RELATÓRIO DO 1º ENCONTRO DE SAÚDE DO SISTEMA … · O 1º Encontro de Saúde do Sistema...
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RELATÓRIO DO 1º ENCONTRO DE SAÚDE DO SISTEMA PENITENCIÁRIODE MATO GROSSO
O 1º Encontro de Saúde do Sistema Penitenciário de Mato Grosso, que aconteceu
nos dias 01 e 02 de dezembro de 2016, no Auditório da Escola Superior de Contas,
objetiva contribuir para a formação dos profissionais de saúde que atuam no Sistema
Penitenciário de Mato Grosso, buscando o estreitamento das relações entre os
profissionais de saúde do Sistema Penitenciário e outros profissionais de saúde do
Estado, acadêmicos das diversas áreas, pesquisadores envolvidos com as temáticas da
saúde prisional, sociedade civil interessada, entre outros, possibilitando a reflexão, o
debate, a troca de experiências e o diálogo bem como agregar novas perspectivas
relacionadas à saúde do sistema penitenciário e a efetivação de uma prática profissional
que atenda as reais necessidades dos usuários do SUS que encontram-se em situação de
privação de liberdade.
No dia 01 de dezembro de 2016, às 9hs, foi iniciado o encontro, realizado pela
Diretoria de Saúde do Sistema Penitenciário/Secretaria Adjunta de Administração
Penitenciária – SEJUDH, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde e Secretarias
Municipais de Saúde. A solenidade de abertura do evento contou com a presença das
autoridades: Sr. Eneas Correa de Figueiredo Júnior - Secretário Adjunto de Justiça,
representando o Sr. Márcio Frederico de Olliveira Dorileo - Secretário de Estado de
Justiça e Direitos Humanos; Sr. Geraldo Fidelis - Juíz da Primeira Vara Criminal de
Cuiabá; Sra. Lindomar de Medeiros - Coordenadora de Saúde do Sistema Prisional do
Ministério da Saúde; Sr Breno Vago Amorim - representando a Coordenação de Saúde do
Departamento Penitenciário Nacional - DEPEN ; Sra. Sibeli Nardoni Roika -
representando o Secretário Adjunto de Administração Penitenciária; Sr. Hozano José
Delgado - Diretor de Saúde do Sistema Penitenciário de Mato Grosso; Sr. Alberico Cony
Cavalcante - Presidente do Conselho de Comunidade; Dr. André Renato Robelo
Rossignolo - Defensor Público da Vara de Execuções Penais de Cuiabá; Silvia Aparecida
Tomaz – membro do Conselho de Comunidade representando a Federação Espírita do
Estado de Mato Grosso; Eroiza de Melo Schaustz - representando o Conselho Regional
de Enfermagem; Sr. Luiz Guilherme – representando o Conselho Regional de Psicologia.
Em seguida, cada membro da mesa fez sua fala, recepcionando todas as pessoas
participantes do evento e destacando a importância da atenção à saúde no sistema
prisional. Após a fala de todas as autoridades, foi desfeito o dispositivo de mesa de
abertura.
Foi registrada a presença da Sra. Dorvina Figueiredo - representando a área
técnica de Saúde Prisional da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso - SES/MT; e
Sra. Lucimar Poleto - Diretora de Ensino da Escola Penitenciária do Estado de Mato
Grosso.
Seguindo o cronograma do evento, iniciou-se a apresentação do Eixo: Gestão e
Políticas Públicas de Saúde Penitenciária, a primeira Mesa-Redonda: Políticas em Saúde
Prisional, onde os palestrantes Sr. Breno Vago Amorim, Sra. Lindomar de Medeiros, Sr.
Hozano José Delgado, Sra. Reni Aparecida Barsagli e Sra. Vanessa Alves Lopes
compuseram a mesa.
O Sr. Breno Vago Amorim, da Coordenação de Saúde Prisional do Departamento
Penitenciário Nacional, iniciou os trabalhos proferindo palestra com o tema: A Saúde
Prisional no Brasil. Na oportunidade da fala, o Sr. Breno Vago Amorim apresentou dados
gerais sobre o perfil da população penitenciária no Brasil; as vulnerabilidades do sistema
prisional (apresentação de fotos exemplificando); a saúde no sistema prisional (Plano
Nacional de Saúde no Sistema Prisional – PNSSP; Política Nacional de Atenção Integral
à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional - PNAISP). Mato
Grosso fez a adesão à PNAISP recentemente. Explanou sobre o papel do DEPEN, com a
publicação da PNAISP. Destacou acerca dos convênios do DEPEN com Mato Grosso:
Convênio Materno Infantil – aquisição de equipamentos para Penitenciária Feminina de
Cuiabá, CP Feminina de Rondonópolis, CP Feminina de Tangará da Serra, CP de Colíder
e CP Feminina de Cáceres; convênio das UBSPS – aparelhamento das unidades básicas
de saúde prisionais da Penitenciária Central do Estado e do Centro de Ressocialização de
Cuiabá.
Seguindo o cronograma, a Sra. Lindomar Coelho Rocha de Medeiros,
Coordenadora de Saúde Prisional do Ministério da Saúde, abordou a temática: Política de
Saúde Prisional. No uso da palavra, a palestrante discutiu sobre as Políticas do SUS para
o Sistema Prisional, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas
de Liberdade no Sistema Prisional - PNAISP e também sobre a composição das equipes
de atenção básica prisional (EABP), incluindo-se aí as equipes de saúde mental. Por
último, relatou sobre as perspectivas apresentadas pelo Ministério para o ano de 2017:
realização de seminário nacional, oficinas regional de cooperação técnicas para estados e
municípios e contribuir para a melhoria o trabalho das equipes de saúde prisionais.
O terceiro palestrante dessa manhã foi o Sr. Hozano Delgado, Diretor de Saúde do
Sistema Penitenciário de Mato Grosso, que abordou sobre a temática Gestão e a Situação
da Saúde no Sistema Penitenciário de Mato Grosso. Em sua fala, o palestrante agradeceu
o esforço e o empenho de todas as pessoas envolvidas na realização do evento. A
Penitenciária Feminina, com patrocínio; o CRC, na pessoa do Sr. Winkler; a Diretoria de
Ensino da Escola Penitenciária, ao cerimonial, assessoria de comunicação, câmera, aos
palestrantes que contribuíram com o enriquecimento do evento, as Secretarias Adjuntas, o
Gabinete da SEJUDH e a equipe da Diretoria de Saúde. Retomando ao objetivo da fala, o
palestrante fez uma contextualização acerca do sistema prisional de Mato Grosso, com a
apresentação de dados quantitativos relativos à população prisional, unidades prisionais, e
das unidades básicas de saúde prisional, bem como a composição dessas equipes;
explanou sobre o organograma – fluxo da SEJUDH. De acordo com o palestrante, em
Mato Grosso são 14 unidades com equipes de saúde, 289 profissionais de saúde, o
concurso público para o sistema prisional de Mato Grosso, recentemente publicado, o
processo seletivo para contratação de médicos, convênios do DEPEN com MT (materno-
infantil, aparelhamento PCE e CRC, aparelhamento das 13 UBSPs).
Na quarta fala da mesa, a Dra. Reni Aparecida Barsagli, professora Dra. do
Departamento de Saúde Coletiva – UFMT, que apresentou o relato de pesquisa:
Percepção dos gestores sobre a Política de Saúde no Sistema Penitenciário/MT. Nesse
momento, abre-se espaço para registrar e agradecer a presença dos promotores de saúde
do Centro de Ressocialização de Cuiabá, representando os reeducandos do Sistema
Penitenciário de Mato Grosso. Voltando à palestra, a Sra. Reni apontou a escassez de
estudos na área de saúde coletiva, estudos qualitativos acerca do sistema penitenciário de
Mato Grosso e de todo o Brasil. Apresentou a pesquisa realizada por ela e pelas Sras.
Vanessa e Márcia, no sistema penitenciário de Mato Grosso: profissionais de saúde
atuantes em penitenciárias/equipes, aparatos legais da atenção à saúde no Sistema
Penitenciário e a percepção dos gestores sobre a política de saúde no Sistema
Penitenciário. Focando na percepção dos gestores sobre a gestão da política de saúde no
Sistema Penitenciário de MT, a Dra. Reni seguiu com sua fala, esclarecendo que a
pesquisa demonstrou que a situação do custodiado dentro do sistema prisional repercute
na sociedade; tensão intrainstitucional: saúde / segurança; intermediação do atendimento,
o acesso aos serviços de saúde é feito pela equipe de segurança (escolta); necessidade de
adequação das unidades de saúde de acordo com o contexto prisional; enfrentamento da
intersetorialidade (rede de serviços).
Seguindo o cronograma, a última palestrante dessa primeira mesa foi a Sra.
Vanessa Alves Lopes, profissional atuante na área técnica de saúde prisional da Secretaria
de Estado de Saúde/MT, que apresentou sobre a pesquisa realizada, em conjunto com a
profa. Dra. Reni e a Sra. Márcia, relatando o cotidiano dos profissionais de saúde atuantes
no sistema penitenciário de Mato Grosso. De acordo com ela, a pesquisa mostrou que os
profissionais de saúde entravam no sistema sem capacitação, no entanto a partir da Escola
Penitenciária, esse cenário tem se transformado, com o surgimento de capacitações, no
entanto essas têm sido direcionadas para a área de segurança; deixando para segundo
plano capacitação em relação aos profissionais de saúde que trabalham com os sujeitos
presos. Objetivo da pesquisa, de acordo com ela, foi dar visibilidade a pouco conhecida
atuação dos profissionais de saúde nas unidades prisionais de Mato Grosso.
No momento de perguntas: 1. Sra. Eroísa, representante do Conselho Regional de
Enfermagem, falou sobre a necessidade de que se tenha atenção para os profissionais
técnicos em enfermagem. Alertou sobre o fluxo conflituoso da SEJUDH, visto que a
Diretoria de Saúde está afastada das UBSP - Unidades Básicas de Saúde Prisionais, e
perguntou para o palestrante Hozano Delgado sobre a dificuldade de trabalhar com esse
fluxo; 2. Maria Aparecida Milhomen, servidora da SES e SMS/Cbá atuando na gestão da
saúde mental, perguntou qual o objetivo do encontro e, a partir desse encontro, o que vai
desencadear para a resolutividade das ações. Perguntou ainda como a pesquisa tem
promovido no sistema prisional ações, além do conhecimento. Indagou sobre o quê, de
prático, pode-se melhorar com as pesquisas. Relatou: está faltando presídio e sobrando
presos, o que falta para o Brasil seguir os países que estão fechando presídios (sic). 3.
Clóvis Arantes, representante do Grupo Livre-Mente, afirmou que, a partir da firmação
dos convênios entre o Estado e o Governo Federal, Mato Grosso passar a ser obrigado a
dar uma contrapartida financeira para a execução das ações propostas no convênio.
Acredita que essa responsabilidade acaba inibindo os estados, e esses acabam não
fazendo a adesão aos convênios porque não desejam gastar nesse setor, pois o Estado
preocupa-se somente com a repressão. Indagou ao Sr. Breno Vago, como pode-se inverter
esse processo, e o Estado trabalhar mais na prevenção, e na assistência à saúde.
Em resposta o Sr. Hozano José Delgado, esclareceu que as UBSPs,
institucionalmente, não existem no organograma da SEJUDH. A apresentação feita por
ele, colocou o que é praticado, e na prática as unidades básicas de saúde existem no
sistema penitenciário de MT e se fazem necessárias. Destacou novamente, conforme o
cerimonial havia apresentado no início do evento, o objetivo do 1º Encontro de Saúde do
Sistema Penitenciário de Mato Grosso. Sobre o projeto terapêutico, esclareceu que
depende da autonomia da equipe, e as dificuldades estruturais acabam impactando na
autonomia. Relatou a dificuldade vivenciada pelas equipes de saúde prisionais pela
ausência de um responsável técnico na UBSP, visto que os profissionais de saúde ficam
ligados a administração da unidade prisional, que não tem propriedade em relação à
política de saúde. Sobre a relação Europa/Brasil, falou sobre o índice de criminalidade no
Brasil e citou respostas não técnicas, não científicas, pela conjuntura social e política do
Brasil. Em seguida, também colaborando com as perguntas feitas, a Profa. Dra. Reni
falou sobre a pesquisa realizada por ela e pelas Sras. Vanessa e Márcia, abordando sobre
sobre a necessidade de tratar pesquisa associada à prática. Aponta que a construção do
conhecimento e a sua legitimidade se dá a partir de uma metodologia, de uma sistemática.
Falou sobre a produção de conhecimento tentando envolver pessoas engajadas com a
temática, pessoas que já estão no sistema prisional. O Sr. Breno Vago, em resposta ao que
lhe foi questionado, falou sobre o distanciamento que as pessoas acreditam que tem de
quem está dentro do sistema prisional. Citou a importância de investimento na formação
das crianças, para mudar o quadro de criminalização no Brasil. Falou sobre os convênios,
esclarecendo que os financiamentos são destinados para fins específicos, e devem ser
usados dessa maneira. Falta também projetos para outras áreas, e populações específicas
no sistema prisional. Finalizando, a Sra. Lindomar falou sobre as residências terapêuticas,
serviço amparado por portaria do Ministério da Saúde e sobre a existência de recurso
financeiro para tal serviço. Acrescentou afirmando acreditar na necessidade de que essas
residências terapêuticas caminhem junto à EAP - Serviço de Avaliação e
Acompanhamento de Medidas Terapêuticas Aplicáveis a Pessoas com Transtorno Mental
em Conflito com a Lei. Salientou sobre a necessidade do envolvimento de todos para
tratar da saúde prisional – SES, Ministério Público, Educação, Segurança, etc. para
construir e contribuir.
No período vespertino do primeiro do dia do evento, no EIXO: Doenças
Infectocontagiosas, pela Mesa Redonda: Tuberculose no Sistema Penitenciário,
compuseram a mesa a Sra. Daniele Maria Pelissari, Sra. Simone Escudero Gutierrez, Sr.
Júlio Henrique Rosa Croda e Sra. Laura Fabiane de Oliveira Patrício.
A primeira palestrante desse eixo foi a Sra. Daniele Maria Pelissari, técnica do
Programa Nacional de Controle de Tuberculose – Ministério da Saúde, que palestrou
sobre a Tuberculose na População Privada de Liberdade. Apresentou um panorama em
nível de gestão, em como o Brasil é visto em relação à tuberculose e, por último as ações
em tuberculose no sistema prisional. Apresentou dados sobre a população prisional, no
que tange à tuberculose, a nível nacional. A palestrante ainda falou sobre estratégias que
podem ser utilizadas no intuito de contribuir para a efetivação da assistência em saúde da
população privada de liberdade em relação ao agravo tuberculose.
A segunda palestra dessa mesa redonda foi a Sra. Simone Escudero Gutierrez,
Área Técnica de Tuberculose da SES/MT - Secretaria de Estado de Saúde de Mato
Grosso, que substituiu a Sra. Lúcia Dias. No uso da palavra, a Sra. Simone apresentou o
tema: Situação Epidemiológica da Tuberculose nas Unidades Prisionais de MT.
Apresentou dados de tuberculose no Brasil e, com mais destaque para o estado de Mato
Grosso. Alertou que as vezes a notificação da população privada de liberdade não é feita
na unidade prisional, e sim, na rede externa de saúde. Citou ainda a construção do
Protocolo da Tuberculose, que infelizmente não foi oficializado enquanto documento e
também não tem sido cumprido, em relação à assistência em saúde da população
prisional em relação ao agravo Tuberculose.
Dando seguimento ao encontro, o Sr. Júlio Henrique Rosa Croda, prof. Dr. da
Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Grande Dourados / MS,
abordou o tema: O Cenário Nacional da Tuberculose e o Projeto TB Reach. O palestrante
alterou o título da palestra: Transmissão da Tuberculose no Sistema Penitenciário e seu
Impacto na Comunidade. Em sua explanação, contextualizou o agravo tuberculose nas
unidades prisionais do Brasil. Informou: O Brasil é a 4ª. maior população prisional do
mundo, e essa população cresceu, enquanto que nos Estados Unidos e na China a
população prisional decaiu. Continuou sua abordagem discorrendo sobre a tuberculose
entre a população privada de liberdade no estado de Mato Grosso do Sul. Falou sobre os
desafios e prioridades para o controle da tuberculose na população privada de liberdade:
novas tecnologias de triagem em massa para o controle da tuberculose ativa e também
tratamento profilático - realização de estudos nessa área. Principal fator da dificuldade
para o tratamento desse agravo é a superlotação. Acerca dos desafios para a triagem:
escore clínico da OMS não efetivo; a cultura só é realizada em 32% dos casos de
tuberculose identificados na população privada de liberdade.
Registra-se, nesse momento, a presença do Sr. José Silvio Leite Jacome,
Presidente do Instituto Cultural Barão de Ayuruoca e professor de Direito.
A última palestrante dessa mesa, a Sra. Laura Fabiane de Oliveira Patrício,
enfermeira da Penitenciária Central do Estado, que apresentou uma experiência exitosa
no enfrentamento à tuberculose no Sistema Penitenciário. A palestrante iniciou sua fala
discorrendo sobre o processo de formação das equipes de saúde no sistema penitenciário
de Mato Grosso. Falou sobre os avanços e desafios da atenção em saúde no que tange à
tuberculose no sistema prisional de MT no decorrer dos anos. Avanços: busca ativa,
tratamento diretamente observado, acompanhamento mensal, porta de entrada,
estreitamento de laços com o judiciário, estreitamento de laços com a SES - Secretaria de
Estado de Saúde e SMS - Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, promotores de saúde.
Desafios: estreitamento dos laços entre as UBSPs e as UBS de fora e a SMS;
estreitamento da relação com o LACEC - Laboratório Central de Cuiabá; realização de
exame para diagnóstico em todos os reeducandos.
Passando ao momento de perguntas: 1. Lúcia, enfermeira da SES Vigilância
Epidemiológica responsável pelo agravo da Tuberculose, perguntou para Dr. Júlio Croda
sobre o Raio X móvel instalado em Mato Grosso do Sul. O palestrante respondeu que em
Mato Grosso do Sul eles montaram um Raio X móvel quando ganharam um veículo, mas
o sistema completo varia entre 500 a 700 mil uma Van de Raio X Móvel.2. Hozano
Delgado indagou sobre a possibilidade de Mato Grosso ser contemplado com uma
unidade móvel de Raio X. Daniele Pelissari, em resposta, afirmou a tarefa de
identificação de municípios prioritários para investimento em equipamentos. Mas não há
possibilidade de carimbar recurso para Tuberculose. Júlio Croda orientou a gestão
estadual no sentindo de montar convênio, termo de referência, acesso junto ao SICONV.
Acrescentou que, em MS, foi conseguido via convênio a nível estadual, e sugeriu isso
para Mato Grosso. O palestrante se colocou à disposição para orientar nesse sentido.
Acredita na necessidade de articulação política para fazer esse enfrentamento,
movimentos sociais. Sugeriu, em terceiro lugar, verificar a possibilidade de incluir
Cuiabá no cronograma de Mato Grosso do Sul e, mediante suporte de MT, vir para nosso
estado com a equipe de Mato Grosso do Sul, colaborar nessas triagens.
Passando adiante, na Mesa Redonda: Hanseníase e DSTs/AIDS no Sistema
Penitenciário, os palestrantes Cícero Fraga Melo, Alessandra Cristina Ferreira de Moraes
e Maria das Graças de Mendonça Silva, passaram a compor a mesa. Fazendo uso da
palavra, o Sr. Cícero Fraga Melo, Coordenador Estadual do Programa de Controle da
Hanseníase SES/MT, proferiu palestra sobre a Situação Epidemiológica da Hanseníase
nas Unidades Prisionais de Mato Grosso. Falou sobre o direito à saúde pública às pessoas
privadas de liberdade, assegurado pela Constituição Federal. Mediante levantamento de
dados no SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação, apresentou dados
sobre a situação de hanseníase no Sistema Penitenciário de Mato Grosso, em uma série
histórica desde 2010 a 2016.
A segunda palestrante da mesa, Sra. Alessandra Cristina Ferreira de Moraes, Área
Técnica do Programa DSTs/AIDS e Hepatites Virais da SES/MT, falou sobre a Situação
Epidemiológica das ISTs/AIDS nas Unidades Prisionais de Mato Grosso. Apresentou
dados situacionais de Mato Grosso acerca das ISTs/AIDS – Infecções Sexualmente
Transmissíveis / AIDS, apresentando uma série histórica desde 2010 até 2015 acerca do
número de casos desses agravos em Mato Grosso; coeficiente de mortalidade por AIDS.
Apresentou ainda dados sobre casos de HIV em unidades prisionais de MT, informou que
não houve notificação de outras DSTs. Citou a problemática advindas das
subnotificações: desconhecimento da magnitude e tendência da epidemia; dificuldade na
programação e insumos de prevenção.
A terceira e última palestrante do dia, Sra. Maria das Graças de Mendonça Silva,
Doutoranda em Saúde Coletiva pela UFMT, apresentou uma experiência exitosa no
enfrentamento às DSTs/AIDS no Sistema Penitenciário. Assinalou que se trata de um
projeto de extensão universitária da UFMT campus Sinop: Promoção da Saúde Sexual
em Mulheres Privadas de Liberdade por meio de rodas de conversa durante o período em
que elas estavam em sala de aula; conhecimento com a confecção de desenhos,
elaborados pelas mulheres privadas de liberdade; concursos de paródia. O trabalho
oportunizou as mulheres: o repensar sobre a vida sexual; estimulou o cuidado sobre si e
sobre o outro (colegas de cela, de convivência e as parceiras sexuais). Ações: Outubro
Rosa – concurso miss primavera; publicação da cartilha saúde sexual atrás das grades;
feira da saúde sexual, com a entrega de certificados; formação de multiplicadoras da
saúde sexual. Desafios: questões de segurança na unidade prisional dificultavam a
realização do trabalho da equipe.
Momento para perguntas:
1. Convidada - Enfermeira do Socioeducativo perguntou sobre as ISTs no socioeducativo:
citou os casos de sífilis, HIV. Solicitou parceria das universidades para mostrar e realizar
estudos com essa população (prisional e socioeducativo). Falou da necessidade de
sensibilizar a rede de serviços para a oferta da assistência à saúde dessa população. Como
enfrentar o desafio de cuidar dessa população. Em resposta, a Sra. Alessandra falou da
subnotificação de agravos do sistema penitenciário, necessidade de preenchimento da
ocupação: privado de liberdade, para que as notificações sejam feitas de fato.
Necessidade de qualificar essas informações.
2. A Sra. Lindomar Medeiros perguntou e solicitou ajuda: porque essas doenças não
conseguem aparecer nos dados do Ministério (hanseníase, ISTs/AIDS e hepatites virais)
se a tuberculose aparece? Precisamos verificar o que está impedindo a notificação desses
agravos. Tem a esperança que, com o e-SUS AB, essas notificações realmente sejam
feitas.
3. Convidado, veio do interior do Estado, perguntou: o que tem sido feito em atenção aos
servidores que trabalham no Sistema em relação a esses agravos?
O Sr. Cícero Fraga Mello, em resposta, demonstrou também a sua indignação acerca das
subnotificações dentro do sistema prisional. PROPOSTA: capacitação para o sistema
prisional (DS deve reunir os profissionais do sistema penitenciário de MT). o Sr. Cícero
se comprometer a realizar uma capacitação teórico-prática em hanseníase para os
profissionais de saúde do sistema penitenciário.
As atividades do segundo dia do encontro foram iniciadas com a apresentação do
Eixo: Saúde Mental. Na Mesa Redonda intitulada Transtorno Mental, estavam as
palestrantes: Valéria da Costa Marques Vuolo, Jane Pimenta dos Santos e Carolini Piloni
Soccol.
A primeira palestrante da manhã, Sra. Valéria da Costa Marques Vuolo, psicóloga
da Coordenadoria de Ações Programáticas e Estratégicas da SES/MT, proferiu palestra
abordando a Configuração Atual da Rede de Atenção em Saúde Mental do Estado de
Mato Grosso. A palestrante iniciou sua fala abordando sobre a Rede de Atenção
Psicossocial – RAPS. Falou sobre a linha de cuidado às pessoas com transtorno mental:
tratar/assistir; promover saúde; qualidade de vida; cuidar; prevenir. Esclarece a
importância do cuidar de todos os pacientes com transtorno mental, não só os que estão
em situação aguda. Apontou o que conseguiu visualizar no período em que esteve na
coordenação (julho 2015 a setembro de 2016): fragmentação; relações verticais entre os
pontos de atenção; responsabilização na atenção de média complexidade;
compartilhamentos superficiais de objetivos e compromissos; qualificação dos
profissionais (telessaude); grupos condutores estadual, regional e municipal; distância da
atenção básica.
A segunda palestrante foi a Sra. Jane Pimenta dos Santos, Responsável Técnica
pela Unidade de Saúde Mental II – CIAPS/Adauto Botelho, que fez uma apresentação do
Serviço CIAPS Adauto Botelho – Unidade II. A palestrante fez uma breve apresentação
acerca da Unidade de Saúde Mental II, em sua configuração atual, sendo o espaço físico
situado nas dependências da Penitenciária Central do Estado. Atualmente com sua
capacidade máxima atingida, e uma demanda reprimida grande. Falou ainda sobre o
termo de cooperação, já vencido, entre SES e SEJUDH, para o funcionamento da
Unidade II. Relata que a Unidade II, em situação atual, vai na contramão da política de
desinstitucionalização dos pacientes com transtorno mental. Falou ainda sobre o processo
de interdição da Unidade II, determinando que os pacientes saíssem da unidade em 72
horas, para fechar a unidade. Relatou que, nessa conjuntura, a equipe foi trabalhando e,
até o fim de 1 ano a unidade passou a contar 4 pacientes, sendo que os outros foram
desinstitucionalizados (família, comunidade terapêutica). Jane citou a Política de Saúde
Mental que tem buscado a desinstitucionalização dos pacientes; citou a EAP – equipe de
apoio psicossocial aos pacientes em medida de segurança, em parceria com a
SES/SEJUDH, e também da rede de atenção psicossocial para atendimento a esses
pacientes com transtorno mental em conflito com a lei. A palestrante relatou a dificuldade
da saída desses pacientes em medida de segurança da unidade, tanto para retorno às suas
famílias, quando para acesso ao atendimento da rede de saúde mental municipal. Alerta
para a necessidade de haver um encontro mais específico para tratar da atenção à saúde
mental das pessoas em conflito com a lei.
A terceira e última palestrante da mesa, Sra. Caroline Piloni Soccol, psicóloga da
Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos, apresentou o Serviço da EAP/MT –
Serviço de Avaliação e Acompanhamento de medidas terapêuticas aplicáveis a pessoa
com transtorno mental em conflito com a lei. Caroline Piloni iniciou sua abordarem
falando que o serviço EAP está sendo instituído, baseando-se no modelo do PAI-PJ.
Externou a ansiedade da equipe que atua na EAP conhecer o PAI-PJ visto que, até o
presente momento não foi efetivado. Esclareceu acerca do objetivo da EAP: que fazer a
ponte para que esse paciente com transtorno mental em conflito com a lei seja atendido
pela rede de serviços em saúde mental do município. Falou da relação entre a RAPS e o
SUAS (Sistema Único de Assistência Social) – por meio dos CREAS (Centros de
Referência de Assistência Social). Termo de Cooperação SES/SEJUDH, que são
corresponsáveis acerca dos serviços. Falou ainda da ausência dos profissionais para
completar a equipe da EAP: médico e assistente administrativo, profissionais esses que
constam no Termo de Cooperação SES/SEJUDH. Externou ainda a dificuldade das
famílias desses pacientes em acolhê-los efetivamente, considerando que essas famílias,
muitas vezes, encontram-se em situação de vulnerabilidade social. Falou da necessidade
de que a rede de atenção em saúde mental acolha e atenda esses pacientes, em especial as
residências terapêuticas, para aqueles pacientes que não conseguiram o estabelecimento
do vínculo familiar e não retornaram para suas famílias. Citou que uma das dificuldades
que a EAP vivencia são as condições estruturais (falta de telefone fixo para realizar
contato com as famílias, falta de impressora). Externou: o trabalho está sendo feito, mas
com grandes limitações devido as condições. Hoje a equipe da EAP acompanha 10 casos,
mas há 30 casos ainda a serem atendidos, no entanto a equipe não tem estrutura para
atender esse quantitativo. Almeja que no próximo ano a EAP seja credenciada ao
Ministério da Saúde para receber verba e minimizar um pouco essas dificuldades
vivenciadas atualmente.
Momento de perguntas:
1. Izaura Gabriela, servidora da SEJUDH, em período de readaptação, externou o desejo
de: atenção especial para os pacientes em saúde mental, despresconceito e humanização a
essas pessoas, falta de psiquiatra, neurologista e terapeuta; incluir no grupo EAP
servidores com problemas mentais, que precisam ser tratados; residência terapêutica
dentro do sistema penitenciário (sic). Em resposta Caroline afirmou que no Termo de
Cooperação Técnica cita a necessidade de psiquiatra ou médico com experiência em
saúde mental. O trabalho de arte terapia é feito na rede (CAPS), e a EAP faz esse elo. As
residências terapêuticas não podem ser dentro da unidade prisional, pois estará sendo
perpetuada a institucionalização dos pacientes enquanto criminosos. Quanto aos
servidores, a EAP não pode acompanhar porque acompanha os casos de pessoas em
cumprimento de medida de segurança. Os servidores devem ser encaminhados para o
setor de Qualidade de Vida da SEJUDH/MT.
2. Maria Aparecida, enfermeira da EAP, colaborou dizendo que o sucesso da EAP só será
efetivado proporcionalmente ao trabalho da rede de atenção psicossocial e a rede SUAS,
pois essas pessoas precisam de acompanhamento em saúde mental, precisam de trabalho,
precisam de que seja reestabelecido e mantido o vínculo com suas famílias. Destacou as
dificuldades estruturais da EAP: telhado quebrado (chove lá dentro), só tem celular com
limitação de crédito, precisa de carro para realizar visita.
3. Sra. Lindomar, do Ministério da Saúde, trouxe livros sobre a EAP e deixou com a
responsável pela unidade, Sra. Caroline Piloni Soccol. Alertou que São Paulo está com
EAP pronta, mas estão dentro de uma instituição ligada ao hospital Sta. Casa de
Misericórdia. No livro da EAP esclarece onde ela não pode ficar. A Secretaria de Estado
de Saúde, é quem vai receber o incentivo da EAP depois de estruturado, no valor de 66
mil Reais. Pede que seja feito termo de adesão, equipe completa, encaminhe o plano de
adesão, e aguarda publicação em Diário Oficial e depois encaminhar a habilitação. Espera
que isso aconteça no próximo ano.
4. Eroísa, servidora do Sistema Penitenciário e membro do COREN/MT - Conselho
Regional de Enfermagem de Mato Grosso, sugere um encontro específico para saúde
mental. Perguntou para Jane sobre o fluxo da Unidade II; onde funciona a EAP e como se
dá a avaliação desses pacientes. Indagou ainda se há choque entre EAP e o CONEN em
relação às ações desenvolvidas.
Jane Pimenta citou a Portaria que regulamenta a transferência dos pacientes para
Unidade II, que acontece mediante determinação judicial ou pela própria direção da
unidade de saúde mental que, após avaliação, visualiza a necessidade de internação.
Caroline Piloni informou que a EAP hoje está situada na administração da Unidade de
Saúde Mental III, próximo ao DETRAN. Falou da estrutura física precária da EAP.
Estuda-se a mudança para a 2º Vara Criminal, o que será decidido na semana
subsequente.
Seguindo o cronograma, na Mesa Redonda: Álcool e Outras Drogas, os
palestrantes foram: Sr. Marco Antônio Julkovski, Sra. Morgana Moreira Moura, Sra.
Delma Perpétua Oliveira de Souza e Sra. Mara Cristina Tondin.
No uso da palavra, o Sr. Marco Antônio Julkovski, Gerente de Articulação de
Políticas Sobre Drogas – Superintendência de Políticas sobre Drogas – SEJUDH,
abordou o tema: A Política Nacional sobre Drogas e o Sistema Penitenciário. No uso da
palavra, o palestrante fez um resgate histórico acerca da política sobre drogas. Citou os
eixos da política sobre drogas. Citou a falta de investimento estadual no âmbito da
política sobre drogas, mas que os municípios têm autonomia para financiar e executar
essas ações. Abordou ainda acerca do repasse de recursos para os dispositivos
comunitários chamados comunidades terapêuticas.
A Sra. Morgana Moreira Moura, Conselheira-Presidente do CRP/MT - Conselho
Regional de Psicologia de Mato Grosso, proferiu palestra com o tema: Redução de Danos
em Álcool e Drogas. Falou do estigma aos pacientes de saúde mental, e maior ainda
desses pacientes que fazem uso de drogas. Fez ainda um resgate histórico acerca do uso
de drogas; falou sobre a criminalização do uso de algumas drogas; as Esclareceu:
Redução de danos é um cuidado a partir da experimentação, as estratégias são construídas
cotidianamente com o usuário, não existe um protocolo, não existem regras, mas existem
princípios. Citou estratégias de redução de danos. Princípios: redução de danos é sim
estratégia de saúde; redução de danos é uma estratégia de baixo pra cima; não é contrário
à abstinência – a abstinência também é uma forma de redução de danos; sair de um ideal
moralista, pra partir do pragmatismo empático (ações práticas a partir daquela vida).
Continuou sua fala, abordando agora sobre o abuso de drogas dentro do cárcere. Falou
sobre esses cuidados em saúde em relação à redução de danos.
A Sra. Delma Perpétua Oliveira de Souza, prof. Doutora em Saúde Coletiva pela
Universidade Federal de Mato Grosso e Coordenadora do Centro Regional de Referência
de Formação Permanente aos Profissionais que atuam com Usuários de Crack, outras
Drogas e seus Familiares. Iniciou sua fala sobre a política de drogas dentro do sistema
penitenciário; versou sobre a Política da RAPS – Rede de Atenção Psicossocial; PNAISP
– Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no
Sistema Prisional (PNAISP); o Serviço de Avaliação e Acompanhamento de Medidas
Terapêuticas Aplicáveis à Pessoa com Transtorno Mental em Conflito com a Lei – EAP,
vinculada à PNAISP; e como está a adesão dos municípios à PNAISP. Discorreu ainda
sobre o acesso ao cuidado integral via SUS - Sistema Único de Saúde, sobre a garantia
dos direitos humanos, pois essas pessoas estão privadas de liberdade e não de direitos.
Falou da importância da intersetorialidade, considerando que os serviços precisam juntar-
se numa perspectiva de transdisciplinaridade na atenção à saúde da pessoa privada de
liberdade. Acrescentou que, nesse sentido, o Centro de Referência começou a trabalhar a
perspectiva de rede. Falou da importância da atenção à pessoa privada de liberdade em
conjunto/inserida em sua família, pois essa família precisa de apoio, sendo que na
maioria das vezes é desestruturada. A política de cada instituição deve estar pactuada,
articulada com a política da outra instituição, para que o Estado possa cumprir o seu
papel para com essas pessoas e suas famílias.
A Sra. Mara Tondin, psicóloga do CRC de VG, apresentou experiência exitosa no
atendimento em Grupo de Álcool e Drogas no Sistema Penitenciário. Apresentou a
proposta da redução de danos no Centro de Ressocialização de Várzea Grande. Cita que a
redução de danos transcende a questão do abuso de drogas, constitui-se num processo
pedagógico. Parte-se do princípio de que a pessoa possa mudar seu comportamento de
risco, primeiro ela deve compreender o que ela está fazendo. Objetivo do Projeto:
promover ações pedagógicas através de oficinas vivenciais com grupos de recuperandos
do CRVG, buscando o conhecimento e atividades reflexivas sobre Redução de Danos no
âmbito do cuidado à saúde e dos comportamentos de risco e prejudiciais, abordando as
dimensões desta prática e quanto às consequências, sejam elas psicológicas, físicas e
sociais. Resultados: formação de multiplicadores, mudança de comportamento de risco,
cuidados com a higiene pessoal, cuidados com a higiene do raio e alas, encaminhamentos
de familiares para serviços de saúde, aumento de tratamentos de doenças
infectocontagiosas, maior solicitação aos atendimento psicológico e social, diminuição do
uso de psicotrópico e outros
Momento de perguntas:
1.Convidada - enfermeira do socioeducativo falou das mudanças na atenção à
saúde mental dos adolescentes do socioeducativo, tem apoio do CAPS AD, sucesso
também no CAPS Infanto Juvenil de VG. Perguntou para Prof. Dra. Delma se o projeto
que ela desenvolveu anteriormente no socioeducativo poderá ser retomado, no sentindo
de apoiar o serviço. A Sra. Delma respondeu que a pesquisa encerrou em 2012, dessa
pesquisa saiu um projeto de intervenção, um relatório, e esses documentos podem ser
disponibilizados para nortear as ações da equipe do socioeducativo.
Retomando as atividades do 1º Encontro de Saúde do Sistema Penitenciário de
Mato Grosso, inicia-se as discussões do Eixo: Transversalidade na Saúde. Na Mesa-
redonda: Saúde do Trabalhador, as palestrantes são: Sra. Dúbia Beatriz Oliveira Campos
e Sra. Mara Lúcia Martins Magri.
A Sra. Mara Lúcia Martins Magri, Gerente de Aplicação, Desenvolvimento, Saúde
e Segurança do Trabalhador – SEJUDH, proferiu palestra abordando a temática: As
Ações de Saúde e Segurança Voltadas aos Profissionais do Sistema Penitenciário.
Iniciando, apresentou o quadro geral de servidores que atuam na SEJUDH de Mato
Grosso. No sistema penitenciário são: 2511 agentes penitenciários, 243 assistentes do
sistema penitenciário, 211 profissionais de nível superior e 1 auxiliar do sistema
penitenciário. A Profissão do agente penitenciário está em terceiro lugar no ranking de
índice de estresse no Brasil. Doenças que têm aparecido nesses servidores: transtornos
mentais e comportamentais em decorrência do trabalho. Falou ainda sobre o quantitativo
de afastamento de servidores por problemas de saúde. Foi criada, a nível estadual, a
Política de Saúde e Segurança e o Conselho de Saúde e Segurança para todos os
servidores do Estado, mas a SEJUDH havia ficado sem assento nesse conselho. Informou
que o Manual de Saúde e Segurança está disponível no site da SEGES – Secretaria de
Estado de Gestão. Informou sobre as atividades voltadas à saúde do trabalhador:
promoção de saúde; prevenção de doenças e fatores de risco, depois de instalada a
doença; orientação e acompanhamento as enfermidades; e colaboração para o retorno ao
trabalho. Assinalou que o cuidado com a saúde do trabalhador não é responsabilidade só
do Setor de Qualidade de Vida, é também de estilo de vida, do ambiente de trabalho, da
vida pessoal de cada trabalhador. O Comitê de Saúde e Segurança hoje já está instituído
na SEJUDH, esse comitê ainda não conta com todos os perfis de profissionais de saúde,
mas os profissionais que atuantes ficam na Qualidade de Vida. A comissão central do
Comitê está se estruturando, para posteriormente montar as comissões locais, pois o
trabalho precisa atingir os servidores do interior. A equipe faz o atendimento psicossocial,
orientações e os encaminhamentos para a rede socioassistencial e de saúde, quando
compreender necessário. Apresentou também outros trabalhos desenvolvidos pelo setor:
acompanhamento e encaminhamento, massagem, fit dance, atividade laboral, RPG,
pilates, entre outros. Ainda a Intermediação de remoção por motivo de saúde,
acompanhamento de servidor em readaptação de função; acompanhamento de processos
de aposentadoria por invalidez ou por doença incapacitante. Esclareceu sobre a
necessidade de que seja preenchido o formulário Comunicado de Acidente de Trabalho –
CAT. Acredita que essa subnotificação se dá devido a falta de orientação para
preenchimento do formulário, daí a necessidade que os servidores sejam capacitados
nesse sentido. Precisa fortalecer a política de saúde e segurança do trabalhador, e os
servidores são multiplicadores nesse sentido. Informou que a equipe do setor de
Qualidade de Vida da SEJUDH tem ido às unidades prisionais, em 2016 já foi ao Centro
de Ressocialização de Várzea Grande, à Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto
May, e ao PROCON, onde são feitas palestras, campanhas, sensibilização dos servidores.
Destacou que atualmente 385 servidores estão em acompanhamento psicossocial e de
saúde pela equipe do setor Qualidade de Vida.
A Sra. Dúbia Beatriz Oliveira Campos, Coordenadora de Saúde do Trabalhador
CEREST/SVC/SES/MT, em sua palestra, abordou o tema: Rede Sentinela de Agravos em
Saúde do Trabalhador. Em sua fala, a palestrante discorreu acerca da Coordenação de
Saúde do Trabalhador do Estado de Mato Grosso. RENAST – Rede Nacional de Atenção
Integral à Saúde do Trabalhador; CEREST – Centros de Referência em Saúde do
Trabalhador, que objetiva dar suporte técnico junto com a vigilância do município ou do
município de referência. Promovem ações para melhorar as condições de trabalho e de
qualidade de vida dos trabalhadores, por meio da prevenção e vigilância. CEREST
estadual e CEREST municipais. Falou sobre as doenças infectocontagiosas aos
profissionais do sistema penitenciário: tuberculose, HIV/AIDS, etc. O papel das políticas
públicas de saúde do trabalhador. Afirma que o setor de saúde precisa abrir seu escopo
para atender essa categoria profissional dos servidores penitenciários. Citou ainda a
questão da subnotificação nos casos de acidentes de trabalho grave.
PERGUNTAS: 1. Thays Correia, enfermeira do Sistema Penitenciário, perguntou
para Dúbia em relação ao acidente com material biológico: Onde procurar? Qual fluxo
deve-se seguir? Dúbia afirmou que todas as unidades de saúde estão aptas a receber, mas
as UPAs - Unidades de Pronto Atendimento, Policlínica do Verdão e a Policlínica do
Coxipó têm a prerrogativa de atender esses casos. Aponta a necessidade, já discutida, de
reestruturar essas equipes em todas as policlínicas. Se comprometeu a encaminhar
orientação acerca dessa demanda. Disponibilidade dos kits para o sistema. 2. Alvarlene,
servidora do sistema penitenciário, indagou sobre os critérios para participar da atividade
RPG, serviço ofertado pelo setor de Qualidade de Vida da SEJUDH. Sugeriu a elaboração
de um folder informando as ações de saúde e segurança executadas pelo setor Qualidade
de Vida. Mara respondeu que o RPG são indicados após avaliação física e postural pela
fisioterapeuta do setor. Que faz um atendimento inicial com sessões de RPG e depois
encaminha para o Pilates. Citou a Portaria 050, onde autoriza a realização dessas
atividades no horário de trabalho, pois se configura como a qualidade de vida do
trabalhador. Informou sobre a cartilha da saúde e segurança do trabalhador, e se
comprometeu a veicular a cartilha de como se dão as ações do serviço.
Seguindo o cronograma, passou-se à Mesa Redonda Saúde na Perspectiva de
Gênero, com os palestrantes: Eliane Ferreira Marques de Almeida, Clóvis Arantes,
Rosana Leite Antunes de Barros, Deisi de Cássia Bocalon Maia e Mauro Borges Falta.
Em substituição à Sra. Márcia Maria Teixeira da Rocha, a Sra. Deisi de Cássia Bocalon
Maia, Diretora da Atenção Básica pela Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, proferiu
palestra com o tema: Saúde do Homem: Ações e Desafios. Em sua fala a palestrante
abordou sobre a Política de Atenção Integral à Saúde do Homem, que são estratégias que
promovem ações de saúde, contribuindo significativamente para a compreensão da
realidade singular masculina nos seus diversos contextos socioculturais e político-
econômicos. Objetivo geral da Política de Saúde do Homem: efetivar a política da
atenção integral à saúde do homem no município de Cuiabá, a partir das ações planejadas
e programas para a atenção a saúde. Citou o contexto epidemiológico do Brasil em
relação à violência, população masculina de Cuiabá é mais vulnerável a doenças,
especialmente as enfermidades graves e crônicas, e morrem mais precocemente que as
mulheres.
A segunda palestrante Sra. Eliane Ferreira Marques de Almeida, Coordenadora do
Centro de Referência de Direitos Humanos – CRDH/SEJUDH, abordou o tema: Direitos
Humanos para Pessoas Privadas de Liberdade. Iniciou sua fala destacando os direitos
humanos contidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Posteriormente
abordou sobre a pessoa em situação de privação de liberdade, tem privado o direito de ir
e vir, ficando sob custódia do Estado. Penitenciárias, presídios e prisões, tem o caráter de
instituição total: onde o custodiado reside, trabalha, tem momentos de lazer, de cultura e
estudo. E os Direitos Humanos atuam no sentindo de trabalhar para a garantia de que
esses custodiados tenham acesso aos seus direitos. Direitos dos custodiados: integridade
física e moral, alimentação suficiente e vestuário, atribuição de trabalho e remuneração,
previdência social, constituição de pecúlio, proporcionalidade na distribuição do tempo
para o trabalho, descanso e recreação, exercício das atividades educativas, intelectuais e ,
assistência social, religiosas, proteção contra sensacionalismo, chamamento nominal,
igualdade de tratamento, etc. Falou sobre a violação de direitos: recebem denúncias via
disque 100: custodiados que não recebem visita de seus familiares. Aponta que os direitos
são garantidos na legislação, no entanto são violados na prática. Relata situação de
superlotação nas unidades prisionais de MT, grande índice de reincidência no crime e
retorno à prisão. Informou que o Centro de Referência de Direitos Humanos, está em
novo endereço, Rua Baltazar Navarros nº 378.
O terceiro palestrante dessa mesa, Sr. Clóvis Arantes, representante da ABGLT-
Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, que
proferiu palestra sobre as Ações de Saúde Voltadas à População LGBT - Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros e afins. Em sua fala: Ressignificando
Saberes e Práticas, apontou sobre a população LGBT privada de liberdade, um grupo
extremamente vulnerável. Fez uma abordagem, citando três portarias, apontando a
assistência à saúde da população LGBT mediante SUS - Sistema Único de Saúde.
Heteronormatividade: a sociedade ainda é pensada sob o domínio do masculino, do
branco, heterossexual. É preciso transversalizar todas as relações através dos Direitos
Humanos. Preconceito: pontua a questão do pecado (travesti não é de Deus), a questão da
AIDS (promiscuidade), e a ideia de que a travesti não é uma pessoa humana (quando
alguém mata uma travesti, ela não está quer matar uma pessoa, e sim matar/apagar o que
ela representa – uma ação homofóbica). Relata que é importante trabalhar a educação
sexual na questão dos Direitos Humanos, somente assim serão respeitadas essas pessoas.
A OMS - Organização Mundial de Saúde diz que nós temos três orientações sexuais:
heterossexual, homossexual e a bissexual. Quando pensar em saúde para qualquer
população, deve-se incluir essas três orientações e suas variações. A OMS retirou do CID
10 - Código Internacional de Doenças o homossexualismo, então ninguém mais pode
tratar a homossexualidade como transtorno ou doença. Assim, as políticas públicas
devem pensar nessa dinâmica. Apresentou a cartilha: Cuidar Bem da Saúde de Cada Um
faz Bem para Todos. Faz Bem para o Brasil. Apresentou a Política de Saude Integral de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Tranvestis e Transsexuais. Há três portarias (lésbicas,
travestis e gays). Relatou a importância de que Mato Grosso foi pioneiro ao instituir uma
ala específica no CRC - Centro de Ressocialização de Cuiabá para as pessoas LGBTs, só
que o governo não assumiu isso como um programa de governo. Acredita que precisa sair
do evento e setor uma política, para estender-se a todo o sistema, para não haver a
superlotação no CRC. Sugeriu ainda esse programa possa gerar um projeto para Mato
Grosso, para essa finalidade, para solicitar junto ao DEPEN - Departamento Penitenciário
Nacional recursos nesse sentido.
A quarta palestrante foi a Sra. Rosana Leite Antunes de Barros, Presidente do
Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres de Mato Grosso, que versou a respeito das
Ações e Direitos em Saúde Voltados à População Feminina. Em sua fala, a Sra. Rosana
abordou o que leva à necessidade de discutir e sensibilizar acerca dos direitos das
mulheres, justificando a questão da desigualdade de gênero, sendo as mulheres colocadas
em patamar de inferioridade. Falou sobre a necessidade da igualdade material entre
mulheres e homens, sendo que as mulheres sofrem muito para atingir essa igualdade.
Informou sobre a necessidade de que a sociedade tenha conhecimento acerca do que é
gênero, que seja colocado nas discussões escolares. Gênero não se define pelo órgão
sexual (masculino e feminino). Afirmou sobre a necessidade de creches nas unidades
prisionais femininas. Em caso da ausência de creches, a prisão domiciliar para mulheres
gestantes e puérperas e isso vem acontecendo no estado de Mato Grosso. As palestrantes
apontou os direitos específicos à saúde das mulheres privadas de liberdade, que
necessitam de um atendimento em saúde diferenciado, pois elas adoecem mais que os
homens (adoecem por discriminação, violência). Externou a problemática da saúde
mental para as mulheres privadas de liberdade, um desafio enorme dentro do sistema
prisional. Falou da Rede de Atenção à Mulher em Situação de Privação de Liberdade e à
Adolescente em Cumprimento de Medida Socioeducativa.
O Sr. Mauro Borges Falca, psicólogo do Centro de Ressocialização de Cuiabá,
apresentou um relato de experiência na assistência à população LGBT no Sistema
Penitenciário. Abordou sobre a experiência de trabalho com a comunidade LGBT que
cumpre reprimenda no Centro de Ressocialização de Cuiabá: Projeto Dignidade, que
objetiva resgatar a dignidade da população LGBT em privação de liberdade. CRC –
unidade prisional masculina que atua com a missão de ressocializar através do trabalho.
LGBT – Lésbicas, Gays Bissexuais, Travestis, Transexuais. Parcerias: CRDH - Centro de
Referência de Direitos Humanos e Grupo Livremente. Objetivos: garantir a integridade
física, moral, psicológica e ideológica dessa população no sistema prisional; estabelecer
espaço específico – sem segregação; inserir a população LGBT em oficinas de trabalho;
capacitar e sensibilizar os servidores do Centro de Ressocialização de Cuiabá, através de
palestras para a execução do Projeto. Dentro do Projeto Dignidade, foi criada a Ala arco-
íris, onde permanecem, nesse momento, 24 pessoas da comunidade LGBT em
cumprimento de medida de privação de liberdade. Mas há também uma fila de espera de
5 pessoas. Ações feitas com o grupo: roda de conversa, oficinas de trabalho, cursos,
trabalhos de prevenção DST/Aids e Redução de Danos. As pessoas dessa comunidade
devem obedecer as normas de disciplina, deve trabalhar e estudar, são compromissos que
os participantes do projeto assumem. Falou da Portaria N. 32/2016 que instituiu a
comissão designada para regulamentar o acolhimento e atendimento da população LGBT
no sistema penitenciário de Mato Grosso. O CRC é projeto-piloto mas que sejam
construídos polos, em principais regiões de MT, para acolher membros da comunidade
LGBT privados de liberdade, garantindo-se os direitos dessa comunidade.
PERGUNTAS:
1. A convidada Eroísa perguntou para CRDH: Os direitos humanos se preocupam com o
presos, e deixa de ver o crime que ele faz. Indagou se o CRDH faz o acompanhamento
das vítimas desse agressor. Em resposta, a Sra. Eliane destacou que o CRDH acompanha
e encaminha para a rede de serviços para que seja prestada a assistência a essas famílias.
2. A convidada Izaura sugeriu inclusão de palestras abordando a temática direitos
humanos na capacitação de servidores.
3. A convidada Daniele, externou sobre as más condições em que permanecem as
mulheres em privação de liberdade. Externou um grito de socorro para que as pessoas
envolvidas não desistam de trabalhar em prol das mulheres, das populações vulneráveis.
Posteriormente, o Sr. Hozano José Delgado, Diretor de Saúde do Sistema
Penitenciário - SEJUDH, agradeceu a participação de todos e deu por finalizado os
trabalhos do 1º Encontro de Saúde do Sistema Penitenciário de Mato Grosso.
CARTA DE INTENÇÕES:
Ante todo o relato exposto, segue algumas propostas de encaminhamento;
1. Estreitar os laços entre as UBSPs e as UBS de fora e a Secretaria Municipal de Saúde;
estreitamento da relação com o LACEC;
2. Realizar exame para diagnóstico de Tuberculose em todos os reeducandos:3. Montar convênio, termo de referência junto ao SICONV, bem como articulação
política para solicitar um Raio X Móvel para Mato Grosso. Dr. Julio Croda se
comprometeu a orientar nesse sentido, sugerindo até incluir Mato Grosso no cronograma
de Mato Grosso do Sul para que a equipe de lá possa colaborar na triagem dos
reeducandos acerca da Tuberculose, em Mato Grosso;
4. Sensibilizar as equipes de segurança das unidades prisionais, no que se refere ao
trabalho das equipe de saúde;
5. Buscar notificar todos os agravos possíveis dentro do sistema penitenciário.qualificando as informação nas fichas de notificação: notadamente o preenchimento daocupação "privado de liberdade", para que as notificações sejam feitas de fato.
6. Capacitar os profissionais de saúde. Cícero se comprometeu a realizar uma capacitaçãoteórico-prática em hanseníase para os profissionais de saúde do sistema penitenciário.
7. Retomar as tratativas do termo de Cooperação entre SES/SEJUDH sobre a Unidade IIque já está vencido;
8. Planejar encontro específico para tratar da atenção à saúde mental das pessoas emsituação de privação de liberdade;
9. Credenciar a EAP no Ministério da Saúde, pra fins de repasse de recurso;
10. Sanar as dificuldades estruturais da EAP: telhado quebrado, celular com limitação decrédito, carro para realizar visita, etc.
11. Preencher os quesitos para que a SES receba o incentivo da EAP junto ao Ministério
da Saúde: termo de adesão, equipe completa, encaminhamento do plano de adesão,
publicação em Diário Oficial e, posteriormente, encaminhar a habilitação da equipe.
13. Preencher os formulários de Comunicado de Acidente de Trabalho – CAT,necessidade que os servidores sejam capacitados nesse sentido.
14. A Sra. Dúbia - CEREST/MT se compromete a encaminhar orientação acerca dessademanda: casos de profissionais de saúde feridos com material perfuro-cortante.
Comprometeu-se a disponibilizar os kits para o sistema prisional.
15. Veicular a cartilha de Saúde do Trabalho, sob responsabilidade da Sra. Mara Magri.
16. Efetivar políticas públicas em favor da população LGBT no sistema prisional. ClóvisArantes sugeriu que o Projeto Dignidade - uma ação piloto que ocorre no CRC, possatornar-se uma ação a nível estadual. Solicitar junto ao DEPEN recursos para esse projeto.