Relatório de Estágio - IPGbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1858/1/Rita... · Instituição...
Transcript of Relatório de Estágio - IPGbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1858/1/Rita... · Instituição...
Relatório de Estágio
Licenciatura em Desporto
Rita Daniela Sousa Bessa
Julho de 2014
I
Ficha de Identificação
Aluna Estagiária: Rita Daniela Sousa Bessa
Número de aluno: 5007532
Curso: Desporto
Orientador de estágio
Professor Doutor Mário Costa
Local de Estágio 1
Instituição: Guarda, Cidade Desporto (GCD) - E. M. Complexo das Piscinas da Guarda
Endereço: Bairro Nossa Senhora dos Remédios 6300-590 Guarda
Telefone: 271200740
Coordenador Geral da Instituição: Dr. Luís Poço
Orientador na Instituição: Luís Martins (Licenciado em Educação Física)
Duração do Estágio: 192,5 horas
Data de Inicio: 08/10/2013
Data da Finalização: 07/02/2014
Local de Estágio 2
Instituição: Associação Desportiva de Penafiel (ADP)
Endereço: Rua Futebol Clube de Penafiel – Pavilhão Municipal Fernanda Ribeiro
Telefone: 255215164
Diretor da Instituição: José Barbosa
Orientador na Instituição: Rui Teixeira (Licenciado em Desporto e Educação Física)
Duração do Estágio: 213 horas
Data de Inicio: 06/03/2014
Data da Finalização: 06/07/2014
II
Agradecimentos
Os meus agradecimentos especiais à minha mãe, ao meu pai e irmã, pelo infinito
amor, pelo apoio ao longo desta viagem e pela extraordinária virtude de acreditarem em
mim.
Agradecer ainda, ao resto da minha família por todo o apoio e motivação que
sempre me deram.
Ao Vítor Oliveira, por toda a paciência, motivação e ajuda e, por estar presente
em todos os momentos, todos os dias.
Aos meus amigos de sempre, pela amizade e companheirismo. E aos que
conheci durante a minha licenciatura na cidade da Guarda, por fazerem todos os dias
valerem a pena nesta cidade e pela troca de conhecimentos. Levo todos no coração!
Agradeço ao Instituto Politécnico da Guarda e à Escola Superior de Educação,
Comunicação e Desporto pelo acolhimento institucional ao longo do meu percurso na
academia da Guarda.
Agradecer também a todos os professores da Escola Superior de Educação
Comunicação e Desporto, que enriqueceram a minha formação ao longo de três anos,
mostrando disponibilidade para ajudar em tudo que fosse necessário.
Ao Prof. Dr. Mário Costa, pelo apoio e ajuda que me deu na realização deste
estágio.
Aos meus supervisores de Estágio, Luís Martins e Rui Teixeira, pelo
acompanhamento contínuo durante este período, mostrando-se sempre disponíveis e
presentes.
Aos alunos das Piscinas Municipais da Guarda e da Associação Desportiva de
Penafiel, porque sem eles este trabalho não era possível, por todo o afeto demonstrado.
Assim como a todos os funcionários com quem tive o prazer de me cruzar e que
me trataram e receberam sempre muito bem.
A todos o meu muito Obrigada!
III
Resumo
O presente trabalho é resultado do estágio curricular realizado durante os últimos
nove meses, repartidos pelas Piscinas Municipais da Guarda e pela Associação
Desportiva de Penafiel.
O trabalho desenvolvido durante a primeira metade do estágio esteve subjacente
ao aperfeiçoamento dos processos de ensino-aprendizagem e planeamento no âmbito
das atividades aquáticas. Procurou-se aprofundar as vivências ao nível das questões
pedagógicas relacionadas com as temáticas: (i) adaptação ao meio aquático; (ii) ensino
das técnicas de nado; (iii) treino desportivo em natação pura; (iv) hidroginástica e (v)
natação para bebés.
Na segunda metade do estágio a modalidade focada foi o Voleibol. Tentou-se
aumentar o conhecimento ao nível do planeamento e periodização neste desporto,
concretizando semanalmente as unidades de treino elaboradas passo a passo.
Ao longo do percurso deparei-me com algumas dificuldades, destacando o
pouco à vontade que eu tinha e, o medo, meu mas também, por parte da instituição de
me propor atividades bem como participar nas aulas. No caso do Voleibol as maiores
dificuldades foram combater a vergonha e nervosismo e, o facto de ser responsável por
uma equipa tão jovem, o medo de falhar era grande. No início do estágio sentia também
dificuldade em que as atletas prestassem atenção ao que eu estava a dizer.
Mesmo assim as aprendizagens realizadas fizeram-me ultrapassar estes desafios
e tornaram-me uma melhor profissional para o futuro.
Palavras – Chave
Natação, Voleibol, Treino
IV
Índice
Agradecimentos ........................................................................................................... II
Resumo ....................................................................................................................... III
Introdução ..................................................................................................................... 1
ÂMBITO DE ESTÁGIO 1 ............................................................................................ 3
Caracterização da Cidade da Guarda .......................................................................... 3
Caracterização da Instituição ..................................................................................... 4
Recursos Materiais ................................................................................................. 4
Organograma das Piscinas Municipais da Guarda .................................................. 5
Dados de Identificação ........................................................................................... 6
Revisão Bibliográfica ................................................................................................ 7
Adaptação ao meio aquático (AMA) ...................................................................... 7
Ensino Natação Pura ............................................................................................ 11
Natação para bebés .............................................................................................. 15
Natação para Adultos ........................................................................................... 16
Hidroginástica ...................................................................................................... 17
Objetivos ................................................................................................................. 18
Atividade desenvolvidas .......................................................................................... 18
Metodologia aplicada ........................................................................................... 18
Atividades desenvolvidas durante o estágio .......................................................... 19
ÂMBITO DE ESTÁGIO 2 .......................................................................................... 22
Caracterização da Cidade de Penafiel ...................................................................... 22
Caracterização da Instituição ................................................................................... 23
Organograma da Associação Desportiva de Penafiel ............................................ 25
Dados de Identificação ......................................................................................... 25
Revisão Bibliográfica .............................................................................................. 26
V
Conceito de jogo .................................................................................................. 26
Elementos de jogo ................................................................................................ 26
Fases de jogo ....................................................................................................... 27
Tipos e métodos de treino .................................................................................... 28
Planificação do treino no Voleibol ....................................................................... 30
Treinador de Jovens ............................................................................................. 31
Objetivos ................................................................................................................. 32
Atividades desenvolvidas ........................................................................................ 32
Metodologia aplicada ........................................................................................... 32
Atividades desenvolvidas durante o estágio .......................................................... 33
Reflexões Finais.......................................................................................................... 37
Bibliografia ................................................................................................................. 41
Anexos…………………………………………………………………………………XL
VI
Índice de figuras
Figura 1 – Mapa do Distrito da Guarda………………………………………………….3
Figura 2 – Fotografia Piscina……………….……………………………………………4
Figura 3 – Recursos Materiais PMG…………………………………………………….4
Figura 4 – Nadador de Crol…………………………………………………………….11
Figura 5 – Nadador de Costas…………………………………………………………..11
Figura 6 – Nadador de Bruços………………………………………………………….12
Figura 7 – Nadador de Mariposa……………………………………………………….12
Figura 8 – Modelo determinístico dos elementos caracterizadores das técnicas
alternadas……………………………………………………………………………….13
Figura 9 – Modelo determinístico das ações segmentares caracterizadoras das técnicas
simultâneas……………………………………………………………………………..14
Figura 10 – Mapa da Cidade de Penafiel……………………………………………….22
Figura 11 – Símbolo do ADP…………………………………………………………..23
Figura 12 – Fotografia Exterior do Pavilhão Fernanda Ribeiro……………………......24
Figura 13 – Fotografia Interior do Pavilhão Fernanda Ribeiro………………………...24
Figura 14 – Fotografia Interior do Pavilhão da Escola secundária de Penafiel nº1 –
Sameiro……………………………………………………………………………........24
VII
Lista de Siglas
ADP – Associação Desportiva de Penafiel
AMA – Adaptação ao Meio Aquático
FPN – Federação Portuguesa de Natação
FPV – Federação Portuguesa de Voleibol
GCD – Guarda Cidade Desporto
IPG – Instituto Politécnico da Guarda
PMG – Piscinas Municipais da Guarda
1
Introdução
O presente relatório é resultado do estágio curricular da licenciatura do curso de
Desporto e tem como principal finalidade proporcionar o conhecimento das instituições
onde se realizaram o estágio assim como todas as atividades nele desenvolvidas
enquanto estagiária, tendo por base conhecimentos adquiridos durante os três anos de
licenciatura, como por exemplo na disciplina de Prática dos Desportos I (Desportos
Individuais) e Prática dos Desportos II (Desportos coletivos) pois, como umas das
atividades lecionadas no meu estágio foi Natação e Voleibol, respetivamente, posso
assegurar que algumas componentes técnicas, assim como metodologias apreendidas
durante esta unidade curricular serviram para melhor lecionar a atividade e, ainda novos
conhecimentos e competências adquiridas pertinentes para o meu futuro profissional
como confiança, organização, autoestima, autonomia e iniciativa.
A realização do estágio curricular é um marco muito importante para qualquer
aluno, e como tal, a ansiedade, o receio de não saber fazer, de errar, de ser criticado e a
incerteza do que nos espera faz-nos sentir um tanto apreensivos nos primeiros tempos.
O estágio não é apenas a fase de conclusão de um curso, mas também uma
oportunidade para crescermos e nos compreendermos enquanto pessoas e profissionais,
de forma a descobrirmos realmente o que queremos para o nosso futuro profissional.
O presente relatório pretende, com uma análise profunda, descrever o trabalho
desenvolvido por mim durante o ano letivo 2013/2014 na Guarda, Cidade Desporto
(GCD) - E. M. Complexo das Piscinas da Guarda e na Associação Desportiva de
Penafiel (ADP) cujo plano de estágio se encontra em anexo (anexo 1 e anexo 2,
respetivamente).
O estágio é uma atividade de caráter educativo e complementar ao ensino, com a
finalidade de integrar o estudante num ambiente profissional. É importante, uma vez
que proporciona novas experiências e vivências ao estudante e permite desenvolver a
capacidade crítica e a capacidade de compreender e intervir perante o que tem à sua
frente. O estágio incentiva o exercício no sentido crítico e estimula a própria
criatividade, uma vez que nos leva a ter uma grande diversidade de exercícios, a adapta-
los às várias situações ou mesmo por vezes a criar novos exercícios.
A preferência do estágio foi influenciada pelo fato de ter e conviver com muitos
familiares que ainda são crianças, que por sua vez praticam na sua maioria algum
2
desporto, isso faz-me ter vontade de querer, procurar e saber mais sobre as diversas
atividades desportivas e como as posso integrar neste tipo de população.
A atividade física apresenta diversos efeitos benéficos no organismo, sendo
recomendada como uma estratégia de promoção da saúde para a população,
nomeadamente para crianças e idosos. A educação para estes tipos de populações requer
cuidados e atenções especiais. É importante mencionar que as pessoas que lidam
diretamente ou indiretamente com este tipo de populações devem entender o sentido da
relação pedagógica como processo de interlocução entre professores e “alunos”.
Os objetivos essenciais deste estágio curricular foram os de estabelecer contato
com o meio, de forma a possibilitar a aprendizagem prática das funções profissionais
inerentes às instituições em questão e ter possibilidade de consolidar conhecimentos
adquiridos academicamente nomeadamente, o saber ser (que se refere à técnica), o saber
estar (que se refere à postura mantida) e o saber fazer (que se refere à execução das
tarefas no estágio), assim como, de trabalhar em equipa e desenvolver habilidades,
hábitos e atitudes pertinentes e necessárias para aquisição das competências
profissionais.
A estrutura do presente documento encontra-se dividida em duas partes. A
primeira parte é referente ao primeiro âmbito do estágio onde são abordados os
subtópicos: (i) caraterização da Cidade da Guarda e a uma breve caraterização da
instituição – GCD; (ii) revisão bibliográfica; (iii) objetivos; e (iv) atividades
desenvolvidas.
A segunda parte é referente ao segundo âmbito de estágio onde são abordados os
subtópicos: (i) caracterização da Cidade de Penafiel e a uma breve caracterização da
Instituição – ADP; (ii) revisão bibliográfica; (iii) objetivos e (iv) atividades
desenvolvidas.
Numa fase final é apresentada a reflexão final que engloba as competências
adquirias ao longo de todo o percurso, como por exemplo a aquisição de
empenhamento, dedicação e pontualidade.
3
FIG. 1 – Mapa do Distrito da Guarda
Fonte –www.google.pt
ÂMBITO DE ESTÁGIO 1
Caracterização da Cidade da Guarda
A cidade da guarda é habitada por 42 541 habitantes e possui cerca de
712,1 km². Esta cidade é capital de distrito e tem uma população residente de 173 831
habitantes.
Possui 14 concelhos e cerca e 55
freguesias. Está situada entre a Serra da
Estrela e a principal fronteira terrestre do país,
Vilar Formoso.
Localizada a 1056 metros de altitude,
sendo por isso considerada a cidade mais alta
de Portugal Continental.
A cidade da Guarda é também
conhecida como «A cidade dos 5 F's»
F’s de Forte - a torre do castelo, as muralhas
e a posição geográfica demonstram a sua força,
Farta - devido à riqueza do vale
do Mondego, Fria – devido à proximidade com a Serra da Estrela, Fiel - porque Álvaro
Gil Cabral, que foi Alcaide-Mor do Castelo da Guarda e trisavô de Pedro Álvares
Cabral , recusou entregar as chaves da cidade ao Rei de Castela durante a crise de 1383-
1385 e Formosa - pela sua beleza natural.
Possui diversos acessos rodoviários muito importantes, como a A25, que liga
Aveiro a Vilar Formoso, fronteira com Espanha, a A23 que faz ligação com Torres
Novas, e por fim o IP2 que liga a cidade da Guarda a Bragança.
A nível ferroviário, podemos encontrar na cidade a linha da Beira Alta, que se
encontra em perfeitas condições, permitindo assim a boa circulação de comboios que
permite aos alunos ir sem incómodos para as suas casas.
O clima da cidade é temperado, com influência mediterrânica, visto que no
verão há uma curta estação seca. Os meses mais quentes são Julho e Agosto, e os meses
mais frios são janeiro e fevereiro. É considerada uma das cidades mais frias de Portugal,
experimentando em alguns dias do ano precipitações de neve e ate mesmo temperaturas
negativas.
4
FIG. 3 – Recursos Materiais PMG
Fonte – Fonte própria
FIG. 2 – Fotografia Piscinas
Fonte – própria
Caracterização da Instituição
As piscinas Municipais pertencem à câmara Municipal da Guarda, esta por sua
vez é composta pelo Presidente e os seus vereadores. Os outros órgãos são a assembleia
municipal e o concelho municipal. Estes órgãos são eleitos pelos residentes da Cidade,
são eleitos os que tiverem mais votos. O número de vereadores, varia de Município para
município e depende do número de eleitores residentes.
Quanto às Piscinas Municipais posso
dizer que as suas instalações se situam no lugar
do bairro da nossa senhora dos remédios na
Guarda e são compostas por piscinas de água fria
(exteriores), com um tanque de aprendizagem de
18mx16m, com uma profundidade de 1,10m até
1,30m; outro tanque com ligação ao inferior
formando duas pistas de 50 metros com uma profundidade de 1,70m até 2m. Possui
também duas piscinas de água quente (cobertas) nomeadamente um tanque de
competição de 25mx12,5m, com profundidade de 2m e outro tanque de aprendizagem
18mx12,5m, com profundidade de 70cm até 1,30m.
Fazem também parte do complexo um ginásio, dois campos de ténis, um parque
infantil, balneários femininos e masculinos, espaço com internet, um bar e um
restaurante.
São ainda realizadas diversas atividades, tais como natação para bebes, dos 18
meses aos 3 anos, natação infantil, dos 3 aos 4 anos, natação dos 4 aos 14 anos, natação
para maiores de 15 anos, polo aquático, hidroginástica, fitness.
Recursos Materiais
2 Cestos flutuantes e 2 balizas
2 Steps
2 Barbatanas grandes e 2 em forma de
flor
12 Colchoes com diferentes tamanhos e
cores
5
14 Arcos
30 Bolas aquáticas
30 Cintos para as aulas de hidroginástica e deep-water
31 Objetos flutuantes de pôr à cintura
35 Pares de barbatanas
66 Arcos pequenos para colocar no fundo da piscina
98 Batatas
208 Pranchas diferentes para as diversas atividades
Cerca de 120 equipamentos lúdicos para atividades aquáticas para bebes,
crianças e pessoas portadoras de deficiência
Cerca de 250 equipamentos lúdicos para toda a população
Organograma das Piscinas Municipais da Guarda
Nesta instituição existem várias funções/cargos, representados através de um
organograma exemplificando profissionalmente as funções de cada um, para que se
possa compreender de forma mais pormenorizada:
Conselho de Administração Guarda,
Cidade Desporto – E. M.
Coordenador Geral Luís Poço
Coordenador
Técnico
Joana Carvalho
Coordenador
Técnico
Luís Martins
Coordenador
Administrativo-financeiro
António Lucas
Técnico de
Manutenção
António
Fonseca
Técnica
Administrativa
Ana Valado
Escola de Natação
Secretaria
Instituições Gestão de Espaços
Técnicos de Natação:
Ana Gomes
Clara Primo
Ricardo Fonseca
Nadadores Salvadores:
Américo Simão
António Inácio
Hélder Tavares
Organização
de
Contabilidade
Rececionistas:
Adélia Barroco
Elisabete Saraiva
Isabel Rua
Mª Sallete Ramos
Susana Ferreira
Auxiliares de
Manutenção:
António Proença
José Ribeiro
Luís Lourenço
Auxiliares de
limpeza:
Mª Fátima
Abrantes
Margarida
Teixeira
Rosa
Fernandes
Silvina Lucas
6
Dados de Identificação
Nome da instituição: Piscinas Municipais da Guarda
Morada: Bairro nossa Senhora dos Remédios 6300-590 Guarda
Telefone: 271200740
Fax: 271200747
E-mail: [email protected]
Horário de estágio na instituição: Terças-feiras das 17:30h até às 21:30h;
Quartas-feiras das 17:30h até às 21:30h;
Sextas-Feiras das 14:30h até às 20:30h.
Período de Estágio: Iniciou dia 8 de Outubro e terminou dia 7 de Fevereiro.
7
Revisão Bibliográfica
Adaptação ao meio aquático (AMA)
A adaptação ao ameio aquático não é mais do que a aquisição de um conjunto de
habilidades motoras aquáticas básicas, cuja adaptação dessas habilidades tem como fim
a possibilidade da pessoa, seja ela criança, jovem ou idosa, poder adotar o
comportamento motor mais apropriado para cada situação com que se depara no meio
aquático (Barbosa et al., 2012).
Segundo Sarmento (1982), com a AMA procura-se adaptar um conjunto de
referências que permitam agir eficientemente, por meio da aprendizagem de um dado
comportamento que se traduz por técnicas de propulsão e de equilíbrio.
As habilidades motoras aquáticas básicas
Segundo Catarino de Carvalho a formação de um nadador passa por duas fases.
À primeira fase cabe a aquisição das seguintes práticas básicas: mergulhar de olhos
abertos, deslizar ventral e dorsalmente, deslocar-se dentro de água com a ausência de
apoios fixos e respirar ritmadamente, com exploração no meio aquático.
A este período deu-se o nome de “adaptação ao meio aquático”, com dois
objetivos diferentes.
Os primeiros objetivos dizem respeito às adaptações ou à natureza psicológica,
cuja determinação é a capacidade de imergir a cabeça com os olhos abertos.
Os segundos objetivos dizem respeito à resolução dos seguintes problemas:
a) O equilíbrio, que de vertical passa a horizontal. Este é expresso pela capacidade
de deslizar ventral e dorsalmente;
b) A respiração, que necessita de adquirir um novo automatismo que possibilite
respirar ritmadamente, fazendo a expiração no meio aquático;
c) A propulsão, que se expressa pela capacidade de deslocação no meio aquático
com ausência de apoios fixos.
Equilíbrio
Para nadar, o domínio do equilíbrio horizontal é fundamental. O
desenvolvimento deste pressupõe nove fases, são elas: a entrada no meio aquático, o
equilíbrio vertical com apoio das mãos, o equilíbrio vertical sem apoio das mãos, a
tomada de consciência da força de impulsão, o equilíbrio horizontal com apoio das
8
mãos, o equilíbrio horizontal sem apoio das mãos, as alterações de equilíbrio, o
equilíbrio em função das ações propulsivas e os saltos.
Segundo Mota (1990) o domínio do equilíbrio no meio aquático está ligado com
o domínio da propulsão, isto porque a posição mais usada é a horizontal. Já segundo
Abrantes (1979) o equilíbrio é alterável através da respiração e da modificação da
posição relativas dos segmentos corporais.
Também relacionado com este conceito está a flutuação. Segundo Mota (1990),
a abordagem da flutuação nesta fase é muito importante, pois cria nos alunos uma
consciencialização da possibilidade de flutuar no meio aquático, a qual não é possível
no meio terrestre.
Aqui também se encaixam as rotações, pois estas não são mais do que alterações
momentâneas do equilíbrio adquirido, ou seja, alterações esporádicas do equilíbrio
atingido. Estas rotações poderão ser efetuadas sobre diferentes tipos de eixos assim
como sobre diversos planos.
Respiração
A respiração é indispensável para o domínio do meio aquático. O
desenvolvimento desta pressupõe sete fases, são elas: mergulhar a cara, mergulhar a
cabeça e abrir os olhos, fazer a expiração no meio aquático, expirar ritmadamente,
expirar ritmadamente em associação com o batimento alternado de pernas, o ritmo
respiratório, o controlo da respiração.
Uma das principais dificuldades para a passagem à posição horizontal é a
imersão da face. O mecanismo respiratório sofre algumas alterações quando a pessoa se
encontra no meio aquático, devido ao facto de a face se encontrar temporariamente
imersa e devido às características físicas desse mesmo meio.
Segundo Mota (1990) o trabalho de aperfeiçoamento da respiração pressupõe a
criação de um automatismo respiratório necessariamente diferente do automatismo
inato.
Propulsão
A propulsão está relacionada com o equilíbrio, pois só esta aquisição permite a
capacidade de utilização dos membros, braços e pernas. Esta tem cinco fases de
desenvolvimento, são elas: o movimento alternado de pernas com apoio, o movimento
9
alternado de pernas sem apoio, o movimento alternado de braços com apoio, a
exploração das capacidades propulsivas e as técnicas.
Segundo Vasconcelos raposo (1978) o equilíbrio e a respiração são elementos
que se devem ter em conta no processo de adaptação ao novo meio. Tradicionalmente
são consideradas como componentes da adaptação ao meio aquático a respiração, o
equilíbrio e as propulsões.
Ainda assim, Moreno e Garcia (1996) acrescentaram os lançamentos e as
receções, o ritmo, os reboques, a flutuação e a familiarização inicial com o meio.
Posteriormente Moreno e Sanmartín (1998) sugeriram a abordagem das
rotações, dos deslocamentos que por sua vez possuem a propulsão e os saltos, das
manipulações que incluem os lançamentos e as receções, e dos equilíbrios, que também
incluem as flutuações e a respiração.
Em suma o equilíbrio, incluindo as flutuações e rotações, a propulsão, onde se
integram os saltos, a respiração e as manipulações, que também abrangem os
batimentos, os lançamentos e as receções são habilidades motoras básicas.
Manipulações
Segundo Moreno e Sanmartín as manipulações consistem em manter uma
relação de interação entre o indivíduo e um ou vários objetos, como por exemplo, as
placas e os flutuadores, permitindo explorá-los e ao mesmo tempo explorar todas as
suas possibilidades.
A aquisição destas habilidades motoras aquáticas básicas terá como objetivo:
Promover a familiarização da pessoa com o meio aquático;
Promover a criação de autonomia no meio aquático;
Criar as bases para posteriormente aprender habilidades motoras aquáticas
específicas.
Etapas do processo de AMA
Segundo Gal (1995) o processo de adaptação deve ser dividido em cinco níveis.
No primeiro nível deve salientar-se a promoção do bloqueio respiratório e a procura da
posição horizontal. É no segundo nível onde se dá a aquisição da posição hidrodinâmica
fundamental, o aumento da duração da apneia e a propulsão por meio da ação dos
10
membros superiores auxiliados pelos membros inferiores. Já no terceiro nível surge a
capacidade de equilíbrio em função da ação dos quatro membros, da entrada na água ou
do ato inspiratório. No quarto nível deve existir um completo domínio do equilíbrio e da
respiração, deve-se fazer a introdução das restantes técnicas de nado formal, bem como
dos saltos e das viragens. No quinto e último nível deve existir a capacidade de gerar
desequilíbrios para se propulsionar.
Cardoso (1998) propõe um modelo de ensino da natação constituído por três
fases de aprendizagem: a AMA, o domínio da base da natação e o domínio das técnicas
de nado formal.
Aqui a fase que mais importa é a primeira, a AMA, que segundo o seu autor tem
como objetivos gerais o desenvolvimento do equilíbrio, das transições entre as posições
bípede/ventral/dorsal, o saber bloquear a respiração em imersão, o desenvolver padrões
de propulsão espontâneos e promover o prazer e a confiança no meio aquático.
Para atingir estes objetivos Cardoso põe a hipótese de se dividir esta fase em
duas etapas. Na primeira etapa deveria consistir a familiarização com o meio aquático e
ocorrência da aquisição das bases fundamentais em termos de flutuação, de propulsão,
de equilíbrio e de respiração. Já na segunda etapa, deveria promover-se o domínio das
habilidades motoras aquáticas básicas, assim como o domínio de uma abordagem
rudimentar às quatro técnicas de nada formal e aos meios de propulsão espontâneos.
A segunda fase consiste num momento de transição entre a adaptação e o ensino
de habilidades motoras aquáticas específicas. Assim os objetivos desta fase são adquirir
o controlo respiratório e o equilíbrio, tomar consciência dos segmentos enquanto
elementos propulsivos, promover a realização de imersões e de saltos com entrada de pé
ou de cabeça.
11
FIG. 5 – Nadador de Costas
Fonte – www.google.pt
FIG. 4 – Nadador de Crol
Fonte – www.google.pt
Ensino Natação Pura
Para se nadar relativamente bem é preciso saber coordenar os movimentos dos
braços e das pernas com a respiração. O maior obstáculo para aprender a nadar é o
medo da água ou um grande nervosismo, o que faz com que os músculos fiquem
demasiado tensos. Já se fizeram progressos nos métodos para ultrapassar este problema.
Um deles é começar a ensinar as crianças desde pequeninas, pois verificou-se que
quanto mais cedo isso for feito, mais fácil é para elas, embora também se consigam
ensinar pessoas mais velhas. As crianças podem desde cedo aprender os estilos todos,
com a ajuda de um profissional adequado para o efeito. Existem quatro estilos de
natação, são eles:
Crol
O crol também conhecido por
estilo livre, por ser o estilo de escolha
nas provas de estilo livre.
Neste estilo, a pessoa vira-se de barriga para baixo. Um braço move-se pelo ar,
com a palma da mão virada para baixo, pronta para mergulhar dentro de água, com o
cotovelo relaxado, enquanto o outro braço, debaixo de água, propulsiona o corpo (para
obter a máxima eficiência da braçada, esta deve ser executada em forma de “?”).
As pernas fazem uma espécie de pontapés, num movimento alternado para cima e
para baixo desde as ancas, com as pernas relaxadas, os pés e os dedos esticados para
baixo. Enquanto se dá uma braçada, as pernas movimentam-se quatro a oito vezes.
A respiração é muito importante neste estilo. Deve-se respirar uma vez inteira por
cada ciclo de movimento de braços.
O nadador inspira pela boca, ao virar a cabeça para o lado, quando o braço vai a
passar, e expira debaixo de água, quando o outro braço avança.
Costas
Pode-se dizer que este estilo é muito parecido com o
crawl, mas com o nadador virado de barriga para cima e com
os braços esticados, de cotovelo contraído e com as palmas
das mãos viradas para fora.
12
FIG. 7 – Nadador de Mariposa
Fonte – www.google.pt
FIG. 6 – Nadador de Bruços
Fonte – www.google.pt
Bruços
É o estilo mais antigo de todos.
Neste estilo, o nadador vira-se de barriga para
baixo, de braços para a frente e com as palmas das mãos
viradas para baixo. As pernas e os braços devem
movimentar-se apenas horizontalmente, fazendo um
coração em cada ciclo, indo atrás dos ombros, e voltando
à posição inicial, sempre à tona de água. As pernas
encolhem-se até ao pé do corpo, com os joelhos
dobrados, e depois esticam-se novamente para trás, como
um chicote.
Quando os braços e as pernas estão esticados, a cabeça vai abaixo da água e a
pessoa expira. Quando as pernas e os braços vêm atrás, a cabeça fica fora de água e a
pessoa inspira.
Mariposa
Este estilo é uma variante aos bruços, os braços são
“atirados” para a frente ao mesmo tempo, por fora de água, e
voltam para trás, simultaneamente, debaixo da água.
Este movimento de braços é contínuo e acompanhado
com um ondular de pernas e pés juntos, um pontapé à “golfinho”.
Modelo de ensino das técnicas alternadas (crawl e
costas)
Existem diversos elementos que caracterizam a técnica alternada (Barbosa et al.,
2010):
a) O equilíbrio estático e dinâmico;
b) A ação isolada de cada membro inferior;
c) A ação isolada de cada membro superior;
d) A sincronização entre a ação dos dois membros inferiores;
e) A sincronização entre a ação dos dois membros superiores;
f) O ciclo respiratório;
g) A sincronização entre a ação dos membros inferiores e o ciclo respiratório;
13
FIG. 8 – Modelo determinístico dos elementos caracterizadores das técnicas alternadas
Fonte – Barbosa e Queirós, 2004
h) A sincronização entre a ação dos membros inferiores e dos membros
superiores;
i) A sincronização entre a ação dos membros superiores e o ciclo respiratório.
O modelo que determina todos estes elementos que caracterizam a técnica
alternada está descrito na figura seguinte.
Segundo Barbosa e Queirós (2004) o modelo de ensino das técnicas alternadas
fundamenta-se num método de ensino analítico-sintético, também conhecido como o
método misto. No método em causa, ocorre um crescimento gradual das ações
segmentares, das mais simples para as mais complexas, até se atingir o movimento
global.
Modelo de ensino das técnicas simultâneas (bruços e mariposa)
Existem diversos elementos que caracterizam a técnica simultânea (Barbosa et
al., 2011).
a) O equilíbrio estático e dinâmico;
b) A ação isolada de cada membro inferior;
c) A ação isolada de cada membro superior;
d) A sincronização entre a ação dos dois membros inferiores;
e) A sincronização entre a ação dos dois membros superiores;
f) O ciclo respiratório;
g) A sincronização entre a ação dos membros inferiores e o ciclo respiratório;
14
FIG. 9 – Modelo determinístico das ações segmentares caracterizadoras das técnicas simultâneas.
Fonte – Barbosa e Queirós, 2004
h) A sincronização entre a ação dos membros inferiores e dos membros
superiores;
i) A sincronização entre a ação dos membros superiores e o ciclo respiratório.
O modelo que determina todos estes elementos que caracterizam a técnica
simultânea está descrito na figura seguinte.
15
Natação para bebés
Objetivos da natação para bebés
Temos que ter sempre em conta que os bebés disfrutam muito do facto de
poderem mover-se na água livremente, ao estar em contacto com os próprios pais e
também pelo facto de estarem em contacto com outros bebés.
É muito importante a maneira como os pais reagem à atitude dos bebés, aqui
pode-se identificar o contacto com os pais e o bebé, os pais podem oferecer a sua ajuda,
atenção, a sua paciência, e principalmente elogiá-los pelo seu esforço, para que a
criança continue a querer realizar os exercícios.
A natação para bebés representa ao mesmo tempo uma aprendizagem para os
pais, pois dá-lhes a oportunidade de manter um contacto intensivo com o seu bebé, e
uma ocasião para contribuir ativamente no seu desenvolvimento.
Faixa etária
Normalmente os bebés começam a mover-se livremente por volta dos seis meses
de idade. A natação vai ajudá-los muito positivamente no seu desenvolvimento e
autonomia.
A maioria dos bebés inicia-se na natação entre os seus 12 a 36 meses de idade.
Duração da aula
As aulas nunca devem demorar muito mais que 30 a 35 minutos, pois temos que
ter em conta também a temperatura da água.
A maior parte da aula serve para o bebé interagir com os pais, com os restantes
bebés e com a àgua. Sendo que toda ela está direcionada para a aprendizagem de
alguma coisa.
A natação para bebés tem muitos benefícios tanto para o corpo como para o
espirito. O mais importante é que os bebés disfrutem de toda a aula, movendo-se na
água. Este pode estimular o desenvolvimento motor, ou seja, eles aprendem a dominar e
coordenar melhor os seus movimentos e aprendem a executar um melhor equilíbrio e
melhor consistência corporal.
Pode estimular também o desenvolvimento cognitivo, ou seja, o bebé começa a
mostrar uma melhor capacidade de concentração, mostra fantasia e criatividade, mostra
16
maior capacidade de reação. Por fim pode também ajudar no desenvolvimento social,
pois interagem muito com os outros bebés, o que os faz mais autónomos, conscientes e
confiantes nas suas capacidades, pois também vão vendo os outros bebés a executar as
mesmas coisas que eles. Motivam-se mais facilmente para fazer algum exercício se
virem outro bebé a fazê-lo, conseguem adaptar-se mais facilmente a situações novas e
pouco habituais.
Natação para Adultos
Segundo Ruiz Pérez (1987) citado por Alfonso, é devido ao aumento
progressivo da idade das pessoas na nossa sociedade que a clássica pirâmide
populacional se modificou, tendo a população envelhecida um tamanho tão grande
como a base.
Entre os desportos praticados com mais regularidade dentro de um grande setor,
encontramos a natação como uma das atividades praticadas com grande afinidade.
Hoje em dia, existem cada vez mais adultos a frequentar a natação, quer seja por
divertimento, saúde ou até mesmo competição. Mas, independentemente de qual seja o
fator, todos eles sabem que a natação trás inúmeros benefícios para o corpo e mente.
Ainda assim é preciso ter em conta que uma grande maioria das pessoas vai para
a natação apenas para aprender a nadar ou por motivos de saúde que,
consequentemente, está ligada ao fato de aprender a nadar.
Temos que ter em consideração as populações em que estamos a trabalhar, pois
precisamos de trabalhar muitos aspetos em conjunto, como por exemplo, o simples fato
de a piscina ser pouco funda ou muito funda.
Quando a piscina é muito funda temos de utilizar um método de trabalho que vá
do global para o analítico, para voltar de novo ao global (global – analítico – global).
Deve-se utilizar este método em alunos que não manifestam nenhum tipo de hidrofobia
e que alcancem níveis mínimos de flutuação e deslocamentos.
Quando a aprendizagem se passa numa piscina pouco funda, o tipo de estratégia
pode incluir um maior número de variações, devido ao medo por parte do aluno ser
menor, de ter uma maior segurança e, pelo tipo de material auxiliar que se necessita.
Aqui podemos destacar as estratégias de global – analítico – global – analítico, para os
alunos que não têm nenhum tipo de fobia à àgua; analítico – global – analítico – global,
para os alunos que nunca tenham participado numa atividade deste tipo; global –
17
analítico, para alunos que demonstrem ter uma certa facilidade para a atividade e,
global, para alunos que já estejam avançados.
Hidroginástica
A hidroginástica é uma modalidade que tem crescido nos últimos tempos. O
grande número de adeptos é devido ao facto de quase todos os programas poderem ser
adaptados para populações especiais que apresentem características fisiológicas,
anatómicas e psicológicas diferentes e que necessitam de uma orientação mais
especializada. Esta trás inúmeros benefícios ao ser humano, entre eles é de destacar
(Marina Miguel):
Melhoria de todas as componentes da aptidão física;
Promove a interação social;
Ajuda no controle do peso;
Incita a um estilo de vida mais saudável;
Provoca um efeito terapêutico relaxante;
Ajuda a controlar o stress;
Provoca sensação de bem-estar e conforto;
Melhoria da ritmicidade;
Melhoria da orientação espacial;
Aumento de equilíbrio;
Aprendizagem de novas habilidades motoras;
Harmonização do “eu” corporal;
Regulação do sono e do apetite;
Efeito psicológico positivo.
São vários os géneros e tipos de populações que esta atividade abrange.
Geralmente, qualquer pessoa pode praticar hidroginásticas, quer sejam indivíduos que
não sabem nadar e nadadores, quer sejam atletas ou não atletas, sejam eles do género
feminino ou masculino, de diferentes grupos etários, podem ser atletas de competição e,
grupos especiais, como grávidas, diabéticos, etc.).
18
Objetivos
Objetivo geral – Aprofundar os conhecimentos técnicos e pedagógicos no
âmbito das atividades aquáticas;
Objetivos específicos
Conhecer os modelos de ensino e sua aplicabilidade nas aulas de natação
pura;
Conhecer os modelos de ensino e sua aplicabilidade nas aulas de natação
para bebés;
Conhecer os modelos de ensino e sua aplicabilidade nas aulas de Natação
para adultos;
Conhecer os modelos de ensino e sua aplicabilidade nas aulas de
Hidroginástica;
Conhecer os modelos de ensino e sua aplicabilidade nas aulas de AMA;
Atividade desenvolvidas
Metodologia aplicada
A metodologia aplicada utilizada neste primeiro estágio foi a seguinte:
Nas aulas de Natação para bebés, AMA II, Iniciação I e II, Hidroginástica e
Iniciação e Manutenção de adultos comecei com observação de aulas, uma vez que
ainda não me sentia à vontade em dirigir este tipo de aulas. Já tinha uma noção de como
seria pois ao longo do percurso académico fui aprendendo vários aspetos relacionados
com a hidroginástica e com a iniciação, daí ter ganho um gosto maior pela natação.
O meu conhecimento nesta área não é muito extensivo, mas por isso mesmo é
que quis estagiar neste local de estágio, para ficar com um leque maior de
conhecimentos. De uma forma em geral sentia-me um pouco retraída ainda, pois posso
dizer que aquele não era o meu mundo, estava ali a aprender ainda não me conseguia
sentir à vontade para lecionar.
Comecei por observar e, ao mesmo tempo, acompanhar o meu orientador e
outros professores para que mais tarde quando me fosse sugerido dar uma aula. Na
19
maior parte das aulas limitei-me a observar. Apenas na Natação para bebés e para
adultos consegui lecionar algumas aulas de forma partilhada com o outro docente.
Na maioria das aulas de hidroginástica fui participante. Ao longo do estágio fui
cada vez mais interventiva nas aulas de Natação para bebés, mas em contrapartida nas
restantes aulas a minha função não passou de observadora. No final da semana fazia um
relatório abrangente referente às aulas todas que observei e que ajudei, cuja exemplo de
relatório semanal segue em anexo (Anexo 3), assim como preenchia as horas feitas
durante essa semana na folha anual de horas estagiadas que segue em anexo (Anexo 9).
Atividades desenvolvidas durante o estágio
As atividades que desenvolvi ao longo deste estágio, assentam todas elas na área
da natação.
As minhas atividades de estágio foram desenvolvidas em duas fases (fase de
observação, de colecionação).
O facto de o estágio ser dividido em duas fases, foi estipulado pelo professor
Luís Martins, que referiu que íamos começar pela observação e só posteriormente pela
colecionação.
Durante a Fase de Observação - observei os outros professores a lecionar as
aulas, com o objetivo de me familiarizar com o espaço e com as diferentes dinâmicas de
funcionamento das aulas. Fui observando os métodos de trabalho que cada professor
usava, os tipos de exercícios que faziam e o porquê dos mesmos, fui apontando quais os
feedbacks que iam dando e o modo destes interagir com as crianças. Também ia
observando o funcionamento da instituição, ao nível dos funcionários, ao nível de
rotinas entre outros aspetos. Nesta fase, ia apontando o que achava mais importante para
que no futuro caso precisasse dar uma aula, nos diferentes tipos de turmas, eu tivesse
uma ideia dos exercícios que os professores faziam com os alunos para não mudar por
completo.
Na Fase de Colecionação - assumi um papel mais ativo uma vez que já
auxiliava o professor titular da turma de bebés e de adultos nas diferentes tarefas da
aula. Dependendo do professor titular podia lecionar uma parte da aula. A parte da aula
era estipulada no início desta pelo professor, ou então ajudava o professor na lecionação
da aula, efetuando correções e dando “feedbacks” aos alunos. Nas aulas de natação para
bebés era onde tinha um papel mais interventivo pois o professor sempre nos deixou
20
ajudar na lecionação da aula, já na natação para adultos apenas colecionei uma aula e,
nas restantes atividades como AMA, Iniciação, Natação pura e Hidroginástica apenas
fiquei na fase de observação. Para cada aula que dava fazia o respetivo plano de treino
que segue em anexo (Anexo 5).
Ao longo deste período de estágio é grande a diversidade de pessoas com quem
lidei. Uns mais novos em fase de crescimento e outros mais adultos em fase de
envelhecimento. Como futura técnica de desporto, cabe-me a mim ter conhecimentos e
competências para trabalhar com qualquer população independentemente da sua faixa
etária.
Assim, o estágio a este nível enriqueceu os meus conhecimentos porque estive
em contato direto com populações de todas as faixas etárias que passam por aquela
instalação desportiva, permitindo-me assim adotar e adquirir formas de estar e intervir
com as diferentes faixas etárias.
Os níveis da natação que estive em contacto ao longo das duas fases foram
diferentes. Quanto ao nível de aprendizagem estive em contacto com os bebés e com a
turma G (AMA II). Já em relação à iniciação e aperfeiçoamento estive em contacto com
a turma Sapinhos (Iniciação I), com a turma F2 (Iniciação II/III), com a turma Baleias
(Iniciação II/III), com a turma Adultos 4 (Iniciação I/II), com a turma Adultos 3
(Manutenção).
Para além da natação, também contactei com alunos de hidroginástica.
No decorrer deste estágio foi me proposto pelo professor Mário Costa que
começasse a dar uma aula de natação nas piscinas do IPG à turmas de 2º ano de
desporto, aos alunos que tinham maior dificuldade em nadar.
Aceitei com agrado pois, foi uma mais-valia para mim em vários aspetos. Pude
lecionar eu a aula, onde podia verificar os aspetos em que mais me sentia à vontade e os
que menos me sentia à vontade, quais eram os meus pontos menos bons e os mais
fortes, para posteriormente quando me fosse pedido dar uma aula eu já ir com bagagens.
Atividades Pontuais
Participei numa formação da I Jornadas Técnicas da Guarda – Escolas de
Natação, que se realizou no auditório do museu municipal da Guarda, tendo como
principais temáticas a gestão e a organização de piscinas, cujos preletores foram o
professor Francisco Nunes licenciado em Educação Física e Desporto pela Universidade
do Porto, atual treinador de natação no FC Porto, Formador dos cursos de técnico de
21
natação da FPN de 1991 a 2004, entre outros marcos importantes no seu currículo e, o
professor João Alexandre licenciado em Animação Sociocultural pela Escola Superior
de Portalegre, Formador dos cursos de técnico de natação da FPN de 1986 a 2013,
preletor em diversas jornadas técnicas, entre outros marcos importantes no seu
currículo. Gostei imenso desta formação, foi muito útil para o ponto de vista
profissional. Gostei muito do preletor e das diferentes formas que ele foi dando a
informação dos diversos temas, sem dúvida que foi uma mais-valia.
Durante este estágio pude, também, ter oportunidade de tirar o curso Elementar
de arbitragem Natação Pura. O que na minha opinião foi uma mais-valia muito grande,
foi através desta que fiquei com um maior número de conhecimentos ao nível da
natação pura, e aprendi novos conceitos, segue em anexo o respetivo certificado (Anexo
7).
22
FIG. 10 – Mapa da Cidade de Penafiel
Fonte – www.google.pt
ÂMBITO DE ESTÁGIO 2
Caracterização da Cidade de Penafiel
Penafiel é concelho e freguesia
ao mesmo.
O Concelho de Penafiel ocupa uma
área de 212,2 km2 do interflúvio
formado pelo Douro, Tâmega e Sousa,
eixo de ligação entre o litoral e o
interior transmontano.
Tem 38 freguesias e mais de 72 000
habitantes (338,4 hab./ km2).
Como freguesia,tem uma área de 5,7
km2, onde nela habitam 7883 pessoas.
A sua densidade é de 1337 hab./km2
.
Antigamente conhecida como
São Martinho de Moázeres e como
Arrifana de Sousa, Penafiel é uma
cidade antiga, tendo sido comenda da Ordem de Cristo que auxiliou algum do seu
desenvolvimento na época medieval.
Ainda hoje toda a região de Penafiel mantém um aspeto graciosamente rural,
apesar de todo o desenvolvimento industrial e progresso que a região tem manifestado.
A arquitetura tradicional elaborada com os materiais da região, granito e xisto,
foi em muitos locais devidamente conservada.
Penafiel tem em sua posse importantes Monumentos, tais como a Igreja de São
Martinho. Também outros muito importantes como o altaneiro Santuário de Nossa
Senhora da Piedade ou do Sameiro, a Igreja da Misericórdia de Penafiel, a Igreja da
Ajuda, o Pelourinho, as Capelas de Santa Luzia, Nossa Senhora da Guia, São Roque,
São Cristóvão, entre outros pontos de interesse tais como o Museu Municipal.
Pela região encontram-se diversos Palacetes e Casas Senhoriais, bem como belas
Quintas, que mostram o poder económico que Penafiel tem conseguido ao longo dos
séculos, como por exemplo as Casas da Aveleda.
23
FIG. 11 – Símbolo do ADP
Fonte – www.adpenafiel.pt
Caracterização da Instituição
A Associação Desportiva de Penafiel é composta pelo conselho fiscal, membros
da assembleia fiscal e pela direção, onde estão o presidente, o vice-presidente,
tesoureira e vogais.
Quanto ao ADP posso dizer que as suas instalações se situam na rua das
palmeiras em Penafiel e são compostas por um pavilhão desportivo que possui um
campo multidesportos, onde se joga hóquei em patins, basquetebol, voleibol, futsal,
entre outras; e possui um campo mais pequeno ao lado que dá para jogar voleibol e
basquetebol.
O campo principal tem um tamanho de 40metros por 20 metros, tendo 800 m2
e,
o campo anexo tem um tamanho de 24,15metros por 11,65metros, tendo 281,35 m2.
Possui equipamentos de apoio tais como, marcador eletrónico, balneários,
gabinete médico, arrecadação de materiais e equipamentos, posto de receção e
atendimento, bar de apoio, bancadas com capacidade de 1168 lugares sentados e cerca
de 60 lugares de estacionamento.
A Associação Desportiva de Penafiel tem as seguintes modalidades desportivas:
Andebol Feminino
Futsal
Hóquei em patins
Kickboxing
Natação
Patinagem artística
Voleibol Feminino
24
FIG. 12 – Fotografia Exterior do
Pavilhão Fernanda Ribeiro
Fonte – Retirada de um documento
fornecido
FIG. 13 – Fotografia Interior do Pavilhão
Fernanda Ribeiro
Fonte – Própria
FIG. 14 – Fotografia Interior do Pavilhão da Escola
secundária de Penafiel nº1 – Sameiro
Fonte – Própria
Para a prática de voleibol dispomos de dois pavilhões para realizar os treinos. São eles:
O pavilhão Municipal Fernanda Ribeiro:
O pavilhão da Escola secundária de Penafiel nº1 – Sameiro
25
Organograma da Associação Desportiva de Penafiel
Dados de Identificação
Nome da instituição: Associação Desportiva de Penafiel
Morada: Pavilhão Desportivo Municipal Fernanda Ribeiro
E-mail: [email protected]
Horário de estágio na instituição: Quintas-feiras das 18:30h até às 21:30h;
Sextas-Feiras das 18:30h até às 22:30h;
Sábados/Domingos - Jogos
Período de Estágio: Iniciou dia 6 de Março e terminou dia 6 de Julho.
Presidente
Henrique Silva
Vice - Presidente
José Cunha
Tesoureira
Liliana Silva
Vogais
Mariana Lobo
Fernando Gaspar
Carlos Silva
Manuela Silva
Presidente Conselho
Fiscal
António Dias Gaspar
Presidente da assembleia
geral
Pedro Norberto
Direção
26
Revisão Bibliográfica
Conceito de jogo
Segundo a Federação Portuguesa de Voleibol (FPV), o Voleibol é um desporto
coletivo jogado por duas equipas num terreno de jogo dividido ao meio por uma rede.
O objetivo do jogo é fazer com que a bola passe por cima da rede, de maneira a
tocar o campo contrário e impedir, por outro lado, que ela toque no chão do nosso
campo. Cada equipa pode dar um máximo de três toques para passar a bola para o outro
lado (para além do toque do bloco).
O Voleibol é um dos desportos recreativos e de competição mais populares e
com maior êxito no mundo. É rápido, excitante e as suas ações são explosivas.
Compreende ainda vários elementos de crucial importância cujas interações o tornam
único entre este tipo de jogos.
Elementos de jogo
Segundo Jorge Aleix (2011), podemos identificar quatro elementos
fundamentais para o jogo:
Os jogadores
A bola
O campo
A rede
Quando estes se relacionam entre si estabelecem-se seis diferentes tipos de
relacionamento:
Campo – Bola
Podemos relacionar o campo com a bola através do ponto de impacto desta com
o mesmo. A diferença entre eles é bastante evidente, podendo a bola ter infinitos
pontos de contacto dentro do campo.
Campo – Jogadores
Dentro o campo é onde se evoluem e se desenrolam uma serie de relações entre
os seis membros da equipa, tanto a nível de compartimentação do campo, como
das áreas de influência e as zonas de incerteza.
27
Campo – Rede
A relação entre o campo e a rede está definida pela altura da mesma, que limita
o alcance das ações do ataque dos jogadores, mais concretamente dos ataques e
serviços para o campo adversário.
Jogadores – Bola
A bola é a ferramenta dos jogadores. Os jogadores relacionam-se com abola
mediante o contacto com eles mesmos. O que é preciso é que tais contactos com
a bola nos permitam que o seu alcance coincida com o objetivo previsto.
Jogadores – Rede
A relação dos jogadores com a rede define-se através dos fundamentos de ataque
e de bloco, porque são os que mais se relacionam com ela. O Facto de termos
que superar a altura da rede faz com que o voleibol se jogue numa dimensão
mais vertical que o resto dos desportos coletivos.
Bola – Rede
Relacionar o voo da bola com uma posição concreta da mesma e a da rede não é
um problema atual e desde há vários anos que se tem encontrado um sistema que
as relacione de uma maneira clara para o jogador, com o objetivo de definir o
tipo de colocação e a zona para as jogadas de ataque.
Fases de jogo
Por fase define-se as duas partes em que dividimos a totalidade do jogo, com o
objetivo de relacionar as diferentes sequências que se produzem assim como, a sua
aplicação durante o treino (Jorge Aleix, 2011). Estas fases são, portanto, divididas em
duas:
Serviço – ponto
A bola é posta em jogo com o serviço: o jogador que efetua o serviço bate a bola
de forma a enviá-la por cima da rede para o campo contrário. A jogada
desenvolve-se até que a bola toque no chão, seja enviada para fora ou uma das
equipas não a consiga devolver corretamente. Os elementos que configuram esta
fase são o serviço, o bloco (defesa de 1ª linha), a defesa do campo (defesa de 2ª
linha), o passe e a cobertura do ataque e o ataque.
28
Receção – ponto
É a ação de defesa em que, dentro de um dispositivo próprio, o jogador tentará
receber o serviço adversário. Um dos jogadores recebe a bola e envia-a ao
jogador encarregado da construção do ataque (passador) e, este envia a bola a
qualquer um dos jogadores encarregados de realizar o ataque, sempre que seja
possível com a cobertura prévia dos companheiros de equipa mais próximos
dele. Os elementos que configuram esta fase são a receção, o passe, a cobertura
do ataque e o ataque.
Tipos e métodos de treino
Treino da força
A força tem um papel bastante importante para o rendimento dos jogadores de
voleibol. Neste desporto a força motora manifesta-se em diferentes formas: a força
explosiva, a força máxima e a força de resistência. Segundo Raposo (2005):
Força Explosiva ou força rápida: entendida como a capacidade de o sistema
neuromuscular vencer resistências com uma elevada velocidade de contração;
Força Máxima: Corresponde à maior tensão que o sistema neuromuscular pode
produzir numa contração voluntária máxima;
Força Resistência: Corresponde à capacidade do organismo resistir ao
aparecimento da fadiga, em solicitações de prestação de força, durante um
período de tempo prolongado.
Treino da velocidade
A velocidade é a capacidade de conseguir uma rápida reação e um movimento
máximo em determinadas condições estabelecidas. Esta capacidade física só se pode
manifestar por completo se o rendimento do atleta não estiver comprometido pela
fadiga.
É importante não deixar esta capacidade física de lado nos treinos pois,
funcionam todas como um todo. É crucial para o atleta ter uma boa capacidade de
reação perante as situações que lhe vão surgindo, quanto melhor for a capacidade de
reação e de movimento melhor será o seu rendimento (Gerard Moras).
29
Treino da resistência
A resistência é a qualidade física que permite um contínuo esforço, proveniente
de exercícios prolongados, durante um determinado tempo e, tem diferentes funções no
voleibol: Manter, durante o máximo de tempo possível, uma intensidade ótima,
potenciar a capacidade de suportar as cargas de treino e as cargas da competição,
acelerar o processo de recuperação após o esforço e, estabilizar a técnica desportiva e a
capacidade de concentração.
Treino da flexibilidade
A flexibilidade é a capacidade de aproveitar ao melhor nível as possibilidades de
movimento das articulações. Para uma boa flexibilidade desde cedo é necessário alongar
os pequenos grupos musculares, fortalecer a musculatura debilitada e combinar o treino
da força e da resistência com o alongamento.
Treino da técnica
Para que o treino seja equilibrado, nunca se deve descuidar o desenvolvimento
paralelo das diferentes formas de solicitação motora e técnica. Uma das formas de cada
jogador melhorar as suas técnicas quer individuais quer coletivas, é fazendo cada vez
mais um número mais de repetições de um dado movimento, o que vai exigir por parte
do mesmo um esforço mental sobre os requisitos técnicos.
Segundo Schnabel Meinel (1997) citado por Gerard Moras, estas melhoras
estruturam-se geralmente em três fases: nível de principiantes, nível avançado e nível de
domínio.
O nível de principiante diz respeito desde os primeiros treinos até que os
movimentos saiam mais ou menos bem estruturados. A característica mais importante
deste nível é a permanente troca de informações entre o treinador e os seus jogadores.
Segundo Neumaies Grosse (1986) citado por Gerard Moras, o nível avançado é
quando o treino se centra no aperfeiçoamento das imagens dos movimentos e da
eliminação de movimentos desnecessários e do excesso de tensão muscula.
Com a prática, os jogadores devem conseguir alcançar e manter o objetivo
principal deste nível, que é o desenvolvimento da coordenação detalhada dos
movimentos e da criação de imagens mais translúcidas dos movimentos.
Já no nível de domínio deve caber ao jogador um verdadeiro estado do mesmo
em que se possa dispor da técnica de forma variável e ao mesmo permaneça estável
30
perante situações extremas de nervosismo, como é o exemplo de competições difíceis,
torneios, entre outros fatores que podem interferir na capacidade física e mental do
jogador.
Treino cognitivo tático
Aqui podemos dizer que a parte técnica está separada da parte cognitiva-tática
para diferenciar vários aspetos, mas nunca se deve esquecer que a formação técnica e
cognitiva – tática deve desenvolver-se paralelamente.
A tática desportiva baseia-se nas capacidades cognitivas, nas habilidades
técnicas e nas capacidades psicofísicas e, tem como objetivo o comportamento ótimo do
respetivo jogador em competição.
Planificação do treino no Voleibol
A periodização anual não é necessária para as idades que ainda estão em
formação dos conhecimentos básicos, o treino básico e a iniciação do voleibol.
Só a partir dos 13/14 anos de idade a intensificação progressiva do rendimento
obriga-nos a recomendar planos anuais com os seus correspondentes períodos
(preparatório, de competição e transitório).
Já há bastante tempo que se diz que a planificação do treino desportivo é antes
de tudo o resto o resultado do pensamento do treinador. Este pensamento deve estar o
mais distanciado possível de toda a improvisação, deve integrar os conhecimentos num
sistema estrutural e organizado e mais perto da ciência e tecnologia.
Segundo Bompa (2001) citado por Emerson o programa anual é uma ferramenta que
norteia o treino atlético. Ele é baseado num conceito de periodização, que, por sua vez,
se divide em fases e princípios de treino. O conhecimento existente sobre a planificação
desportiva, assim como o controlo do treino, é algo que não escapa a nenhum
profissional, ou que pelo menos não devia escapar.
Segundo Sancho, J.A. (1997) citado por Emerson, os conceitos da planificação
são os seguintes: A planificação não intuitiva, não pode ser à sorte. Pelo contrário, tem
que seguir um processo; Os objetos devem estar de acordo com os problemas e
necessidades, devendo aqueles estabelecer-se e determinar-se claramente. Pelo contrário
se corre o risco de planificar um processo encaminhado para algo diferente de que
realmente se precisa para o primeiro dos casos e sem saber para que no segundo; As
31
metas, os objetos e em última instância os fins devem ser alcançáveis; A planificação é
um processo sequencial e logicamente ordenado; A planificação está imersa no meio
ambiente, não podendo nem desprezar nem trabalhar a margem do mesmo e toda
planificação pressupõe uma troca efetiva com respeito a situação existente de como se
começa.
Treinador de Jovens
Segundo Borges (2012) na maior parte dos casos o treino de jovens atletas é
dirigido também por jovens treinadores, no início da sua carreira. A própria estruturação
legal da carreira de treinador está ajustada a este modelo.
Segundo O’Connor & Bennie, (2006) citado por Borges, apesar da adesão dos
jovens à prática desportiva ter aumentado muito nos últimos anos, é reduzido o suporte
educacional, social, financeiro e psicológico que estes treinadores têm. Isto vai fazer
com que passe a existir uma taxa de abandono cada vez mais elevada e,
consequentemente, que o número de treinadores experientes nesta área diminua.
Segundo Coelho e Silva, Rocha e Gonçalves (2006), citado por Borges, numa
primeira fase a preocupação que os treinadores têm não é de todo a característica
financeira, mas posteriormente já é uma condicionante que na maioria dos casos faz
com que os mesmos treinadores abandonem a equipa pois, estão desanimados e mais
interessados em ir para outras equipas com atividades materialmente mais proveitosas
ou com um maior potencial de realização social e bem como pessoas. Ainda assim,
outros autores defendem que existem três categorias de treinadores de jovens, são eles:
Treinadores voluntários: São os que trabalham em diferentes contextos, quer
estes sejam desporto de competição ou desporto de participação;
Pessoa que trabalham mas que estudam ao mesmo tempo e, são pagas para
treinar, como por exemplo um aluno ou um professor para treinar a equipa da
escola;
Pessoas que trabalham a tempo inteiro, ou seja, que são treinadores como
profissão principal.
32
Objetivos
Objetivo geral – Aprofundar os conhecimentos técnicos e pedagógicos no
âmbito do voleibol;
Objetivos específicos
Conhecer os modelos de ensino e métodos de treino e sua aplicabilidade
no escalão de minis;
Conhecer os métodos de treino e sua aplicabilidade no escalão de
infantis;
Conhecer os métodos de treino e sua aplicabilidade no escalão de
juniores.
Atividades desenvolvidas
Metodologia aplicada
A metodologia aplicada utilizada neste segundo estágio foi a seguinte:
Comecei com uma observação sobre a instalação, sobre os equipamentos
possuídos, os métodos de trabalho de cada funcionário, o funcionamento dos treinos e
dos jogos e, qual a relação que todos mantinham entre si. Nos treinos das infantis
comecei com a observação de diversos aspetos, nomeadamente, observar a rotina da
equipa e do treinador, observar os métodos de treino utilizados, observar o modo de
interação entre treinador-atleta para posteriormente passar a coorientação e no fim a
treinar sozinha. Nos treinos das juniores para além de observar era também participante,
pois o número de atletas é reduzido, fazendo assim falta mais uma pessoa a treinar.
Como já joguei neste escalão, não senti dificuldade em integrar-me nem em dar
diferentes feedbacks às atletas. No escalão das minis para além de observar ia dando
dendo feedbacks às atletas.
Nos escalões mais novos senti-me um pouco insegura ao início porque nunca
tinha lecionado seja o que for para atletas tão novas. Posso dizer que ao mesmo tempo
me sentia com medo mas também entusiasmada, pois sempre foi uma população que me
cativou. Tal como tava à espera não foi muito difícil integrar-me, pois aos poucos ia-me
sendo pedido para dar diferentes partes do treino, e quando o fazia sentia uma grande
33
atenção por parte das atletas, o que perante o início do estágio, me deixou bastante
contente e realizada. Aos poucos foram dando muito valor à minha posição.
Ao passar a dar os treinos e ser “treinadora” penso que as minhas dificuldades
acresceram mas também diminuíram. Acresceram pois comecei a notar que era eu a
responsável pelos resultados daquele treino, ficava com receio de não conseguir realizar
o meu trabalho, mas também diminuíram, pois tive sempre o treinador que me ajudou,
indicando como deveria fazer, como deveria posicionar-me, como deveria falar, entre
outros aspetos de índole pedagógica. No final da semana fazia um relatório abrangente
referente aos treinos que observei e que ajudei, cuja exemplo de relatório semanal segue
em anexo (Anexo 4), assim como preenchia as horas feitas durante essa semana na folha
anual de horas estagiadas que segue em anexo (Anexo 10).
Atividades desenvolvidas durante o estágio
As atividades que desenvolvi ao longo deste estágio, assentam todas elas na área
do ensino do voleibol.
As minhas atividades de estágio foram desenvolvidas em três fases (fase de
observação, de colecionação e de lecionação).
O facto de o estágio ser dividido em três fases, foi estipulado pelo professor Rui
Teixeira, que referiu que íamos começar pela observação e só posteriormente pela
colecionação e lecionação, o que assim me proporcionou uma aprendizagem mais
enriquecedora podendo assim, aumentar os meus conhecimento e tornar a minha
bagagem muito mais rica e alargada.
Durante a Fase de Observação – observei o treinador a lecionar os treinos, com
o objetivo de me familiarizar com o espaço e com as diferentes dinâmicas de
funcionamento dos treinos. Nesta fase, ia apontando o que achava mais importante para
que no futuro caso precisasse dar um treino, nos diferentes tipos de equipas, eu tivesse
uma ideia dos exercícios que os professores faziam com as atletas para não mudar por
completo.
Na Fase de Colecionação – assumi um papel mais ativo uma vez que já
auxiliava o treinador nas diferentes tarefas do treino, como ajudar na ativação funcional,
ajudar na lecionação de exercícios de melhoramento do ataque e ajudar no retorno à
calma. O professor pedia-me para lecionar uma parte da aula. A parte da aula era
estipulada no início desta pelo professor, ou então ajudava o professor a dar o treino,
34
efetuando correções às atletas e dando “feedbacks” às mesmas, nomeadamente
feedbacks positivos e de correção, como por exemplo “É isso, estás a fazer bem,
continua assim” e “Estás lá, mas se fizeres assim ainda consegues melhorar”,
respetivamente. Nesta fase comecei a sentir-me mais à vontade e a ganhar mais gosto
por aquilo que estava a fazer. O professor ia-me corrigindo conforme eu ia falando ou
ajudando as atletas.
Na Fase de Lecionação – esta fase consistiu na minha avaliação prática. Esta
fase é caracterizada pela lecionação autónoma, isto é, em que a estagiária demonstra que
adquiriu ao longo das duas fases anteriores, competências teórico – práticas, para
assumir a liderança e controlo das diferentes turmas e níveis de aperfeiçoamento e
aprendizagem. Foi nesta fase que eu me deparei com algumas dificuldades mas também
com algumas certezas do que fui vendo nos meses anteriores. Aos poucos, iam-me
pedindo para dar um treino aqui e um treino ali, até que começou a ser mais frequente
podendo eu ser mais interventiva e aprendendo mais. Para cada treino que dava fazia o
respetivo plano de treino que segue em anexo (Anexo 6).
Ao longo deste período de estágio a maioria das pessoas com quem lidei, foram
crianças e jovens. As minis que andavam em idades entre os 10 e os 12 anos, as infantis
entre os 12 e os 14 anos de idade, as cadetes entre os 15 e 16 anos de idade as juniores
entre os 17 e 19 anos de idade.
Assim, o estágio a este nível enriqueceu muito os meus conhecimentos porque
estive em contato a população que mais gosto, as crianças, permitindo-me assim adotar
e adquirir novas formas e estratégias para lidar com elas.
No decorrer deste estágio para além dos treinos já marcados pelo treinador para
a época, perguntei se quando as atletas tivessem o fim-de-semana as poderia levar para
o parque da cidade para praticarmos voleibol ao ar livre. Desde logo, os treinadores
abraçaram a ideia e também começaram a ir comigo. Outras vezes, quando era
impossível para os treinadores por motivos pessoais ou de jogo, eu responsabiliza-me
pela equipa. Penso que foi uma mais-valia, principalmente para as infantis e para mim,
pois através destes dias que passamos no parque a aprender e a divertir ao mesmo
tempo, criou-se uma ligação muito mais forte.
Muitas vezes solicitei para ir fazer marcador nos jogos. Era com agrado que o
fazia até porque assim ficava a conhecer melhor como funcionava o jogo num todo, e
como estava sentada a observar de quem era o ponto para poder assinalar, fui
35
aprendendo melhor quais os erros e faltas mais comuns a que devemos estar atentos
enquanto treinadores.
Após estar a fazer marcador de vários jogos, cheguei à conclusão que devíamos
fazer o mesmo nas infantis, devia estar alguém parado a reparar em todas as falhas e
sucessos das atletas, para que se possa melhorar. Então, sugeri ao treinador que
começássemos a gravar partes dos treinos e os jogos também. Pois, com vídeo podemos
aproximar, ou passar a imagem mais lenta de maneira a que consigamos ter uma maior
noção do erro e corrigi-lo. O treinador começou por experimentar nos treinos, e
analisando os vídeos em casa e por vezes também nos treinos, conseguimos que
diversas atletas melhorassem diferentes aspetos técnicos, como o remate, a chamada, o
salto, a colocação dos pés das mãos, entre outros aspetos. Posteriormente, começamos
então a filmar os jogos. O que do meu ponto de vista, foi muito vantajoso. Pois, depois
de mostrarmos os vídeos às atletas elas próprias já identificavam os seus erros e
reparavam como se deviam posicionar tanto para a defesa como para o ataque.
Estava sempre meia hora antes de cada treino no respetivo pavilhão para montar
os campos e preparar o material. Ajudava sempre na realização das tarefas quer das
atletas, quer do treinador.
Estive presente no III Ciclo de conferências desportivas – dirigir o desporto em
tempos de crise, cujo Poster segue em anexo (Anexo 8). As conferências focaram-se em
quatro diferentes temas, o primeiro foi sobre Liderança e Coaching, o segundo foi sobre
Organização de Eventos, o terceiro foi sobre Planeamento e Estratégia e, o quarto e
último tema foi sobre a Gestão e Marketing. Penso que para o meu futuro como
profissional de desporto, as opiniões e conselhos que ouvi destas pessoas vão-me ser
muito uteis.
Ao se aproximar o final da época, reparei que não se costumava realizar nada,
apenas os treinos como sempre, sem nenhum dia diferente. Foi então que propus ao
treinador falar com as restantes equipas e organizarmos um torneio de pais e filhos. Ao
início todos se riram e levaram um pouco para o lado da brincadeira, uma coisa fora de
comum. Até mesmo as atletas acharam impossível, pois os pais não iriam jogar.
Para admiração de muitos, o convite foi aceite com muito agrado.
Principalmente pelos pais, que eram as pessoas que eu mais temia que me criticassem.
Organizamos então o torneio para o dia seis de julho, durante toda a manha. O
objetivo era cada atleta trazer um familiar, de preferência o pai ou a mãe. Fizeram-se
torneios de dois contra dois, por escalões, até encontrarmos um vencedor. Foi uma
36
manha muito bem passada por todos, tendo no final um carinho muito grande
demonstrado pelos familiares.
37
Reflexões Finais
Nesta reflexão de Estágio na GCD e na ADP, relato o meu trabalho realizado
durante estes nove meses, e os objetivos pessoais que desenvolvi com as distintas faixas
etárias por que passei; os meus pontos fortes e os meus pontos a melhorar, e as
competências adquiridas.
Ao início, durante o estágio nas piscinas, a minha adaptação foi difícil, mais do
que estava a espera, uma vez que sentia que eles receavam pelo, mau, trabalho que
poderíamos fazer. Ainda assim, no que diz respeito aos professores e auxiliares em si,
senti-me bem acolhida, foram todos bastante simpáticos e atenciosos. Com o passar do
tempo cada vez me custava menos estar lá, pois ia-me sentindo atraída por diversas
aulas lá lecionadas, a minha curiosidade e expectativa em poder dar aulas a bebés,
crianças e adultos era grande, embora com medo de falhar, era bastante grande.
Contudo, o estágio não correu como eu estava à espera, levando-me por isso
mesmo a mudar de estágio no segundo semestre.
A minha relação com o orientador Luís sempre foi razoável, ele sempre nos
tratou bem. Agora refletindo, penso que talvez deveria ter sido mais “chata” e “pedir”
para fazer alguma coisa, mas ainda assim acho que por parte da instituição faltou
vontade de nos pôr na parte prática.
Começamos com a observação, mas sempre na esperança de vir a coorientar e
até mesmo a lecionar. Mas com o tempo o nosso papel não passava de meros
observadores. Para piorar, os nossos restantes colegas diziam-nos que já estavam a
ajudar, já estavam a coorientar, já estavam até mesmo a lecionar, e nós não saíamos da
observação. Penso que deveria mostrar mais a minha vontade e não me sentir tão
receosa, mas considero que faltou um pouco de incentivo por parte da instituição. Na
minha opinião nenhum de nós conseguiu dizer que gostava de dar uma aula pois tudo
nos levava a querer que não queriam que dessemos, não por não gostarem de nós, mas
por medo de falharmos, e terem os pais dos diferentes atletas a observar todas as aulas,
o que poderia correr mal para o lado dos professores caso nós fizéssemos asneira. Ainda
assim, acho que o papel do estágio curricular, é proporcionar diferentes experiências aos
alunos, achando assim que a parte de errar e errar e errar até acertar faz parte do
processo de formação. Já sentindo que não podia errar, este ambiente, levava-me a ficar
mais calada com medo de dizer ou fazer alguma coisa que estivesse mal.
38
Posto isto surgiu a proposta de mudar de estágio e eu pensei logo em dizer que
sim. Contudo, falei com o Professor Luís antes a perguntar se havia algum
inconveniente, se já contavam comigo para alguma coisa, pois não queria deixa-los na
mão em nada. Visto que a resposta do professor foi “não”, que não havia problema, eu
não ia prejudica-los em nada optei por aceitar assim o meu estágio no Voleibol.
E falando com os meus colegas de estágio das piscinas, não me arrependo em
nada de ter mudado, pois até quase acabar as aulas, eles ainda não tinham passado da
observação. Na minha opinião acho exagerado termos que observar quase dois
semestres, pois não considero isso útil na nossa vida profissional, acho que deviam
apostar mais na parte prática, não reduzindo a importância da observação, mas dois
semestres é muito!
Posto isto, e depois de tratar de todas as coisas com o orientador Mário Costa e o
GESP mudei de estágio.
É claro que nas primeiras semanas, um mês talvez, fui apenas observando e
acompanhando o treinador nos diferentes aspetos dos treinos, e achei que foi bastante
importante, tanto para me integrar nos diferentes escalões como para ter noção de como
era o ambiente, de como eram os treinos, relação treinador-atleta, etc.
Passado algumas semanas, foi-me começado a ser proposto ir dando a parte
inicial do treino. Admito que fiquei muito nervosa, pois embora tenha sido uma coisa
que queria ouvir há muito, sentia-me com medo de falhar por ser a primeira vez.
Mas nada que não passe, depois do segundo e terceiro treino. Depois de sentir
que me acham precisa e gostam do meu trabalho, era com todo o entusiasmo que dizia
que sim e pedia para fazer ou ajudar sempre em mais alguma coisa.
Os meus objetivos pessoais e gerais eram: que estes se sentissem bem a praticar
desporto e que sentissem que o facto de estar ali a treinadora a dizer que está mal ou
está bem não era apenas para dizer que tinha de fazer aquilo, mas sim para que eles
conseguissem evoluir no jogo, que melhorassem o seu aperfeiçoamento em relação à
técnica. O meu objetivo era incentivá-los à prática desportiva e a nunca desistirem,
realçando sempre que as notas da escola teriam de ser sempre boas, que só iam
beneficiar com isso, que compreendessem também que para além de estarem a praticar
voleibol por gosto, era também importante para a saúde ter sempre algum tipo de
atividade física presente. E acho que esse objetivo foi mais que conseguido.
Simultaneamente consegui aprofundar os conhecimentos técnicos e pedagógicos
no âmbito do voleibol culminando com uma melhoria da técnica das atletas a meu
39
cargo, o que me deixa satisfeita e realizada, uma vez que fiz um bom trabalho nesse
aspeto. Quanto aos objetivos específicos do voleibol o aperfeiçoamento da técnica cada
vez ia evoluindo, mas sei que ainda tenho que trabalhar mais nesse aspeto, mas sem
dúvida que melhoraram bastante durante este tempo, houve uma grande evolução tanto
a nível do aperfeiçoamento do passe, na manchete e no serviço (mais para as atletas que
eram novas na equipa).
Um aspeto menos positivo que eu senti em relação a este estágio foi a
disponibilidade das instalações e espaços desportivos para os treinos dos diversos
escalões. Acho que é preciso mais organização nesse aspeto e também na maneira de
planear e deixar claro às atletas qual o trabalho a fazer durante a época. Outro aspeto
menos positivo são os transportes, visto que o ADP não tem muitas possibilidades
financeiras os meios de transporte para as atletas aos jogos fora não são assegurados.
Como último aspeto menos positivo, considero que o facto de o treinador estar lá sem
receber acaba por influenciar um pouco a prestação da equipa, pois embora seja preciso
muito gosto para perder fins-de-semana e dias da semana, fora da família, para treinar
uma equipa onde não recebe, acho que a motivação começa um pouco a ir abaixo.
Pontos positivos: a minha relação com as atletas era bastante boa o que tornou as
coisas mais fáceis e facilitou a minha integração. O que me facilitou também o trabalho
foi gostar de trabalhar com uma população mais novinha; sou bastante paciente com
elas e ajudei sempre que fosse preciso e tentei ajudá-los e corrigi-los de maneira correta
para a sua aprendizagem de algum gesto motor; expliquei e demonstrei os exercícios
para elas executassem; quando me proposto tentei que os exercícios os cativassem e
motivassem para a prática da modalidade.
Em relação às competências adquiridas, foi constante a aprendizagem ao longo
da realização de estágio, adquiri capacidade empenhamento, dedicação, confiança,
pontualidade, organização, autoestima, empenhamento de atividades, autonomia,
iniciativa, transferibilidade de conhecimentos adquiridos no curso do saber ser (diz
respeito à técnica), do saber estar (em relação à postura, mantive sempre uma postura
correta) e do saber fazer/executar as atividades propostas no estágio.
A nível académico permitiu-me reforçar conhecimentos sobre questões
associadas ao treino, o que fazer e o que dizer em diferentes situações.
Durante a realização deste estágio, foi-me permitido também melhorar o meu
relacionamento social, desenvolvendo a capacidade de comunicação, que era um aspeto
menos positivo em mim, em especial com este género de população, pois estavam
40
sempre a fazer barulho e não era com facilidade que conseguia chamar a atenção delas.
Desenvolvi também, durante a realização do estágio, técnicas e estratégias para
aprender a lidar com cada tipo criança, pois apercebi-me que existem muitas crianças
com diversas restrições, vergonhas, manias, cada um tem a sua própria maneira de agir,
de reagir a certas situações, e saber dizer o que é preciso na altura certa foi crucial.
Tudo isto aumentou, e muito, a minha bagagem no que diz respeito á minha área
profissional.
Como propostas para futuros estágios, seria interessante regulamentar a
atividade do estagiário através: (i) da quantificação das aulas que deverão ser dadas por
ele individualmente para que este possa desfrutar o máximo da aprendizagem prática;
(ii) da identificação do número mínimo de ações de formação a comparecer; (iii) e da
experiência de contacto com diferentes tipos e géneros de populações e/ou faixas etárias
dentro do mesmo âmbito de estágio.
41
Bibliografia
Ahr, B., & Kuenzi, I. (2006). nadar con bebés y niños pequeños (6ª edição ed.).
Barcelona: paidotribo;
Aleix, J. (2011). Voleibol Entrenamiento por fases. Barcelona: Paidotribo;
Barbosa, T., Costa, M. et al. (2010). Tarefas alternativas para o ensino e
aperfeiçoamento das técnicas alternadas de nado. EFDeportes.com, Revista Digital, nº
143;
Barbosa, T., Costa, M. et al. (2011). Tarefas alternativas para o ensino e
aperfeiçoamento das técnicas simultâneas de nado. EFDeportes.com, Revista Digital, nº
156;
Barbosa, T., Costa, M. et al. (2012). A adaptação ao meio aquático com recurso a
situações lúdicas. EFDeportes.com, Revista Digital, nº 170;
Barbosa, T., & Queirós, T. (2004). Ensino da Natação. Xistarca;
Borges, J. (2012). Ser Treinador (1ª Edição ed.). APTN;
Camus, J. Las prácticas acuáticas del bebé. Barcelona: paidotribo;
Daiuto, M. Voleibol - Regras Comentadas - técnica - tática. São Paulo: Cia. Brasil
Editora;
Durrwachter, G. (1984). Voleibol Treinar Jogando. Rio de Janeiro: Ao livro técnico;
Farto, E. (2002). Estrutura e planificação do treinamento desportivo. EFDeportes.com,
Revista Digital, nº 48;
Idorn, J. Ntação para crianças (2ª Edição ed.). Lisboa: Editorial Presença;
Lucas, J. El Voleibol Iniciación y Perfeccionamiento. Barcelona: Paidotribo;
42
Luque, R. Guia de las actividades acuáticas (2ª Edição ed.). Barcelona: Paidotribo;
Miguel, M. A versatilidade da hidroginástica. Training A revista profissional do
desporto, nº 9;
Moras, G. La preparación integral en el voleibol. Barcelona: Editorial Paidotribo;
Pérez, E., & Pérez, F. Educación infantil en el medio acuático. Madrid: Gymnos
editorial;
Prieto, A. Natación para adultos. Madrid: Gymnos editorial;
Sarmento, P., & Carvalho, C. (1982). Aprendizagem Motora e Natação. Lisboa:
Centro de Documentação e Informação;
Http://www.adpenafiel.pt/; (Visto a 3 de Junho de 2014)
Http://www.alunosonline.com.br/educacao-fisica/natacao.html; (Visto a 3 de Junho de
2014)
Http://www.cmpenafiel.pt/VSD/Penafiel/vPT/Publica/AccaoMunicipal/Desporto/Assoc
iativismo/associacaodesportivapenafiel.htm; (Visto a 3 de Junho de 2014)
Http://www.coladaweb.com/educacao-fisica/requisitos-de-performance-de-treinamento-
do-voleibol; (Visto a 20 de Junho de 2014)
Http://www.drelvt.min-edu.pt/de/normativos/reg-esp-voleibol.pdf; (Visto a 19 de Junho
de 2014)
Http://www.fpnatacao.pt/natacao-pura/historico-selecao-nacional-de-natacao-pura;
(Visto a 24 de Junho de 2014)
43
Http://www.fpnatacao.pt/federacao/documentos/regulamentos; (Visto a 3 de Junho de
2014)
Http://www.fpvoleibol.pt/historia/historiavoleibol50anos.htm; (Visto a 3 de Junho de
2014)
Http://www.fpvoleibol.pt/regras_indoor/Regras_Voleibol_2013-2016.pdf; (Visto a 24
de Junho de 2014)
Http://www.guiadacidade.pt/pt/poi-penafiel-20965; (Visto a 3 de Junho de 2014)
Anexos
Anexo 1 Plano de Estágio Piscinas Municipais da
Guarda
Anexo 2 Plano de Estágio Associação Desportiva de
Penafiel
Anexo 3 Exemplar de Relatório Semanal Piscinas
Municipais da Guarda
Relatório Semanal
Na terça-feira, dia 10 de Dezembro, observei as aulas de Adaptação ao Meio
Aquático (AMA) e Iniciação Adultos. Onde tirei apontamentos da aula de AMA, para
conseguir fazer um plano de aula com os exercícios que o professor Luís Martins deu.
Na quarta-feira, dia 11 de Dezembro, iniciei as minhas aulas ao 2º ano de
desporto. Na minha opinião correu bem. Estiveram lá sete pessoas, das quais
colaboraram em tudo nos exercícios propostos. Reparei que desses sete apenas dois
possuem algumas dificuldades, estando o resto das pessoas muito à vontade dentro dos
exercícios que lecionei, pelo que penso na próxima aula mudar a minha estratégia de
ensino visto que a maioria já sabe nadar particularmente bem.
Depois às 17h 30m fui de novo para as piscinas onde observei as aulas de
Iniciação I e II, Hidroginástica e Manutenção de adultos.
No sábado, dia 14 de Dezembro, fui a uma formação de Gestão de piscinas que
se realizou entre as 9 da manha até às 7 da tarde no auditório do museu municipal da
Guarda. Gostei imenso desta formação, foi muito útil para o ponto de vista profissional.
Gostei muito do preletor e das diferentes formas que ele foi dando a informação dos
diversos temas. Foi uma mais valia.
Rita Bessa
Anexo 4 Exemplar de Relatório Semanal Associação
Desportiva de Penafiel
Relatório Semanal
Na quinta-feira, dia 6 de Março, observei o treino das infantis que decorreu no
pavilhão da Escola secundária de Penafiel nº1 – Sameiro. Cheguei às 18h30m, comecei
a montar os campos e o material necessário. Depois de dado o início do treino fiz o
aquecimento com uma atleta que tinha chegado à pouco tempo e depois observei o resto
do treino. No fim ajudei a desmontar os campos e a arrumar o material todo e fui
embora por volta das 21h30m.
Na sexta-feira, dia 7 de Março, observei o treino das infantis que decorreu no
pavilhão Desportivo Fernanda Ribeiro. Cheguei às 18h30m ao campo e não foi preciso
montar a rede nem preparar nada pois a treinadora das minis estava a dar treino. Fiquei
a observar essa meia hora que faltava para o treino das infantis começarem. Durante
este treino apenas fui observadora. Às 20h30m terminou o treino e começou o das
juniores. Juntei-me a elas e realizei quase o treino todo, pois elas são poucas e um
elemento faz sempre falta. Deu-se por terminado o treino às 22h00m, ajudei a arrumar
tudo e desmontar o campo e fui embora.
No sábado, dia 8 de Março, fui observar o meu primeiro jogo das infantis. O
jogo realizou-se em Viana do Castelo, ficando um resultado final de VC Viana 3 – 0
ADESP.
Durante a viagem de regresso a casa foi-se falando de como correu o jogo, e eu
dei a minha opinião, dizendo quais foram os aspetos menos conseguidos e os melhores
conseguidos. Embora tenhamos perdido 3-0 considerei que foi um bom jogo.
Rita Bessa
Anexo 5 Planos de Treino no âmbito de estágio das
Piscinas Municipais da Guarda
1
Aula N.º: 1 Data: 11/12/2013
Unidade Didáctica: Natação
Hora: 15h30 min (aproximadamente) N.º Alunos: 10
Espaço: Piscinas Duração: 1h00 min.
Material: Touca, fato de banho/boxer, óculos, prancha. Função Didáctica: Consolidação e domínio
Exigências Técnicas:
Manter a elevação do cotovelo até à entrada da mão na água no prolongamento do ombro e o mais longe possível, iniciando de imediato o trajeto propulsivo,
com saída da mão ao nível da coxa;
Realizar os batimentos de pernas sem quebra de ritmo no momento de inspiração;
Efetuar a respiração com rotação da cabeça (sem elevação exagerada), inspiração no final da puxada e expiração completa durante a imersão da cabeça.
Parte
Competências Específicas Organização Didáctico Metodológica/
Descrição dos Exercícios Esquema do exercício
I
N
I
C
I
A
L
15’
Activação cárdio-respiratória e mio-
articular;
Despertar a disponibilidade de
exercitação;
Lateralidade;
Preparação funcional do organismo
para as cargas seguintes (aquecimento).
Com prancha, quatro piscinas de pernada crol
(respirar à frente);
Com prancha, quatro piscinas de pernada crol
(respirar ao lado);
2
F
U
N
D
A
M
E
N
T
A
L
30’
Destreza;
Lateralidade;
Resistência.
6 piscinas de pernada segurando a prancha na frente
com as duas mãos;
6 piscinas segurando a prancha na frente, realizando
a braçada e recuperar o braço, arrastando a mão pela
coxa, passando pelas costelas e chegando às axilas, a
mão segue em direção à prancha, mantendo um nível
mais baixo do que o cotovelo. 3 piscinas cada braço;
6 piscinas sem a prancha, alternando três braçadas
para cada lado, além de arrastar a mão no corpo, na fase
de recuperação, também estar atenta para a entrada e
saída da mão;
6 piscinas respirando a cada braçada;
6 piscinas de crol alternado: 3 braçadas com o braço
direito, 3 braçadas com o braço esquerdo e 6 braçadas
alternadas, respirando a cada três braçadas;
6 piscinas de crol respirando a cada três braçadas.
3
F
I
N
A
L
15’
Retorno à calma - relaxamento
muscular e incentivo para uma próxima
aula;
Lateralidade.
4 piscinas costas costas;
Flutuação dorsal;
Alongamentos dentro de água.
Aula N.º: 1
Duração: 10 min Aula: Iniciação Adultos
Espaço: Piscina
Pequena
N.º Alunos: 8
Material: Touca, fato de banho/boxer, óculos, batatas e peças de unir as batatas
Nome do exercício: Barco a vapor
Conteúdo: Propulsão
Descrição do exercício: Unir as batatas com as respetivas ligações
para se fazer um barco a vapor.
1º - A aluna realiza quatro piscinas colocando-se dentro do barco,
batendo as pernas em crol para deslocar a embarcação.
2º - A aluna realiza quatro piscinas colocando-se dentro do barco,
batendo pernas em costas para deslocar a embarcação.
Anexo 6 Planos de Treino no âmbito de estágio da
Associação Desportiva de Penafiel
Anexo 7 Certificado do curso Elementar de
Arbitragem Natação Pura
Anexo 8 Cartaz do III Ciclo de Conferências
Desportivas - Dirigir o Desporto em tempos de crise
Anexo 9 Registo de horas de estágio nas Piscinas
Municipais da Guarda
Anexo 10 Registo de horas de estágio na Associação
Desportiva de Penafiel