o segundo espino talmico anterior, e o terceiro tlamo

    cortical; na parte inconsciente existe o primeiro neurnio perifrico e o segundo espino

    cerebelar.

    Receptores trmicos

    Existem diferentes graduaes de frio e calor: frio congelante, gelado, frio, indiferente,

    morno, quente e muito quente. As mesmas so discriminadas por trs tipos de receptores

    sensoriais: receptores para o frio, receptores para o calor e receptores para a dor. Os

    receptores para dor so os responsveis pelas situaes trmicas extremas (frio congelante e

    calor extremo). H ainda uma diferena entre as velocidades de conduo dos sinais de frio e

    calor. O primeiro conduzido por fibras do tipo A (delta), mais rpidas e ramificadas, enquanto

    o segundo conduzido por fibras do tipo C, mais lentas. Essa velocidade de conduo varia

    entre 0.4 m/s e 2m/s na quente e fica em torno de 20 m/s nos sinais de frio.

    H receptores especficos para o calor e para o frio. O receptor de Krause capta as

    relaes da energia trmica abaixo da temperatura corporal (37 C), enquanto que o receptor

    de Ruffini capta a energia trmica acima desta.

    A velocidade das reaes qumicas alterada mediante mudanas na temperatura

    (uma alterao de 10 C pode dobrar a velocidade de uma reao), dessa maneira, acredita-se

    que os receptores para frio e para calor sejam estimulados quando essa mudana altera as

    taxas metablicas dos receptores. Em outras palavras, a percepo da mudana na

    temperatura no resulta dos efeitos fsicos diretos do calor e do frio sobre as terminaes

    nervosas, mas sim da estimulao qumica (alterao da taxa metablica no receptor) destas

    terminaes modificadas pela temperatura.

    Receptores da dor

    A percepo da dor, at meados da dcada de 60, era considerada unicamente ao

    aspecto da isquemia/leso do tecido referente, desconsiderando caractersticas que,

    atualmente, so de atuao complementar no mecanismo da dor, tais como os fatores

    genticos, ansiedade e expectativa. A definio de Dor, atualmente, parte do princpio de que

    se trata de uma experincia emocional, com sensao desagradvel associada leso tecidual,

    desencadeada por um estmulo nocivo. Apesar de o mecanismo ser representado por um

    nico tipo de receptor, a saber, terminaes nervosas livres, a transduo do tecido lesado se

    d por meio de duas fibras dos nervos perifricos: as do tipo A Delta (consideradas como a via

    para dores rpidas), e as do tipo C (consideradas como a via para dores lentas).

  • 2. OBJETIVOS

    Identificar as diferentes experincias sensitivas: trmica, nociceptiva, tato epicrtico e

    protoprtico e a presso. Relacionar cada uma das sensaes acima descritas a determinadas

    reas previamente selecionadas e estimuladas e suas respostas e percepes. Pesquisar os

    diferentes tipos de receptores envolvidos em cada um dos procedimentos efetuados

    3. MATERIAIS

    Cerdas de vassoura

    Algodo

    Basto de vidro

    gua quente

    Gelo

    Halteres

    Esfigmomanometro

    4. PROCEDIMENTO

    Os experimentos requerem a honestidade do participante em relao ao que foi

    percebido.

    Na primeira parte dos experimentos foi utilizado algodo para discriminar as

    diferentes percepes sensitivas no dorso e na palma da mo, nas falanges e na parte distal do

    antebrao. Dois voluntrios participaram deste experimento.

    Na segunda parte foram utilizadas duas cerdas de plstico de vassoura para pressionar

    diferentes regies do antebrao e da mo, por vezes distantes por poucos milmetros e outras

    por alguns centmetros. Esse experimento tambm foi executado em dois participantes.

    O terceiro segmento da aula prtica foi relativo aos receptores trmicos, foram

    utilizados dois bastes de vidro que por um intervalo de tempo foi aquecido e o outro esfriado,

    o voluntrio foi sensibilizado pelos dois bastes simultaneamente em diferentes reas e

    distncias relativas.

    A quarta parte dos experimentos buscava simular a dor do membro fantasma atravs

    da imerso do cotovelo do voluntrio em gelo, durante um intervalo de tempo.

    A ltima parte dos experimentos buscava atravs da hipxia produzir dor isqumica

    induzida em trs voluntrios sedentrios, sendo um controle. Os 2 voluntrios do grupo no

    controle, um deles do sexo masculino e outro do sexo feminino, eram colocados sob presso

    dos tensimetros (insuflados 200mmHg) e submetidos a exerccio de supinao de halteres

    de 2-3 Kg. A voluntria do grupo controle no exerceu a atividade, porm foi submetida

    presso extra como os demais.

  • 5. RESULTADOS E DISCUSSES

    Experimento 1 Teste da sensibilidade ttil

    Utilizando-se um chumao de algodo observou-se ausncia de sensibilidade na palma da

    mo e na parte inferior das falanges, em oposio parte distal destas e ao dorso daquela.

    Essa diferenciao relaciona-se com a presena ou ausncia de pelos nas regies testadas. Os

    receptores de tato e presso so mecanorreceptores, logo, necessrio um estimulo

    mecnico no caso a movimentao do folculo piloso para que a terminao nervosa deste

    seja estimulada, a permeabilidade da membrana aumente e um potencial de ao seja

    desencadeado, levando a percepo da passagem do chumao de algodo.

    Experimento 2 Teste da sensibilidade ttil

    (discriminao de dois pontos)

    Neste experimento, a utilizao de duas hastes de plstico em contatos sucessivos com a

    pele revelou a relao entre a percepo dos estmulos e a distncia dos receptores na

    superfcie do antebrao e no dorso da mo. Quando ocorre estmulo em uma zona da pele,

    atingi-se uma populao de receptores que envia os impulsos ao sistema nervoso central. A

    localizao do estmulo determinada por dois fatores:

    a. Cada neurnio sensorial recebe informaes de uma rea sensorial especifica

    chamado campo receptivo. Quanto menor for o campo receptivo mais especfica

    ser a localizao do estimulo.

    b. A percepo do estimulo determinada por processos de excitao e inibio, ou

    seja, para que um estmulo puntiforme seja processado, necessrio que os

    neurnios aferentes vizinhos no interfiram na percepo do receptor central,

    mecanismo denominado de inibio lateral. Sem esse mecanismo, dois estmulos

    s so percebidos como distintos se estiverem separados por um campo receptivo

    no estimulado.

    Assim, cada campo receptivo contm uma rea central excitatria, que recebe o

    estimulo com maior intensidade, e uma rea perifrica, que graas inibio lateral,

    percebida mais fracamente. A maior proximidade com que dois estmulos podem ser ditos

    como distintos chamado limiar de dois pontos e , portanto, dependente da densidade dos

    receptores na pele. Quando dois estmulos so aplicados em regies diferentes da pele, duas

    populaes de neurnios enviam sinais aferentes ao crtex cerebral, o que, dependendo da

    distncia entre estas duas populaes, pode determinar a percepo de apenas um dos

    estmulos provocados. Assim, o neurnio sensorial ignora as informaes da regio perifrica

    do receptor, captando apenas o estimulo da zona central excitatria. No experimento

    realizado no voluntrio, observou-se, portanto, que pequenas distancias (estmulos localizados

    em um mesmo campo receptivo) entre as duas hastes de plstico, no momento da

    sensibilizao, podem determinar a percepo de apenas uma destas.

  • Experimento 3 Teste da sensibilidade trmica

    Nesta etapa da aula prtica observou-se que as sensaes trmicas percebidas na pele

    esto relacionadas ao nmero de receptores superficiais e ao tipo de fibra nervosa que conduz

    a informao. No casa do experimento, o voluntrio relatou sentir um nmero elevado de

    vezes mais o basto frio do que o quente. Isso pode ser explicado pelo fato de os receptores

    para o frio serem mais abundantes cerca de dez vezes superior do que os receptores para o

    quente. Alm disso, a fibra nervosa que conduz a informao do quente do tipo C, mais

    lenta, se comparada a que conduz a do frio, do tipo A (delta), mais rpida e mais ramificada.

    Experimento 4 Teste do membro fantasma

    Na quarta parte dos experimentos no foi possvel observar os resultados esperados.

    Porm, o experimento tinha como suposto resultado a dormncia e a diminuio da

    temperatura da mo. Essa sensao se d pela variao de impulsos nervosos. Assim que o

    membro/nervo seccionado da poro do corpo, o SNC produz um descarga violenta em

    todos os tipos de fibras, seguido de uma diminuio drstica e quase imediata dos estmulos.

    Com o passar do tempo, as terminaes nervosas comeam a se restabelecer, causando uma

    confuso para as funes, j que o SNC j havia interpretado a perda do membro. Assim, a

    falta de influxo normal de estmulos causa a percepo dolorosa de reas inexistentes, dos

    quais a maioria dos pacientes que referem a Dor do Membro Fantasma tem a conscincia de

    que este membro existe.

    Experimento 5 Teste da nocicepo

    As concluses seguintes se deram em comparao das atividades dos 3 voluntrios

    tomados dois a dois: os de diferentes sexos do grupo no controle, e as duas voluntrias em se

    tratando da atividade exercida ou no . Observou-se, no primeiro caso que, no sexo masculino,

    devido ao maior nmero de fibras com mioglobina (protena globular presente nos centros

    musculares que so responsveis pela fixao do oxignio), a atividade do homem se estendeu

    marca de 1 minuto e 19 segundos, em comparao ao 1 minuto e 4 segundos alcanada pela

    voluntria, sendo uma resposta padro ao tipo de experimento. No segundo caso, a voluntria

    que no praticou a atividade, apresentou taxa de hipxia relativamente menor que a outra

    integrante do sexo feminino. A comparao entre ambas de extrema praticidade: a que foi

    submetida atividade teve maiores exigncias no que concerne a oxigenao muscular que a

    outra, assim, a fadiga resultante mais rapidamente expressa na fermentao ltica devido a

    pratica da atividade, sendo esta uma resposta considerada padro.

    Sendo assim, a sensao de dor resultado de trs processos distintos:

    I- pela produo de cido ltico - fermentao por falta da disponibilidade de

    oxignio, deficincia essa que se deu pelo garroteamento promovido pelo

    esfigmomanmetro;

    II- pela reduo o pH sanguneo e aumento da [H] -que o estmulo

    nociceptivo;

  • III- pela maior concentrao de potssio no meio extracelular que tambm

    desencadeia um estmulo doloroso, pois mediador dos processos ativos da

    membrana.

    Vale ressaltar que a fadiga muscular um processo no qual h mais que duplicao do

    fluxo sanguneo para a manuteno da atividade muscular, ocorrendo atrves da vasodilatao

    promovida por mecanismos fisiolgicos, dentro dos quais se destaca a ao da Bradicinina,

    responsvel tambm pelo aumento da permeabilidade dos capilares e reduo do limiar para

    o disparo da fibra nervosa em funo da queda do tempo de ps-hiperpolarizao, estgio no

    qual sucessivos potenciais de ao podem ser desencadeados.

    6. CONCLUSO

    Mediante as caractersticas aqui descritas, os experimentos realizados nos permitem ter

    uma concepo mais abrangente sobre o papel dos receptores - de suas reas de cobertura,

    tamanho e densidade populacional-e das vias sensitivas para cada uma dos estmulos

    pretendidos: tato, dor e temperatura. Vale ainda destacar o papel de outros componentes

    facilitadores e dificultadores para as vias ascendentes de descendentes de determinados

    estmulos, as variaes perceptveis em sexos, idades e tnus musculares distintos.

    Conclumos, portanto, que a captao e a percepo dos mesmos so situaes distintas, ainda

    que complementares, e que nem sempre dois estmulos sero interpretados como

    polivalentes devido s condensaes perceptivas promovidas pelo SNC.

    7. REFERNCIAS

    BULLOCK, JOHN; BOYLE, JOSEPH; WANG, MICHAEL B. NMS, National Medical Series para

    Estudo Independente, Fisiologia, 3 edio

    GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Mdica. 11 ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed.,

    2006.

    Site: http://www.macfit.com.br/pdf/fisiologiador.pdf

    Site: http://medworks1.tripod.com/Fisiologia/receptores.htm

    Site: http://www.poderdasmaos.com/site/?p=SISTEMA_NERVOSO_SENSORIAL11734

    Site: http://sergiogsilva.blogspot.com.br/2011/07/o-fenomeno-dos-membros-fantasmas.html

    Site: http://www.deficienteciente.com.br/2009/08/dor-no-membro-fantasma_13.html

    http://www.poderdasmaos.com/site/?p=SISTEMA_NERVOSO_SENSORIAL11734http://sergiogsilva.blogspot.com.br/2011/07/o-fenomeno-dos-membros-fantasmas.htmlhttp://www.deficienteciente.com.br/2009/08/dor-no-membro-fantasma_13.html