RELATÓRIO DERSTÁ610 CURRICULAR CAD - CENTROA6RÍCOLA ... · Produção para 6.224,0 54,8 159...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA AGR09000 - ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO RELATÓRIO DE RSTÁ610 CURRICULAR CAD - CENTRO A6RÍCOLA DEMONSTRATIVO PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALE6RE GILMAR SCHÃFER / ");',' -<c. AGR REL 1997-047 Porto Alegre, outubro de 1997.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE AGRONOMIA

AGR09000 - ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

RELATÓRIO DE RSTÁ610 CURRICULAR

CAD - CENTRO A6RÍCOLA DEMONSTRATIVO

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALE6RE

GILMAR SCHÃFER

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AGRREL

1997-047

Porto Alegre, outubro de 1997.

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GILMARSCHÃFER

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

Local: CAD - Centro Agrícola Demoastrativo da Prefeitura

Municipal de Porto Alegre.

Orientador: Engenheiro Agrônomo Clóvis Roberto Breda

Período: 09/02/94 a 24/02/1995

Carga horária: 300 horas

Porto Alegre, outubro de 1997.

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sUMÁRIO

...1 INTRODUÇAO 1

~ ~AD ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••:!2.1 MÃO-DE-OBRA ...............•..................................................•...................... 22.2 ASSISTÊNCIA TÉCNICA .....••.......••.........•.......••.......•..•••...•••••......•...••••........ 32.3 CLIMA ..••••......•••.....•••........••.......••..•...••.........•.........•.........•............••...... 32.4 SOLO .....••••...•••••....••........•••••....•••.......••........••.......•..•......••••..............•.... 42.5 CAPACIDADE DE USO DA TERRA ...•..................••.........•••....•••••.................... 42.6 COMERCIALIZAÇÃO E COMPRA DE INSUMOS .......••.......••.............•................. 52.7 ASPECTOS SÓCIo-EcONÔMICOS E INSTITUCIONAIS DO MUNICÍPIO DE PORTOALEGRE .......••......••.....•........••.•....•••.....•••.....••.•••......•••.....•••.........••.•........•..... 5

2.7.1 População Urbana e Rural 52.7.2 Principais Atividades Econômicas e Estrutura Fundiária 72.7.3 Mercado e Comercialização dos Produtos Agrícolas 82.7.4 Força de trabalho 9

3 ATIVIDADES VIVENCIADAS 103.1 OLERICULTURA .....••.....•........•.............•..........•.........•............................. 103.2 FRUTICULTURA ••••...••••....•••••...•••.....•••.....••••••....••••••....•••••..•...••••..•.....•••• 123.3 PLANTIO DE COBERTURAS VEGETAIS .•......•••..........•........••.......•.........•........ 16

...4 CONSIDERAÇOES FINAIS 17

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DEDICATÓRIA

A minha família, que sempre

incentivou-me ao estudo.

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AGRADECIMENTOS

A Prefeitura Municipal pelo oferecimento do campo de estágio.

Ao Engenheiro Agrônomo Clóvis Roberto Breda e ao Veterinário César

Avancini, pelo interesse e compreensão demonstrados, possibilitando, com

isso, a realização deste estágio. Meu muito obrigado.

Ao colega Leocir Pedro Moro pelo acompanhamento e solidariedade.

Aos demais funcionários, com quem convivi, agradeço pelo carinho e

compreensão. pelo acompanhamento e dedicação empregado.

A todos que contribuíram para a realização deste estágio.

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1 INTRODUÇÃO

o relatório a seguir refere-se, de acordo com os termos propostos pela

Faculdade de Agronomia, desta Universidade, a um estágio curricular de

vivência obrigatório, de duração de 300 horas, o qual foi desenvolvido no------~período de 09/02/94 a 24/02/1995 no Centro Agrícola Demonstrativo

(CAD) órgão da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

o CAD tem a função de difundir tecnologias adaptadas a realidade da

pequena produção nos arredores de Porto Alegre, servir de aulas práticas

para alunos das escolas municipais e também produzir alimentos para o HPS

e o refeitório interno, baseando-se em uma agricultura alternativa

(agroecologia) .

o objetivo deste estágio foi o de vivenciar a realidade de uma

produção ecológica, bem como conhecer todas as técnicas cabíveis a esta.

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2 CAD

o Centro Agrícola Demonstrativo (CAD) setor da SMIC que desenvolve

atividades agropecuárias voltadas para a pequena propriedade, atuando

como um centro de experimentação e repasse de técnicas e tecnologias

alternativas, orgânicas e ecológica~ visam dispensar o uso de insumos.

Encontra-se situado próximo ao km 20 da Lomba do Pinheiro, em Porto

Alegre, com área de aproximadamente 30,0 hectares.

Como infra-estrutura possui uma sede administrativa, refeitório,

alojamento para 60 pessoas, dois aviários, almoxarifado, galpão de

máquinas, paiol, estábulo e 05 residências para funcionários. Ainda possui

energia elétrica e água encanada em todas as suas unidades.

Quanto a máquinas e equipamentos, o CAD conta com 2 tratores,

grade de discos, arado, roçadeira, 2 micro-tratores, 2 pulverizadores costais,

1 atomizador, 1 caminhão, 1 camioneta Kombi, entre outros.

2.1 MÃO-DE-OBRA

\cr-O CAD é um órgão vinculado à Prefeitura Municipal, sendo-a mão-de-

obra empregada na produção é formada por funcionários públicos

municipais que possuem estabilidade no emprego. Durante o estágio

existiam aproximadamente 20 funcionários.

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2.2 ASSISTÊNCIATÉCNICA

o Centro Agrícola Demonstrativo possui um Engenheiro Agrônomo e

um Médico Veterinário, responsáveis pela parte técnica. Estes ainda prestam

serviços a comunidade e assistência junto a hortas comunitárias.

Além disso, a Prefeitura Municipal realiza cursos em Agricultura

Ecológica, dirigidos à agricultores, técnicos e agrônomos, visando estimular

práticas menos agressivas ao meio ambiente.

2.3 CLIMA

o clima da região, segundo a escala de Kõppen, pode ser classificado

como Cfa, subtropical úmido. A área está inserida na região fisiográfica da

Depressão Central, cuja temperatura média anual é de 19°C, sendo a

temperatura máxima de 40°C e a temperatura mínima é de -soe. Segundo

dados da Estação Meteorológica de Porto Alegre, a precipitação média anual

é de 1309 mm com uma média mensal de 109 mm. A freqüência é de

aproximadamente 10 dias de chuvas por mês, cujas maiores intensidades

mensais estão entre 29 e 48 mm. A distribuição das chuvas é irregular,

apresentando uma maior ocorrência nos' meses de inverno. A região está

sujeita a geadas de meados de abril a outubro, sendo comum a ocorrência de

nevoeiro. Os ventos predominantes são de sudoeste na maior parte do ano,

mudando para leste a partir de março. A umidade relativa do ar se mantém

em níveis próximos à saturação nos períodos frios, reduzindo-se ao redor de

70% nos períodos quentes. A insolação anual é próxima a 2300 horas, sendo

que de novembro a abril a insolação ocupa mais de 5% do fotoperíodo (sobre

a nebulosidade).

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A região apresenta deficiência hídrica de novembro a março, e um

excedente de 375 mm de maio a outubro.

2.4 SOLO

Os solos encontrados em Porto Alegre são classificados

pedologicamente como: Podzólico Vermelho Amarelo, Litólico, Cambissolo,

existindo também associações entre eles, e também Planos solo, Gleis e Solos

aluvias.

O tipo de solo predominante no CAD é o podzólico vermelho amarelo,

que são solos minerais não hidromórficos, isto é, formados em condições de

boa drenagem, que apresentam uma seqüência de horizontes A, B e C.

Caracterizam-se por um horizonte B textural, no qual existe uma

considerável iluviação de argila, evidenciada pela relação textural NB e pelo

recobrimento das superfícies das unidades estruturais por filmes de material

coloidal.

Na sua maioria são solos pouco profundos e bem drenados,

apresentando argila de atividade baixa. Ocorrem em áreas de relevo suave

ondulado até o forte ondulado, abrangendo colinas, outeiros e morros.

2.5 CAPACIDADEDE USODA TERRA

A vocação natural dos principais usos rurais destes solos são florestas

(bosques e sub-bosques) e campos nativos. Como utilização atual, evidencia-

se a pecuária, com criações de bovinos, ovinos, aves e eqüinos. A agricultura,

salvo algumas exceções, permanece do grupo tradicional, ou seja, baixa

intensidade tecnológica, com mão de obra não especializada e baixa

vinculação com o mercado. Caracteriza-se, em sua maioria, como agricultura

de subsistência. As principais culturas são: milho; hortigranjeiros; alguns

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pomares de citrus, nozes e pessegueiros e extrativismo florestal com o uso

intensivo do eucalipto.

Pela sua profundidade e boa drenagem, os solos Podzólico Vermelho

Amarelo podem ser utilizados com uma série de culturas agrícolas. Nas

partes menos declivosas é possível a utilização com culturas anuais,

permitindo a mecanização, mas exigindo práticas de conservação de solo,

correção de acidez e fertilidade. Nas partes mais declivosas é conveniente

adotar culturas permanentes, que não necessitem freqüente revolvimento do

solo nem mecanização, como por exemplo as pastagens cultivadas, frutíferas

ou mesmo espécies arbóreas para reflorestamento.

2.6 COMERCIALIZAÇÃO E COMPRA DE INSUMOS

Praticamente todo o produto produzido no Centro Agrícola

Demonstrativo é destinado ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre~

restante é destinado ao refeitório local e comercializado aos funcionários.

Os insumos necessários para a produção como sementes, calcário, cal,

ferramentas e equipamentos, etc ..., são adquiridos através de licitações

públicas.

2.7 ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS E INSTITUCIONAIS DO

MUNICíPIO DE PORTO ALEGRE.

2.7.1 População Urbana e Rural

Segundo a Fundação de Economia e Estatística, o Município de Porto

Alegre possui uma população estimada no ano de 1994 em 1.263.954

habitantes. A área urbana conta com 1.250.552 (98,9%) e a área rural com

aproximadamente 13.402 (1,1%).

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o DIAGNÓSTICODO MEIO RURALrealizado pela Prefeitura Municipal

de Porto Alegre avaliou a população rural do município de Porto Alegre a

partir de uma amostra representativa, encontrando em média 4 a 5 pessoas

por propriedade, sendo o número médio de pessoas por domicílio de 3,47,

sendo maior em propriedades onde os proprietários são residentes. A

população se distribui em: 20% moradores de propriedades cuja função é

produção para o comércio; 52% nas de moradia/subsistência; 18% nos sítios

de lazer e 10% em propriedades com outras funções. 51,72% da população

rural é do sexo masculino e 48,27% do sexo feminino.

No que se refere às questões de escolaridade, os dados obtidos

mostram que no meio rural porto alegrense (excluindo crianças fora de

idade escolar) existem 7,55 de analfabetos e 11,2% apenas alfabetizados, o

que acumula 18,6% de pessoas em condições precárias de escolaridade.

32,3% têm até a quarta série primária e a percentagem acumulada até a

sétima série é de 74,7%.

Quanto à idade, metade da população rural (51,7%) tem até 30 anos e

30,2% tem até 15 anos. A faixa etária com maior freqüência está entre O e 9

anos, com 18,2% das pessoas, e os habitantes com mais de 60 anos

correspondem a 11,6%. Apenas as propriedades com "outras funções"

apresentam dados populacionais diversos destes.

Quanto a mão-de-obra, esta foi definida pela Fundação de Economia e

Estatística (FEE) da seguinte forma:

Famílias - 1.951

Dependentes - 701

Assalariado Permanente - 377

Máximo eventuais - 526

Arrendatários - 72

Pessoas - 6.986

Assalariado Imóveis - 889

Outros Trabalhadores - 208

Parceiros - 70

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2.7.2 Principais Atividades Econômicas e Estrutura Fundiária

Segundo o Diagnóstico Do Meio Rural de Porto Alegre, mais da

metade da área do meio rural de Porto Alegre é utilizada pelas propriedades

cuja a principal finalidade é a produção para o comércio, mesmo sendo estas

apenas 19,6% do número total de propriedades. De outro lado, as

propriedades de moradia/subsistência são maioria, mas abrangem apenas

10,5% da área, conforme podemos verificar na tabela L

No que se refere à distribuição fundiária de modo geral, a

concentração de terras é bastante intensa, ou seja, podemos notar que a

maioria da área (54,8%) é explorada pela minoria dos estabelecimentos

(19,5%). As propriedades com menos de 5 hectares são 60,1% do total, mas

englobam apenas 5,9% da área total. Têm menos de 1 hectare 29,1% das

propriedades, porém com apenas 0,6% da área total. No outro extremo, os

5,4% de propriedades com mais de 50 hectares têm 55% da área total.

Grande parte dos proprietários declaram ter adquirido a terra a partir de

1970 (66,2%). Esta situação, com poucas variações, foi recorrente para todas

as categorias de propriedades, sendo, igualmente, o meio de aquisição a

compra (70,6%). Os dados demonstram também ter havido pouca mudança

no tamanho das áreas após as aquisições (76,1% dos proprietários não

realizaram modificações). No entanto, observa-se grande movimentação no

mercado de terras e relações de compra intensas em todos os tipos de

propriedades. Na tabela a seguir são apontados os principais usos do solo no

meio rural de Porto Alegre.

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Tabela 1 - Distribuição da área e estabelecimentos, segundo a função daspropriedades, no meio rural de Porto Alegre - 1994

Função da Área Estabelecimentospropriedade

ha % %

Produção para 6.224,0 54,8 159comércioMoradia/Subsistência 1.196,1 10,5 364Lazer 2.369,1 20,9 213Outra 1.564,6 13.8 77Total 11.353,8 100,0 813

19,5

44,826,29,5

100,0Fonte: Diagnóstico do Meio Rural de Porto Alegre

Tabela 2 - Uso da terra nas propriedades no ano de 1994 no meio rural dePorto Alegre

Produção Moradia Lazer Outras TotalUso da terra % haha % ha % ha O/o ha

Pastagem naturalCulturas anuaisMatas e florestasPastagens cultivadasCulturas perenesReflorestamentoOlericulturaUso não-agrícolaQuintal e HortaSolo produtivo sem usoUso para lazerUso nãodiscriminado

2124,4 34,11485,3 23,9983,1 15,8427,8 6,9314,5 5,1205,4 3,3193,4 3,1183 2,9

109,4 1,8105,7 1,7

11 0,281 1,3

240,3 20,181,3 6,8265,3 22,239,8 3,333,3 2,828,4 2,419,7 1,627,8 2,3159,7 13,441,8 3,5

4 0,3254,7 21,3

900,4 38167,1 7,1515,8 21,859,5 2,563 2,7

34,8 1,549 2,1

90,1 3,8135,8 5,742,2 1,830 1,3

281,3 11,9

323,627,2278,537,95,36

5,131,737,971,768,5671,1

20,7 3588,71,7 1760,917,8 2042,72,4 5650,3 416,10,4 274,60,3 267,22 332,6

2,4 442,84,6 261,44,4 113,542,9 1288,1

Total 6.223,90 100 1.196,10 100 2.369,00 100 1.564,40 100 11353,6

Fonte: Diagnóstico do Meio Rural de Porto Alegre - PMPA (1994).

2.7.3 Mercado e Comercialização dos Produtos Agrícolas

A proximidade com o mercado consumidor é apontada pela maioria

dos produtores como a grande vantagem de produzir no município de Porto

Alegre, o que se reflete em transporte mais barato e em ampla gama de

opções para comercialização. Isto é confirmado pelos produtores quando

perguntados sobre o destino principal de sua produção, sendo 28% a CEASA

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e 19,7% a venda direta em feiras ou mesmo na propriedade. A venda para

estabelecimentos comerciais privados atinge o mesmo percentual da entrega

do produto feita a intermediários (16,1%).

A peculiaridade da localização do meio rural em relação ao grande

centro urbano permite que haja alternativas de renda extra à propriedade,

como outros empregos, aposentadorias e algum tipo de comércio.

Segundo opiniões colhidas entre a população rural pelo Diagnóstico Do

Meio Rural realizado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, as atividades

agro-industriais consideradas viáveis por estes são: fabricação de ração (dado

o atual preço); a industrialização de frutas (para aproveitar frutos de mau

aspecto), embutidos, matadouro e queijaria.

2.7.4 Força de trabalho

A força de trabalho ocupada no meio rural de Porto Alegre envolve

27,6% de pessoas em trabalho familiar, 51,4% em caráter permanente e

21,0% em caráter temporário com média de 53 dias por ano. Em sítios de

lazer, pessoas que são residentes e trabalhadoras costumam desempenhar

outras atividades como o comércio ou trabalhos em sítios vizinhos.

Propriedades classificadas pelo Diagnóstico Do Meio Rural de Porto

Alegre como sendo de moradia/subsistência absorvem menos mão-de-obra.

As propriedades cuja função é a produção para o comércio têm 7,07 pessoas

ocupadas por estabelecimento. Na função lazer, 0,87 pessoas ocupadas por

propriedade ou 3,02 pessoas absorvidas por local de trabalho, se forem

contadas as residentes.

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3 ATIVIDADES VIVENCIADAS

As principais atividades desenvolvidas foram a de acompanhamento de

pomares (citrus, pessegueiros, figueiras), acompanhamento de áreas com

culturas anuais e hortaliças com produção ecológica, orientação no preparo e

aplicação de caldas e soluções a partir de substâncias inorgânicas simples e

vegetais para controle fitossanitário, controle das unidades de

vermicompostagem, entre outros.

A seguir descreverei algumas destas atividades vivenciadas.

3.1 OLERICULTURA

o Centro Agrícola conta com uma horta de aproximadamente 0,5 ha,

onde são cultivados várias olerícolas como: alface, brócoli, tomate, cenoura,

repolho, beterraba, tempero verde entre outros. Como já foi citado

anteriormente, a produção destina-se basicamente a atender o HPS e ao

refeitório local.

O solo era preparado primeiramente fazendo-se uma adubação

orgânica, a base de esterco de aves, coelhos ou vermicompostagem, após era

feito o encanteiramento com um micro-trator tobata. Este esterco utilizado já

era curtido, e de boa qualidade, usado em doses altas (5 -10 t/ha) contribuia

para um bom desenvolvimento das hortaliças.

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Em se tratando de controle de pragas e doenças usava-se calda de

fumo + sabão para combater pulgões e trips e Bacillus turingensis para o

combate de lagartas.

A calda de fumo é preparada utilizando-se fumo em corda, fazendo-se

um preparado em álcool 60% na proporção de 1% de fumo, ou seja, se

quisermos pulverizar 20 litros de água, devemos proceder da seguinte

maneira:

Utilizar 200 gr de fumo em corda;

Deve-se desmanchar o fumo soltando as folhas;

Colocar o fumo em um recipiente fechado submerso com álcool

60%',

Deixar alguns dias (à sombra) até este liberar toda a nicotina;

Retirar a solução alcóolica de fumo para preparar a calda e

adicionar o sabão derretido na proporção de 1 a 2%, completando o

resto do volume para 20 litros.

o que pude observar é que a eficiência de controle do pulgão é

altíssima, já para o trips é mais reduzida. O sabão serve com adesivo e ainda

pode sufocar o inseto, já o efeito do fumo é relacionada a nicotina que afeta

o sistema nervoso do inseto. Ainda pude observar que em aplicações onde

não utilizava-se o sabão a eficiência era bem menor.

Durante o estágio, pude vivenciar na horta, as dificuldades de um

cultivo ecológico. Em primeiro lugar o de mão-de-obra, com um funcionário

muito ativo, mas com mentalidade e seu trabalho direcionado a um cultivo

convencional, e ainda o aparecimento de diversos problemas, como

bacterioses em tomateiros, estes muitas vezes insolucionáveis. Mas também

aprendi a conviver com alguns, como as ervas daninhas em algumas culturas,

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mesmo as práticas normais para cada cultura, assegurando um produto de

boa qualidade.

3.2 FRUTICULTURA

Citrus: O CADpossui uma área de aproximadamente 0,7 ha, onde são

cultivados, laranjas, limões e bergamotas de diversas variedades, formando

uma pequena coleção. As plantas são espaçadas de 6,0 x 6,Om, e sob porta-

enxertos de Poncirus trifoliata e limão cravo.

O pomar já estava instalado, sendo que pude constatar vários

problemas, como a demasiada compactação e deterioração do solo, um

excessivo crescimento de vegetação no interior do pomar, sérios problemas

de deficiência nutricional nas plantas (nitrogênio, zinco, magnésio, ..) e

também problemas de plantio.

Em anos anteriores, utilizava-se cultivar nas entre-linhas ervilhaca no

inverno e feijão de porco ou mucuna no verão, o mesmo foi seguido no meu

estágio. Isto visava o controle de erosão e as demais ervas daninhas. Mas esta

prática tomou-se ineficiente, pois gramíneas mais agressivas instalaram-se

no local, competindo diretamente com as plantas por água e nutrientes o que

aumentou ainda mais os sintomas de deficiência nutricional.

Associado a isto, soma-se o problema do solo pobre e com camada

compactada associado a heterogeneidade das plantas, prejudicando em

demasia o desenvolvimento das mesmas.

As deficiências nutricionais eram amenizadas com a aplicação de

esterco eqüino ou cama de aviário, o que ainda aumentava os problemas

com deficiência de nitrogênio, pelo elevado índice de maravalha não

decomposta. Nas épocas de rebrote (agosto) e durante o verão utilizava-se

um composto chamado 'super magro', aplicado com pulverizador costal via

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foliar. A seguir relatarei a composição e a forma de se fazer o produto,

adotado no CAD:

- Utilizar 50 kg de esterco de vaca, porco ou cavalo completando o

volume até 100 litros, com água;

- Acrescentar 6,0 1de ZnSO; 2,0 kg de sal amargo; 0,5 kg de MnSO;

6,0 kg de bórax; 0,3 kg de CuSo; 125 g de cofermol (cobre, ferro e

molibdênio); 200 g de farinha de osso; 1,0 1de leite sem soro; 100

ml de melaço; ossos de peixe; 100 ml de sangue (coelhos ou

frangos, por exemplo); 200 g de calcário de concha;

Completar com água até o volume de 200,0 litros e aguardar por 20

a 30 dias;

- Para aplicação coa-se o produto, diluindo-se o mesmo na proporção

de 10:1, ou seja, 10,0 litros de água para cada 1,0 litro do produto,

de preferência adicionar um espalhante adesivo.

Quanto às pragas nota-se a incidência de cochonilhas, pulgões e

formigas cortadeiras. O pulgão é controlado com calda de fumo + sabão, a

cochonilha é controlada com óleo mineral e a formiga cortadeira com isca

formicida.

Pessegueiros: Abrange uma área de aproximadamente 0,5 hectares,

onde existem várias cultivares.

Notou-se nesta área, igualmente a de citrus, uma excessiva

compactação do solo e o grande crescimento da vegetação invasora. Também

semeou-se ervilhaca no inverno, mas o resultado não foi satisfatório, pois a

competição com as espécies já instaladas (gramíneas nativas) não deixou que

esta se proliferasse.

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Foi realizado o replantio de mudas no local, o que ajudou ainda mais a

aumentar a heterogeniedade da área, pois haviam plantas adultas (3 - 4

metros de altura) e plantas recentemente plantadas.

Tive a oportunidade de acompanhar a poda de frutificação, onde se fez

necessário, em plantas mais velhas, uma poda severa. Como estas estavam

com a copada grande e fechada, esta teve o intuito de reduzir a copada e

tentar reconduzi-la, Nas demais plantas a poda foi conduzida normalmente

normalmente.

Quanto a problemas fitossanitários constatou-se forte incidência de

gomose e antracnose, bem como nos frutos a incidência de podridão parda e

sarna. O problema de gomos e a antracnose provavelmente tenham vindo

através das mudas, já quanto o problema de podridão parda foi tomado

algumas atitudes, como: - retirar e enterrar os frutos mumificados, para

diminuir a fonte de inóculo no ciclo seguinte; - retirar o galhos podados; -

fazer pulverizações com calda sulfocálcica e bordalesa no inverno. Não pude

notar a eficiência destes procedimentos, pois a carga de frutos no ano

seguinte foi muito pequena.

Quanto a pragas, havia a presença de pulgões, broca-de-ponteiros

(mariposa oriental), cochonilhas e formigas cortadeiras. As três primeiras

não eram controladas, pois não causavam muitos danos. A formiga

cortadeira tornou-se um sério problema, pois atacou justamente na florada,

dizimando toda a florada.

As adubações eram feitas com aplicações de esterco próximo as

plantas, realizado em agosto, com os mesmos problemas de qualidade do

esterco descrito para os citrus. Fazia-se também a aplicação de 'super-magro'

quando aparecia as primeiras folhagens.

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A colheita foi insatisfatória, os principais problemas que reduziram a

produção foram: o ataque de formigas cortadeiras na florada, poda drástica

reduzindo a floração, ausência de tratamentos fitos sanitários e roubo de

frutos.

Figueiras: Existem duas áreas, com 500 rrr' cada, sendo que uma

contêm plantas velhas e a outra plantas mais novas.

Durante o estágio, realizei a poda de frutificação, esta é realizada

anualmente no inverno, consistindo em retirar ramos que já frutificaram.

Deixa-se somente de 5 a 10 em de ramo com duas gemas bem localizadas.

Escolhe-se 1 a 2 brotos em boa posição, por galho podado formando os

ramos um círculo em tomo do tronco. Demais ramos devem ser eliminados.

Deixar de 6 a 12 ramos em plantas de figo para consumo "in natura ". O

melhor período para poda de frutificação é de 15 de julho a 15 de agosto.

Também foi feito o controle da ferrugem ( Ceroteliumfici (Cost)), que

causa a queda prematura das flores e perda dos frutos. Sintomas nas folhas

são pequenas manchas verde-amareladas que aumentam de tamanho depois,

tornando-se de coloração parda.

O controle é realizado com tratamentos de inverno, após a realização

da poda com calda sulfo-cálcica e tratamentos no período vegetativo com

calda bordalesa a 1%. O figo para a mesa é pulverizado geralmente na época

de formação e maturação com calda bordalesa, pela formação de uma

película de melhor resistência para o transporte e comercialização.

Neste ano a produção do pomar foi satisfatória, mas não devidamente

aproveitada, estragando muitos frutos.

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3.3 PIANTIO DE COBERTURAS VEGETAIS

Com a intenção de proteger o solo contra a erosão, melhorar as

qualidades físico-químicas deste com a adição de matéria orgânica e de

espécies que fixem nitrogênio do ar, realizava-se o plantio de coberturas

vegetais durante o inverno.

Utilizava-se a ervilhaca e azevém como cobertura vegetal, o azevém

por ser de crescimento mais rápido, fechando antes que a ervilhaca e esta

por proporcionar boa matéria orgânica e fixação de nitrogênio.

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4 CONSIDERAÇÕESFINAIS

Para uma boa avaliação do estágio, várias considerações se fazem

necessárias e importantes.

A prática de uma agricultura convencional usado no CAD por vários

anos, determinou a deterioração qualitativa do solo, pelo uso intensivo de

máquinas agrícolas, a diminuição da fertilidade, a não adoção de práticas

concervacionis tas , a presença de camadas compactadas e a má utilização

deste solo. Estes problemas podem ser verificados em quase todas as áreas

produtivas, tornando-se empecilhos muito sérios e que dificultam a transição

para uma agricultura alternativa. Esta transição foi feita repentinamente,

substituindo-se a adubação química por orgânica, eliminando-se o uso de

agrotóxicos e diminuindo-se significativamente o uso de máquinas agrícolas.

Portanto, o trabalho desenvolvido no Centro Agrícola Demonstrativo e

que objetiva mostrar a viabilização de uma agricultura orgânica é muito

importante e deve ser levado adiante, mas certamente alguns aspectos

devem ser repensados.

Os resultados observados durante a realização do estágio, nos

pomares, são pequenos. Isto levado principalmente pelas características do

solo (baixa fertilidade, compactação, etc.), tipo de cultivo adotado (pomar

com várias espécies), da competição com a vegetação nativa e do uso de

estercos de má qualidade. O esterco, principalmente o de equíno utilizado,

apresenta-se com grande concentração de maravalha não decomposta, o que

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aumenta a relação C:N, disponibilizando menos nutrientes (principalmente

N) as plantas, ou ainda, podendo imobilizar N do solo. A longo prazo pode-se

ter uma boa resposta com a adição de estercos, mas não tem a capacidade de

suprir a demanda imediata de nutrientes das plantas. Isto podia ser

visualmente verificado no pomar de citrus.

A aplicação de 'super magro' via foliar, rico em micronutrientes e

alguns macronutrientes, apresentou resultados satisfatórios. Podia-se notar

visualmente na folha a diminuição dos sintomas de deficiências.

Quanto aos resultados na horta, estes são mais satisfatórios, pois a

produção de compostos orgânicos de melhor qualidade (vermicomposto ou

esterco de coelhos) eram exclusivamente para a produção olerícola. Também

cabe destacar a atuação do funcionário, o Sr. Ivo, um dos poucos a

desenvolver um trabalho sério e dedicado.

Quanto a cobertura do solo, nos pomares, esta deve ser refeita. A

competição por nutrientes e água é muito grande, principalmente na linha

de cultivo. O interessante é que se mantesse no verão as linhas de cultivo

limpas, e as entre-linhas com vegetação de preferência uma leguminosa para

suprir nitrogênio consorciada com uma espécie de raiz agressiva para

quebrar a camada compactada.

Outro fator que deve ser repensado é quanto a mão-de-obra, pois se

tratando de um órgão público, onde os funcionários gozam de estabilidade

no emprego, totalmente 'acomodados', muitas vezes com baixo nível de

instrução e funcionários tido como "problema" para a prefeitura, tem baixa

eficiência produtiva e qualitativa.

A compra de insumos muitas vezes tornavam-se morosas e as vezes

incompletas, isto era ocasionado pela obrigatoriedade de realização de

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.citações. Esta morosidade, muitas vezes, acaba por atrasar cultivos,

dubações, tratamentos fitossanitários, etc.

U!!l_fator que diminuiu em demasia o m.eu aproveitamento no estágio,

oi a ausência do orientador, pois este estava envolvido com a realização dor .

liagnóstico do ineio rural de Porto Alegre, e a Agrônoma responsável por

ma substituição não mostrou-se receptiva e com boas qualidades técnicas.

De forma geral, percebe-se que a maneira como está sendo conduzida

a agricultura ecológica no CAD, não mostra-se como um exemplo,

necessitando de várias melhorias, algumas já abordadas. Quanto ao meu

estágio, este foi muito proveitoso, pois pude vivenciar uma nova forma de

agir e pensar, desenvolvendo um consciência crítica para discutir o papel da

agricultura ecológica no meio agrícola e apontar as deficiências e

potencialidades desta.