Relatório e Contas 2016 · 2018-07-04 · A taxa de desemprego na Zona Euro foi diminuindo...
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Relatório e Contas 2016
ÍNDICE
1. Introdução ........................................................................................................................................................................................ 5
2. Breve Caracterização da CCAM ............................................................................................................................... 7
3. Enquadramento Econónimo ............................................................................................................................................... 9
3.1 Economia Internacional.......................................................................................................................................... 9
3.2 Economia Nacional ................................................................................................................................................ 11
3.3 Mercado Bancário Nacional ........................................................................................................................ 14
3.3.1 Evolução do Mercado Nacional de Depósitos ............................................................... 14
3.3.2 Evolução do Mercado Nacional de Crédito .................................................................... 15
3.4 Mercados Financeiros ......................................................................................................................................... 17
3.5 Principais Riscos e Incertezas para 2017 ......................................................................................... 20
4. Crédito Agrícola – Evolução Recente ................................................................................................................. 23
4.1 Resultado e Balanço – Análise Financeira do Grupo CA ................................................... 23
4.2 Outros Factos Relevantes .............................................................................................................................. 28
5. Evolução da Actividade da Caixa Agrícola ................................................................................................ 33
5.1 Actividade Comercial – Visão Global .................................................................................................. 33
5.2 Recursos de Clientes ............................................................................................................................................ 35
5.3 Crédito ............................................................................................................................................................................. 37
5.4 Crédito Vencido ...................................................................................................................................................... 38
5.5 Indicadores de Estrutura e Dimensão .................................................................................................... 39
5.6 Indicadores de Exploração e Rendibilidade ................................................................................. 40
5.7 Indicadores Prudenciais .................................................................................................................................... 44
6. Movimento de Sócios Durante o Ano de 2016 ........................................................................................... 45
7. Dívidas à Administração Fiscal e Segurança Social ............................................................................... 47
8. Estrutura e Práctica de Governo Societário da CCAM ...................................................................... 49
8.1 Estrutura de Governo Societário ............................................................................................................... 49
8.2 Organograma Geral da Caixa de Crédito Agrícola .......................................................... 49
8.3 Assembleia Geral ................................................................................................................................................... 49
8.3.1 Composição da Mesa da Assembleia Geral ..................................................................... 49
8.3.2 Competências da Mesa da Assembleia Geral ................................................................. 49
8.4 Conselho de Administração ........................................................................................................................... 50
8.4.1 Composição do Conselho de Administração .................................................................... 50
8.4.2 Competências do Conselho de Administração ............................................................... 50
8.4.3 Reuniões do Conselho de Administração .............................................................................. 51
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8.5 Órgãos de Fiscalização .................................................................................................................................. 51
8.5.1 Conselho Fiscal .............................................................................................................................................. 51
8.5.1.1 Composição do Conselho Fiscal ................................................................................... 51
8.5.1.2 Reuniões do Conselho Fiscal ............................................................................................. 51
8.5.2 Revisor Oficial de Contas .................................................................................................................... 51
8.6 Política de Remuneração ................................................................................................................................. 51
9. Proposta de Aplicação de Resultados .............................................................................................................. 59
10. Notas Finais .................................................................................................................................................................................. 61
11. Demonstrações Financeiras ............................................................................................................................................ 63
12. Anexo às Demonstrações Financeiras ................................................................................................................... 71
13. Relatório e Parecer do Conselho Fiscal .......................................................................................................... 119
14. Certificação Legal de Contas ................................................................................................................................ 121
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CONVOCATÓRIA DE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
Convocatória publicada no “Jornal Nordeste” nº1060, em 07 de Março de 2017
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1. INTRODUÇÃO
O encerramento de contas do exercício de 2016 é o primeiro em que vigora, nesta CCAM, o regime
de gestão imposto pela Caixa Central, em que é exigida a permanência de Administradores com
dedicação exclusiva.
De salientar que se trata igualmente do ultimo exercício em que o risco de cobertura de crédito foi
assegurado por provisões, uma vez que em 2017 passou a vigorar o regime de mensuração e registo
de imparidades. Este novo método de ponderação do risco obriga a um acompanhamento mais
exigente e atento da carteira de crédito, em especial dos maiores devedores, no sentido de precaver
e minimizar a incerteza dos resultados apurados, que, para já, este procedimento transmite.
As características da região onde Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Terra Quente está inserida,
com a desertificação a constituir cada vez mais um problema, onde as empresas instaladas são de
dimensão reduzida, e consequentemente, bastante limitadoras do nosso crescimento, incutem a
necessidade de recorrer a sindicatos bancários (dentro do grupo CA) para incremento do negócio,
via concessão de crédito, fora da nossa região. Deparamo-nos com a mesma necessidade em negócio
angariado na nossa área de actuação, nas situações em que o valor do crédito é elevado face à
limitação actualmente em vigor para a concessão de crédito à mesma entidade.
Numa perspectiva de gestão de custos, procedeu-se, em 2016, à reorganização de algumas agências,
tendo-se encerrado a agência de Santa Comba da Vilariça, onde permanece o serviço ATM e
reduzido o horário de funcionamento da agência de Carviçais.
Na vertente de desempenho comercial, concretamente no cumprimento dos objectivos anuais impostos
pela Caixa Central, a CCAM da Terra Quente alcançou uma posição importante, tendo ficado
colocada nos primeiros lugares a nível nacional, com a concretização de 22 dos 24 objectivos
definidos.
A generalidade dos rácios apresentados pela CCAM da Terra Quente em 2016, encontram-se
enquadrados com os rácios exigidos pela Caixa Central, sendo ainda expressão de bons níveis de
rentabilidade e risco reduzido.
No exercício em referência a nossa carteira de crédito cresceu mais de 8%, situando-se pela primeira
vez próximo da fasquia dos 70 milhões de euros. A situação líquida registou um valor superior a 16,5
milhões de euros, atendendo ao crescimento homólogo verificado que foi próximo dos 6%. O resultado
líquido do exercício de 2016 alcançou os 862,12 mil euros, constituindo um crescimento face a 2015
superior a 6,4%.
O Conselho de Administração da CCAM da Terra Quente deixa o seu agradecimento a todos os
funcionários, colaboradores, sócios e clientes, sem os quais estes resultados não seriam alcançáveis.
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2. BREVE CARACTERIZAÇÃO DA CCAM
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Terra Quente foi constituída sob a forma de cooperativa de
responsabilidade limitada, em 20 de Setembro de 1996, compreendendo como áreas de intervenção
e negócio os concelhos de Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Torre
de Moncorvo e Vila Flor.
Encontra-se inscrita na Conservatória de Registo Comercial de Carrazeda de Ansiães sob o número
único de matrícula e identificação de pessoa colectiva 501 780 645, com sede na Rua Luís de Camões
na vila de Carrazeda de Ansiães.
Actualmente a rede comercial de agências expande-se pelos cinco concelhos identificados num total
de 7 dependências, a saber:
Concelho Localidade
Alfândega da Fé Alfândega da Fé Vilarchão
Carrazeda de Ansiães Carrazeda de Ansiães
Freixo de Espada à Cinta Freixo de Espada à Cinta
Torre de Moncorvo Torre de Moncorvo Carviçais
Vila Flor Vila Flor
Dispomos ainda de uma rede de 10 ATM’s e 2 Balcão24, disponíveis 24 horas por dia para os nossos
4.281 associados e mais de 18,6 mil clientes activos.
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3. ENQUADRAMENTO ECONÓMICO
3.1. ECONOMIA INTERNACIONAL
A estimativa mais recente aponta para que se tenha verificado um crescimento do PIB mundial de 3,1%
em 2016, valor inferior aos 3,2% alcançados em 2015. A confirmar-se esta expectativa, este será o ritmo
de crescimento económico mais fraco desde o ano da recessão mundial de 2009.
Antes da crise financeira (2008), as economias emergentes vinham apresentando ritmos de crescimento
superiores a 7,0%, tendo nos anos mais recentes (2008-2016) apresentado um crescimento em torno
dos 4,0%. Efectivamente, para 2016, o FMI antecipa um crescimento no conjunto dos países emergentes
de 4,2%, valor aquém dos 4,4% registados em 2015. Parte deste abrandamento perspectivado para a
economia global em 2016 é explicado pela evolução da segunda maior economia do mundo – a
China que, com uma variação estimada de 6,7% no PIB deste ano, regista o mais baixo crescimento
desde 1990 (3,9%).
Este valor contrasta, ainda assim, com o ritmo de crescimento dos países desenvolvidos, que se estima
ter sofrido uma desaceleração de 2,1%, em 2015, para 1,6%, em 2016. A quebra no desempenho dos
EUA, cujo crescimento anual reduziu de 2,6% em 2015 para 1,6% em 2016, encontra explicação na
componente das exportações (que foram prejudicadas, entre outros, pelo fortalecimento do dólar
americano) e na componente do investimento (condicionado pelo comportamento dos preços do
petróleo que durante o ano de 2016 se mantiveram baixos).
A economia da Zona Euro acelerou ligeiramente no final de 2016 (1,6%), mas o crescimento que se
perspectiva é tímido e inferior ao registado em 2015 (2,0%), o que deverá contribuir para a divergência
de posições entre os responsáveis monetários quanto ao fim dos estímulos na região da moeda única.
Os ataques terroristas tiveram um forte impacto negativo no desempenho do sector do turismo da
França (a 2ª maior economia da Zona Euro). Por outro lado, o FMI assinala que, apesar dos avanços
registados na Grécia, com o PIB a progredir de -0,2% em 2015 para +0,3% em 2016, as dívidas da
Grécia continuam “insustentáveis” a longo prazo (180% do PIB). No médio prazo, os riscos para o
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017
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crescimento económico na Zona Euro são legados da crise recente1, o voto do Reino Unido para
deixar a União Europeia, potenciais disrupções ao comércio internacional e um aperto mais forte da
política monetária nos Estados Unidos que poderá ter consequências negativas nas economias
emergentes (algumas das quais com fortes relações comerciais com a Europa).
A taxa de desemprego na Zona Euro foi diminuindo paulatinamente ao longo do ano, atingindo no
final de 2016 uma taxa prevista de 10,5%, valor mais baixo desde 2011 e que compara com os 11,0%
registados no final de 2015. Não obstante a redução do nível de desemprego nos últimos anos, esta
continua ainda em níveis historicamente elevados.
Nos EUA, 2016 foi um bom ano para o mercado de trabalho, com o desemprego americano a situar-
se nos 4,8%, apresentando níveis mínimos semelhantes aos registados em 2007. No que toca à
remuneração média por hora, esta aumentou 2,9% face a Dezembro de 2015, o que traduz o maior
aumento desde 2009.
1 Com os sectores público e privado a apresentarem níveis de endividamentos elevados e com processos de desalavancagem em
curso, os problemas no sector bancário não completamente resolvidos e os níveis de desemprego a permanecerem persistentemente
elevados.
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017
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Em termos agregados da Zona Euro, a inflação perspectivada para 2016 foi de 0,2%, que compara
com os 0,0% registados em 2015. Esta recuperação, ainda assim para um nível inferior ao objectivo de
2,0% definido pelo BCE, muito contribuiu a combinação dos aumentos no preço da energia e uma
modesta recuperação económica.
A autoridade monetária europeia estendeu até final do ano o plano de compra de activos no sector
público como forma de dar força à inflação através de incentivos à economia. Mas com a subida dos
preços a encaminhar-se progressivamente para um ritmo que o BCE considera adequado para
assegurar a estabilidade económica, alguns responsáveis avaliam a hipótese de antecipar o fim do
programa de quantitative easing.
Também a inflação nos EUA foi subindo ao longo de 2016, principalmente na segunda metade do
ano, estimando-se que fique nos 1,3%, acima dos 0,1% registados em 2015. Este aumento foi suportado
pelo fim do ciclo de quedas nos preços do petróleo, ditando que o sector energético deixasse de ter
uma contribuição negativa em 2016 e começasse mesmo a contribuir positivamente para o aumento
dos preços ao consumidor.
O ano de 2016 ficou ainda marcado pela ocorrência de diversos eventos políticos de consequências
potencialmente muito disruptivas.
Na Europa, o ano de 2016 ficou decisivamente marcado pela vitória do Brexit no Reino Unido, evento
que poderá condicionar a situação económica e a evolução dos mercados em função dos recuos e
avanços que se venham a verificar no desenrolar do processo negocial de saída do Reino Unido da
União Europeia. Theresa May, a chefe do governo britânico, prometeu activar o Artigo 50 antes do
final de Março de 2017, pelo que esta questão será um tema importante no debate político associado
à realização de eleições em França e na Alemanha e condicionará o futuro da União Europeia nos
próximos anos.
Nos EUA, Donald Trump venceu as eleições presidenciais constituindo uma incógnita o rumo esperado
da política americana, sendo certo que o actual discurso político é marcadamente proteccionista
(limitações à livre circulação de pessoas e bens) e de confronto com a política convencional (ruptura
com o status quo).
3.2. ECONOMIA NACIONAL
A economia portuguesa, penalizada por um crescimento fraco do investimento e por fragilidades ao
nível das exportações, no primeiro semestre de 2016, manteve a tendência de desaceleração iniciada
no último trimestre de 2015, tendo crescido apenas 0,9% em termos homólogos. A aceleração registada
no segundo semestre de 2016, muito por conta da evolução da actividade turística e do consumo
privado, permitiu que o crescimento anual se situasse nos 1,3% em 20162, valor 3 p.p. abaixo do
crescimento registado em 2015 (1,6%).
2 Neste enquadramento, a Comissão Europeia melhorou as estimativas para 2017 e 2018, esperando agora que a economia cresça
1,6% e 1,5%, respectivamente (em contraste com as previsões de Outono para o crescimento do PIB de 1,2% em 2017 e 1,4% em 2018).
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O comportamento das exportações nacionais foi condicionado pela ocorrência de diversos factores,
de entre os quais se destacam a persistente precariedade da situação económica em Angola (em
termos homólogos, entre Janeiro e Outubro, as exportações de bens para Angola diminuíram 41,9%),
muito afectada pelo baixo preço de petróleo e pelo facto de uma refinaria ter estado temporariamente
parada no início do ano (o que fez com que as exportações de combustíveis diminuíssem 29,1% até
Outubro).
Em sentido inverso, o sector do turismo mostrou um crescimento nas exportações de serviços de 9,2%.
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017
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O consumo privado cresceu 2,1% em 2016 i.e. 5 p.p. abaixo do verificado em 2015. Por seu lado, o
investimento interrompeu em 2016 uma tendência de recuperação gradual, mas constante, iniciada no
final de 2013. A formação bruta de capital fixo registou ainda assim decréscimos homólogos
sucessivamente menores nos 3 primeiros trimestres (-2,7%, -2,4% e -1,5%). Os factores que mais
contribuíram para este cenário foram as incertezas externas (volatilidade dos mercados no início do
ano e incertezas políticas) e incertezas internas (viabilidade da solução política e problemas na banca
portuguesa) que afastaram os investidores. Para além disso, observou-se também uma descida do
investimento público para níveis historicamente baixos (até Setembro registou-se uma quebra de 27,6%
na formação bruta de capital fixo por parte das administrações públicas).
No mercado laboral, depois de um período entre Junho de 2015 e Março de 2016 em que a taxa de
desemprego aumentou de 11,9% para 12,4%, o 2º e 3º trimestres de 2016 mostraram uma tendência
de melhoria, com a taxa a descer para os 10,5% entre Julho e Setembro, o valor mais baixo desde o
final de 2009, o que permitiu fechar o ano com uma taxa de desemprego de 11,0%.
Em termos da evolução dos preços, em 2016 verificou-se praticamente uma manutenção do nível
registado no ano anterior já que a inflação média para 2016 deverá rondar os 0,8%, ligeiramente
acima dos 0,5% registados em 2015.
Em 2016, a dívida pública portuguesa somou 241,1 mil M€, o que representa um aumento de 9,5 mil
M€ face a 2015. Para o aumento de 4,1% contribuíram as emissões líquidas de títulos, com destaque
para as emissões de Tesouro de rendimento variável (um novo instrumento que permitiu captar cerca
de 3,3 mil M€ de aplicações das famílias) e para as emissões de certificados do Tesouro (que
aumentaram 3,4 mil M€). Por seu lado, os empréstimos caíram 5,6 mil M€, com o contributo do reembolso
antecipado de 4,5 mil M€ concedidos pelo FMI no âmbito do Programa de Assistência Económica e
Financeira.
A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que a dívida pública tenha subido para
130,2% do PIB no conjunto de 2016. Esta estimativa, a confirmar-se, significa um decréscimo face ao
valor registado no final do terceiro trimestre de 2016, de 133,4% do PIB, mas significa igualmente um
Fonte: Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, Janeiro 2017
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aumento em relação a 2015 e um desvio face ao previsto para o final do ano pelo Ministério das
Finanças no âmbito do Orçamento do Estado para 2017 (129,7%). Para este desvio terá contribuído
o acréscimo de depósitos da administração central de 13,3 mil M€ no final de 2015 para 17,3 mil M€,
quando se encontrava prevista no OE2017 uma estabilização.
A UTAO estima que a dívida pública líquida (i.e. excluindo os depósitos da administração central)
poderá atingir 120,8% do PIB no final de 2016, o que representa um decréscimo de 0,8 p.p. face a
2015. A Comissão Europeia, nas previsões económicas de Inverno, estima que a dívida pública
portuguesa, na óptica de Maastricht, tenha subido para 130,5% do PIB em 2016.
A Comissão Europeia, nas previsões económicas de Inverno, estima ainda que o défice orçamental
português tenha descido para 2,3% do PIB em 2016, ficando abaixo da meta definida para o fim do
processo de sanções (2,5%) mas ainda revelando a fragilidade das finanças públicas nacionais. A
arrecadação de receita foi inferior ao orçamentado em 2016, tendo esse efeito sido parcialmente
compensado por receitas adicionais (que valeram 0,25% do PIB, através do Programa Especial de
Redução do Endividamento ao Estado) e pela contenção de despesa, estimando-se que, sem as
medidas extraordinárias, o défice orçamental português ficaria nos 2,6% do PIB.
3.3. MERCADO BANCÁRIO NACIONAL
O ano de 2016 e o início de 2017 foram marcados por uma reestruturação significativa dos principais
bancos portugueses e, em alguns casos, com mudanças na gestão e nas estruturas de controlo
accionista. Em termos sucintos, temos: o plano de recapitalização e a nomeação de uma nova equipa
de gestão para a CGD (o banco de capitais públicos); a entrada e reforço de um novo accionista
(fundo chinês Fosun) no BCP e o pagamento da última fatia de 700M€ do empréstimo obrigacionista
de acções convertíveis (que chegou a totalizar 3.000M€); a oferta pública de aquisição lançada
pelo grupo catalão CaixaBank sobre o capital do BPI que lhe permitiu adquirir uma posição de 84,52%
(participação que compara com os anteriores 45,5%); o veto do Parlamento às propostas PCP/BE de
nacionalização do Novo Banco, a entrada do BES em processo de liquidação e o reforço das
negociações entre Banco de Portugal e o Fundo de Resolução e os candidatos à aquisição do Novo
Banco (ex. fundo Lone Star) para conclusão deste processo.
3.3.1. EVOLUÇÃO DO MERCADO NACIONAL DE DEPÓSITOS (DEZEMBRO 2011 – DEZEMBRO
2016)
Segundo a informação mais recente disponibilizada pelo Banco de Portugal referente a Dezembro de
2016, o volume de depósitos aumentou 2,3% em Dezembro de 2016 face ao período homólogo de
2015. Para essa evolução contribuíram o acentuado crescimento dos depósitos de empresas em 8,4%
(+8,2 p.p. que em 2015) e um ligeiro crescimento nos depósitos de particulares em 1,0% (-2,8 p.p. que
em 2015).
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Relatório e Contas 2016
3.3.2. EVOLUÇÃO DO MERCADO NACIONAL DE CRÉDITO (DEZEMBRO 2011 – DEZEMBRO
2016)
Ao invés, o crédito bruto total concedido a clientes registou um decréscimo de 3,2% em Dezembro de
2016 face ao registado no final de 2015. A quebra mais significativa verificou-se no crédito a empresas
(-5,5%), mas também foi assinalada uma redução no crédito a particulares (-1,6%), ambos face a
Dezembro de 2015.
De acordo com a informação divulgada pelo Banco de Portugal, entre Dez.2015 e Dez.2016, o crédito
total reduziu 3,2% com uma quebra percentual mais expressiva (de dois dígitos) no segmento das
empresas nas regiões autónomas e nos distritos de Viana do Castelo, Setúbal e Portalegre. Em Lisboa,
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o crédito a empresas caiu 2,6 mil milhões de euros, o que explica mais de 55% da quebra registada
no país.
Analisando detalhadamente o crédito a particulares, verifica-se que o decréscimo deveu-se
essencialmente à diminuição do crédito à habitação (-3,0% em Dezembro de 2016 face ao período
homólogo de 2015) que representa 80,8% do total do crédito a particulares. Relativamente ao crédito
vencido de clientes particulares, esse situou-se nos 3,9%, agravado, principalmente, pelo crédito a
outros fins que, ainda assim, tem vindo a perder peso no agregado de crédito.
No caso do crédito a empresas, o decréscimo de 5,5% deveu-se principalmente à redução do crédito
a empresas do sector da construção, actividades imobiliárias e água e saneamento. Apenas nos
sectores da agricultura e pescas, alojamento e restauração, saúde e apoio social e indústrias
extractivas foi possível verificar um aumento do crédito concedido (5,0%, 2,7%, 1,4% e 0,8%,
respectivamente).
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0,62
0,95
1,28
1,781,66
1,87
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Índices Accionistas (base 2010)
PSI 20 IBEX 35 CAC 40 SP 500 DAX NIKKEI
Relativamente ao crédito vencido a empresas, este situou-se nos 15,7%, sendo que os sectores com
maior incumprimento continuam a ser o da construção, do comércio, das actividades imobiliárias e das
indústrias extractivas, que mantêm elevada representatividade no total do crédito a empresas.
3.4. MERCADOS FINANCEIROS
Mercados accionistas
No final do primeiro trimestre de 2016, o sentimento global de aversão ao risco perdeu força. O BCE
reforçou a sua política monetária acomodatícia. A China apresentou uma nova série de medidas de
estímulos e controlo do valor da sua moeda. Os EUA divulgaram dados económicos prometedores e a
Reserva Federal Americana indicou que iria adiar uma subida das taxas de juro. Ainda assim, excluindo
os índices americanos e britânicos, a quase totalidade dos principais índices accionistas registou
perdas superiores a 10%, particularmente relevantes nos mercados asiáticos. Com desvalorizações
desta magnitude, este acabou por ser o pior arranque de ano para as bolsas desde 2008.
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017
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18 Relatório e Contas 2016
A finalizar a primeira metade do ano, o resultado do referendo realizado no Reino Unido retirou um
valor recorde de $3 biliões dos mercados globais em apenas dois dias, levando a uma queda abrupta
dos índices accionistas. Em contraposição, as perspectivas de políticas mais expansionistas nos EUA
com a vitória de Trump nas eleições americanas, a recuperação dos preços do petróleo e uma
actividade económica resiliente levaram os índices americanos a atingirem novos máximos históricos no
final de 2016, com o Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq a registarem valorizações anuais de 15%, 12% e
9%, respectivamente.
Os factores que foram afectando a Europa ao longo do ano, combinados com os dados económicos
pouco surpreendentes, embora positivos, levaram as bolsas da Europa a terem um desempenho mais
contido. Em termos anuais o Stoxx 600 registou uma perda de 1,2%, mas o DAX alemão teve uma
evolução bastante positiva (+6,87%). Os países da periferia foram os mais vulneráveis aos
desenvolvimentos na Europa, com o PSI 20 e o índice de referência italiano a registarem perdas de
11,9% e 10,2%, respectivamente. Em Espanha a descida não foi tão acentuada (-2%).
Mercados monetários - Taxas de câmbio e taxas de juro de referência
Em 2016, foram registadas quedas do euro (EUR) face ao dólar (USD), pelo terceiro ano consecutivo,
algo que não acontecia desde finais de 2001. Num período marcado pela disparidade entre as
políticas monetárias do BCE e da FED, o Euro recuou 2,9% para os 1,0539 USD no final do ano, tendo
chegado a negociar em mínimos de Dezembro de 2002.
O resultado do Brexit afectou significativamente a libra esterlina, tendo esta tido um dos piores
desempenhos em 2016, tendo-se fixado a cotação nos 1,2340 USD. Num contexto de elevada
incerteza, o Iene continuou a representar o seu papel de moeda refúgio e, em 2016, o USD perdeu
terreno face ao Iene, caindo 2,97% e com cada USD a valer 116,96 Ienes no final do ano.
Não obstante a desvalorização face ao Iene, o USD, em relação ao índice de referência das principais
moedas mundiais (DXY), ultrapassou os 103 pontos em Dezembro, valor que não era registado desde
final de 2002 (dando a 2016 a denominação de “o ano da nota verde”).
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017
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Relatório e Contas 2016
No que se refere ao mercado monetário na Zona Euro, verificou-se ao longo de todo o ano a
progressiva descida das taxas Euribor. No final do ano, a taxa Euribor a um mês estava a -0,368% e
a Euribor a 1 ano apresentava o valor de -0,082%. Nos EUA, as taxas LIBOR do USD até um ano
acabaram por subir ao longo do ano, tendo apresentado o valor de 1,686% no final do ano de 2016.
Matérias-primas
Os primeiros seis meses do ano foram marcados por uma subida dos preços à vista (“spot”) nos
mercados das matérias-primas (commodities) que reacenderam o interesse dos investidores. O ouro, em
particular, liderou o caminho, a ganhar quase 20% nos primeiros 6 meses do ano. Os preços do petróleo
subiram de US$39 por barril no final de Março para quase US$50 por barril no final de Junho. Os
produtos agrícolas, como a soja, o açúcar, o milho e o algodão, também apresentaram ganhos no
segundo trimestre.
Na segunda metade de 2016 verificou-se uma evolução mais moderada dos preços das matérias
primas. O Brexit enviou ondas de choque para todos os mercados do mundo, tendo os investidores
convergido para o ouro, como activo de refúgio, o que permitiu uma valorização de 8,2% nas semanas
seguintes à votação. Após as eleições presidenciais americanas o ouro acabou por perder parte do
seu valor, tendo encerrado o ano a valorizar 9,33% em 2016.
No final do 3º trimestre, a OPEP decidiu que a produção de crude seria cortada a partir de Janeiro
de 2017, conduzindo a uma subida dos preços do petróleo. O Brent do Mar do Norte registou um
-0,32
0,00
0,75
0,25
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Taxas de referência nos Mercados Monetários
Euribor 3M Taxa BCE Taxa FED Taxa BOE
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017
CCAM da Terra Quente, CRL
20 Relatório e Contas 2016
ganho de 52% nos 12 meses do ano, fechando com uma cotação de US$56,82 por barril. Já o West
Texas Intermediate observou um rendimento anual de 45%, encerrando o ano a US$53,72 por barril.
Mercado obrigacionista
A dívida portuguesa teve um dos piores desempenhos na Zona Euro. Em 2016, a taxa da dívida
soberana a dez anos aumentou 1,25 p.p., de 2,516% para 3,764%. A subida do prémio de risco foi
ainda mais acentuada, exigindo o mercado um prémio de 356 pontos base face à dívida alemã,
referência na Zona Euro.
As obrigações italianas sofreram também uma subida anual das suas yields, a primeira desde a crise
da dívida em 2011. No prazo de 10 anos a dívida soberana italiana subiu de 1,592% no início do
ano para os 1,812% no final do ano (+ 22 pontos base), ao contrário da dívida espanhola que, para
a mesma maturidade, registou uma descida de 1,766% no início do ano para os 1,380% no final do
ano (-38,6 p.b.).
A dívida alemã foi um dos activos com melhor desempenho em 2016, pois, para uma maturidade a 10
anos, os títulos começaram o ano com uma yield de 0,629% e acabaram o ano com uma yield de
0,208%, registando uma variação de -42,1 pontos base. A meio do ano, o rendimento da dívida alemã
entrou mesmo em terreno negativo, chegando a yield a 10 anos a atingir o valor de -0,190%. Do outro
lado do Atlântico, nos EUA, a yield das obrigações da dívida soberana americana a 10 anos iniciou
o ano com uma yield de 2,273% e encerrou o ano com os 2,446% (+17,3 pontos base).
3.5. PRINCIPAIS RISCOS E INCERTEZAS PARA 2017
A evolução das economias europeias e a instabilidade política e económica, fruto das futuras eleições
em França e na Holanda e da implementação do Brexit, constituem os grandes focos de preocupação
para 2017. A eleição de governos extremistas e antieuropeístas nos países referidos juntamente com a
concretização da saída do Reino Unido da União Europeia podem significar, segundo analistas
internacionais, o fim da União Europeia, com riscos incalculáveis nas economias dos países que dela
fazem parte. A este factor externo, junta-se outro relacionado com a eleição de Donald Trump como
Presidente dos EUA, que criou uma tensão internacional e instabilidade geopolítica que poderá trazer
maior incerteza quanto à evolução económica mundial para os próximos anos.
Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017
CCAM da Terra Quente, CRL
21
Relatório e Contas 2016
O ano de 2017 será mais um ano marcado pela regulamentação e diversas exigências impostas ao
sector financeiro, tanto para a banca europeia, através do Banco Central Europeu (BCE), como para
a banca nacional por intermédio do Banco de Portugal (BdP).
No início de 2017, o Banco de Portugal apontou quatro grandes desafios com que o sistema bancário
nacional se defronta actualmente, são eles:
i. melhorar de forma sustentada a sua rendibilidade;
ii. adaptar-se às novas exigências regulatórias e assegurar a sua observância;
iii. introduzir alterações no modelo de governo e na cultura organizacional que permitam
recuperar a confiança dos stakeholders; e
iv. investir em inovação em termos operacionais e ao nível da prestação de serviços aos clientes.
No imediato, o reforço da rendibilidade dos bancos é o desafio primordial para gerar capital interno
e para atrair capital externo e, desse modo, criar as condições que permitam pôr em prática estratégias
de:
i. redução do peso dos activos improdutivos (crédito e imóveis) nos balanços;
ii. reavaliação dos modelos de negócio com vista a torná-los mais eficientes (eliminação do
“overbanking”) e ajustados ao novo paradigma de banca digital; e
iii. mudança cultural e de comportamentos com vista a recuperar a confiança e a estabilidade
de todos os stakeholders.
Para além dos dois reguladores acima mencionados, as instituições de crédito e as sociedades
financeiras estão também abrangidas pela regulamentação emitida pelas autoridades reguladoras do
mercado de capitais e das actividades de investimento (e.g. ESMA3, CMVM), estando neste âmbito
abrangidas por novos requisitos e regulamentos, em implementação nacional e em consulta, o que
naturalmente inclui o Grupo Crédito Agrícola.
3 European Securities and Markets Authority
CCAM da Terra Quente, CRL
22 Relatório e Contas 2016
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CCAM da Terra Quente, CRL
23
Relatório e Contas 2016
4. CRÉDITO AGRÍCOLA – EVOLUÇÃO RECENTE
4.1 RESULTADO E BALANÇO – ANÁLISE FINANCEIRA DO GRUPO CA
Nota: Os dados económico-financeiros apresentados para o SICAM (Caixa Central e Caixas
Associadas), referentes ao exercício de 2016, constituem valores provisórios e não auditados.
CCAM da Terra Quente, CRL
24 Relatório e Contas 2016
Após 2 anos de recuperação económica moderada em Portugal, o ano de 2016 veio abrandar
ligeiramente a trajectória iniciada em 2014 com o Banco de Portugal, no Boletim Económico de
Dezembro, a apontar para um crescimento do PIB de 1,2%4, valor aquém dos 1,6% registados em 2015.
A ausência de convergência real face à área do euro vem reflectindo a persistência de
constrangimentos estruturais ao crescimento da economia portuguesa, no qual assumem uma relevância
especial os elevados níveis de endividamento dos sectores público e privado, uma evolução
demográfica desfavorável e a persistência de ineficiências nos mercados do trabalho e do produto
que requerem a continuação do processo de reformas estruturais. O forte dinamismo do consumo
registado nos últimos anos esteve associado à despesa em bens duradouros, resultante em parte da
concretização de decisões adiadas durante a recessão de 2011-2013. Apesar do aumento da
procura interna em 2016, assistiu-se à redução do nível de alavancagem da economia (famílias, SNF5
e sector público) e à redução homóloga do crédito concedido (-2,7%).
Em 2016, o Crédito Agrícola apresentou um resultado líquido proveniente do negócio bancário
(SICAM) de cerca de 72,1 milhões de euros que representa um aumento de 16 milhões de euros face
aos 56,3 milhões de euros alcançados em 2015.
Apesar do resultado líquido do SICAM em 2016 ser significativamente superior ao do ano anterior, o
produto bancário registou, em sentido inverso, uma quebra de 5,6%. Esta quebra resulta sobretudo de
uma redução significativa dos resultados de activos financeiros disponíveis para venda (-61,0%) e foi
parcialmente compensada através do aumento da margem financeira e das comissões líquidas em
12,6% e 6,1%, respectivamente.
4 Para 2017 e 2018, prevê-se um crescimento de 1,4% e 1,5%, respectivamente. Fonte: Boletim Económico do Banco de Portugal (Dez.2016).
5 Sociedades não financeiras.
1,5
24,5
56,3
72,1
2013 2014 2015 2016
Evolução do Resultado líquido(em milhões de euros)
CCAM da Terra Quente, CRL
25
Relatório e Contas 2016
A margem financeira do SICAM aumentou de 12,6%, passando de 245 milhões de euros em 2015 para
276 milhões de euros em 2016, e esta variação positiva resultou do efeito da redução das taxas de
remuneração (dos novos depósitos e das renovações) ainda que aplicado a um volume de depósitos
superior ao registado no período homólogo.
É ainda de realçar que a Caixa Central em 2016 efectuou um esforço de redução remuneração dos
recursos das Caixas Associadas com vista a reduzir a pressão sobre a margem financeira da Caixa
Central, ainda assim acima dos níveis praticados no mercado, sacrificando a sua margem financeira.
Contudo, as remunerações têm vindo a reduzir, convergindo para taxas semelhantes às praticadas no
mercado. De qualquer forma é inevitável que este processo de convergência com o mercado se
mantenha em 2017, o que implicará desafios acrescidos de rentabilidade para as Caixas Associadas.
Quanto aos custos de estrutura do SICAM, verificou-se um aumento de 4,2% (12,4 milhões de euros).
Este agravamento justifica-se pelo aumento dos custos com o pessoal em 8,9 milhões de euros (+5,3%)
e dos gastos gerais administrativos em 3,5 milhões de euros (+2,9%).
CCAM da Terra Quente, CRL
26 Relatório e Contas 2016
Numa análise à variação homóloga com referência aos 12 meses de 2016, verifica-se:
i. no agregado das 82 Caixas Associadas, um agravamento de 5,9% nos custos com pessoal
(de 140,7 milhões de euros para 149,0 milhões de euros), explicado pela entrada em vigor
dos novos mandatos (2016-2018) e da associada promoção de quadros qualificados a
titulares de funções em órgão sociais e de fiscalização, e de 1,6% nos gastos gerais
administrativos (de 103,6 milhões de euros para 105,3 milhões de euros); e
ii. na Caixa Central, um agravamento de 0,1% nos custos com pessoal (de 25,8 milhões de euros
para 25,8 milhões de euros) e de 11,0% nos gastos gerais administrativos (de 19,0 milhões de
euros para 21,1 milhões de euros).
Numa análise mais detalhada, é possível verificar que as rubricas que mais contribuíram para o
agravamento dos custos com pessoal nas Caixas Associadas, no valor de 8,3 milhões de euros,
respeitam ao fundo de pensões (+4,0 milhões de euros), às remunerações com os órgãos sociais de
gestão e de fiscalização (+3,0 milhões de euros) e encargos associados. Na Caixa Central, os gastos
com pessoal mantiveram-se em linha com o período homólogo, ainda que se tenha registado um
agravamento na rubrica de indemnizações contratuais.
As rubricas que mais contribuíram para o agravamento dos gastos gerais administrativos foram:
i. na Caixa Central, o acréscimo de 2,1 milhões de euros respeita essencialmente aos serviços
da SIBS (ex. cartões), aos custos judiciais, de contencioso e de notariado, às avenças e
honorários (ex. recuperação de crédito, alienação de créditos não produtivos) e aos custos
com formação; e
ii. nas Caixas Associadas, o acréscimo de 1,7 milhões de euros respeita essencialmente à
publicidade, aos serviços de auditoria, aos serviços da SIBS (ex. meios de pagamento e outros
serviços), às comunicações obrigatórias para clientes (expedição) e aos seguros (ex. imóveis
em dação).
O crédito a clientes aumentou 3,4% com o crédito a empresas e administração pública a crescer 5,0%
e o crédito a particulares a crescer 1,4% face a 2015.
A carteira de crédito do Grupo Crédito Agrícola regista, desde 2014, uma assinalável melhoria ao
nível do seu perfil de risco, em particular no segundo semestre de 2016, ao verificar uma redução muito
CCAM da Terra Quente, CRL
27
Relatório e Contas 2016
significativa do crédito vencido em cerca de 121 milhões de euros (o que representa um decréscimo
de cerca de 18%) relativamente ao final de 2015, com o segmento da habitação e o crédito
empresarial a serem os principais responsáveis pelo desagravamento dos níveis de sinistralidade da
carteira, tendo para tal contribuído uma actuação ainda mais eficaz na abordagem do Grupo CA às
actividades de acompanhamento e recuperação de crédito e nos procedimentos de abate ao activo
(write-offs).
Em 2016 verificou-se uma substancial redução das necessidades de provisionamento / reforço das
imparidades da carteira de crédito. Em relação ao rácio de cobertura do crédito vencido registou-
se um aumento, passando de 128% em 2015 para 131% em 2016, prosseguindo o Crédito Agrícola
com uma gestão sã e prudente no que respeita a esta matéria.
Relativamente à estrutura de balanço, registou-se um aumento de 13,9% no activo total do SICAM que
passou de 13.060 milhões de euros em 2015 para 14.881 milhões de euros em 2016, contribuindo para
este crescimento do activo líquido o aumento do crédito a clientes de 3,4% (284 milhões de euros) e
o aumento das aplicações em títulos (+1,6 mil milhões de euros).
O passivo total do SICAM aumentou cerca de 1,8 mil milhões de euros, por conta do aumento de
recursos em bancos centrais (953 milhões de euros, i.e. +152%) e por via de aumento de recursos de
clientes (801 milhões de euros, i.e. +7,3%).
CCAM da Terra Quente, CRL
28 Relatório e Contas 2016
Salienta-se a evolução negativa do rácio de transformação que, em 2016 face a 2015, registou um
decréscimo de 1,1 p.p. (de 69,1% para 67,9%). Este nível de transformação fica muito aquém da média
do sistema bancário e dos limites regulamentares, sendo apenas justificado pelo facto do mercado
procurar o Crédito Agrícola enquanto banco-refúgio para aforro.
4.2 OUTROS FACTOS RELEVANTES
O reconhecimento da Marca CA por parte do público, como sendo forte, credível e de confiança; os
prémios obtidos, no ano 2016, enquanto “Melhor Banco no Serviço de Atendimento ao Cliente” e “O
Banco Mais Recomendado e com os Clientes Mais Satisfeitos”; e o facto do SICAM se encontrar entre
as instituições menos reclamadas no sistema bancário6, permitem afirmar o bom desempenho do Crédito
Agrícola em 2016.
Este reconhecimento não se restringe ao negócio bancário, estendendo-se às Seguradoras e à Gestora
de Activos do Grupo. Pelo sexto ano consecutivo, a CA Seguros foi reconhecida como “A Melhor
6 Segundo dados do relatório de supervisão comportamental do Banco de Portugal (1ºS’2016), o Crédito Agrícola (SICAM) apresenta 2 reclamações por
cada 100 mil contas de depósitos à ordem enquanto a média do sistema atingiu as 11.
CCAM da Terra Quente, CRL
29
Relatório e Contas 2016
Seguradora Não Vida do seu segmento de dimensão”7. Por seu lado, a CA Vida foi premiada como “A
Melhor Grande Seguradora do Ramo Vida”8. A CA Vida ainda os rankings de Lealdade do Cliente e
de Imagem, duas classificações obtidas no Índice Nacional de Satisfação do Cliente do ECSI Portugal
2016.
O Crédito Agrícola tem participado e desenvolvido acções de promoção junto de empresas, donde
se destacam:
O ciclo de seminários sobre o tema empreendedorismo, enquadrado na 3ª edição do “Prémio
Empreendedorismo e Inovação”, acentuando o posicionamento de grupo financeiro que
aposta e reconhece o tecido empresarial português;
O workshop “Cooperar para Exportar” dirigido a empresários e produtores do sector
hortofrutícola;
A homenagem às empresas clientes CA com o estatuto de PME Líder e PME Excelência em
2015, realizada pelo terceiro ano consecutivo, num evento que sublinha o contributo das
Empresas, Clientes do Grupo, para a competitividade e crescimento da economia portuguesa;
O concurso de Vinhos do Crédito Agrícola, que decorreu pelo terceiro ano consecutivo,
realizado juntamente com a Associação dos Escanções de Portugal, destinado a Produtores
e Cooperativas de todas as regiões vitivinícolas do país. As cerimónias de entrega de prémios
decorreram na Estufa-Fria, em Lisboa.
Inauguração da 1ª Agência na Madeira
No âmbito da sua estratégia de cobertura total do território nacional, foi inaugurada uma agência
no Funchal, dando início à actividade de retalho na Região Autónoma da Madeira pelo Crédito
Agrícola.
A cerimónia de inauguração da
Agência, realizada em Outubro de
2016, contou com a presença de
diversas entidades locais, entre elas
o Presidente do Governo Regional
da Madeira, Miguel Albuquerque.
Dada a importância que a nova Agência representa para o Grupo CA, foi desenvolvida uma
Campanha Publicitária com o claim “Nunca Estivemos Tão Próximos”. A campanha presente em TV, Rádio,
Imprensa e Mupis da Região, revelava Sílvia Alberto a retirar o Canotier, num gesto de cumprimento à
chegada à Madeira.
No domínio da gestão de activos, o Crédito Agrícola conseguiu obter a melhor rendibilidade em três
dos seus Fundos de Investimento Mobiliários nas respectivas categorias, um deles pelo oitavo ano
7 Prémio atribuído pela revista Exame em parceria com a Deloitte e Informa D&B.
8 Estudo elaborado pela EY e a Ignios e divulgado na Star Company, uma edição especial do jornal Dinheiro Vivo, distribuída com o Diário de Notícias e
o Jornal de Notícias.
CCAM da Terra Quente, CRL
30 Relatório e Contas 2016
consecutivo segundo rendibilidades divulgadas pela Associação Portuguesa de Fundos de
Investimento, Pensões e Património. O CA Monetário, Fundo de Investimento Mobiliário Aberto do
Mercado Monetário, com um nível de risco um (numa escala de um a sete) e uma rendibilidade de
0,10% em 2016, consegue, pelo oitavo ano consecutivo, o primeiro lugar na categoria Fundos do
Mercado Monetário Euro. O CA Rendimento, Fundo de Investimento Mobiliário Aberto de Obrigações,
com um nível de risco dois e uma rendibilidade de 2,25% em 2016, foi o vencedor da categoria Fundos
do Obrigações de Taxa Indexada Euro pelo quarto ano consecutivo. Em 2016, pela primeira vez, o
CA Alternativo, Fundo de Investimento Alternativo Aberto Flexível, foi o vencedor da categoria Fundos
Alternativos Flexíveis, ISRR 3. Trata-se de um fundo de investimento com um nível de risco de três e uma
rendibilidade de 4,20% em 2016.
O serviço Balcão 24 (B24) terminou o ano 2016 com 258 serviços em funcionamento, representando
um crescimento homólogo de 4% nos serviços inicializados. O número de transacções nos B24 registou
um crescimento de 7% face ao período homólogo. A taxa média de transferência das transacções
encontra-se acima dos 37% (mais 3,41 p.p. face a 2015). A evolução semestral do volume de
transacções – operações e consultas – realizadas no serviço B24, registou em 2016, um crescimento de
8% e 6% respectivamente, em comparação com iguais períodos de 2015.
No ano 2016, o parque de ATM do Crédito Agrícola registou um aumento de 2%, passando de 1.497
para 1.520 (valores em final de período). Esta situação permitiu reforçar a quota de mercado do
Grupo CA na rede SIBS em 0,45 p.p.. No que se refere ao número de transacções em ATM do Crédito
Agrícola registou-se uma subida de 6%, registando-se mais de 86 milhões de transacções.
Em 2016, o parque de TPA do Crédito Agrícola cresceu 11%, totalizando os 20.749 TPA activos. O
número de transacções subiu 18% face a 2015, tendo-se registado cerca de 44 milhões de
transacções.
Em termos homólogos, em 2016, verificou-se um aumento da carteira de cartões de pagamento a
débito do Crédito Agrícola de 4,4% e uma redução da carteira de cartões de pagamento a crédito
do Crédito Agrícola de 7,5%. Esta evolução originou um incremento da quota de mercado do Crédito
Agrícola de 0,6 p.p. nos cartões de débito e uma perda de 0,3 p.p. nos cartões crédito.
No sentido de dinamizar a actividade comercial das CCAM, estabeleceram-se protocolos e parcerias
comerciais e de colaboração, tendo sido concretizados acordos e realizadas iniciativas conjuntas
com várias entidades privadas e institucionais, entre as quais se destacam:
ANDC - Associação Nacional Direito ao Crédito;
ENERGIE – Energia solar termodinâmica;
CPPME - Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas;
ARAN - Associação Nacional do Ramo Automóvel;
Minha Terra - Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local;
ACBM - Associação de Criadores de Bovinos Mertolengos;
AGROPORTAL – a porta do mundo rural; e
Telemédia – Para destaque na Loja CA para vinhos, azeites e outros produtos de Associado.
CCAM da Terra Quente, CRL
31
Relatório e Contas 2016
No ano de 2016 incentivou-se o acompanhamento e dinamização de campanhas, com o objectivo
de contribuir para um crescente envolvimento de todos os colaboradores com funções comerciais na
comercialização de produtos estratégicos e dirigidos aos segmentos alvo.
Com a utilização das redes sociais “facebook” e “instagram” o Crédito Agrícola tem vindo a reforçar a
sua presença junto de um público mais jovem, tendo atingido cerca de 90.000 fãs no facebook no
final de 2016.
Decorridos 7 anos de transmissão do programa de actualidade financeira,
constatámos que este patrocínio permitiu impactar mais de 1.300.000
telespectadores por ano, alavancando assim a notoriedade da marca CA.
Em 2016 o Grupo Crédito Agrícola manteve a sua política de continuidade
estratégica de patrocínios a alguns desportistas, modalidades e eventos,
como sejam:
Teresa Almeida, Campeã do Mundo de Bodyboard em 2014;
Mário Patrão, Campeão Nacional de TT e da classe “Maratona” no
Rali Dakar 2016, em motociclismo;
João Ruivo, Vice-Campeão Nacional de Rali na Categoria I;
Alcobaça Club de Ciclismo, com destaque para o Ciclista Pedro
Lopes por ter alcançado o título de Campeão Nacional de Contra-
relógio, na categoria de cadetes;
34ª Volta ao Alentejo em Bicicleta.
A longo do ano o Crédito Agrícola marcou presença em diversas feiras e eventos, entre os quais, o
Salão Imobiliário de Portugal (SIL), Salão Internacional do Sector Alimentar e Bebidas (SISAB), PORTUGAL
AGRO, Fruit Logistica e Fruit Attraction.
CCAM da Terra Quente, CRL
32 Relatório e Contas 2016
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Relatório e Contas 2016
5. EVOLUÇÃO DA ACTIVIDADE DA CAIXA AGRÍCOLA
5.1. ACTIVIDADE COMERCIAL – VISÃO GLOBAL
No exercício de 2016 o volume dos negócios da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Terra Quente
ultrapassou os 245 milhões de euros, correspondendo a um acréscimo de 3,48% face ao exercício de
2015, ou seja, incremento superior a 8 milhões de euros. Este crescimento é tanto mais expressivo quando
comparado com os anteriores quatro exercícios: desde então o volume de negócios desta instituição
registou incremento em cerca de 35 milhões de euros, com crescimentos médios anuais superiores a 4%.
Formação do Volume dos Negócios
Rúbricas 2012 2013 2014 2015 2016
Variação 2015/2016
Valor %
Depósitos Totais 97.319.679 102.205.950 106.967.259 107.412.375 110.703.095 3.290.720 3,06%
Créditos Totais 56.508.743 57.142.683 59.588.869 64.538.788 69.849.305 5.310.517 8,23%
Aplicações I.C. 57.108.850 62.239.140 57.140.124 65.744.843 65.427.068 -317.775 -0,48%
Volume Negócios 210.937.272 221.587.773 223.696.252 237.696.006 245.979.468 8.283.462 3,48%
Valores em euros
É de realçar, pelo segundo exercício consecutivo, o crescimento do negócio via concessão de crédito,
com incrementos anuais próximos dos 5 milhões de euros, permitindo assim, em conjunto com o menor
crescimento evidenciado pela rubrica de captação de depósitos, uma melhoria do nosso Rácio de
Transformação. Destaca-se igualmente o incremento superior a 3 milhões de euros na captação de
recursos de balanço, reforçado pelo crescimento de 717 mil euros no resultado da captação de
recursos fora do balanço (fundos de investimento, seguros de capitalização e fundos de pensões).
A diminuição marginal (-0,48%) da rubrica de Aplicações em Instituições de Crédito, ficou a dever-se
não só ao maior incremento da concessão de crédito face à captação de recursos, mas igualmente
à manutenção na rubrica Disponibilidades em Outras Instituições de Crédito de um saldo próximo dos
4,42 milhões de euros, sendo superior em 2,47 milhões de euros ao registado em final de 2015.
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
2012 2013 2014 2015 2016
97.320 102.206 106.967 107.412 110.703
56.509 57.143 59.589 64.539 69.849
57.10962.239 57.140
65.74565.427
euro
sM
ilhare
s
Volume dos Negócios
Aplic. em I.C. Crédito Total Depósitos Totais
CCAM da Terra Quente, CRL
34 Relatório e Contas 2016
O Activo Líquido da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Terra Quente atingiu os 144,68 milhões de
euros, o que representou um incremento de 7,65 milhões de euros em relação ao valor homólogo de
2015. Sendo um crescimento substancial, superior a 5,6%, é de destacar que resultou, não só do
incremento do volume de negócios via crédito, mas igualmente do aumento das Disponibilidades via
captação de recursos e da manutenção de operações de refinanciamento TLTRO.
No passivo, mantém-se o peso dominante dos Recursos de Clientes (86,5%), que ascenderam no final
do exercício em análise a 110,84 milhões de euros, um crescimento de 3,1 milhões de euros face a
2015. De destacar igualmente o valor de 13,45 milhões de euros (10,5%) referentes aos recursos de
outras instituições de crédito, relativas às operações de refinanciamento TLTRO.
De referir a diminuição em cerca de 1,5 milhões de euros na rubrica de Outros Passivos Subordinados
em consequência do vencimento e consequente liquidação da emissão de Títulos de Investimento
“Centenário 2011”.
Relativamente à análise comercial do ano de 2016 no que diz respeito ao cumprimento dos objectivos
definidos e propostos pela Caixa Central para esta Instituição, é de realçar, mais uma vez, o excelente
desemprenho alcançado, pois de um total de 24 Famílias de Produtos em Objectivo, conseguiu-se
cumprir 22, tendo-se registado um Grau de Concretização Médio superior a 106%. Num total de 82
Caixa e Disponibilidades
3,54%
Aplic.em I.C.45,22%
Activos Finan. Detidos P Venda0,38%
Ativos N/Corr.Det.Venda
0,36%
Crédito Clientes46,79%
Ativos Tan. e Int. e Inv.Filiais2,75%
Outros Ativos0,96%
Composição do Ativo
Recursos OIC10,50%
Recursos Clientes86,48%
Provisões0,43%
Outros Pass. Subordinados
2,10%
Outros Passivos0,50%
Composição do Passivo
CCAM da Terra Quente, CRL
35
Relatório e Contas 2016
Caixas a CCAM da Terra Quente logrou atingir um honroso e prestigiante 10º lugar, em termos de
rúbricas concretizadas.
Já no que diz respeito ao cumprimento dos objectivos anuais e internos definidos pela CCAM da Terra
Quente, é de referir um grau de concretização de cerca de 70% nas 5 rúbricas abrangidas, sendo de
especial destaque a concretização plena do objectivo definido para a componente de Crédito
Vencido e uma concretização próxima dos 100% da componente de Comissões Recebidas. É ainda
de salientar que foram distribuídos pelos colaboradores, em função do cumprimento destes objectivos,
aproximadamente 30,5 mil euros, correspondendo a 43,4% do montante definido.
No que diz respeito à comercialização de seguros destaca-se o crescimento evidenciado pelo ramo
real (comercializados através da companhia do Grupo CA – CA Seguros), que em 2016 registou um
aumento, em termos de prémios comerciais emitidos, próximo dos 86 mil euros, totalizando uma carteira
de 364,33 mil euros. Já a comercialização de seguros do ramo vida (exceptuando capitalização)
registou, no exercício em análise, um crescimento, em termos de prémios cobrados homólogos, próximo
dos 15 %, alcançando um valor de carteira superior a 307,3 mil euros.
5.2. RECURSOS DE CLIENTES
Na componente de depósitos, foram as aplicações à ordem que evidenciaram um maior crescimento
relativo (8,6%), mais 2,66 milhões de euros que no exercício homólogo, mantendo a tendência de
crescimento dos últimos exercícios. As rúbricas de Poupança e Depósitos a Prazo evidenciaram
crescimento conjunto de 628 mil euros, recuperando uma tendência de crescimento que se tinha
quebrado no exercício de 2015, no entanto a variação positiva foi significativamente inferior à
registada noutros exercícios, resultado essencialmente de transferência de algumas aplicações para
produtos fora do balanço e da menor competitividade dos nossos produtos.
Evolução dos Depósitos
Rúbricas 2012 2013 2014 2015 2016
Variação 2015/2016
Valor %
Depósitos Ordem 26.332.124 26.694.611 28.079.079 31.145.845 33.808.605 2.662.760 8,55%
Depósitos Prazo 48.493.839 55.275.722 59.329.800 57.000.292 56.768.817 -231.475 -0,41%
Poupanças 22.493.716 20.235.618 19.558.380 19.266.238 20.125.673 859.435 4,46%
Depósitos 97.319.679 102.205.951 106.967.259 107.412.375 110.703.095 3.290.720 3,06%
Valores em euros
A estrutura dos recursos, medida através de rácio que avalia o peso da componente à ordem no total
de depósitos, situou-se em 2016 nos 30,54%, registando assim um ligeiro incremento face ao ano de
2015. Este indicador dá-nos uma ideia da exposição da CCAM ao risco de liquidez, pois são passivos
imediatamente exigíveis, sendo também um rácio que tem ligação directa com os resultados, por estar
associado à relevância dos recursos de mais baixo custo.
CCAM da Terra Quente, CRL
36 Relatório e Contas 2016
Salienta-se o crescimento sustentado e contínuo verificado nesta rúbrica nos últimos anos (desde o
ano de 2012, a taxa de crescimento médio anual tem-se situado próximo dos 3,4%), abrangendo a
totalidade das nossas agências, situação que, tal como nos últimos quatro exercícios, volta a ser
especialmente relevante no exercício em análise, pois a instabilidade dos mercados, a desconfiança
criada em volta do sistema bancário e essencialmente a forte concorrência pela captação de recursos,
criaram dificuldades adicionais ao crescimento. Este incremento contínuo na captação de recursos ao
longo dos últimos exercícios, tem permitido que esta Caixa Agrícola apresente rácios de liquidez
bastante saudáveis, tendo um efeito determinante na criação de dimensão e na manutenção da
sustentabilidade financeira, que, no contexto actual da nossa economia e sistema bancário, é de
extrema importância.
Convém referir igualmente a captação de recursos em produtos fora do balanço e em Títulos de
Investimento, que nos últimos exercícios conquistaram um peso significativo na nossa actividade
comercial, pese embora no exercício de 2016, pelo facto de ter vencido e consequentemente liquidado
a emissão de Títulos de Investimento “Centenário 2011” e igualmente devido ao término de
comercialização de alguns produtos de capitalização pela CA Vida, a nossa carteira destes produtos
tenha diminuído em aproximadamente 334 mil euros.
Evolução Carteira Produtos Fora do Balanço e Títulos de Investimento
Rúbricas 2013 2014 2015 2016 Variação 2015/2016
Valor %
Títulos de Investimento CCAM 3.835.136 3.834.694 4.202.026 2.686.856 -1.515.170 -36,06%
Fundos Investimento Mobiliário CA Gest
277.676 920.228 1.572.963 1.985.178 412.215 26,21%
Fundos Investimento Imobiliário 347.475 680.925 1.612.135 2.244.234 632.099 39,21%
Fundo de Pensões 133.533 171.574 260.386 552.582 292.196 112,22%
Seguros de Capitalização CA Vida
5.075.158 7.234.975 9.988.849 9.654.639 -334.210 -3,35%
Total 9.668.978 12.842.396 17.636.359 17.123.489 -512.870 -2,91%
Valores em euros
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
2012 2013 2014 2015 2016
26.332 26.695 28.079 31.146 33.809
48.49455.276 59.330 57.000 56.769
22.49420.236
19.558 19.266 20.126
euro
sM
ilhare
s
Estrutura dos Recursos
Poupanças Depósitos a Prazo Depósitos à Ordem
CCAM da Terra Quente, CRL
37
Relatório e Contas 2016
5.3. CRÉDITO
A carteira de crédito alcançou, no final do exercício em análise, o montante de 69,8 milhões de euros,
correspondendo a um acréscimo de 5,3 milhões de euros face ao registado no exercício anterior.
Em 2016, manteve-se a tendência de longo prazo da CCAM de crescimento sustentado desta rubrica,
tendo-se registado inclusivamente o maior crescimento dos últimos exercícios. No entanto, salienta-se
que a necessidade de adopção de medidas mais rigorosas na concessão de crédito, bem como a
retracção da procura, contrabalançadas com a adopção de medidas comerciais orientadas para a
captação de novo negócio em determinada tipologia de crédito, resultaram num crescimento ainda
abaixo do objectivo e do desejável em termos de rentabilidade.
Os factores relatados anteriormente motivaram o crescimento do rácio de transformação de depósitos
em crédito. O contínuo aumento da concessão de crédito e o menor aumento, no exercício, da
captação de recursos, levaram a que este rácio se tivesse situado, no final do exercício de 2016,
acima dos 63%, resultando assim num incremento dos índices de rentabilidade.
40.000
45.000
50.000
55.000
60.000
65.000
70.000
2012 2013 2014 2015 2016
56.663 57.26359.627
64.563
69.814
euro
sM
ilhare
sEvolução do Crédito Concedido
2012 2013 2014 2015 2016
58,07%
55,91% 55,71%
60,09%
63,38%
Rácio Transformação
CCAM da Terra Quente, CRL
38 Relatório e Contas 2016
5.4. CRÉDITO VENCIDO
A situação económica das famílias e das empresas, debilitada pelos últimos anos de forte
condicionamento e dificuldades, resultaram no aumento das situações de incumprimento de crédito.
Toda a banca nacional é fortemente afectada por este fenómeno que motiva a deterioração da
qualidade da carteira de crédito e dos seus respectivos rácios.
Nos últimos exercícios estes constrangimentos afectaram a CCAM da Terra Quente de uma forma
pronunciada, pelo que alguns dos nossos indicadores de crédito vencido sofreram evolução negativa.
No entanto, em 2016, a nossa carteira de crédito registou uma assinalável melhoria ao nível do seu
perfil de risco, ao verificar uma redução muito significativa do crédito vencido em cerca de 819 mil
euros (o que representa um decréscimo de cerca de 30%) relativamente ao final de 2015, com o
segmento do crédito empresarial a ser o principal responsável pelo desagravamento dos níveis de
sinistralidade da carteira, tendo para tal contribuído uma actuação ainda mais eficaz na abordagem
da CCAM às actividades de acompanhamento e recuperação de crédito e nos procedimentos de
abate ao activo (write-offs) que totalizaram cerca de 708 mil euros no exercício em análise.
De salientar que a performance da CCAM da Terra Quente na recuperação do Crédito Vencido, quer
no último exercício quer em exercícios anteriores aqui referenciados, quando comparada com a média
da banca nacional e outras congéneres Caixas Agrícolas, foi substancialmente melhor.
Crédito Vencido
Rúbricas 2012 2013 2014 2015 2016
Variação 2015/2016
Valor %
Crédito Vencido 1.339.661 1.844.520 2.235.656 2.704.997 1.885.751 -819.246 -30,29%
Crédito Vencido + 90D 1.242.342 1.745.728 2.159.281 2.652.529 1.849.229 -803.300 -30,28%
Rácio Créd. Vencido 2,37% 3,23% 3,75% 4,19% 2,70% -1,49% -35,56%
Rácio Créd. Venc. +90D 2,20% 3,06% 3,62% 4,11% 2,65% -1.46% -35,52%
Rácio Créd. Vencido Liq. 0,69% 1,36% 0,80% 0,54% -0,16% -0,70% -129,63%
Valores em euros
Relativamente ao exercício anterior, verificou-se um decréscimo de 819 mil euros em termos de crédito
vencido bruto e um decréscimo da mesma grandeza na componente de crédito vencido de maior
maturidade. Os rácios e indicadores de incumprimento brutos registaram importantes descidas,
encontrando-se enquadrados nos limites definidos e planeados. Fruto do esforço de provisionamento
e da estratégia preventiva em termos de gestão da carteira de crédito, conseguimos reduzir o rácio
de crédito vencido líquido para valores 0% (-0,16%).
CCAM da Terra Quente, CRL
39
Relatório e Contas 2016
O controlo e manutenção desta rubrica dentro dos limites considerados de bom risco é igualmente
fruto do continuado esforço que se encetou nos últimos anos, no sentido de colocar a CCAM da Terra
Quente a um bom nível neste indicador fulcral para a saúde financeira das Instituições de Crédito,
mesmo que as condicionantes económicas e a evolução do próprio mercado, não sejam, ainda,
favoráveis.
5.5. INDICADORES DE ESTRUTURA E DIMENSÃO
Rúbricas 2012 2013 2014 2015 2016 Variação
2015/2016
Valor %
Activo Líquido 121.161.719 127.209.141 127.785.152 137.026.574 144.677.550 7.650.976 5,58%
Liquidez Total 59.697.905 65.208.392 64.520.950 69.071.411 71.090.803 2.019.392 2,92%
Crédito a Clientes 56.508.743 57.142.683 59.588.869 64.538.788 69.849.305 5.310.517 8,22%
Recursos de Clientes 97.319.679 102.205.950 106.967.259 107.412.375 110.703.095 3.290.720 3,06%
Act. Tang, Int. Invest. 4.056.294 3.973.586 4.112.922 4.027.018 3.985.389 -41.629 -1,03%
Fundos Próprios 16.545.412 15.900.266 14.894.113
15.750.170
15.599.350
-150.820 -0,96%
Situação Líquida 13.689.960 14.149.212 14.835.821 15.571.118 16.504.406 933.288 5,99%
Valores em euros
Por motivos apontados anteriormente, que tiveram a ver não só com o incremento do volume de
negócios via crédito, mas igualmente com as operações de refinanciamento TLTRO, o Activo Líquido
registou forte incremento face a 2015. Em termos de liquidez, a Instituição registou igualmente
crescimento próximo dos 3%, fixando-se nos 71 milhões de euros.
A Situação Líquida apresentada pela Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Terra Quente no exercício
em análise é evidência do crescimento e rentabilidade alcançados, tendo superado a fasquia dos 16
milhões de euros, o que representa um acréscimo de 6% face a 2015.
2,37% 3,23%
3,75%
4,19%
2,70%
2,20%3,06%
3,62%
4,11%
2,65%
0,69%1,36%
0,80% 0,54% -0,16%
-0,50%
0,00%
0,50%
1,00%
1,50%
2,00%
2,50%
3,00%
3,50%
4,00%
4,50%
2012 2013 2014 2015 2016
Rácio Crédito Vencido
Crédito Vencido Crédito Vencido + 90 Dias Crédito Vencido Líquido
CCAM da Terra Quente, CRL
40 Relatório e Contas 2016
5.6. INDICADORES DE EXPLORAÇÃO E RENDIBILIDADE
Indicadores de Exploração
Rúbricas 2012 2013 2014 2015 2016
Variação 2015/2016
Valor %
Margem Financeira 2.345.228 2.572.933 2.595.788 2.555.930 2.581.938 26.008 1,02%
Margem Complementar 1.125.419 979.442 1.076.915 1.143.629 932.071 -211.558 -18,49%
Produto Bancário 3.809.185 3.772.216 4.521.419 3.960.807 3.695.206 -265.601 -6,71%
Custos de Funcionamento 2.011.330 2.342.710 2.080.511 2.128.070 2.169.914 41.844 1,97%
Meios Libertos 1.797.855 1.429.505 2.440.908 1.832.737 1.525.292 -307.445 -16,78%
Provisões, Correc. Imparid. Liquidas 1.024.825 425.321 1.076.217 483.561 333.424 -150.137 -31,05%
Resultado Líquido 449.753 627.107 725.322 809.888 862.122 52.234 6,45%
Valores em Euros
A Margem Financeira, diferencial entre juros recebidos e juros pagos, cresceu em 2016 cerca de 26 mil
euros, fixando-se nos 2,58 milhões de euros. Apesar da permanência das taxas Euribor em níveis muito
baixos, mesmo negativos, e da forte concorrência pela captação de recursos e concessão de crédito,
que pressionaram fortemente aquela componente, a CCAM da Terra Quente, pela gestão que efectuou
das disponibilidades existentes, alcançou um importante registo nesta rúbrica, superior aos exercícios
de 2012, 2013 e 2015.
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
18.000
2012 2013 2014 2015 2016
13.69014.149
14.83615.571
16.504
euro
sM
ilhare
s
Evolução da Situação Líquida
CCAM da Terra Quente, CRL
41
Relatório e Contas 2016
Por sua vez a Margem Complementar registou um decrescimento homólogo próximo dos 212 mil euros,
registando um valor superior a 932 milhões de euros. Para esta diminuição contribuiu decisivamente o
facto de, para algumas comissões relativas ao negócio via cross-selling (essencialmente oriundas da
CA Vida e Ca Seguros), não ter sido possível o seu registo contabilístico no exercício em análise, pelo
que foram registadas já no exercício de 2017. Mesmo assim a Margem Complementar gerada pela
CCAM da Terra Quente permitiu, no exercício de 2016, que a relevância daquela componente
relativamente ao Produto Bancário se fixasse nos 25,2%, bem acima do novo mínimo orientativo do
DFOA (20%). Paralelamente, é facto de registo, a circunstância de estes proveitos permitirem cobrir,
neste exercício, a totalidade dos Gastos Gerais Administrativos (rácio de 109%), bem como 71% dos
Custos com o Pessoal, consumando um rácio de cobertura de Custos de Funcionamento de 43%.
O Produto Bancário, em consequência do exposto, mas igualmente devida ao decréscimo na rubrica
recuperação extraordinária de custos de exercícios anteriores, registou uma variação negativa de
6,71%, fixando-se nos 3,7 milhões de euros.
4.538 4.607 4.440
3.849
3.164
2.193 2.034 1.845
1.293
582
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
4.500
5.000
2012 2013 2014 2015 2016
Milh
are
s Euro
s
Evolução da Margem Financeira
Juros Recebidos Juros Pagos
2.3452.573 2.596 2.556 2.582
1.125979 1.077 1.144 932
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
2012 2013 2014 2015 2016
Milh
are
s Euro
s
Evolução da Margem de Negócio
Marg. Complementar Marg.Financeira
CCAM da Terra Quente, CRL
42 Relatório e Contas 2016
Os Custos de Funcionamento – Custos com Pessoal e Gastos Gerais Administrativos – ascenderam a
2,17 milhões de euros, representando um crescimento de 1,97% em relação ao ano anterior. Se os
Gastos Gerais Administrativos registaram um incremento homólogo marginal, de 0,52%, já os Custos com
Pessoal, em consequência dos custos com a nova estrutura organizativa, registaram um crescimento na
ordem dos 37 mil euros, uma variação homóloga superior a 2,9%.
No exercício de 2016, o resultado líquido das provisões, correcções e imparidades de crédito
ascendeu a 333 mil euros, correspondendo a um decréscimo de 150 mil euros face ao ano de 2015,
mas justificado por uma gestão prudente de perdas potenciais da nossa carteira de crédito, tanto
mais que o rácio de crédito vencido líquido foi no fim do exercício inferior a 0%.
Os resultados obtidos neste exercício são demonstrativos da estratégia de crescimento orgânico
implementado nos últimos exercícios, a qual visou reforçar o crescimento sustentado, criando condições
para que ano após ano e tendo em conta a oscilação das condições de mercado, ocorra incremento
na geração de resultados.
3.809 3.772
4.521
3.9613.695
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
4.500
5.000
2012 2013 2014 2015 2016
Milh
are
s Euro
s
Custos Funcionamento / Produto Bancário
Produto Bancário Custos Funcionamento
-1.200
-1.000
-800
-600
-400
-200
0
2012 2013 2014 2015 2016
-1.025
-425
-1.076
-484
-333
Milh
are
s Euro
s
Provisões, Correcções e Imparidades Líquidas
2.011 2.343
2.081 2.128 2.170
CCAM da Terra Quente, CRL
43
Relatório e Contas 2016
A conjugação dos elementos atrás expostos possibilitou encerrar o exercício 2016 com o Resultado
Líquido de 862.122,19 euros, tendo os Meios Libertos atingido os 1,53 milhões de euros.
Indicadores de Rendibilidade
Rúbricas 2012 2013 2014 2015 2016
Rendibilidade Bruta do Activo 1,39% 1,05% 1,86% 1,32% 1,03%
Rendibilidade do Activo (ROA) 0,38% 0,51% 0,58% 0,62% 0,62%
Rendibilidade do Capital Próprio (ROE) 3,40% 4,64% 5,14% 5,49% 5,51%
Produto Bancário / Activo Líquido Médio 3,25% 3,06% 3,63% 3,02% 2,67%
RAI / Activo Líquido Médio 0,51% 0,70% 0,99% 0,95% 0,78%
Cost to Income - Custos Totais / Prod. Bancário 57,29% 65,75% 48,82% 56,34% 61,49%
A generalidade dos rácios de rendibilidade em análise, apresentam valores considerados de bom risco,
sendo reveladores da estabilidade da CCAM ao nível da rentabilidade da sua estrutura e
evidenciando sinais positivos quando comparados com os rácios evidenciados em exercícios anteriores.
É de ressalvar o indicar de rentabilidade dos nossos capitais próprios (ROE) com registo já superior
aos 5,5%, bem como a rentabilidade assegurada pelos nossos activos, mesmo considerando que o
aumento de negócio, no exercício em causa, foi proporcionalmente superior à rentabilidade gerada
por esse negócio (redução comparativa da margem financeira e de negócio).
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
2012 2013 2014 2015 2016
450
627
725
810
862M
ilhare
s Euro
s
Evolução dos Resultados do Exercício
CCAM da Terra Quente, CRL
44 Relatório e Contas 2016
5.7. INDICADORES PRUDENCIAIS
Rúbricas 2012 2013 2014 2015 2016
Rácio Common Equity Tier 1 27,54% 27,62% 28,47% 28,89% 27,64%
Rácio de Crédito Vencido + 90 dias 2,20% 3,06% 3,62% 4,11% 2,65%
Rácio de Crédito Vencido Líquido 0,69% 1,36% 0,80% 0,54% -0,16%
Rácio de Eficiência 57,29% 65,75% 48,82% 56,34% 61,49%
Comissões/Produto Bancário 29,54% 25,96% 23,82% 28,87% 25,22%
Produto Bancário / Nº Empregados* 141.081 145.085 155.911 132.027 127.421
Activo Líquido / Nº Empregados* 4.487.471 4.892.659 4.406.385 4.560.885 4.988.881
Rácio de Transformação 75,02% 60,01% 57,29% 60,09% 63,38%
GH ¹+ PDP² / Crédito Total 76,50% 78,11% 74,26% 70,88% 68,54%
*Valores em Euros; ¹ Crédito com Hipoteca; ² PDP Crédito Garantido por Penhor
O Rácio Common Equity Tier 1 atingiu em 2016 os 27,64%, expressão da solidez estrutural desta
Instituição, tanto maior quando comparado com o mínimo exigido em termos orientativos (10%).
Os rácios relativos ao comportamento do Crédito Vencido, pelas razões já enunciadas, sofreram
genericamente variações bastante positivas, enquadrando-se, por larga margem, nos limites máximos
regulamentares e salvaguardados pelo provisionamento efectuado. Também os indicadores relativos
à rentabilidade do Activo e Produto Bancário, medidos em termos de número de empregados, bem
como o Rácio de Transformação, se enquadraram folgadamente nos limites prudenciais, destacando-
se este ultimo pelo crescimento registado, potenciador de um aumento de rentabilidade.
Apesar de algumas dificuldades evidentes e já referidas, contingência da actual situação económica,
é de ressalvar o esforço desta CCAM na protecção dos créditos concedidos e do risco assumido,
pela cobertura hipotecária e/ou de penhor, evidente no último rácio apresentado no quadro acima.
Em 2015 cerca de 69% do crédito concedido encontrava-se salvaguardado por aqueles tipos de
garantia.
CCAM da Terra Quente, CRL
45
Relatório e Contas 2016
6. MOVIMENTO DE SÓCIOS DURANTE O ANO DE 2016
Sócios activos existentes em 31/12/2015 4.210
Sócios admitidos durante o ano de 2016 118
Sócios que solicitaram exoneração ou falecidos durante o ano de 2016 47
SÓCIOS ACTIVOS em 31/12/2016 após aprovação em Assembleia Geral 4.281
Lista de Exonerações
21900002184 ANGELO MANUEL DURAO CABRAL
21900001725 MANUEL AURELIO RODRIGUES
21920101409 MANUEL RICARDO CASTILHO
21900002647 JOEL RICARDO MONTEIRO FERRADOSA
21900001935 VITINHO-CONFEITARIA E PASTELARIA,LDA
21920101208 RUI CARLOS SEIXAS
21900001851 AUTO ANSIAES - OFIC. REP. AUTOMOVEIS, LDA
21900001567 ANA PAULA SEIXAS PINHEL
21900000925 MARIA JOAO LOPES FILIPE
21920101184 ERNESTO PAULO FERREIRA ROCHA
21900001519 MANUEL NASCIMENTO MOUTINHO
21900001804 ASSUNÇÃO CÉU SIL
21900001712 ANDRE FILIPE ALVES DOBROES
21900002740 MARILIA LERIA, LAV SERV DE LIMP, SOC UNIPESSOAL, LDA
21920101369 ALCINO ILIDIO ROMANO
21940300152 FRANCISCO MANUEL ANDRADE
21900000972 MANUEL JOAO GONCALVES SILVA
21900002868 CRISTINA ISABEL RODRIGUES MEIAS
21900000305 ANTONIO ALBERTO PEREIRA
21920101146 ILDA MARIA FERREIRA DE BARROS
21920101299 ANTONIO JOAQUIM COELHO PASSOS
21920101376 JOSE ALBERTO VILARES REIS
21920101246 JOSE ALBERTO GOMES CORDEIRO
21900002522 HABICAR-SOC.COMERCIAL CONS.EDIFICIOS LDA
21900001007 ANTONIO JOAQUIM FILIPE S MATOS
21900001355 BELMIRO AUGUSTO GONCALVES
21900001575 JOSE MANUEL LOPES
21920101368 LUIS MANUEL LISBOA
21900002332 MARIA AMELIA GRANADA MADEIRA
21900002286 NORBERTO FRAGA - SOC. DE MEDIACAO IMOBILIARIA LDA
21900001668 CARLOS JOSÉ HENRIQUES QUITÉRIO
21900000031 JORGE AUGUSTO LOPES
21900002722 SILVERIO SANTOS ALMEIDA
21900001236 MARIA SANTOS BATISTA
CCAM da Terra Quente, CRL
46 Relatório e Contas 2016
21900002626 MARIA FATIMA ESTEVAO GASPAR
21900002683 ADRIANO AUGUSTO FERNANDES CARVALHO UNIPESSOAL LDA
21920101022 ANTONIO NEVES LOURENCO
21900002982 VINTAGE RADICAL, LDA
21930200899 JOSE AGOSTINHO COELHO RODRIGUES
21900002747 CARLOS JOSE CASTRO POUSADA
21920101391 CARLOS MANUEL TENIS MATIAS
21900002565 BERTA DORES MORAIS
21900000671 VITORIANO AUGUSTO LOPES
21900002217 MARIA EUFEMIA MESQUITA PEREIRA SANTOS
21940300130 FRANCISCO MIGUEL M P MANSO
21900001848 JOÃO BATISTA CARVALHO HORTELÃO
21900001972 ABILIO JOSE VIEGAS PELEIRA
21900002184 ANGELO MANUEL DURAO CABRAL
21900001725 MANUEL AURELIO RODRIGUES
21920101409 MANUEL RICARDO CASTILHO
21900002647 JOEL RICARDO MONTEIRO FERRADOSA
21900001935 VITINHO-CONFEITARIA E PASTELARIA,LDA
21920101208 RUI CARLOS SEIXAS
21900001851 AUTO ANSIAES - OFIC. REP. AUTOMOVEIS, LDA
21900001567 ANA PAULA SEIXAS PINHEL
21900000925 MARIA JOAO LOPES FILIPE
21920101184 ERNESTO PAULO FERREIRA ROCHA
21900001519 MANUEL NASCIMENTO MOUTINHO
21900001804 ASSUNÇÃO CÉU SIL
21900001712 ANDRE FILIPE ALVES DOBROES
21900002740 MARILIA LERIA, LAV SERV DE LIMP, SOC UNIPESSOAL, LDA
21920101369 ALCINO ILIDIO ROMANO
21940300152 FRANCISCO MANUEL ANDRADE
21900000972 MANUEL JOAO GONCALVES SILVA
21900002868 CRISTINA ISABEL RODRIGUES MEIAS
21900000305 ANTONIO ALBERTO PEREIRA
21920101146 ILDA MARIA FERREIRA DE BARROS
21920101299 ANTONIO JOAQUIM COELHO PASSOS
21920101376 JOSE ALBERTO VILARES REIS
21920101246 JOSE ALBERTO GOMES CORDEIRO
21900002522 HABICAR-SOC.COMERCIAL CONS.EDIFICIOS LDA
21900001007 ANTONIO JOAQUIM FILIPE S MATOS
21900001355 BELMIRO AUGUSTO GONCALVES
21900001575 JOSE MANUEL LOPES
21920101368 LUIS MANUEL LISBOA
CCAM da Terra Quente, CRL
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Relatório e Contas 2016
7. DÍVIDAS À ADMINISTRAÇÃO FISCAL E SEGURANÇA SOCIAL
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Terra Quente não tem, no fim do exercício em análise, qualquer
dívida perante a Administração Fiscal e Segurança Social.
CCAM da Terra Quente, CRL
48 Relatório e Contas 2016
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CCAM da Terra Quente, CRL
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Relatório e Contas 2016
8. ESTRUTURA E PRÁTICA DE GOVERNO SOCIETÁRIO DA
CCAM
8.1. ESTRUTURA DE GOVERNO SOCIETÁRIO
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Terra Quente, CRL adopta o modelo de governação
vulgarmente conhecido como “latino reforçado”, constituído pelo Conselho de Administração, Conselho
Fiscal e Revisor Oficial de Contas.
Os membros dos órgãos sociais e da Mesa da Assembleia Geral são eleitos pela Assembleia Geral,
para um mandato de três anos.
8.2. ORGANOGRAMA GERAL DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA
8.3. ASSEMBLEIA GERAL
A Mesa da Assembleia Geral é constituída por um presidente, um vice-presidente e um Secretário.
8.3.1. Composição da Mesa da Assembleia Geral
Presidente: Manuel Rui Araújo Meneses Pimentel
Vice-Presidente: António Júlio Relhas
Secretário: José Francisco Pires Trigo
8.3.2. Competências da Assembleia Geral
A Assembleia Geral delibera sobre todos os assuntos para os quais a Lei e os Estatutos lhe atribuam
competências, competindo-lhe, em especial:
▪ Eleger, suspender e destituir os titulares dos cargos sociais, incluindo os seus Presidentes;
▪ Votar a proposta de plano de actividades e de orçamento da Caixa Agrícola para o
exercício seguinte;
▪ Votar o relatório, o balanço e as contas do exercício anterior;
▪ Aprovar a fusão, a cisão e a dissolução da Caixa Agrícola;
Assembleia Geral
Conselho de Administração
Conselho Fiscal ROC
CCAM da Terra Quente, CRL
50 Relatório e Contas 2016
▪ Aprovar a associação e a exoneração da Caixa Agrícola da CAIXA CENTRAL e de
organismos cooperativos de grau superior;
▪ Fixar a remuneração dos titulares dos órgãos sociais da Caixa Agrícola;
▪ Decidir do exercício do direito de acção cível ou penal contra o revisor oficial de contas,
administradores, gerentes, outros mandatários ou membros do Conselho Fiscal e da Mesa da
Assembleia Geral;
▪ Decidir da alteração dos Estatutos.
8.4. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
O Conselho de Administração é composto por um número ímpar de membros efectivos, no mínimo de
três e de um suplente.
Actualmente o Conselho de Administração é composto por 5 membros, com mandato para o triénio
2016/2018.
8.4.1. Composição do Conselho de Administração
Presidente: Ricardo Manuel Paninho Pereira
Vogal: Fernando Manuel Gil
Vogal: Victor Manuel Prazeres Gonçalves
Vogal: Rui Manuel Gomes Meneses Pimentel
Vogal: António Alfredo Figueiredo
Suplente: Rui Filipe Moura de Carvalho
8.4.2. Competências do Conselho de Administração
As competências do Conselho de Administração decorrem da Lei, competindo-lhe, em especial e de
acordo com os Estatutos:
▪ Administrar e representar a Caixa Agrícola;
▪ Elaborar, para votação pela Assembleia Geral, uma proposta de plano de actividades e de
orçamento para o exercício seguinte;
▪ Elaborar, para votação pela Assembleia Geral, o relatório e as contas relativos ao exercício
anterior;
▪ Adoptar as medidas necessárias à garantia da solvabilidade e liquidez da Caixa Agrícola;
▪ Decidir das operações de crédito da Caixa Agrícola.
▪ Fiscalizar a aplicação dos capitais mutuados;
▪ Promover a cobrança coerciva dos créditos da Caixa Agrícola, vencidos e não pagos;
▪ Organizar, dirigir e disciplinar os serviços;
▪ Adquirir bens móveis e imóveis para a recuperação de créditos em situação de incumprimento
e proceder à sua alienação nos termos legais.
CCAM da Terra Quente, CRL
51
Relatório e Contas 2016
8.4.3. Reuniões do Conselho de Administração
O Conselho de Administração reúne, pelo menos, 2 vezes por mês, tendo realizado um total de 31
reuniões em 2016.
8.5. ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO
A fiscalização da Caixa de Crédito Agrícola compete a um Conselho Fiscal e a um Revisor Oficial de
Contas ou uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas.
As competências dos órgãos de fiscalização são as que decorrem da lei, competindo, ainda, ao
Conselho Fiscal, de acordo com os Estatutos, emitir parecer sobre a proposta de plano de actividade
e de orçamento.
8.5.1. Conselho Fiscal
O Conselho Fiscal é composto por três membros efectivos e, pelo menos, um suplente.
8.5.1.1. Composição do Conselho Fiscal
Presidente: Fernando Jaime Castro Candeias
Vogal: Aníbal Tito Fernandes Reis
Vogal: João Carlos Quinteiro Nunes
Suplente: Sandra Carla Raimundo
8.5.1.2. Reuniões do Conselho Fiscal
O Conselho Fiscal reúne, por regra, 1 vez por trimestre, tendo realizado, em 2016, um total de 4 reuniões.
8.5.2. Revisor Oficial de Contas
O mandato actual do Revisor Oficial de Contas é de 2016 a 2018, encontrando-se designados para
o cargo:
Efetivo: PKF & Associados, SROC, Lda
Suplente: Célia Maria Pedro Custódio
8.6. POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO
A) Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e de Fiscalização
1. Em 30 de Março de 2016 a Assembleia Geral Ordinária da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da
Terra Quente, CRL apreciou e aprovou a Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e de
Fiscalização da Instituição, em cumprimento do disposto na Lei nº 28/2009, de 19 de Junho.
2. Nos termos e para os efeitos do n.º 4 do artigo 16.º do Aviso do Banco de Portugal n.º 10/2011,
reproduz-se na presente a referida Política, nos exactos termos em que foi aprovada pelos Associados
da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo:
CCAM da Terra Quente, CRL
52 Relatório e Contas 2016
“POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO
DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DA TERRA QUENTE, CRL
Nos termos do número 4 do Art. 115º-C do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades
Financeiras (RGICSF), aprovado pelo Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, na redacção que
lhe foi dada pelo Decreto-Lei nº 157/2014, de 24 de Outubro, vem o Conselho de Administração da
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DA TERRA QUENTE, CRL (doravante CAIXA AGRÍCOLA), submeter
à aprovação da Assembleia Geral a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de
Administração e de Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA para o ano de 2016.
Propõe-se que a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de
Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA para o ano de 2016 seja aprovada nos seguintes termos:
1. INTRODUÇÃO
Em cumprimento do normativo aplicável, a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de
Administração e de Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA foi definida e elaborada de modo a reflectir
adequada e proporcionalmente a dimensão, a organização interna e a natureza da Instituição, o
âmbito e a complexidade da actividade por si desenvolvida, a natureza e a magnitude dos riscos
assumidos e a assumir e o grau de centralização e delegação de poderes estabelecido no seio da
mesma Instituição.
A mesma Política de Remuneração, atento o facto do Banco de Portugal não ter ainda aprovado
qualquer instrumento regulamentar que revogue, altere ou substitua o Aviso nº 10/2011, sendo que as
Instruções nºs 4/2015 e 5/2015, publicadas em 15 de Junho de 2015, referem-se à matéria das Políticas
de Remuneração, mas somente quanto a divulgação de informação quantitativa a ela atinente, teve
em consideração os seguintes instrumentos:
a. O RGICSF;
b. O Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, quanto às normas neste contidas que não sejam
incompatíveis com a actual redacção do RGICSF, atentas as alterações neste introduzidas
pelo Decreto-Lei nº 157/2014 e por diplomas subsequentes, e que não devam, por isso,
considerar-se revogadas em função de tais alterações;
c. A Lei nº 28/2009, de 19 de Junho, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei nº
157/2014;
d. A Directiva nº 2013/36/EU, do Parlamento Europeu e do Conselho (IV Directiva de Requisitos
de Capital);
e. O Regulamento nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho (Regulamento de
Requisitos de Capital).
2. PRINCÍPIOS GERAIS
O regime legal e regulamentar ora em vigor preserva a aplicação do princípio da proporcionalidade
na definição das políticas de remuneração, pelo que se mantém a relevância dada elementos como
a natureza jurídica de cooperativa da Instituição e a imposição de restrições de natureza geográfica
CCAM da Terra Quente, CRL
53
Relatório e Contas 2016
à actuação da dita Instituição, factores que determinam que a tais funções correspondam muitas vezes
remunerações de valor senão simbólico, pelo menos inferior ao da média dos Colaboradores da
Instituição, sendo por conseguinte tais remunerações insusceptíveis de qualquer comparação com as
que são auferidas no resto do Sector Bancário, tal como são insusceptíveis de levar à assunção de
riscos excessivos ou de pôr em causa os interesses de longo prazo da Instituição, a sua estabilidade
financeira ou a sua base de capital.
Nesta perspectiva, para além de se terem que considerar inaplicáveis à CAIXA AGRÍCOLA todas as
disposições do RGICSF, da Lei nº 28/2009 e do Aviso nº 10/2011 (os últimos na medida em que se
considerem compatíveis com o primeiro) que pressuponham que as entidades às mesmas sujeitas
revestem a natureza jurídica de sociedades anónimas, houve que ponderar a aplicação de muitas das
demais normas, sempre por referência ao princípio da proporcionalidade ínsito no corpo do nº 3 do
art. 115º-C do RGICSF.
Consequentemente, o referido princípio da proporcionalidade presidiu à elaboração da presente
Política de Remuneração que, nos termos do RGICSF, prossegue ainda os seguintes objectivos:
a. Promover e ser coerente com uma gestão de riscos sã e prudente e não incentivar a
assunção de riscos superiores ao nível de risco tolerado pela Instituição;
b. Ser compatível com a estratégia empresarial da Instituição, os seus objectivos, valores e
interesses de longo prazo e incluir medidas destinadas a evitar conflitos de interesses;
c. Distinguir de forma clara os critérios para a fixação da componente fixa da remuneração,
fundamentados principalmente na experiência profissional relevante e na responsabilidade
organizacional de cada Membro de Órgão de Administração ou de Fiscalização
3. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Nos termos e para os efeitos do nº 1 do art. 16º do Aviso nº 10/2011, declara-se que:
a) A Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e de Fiscalização é definida pela
Assembleia Geral, sem a intervenção de quaisquer consultores externos, cabendo à mesma revê-la
periodicamente, pelo menos uma vez por ano, em sede da sua aprovação nos termos do nº 4 do art.
115º-C do RGICSF;
b) A presente política não contempla a atribuição de remunerações variáveis;
c) Vistas a natureza e dimensões da Instituição, a inexistência de remunerações variáveis, o valor das
remunerações pagas aos Membros dos respectivos Órgãos de Administração e de Fiscalização e o
facto de, não sendo a Instituição uma sociedade anónima, lhe ser impossível pagar qualquer
remuneração sob a forma de acções ou instrumentos nos termos do nº 3 do art. 115º-E do RGICSF,
não será diferido o pagamento de qualquer parte da remuneração;
d) A Política de Remuneração é propícia ao alinhamento dos interesses dos Membros do Órgão de
Administração com os interesses de longo prazo da Instituição e é igualmente consentânea com o
desincentivo de uma assunção excessiva de riscos, na medida em que preconiza a atribuição de uma
CCAM da Terra Quente, CRL
54 Relatório e Contas 2016
remuneração de valor moderado, compatível com as tradições e com a natureza específica do Crédito
Agrícola;
e) Atenta a natureza cooperativa da CAIXA AGRÍCOLA, o desempenho dos Órgãos de Administração
e de Fiscalização é, em primeira linha, avaliado pelos Associados em sede de Assembleia Geral,
reflectindo tal avaliação não só o desempenho económico da Instituição, mas também outros critérios
directamente relacionados com a sobredita natureza cooperativa, incluindo a qualidade da relação
estabelecida entre Administração e Cooperadores e da informação prestada aos membros sobre o
andamento dos negócios sociais.
4. REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DO ORGÃO DE FISCALIZAÇÃO:
A remuneração dos Membros do Conselho Fiscal, tendo em consideração a natureza da composição
desse Órgão Social, consiste exclusivamente numa componente fixa, paga através de senhas de
presença de valor fixado pela Assembleia Geral;
Acresce a esta remuneração o direito ao reembolso das despesas em que comprovadamente incorram
no exercício das suas funções, bem como a possibilidade de acesso a financiamento de carácter ou
finalidade social, conquanto verificados os pressupostos legal, regulamentar ou convencionalmente
exigíveis.
5. REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DO ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO:
5.1. REMUNERAÇÃO DOS ADMINISTRADORES EXECUTIVOS
A remuneração dos Membros executivos do Conselho de Administração consiste exclusivamente numa
componente fixa, paga em montante fixo mensal liquidado em catorze meses por ano, de valor fixado
pela Assembleia Geral.
Acresce a esta remuneração a atribuição de telemóvel e viatura de serviço para uso no exercício das
funções de Membro do Órgão de Administração, bem como terão direito ao reembolso das despesas
em que comprovadamente incorram no exercício destas funções e ainda a possibilidade de acesso a
financiamento de carácter ou finalidade social, conquanto verificados os pressupostos legal,
regulamentar ou convencionalmente exigíveis.
Nos termos e para os efeitos dos arts. 115º-E e 115º-F do RGICSF e do nº 2 do art. 16º do Aviso nº
10/2011, mais se declara que:
5.1.1 Quanto à avaliação do desempenho
a) O órgão competente para a avaliação do desempenho individual dos Administradores Executivos
é o Órgão de Fiscalização, sem prejuízo da competência da Assembleia Geral, nos termos acima
descritos;
b) A remuneração dos Administradores Executivos não inclui uma componente variável, pelo que são
inaplicáveis os arts. 115º-E e 115º-F do RGICSF e as alíneas b), c), d), e), f), g), h) e i) do nº 2 do art.
16º do Aviso nº 10/2011.
CCAM da Terra Quente, CRL
55
Relatório e Contas 2016
5.1.2 Quanto aos mecanismos de malus e clawback
Conforme referido acima, a remuneração dos Administradores executivos não inclui uma componente
variável, pelo que são inaplicáveis as regras constantes do RGICSF quanto à aquisição do direito à
mesma e aos mecanismos de redução (“malus”) ou reversão (“clawback”).
5.1.3 Disposições gerais
a) Uma vez que a remuneração dos Administradores Executivos não inclui uma componente variável,
são inaplicáveis as alíneas b), c), d), e), f), g), h) e i) do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011;
b) No exercício de 2015 não foram pagas nem se mostraram devidas compensações e indemnizações
a Membros do Órgão de Administração devido à cessação das suas funções;
c) A Instituição não celebrou com os Membros do seu Órgão de Administração qualquer contrato que
lhes confira direito a compensações ou indemnizações em caso de destituição, incluindo pagamentos
relacionados com a duração de um período de pré-aviso ou cláusula de não concorrência, pelo que
o direito a tais compensações ou indemnizações se rege exclusivamente pelas normas legais aplicáveis,
sendo desnecessários os instrumentos jurídicos a que alude o art. 10º do Aviso nº 10/2011; de igual
modo, não vigora na Instituição qualquer regime especial relativo a pagamentos relacionados com a
cessação antecipada de funções, pelo que é igualmente inaplicável o nº 11 do art. 115º-E do RGICSF;
d) Os Membros do Órgão de Administração da Instituição não auferiram quaisquer remunerações
pagas por sociedades em relação de domínio ou de grupo com a Instituição;
e) Não vigoram na Instituição quaisquer regimes complementares de pensões ou de reforma
antecipada, nem são concedidos benefícios discricionários de pensão;
f) Inexistem outros benefícios não pecuniários relevantes que possam ser considerados como
remuneração.
g) Os Membros do Órgão de Administração não utilizam quaisquer seguros de remuneração ou
responsabilidade, ou quaisquer outros mecanismos de cobertura de risco tendentes a atenuar os efeitos
de alinhamento pelo risco inerentes às suas modalidades de remuneração
h) Caso seja atribuída qualquer remuneração a Administrador Executivo eleito para o seu primeiro
mandato que vise compensá-lo pela cessação de funções anteriores, esta terá em consideração os
interesses de longo prazo da Instituição e será sujeita às regras que em cada momento vigorem quanto
a desempenho, indisponibilidade mediante retenção pela Instituição, diferimento e reversão, sem
prejuízo de, conforme referido, não ser actualmente diferido o pagamento de qualquer parte da
remuneração.
5.2 REMUNERAÇÃO DOS ADMINISTRADORES NÃO EXECUTIVOS
A remuneração dos Membros não executivos do Órgão de Administração consiste exclusivamente numa
componente fixa, paga em montante fixo mensal liquidado em catorze meses, de valor fixado pela
Assembleia Geral, bem como à possibilidade de acesso a financiamento de carácter ou finalidade
social, conquanto verificados os pressupostos legal, regulamentar ou convencionalmente exigíveis.
CCAM da Terra Quente, CRL
56 Relatório e Contas 2016
Terão ainda direito ao reembolso das despesas em que comprovadamente incorram no exercício das
suas funções como membro do Órgão de Administração, bem como a atribuição de telemóvel de
serviço para uso no exercício das funções de Membro do Órgão de Administração.
6. REVISOR OFICIAL DE CONTAS
A remuneração do Revisor Oficial de Contas é estabelecida com base nas práticas de mercado e
definida no âmbito de contrato de prestação de serviços de revisão de contas.
Carrazeda de Ansiães, 15 de Março de 2016”
3. Remunerações Pagas
Conselho de Administração (Cessante)
Presidente: Eng.º Manuel Rui Araujo Meneses Pimentel 3.272,14 €
Vogal: Joaquim Eduardo Pinho Aguiar Ferreira 3.272,14 €
Vogal: Eng.º Fernando Manuel Gil 2.722,97 €
Vogal: António Miguel de Castro 3.272,14 €
Vogal: Eng.º António Alfredo Figueiredo 2.723,29 €
Total 15.262,68 €
Conselho de Administração
Presidente: Prof. Ricardo Manuel Paninho Pereira 19.402,42 €
Vogal: Eng.º Fernando Manuel Gil 22.353,00 €
Vogal: Victor Manuel Prazeres Gonçalves 46.485,18 €
Vogal: Dr. Rui Manuel Gomes Meneses Pimentel 21.825,79 €
Vogal: Eng.º António Alfredo Figueiredo 10.227,00 €
Total 120.293,39 €
Conselho Fiscal (Cessante)
Presidente: Dr. José Luis Carvalhão de Abreu e Oliveira 0,00 €
Vogal: Aníbal Tito Fernandes dos Reis 0,00 €
Vogal: Eng.º Fernando Jaime Castro Candeias 0,00 €
Total 0,00 €
Conselho Fiscal
Presidente: Eng.º Fernando Jaime Castro Candeias 750,00 €
Vogal: Aníbal Tito Fernandes dos Reis 600,00 €
Vogal: João Carlos Quinteiro Nunes 600,00 €
Total 1.950,00 €
Revisor Oficial de Contas (excluindo IVA)
PKF & Associados, SROC, LDA 10.000,00 €
Total 10.000,00 €
Total 147.506,07 €
CCAM da Terra Quente, CRL
57
Relatório e Contas 2016
B) Política de Remuneração de Colaboradores
1. Dando cumprimento ao disposto no n.º 3 do artigo 16.º do Aviso do Banco de Portugal n.º 10/2011,
é prestada a seguinte informação, atinente à política de remuneração de colaboradores:
a. Os colaboradores abrangidos pelo n.º 2 do artigo 1.º do Aviso do Banco de Portugal n.º 10/2011
auferem uma remuneração fixa paga 14 vezes por ano, de acordo com as condições dispostas no
ACT do Crédito Agrícola, a qual pode ainda integrar um complemento remunerativo casuístico.
b. Também podem ser atribuídas uma ou duas horas de Isenção de horário de trabalho às funções
cujo nível de responsabilidade e exigência de disponibilidade assim o justifique.
c. Pode ser atribuída anualmente uma remuneração variável, definida com base num processo de
avaliação de um conjunto de competências críticas para a função, a qual corresponde apenas a um
prémio de desempenho.
d. A metodologia e critérios de avaliação de desempenho, aprovados pelo órgão de administração,
são divulgados internamente, aprovados e aplicados de forma idêntica, para a generalidade dos
colaboradores da instituição. O órgão de administração valida os resultados finais da avaliação de
desempenho efectuada pela hierarquia directa dos colaboradores, quando a mesma seja efectuada.
e. Pode também ser atribuído pelo Conselho de Administração um montante pecuniário aos
colaboradores, com base nos resultados alcançados pelas diversas áreas da Caixa Agrícola.
f. A componente variável poderá ser assim atribuída anualmente, considerando o resultado da
avaliação de competências específicas e transversais, que permitem verificar o respeito pelas regras e
procedimentos aplicáveis à actividade, designadamente as regras de controlo interno e as que são
relativas às relações com clientes e investidores. Pretende-se, deste modo, promover a sustentabilidade
da instituição e a criação de valor a longo prazo.
g. A remuneração variável, quando atribuída, é sempre paga em numerário tendo por base o
desempenho do ano transacto.
h. Não é diferida qualquer parte da componente variável da remuneração, porquanto o valor desta
não tem expressividade para que o seu pagamento imediato e de uma só vez possa impedir que se
atinja qualquer um dos objectivos que o diferimento visaria prosseguir.
i. Atento o disposto no n.º 3 do artigo 17.º do Aviso do Banco de Portugal n.º 10/2011, os
colaboradores abrangidos pelo n.º 2 do artigo 1.º do mesmo Aviso auferiram as seguintes
remunerações: remuneração bruta fixa em 2016 de 24.994,49 € e variável de 4.469,70€.
Face ao teor da Política de Remuneração da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Terra Quente, CRL
para o exercício de 2016, e do ocorrido durante esse exercício, não são aplicáveis ou inexistem:
a. Remunerações diferidas que não tenham sido pagas;
b. Remunerações diferidas devidas, pagas ou objecto de reduções resultantes de ajustamento
introduzido em função do desempenho individual dos titulares;
c. Novas contratações efectuadas no ano a que a informação respeita;
d. Pagamentos efectuados ou devidos anualmente em virtude de rescisão antecipada de contracto
de trabalho com Colaboradores.
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58 Relatório e Contas 2016
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Relatório e Contas 2016
9. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS
Para o resultado líquido apurado no exercício de 2016, no valor de 862.122,19€ (oitocentos e
sessenta e dois mil cento e vinte e dois euros e dezanove cêntimos) o Conselho de Administração
propõe a seguinte distribuição, de acordo com o Artº. 33º. dos Estatutos:
euros
Reserva Legal 172.424,44 €
Reserva Especial 689.697,75 €
Total 862.122,19 €
Após aquela distribuição de resultados, do montante de Reserva Livre (especial), o Conselho de
Administração propõe que:
O valor de 13.695,74€ (treze mil seiscentos e noventa e cinco euros e setenta e quatro
cêntimos) seja para distribuir pelos associados que, em 31 de Dezembro de 2016, detinham
títulos de capital social em número igual ou superior ao legalmente e actualmente estabelecido
(≥100 títulos), à razão de 1,00%, respeitante a dividendos;
Seja transferido o montante de 13.332,00€ (treze mil trezentos e trinta e dois), para a conta
de resultados transitados, resultantes da alteração de políticas contabilísticas (adopção das
NCA);
Nos termos da alínea d) do nº.2 do Artigo 8.º dos Estatutos, sejam transferidos para capital
social o montante de 662.670,00€ (seiscentos e sessenta e dois mil e seiscentos e setenta
euros).
Assim, se estas propostas merecerem a aprovação da Assembleia, as contas de Situação Liquida
apresentarão os seguintes saldos:
Capital Social 11.523.545,00 €
Reserva Legal 5.049.147,86 €
Reserva para Mutualismo 5.178,52 €
Reserva Formação e Educação Cooperativa 2.785,59 €
Reserva Especial 2.226,29 €
Outras Reservas 15.437,86 €
Reservas de reavaliação -107.611,00 €
Situação Líquida 16.490.710,12 €
O Conselho de Administração
CCAM da Terra Quente, CRL
60 Relatório e Contas 2016
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CCAM da Terra Quente, CRL
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Relatório e Contas 2016
10. NOTAS FINAIS
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Terra Quente, quer manifestar o seu apreço a todos quantos
com a Caixa colaboraram e se têm esforçado para que seja possível atingir os resultados que muito
nos orgulhamos de ter conseguido.
Agradecemos também:
Aos nossos associados em especial e clientes em geral;
A todas as Repartições locais, nomeadamente ao Cartório Notarial, Conservatória, Repartição
de Finanças, Tesouraria da Fazenda Pública, Tribunal Judicial, Câmara Municipal, Juntas de
Freguesia, pela atenção dispensada;
À Caixa Central e Fenacam.
A todos as restantes entidades não mencionadas, mas que mercê da generosa colaboração
ajudaram a nossa tarefa.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Terra Quente, 22 de Março de 2017
O Conselho de Administração
CCAM da Terra Quente, CRL
62 Relatório e Contas 2016
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Relatório e Contas 2016
11. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
11.1. BALANÇO Para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015
Montantes expressos em euros
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64 Relatório e Contas 2016
11.2. DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS Para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015
Montantes expressos em euros
CCAM da Terra Quente, CRL
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Relatório e Contas 2016
11.3. DEMONSTRAÇÃO DO RENDIMENTO INTEGRAL Para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015
Montantes expressos em euros
CCAM da Terra Quente, CRL
66 Relatório e Contas 2016
11.4. DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO Para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015
Montantes expressos em euros
CCAM da Terra Quente, CRL
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Relatório e Contas 2016
11.5. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015
Montantes expressos em euros
CCAM da Terra Quente, CRL
68 Relatório e Contas 2016
11.6. PASSIVOS SUBORDINADOS Para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015
Montantes expressos em euros
CCAM da Terra Quente, CRL
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Relatório e Contas 2016
11.7. INVENTÁRIO DE TÍTULOS EM BASE INDIVIDUAL Para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2016
Montantes expressos em euros
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70 Relatório e Contas 2016
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Relatório e Contas 2016
12. ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015
(Montantes expressos em euros, excepto quando expressamente indicado)
1 Nota introdutória
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Terra Quente, C.R.L. (adiante designada por Caixa) é uma
instituição de crédito constituída em 20 de Setembro de 1996 sob a forma de Cooperativa de
responsabilidade limitada. Constitui objecto da Caixa a concessão de crédito e a prática dos demais
actos inerentes à actividade bancária, nos termos previstos na legislação aplicável.
A Caixa forma parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM) o qual é formado pela
Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. (Caixa Central) e pelas Caixas de Crédito Agrícola
Mútuo suas associadas. Compete à Caixa Central assegurar a orientação, fiscalização e
representação das entidades que fazem parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo.
Em 31 de Dezembro de 2016, a Caixa opera através da sua sede, situada na Rua Luís de Camões,
em Carrazeda de Ansiães e através de uma rede de sete balcões situados nos concelhos de Vila Flor,
Alfandega da Fé, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta.
No decurso de 2009 o Regime Jurídico do Crédito Agrícola Mútuo e das Cooperativas de Crédito
Agrícola Mútuo foi alterado através do Decreto-Lei n.º 142/2009, o qual visou, entre outros, adaptar
o modelo de governação das Caixas de Crédito Agrícola às estruturas previstas no Código das
Sociedades Comerciais, sem prejuízo das competências da Assembleia geral que caracterizam o
modelo cooperativo, ao mesmo tempo que autoriza um alargamento da respectiva base de
associados. Adicionalmente e no que respeita à fiscalização das contas, as caixas agrícolas
associadas ao Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo passaram também a ser obrigadas à
certificação legal das suas contas e à contratação de um revisor oficial de contas.
Nos exercícios económicos de 2016 e 2015, não ocorreram eventos relevantes na estrutura de capital
da Caixa, nem operações com grande impacto nas contas do exercício.
As demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2016 encontram-se pendentes de aprovação
pelos correspondentes Órgãos Sociais. No entanto, o Conselho de Administração entende que estas
demonstrações financeiras virão a ser aprovadas sem alterações significativas.
2 Bases de apresentação, comparabilidade da informação e principais políticas contabilísticas
2.1 Bases de apresentação das contas
“Não obstante o disposto no Aviso nº 5/2015 do Banco de Portugal, publicado no dia 30 Dezembro
de 2015, que determinou que as demonstrações financeiras em base individual fossem a partir de 1 de
Janeiro de 2016 elaboradas de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade, foi
CCAM da Terra Quente, CRL
72 Relatório e Contas 2016
deliberado pela mesma entidade conceder, excepcionalmente até 31 Dezembro de 2016, o regime
transitório ao SICAM, no qual a Caixa se inclui, mediante o qual se manteve o regime contabilístico
que estava em vigor.
Neste contexto, as demonstrações financeiras da Caixa foram preparadas no pressuposto da
continuidade das operações, atentas ao regime do acréscimo, da consistência da apresentação, da
materialidade e da não compensação (excepto quando permitida), com base nos livros e registos
contabilísticos mantidos de acordo com os princípios consagrados nas Normas de Contabilidade
Ajustadas (NCA), nos termos do Aviso n.º 1/2005, de 21 de Fevereiro e das Instruções n.º 23/2004 e
n.º 9/2005, do Banco de Portugal, na sequência da competência que lhe é conferida pelo n.º 3 do
Artigo 115.º do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 298/92, de 31 de Dezembro.
As NCA correspondem genericamente às Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS), conforme
adoptadas pela União Europeia, de acordo com o Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, transposto para o ordenamento nacional pelo Decreto-Lei n.º
35/2005, de 17 de Fevereiro e pelo Aviso n.º 1/2005, de 21 de Fevereiro, do Banco de Portugal,
excepto no que se refere a:
i) Valorimetria do crédito a clientes e valores a receber de outros devedores (Crédito e contas a
receber) – os créditos são registados pelo valor nominal, não podendo ser reclassificados para outras
categorias e, como tal, registados pelo justo valor. Os proveitos são reconhecidos segundo a regra
pro rata temporis, quando se tratem de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um
período superior a um mês, nomeadamente juros e comissões;
ii) Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações
subjacentes aos activos classificados como crédito e contas a receber deverão ser, igualmente,
periodificados ao longo do período de vigência dos créditos, de acordo com o método referido na
alínea anterior;
iii) Provisionamento do crédito e contas a receber - mantém-se o anterior regime, sendo definidos
níveis mínimos de provisionamento de acordo com o disposto no Aviso do Banco de Portugal n.º 3/95,
com as alterações introduzidas pelo Aviso do Banco de Portugal n.º 8/03, de 30 de Junho e pelo Aviso
do Banco de Portugal n.º 3/2005, de 21 de Fevereiro. Este regime abrange ainda as responsabilidades
representadas por aceites, garantias e outros instrumentos de natureza análoga;
iv) Os activos tangíveis são obrigatoriamente mantidos ao custo de aquisição, não sendo deste
modo possível o seu registo pelo justo valor, conforme permitido pelo IAS 16 – Activos fixos tangíveis.
Como excepção, é permitido o registo de reavaliações extraordinárias, legalmente autorizadas, caso
em que as mais-valias resultantes são registadas em “Reservas de reavaliação”;
v) Foi permitido um período de diferimento do impacto contabilístico decorrente da transição para
os critérios da Norma IAS 19 – Benefícios de Empregados, dos custos e responsabilidades assumidos
CCAM da Terra Quente, CRL
73
Relatório e Contas 2016
relativamente a pensões, custos com saúde e outros benefícios a que os colaboradores da Caixa têm
direito após o período activo de trabalho.
De acordo com os Avisos do Banco de Portugal n.º 4/2005 de 21 de Fevereiro e n.º 12/2005 de 30
de Dezembro, o reconhecimento em resultados transitados do impacto apurado com referência a 1 de
Janeiro de 2007, decorrente da transição para os IAS/IFRS pode ser atingido através da aplicação
de um plano de amortização de prestações uniformes até 31 de Dezembro de 2012, com excepção
da parte referente ao impacto da alteração da tábua de mortalidade e às responsabilidades relativas
a cuidados médicos pós-emprego, para a qual esse plano de amortização pode ir até 31 de
Dezembro de 2013.
Durante o ano de 2008, o Banco de Portugal emitiu um novo aviso (Aviso n.º 7/2008, de 14 de
Outubro), no qual permite diferir os impactos da transição acima identificados, por um período
adicional de três anos face ao período estipulado inicialmente.
Foi decisão da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo prolongar o diferimento dos impactos de
transição tal como permitido no Aviso n.º 7/2008, de 14 de Outubro.
A Caixa adoptou a Norma IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações, a qual se tornou efectiva
para os períodos de relato com início em 1 de Janeiro de 2007 ou após. O Impacto da adopção da
Norma IFRS 7 consistiu nas divulgações fornecidas ao nível dos instrumentos financeiros utilizados e da
gestão do capital (Nota 51). Adicionalmente, foi tida em consideração a versão actualizada da IAS
1 – Apresentação de Demonstrações financeiras.
2.2 Comparabilidade da informação
As demonstrações financeiras referentes a 31 de Dezembro de 2015 são directamente comparáveis
com as demonstrações agora apresentadas.
2.3 Resumo das principais políticas contabilísticas
As políticas contabilísticas mais significativas, utilizadas na preparação das demonstrações financeiras
foram as seguintes:
2.3.1 Especialização dos exercícios
As perdas e ganhos são registados no exercício a que respeitam, independentemente do momento do
seu pagamento ou recebimento, de acordo com o princípio contabilístico da especialização dos
exercícios.
2.3.2 Saldos e transacções em moeda estrangeira
As contas da Caixa são preparadas em Euros, sendo esta a sua moeda funcional, ou seja, a divisa
utilizada no ambiente económico em que a Instituição opera.
As transacções em moeda estrangeira são registadas com base nas taxas de câmbio indicativas na
data da transacção. Em cada data de balanço, os activos e passivos monetários denominados em
CCAM da Terra Quente, CRL
74 Relatório e Contas 2016
moeda estrangeira são convertidos para euros com base na taxa de câmbio em vigor. Os activos não
monetários que sejam valorizados ao justo valor são convertidos com base na taxa de câmbio em
vigor na data da última valorização. Os activos não monetários registados pelo seu custo histórico
permanecem registados ao câmbio original.
As diferenças de câmbio apuradas na conversão cambial são reflectidas em resultados do exercício,
com excepção das originadas por instrumentos financeiros não monetários, tal como acções,
classificados como disponíveis para venda, que são registadas numa rubrica específica de capital
próprio até à sua alienação.
2.3.3 Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos
As empresas filiais são entidades nas quais a Caixa exerce controlo sobre a gestão das mesmas. As
empresas associadas são entidades nas quais a Caixa exerce influência significativa, mas não detém
o controlo. Como influência significativa entende-se uma participação financeira (directa ou indirecta)
superior a 20% ou o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais da
entidade mas sem existir controlo nem controlo conjunto sobre a mesma.
As empresas filiais e associadas são valorizadas ao custo de aquisição, sendo objecto de análises de
perdas por imparidade. As participações em empresas filiais e associadas em moeda estrangeira
(activos não monetários valorizados ao custo histórico) são convertidas à taxa de câmbio histórica
da data da transacção, conforme previsto no IAS 21.
Os dividendos são registados como proveitos no exercício em que é decidida a sua distribuição.
2.3.4 Crédito e outros valores a receber
Conforme descrito na Nota 2.1 i) estes activos encontram-se registados ao valor nominal, de acordo
com o Aviso n.º 1/2005 do Banco de Portugal.
A componente de juros, incluindo a referente a eventuais prémios/descontos, é objecto de relevação
contabilística autónoma nas respectivas contas de resultados. Os proveitos são reconhecidos quando
obtidos e distribuídos por períodos mensais, segundo o método da taxa efectiva, quando se trate de
operações que produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês. Sempre que
aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes aos
activos incluídos nesta categoria devem ser, igualmente, periodificados ao longo do período de
vigência dos créditos, segundo o método da taxa efectiva.
Posteriormente, o crédito e outros valores a receber são submetidos à constituição de provisões, nos
termos descritos abaixo. De acordo com as normas do Banco de Portugal, os juros sobre crédito
vencido há mais de 90 dias que não estejam cobertos por garantias reais, são reconhecidos como
proveitos apenas quando recebidos.
2.3.5 Garantias prestadas e compromissos irrevogáveis
As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em rubricas
extra patrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos registados
em resultados ao longo da vida das operações.
CCAM da Terra Quente, CRL
75
Relatório e Contas 2016
2.3.6 Provisões para crédito e juros vencidos, créditos de cobrança duvidosa, risco país e riscos
gerais de crédito
De acordo com o Aviso do Banco de Portugal n.º 3/95, de 30 de Junho (com as alterações introduzidas
subsequentemente, nomeadamente pelo Aviso n.º 3/2005, de 21 de Fevereiro), e outras disposições
emitidas pelo Banco de Portugal, são constituídas as seguintes provisões para riscos de crédito:
i) Provisão para crédito e juros vencidos
Destina-se a fazer face aos riscos de realização de créditos concedidos que apresentem prestações
vencidas e não pagas de capital ou juros. As percentagens provisionadas do crédito e juros vencidos
dependem do tipo de garantias existentes e são função crescente do período decorrido desde a
data de incumprimento, de acordo com a tabela definida no ponto 4 do 3.º parágrafo do Aviso n.º
3/95, do Banco de Portugal.
ii) Provisão para créditos de cobrança duvidosa
Destina-se à cobertura dos riscos de realização do capital vincendo relativo a créditos concedidos
que apresentem prestações vencidas e não pagas de capital ou juros, ou que estejam afectos a
clientes que tenham outras responsabilidades vencidas. Nos termos do Aviso n.º 3/95, são considerados
créditos de cobrança duvidosa, os seguintes:
▪ As prestações vincendas de uma mesma operação de crédito em que se verifique,
relativamente às respectivas prestações em mora de capital e juros, pelo menos uma das
seguintes condições:
▪ Excederem 25% do capital em dívida, acrescido de juros;
▪ Estarem em incumprimento há mais de:
seis meses, nas operações com prazo inferior a cinco anos;
doze meses, nas operações com prazo igual ou superior a cinco anos mas inferior
a dez anos;
vinte e quatro meses, nas operações com prazo igual ou superior a dez anos.
Os créditos nestas condições são considerados vencidos apenas para efeitos da constituição
de provisões, sendo provisionados com base nas taxas aplicáveis ao crédito vencido dessas
operações.
▪ Os créditos vincendos sobre um mesmo cliente se, de acordo com a classificação acima
definida, o crédito e juros vencidos de todas as operações relativas a esse cliente excederem
25% do crédito total, acrescido de juros. Os créditos nestas condições são provisionados com
base em metade das taxas aplicáveis aos créditos vencidos.
A Caixa classifica em crédito vencido as prestações vencidas de capital ou juros decorridos
que sejam 180 dias após o seu vencimento. Os créditos com prestações vencidas são
denunciados nos termos definidos no manual de crédito aprovado, sendo nesse momento
considerada vencida toda a dívida.
CCAM da Terra Quente, CRL
76 Relatório e Contas 2016
Periodicamente, a Caixa abate ao activo os créditos considerados incobráveis por utilização
das provisões constituídas. Em caso de eventual recuperação dos referidos créditos, esta é
reconhecida em resultados, na rubrica “Outros resultados de exploração”.
iii) Provisão para riscos gerais de crédito
Encontra-se registada no passivo, na rubrica “Provisões”, e destina-se a fazer face a riscos de cobrança
do crédito concedido e garantias e avales prestados.
Esta provisão é calculada por aplicação das seguintes percentagens genéricas à totalidade do
crédito não vencido, incluindo as garantias e avales:
▪ 1,5% no que se refere ao crédito ao consumo e às operações de crédito a particulares, cuja
finalidade não possa ser determinada;
▪ 0,5% relativamente ao crédito garantido por hipoteca sobre imóvel, ou operações de locação
financeira imobiliária, em ambos os casos quando o imóvel se destine a habitação do mutuário;
▪ 1% no que se refere ao restante crédito concedido.
Nos exercícios de 2001 e 2002 foram aceites como custo fiscal 50% dos reforços da provisão para
riscos gerais de crédito. A partir de 1 de Janeiro de 2003 os reforços desta provisão deixaram de ser
aceites fiscalmente como custo.
2.3.7 Outros activos e passivos financeiros
Os outros activos e passivos financeiros são reconhecidos e valorizados de acordo com os IAS 32 e
IAS 39, sendo registados na data de contratação pelo justo valor.
i) Activos financeiros detidos para negociação e ao justo valor através de resultados, passivos
financeiros detidos para negociação
Os activos financeiros detidos para negociação incluem títulos de rendimento variável transaccionados
em mercados activos, adquiridos com o objectivo de venda ou recompra no curto prazo, bem como
derivados. Os derivados de negociação com valor líquido a receber (justo valor positivo) são incluídos
na rubrica “Activos financeiros detidos para negociação”. Os derivados de negociação com valor
líquido a pagar (justo valor negativo), são incluídos na rubrica “Passivos financeiros detidos para
negociação”.
Os activos financeiros ao justo valor através de resultados incluem os títulos de rendimento fixo
transaccionados em mercados activos que a Caixa optou por registar e avaliar ao justo valor através
de resultados.
Os activos e passivos financeiros detidos para negociação e os activos financeiros ao justo valor
através de resultados são reconhecidos inicialmente ao justo valor. Os ganhos e perdas decorrentes
da valorização subsequente ao justo valor são reconhecidos em resultados.
Os juros inerentes aos activos financeiros e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal
(prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa efectiva e reconhecidos em
resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.
CCAM da Terra Quente, CRL
77
Relatório e Contas 2016
Os dividendos são reconhecidos quando atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os
dividendos antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua
distribuição.
O justo valor dos activos financeiros detidos para negociação e transaccionados em mercados
activos é o seu “bid-price” ou a cotação de fecho à data do balanço. Se um preço de mercado não
estiver disponível, o justo valor do instrumento é estimado com base em técnicas de valorização, que
incluem modelos de avaliação de preços ou técnicas de “discounted cash-flows”.
Quando são utilizadas técnicas de “discounted cash-flows”, os fluxos financeiros futuros são estimados
de acordo com as expectativas da gestão e a taxa de desconto utilizada corresponde à taxa de
mercado para instrumentos financeiros com características semelhantes. Nos modelos de avaliação de
preços, os dados utilizados correspondem a informações sobre preços de mercado.
O justo valor dos derivados que não são transaccionados em bolsa é estimado com base no montante
que seria recebido ou pago para liquidar o contrato na data em análise, considerando as condições
de mercado vigentes bem como a qualidade creditícia das contrapartes.
ii) Activos financeiros disponíveis para venda
Os activos financeiros disponíveis para venda incluem instrumentos de capital e dívida, que não sejam
classificados como activos financeiros detidos para negociação, ao justo valor através de resultados
ou como investimentos a deter até à maturidade ou como crédito ou como empréstimos e contas a
receber.
Os activos financeiros disponíveis para venda são registados ao justo valor, com excepção de
instrumentos de capital não cotados num mercado activo e cujo justo valor não possa ser mensurado
com fiabilidade, os quais permanecem registados ao custo. Os ganhos e perdas relativos à variação
subsequente do justo valor são reflectidos em rubrica específica do capital próprio “reserva de justo
valor” até à sua venda (ou até ao reconhecimento de perdas por imparidade), momento em que são
transferidos para resultados. Os ganhos ou perdas cambiais de activos monetários são reconhecidas
directamente em resultados do período.
Os juros inerentes aos activos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo de aquisição
e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa efectiva e
registados em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.
Os rendimentos de títulos de rendimento variável são reconhecidos em resultados na data em que são
atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os dividendos antecipados são registados como
proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.
iii) Investimentos a deter até à maturidade
Os investimentos a deter até à maturidade são investimentos que têm um rendimento fixo, com taxa de
juro conhecida no momento da emissão e data de reembolso determinada, sendo do interesse da
Caixa mantê-los até ao seu reembolso.
Os investimentos financeiros a deter até à maturidade são registados ao custo de aquisição. Os juros
CCAM da Terra Quente, CRL
78 Relatório e Contas 2016
inerentes aos activos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo de aquisição e o
valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa efectiva e
registados em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.
iv) Empréstimos e contas a receber
De acordo com a restrição estabelecida pelo Aviso n.º 1/2005, nesta rubrica são registados apenas
os valores a receber de outras instituições de crédito.
São activos financeiros com pagamentos fixos ou determináveis, não cotados num mercado activo e
não incluídos em qualquer uma das restantes categorias de activos financeiros.
No reconhecimento inicial estes activos são valorizados pelo justo valor, deduzido de eventuais
comissões incluídas na taxa efectiva, e acrescido de todos os custos incrementais directamente
atribuíveis à transacção. Subsequentemente, estes activos são reconhecidos em balanço ao custo
amortizado, deduzido de perdas por imparidade e provisões para risco país.
Os juros são reconhecidos com base no método da taxa efectiva, que permite calcular o custo
amortizado e repartir os juros ao longo do período das operações. A taxa efectiva é aquela que,
sendo utilizada para descontar os fluxos de caixa futuros estimados associados ao instrumento
financeiro na data do reconhecimento inicial.
v) Operações de venda com acordo de recompra
Os títulos vendidos com acordo de recompra são mantidos na carteira onde estavam originalmente
registados. Os fundos recebidos são registados, na data de liquidação, em conta própria do passivo,
sendo periodificados os respectivos juros.
vi) Outros passivos financeiros
Os outros passivos financeiros, essencialmente recursos de instituições de crédito, depósitos de clientes
e dívida emitida, são inicialmente valorizados ao justo valor, que corresponde à contraprestação
recebida líquida dos custos de transacção e são posteriormente valorizados ao custo amortizado.
Conforme previsto no Decreto-Lei n.º 182/87, de 21 de Abril, foi criado o Fundo de Garantia do Crédito
Agrícola Mútuo, cujo funcionamento foi regulamentado pelo Decreto-Lei n.º 345/98, de 9 de Novembro.
Este último visou reconverter o Fundo de Garantia de Crédito Agrícola Mútuo, por forma, a que o
mesmo tivesse por objecto (i) garantir o reembolso de depósitos constituídos na Caixa Central e nas
Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas e (ii) promover e realizar acções que visem
assegurar a solvabilidade e liquidez das referidas instituições, com vista à defesa do Sistema Integrado
do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM).
Em 2016 e 2015, a Caixa não possuía empréstimos subordinados concedidos pelo Fundo de Garantia
de Crédito Agrícola Mútuo.
vii) Imparidade em activos financeiros
A Caixa efectua análises periódicas de imparidade aos activos financeiros com excepção de crédito
a clientes e outros valores a receber, conforme referido na alínea i) do 2.1.
CCAM da Terra Quente, CRL
79
Relatório e Contas 2016
Quando existe evidência de imparidade num activo ou grupo de activos financeiros, as perdas por
imparidade registam-se por contrapartida de resultados.
Para títulos cotados, considera-se que existe evidência de imparidade numa situação de
desvalorização continuada ou de valor significativo na cotação dos títulos. Para títulos não cotados,
é considerado evidência de imparidade a existência de impacto no valor estimado dos fluxos de
caixa futuros do activo financeiro, desde que possa ser estimado com razoabilidade.
Caso num período subsequente se registe uma diminuição no montante das perdas por imparidade
atribuída a um evento, o valor previamente reconhecido é revertido através de ajustamento à conta
de perdas por imparidade. O montante da reversão é reconhecido directamente na demonstração de
resultados.
No caso de activos financeiros disponíveis para venda, em caso de evidência objectiva de
imparidade, resultante de diminuição significativa e prolongada do justo valor do título ou de
dificuldades financeiras do emitente, a perda acumulada na reserva de reavaliação de justo valor é
removida do capital próprio e reconhecida nos resultados. As perdas por imparidade registadas em
títulos de rendimento fixo podem ser revertidas através de resultados, caso se verifique uma alteração
positiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da imparidade.
As perdas por imparidade relativas a títulos de rendimento variável não podem ser revertidas, pelo
que eventuais mais valias potenciais originadas após o reconhecimento de perdas por imparidade são
reflectidas na reserva de justo valor. Quanto a títulos de rendimento variável para os quais tenha sido
registada imparidade, posteriores variações negativas no justo valor são sempre reconhecidas em
resultados.
No caso de activos financeiros disponíveis para venda com evidência de imparidade, a perda
potencial acumulada em reservas é transferida para resultados.
2.3.8 Outros activos tangíveis
Os activos tangíveis utilizados pela Caixa para o desenvolvimento da sua actividade são
contabilisticamente relevados pelo custo de aquisição (incluindo custos directamente atribuíveis)
deduzido das amortizações acumuladas.
A depreciação dos activos tangíveis é registada numa base sistemática ao longo do período de vida
útil estimado do bem:
Anos de
vida útil estimada
Imóveis de serviço próprio 50
Despesas em edifícios arrendados 10
Equipamento informático e de escritório 3 a 10
Mobiliário e instalações interiores 6 a 10
Viaturas 4
CCAM da Terra Quente, CRL
80 Relatório e Contas 2016
As despesas de investimento em obras não passíveis de recuperação, realizadas em edifícios que não
sejam propriedade da Caixa, são amortizadas em prazo compatível com o da sua utilidade esperada
ou do contrato de arrendamento.
Conforme previsto no IFRS 1, os activos tangíveis adquiridos até 1 de Janeiro de 2006 foram registados
pelo valor contabilístico na data de transição para os IAS/IFRS, que corresponde ao custo ajustado
por reavaliações efectuadas nos termos da lei, decorrentes da evolução de índices gerais de preços.
Uma parcela correspondente a 40% do aumento das amortizações que resultam dessas reavaliações
não é aceite como custo para efeitos fiscais, sendo registados os correspondentes impostos diferidos
passivos.
Periodicamente são efectuadas avaliações aos imóveis de modo a apurar perdas por imparidade.
2.3.9 Activos intangíveis
Esta rubrica compreende essencialmente custos com a aquisição, desenvolvimento ou preparação para
uso de software utilizado no desenvolvimento das actividades da Caixa. Os activos intangíveis são
registados ao custo de aquisição, deduzido de amortizações e perdas por imparidade acumuladas.
As amortizações são registadas como custos do exercício numa base sistemática ao longo da vida útil
estimada dos activos, a qual corresponde a um período de 3 anos.
2.3.10 Activos não correntes disponíveis para venda
Os activos não correntes, ou grupos de activos e passivos a alienar são classificados como detidos
para venda sempre que seja expectável que o seu valor de balanço venha a ser recuperado através
da venda, e não do seu uso continuado. Para que um activo (ou grupo de activos e passivos) seja
classificado nesta rubrica é assegurado o cumprimento dos seguintes requisitos:
▪ A probabilidade de ocorrência da venda é elevada;
▪ O activo está disponível para venda imediata no seu estado actual;
▪ Deverá existir a expectativa de que a venda se venha a concretizar até um ano após a
classificação do activo nesta rubrica.
No decurso da sua actividade corrente de concessão de crédito a Caixa incorre no risco de não
conseguir que todo o seu crédito seja reembolsado. No caso de créditos com colateral de hipoteca,
a Caixa procede à execução das mesmas recebendo imóveis e outros bens em dação para liquidação
do crédito concedido. Por força do disposto no Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades
Financeiras (RGICSF) os bancos estão impedidos de adquirir imóveis que não sejam indispensáveis à
sua instalação e funcionamento (artigo 112.º do DL 298/92 de 31 de Dezembro e posteriores
alterações) podendo, no entanto, adquirir imóveis por reembolso de créditos devendo alienar os
mesmos num prazo de 2 anos, prorrogável após autorização expressa do Banco de Portugal e nas
condições que este determinar (art.º 114.º).
A Caixa tem como objectivo a venda imediata de todos os imóveis recebidos em dação. Estes imóveis
são classificados como activos não correntes detidos para venda sendo registados no seu
reconhecimento inicial pelo menor de entre o seu justo valor deduzido dos custos esperados de venda
CCAM da Terra Quente, CRL
81
Relatório e Contas 2016
e o valor de balanço do crédito concedido objecto de recuperação. Subsequentemente, estes activos
são mensurados ao menor de entre o valor de reconhecimento inicial e o justo valor deduzido dos
custos de venda e não são amortizados. As perdas não realizadas com estes activos, assim
determinadas, são registadas em resultados. As avaliações realizadas são conduzidas por entidades
independentes especializadas neste tipo de serviços.
Pela venda dos bens recuperados procede-se ao seu abate do activo, sendo os ganhos ou perdas
registados na rubrica “Resultados de alienação de outros activos” (Nota 45). A Caixa não reconhece
mais-valias potenciais nestes activos.
2.3.11 Provisões
Esta rubrica do passivo poderá incluir as provisões constituídas para fazer face a, riscos fiscais,
processos judiciais e outros a riscos específicos decorrentes da actividade da Caixa, de acordo com
o IAS 37 (Nota 30).
2.3.12 Benefícios de empregados
A Caixa subscreveu o Acordo Colectivo de Trabalho Vertical (ACTV) para o sector bancário pelo que
os seus empregados ou as suas famílias têm direito a pensões de reforma, invalidez e sobrevivência.
No entanto, uma vez que os empregados estão inscritos na Segurança Social, as responsabilidades
da Caixa com pensões relativamente aos seus colaboradores consistem no pagamento de
complementos face aos níveis previstos no ACTV.
Para cobertura das suas responsabilidades a Caixa integra o Fundo de Pensões do Grupo Crédito
Agrícola, o qual se destina a financiar os complementos de pensões de reforma por velhice ou invalidez
e pensões de viuvez e orfandade efectuadas pela Segurança Social. Estes complementos são
calculados, por referência ao ACTV, de acordo com (i) a pensão garantida à idade presumível de
reforma, (ii) com o coeficiente entre o número de anos de serviço prestados até à data do cálculo e
(iii) o número total de anos de serviço à data de reforma.
Este Fundo, cujos benefícios a atribuir pelo Plano de Pensões são os definidos no Acordo Colectivo de
Trabalho Vertical do Crédito Agrícola Mútuo, assume, assim, a natureza de um Fundo solidário.
De acordo com os estatutos da Caixa, os membros dos seus órgãos sociais não são abrangidos pelos
benefícios descritos.
Para o cálculo das pensões do ACTV, o tempo de serviço assumido foi calculado a partir das seguintes
datas:
▪ Para as diuturnidades futuras e respectiva evolução automática na carreira, considerou-se a
data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades;
▪ Para o cálculo das percentagens do anexo V na atribuição das pensões, assumiu-se a data
de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões.
Para a repartição das responsabilidades por serviços passados a cargo do Fundo de Pensões do
Crédito Agrícola, admitiu-se o seguinte:
CCAM da Terra Quente, CRL
82 Relatório e Contas 2016
▪ Quando a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades é posterior à data de
admissão reconhecida para o Fundo de Pensões, é esta última a considerada no cálculo dos
tempos de serviço passado e total;
▪ Quando a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades é anterior à data de
admissão reconhecida para o Fundo de Pensões, é esta última a considerada no cálculo do
tempo de serviço passado.
Para o tempo de serviço total, a data a considerar é a utilizada no cálculo do nível e diuturnidades,
uma vez que esta corresponde à da admissão na Banca.
Os métodos de cálculo utilizados foram o do “Projected Unit Credit” para a reforma por velhice e
sobrevivência diferida e o dos Prémios Únicos Sucessivos para a reforma por invalidez e sobrevivência
imediata.
O cálculo da pensão de sobrevivência aplicou-se somente aos participantes efectivamente casados,
admitindo-se como idade do cônjuge a do participante diminuída ou acrescida de três anos,
consoante este seja do sexo masculino ou feminino. O cálculo deste benefício encontra-se em função
do nível de remuneração do participante, de acordo com o Anexo VI do ACTV.
A Caixa regista anualmente como custo a contribuição para o Fundo de Pensões que é estimada pela
Crédito Agrícola Vida para cada entidade contribuinte em função do número de trabalhadores
inscrito.
O Aviso do Banco de Portugal n.º 4/2005 determina a obrigatoriedade de financiamento integral
pelos fundos de pensões das responsabilidades por pensões em pagamento e de um nível mínimo de
financiamento de 95% das responsabilidades com serviços passados de pessoal no activo. No entanto,
estabelece um período transitório entre 5 e 7 anos relativamente à cobertura do aumento de
responsabilidades decorrente da adopção da IAS 19 - Benefícios de Empregados.
Durante o ano de 2008, o Banco de Portugal emitiu o Aviso n.º 7/2008, de 14 de Outubro, o qual
permitiu diferir os impactos da transição acima identificados, por um período adicional de três anos
face ao período estipulado inicialmente. Foi decisão da Caixa prolongar o diferimento dos impactos
de transição tal como permitido no Aviso acima referido.
Os benefícios pós-emprego dos colaboradores incluem ainda os cuidados médicos (SAMS), os quais
foram calculados com base nos mesmos pressupostos que as responsabilidades com complementos de
pensões.
Os ganhos e perdas actuariais resultantes (i) das diferenças entre os pressupostos actuariais e
financeiros utilizados e os valores efectivamente verificados e (ii) das alterações de pressupostos
actuariais, são reconhecidos como um activo ou um passivo numa rubrica de desvios actuariais e o
seu valor acumulado é imputado a resultados com base no método do corredor.
De acordo com o método do corredor os ganhos e perdas actuariais diferidos acumulados no início
do ano que excedam 10% do valor actual das responsabilidades totais ou do valor do fundo, dos
dois o maior, reportados igualmente ao início do ano, são imputados a resultados durante o período
estimado de serviço remanescente dos trabalhadores abrangidos pelo plano. Os ganhos e perdas
CCAM da Terra Quente, CRL
83
Relatório e Contas 2016
actuariais acumulados que se situem dentro do referido limite, não são reconhecidos em resultados.
2.3.13 Prémios de antiguidade
Nos termos do ACTV, a Caixa assumiu o compromisso de atribuir aos colaboradores no activo que
completem quinze, vinte e cinco e trinta anos de bom e efectivo serviço, um prémio de antiguidade de
valor igual a um, dois ou três meses da sua retribuição mensal efectiva (no ano da atribuição),
respectivamente.
A Caixa determina o valor actual dos benefícios com prémios de antiguidade através de cálculos
actuariais pelo método “Projected Unit Credit”. Os pressupostos actuariais (financeiros e demográficos)
têm por base expectativas para o crescimento dos salários e baseiam-se em tábuas de mortalidade
utilizadas para o apuramento das responsabilidades com pensões. A taxa de desconto é igualmente
determinada com base em taxas de mercado de obrigações de empresas de rating elevado e prazo
semelhante ao da liquidação das responsabilidades.
2.3.14 Impostos sobre os lucros
A Caixa é tributada individualmente e está sujeita ao regime fiscal geral consignado no Código do
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (Código do IRC), que actualmente se cifra em
21%.
O total dos impostos sobre lucros registados em resultados engloba os impostos correntes e os impostos
diferidos.
O imposto corrente é calculado com base no resultado fiscal do exercício, o qual difere do resultado
contabilístico devido a ajustamentos ao lucro tributável resultantes de custos ou proveitos não
relevantes para efeitos fiscais, ou que apenas serão considerados noutros períodos.
Os impostos diferidos correspondem ao impacto no imposto a recuperar / pagar em períodos futuros
resultante de diferenças temporárias dedutíveis ou tributáveis entre o valor de balanço dos activos e
passivos e a sua base fiscal, utilizada na determinação do lucro tributável.
Os passivos por impostos diferidos são normalmente registados para todas as diferenças temporárias
tributáveis, enquanto que os impostos diferidos activos só são registados até ao montante em que seja
provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a utilização das correspondentes
diferenças tributárias dedutíveis ou prejuízos fiscais. No entanto, não são registados impostos diferidos
nas seguintes situações:
▪ Diferenças temporárias originadas no reconhecimento inicial de activos e passivos em
transacções que não afectem o resultado contabilístico ou o lucro tributável;
▪ Diferenças tributárias dedutíveis resultantes de lucros não distribuídos por empresas filiais e
associadas, na medida em que a Caixa tenha a possibilidade de controlar a sua reversão e
seja provável que a mesma não venha a ocorrer num futuro previsível.
A principal situação que origina diferenças temporárias ao nível da Caixa corresponde a provisões
não aceites para efeitos fiscais.
CCAM da Terra Quente, CRL
84 Relatório e Contas 2016
Os impostos diferidos são calculados com base nas taxas de imposto que se antecipa estarem em
vigor à data da reversão das diferenças temporárias, que correspondem às taxas aprovadas ou
substancialmente aprovadas na data de balanço.
Os impostos sobre o rendimento (correntes ou diferidos) são reflectidos nos resultados do exercício,
excepto nos casos em que as transacções que os originaram tenham sido reflectidas noutras rubricas
de capital próprio (por exemplo, no caso da reavaliação de activos financeiros disponíveis para
venda). Nestes casos, o correspondente imposto é igualmente reflectido por contrapartida de capital
próprio, não afectando o resultado do exercício.
2.3.15 Locação financeira
Os activos em regime de locação financeira são registados no balanço como crédito concedido,
sendo este reembolsado através das amortizações de capital constantes do plano financeiro dos
contratos. Os juros incluídos nas rendas são registados como proveitos financeiros.
2.3.16 Locação operacional
Os pagamentos efectuados à luz dos contratos de locação operacional são registados em custos nos
períodos a que dizem respeito.
2.3.17 Caixa e seus equivalentes
Para efeitos da preparação da demonstração dos fluxos de caixa, a Caixa considera como “Caixa e
seus equivalentes” o total das rubricas “Caixa e disponibilidades em bancos centrais” e “Disponibilidades
em outras instituições de crédito”.
2.3.18 Comissões
As comissões relativas a operações de crédito e outros instrumentos financeiros, nomeadamente,
comissões cobradas ou pagas na origem das operações, são reconhecidas ao longo do período das
operações pelo método da taxa efectiva em “Juros e rendimentos similares” e “Juros e encargos similares”.
As comissões por serviços prestados são normalmente reconhecidas como proveito ao longo do período
de prestação do serviço ou de uma só vez, se corresponderem a uma compensação pela execução
de actos únicos.
2.3.19 Principais estimativas e incertezas associadas à aplicação das políticas contabilísticas
A preparação das demonstrações financeiras requer a elaboração de estimativas e a adopção de
pressupostos pela gestão, que podem afectar o valor dos activos e passivos, réditos e custos, assim
como de passivos contingentes divulgados. As estimativas com maior impacto nas demonstrações
financeiras da Caixa incluem as abaixo apresentadas.
i) Benefícios a empregados
As responsabilidades com complemento de pensões de reforma e sobrevivência são estimadas
utilizando pressupostos actuariais e financeiros, nomeadamente, no que se refere à mortalidade,
CCAM da Terra Quente, CRL
85
Relatório e Contas 2016
crescimento dos salários e das pensões e taxas de juro de longo prazo. Neste sentido, os valores reais
podem diferir das estimativas efectuadas.
ii) Determinação de impostos sobre lucros
Os impostos sobre os lucros (correntes e diferidos) são determinados pela Caixa com base nas regras
definidas pelo enquadramento fiscal em vigor. No entanto, em algumas situações a legislação fiscal
pode não ser suficientemente clara e objectiva e originar a existência de diferentes interpretações.
Nestes casos, os valores registados resultam do melhor entendimento dos órgãos responsáveis da Caixa
sobre o correcto enquadramento das suas operações, o qual é no entanto susceptível de ser
questionado por parte das Autoridades Fiscais.
iii) Determinação das provisões para crédito
A determinação da provisão para crédito concedido a clientes resulta de uma avaliação específica
efectuada pela Caixa com base no conhecimento da realidade dos clientes e nas garantias
associadas às operações em questão.
iv) Avaliação dos colaterais nas operações de crédito
As avaliações dos colaterais de operações de crédito, nomeadamente, hipotecas de imóveis, foram
efectuadas com o pressuposto da manutenção de todas as condições de mercado imobiliário, durante
o período de vida das operações, tendo correspondido à melhor estimativa do justo valor dos referidos
colaterais na data da concessão do crédito.
3 Introdução das normas de contabilidade ajustadas
A aplicação das Normas de Contabilidade Ajustadas nas demonstrações financeiras originou um
impacto nos capitais próprios da Caixa em 1 de Janeiro de 2007, em relação ao valor apresentado
nas últimas demonstrações financeiras preparadas de acordo com o PCSB (31 de Dezembro de 2006).
Os impactos decorrentes da adopção da IAS 19 - Benefícios dos Empregados foram diferidos através
da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes até 31 de Dezembro de 2011,
com excepção da parte referente ao impacto da alteração da tábua de mortalidade e às
responsabilidades relativas a cuidados médicos pós-emprego, para a qual esse plano de amortização
pode ir até 31 de Dezembro de 2013.
Durante o ano de 2008, o Banco de Portugal emitiu um novo aviso (Aviso n.º 7/2008, de 14 de
Outubro), no qual permite diferir os impactos da transição acima identificados, por um período
adicional de três anos face ao período estipulado inicialmente.
4 Relato por segmentos
No presente exercício de doze meses findo em 31 de Dezembro de 2016, e no de 2015, a segmentação
dos resultados da Caixa por linhas de negócio corresponde na sua totalidade à banca de retalho, a
qual é desenvolvida unicamente em Portugal. Desta forma, não é divulgada informação por segmentos.
CCAM da Terra Quente, CRL
86 Relatório e Contas 2016
5 Caixa e disponibilidades em bancos centrais
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Caixa:
Moedas nacionais 661.133 811.276
Moedas estrangeiras 41.178 20.086
702.312 831.362
De acordo com o Regulamento n.º 2818/98, de 1 de Dezembro, emitido pelo Banco Central Europeu,
a partir de 1 de Janeiro de 1999 as instituições de crédito estabelecidas nos Estados-Membros
participantes estão sujeitas à constituição de reservas mínimas em contas junto dos Bancos Centrais
Nacionais participantes.
As Caixas (CCAM) que integram o SICAM não estão obrigadas a este regime, uma vez que constituem
entregas anuais ao Fundo de Garantia de Crédito Agrícola Mútuo (FGCAM), ao abrigo do art.º 9.º
do Decreto-Lei n.º 345/98.
A base de incidência compreende o valor dos saldos médios mensais dos depósitos, elegíveis, do ano
anterior. A esta base é aplicado um coeficiente determinado anualmente pelo Banco de Portugal, que
tem como referência o valor do rácio de cobertura do FGCAM do ano anterior, que corresponde ao
rácio entre os Depósitos em Instituições de Crédito e os Depósitos garantidos pelo FGCAM.
6 Disponibilidades em outras instituições de crédito
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Disponibilidades em Instituições de Crédito no País:
Depósitos à ordem 4.082.283 1.414.799
Cheques a cobrar 335.101 536.365
Outras disponibilidades
4.417.384 1.951.164
Juros a Receber 212 590
4.417.596 1.951.754
7 Activos financeiros detidos para negociação
Não existem operações desta natureza.
8 Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados
CCAM da Terra Quente, CRL
87
Relatório e Contas 2016
Não existem operações desta natureza.
9 Activos financeiros disponíveis para venda
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Instrumentos de dívida 543.453 543.453
543.453 543.453
Em 31 de Dezembro de 2016 e a 31 de Dezembro de 2015, o saldo desta rubrica apresenta a seguinte
composição:
Quant.
Valor
nominal
Custo
aquisição Juros 31-dez-16 31-dez-15
CA Vida 1ª emissão 2015 543 1.000 543.000 452,50 543.453 543.453
543.000 453 543.453 543.453
Valor de Balanço
O reembolso das obrigações Crédito Agrícola Vida 2015 1ª Emissão” é da iniciativa da Crédito
Agrícola Vida, não é estabelecida data de vencimento para as obrigações, as quais não poderão
ser reembolsadas no todo ou em parte antes de decorridos cinco anos após a data de emissão. O
pagamento de juros efectua-se semestral e postecipadamente em 22 de Junho e 22 de Dezembro de
cada ano, correspondendo a taxa de juro indexada à Euribor a 12 meses acrescida de um spread.
10 Aplicações em instituições de crédito
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Aplicações em Instituições de Crédito no País:
Em outras instituições de crédito:
Depósitos 65.237.500 65.287.500
65.237.500 65.287.500
Juros a receber 189.568 457.343
65.427.068 65.744.843
Provisões
65.427.068 65.744.843
Em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015, os prazos residuais das aplicações em
instituições de crédito apresentavam a seguinte estrutura:
CCAM da Terra Quente, CRL
88 Relatório e Contas 2016
31-dez-16 31-dez-15
Até Três Meses
Entre três meses e um ano 64.950.000 61.000.000
Entre um ano e três anos 4.000.000
Entre três anos e sete anos 287.500 287.500
65.237.500 65.287.500
Juros a receber 189.568 457.343
65.427.068 65.744.843
11 Crédito a clientes
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Crédito interno
Empresas e administrações públicas
Desconto 222.000 197.625
Empréstimos 25.254.217 23.353.485
Crédito em conta corrente 3.792.000 1.713.000
Descobertos em depósitos à ordem 31.269 25.622
Operações locação financeira 46.359 58.573
Outros créditos 5.253 6.456
Particulares
Habitação 22.069.566 20.443.858
Consumo
Cartão crédito 180.784 187.840
Outros créditos ao consumo 3.712.154 3.356.384
Outras finalidades
Desconto 6.000
Empréstimos 8.727.354 9.321.672
Créditos em conta corrente 434.000 402.500
Descobertos em depósitos à ordem 55.862 81.685
64.530.819 59.154.699
Crédito externo
Particulares 1.432.735 1.334.692
1.432.735 1.334.692
Emitidos por residentes
Títulos de divida 2.000.000 1.344.400
2.000.000 1.344.400
Juros a receber 259.704 278.937
Receitas com rendimento diferido (294.544) (254.468)
Total crédito não vencido 67.928.714 61.858.260
Crédito e juros vencidos
Crédito vencido 1.859.569 2.688.789
Juros vencidos 26.182 16.208
Total crédito e juros vencidos 1.885.751 2.704.997
69.814.465 - 64.563.257
Provisões
Para crédito e juros vencidos (1.995.911) (2.373.113)
Para crédito de cobrança duvidosa (81.700) (306.567)
Total provisões (2.077.610) (2.679.681)
67.736.855 61.883.576
CCAM da Terra Quente, CRL
89
Relatório e Contas 2016
Para alem das provisões para créditos de cobrança duvidosa apuradas nos termos do disposto do
Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal foram constituídas provisões, de carácter extraordinário, no
montante de 8.800,91 € determinadas tendo em consideração a nossa experiencia e uma avaliação
prudente dos influxos de caixa futuros estimados relativamente á carteira de crédito subjacente, quer
de forma individual quer colectivamente.
Para alem das provisões para crédito e juros vencidos apuradas nos termos do disposto do Aviso nº
3/95 do Banco de Portugal foram constituídas provisões de caracter extraordinário, no montante de
639.779,37 € determinadas tendo em consideração a nossa experiencia e uma avaliação prudente
dos influxos de caixa futuros estimados relativamente á carteira de crédito subjacente, quer de forma
individual quer colectivamente.
Para fazer face aos riscos de realização do crédito concedido, a Caixa dispõe em 31 de Dezembro
de 2016 e 31 de Dezembro de 2015 de uma provisão para riscos gerais de crédito no montante de
548.480,01 Euros e 458.486,31 Euros, respectivamente, registada na rubrica “Provisões” do passivo
(Nota 30).
Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, o prazo residual dos créditos a clientes apresenta a seguinte
estrutura:
31-dez-16 31-dez-15
Até Três Meses 3.968.934 2.847.290
Entre três meses e um ano 5.324.987 2.716.232
Entre um ano e cinco anos 7.631.695 9.197.941
Mais de cinco anos 48.743.673 45.450.176
Duração indeterminada 2.039.915 2.755.295
67.709.203 62.966.934
12 Investimentos detidos até à maturidade
31-dez-16
31-dez-15
Investimentos detidos até à maturidade 311.499
311.499
13 Activos com acordo de recompra
Não existem operações desta natureza.
14 Derivados de cobertura
Não existem operações desta natureza.
CCAM da Terra Quente, CRL
90 Relatório e Contas 2016
15 Activos não correntes detidos para venda
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
O
movimento desta rubrica durante o exercício findo em 31 de Dezembro de 2016 e em 31 de Dezembro
de 2015 pode ser apresentado da seguinte forma:
Valor Utilização Dotações Reposições Valor Valor
bruto Imparidade Aquisições Alienações de imparidade de imparidade de imparidade bruto Imparidade líquido
Activos não correntes
detidos para venda
Imóveis 654.121 (81.563) 70.000 138.032 43.032 (17.250) 573.839 (55.780) 518.059
Equipamento - - - - - - - - - -
Outros - - - - - - - - - -
654.121 (81.563) 70.000 138.032 43.032 (17.250) - 573.839 (55.780) 518.059
Valor Utilização Dotações Reposições Valor Valor
bruto Imparidade Aquisições Alienações de imparidade de imparidade de imparidade bruto Imparidade líquido
Activos não correntes
detidos para venda
Imóveis 571.671 (62.243) (19.320) - 654.121 (81.563) 572.559
Equipamento - - - - - - - - - -
Outros - - - - - - - - - -
571.671 (62.243) - - - (19.320) - 654.121 (81.563) 572.559
31-dez-15 31-dez-16
31-dez-14 31-dez-15
16 Propriedades de investimento
Não existem operações desta natureza.
17 Outros activos tangíveis
O movimento ocorrido nas rubricas de “Outros activos tangíveis” durante o exercício de 2016 foi o
seguinte:
31-dez-16 31-dez-15
Activos não correntes detidos para venda:
Imoveis 573.839 654.121
573.839 654.121
Imparidades
Imoveis (55.780) (81.563)
518.059 572.559
CCAM da Terra Quente, CRL
91
Relatório e Contas 2016
31-dez-16
Valor Amortizações Amortizações Alienações Valor
Descrição bruto acumuladas Imparidade Aquisições Transf. Transf. do exercício Imparidade Regul. e abates líquido
Imóveis:
De serviço próprio:
Terrenos 103.470 - - - - - - - - - 103.470
Edificios 2.212.000 (552.246) (4.585) - - - (42.870) - - - 1.612.299
Obras Im arrendados 3.361 (2.871) - - - (980) - - - (490)
2.318.831 (555.117) (4.585) - - - (43.850) - - - 1.715.280
Equipamento:
Mobiliário e material 320.222 (270.946) - 9.988 - - (17.051) - - - 42.214
Máquinas e ferramentas 258.590 (250.742) - - - (1.982) - - 5.866
Equipamento informático 86.273 (86.044) - 7.595 - - (353) - - - 7.472
Instalações interiores 395.397 (375.313) - - - (4.267) - - - 15.817
Material de transporte 104.645 (83.712) - 47.596 - - (7.506) - - 61.023
Equipamento de segurança 195.784 (160.436) - - - (9.248) - - - 26.100
Outro equipamento 227.230 (200.596) - - - (10.773) - - - 15.861
1.588.141 (1.427.789) - 65.179 - - (51.178) - - - 174.353
Eq. Locação financeira
Equipamento 700 (700) - - - - - - - -
Outros activos tangíveis:
Act. Tang. Curso - - - - - - - - - - -
3.907.673 (1.983.607) (4.585) 65.179 - - (95.028) - - - 1.889.632
31-dez-15
Valor Amortizações Amortizações Alienações Valor
Descrição bruto acumuladas Imparidade Aquisições Transf. Transf. do exercício Imparidade Regul. e abates líquido
Imóveis:
De serviço próprio:
Terrenos 103.470 - - - - - - - - - 103.470
Edificios 2.212.000 (508.409) - - - - (43.837) - - - 1.659.754
Obras Im arrendados 3.361 (2.858) - - - - (13) - - - 490
2.318.831 (511.267) - - - - (43.850) - - - 1.763.715
Equipamento:
Mobiliário e material 318.817 (249.651) - 1.405 - - (21.295) - - - 49.276
Máquinas e ferramentas 258.590 (248.477) - 7.747 - - (2.265) - - - 15.595
Equipamento informático 86.273 (85.823) - - - (221) - - - 230
Instalações interiores 395.397 (369.667) - - - (5.646) - - - 20.084
Material de transporte 104.645 (83.712) - - - - - - 20.932
Equipamento de segurança 187.300 (151.412) - 8.484 - - (9.024) - - - 35.348
Outro equipamento 219.484 (190.150) - - - (10.446) - - - 18.888
1.570.506 (1.378.892) - 17.636 - - (48.896) - - - 160.353
Eq. Locação financeira
Equipamento 700 (700) - - - - - - - -
Outros activos tangíveis:
Act. Tang. Curso - - - - - - - -
3.890.038 (1.890.860) - 17.636 - - (92.746) - - - 1.924.068
31-dez-15
31-dez-14
18 Activos intangíveis
O movimento ocorrido nas rubricas de “Activos intangíveis” durante o exercício de 2016 foi o seguinte:
31-dez-16
Valor Amortizações Amortizações Alienações Valor
Descrição bruto acumuladas Imparidade Aquis. Transf. do exercício Imparidade Regul. e abates líquido
Sistema de tratamento automático de
dados (software) 36.834 (29.638) - - (7.196) - - 0
Outros activos intangíveis - - - - - - - - -
Activos intangíveis em curso - - - - - - - - - -
36.834 (29.638) - - - (7.196) - - - 0
31-dez-15
Valor Amortizações Amortizações Alienações Valor
Descrição bruto acumuladas Imparidade Aquis. Transf. do exercício Imparidade Regul. e abates líquido
Sistema de tratamento automático de
dados (software) 36.834 (18.845) - - (10.793) - - 7.196
Outros activos intangíveis - - - - - - - - - -
Activos intangíveis em curso - - - - - - - - - -
36.834 (18.845) - - - (10.793) - - - 7.196
31-dez-15
31-dez-14
CCAM da Terra Quente, CRL
92 Relatório e Contas 2016
19 Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos
Em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015, a rubrica “investimentos em filiais” tem a
seguinte composição:
Participação Valor de Valor de
efectiva (%) balanço balanço
Empresa Sector de actividade Sede 31-dez-16 31-dez-16 31-dez-15
CCCAM Instituição de Crédito Lisboa 0,69% 2.093.640 2.093.640
CA Informática Serv. Informática Lisboa 0,03% 2.001 2.001
Fenacam Federação do CAM Lisboa 0,01% 55 55
CA Seguros Seguros Lisboa 0,01% 59 59
2.095.755 2.095.755
Os dados financeiros (provisórios) mais recentes e significativos retirados das demonstrações financeiras
destas empresas podem ser resumidos da seguinte forma:
Data Activo Situação Resultado
Empresa Referência líquido líquida líquido
Caixa Central Crédito Agrícola Mútuo 31-12-2016 7.964.474.055 229.398.823 (9.278.580)
CA Informática 31-12-2016 16.832.400 7.230.047 235.720
Fenacam 31-12-2016 6.948.251 4.798.343 20.639
CA Seguros 31-12-2016 205.395.852 45.875.934 3.824.365
20 Imposto sobre o rendimento
Os saldos de activos e passivos por impostos sobre o rendimento em 31 de Dezembro de 2016 e 31
de Dezembro de 2015 eram os seguintes:
31-dez-16 31-dez-15
Activos por impostos diferidos
Por diferenças temporárias 633.769 671.507
Por prejuízos fiscais reportáveis - -
633.769 671.507
Activos por impostos correntes
Imposto sobre o rendimento a recuperar 80.459 59.202
80.459 59.202
Passivos por impostos correntes
Imposto sobre o rendimento a pagar
- -
Os gastos com impostos sobre lucros registados em resultados, bem como a carga fiscal, medida pela
relação entre a dotação para impostos sobre lucros e o lucro do exercício antes de impostos, podem
ser apresentados como se segue:
CCAM da Terra Quente, CRL
93
Relatório e Contas 2016
31-12-2016 31-12-2015
Impostos Correntes 185.200,00 403.131,00
Impostos Diferidos
Registo e reversão de diferenças temporárias 37.737,00 32.618,00
Total de impostos reconhecidos em
resultados
222.937,00 435.749,00
Lucro antes de imposto 1.085.059,00 1.245.637,00
Carga Fiscal
20,55% 34,98%
A reconciliação entre a taxa nominal e a taxa efectiva de imposto nos exercícios de 2016 e 2015
pode ser demonstrada como segue:
Taxa 2016 Taxa 2015
Resultado Antes de Impostos 1.085.059,00 1.245.637,06
21,00% 227.862,39 21,00% 261.583,78
Variações Patrimoniais Positivas 0,00% 0 0,00% 0
Variações Patrimoniais Negativas -0,02% -179,55 -0,01% -179,55
Lucro tributável imputado por sociedades transparentes 0,00% 0 0,00% 0
Correções relativas a Exercícios anteriores 0,14% 1.541,26 0,00% 0
Gastos de Benefícios 0,40% 4.389,52 0,15% 1.849,61
Depreciações e Amortizações 0,00% 0 0,00% 0
Provisões não dedutíveis -0,54% -5.815,43 4,93% 61.365,66
Multas 0,00% 2,15 0,76% 9.492,32
Contribuição sobre o setor bancário 0,43% 4.693,48 0,00% 0
Outros 0,60% 6.512,84 5,97% 74.333,60
Restituição de Impostos não dedutíveis 0,00% 0 0,00% 0
Derrama 0,53% 5.787,56 0,63% 7.864,67
Derrama Estadual 0,00% 0 0,22% 2.730,26
Tributações Autónomas 0,35% 3.812,00 0,24% 3.012,61
Benefícios fiscais -0,14% -1.518,97 -0,26% -3.246,18
Correções de impostos sobre exercícios anteriores -61.887,23 -15.676,12
Impostos sobre o rendimento correntes 185.200,02 403.130,65
CCAM da Terra Quente, CRL
94 Relatório e Contas 2016
Registo e reversão de ativos e passivos por impostos diferidos 3,48% 37.737,00 2,62% 32.618,18
Custo com o Imposto do Exercício 20,55% 222.937,02 34,98% 435.748,83
De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por
parte das autoridades fiscais durante um período de quatro anos. Deste modo, as declarações fiscais
da Caixa relativas aos anos de 2013 a 2016 poderão vir ainda a ser sujeitas a revisão e a matéria
colectável a eventuais correcções.
Contudo, na opinião do Conselho de Administração da Caixa, não é previsível que ocorram correcções
com impacto significativo nas demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2016.
21 Outros activos
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Outros activos
Outros metais preciosos, numismática 138 91
Despesas a debitar a clientes 1.618 1.655
Bonificações a receber 166 326
Devedores e outras aplicações
Outros devedores diversos 211.441 377.137
213.363 379.208
Despesas com encargo diferido
Fundo de Pensões 13.332
Seguros -
Contribuição FGCAM -
SAMS -
Outras 2 2
2 13.334
Valores a regularizar
Operações activas a regularizar 304.799 317.383
Outras 67 28.892
304.866 346.275
Imparidade de Outros activos
Outros devedores diversos (197.516) (197.516)
320.715 541.300
22 Recursos de bancos centrais
Não existem operações desta natureza.
23 Passivos financeiros detidos para negociação
Não existem operações desta natureza.
CCAM da Terra Quente, CRL
95
Relatório e Contas 2016
24 Outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados
Não existem operações desta natureza.
25 Recursos de outras instituições de crédito
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Recursos de instituições de crédito no país
Empréstimos Caixa Central - -
DP CCCAM - Prod. TLTRO - CCCAM 13.451.045 8.211.885
DP CCCAM - Direitos Crédito Banco Portugal
13.451.045 8.211.885
Juros a receber 952 777
13.451.997 8.212.662
26 Recursos de clientes e outros empréstimos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Depósitos
À ordem 33.799.886 31.136.342
A prazo 56.768.817 57.000.292
De poupanças 20.125.673 19.266.238
Outros recursos de clientes 8.739 9.502
Cheques e ordens a pagar
Outros
110.703.115 107.412.374
Juros a pagar 136.922 360.257
110.840.037 107.772.632
27 Responsabilidades representadas por títulos
Não existem operações desta natureza.
28 Passivos financeiros associados a activos transferidos
Não existem operações desta natureza.
29 Passivos não correntes detidos para venda
Não existem operações desta natureza.
30 Provisões e imparidade
O movimento ocorrido nas provisões e na imparidade da Caixa durante os exercícios de 2016 e 2015
foi o seguinte.
CCAM da Terra Quente, CRL
96 Relatório e Contas 2016
Saldos em Reposições e Saldos em
31-dez-15 Reforços anulações Utilizações Transf. 31-dez-16
Provisões para créditos sobre _clientes e
aplicações em _instituições de crédito:
Créditos de cobrança duvidosa 106.567 168.262 (128.478) - (64.651) 81.700
Crédito e juros vencidos 2.195.421 1.236.866 (850.470) (684.512) 60.869 1.958.174
Devedores e out aplicaç vencidos 177.692 17.250 - (157.205) 37.737
2.479.680 1.422.378 (978.948) (684.512) (160.987) 2.077.611
Provisões:
Riscos gerais de crédito 658.486 182.587 (292.594) - 548.479
658.486 182.587 (292.594) - (290.597) 548.479
Imparidades:
imparidades aplicações s/Inst. Cred. - - -
Outros activos financeiros 279.079 4.585 - (25.782) 257.882
Activos não correntes detidos para venda - - -
279.079 4.585 - - (25.782) 257.882
3.417.245 1.609.550 (1.271.542) (684.512) (477.366) 2.883.972
Saldos em Reposições e Saldos em
31-dez-14 Reforços anulações Utilizações Transf. 31-dez-15
Provisões para créditos sobre _clientes e
aplicações em _instituições de crédito:
Créditos de cobrança duvidosa 421.897 83.024 (314.892) - (83.461) 106.568
Crédito e juros vencidos 1.601.236 810.473 (211.376) (668) (4.244) 2.195.421
Devedores e out aplicaç vencidos 177.692 19.320 - (19.320) 177.692
2.200.825 912.817 (526.268) (668) (107.025) 2.479.681
Provisões:
Riscos gerais de crédito 453.374 116.183 (115.315) - 4.244 458.486
453.374 116.183 (115.315) - 4.244 458.486
Imparidades:
imparidades aplicações s/Inst. Cred. 436.539 - (103.856) - (332.683)
Outros activos financeiros 197.516 - - 197.516
Activos não correntes detidos para venda 62.242 - - 19.320 81.562
696.297 - - - (103.856) - - - (313.363) 279.078
3.350.496 1.029.000 (745.439) (668) (416.144) 3.217.245
31 Instrumentos representativos de capital
Não existem operações desta natureza.
32 Outros passivos subordinados
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Outros passivos subordinados
Emitidos 2.656.500 4.156.500
2.656.500 4.156.500
Juros de passivos subordinados 30.356 45.526
2.686.856 4.202.026
Em 31 de Dezembro de 2016 e a 31 de Dezembro de 2015, o saldo desta rubrica apresenta a seguinte
composição:
CCAM da Terra Quente, CRL
97
Relatório e Contas 2016
Quant.
Valor
nominal
Valor
Posição Juros 31-dez-16 31-dez-15
Títulos de Investimento Centenário/2011 3.000 500 1.500.000
Títulos de Invest. Terra Quente/2012 - 1ª Emis 3.000 500 1.500.000 3,813% 1.500.000 1.500.000
Títulos de Invest. Terra Quente/2012 - 2ª Emis 1.578 500 789.000 3,875% 789.000 789.000
Títulos de Invest. Terra Quente/2015 - 1ª Emis 735 500 367.500 1,750% 367.500 367.500
2.656.500 0 2.656.500 4.156.500
Valor de Balanço
A Caixa emitiu, nos anos de 2011 e 2012, empréstimos subordinados sob a forma de “Títulos de
Investimento”.
A duração da emissão “Centenário/2011” é de cinco anos, sendo reembolsados no dia 30 de Setembro
de 2016 pelo valor nominal (com possibilidade de reembolso antecipado). O pagamento de juros
efectua-se semestral e postecipadamente em 30 de Setembro e 30 de Março de cada ano,
correspondendo as taxas de juro de 3,750% nos 1.º e 2.º cupões, 3,875% nos 3.º e 4.º cupões, 4,000%
nos 5.º e 6.º cupões, 4,125% nos 7.º e 8.º cupões e 4,250% nos 9.º e 10.º cupões.
A duração da emissão “Terra Quente/2012” 1ª emissão é de cinco anos, sendo reembolsados no dia
30 de Março de 2017 pelo valor nominal (com possibilidade de reembolso antecipado). O pagamento
de juros efectua-se semestral e postecipadamente em 30 de Março e 30 de Setembro de cada ano,
correspondendo a taxa de juro à média aritmética simples das taxas Euribor a 6 meses registada no
último dia útil do período de contagem de juros anterior, acrescida de um spread de 4%.
A duração da emissão “Terra Quente/2012” 2ª emissão é de cinco anos, sendo reembolsados no dia
1 de Agosto de 2017 pelo valor nominal (com possibilidade de reembolso antecipado). O pagamento
de juros efectua-se semestral e postecipadamente em 1 de Fevereiro e 1 de Agosto de cada ano,
correspondendo a taxa de juro à média aritmética simples das taxas Euribor a 6 meses registada no
último dia útil do período de contagem de juros anterior, acrescida de um spread de 4%.
A duração da emissão “Terra Quente/2015” 1ª emissão é de doze meses, sendo reembolsados no dia
4 de Janeiro de 2017 pelo valor nominal. O pagamento de juros efectua-se semestral e
postecipadamente em 4 de Julho 2016 e 4 de Janeiro de 2017, correspondendo a taxa de juro de
1.750 % (TANB).
33 Outros passivos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
CCAM da Terra Quente, CRL
98 Relatório e Contas 2016
31-dez-16 31-dez-15
Credores e outros recursos
Sector Público Administrativo
Retenção de impostos na fonte 43.457 54.540
Contribuições para a Segurança Social 22.409 20.275
Imposto sobre o Valor Acrescentado - -
Cobranças por conta de terceiros 766 1.315
Contribuições para outros sistemas de saúde 4.333 3.653
Credores diversos 65.419 75.504
Contribuições a entregar – Fundo de Pensões 16.231 23.694
Outros credores 4.751 6.709
Encargos a pagar - -
Por gastos com pessoal - -
Provisão para férias e subsídio de férias 132.317 134.344
Prémio de antiguidade 127.731 132.124
Outros 552 -
Receitas com rendimento diferido - -
Comissões sobre garantias prestadas 8.448 8.323
Outros compromissos irrevogaveis 2.260 2.042
Outras -
Valores a regularizar - -
Outras operações a regularizar 217.100 147.128
645.774 609.650
34 Passivos contingentes e compromissos
Os passivos contingentes e compromissos associados à actividade bancária encontram-se registados
em rubricas extrapatrimoniais e apresentam o seguinte detalhe:
31-dez-16 31-dez-15
Compromissos perante terceiros
Por linhas de crédito
Compromissos irrevogáveis 3.403.306 2.745.341
Compromissos revogáveis 1.090.759 1.592.421
Por facilidades de descobertos em conta
4.494.065 4.337.762
Responsabilidades por prestação de serviços
Depósito e guarda de valores 128.869 397.885
Valores recebidos para cobrança 114.000 198.500
242.869 596.385
4.736.933 4.934.147
35 Capital e prémios de emissão
O capital da Caixa é variável, sendo dividido e representado por títulos de capital nominativos com
um valor unitário de 5 Euros.
Em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015, o capital da Caixa ascende a Euro
10.860.875 e Euro 10.103.370, respectivamente, sendo a estrutura accionista de capital a seguinte:
N º de Valor Valor N º de Valor Valor
Titulos Titulos % Titulos Titulos %
Titulos de Capital
Títulos próprios 1.869.357 9.346.785 86,06% 1.743.463 8.717.315 85,68%
Títulos dos Associados 302.818 1.514.090 13,94% 277.211 1.386.055 14,32%
2.172.175 10.860.875 100,00% 2.020.674 10.103.370 100,00%
31-dez-16 31-dez-15
CCAM da Terra Quente, CRL
99
Relatório e Contas 2016
Nos termos do Decreto-Lei n.º 142/2009, de 16 de Junho (Regime Jurídico do Crédito Agrícola Mútuo
e das Cooperativas de Crédito Agrícola Mútuo), o capital da Caixa só pode ser reduzido por
amortização dos títulos de capital nos casos de:
▪ Redução da participação do Associado;
▪ Exoneração do Associado;
▪ Exclusão do Associado;
▪ Falecimento de um Associado desde que os seus sucessores não queiram ou não possam
associar-se.
A redução da participação do Associado só é permitida até ao limite mínimo estabelecido nos
estatutos ou deliberado em Assembleia Geral.
A exoneração do Associado ou a redução da sua participação só se tornam eficazes no termo do
exercício, dependendo da verificação das seguintes condições:
▪ O pedido ter sido apresentado por escrito, com antecedência mínima de 90 dias;
▪ Terem decorrido pelo menos três anos desde a realização dos títulos de capital;
▪ O reembolso não implicar a redução do capital social para valor inferior ao capital mínimo
previsto nos estatutos nem implicar o incumprimento ou o agravamento de incumprimento de
quaisquer relações ou limites prudenciais fixados por lei ou pelo Banco de Portugal em relação
à Caixa.
Os títulos de capital são reembolsados ao seu valor nominal.
36 Reservas, resultados transitados, outros instrumentos de capital e lucro do
exercício
Em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015, as rubricas de reservas e resultados
transitados têm a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Reserva de reavaliação
Fundo de Pensões - Ganhos e Perdas actuariais 107.611 69.179
107.611 69.179
Reserva legal 4.876.723 4.714.746
Outras reservas 25.628 25.624
Resultados transitados (13.332) (13.331)
4.889.020 4.727.039
Lucro do exercício 862.122 809.888
5.751.142 5.536.927
Em conformidade com o disposto no Decreto-Lei n.º 298/92, de 31 de Dezembro, alterado pelo
Decreto-Lei n.º 201/2002, de 26 de Setembro, a Caixa constitui um fundo de reserva até à
concorrência do capital ou do somatório das reservas livres constituídas e dos resultados transitados,
CCAM da Terra Quente, CRL
100 Relatório e Contas 2016
se superior. Para tal, é anualmente transferida para esta reserva uma fracção não inferior a 20% do
resultado líquido do exercício, até perfazer o referido montante.
Esta reserva só pode ser utilizada para a cobertura de prejuízos acumulados ou para aumentar o
capital.
37 Juros e rendimentos similares
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Juros de disponibilidades em outras instituições de crédito
Disponibilidades sobre instituições de crédito no país 3.106 7.755
Juros de aplicações em instituições de crédito
Aplicações em instituições de crédito no país 651.202 1.258.609
Juros de crédito a clientes
Crédito não representado por valores mobiliários
Crédito interno
Empresas e administrações públicas
Desconto e outros créditos titulados por efeitos 18.303 29.598
Empréstimos 921.846 956.599
Créditos em conta corrente 119.146 131.771
Descobertos em depósitos à ordem 26.994 30.319
Operações de locação financeira 1.126 1.512
Outros créditos 175 23
Particulares
Habitação
Outros créditos 385.732 402.355
Consumo
Outros créditos 296.500 291.175
Outras finalidades
Desconto e outros créditos titulados por efeitos 501 498
Empréstimos 479.135 545.777
Créditos em conta corrente 35.506 35.999
Descobertos em depósitos à ordem 7.050
Crédito externo
Particulares
Habitação
Outros créditos 18.733 12.096
Consumo
Outros créditos 19.891 7.644
Outras finalidades 251 470
Descobertos em depósitos à ordem
Outros créditos e valores a receber - titularizados 43.696 60.823
Juros Crédito Vencido
Juros Crédito Vencido 116.060 75.500
Juros de activos titularizados não desreconhecidos
Crédito a clientes - titularizado
Juros de activos financeiros disponiveis para venda 16.561 452
Juros de investimentos detidos até à maturidade 2.499
3.164.013 3.848.976
38 Juros e encargos similares
Esta rubrica tem a seguinte composição:
CCAM da Terra Quente, CRL
101
Relatório e Contas 2016
31-dez-16 31-dez-15
Juros de recursos de outras instituições de crédito
No país 18.750 10.887
Juros de recursos de clientes 419.731 1.124.580
Juros de passivos subordinados 143.593 157.580
Outros juros e encargos similares - -
582.074 1.293.047
39 Rendimentos de instrumentos de capital
31-dez-16 31-dez-15
Rendimentos Instrumentos Capitais 9,38 2,63
9,38 2,63
40 Rendimentos de serviços e comissões
Esta rubrica tem a seguinte composição:
41 Encargos com serviços e comissões
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Por garantias recebidas - -
Por serviços bancários prestados por terceiros
Depósito e gurada de valores 349 606
Cobrança de valores 26.182 11.129
Outros Serviços Bancários prest. Terceiros 65.344 76.184
Comissões - Operações sobre Títulos 55
Outras comissões pagas 444 443
92.375 88.362
31-dez-16 31-dez-15
Por garantias prestadas
Garantias e avales 67.146 76.090
67.146 76.090
Por compromissos assumidos perante terceiros
Compromissos irrevogáveis
Linhas de crédito irrevogáveis 87.996 88.741
87.996 88.741
Por serviços prestados
Depósito e guarda de valores - -
Cobrança de valores 1.644 1.848
Administração de valores
Transferência de valores 12.803 13.520
Gestão de cartões 385 293
Anuidades 59.364 46.874
Operações de crédito
Outras operações de crédito 350.568 358.038
Outros serviços prestados 214.434 364.172
794.338 949.576
Outras comissões recebidas 230.108 282.414
1.024.446 1.231.990
CCAM da Terra Quente, CRL
102 Relatório e Contas 2016
42 Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados
Não existem operações desta natureza.
43 Resultados de activos financeiros disponíveis para venda
Não existem operações desta natureza.
44 Resultados de reavaliação cambial
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Operações cambiais à vista 3.081 3.820
3.081 3.820
45 Resultados de alienação de outros activos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Resultados em activos não financeiros
Activos não correntes detidos para venda 2.550 10.318
Activos tangívies - -
2.550 10.318
46 Outros resultados de exploração
Estas rubricas têm a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Outros rendimentos de exploração
Reembolso de despesas 46.761 38.880
Recuperação de créditos, juros e despesas
Recuperação de créditos incobráveis 102.835 283.055
Recuperação de juros e despesas de crédito vencido 43.935 65.334
Rendimentos da prestação de serviços diversos 69.835 30.874
Outros 4.448 1.357
267.813 419.500
Outros encargos de exploração
Quotizações 2.500 10.047
Donativos 23.374 30.850
Perdas em activos não Financeiros
Contribuições para o Fundo de Garantia do CAM 13.770 19.131
Outros encargos e gastos operacionais 27.025 96.782
Outros impostos 25.588 15.582
92.256 172.392
175.557 247.108
CCAM da Terra Quente, CRL
103
Relatório e Contas 2016
47 Custos com pessoal
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-dez-16 31-dez-15
Salários e vencimentos
Órgão de Gestão e Fiscalização 132.498 35.477
Empregados 916.692 999.864
1.049.190 1.035.341
Encargos sociais obrigatórios
Fundo de pensões 8.231 5.857
Encargos relativos a remunerações
Segurança social 198.552 181.620
SAMS 47.575 40.581
Outros encargos sociais obrigatórios 10.621 8.372
Outros 4.102 9.081
269.081 245.511
1.318.271 1.280.852
O número médio de colaboradores da Caixa em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de
2015 apresenta a seguinte composição:
2016 2015
Administração
Chefias e gerência 7 7
Quadros técnicos 3 3
Administrativos 17 17
Outros 2 2
29 29
48 Gastos gerais administrativos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
CCAM da Terra Quente, CRL
104 Relatório e Contas 2016
31-dez-16 31-dez-15
Com fornecimentos:
Água energia e combustíveis 50.045 52.887
Material de consumo corrente 12.713 16.610
Publicações
Material de higiene e limpeza 705 1.317
Outros fornecimentos de terceiros 32.673 34.229
96.137 105.043
Com serviços:
Rendas e alugueres 18.650 16.052
Comunicações 94.591 114.767
Deslocações, estadas e representação 2.660 6.632
Publicidade e edição de publicações 46.128 47.010
Conservação e reparação 21.498 30.752
Transportes 5.617 3.273
Formação de pessoal 8.355 3.561
Seguros 17.510 13.733
Serviços especializados:
Avenças e honorários 23.434 24.979
Judiciais contencioso e notariado 68.797 50.437
Informática 280.922 288.937
Segurança e vigilância 300
Limpeza
Informações
Outros serviços especializados:
Estudos e consultas
Consultores e auditores externos 25.455 10.172
Avaliadores externos 13.087 17.648
SIBS Multibanco 43.981 41.063
Outros serviços de terceiros 84.822 72.858
755.506 742.175
851.643 847.218
49 Entidades relacionadas
Para além das empresas coligadas e associadas (Nota 19), a Caixa consolida com as Caixas de
Crédito Agrícola Mútuo associadas, como outras empresas do Grupo.
Em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015, as demonstrações financeiras da Caixa
incluem os seguintes saldos e transacções com entidades relacionadas:
CCAM da Terra Quente, CRL
105
Relatório e Contas 2016
ColigadasOutras empresas
do Grupo Total ColigadasOutras empresas
do Grupo Total
Activos:
Disponibilidades em outras instituições de crédito - 4.417.384 4.417.384 - 1.369.716 1.369.716
Activos financeiros detidos para negociação - - - - - -
Activos financeiros disponíveis para venda - - - -
Aplicações em instituições de crédito - 65.237.500 65.237.500 - 65.287.500 65.287.500
Crédito a clientes - - - - - -
Outros activos - - - -
Passivos:
Passivos financeiros detidos para negociação - - - - - -
Recursos de outras instituições de crédito - 13.451.045 13.451.045 - 8.212.662 8.212.662
Recursos de clientes e outros empréstimos - - - - - -
Responsabilidades representadas por títulos - - - - - -
Passivos subordinados - - - - - -
Outros passivos - 11.909 11.909 - 22.318 22.318
Custos:
Juros e encargos similares - 938 938 - 10.887 10.887
Encargos com serviços e comissões - 30.356 30.356 - 43.736 43.736
Resultados de activos e passivos avaliados
ao justo valor através de resultados - - - - - -
Gastos gerais administrativos - 450.539 450.539 - 435.480 435.480
Proveitos:
Juros e rendimentos similares - 582.074 582.074 - 1.266.364 1.266.364
Rendimentos de instrumentos de capital - - - - - -
Rendimentos de serviços e comissões - 214.434 214.434 - 46.874 46.874
Outros resultados de exploração - - - -
Extrapatrimoniais:
Garantias prestadas e outros passivos eventuais: - - - - - -
Garantias recebidas - - - -
Compromissos perante terceiros - 114.000 114.000 - 198.500 198.500
31-dez-16 31-dez-15
As transacções com entidades relacionadas são efectuadas, por regra, com base nos valores de
mercado nas respectivas datas.
50 Pensões de reforma
Decorrente da introdução das Normas Internacionais de Contabilidade e no que diz respeito à “IAS
19 – Benefícios dos empregados”, foi registado em 1 de Janeiro de 2007 o valor dos ajustamentos de
transição referentes a 31 de Dezembro de 2006.
Em 1 de Janeiro de 2007, o valor das responsabilidades com complementos de pensões de reforma,
prémio de antiguidade e SAMS e respectivas coberturas, em NCA’s foram as seguintes:
1-01-2007
Fundo de pensões
A.1. Responsabilidades PCSB 65,828
A.2. Impacto da transição para IAS 19: 74,178
A.2.1. Tábua de mortalidade 8,975
A.2.2. Pressupostos financeiros 65,203
CCAM da Terra Quente, CRL
106 Relatório e Contas 2016
A.3. Responsabilidades IAS 19 (A.1. + A.2.) 140,006
A.4. Valor da quota-parte do fundo de pensões em 31-12-2006 77,507
A. Insuficiência de cobertura pelo Fundo de Pensões (A.3. – A.4.) 62,499
1-01-2007
Encargos com saúde (SAMS):
B.1. Com trabalhadores no ativo e ex-trabalhadores 120,935
B.2. Com licenças sem vencimento 0
B.3. Com pré-reformados 0
B.4. Com pensões em pagamento 10,066
B. Total 131,001
1-01-2007
Prémio de antiguidade:
C.1. Com trabalhadores no ativo e ex-trabalhadores 79,921
C.2. Com licenças sem vencimento 0
C. Total 79,921
De acordo com o Aviso nº 12/2005, de 30 de Dezembro, o acréscimo de responsabilidades decorrente
da alteração da tábua de mortalidade em data posterior a 1 de Janeiro de 2005 pode ser
reconhecido através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes anuais até
31 de Dezembro de 2013 (7 anos).
De acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005, de 21 de Fevereiro, o aumento de
responsabilidades com o Fundo de Pensões, decorrente da introdução da IAS 19 deverá ser
reconhecido através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes anuais até
31 de Dezembro de 2011 (5 anos).
Adicionalmente, de acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005, de 21 de Fevereiro, as
responsabilidades com o SAMS, decorrente da introdução da IAS 19 deverá ser reconhecido através
da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes anuais até 31 de Dezembro de
2013 (7 anos).
Durante o ano de 2008, o Banco de Portugal emitiu um novo aviso (Aviso nº 7/2008, de 14 de Outubro
de 2008), no qual permite diferir os impactos da transição acima identificados, por um período
adicional de três anos face ao período estipulado inicialmente.
CCAM da Terra Quente, CRL
107
Relatório e Contas 2016
Foi decisão da CCAM TERRA QUENTE prolongar o diferimento dos impactos de transição tal como
permitido no Aviso nº 7/2008, de 14 de Outubro de 2008.
Assim, em 31-12-2007 o valor por reconhecer em resultados transitados, que deriva dos impactos da
adopção do IAS 19, e o número de anos pelos quais agora serão reconhecidos em resultados
transitados, é como segue:
31-12-2007 Nº anos a
diferir
Data limite de
diferimento
A.2.1.2007 Alteração da tábua de mortalidade 7,693 9 anos 2016
A.2.2.2007 Alteração dos pressupostos financeiros 52,162 7 anos 2014
A.2.3.2007 Excesso de cobertura em PCSB 9,343 7 anos 2014
B.2007 Encargos com saúde (SAMS) 112,287 9 anos 2016
No exercício de 2014 terminou o prazo limite de diferimento do impacto de transição na adopção da
IAS 19, no que respeita a:
- Alteração dos pressupostos financeiros;
- Excesso de cobertura em PCSB.
Ficaram por ainda diferir em 2015 e 2016, o valor respeitante a:
- Alteração da tábua de mortalidade;
- Encargos com saúde (SAMS).
Assim sendo, o reconhecimento anual nos resultados transitados no actual exercício é o seguinte:
31-12-2016*
A.2.1.2016 Alteração da tábua de mortalidade 855
B.2016 Encargos com saúde (SAMS) 12,476
2016 TOTAL 13,331
TOTAL = A.2.1.2016 + B.2016
*Terminou no final do exercício de 2016, o diferimento total do impacto de transição na adopção da
IAS 19.
1.iii.b) Registo do impacto do movimento do Fundo de Pensões e do custo com o SAMS e Prémios de
antiguidade a 31/12/2015
Os pressupostos actuariais e financeiros utilizados no cálculo das responsabilidades da CCAM TERRA
QUENTE com referência a 31 de Dezembro de 2016 e de 2015 foram os seguintes:
CCAM da Terra Quente, CRL
108 Relatório e Contas 2016
Em 31 de Dezembro de 2016, o valor das responsabilidades por serviços passados com o pagamento
de complementos de reforma e sobrevivência e encargos com cuidados médicos de saúde pós-
emprego (SAMS), com trabalhadores no ativo, licenças sem vencimento, pré-reformados e pensões em
pagamento, é o seguinte:
31-12-2016
F.2016 Valor actual das Responsabilidades por serviços passados 664.548
F.1 Com trabalhadores no ativo e ex-trabalhadores 367.439
F.2 Com licenças sem vencimento 24.394
F.3 Com pré-reformados 225.750
F.4 Com pensões em pagamento 46.966
O acréscimo anual de responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência referente à CCAM
TERRA QUENTE é o que a seguir se apresenta:
G.1 + Custo do serviço corrente 16.595
G.3 + Custo dos juros Líquido “Net Interest” 765
G.4.Ano +/- (Ganhos) e Perdas atuariais 34.773
G.4.1.Ano Relativos a diferenças entre os pressupostos e os valores realizados -10.863
G.4.2.Ano Relativos a alterações verificadas nos pressupostos e nas
condições dos planos
45.636
G.5 + Acréscimos de responsabilidades resultantes de reformas antecipadas 0
G.6 = Acréscimo anual de responsabilidades 52.133
CCAM da Terra Quente, CRL
109
Relatório e Contas 2016
O movimento ocorrido na quota-parte do fundo de pensões referente à CCAM TERRA QUENTE foi o
seguinte:
A.4.2015 (+) Valor da quota-parte do fundo de pensões em 31-12-2015 576.974
H.1 (+) Contribuições efectuadas 63.256
H.1.1 Pela CCAM TERRA QUENTE 54.126
H.1.2 Pelos empregados 9.130
H.2 (+) Capitais recebidos de seguro 0
H.3 (+) Rendimento dos ativos do Fundo de Pensões (liquido) 16.080
H.4 (-) Prémios de seguro pagos 13.641
H.9 (+) Participação de resultados no seguro 9.982
H.5 (-) Pensões pagas pelo fundo de pensões 3.554
H.5.1 Por reformas antecipadas 0
H.5.2 Outros 3.554
H.6 (-) SAMS pago pelo fundo de pensões 782
H.7.2016 (=) Valor da quota-parte do fundo de pensões em 31-12-2016 648.315
H.8. Variação do valor da quota-parte do fundo de pensões em 2016
(H.7.2016 – A.4.2015)
71.341
O movimento ocorrido durante o exercício de 2016 relativo ao valor actual das responsabilidades
por serviços passados foi o seguinte:
F.2015 (+) Responsabilidades Totais em 31 de Dezembro de 2015 600.671
G.1 (+) Custo do serviço corrente 16.595
G.1.1 Custo do serviço corrente da Entidade 7.466
H.1.2 Contribuições para o Fundo efectuadas pelos empregados 9.130
G.2 (+) Custo dos juros 14.293
G.4.1 (+/-) (Ganhos) e perdas atuariais nas responsabilidades 37.325
G.5 (+) Acréscimos de responsabilidades resultantes de reforma antecipadas 0
H.5 (-) Pensões pagas pelo fundo de pensões 3.554
H.5.1 Por reformas antecipadas 0
H.5.2 Outros 3.554
H.6 (-) SAMS pago pelo fundo de pensões 782
F.2016 (=) Responsabilidades totais em 31-12-2016 664.548
K. Variação nas responsabilidades em 2016 (F.2016 – F.2015) 63.877
CCAM da Terra Quente, CRL
110 Relatório e Contas 2016
O nível de cobertura das responsabilidades em 31 de Dezembro de 2016, de acordo com o Aviso
12/2001 do Banco de Portugal, era o seguinte:
F.2016 Valor actual das responsabilidades com serviços passados 664.548
I.1 Valor por amortizar em 31 Dezembro de 2016 (Aviso 7/2008)* 0
I.2 Responsabilidades por serviços passados (Aviso 12/2001) 644.957
I.3 Nível de cobertura (Aviso 12/2001) (%) 101
*Terminou no final do exercício de 2016, o diferimento total do impacto de transição na
adopção da IAS 19.
Com a implementação em 1 de Janeiro de 2013 das alterações decorrentes da IAS 19 Revisto, os
desvios actuariais por amortizar apurados à data de 31 de Dezembro de 2012, foram transferidos
para uma rubrica do rendimento integral “reservas de reavaliação”.
No exercício de 2016, o valor dos desvios actuariais existentes e o movimento ocorrido no exercício no
“rendimento integral”, foi o seguinte:
RI.2015 Desvios actuariais em 31-12-2015 -69.178
RI.ano Desvios actuariais gerados em 2016 – Ganhos e perdas actuariais -38.431
RI.2016 Desvios actuariais em 31-12-2016 -107.610
Prémios de antiguidade:
A evolução do valor das responsabilidades por serviços passados, com prémios de antiguidade futuros,
com trabalhadores no activo e licenças sem vencimento, foi a seguinte:
Prémio de Antiguidade 31-12-2015
N.1.2015 Com trabalhadores no ativo 132.123
N.2.2015 Com licenças sem vencimento 0
N.2015 Total 132.123
Prémio de Antiguidade 31-12-2016
N.1.2016 Com trabalhadores no ativo 114.779
N.2.2016 Com licenças sem vencimento 12.952
N.2016 Total 127.731
CCAM da Terra Quente, CRL
111
Relatório e Contas 2016
Prémio de Antiguidade Variação
O.1. Com trabalhadores no ativo -17.344
O.2. Com licenças sem vencimento 12.952
O. Total -4.393
51 Divulgações relativas a instrumentos financeiros
a. Risco de Mercado
O risco de mercado reflecte perdas eventuais resultantes de uma alteração adversa do valor de
mercado de um instrumento financeiro como consequência da variação, nomeadamente, de taxas de
juro, taxas de câmbio, preços de acções, preços de mercadorias, spread de crédito ou outras variáveis
equivalentes.
Em 31 de Dezembro de 2016, tal como em 31 de Dezembro de 2015, o risco de mercado é reduzido
dado o tipo de instrumentos financeiros em que a Caixa investiu.
b. Risco Cambial
O risco cambial surge como consequência de variações nas taxas de câmbio das moedas, sempre
que existem “posições abertas” nessas mesmas moedas.
Em 31 de Dezembro de 2016 e 2015, as posições em moeda estrangeira são residuais.
c. Risco de Taxa de Juro
A Caixa incorre em risco de taxa de juro sempre que, no desenvolvimento da sua actividade, contrata
operações com fluxos financeiros futuros cujo valor presente é sensível a variações das taxas de juro.
O risco de taxa de juro agregado suportado deriva de diversos factores, nomeadamente:
▪ Diferentes prazos de vencimento ou revisão das taxas dos activos, passivos e elementos
extrapatrimoniais (risco de repricing);
▪ Alterações da inclinação da curva de taxas de juro (risco de curva);
▪ Variações assimétricas das diversas curvas de mercado que afectam as distintas massas
patrimoniais e extrapatrimoniais (risco de base); e
▪ Existência de opções explícitas ou implícitas em muitos produtos bancários (risco de opção).
A política de gestão do risco de taxa de juro é definida e monitorizada centralmente pelo Comité de
Activos e Passivos (ALCO).
A avaliação deste risco é efectuada mensalmente pela Caixa Central, para a totalidade dos saldos
das diversas Caixas Associadas sendo a sua exposição a este tipo de risco efectuada com recurso a
uma metodologia baseada no agrupamento dos diversos activos e passivos sensíveis em intervalos
CCAM da Terra Quente, CRL
112 Relatório e Contas 2016
temporais de acordo com as respectivas datas de revisão de taxa. Para cada intervalo são calculados
os cash flows activos e passivos apurando-se o correspondente gap sensível ao risco de taxa de juro.
Procede-se então à avaliação do impacto dos gaps mencionados sobre a evolução da margem
financeira e sobre o valor económico da entidade em diversos cenários de evolução das taxas de
juro.
A relação risco/rentabilidade encontra-se enquadrada por limites definidos e monitorizados
mensalmente pelo ALCO ao nível da exposição da margem financeira e do valor económico a
variações adversas das taxas de juro.
Assim, a Caixa apresenta uma exposição ao risco de taxa de juro, tanto da margem financeira como
do valor económico do capital, pouco significativa. Este risco mede o impacto de uma variação das
taxas de juro, positiva ou negativa, sobre os referidos indicadores em função da exposição líquida nos
diversos intervalos temporais.
d. Risco de Liquidez
O risco de liquidez está associado à potencial incapacidade da Caixa financiar o seu activo
satisfazendo nas datas contratadas todas as responsabilidades exigíveis.
A política de gestão da liquidez é definida e monitorizada pelo Comité de Activos e Passivos (ALCO)
da Caixa Central, estando a sua gestão diária cometida ao Departamento Financeiro da Caixa.
Para avaliar a exposição global a este tipo de risco, no curto, médio e longos prazos, são elaborados
relatórios que permitem não só identificar os mismatch negativos, como avaliar a cobertura dinâmica
dos mesmos. É também realizado um acompanhamento por parte da Caixa dos rácios de liquidez de
um ponto de vista prudencial, calculados segundo as regras exigidas pelo Banco de Portugal.
Refira-se que em matéria de liquidez, o Grupo Crédito Agrícola prossegue uma política conservadora
que se traduz num rácio de transformação em cada uma das suas unidades claramente abaixo da
média do rácio de transformação do sistema financeiro nacional.
Os recursos excedentários da Caixa são canalizados para a Caixa Central, onde são centralmente
aplicados em activos de elevada qualidade creditícia e liquidez, nomeadamente, obrigações de
dívida pública de países da Zona Euro e aplicações de prazo curto sobre Instituições de Crédito de
referência, nacionais ou internacionais.
Numa óptica de prevenção e de gestão de contingência de risco de liquidez são especialmente tidos
em conta e acompanhados os seguintes aspectos:
▪ Controlo e contenção de eventuais concentrações de recursos comerciais que, tendendo a
desenvolver-se, pudessem vir a concorrer para uma maior permeabilidade da carteira
diminuindo a sua estabilidade e permanência. São efectuadas regularmente simulações de
impactos ao abrigo de hipóteses conservadoras sobre a estabilidade dos recursos de retalho
e sem consideração do concurso de fontes de financiamento adicionais;
▪ Embora sem dependência de tais fontes de financiamento complementares atendendo à
posição estrutural de tesouraria do Grupo Crédito Agrícola, manutenção de linhas de
CCAM da Terra Quente, CRL
113
Relatório e Contas 2016
financiamento junto de Instituições de Crédito nacionais e internacionais, regularmente
testadas;
▪ Lançamento regular de produtos de passivo que concorram para a manutenção dos padrões
de permanência dos recursos projectados.
e. Risco de Crédito
A eficiência e a rendibilidade de uma instituição financeira dependem objectivamente de um rigoroso
controlo dos riscos, no que assenta também a sua solidez financeira.
Neste sentido, o Grupo Crédito Agrícola continuou a dar elevada prioridade ao projecto de
“Transformação da Função Risco”, desenvolvido à luz das melhores práticas organizacionais neste
domínio e enquadrado no cumprimento dos requisitos regulamentares de Basileia II. A coordenação
deste projecto encontra-se cometida ao Gabinete de Riscos da Caixa Central que centraliza, na sua
unidade de estrutura, as competências e as funções de coordenação em matéria de análise e controlo
integrado de riscos, articulando a actividade desenvolvida com a dos demais departamentos
especializados.
O risco de crédito está associado à possibilidade de incumprimento efectivo e/ou à degradação da
qualidade da contraparte em operações de crédito, constituindo o risco mais relevante da actividade
de qualquer instituição financeira. O programa de “Transformação da Função Risco” é constituído, em
matéria de avaliação da exposição a este risco, por diversas iniciativas de diferente disciplinaridade
e amplitude, mas formando um todo coerente entre si.
f. Justo valor de activos e passivos financeiros
As principais considerações sobre o justo valor dos activos e passivos financeiros são as seguintes:
▪ Relativamente aos saldos à vista, considerou-se que o valor de balanço corresponde ao justo
valor;
▪ O justo valor dos restantes instrumentos foi determinado pela Caixa Central com base em
modelos de fluxos de caixa descontados, tendo em consideração as condições contratuais
das operações e utilizando taxas de juro apropriadas face ao tipo de instrumento, incluindo:
o Taxas de juro praticadas nas operações intra-grupo realizadas ao abrigo do Regime
Jurídico do Crédito Agrícola, designadamente aplicações efectuadas junto da Caixa
Central;
o Taxa de juro praticadas nas operações concedidas pela Caixa para tipos de
créditos comparáveis; e
o Taxas de juro de referência para emissão de produtos para colocação no retalho.
g. Exposição máxima ao risco de crédito
Em 31 de Dezembro de 2016, a exposição máxima ao risco de crédito por tipo de instrumento
financeiro, excluindo os títulos em carteira, pode ser resumida como segue:
CCAM da Terra Quente, CRL
114 Relatório e Contas 2016
31-Dez-2016
Patrimoniais:
Crédito a clientes 67.963.554
Aplicações em instituições de crédito 65.237.500
Disponibilidades em outras instituições de crédito 4.417.384
137.618.438
Extrapatrimoniais:
Garantias prestadas 2.356.874
Compromissos irrevogáveis 4.528.906
6.885.780
h. Risco Operacional
O risco operacional traduz-se, genericamente, na eventualidade de perdas originadas por falhas na
prossecução de procedimentos internos, pelos comportamentos das pessoas ou dos sistemas
informáticos, ou ainda por eventos externos à organização. Para a gestão do risco operacional
encontra-se implementado um sistema que visa assegurar a uniformização, sistematização e recorrência
das actividades de identificação, monitorização, controlo e mitigação desses riscos.
i. Risco de Compliance
Apesar de haver um Departamento próprio de Compliance, o Conselho de Administração é responsável
pela supervisão da gestão do risco de Compliance, sendo a Caixa Central responsável pela
divulgação das suas políticas pelas Caixas Associadas.
52 Prestação de serviços de mediação de seguros ou de resseguros
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo (CCAM) de Terra Quente está inscrita na Autoridade de Supervisão
de Seguros e Fundos de Pensões, com o estatuto de Mediador de Seguros Ligado, de acordo com o
artigo 8º, alínea a), subalínea i), do Decreto-Lei nº 144/2006, de 31 de Julho, desenvolvendo a
actividade de intermediação em exclusividade com as Seguradoras do Grupo Crédito Agrícola,
designadamente, a Crédito Agrícola Seguros – Companhia de Seguros de Ramos Reais, SA (CA
Seguros), que se dedica ao exercício da actividade de seguros para todos os Ramos Não Vida e com
a Crédito Agrícola Vida – Companhia de Seguros, SA (CA Vida), que se dedica ao exercício da
actividade de seguros para o Ramo Vida e Fundos de Pensões.
No âmbito dos serviços de mediação de seguros a CCAM efectua a venda de contratos de seguros
e de adesões a Fundos de Pensões, presta apoio pós-venda aos segurados e participa no
encaminhamento das participações de sinistros que sejam entregues nos Balcões da CCAM.
CCAM da Terra Quente, CRL
115
Relatório e Contas 2016
Como contrapartida dos serviços de mediação de seguros prestados às referidas seguradoras, a
CCAM recebe remunerações pela mediação de seguros e pela colocação de adesões em Fundos de
Pensões as quais estão definidas em Protocolo estabelecido entre a CCAM e as referidas Seguradoras.
As remunerações de mediação de seguros são reconhecidas como um rendimento na Demonstração
de Resultados, na rubrica de Rendimentos de Serviços e Comissões. Os valores de remunerações a
pagar pelas Seguradoras, à data de 31 de Dezembro de cada ano, estão reconhecidas como um
activo no Balanço, na rubrica de Outros Activos. À data de emissão das presentes demonstrações
financeiras, as remunerações de mediação que estavam por pagar em 31 de Dezembro de 2016,
encontram-se já integralmente pagas pelas referidas Seguradoras.
O quadro seguinte evidencia o valor total das remunerações de mediação de seguros auferidas pela
CCAM nos últimos 3 anos (valores em euros):
Origem Seguradora 2014 2015 2016 % por Origem 2016
Ramos Não Vida CA Seguros 53.840,59 77.267,66 85.156,35 40,6%
Ramo Vida CA Vida 86.952,00 120.814,77 114.923,77 54,8%
Fundos de Pensões CA Vida 1.775,03 4.089,07 9.792,37 4,7%
Total 142.567,62 202.171,50 209.872,49 100,0%
A CCAM não efectua a cobrança de prémios por conta das seguradoras, nem efectua a
movimentação de quaisquer tipos de fundos relativos a contratos de seguros. Desta forma, não há
qualquer outro activo, passivo, rendimento ou gasto a reportar, relativo à actividade de mediação de
seguros exercida pela CCAM.
53 Fundos próprios
FUNDOS PRÓPRIOS E RÁCIO DE SOLVABILIDADE - Caixa Agrícola de Terra Quente
Em euros 2013 2014 2015 2016 Δ 15/16
Fundos Próprios totais 15.900.264 14.894.113 15.750.170 15.599.350 -1,0%
Common equity tier 1* --- 14.064.740 14.722.414 15.599.350 6,0%
Tier 1*
13.141.978 14.064.740 14.722.414 15.599.350 6,0%
Tier 2
2.962.920 829.372 1.027.756 0 -100,0%
Posição em risco de activos e equivalentes 128.887.120 130.814.960 139.279.591 157.442.546 13,0%
Requisitos de fundos próprios 48.489.825 49.401.537 50.960.419 56.440.304 10,8%
Crédito
40.965.750 41.396.707 42.845.154 48.508.588 13,2%
Operacional
7.524.075 8.004.830 8.115.266 7.931.716 -2,3%
CVA
--- 0 0 0 0,0%
Rácios de solvabilidade (a)
CCAM da Terra Quente, CRL
116 Relatório e Contas 2016
Common equity tier 1* --- 28,5% 28,9% 27,6% -1,3 P.P
Tier 1 * 27,1% 28,5% 28,9% 27,6% -1,3 P.P
Tier 2 6,1% 1,7% 2,0% 0,0% -2,0 P.P
Total* 30,8% 30,1% 30,9% 27,6% -3,3 P.P
* Incorporando o resultado líquido do exercício.
(a) Até Dezembro 2013 os rácios são calculado de acordo com a Instrução nº 23/2007, após o que são aplicadas as
regras CRD IV / CRR, Regulamento (U.E.) nº 575/2013.
54 Crédito Concedido aos Órgãos Sociais
2016 2015
Conselho Administração 113.849
Conselho Fiscal - -
Assembleia Geral - -
113.849 -
55 Lei 28/2009 – Divulgação da política de remuneração dos membros dos Órgãos
de Administração e de fiscalização
A Caixa aprovou em Assembleia Geral a declaração de política de remuneração para o ano em curso.
A remuneração dos Órgãos de Gestão da Caixa e do Conselho Fiscal são compostos apenas por
uma componente fixa:
Remuneração bruta
auferida no exercício
findo em
31-Dez-16
Assembleia Geral (Cessante)
Presidente: Prof. Ricardo Manuel Paninho Pereira -
Secretário: Eng.º Florentino Brás Gil -
Secretário: Delfim Firmino Gonçalves 200
200
Conselho de Administração (Cessante)
Presidente: Eng.º Manuel Rui Araujo Meneses Pimentel 3.272
Vogal: Joaquim Eduardo Pinho Aguiar Ferreira 3.272
Vogal: Eng.º Fernando Manuel Gil 2.723
Vogal: Antonio Miguel de Castro 3.272
Vogal: Engº Antonio Alfredo Figueiredo 2.723
15.263
Conselho Fiscal (Cessante)
Presidente: Dr. José Luis Carvalhão de Abreu e Oliveira -
Vogal: Anibal Tito Fernandes dos Reis -
Vogal: Eng.º Fernando Jaime Castro Candeias -
-
15.463
CCAM da Terra Quente, CRL
117
Relatório e Contas 2016
Remuneração bruta
auferida no exercício
findo em
31-Dez-16
Assembleia Geral
Presidente: Eng.º Manuel Rui Araujo Meneses Pimentel
Vice-Presidente: Prof. António Julio Relhas -
Secretário: José Francisco Pires Trigo
-
Conselho de Administração
Presidente: Prof. Ricardo Manuel Paninho Pereira 19.402
Vogal: Eng.º Fernando Manuel Gil 22.353
Vogal: Victor Manuel Prazeres Gonçalves 46.485
Vogal: Rui Manuel Gomes Meneses Pimentel 21.826
Vogal: Engº Antonio Alfredo Figueiredo 10.227
120.293
Conselho Fiscal
Presidente: Eng.º Fernando Jaime Castro Candeias 750
Vogal: João Carlos Quinteiro Nunes 600
Vogal: Anibal Tito Fernandes dos Reis 600
1.950
Revisor Oficial de Contas (excluindo IVA)
PKF & Associados, SROC, LDA 10.000
10.000
132.243
CCAM da Terra Quente, CRL
118 Relatório e Contas 2016
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119
Relatório e Contas 2016
13. RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL
CCAM da Terra Quente, CRL
120 Relatório e Contas 2016
CCAM da Terra Quente, CRL
121
Relatório e Contas 2016
14. CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS
CCAM da Terra Quente, CRL
122 Relatório e Contas 2016
CCAM da Terra Quente, CRL
123
Relatório e Contas 2016
CCAM da Terra Quente, CRL
124 Relatório e Contas 2016
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Relatório e Contas 2016