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2015 Relatório de Estabilidade Financeira

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2015Relatório de Estabilidade Financeira

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Relatório de Estabilidade Financeira

Publicação do Banco Nacional de Angola (BNA)

É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte: Relatório de Estabilidade Financeira.Eventuais divergências entre dados e totais ou variações percentuais são provenientes de arredondamentos.Não são citadas as fontes das tabelas e dos gráficos de autoria exclusiva do Banco Nacional de Angola.

Banco Nacional de AngolaAv. 4 de Fevereiro nº 151 - Luanda - Angola Caixa Postal 1243 Tel.: (+244) 222 679200

www.bna.ao

Objectivo Do Relatório De Estabilidade FinanceiraNo âmbito das atribuições conferidas ao Banco Nacional de Angola, por intermédio da sua Lei Orgânica, Lei n.º 16/10, de 15 de Julho, para a prossecução da política económica do Executivo, compete-lhe, além da condução, execução, acompanhamento e controlo das políticas monetária, financeira, cambial e de crédito, velar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, a função de financiador de última instância. Assim, em virtude desta prerrogativa, impende sobre o mesmo o dever de elaborar e publicar, com periodicidade regular, Relatórios relativos às suas atribuições, entre os quais o Relatório de Estabilidade Financeira.

O presente relatório tem como objectivo principal identificar potenciais riscos para o sistema financeiro angolano e dar a conhecê-los ao mercado. Tendo presente que não é a única instituição financeira com influência na estabilidade do sistema financeiro angolano, o conteúdo deste documento reflecte apenas as análises e opiniões do Banco Nacional de Angola.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 5

SUMÁRIO EXECUTIVO 10

1 ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO-FINANCEIRO 12

1.1 Apreciação Global 12

1.2 Contextualização Internacional 15

1.2.1 Produto Interno Bruto 15

1.2.2 Mercado de Dívida 17

1.2.3 Mercado das Commodities 18

1.3 Condições Macroeconómicas Internas e Desenvolvimento Financeiro 19

1.4 Perspectivas para o ano de 2016 26

2 SECTOR EXTERNO 28

3 MERCADO MONETÁRIO 30

3.1 Operações de Regulação Monetária 30

3.1.1 Emissão de TBC 30

3.1.2 Operações de Mercado Aberto 30

3.1.3 Outras Operações Monetárias 31

3.2 Evolução das Taxas de Juro do Mercado Monetário 32

3.2.1 Taxas de Juro da Política Monetária 32

3.2.2 Taxas Nominais de Juro de Títulos do Mercado Primário 33

3.2.3 LUIBOR 34

3.3 Operações Cambiais 34

3.3.1 Taxas de Câmbio 35

3.3.2 Base Monetária 35

4 SISTEMA DE PAGAMENTOS 36

4.1 Desempenho do Sistema de Pagamento em Tempo Real (SPTR) 36

4.2 Distribuição das Operações ao Longo do Dia 36

4.3 Desempenho do Serviço de Compensação de Valores 37

4.4 Desempenho do Subsistema Multicaixa (MCX) 37

4.4.1 Terminais de Pagamento Automático 37

4.4.2 Utilização de Cartões Domésticos de Marca Internacional no Estrangeiro 48

Índice Geral

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4.4.3 Taxa de Operacionalidade da Rede Multicaixa (TOR) 39

4.5 Desempenho do Subsistema de Transferência a crédito (STC) 40

5 SISTEMA FINANCEIRO 41

5.1 Organização do Sistema Financeiro 41

5.1.1 Estrutura e Composição 41

5.1.2 Regulação Prudencial do Sistema Financeiro 42

5.2 Sistema Bancário – Visão Geral 44

5.2.1 Estrutura Patrimonial 44

5.2.2 Adequação de Capital 45

5.2.3 Qualidade Dos Activos 47

5.2.4 Rentabilidade 49

5.2.5 Liquidez e Gestão de Fundos 50

5.2.6 Análise de sensibilidade 51

5.3 Estabilidade do Sistema Financeiro Angolano 52

6 SUPERVISÃO COMPORTAMENTAL 53

6.1 GESTÃO DAS RECLAMAÇÕES 53

6.1.1 Por matéria reclamada 53

6.1.2 Por resultado 54

6.2 Inspecções 54

6.2.1 Inspeções Off-site 55

6.2.2 Inspecções On-site 55

6.2.3 Actividades Sancionatórias 55

6.3 Análise de mercado 55

6.3.1 Âmbito da análise 56

6.3.2 Depósitos: Despesas e comissões 56

6.3.3 Cartões bancários em circulação 57

6.3.4 Cartões de crédito (particulares) 57

6.3.5 Cartões de débito (Multicaixa) 59

6.3.6 Cartões de Débito Multicaixa: Despesas e comissões 60

6.3.7 Cartões de Crédito – Incumprimentos 61

7 EDUCAÇÃO FINANCEIRA 62

7.1 Taxa de Bancarização 66

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 7

SIGLAS III

BALANÇO V

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS VI

INDICADORES FINANCEIROS VII

Índice de Gráficos

Gráfico 1: Cobweb da Estabilidade Macroeconómica em Angola 12

Gráfico 2: Evolução Histórica dos Indicadores que Compõem a Cobweb 13

Gráfico 3: Evolução da Actividade Económica Internacional 15

Gráfico 4: Yields de Obrigações de Dívida Soberana a 10 anos das Economias Internacionais Seleccionadas 17

Gráfico 5: Indicadores de Volatilidade dos Mercados Financeiros (MOVE e VIX) 18

Gráfico 6: Índice de Preços FMI das Commodities (ano base 2005) 18

Gráfico 7: Crescimento Económico do Sector Petrolífero e Não Petrolífero 19

Gráfico 8: Evolução da Estrutura do PIB 20

Gráfico 9: Produção de Petróleo e Preço das Ramas Angolanas 20

Gráfico 10: Reservas Internacionais Líquidas e Variação Mensal da taxa de Câmbio Kz/USD 21

Gráfico 11: Volatilidade da taxa de Câmbio Kz/USD 21

Gráfico 12: Inflação Homóloga e Variação do Agregado Monetário M2 22

Gráfico 13: Crédito Líquido ao Governo Central e BT de 91 dias 23Gráfico 14: Índices de Herfindahl Hirschman: Índice de Concentração das Quotas de Mercado (lado esquerdo) e Índice de Concentração Sectorial (lado direito) 24

Gráfico 15: Componentes do M2 por níveis de Liquidez 24

Gráfico 16: Multiplicador Monetário 25

Gráfico 17: Grau de Aprofundamento Financeiro 25

Gráfico 18: Indicadores Macroprudenciais de Crescimento de Crédito 26

Gráfico 19: Taxas de Juro da Política Monetária 33

Gráfico 20: Evolução da Luibor 34

Gráfico 21: Evolução da Taxa de Câmbio 35

Gráfico 22: Indisponibilidade SPTR por sessão 36

Gráfico 23: Distribuição dos Pagamentos no SPTR 36

Gráfico 24: Numero dos cheques compensados (dados do SCV) 37

Gráfico 25: Montante dos cheques compensados (dados do SCV) 37

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Gráfico 26: Número de TPA Activos versus Não Activos 38

Gráfico 27: Total de Operações com Cartões Domésticos de Marca Internacional no Estrangeiro 38

Gráfico 28: Operações no Estrangeiro por Tipo de Cartão 39

Gráfico 29: Ranking dos 5 Maiores Países de Destino dos Cartões 39

Gráfico 30: Taxa de Operacionalidade da Rede Multicaixa 39

Gráfico 31: Down-Time Por Falta de Notas 40

Gráfico 32: Número de Transferências compensadas no STC 40

Gráfico 33: Montante das Transferências compensadas no STC 40

Gráfico 34: Activo 44

Gráfico 35: Composição do Activo 44

Gráfico 36: Composição do Passivo 45

Gráfico 37: Adequação de Capital 46

Gráfico 38: Crédito no SFA sem efeito Cambial 47

Gráfico 39: Crédito no SFA Por Moeda 47

Gráfico 40: Qualidade do Crédito 48

Gráfico 41: Intermediação Financeira 49

Gráfico 42: Evolução da Taxa Media Anual 50

Gráfico 43: Liquidez imediata 50

Gráfico 44: Estrutura de Liquidez 51

Gráfico 45: Índice de Estabilidade Financeira 52

Gráfico 46: Reclamações por Tipo de Bancos 53

Gráfico 47: Evolução das despesas de manutenção associadas a contas de depósitos a particulares em 2015 (Kz) 56

Gráfico 48: Evolução das comissões cobradas a particulares no levantamentos de moeda estrangeira em 2015 (%) 57

Gráfico 49: Evolução do volume de cartões bancários em circulação no SFA em 2014/2015 (unidades) 57

Gráfico 50: Ranking dos bancos com maior volume de custos por tipologia de despesa e comissão (Kz) 57

Gráfico 51: Custos de emissão de cartões de crédito em 2015 (Kz) 58

Gráfico 52: Despesas de anuidade associadas a cartões de crédito de particulares em 2015 58

Gráfico 53: Custos de substituição de cartões de crédito em 2015 (Kz) 58

Gráfico 54: Despesas de substituição associadas a cartões de crédito de não particulares em 2015 (Kz) 58

Gráfico 55: Ranking dos bancos com maior volume de custos por tipologia de despesa e comissão (Kz) 59

Gráfico 56: Custos de substituição de cartões de crédito em 2015 59

Gráfico 57: Custos de substituição de cartões de débito (Multicaixa) em 2015 (Kz) 59

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 9

Gráfico 58: Custos de emissão de cartões de crédito em 2015 (Kz) 60

Gráfico 59: Custos de anuidade de cartões de crédito em 2015 (Kz) 60

Gráfico 60: Despesas de substituição associadas a cartões de crédito de não particulares em 2015 (Kz) 61

Gráfico 61: Evolução do crédito vencido em cartões bancários no SFA, em 2014/2015 em (milhares de Kz) 61

Gráfico 62: Evolução Homóloga das Contas e Cartões 63

Gráfico 63: Evolução Homóloga das Contas Bankita à Crescer 63

Gráfico 64: Evolução Homóloga das Contas Bankita à Crescer 63

Gráfico 65: Contas por Províncias 2014 64

Gráfico 66: Contas por Provincias 2015 64

Gráfico 67: Movimentos em Contas Bankitas 2014 64

Gráfico 68: Movimentos em Contas Bankitas 2015 64

Gráfico 69: Estrutura Etária 2014 65

Gráfico 70: Estrutura Etária 2015 65

Gráfico 71: Estrutura Etária 2014 65

Gráfico 72: Estrutura Etária 2015 65

Gráfico 73: Taxa de Bancarização 2015 66

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Crescimento Económico Anual a Nível Mundial 16

Tabela 2 – Indicador do Sector Externo 28

Tabela 3 – Indicador de Solvabilidade Externa 28

Tabela 4 - Indicador de Endividamento Externo 29

Tabela 5 – Operações do Mercado Aberto 30

Tabela 6 – Facilidades Permanentes de Liquidez 31

Tabela 7 – Operações de Redesconto 32

Tabela 8 – Taxas de Juro Política Monetária 33

Tabela 9 – Volume de Vendas de Divisas: 34

Tabela 10 – Listagem de Bancos 41

Tabela 11 – Reclamações por matérias 54

Tabela 12 – Estado das Reclamações (valores absolutos) 54

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10 •

SUMÁRIO EXECUTIVOEm 2015, o desempenho macroeconómico nacional foi marcado por um período menos favorável, devido a diminuição do preço do petróleo, consequente, deterioração das contas fiscais e externas, em particular, pela menor entrada de recursos provenientes da venda do petróleo e aumento da vulnerabilidade do mercado cambial, decorrente da depreciação da taxa de câmbio associada à maior procura por Dólar Norte-americano, resultando num aumento do endividamento do Estado, deterioração da conta corrente e menor acumulação de reservas internacionais, com efeito a agência de rating Fitch reavaliou a dívida soberana de Angola reduzindo a sua posição classificativa para B+, considerada “especulativa” com perspectiva “estável”, por considerar que a economia angolana apresenta perspectivas de desaceleração de crescimento económico, bem como deterioração fiscal, externa e cambial.

Adicionalmente, verificou-se uma acentuada diminuição das exportações em 44,94% e uma diminuição das importações em 29,71% como resultado da elevada procura e escassez de divisas, os bens e serviços importados encareceram, originando uma inversão da tendência decrescente verificada desde 2010 na variação do índice de preços no consumidor, tendo a taxa de variação homóloga subido 6,79 p.p. fixando-se nos 14,27% no final de 2015.Não obstante, o Sistema de Pagamentos funcionar com regularidade, o número de terminais de pagamento automáticos inactivos aumentou e a disponibilidade da rede Multicaixa, esteve abaixo da média, consequência de problemas de energia e telecomunicações. Verificou-se também uma tendência decrescente das operações em número e montante com cartões domésticos de marca internacional no estrangeiro, em virtude da limitação na aquisição de divisas, o que implicou cancelamentos na emissão e reemissão de cartões, bem como, restrições nos carregamentos de cartões pré-pagos por parte das instituições bancárias.

Em meados de 2015, entrou em funcionamento o Subsistema de Compensação de Cheques (SCC) que é um dos subsistemas da Câmara de Compensação Automatizada de Angola, extinguindo os processos de compensação baseados em papel, evolução que permitiu a diminuição dos riscos operacional e financeiros.

O volume de negócios da banca continuou a apresentar tendência crescente representando 63,97% e 81,47% do PIB a preço de mercado e PIB não petrolífero no final do ano de 2015, respectivamente, porém verificou-se um abrandamento na sua expansão relativamente a períodos anteriores e uma tendência de alteração do perfil de negócios por parte de algumas instituições, que restringiram a concessão de crédito, a favor das aplicações de títulos e valores mobiliários, facto que concorreu para o abrandamento da carteira de crédito, no último ano.

A qualidade dos activos deteriorou-se, por via da degradação das condições monetárias e financeiras, em particular destaque a variação significativa da taxa de câmbio face a moeda externa que teve início em Setembro de 2014, que encareceu a amortização das prestações creditícias das famílias e empresas, reflectindo-se num aumento considerável do crédito mal parado nos últimos 2 (dois) anos, e consequente aumento do risco de crédito que entretanto foi atenuado pelo aumento da cobertura de provisões.

De igual modo, a liquidez imediata, sobretudo em moeda estrangeira reduziu consideravelmente situando-se em níveis mais baixos dos últimos 5 (cinco) anos, devido a escassez da mesma, sendo que algumas instituições financeiras bancárias passaram a apresentar dificuldades no cumprimento das suas obrigações imediatas em moeda estrangeira com os seus clientes. Todavia, em termos gerais, o sistema bancário revelou-se líquido e com capital suficiente para fazer face as perdas inerentes a sua actividade e resistência a cenários adversos, porém existem alguns bancos com rácio de solvabilidade abaixo do regulamentar.

A rentabilidade da banca aumentou consideravelmente derivado dos assentou em proveitos de títulos, operações cambiais e ajustes ao valor justo da carteira de títulos, reflectindo-se no aumento do retorno dos capitais e dos activos.

O sistema Bancário apresentou um índice de estabilidade financeira mais baixo dos últimos 5 (cinco) anos, diminuindo consideravelmente de 63% em Agosto de 2014 para 19% em Dezembro de 2015, devido a conjuntura macroeconómica nacional pouco favorável, em virtude da diminuição significativa do preço do petróleo, resultando numa maior vulnerabilidade cambial, reflectindo-se no aumento do crédito vencido e escassez de moeda externa que diminuiu a capacidade dos bancos honrarem os seus compromissos imediatos em moeda estrageira.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 11

O número de reclamações dos utentes de serviços bancários continua a aumentar significativamente, sinalizando a maior consciencialização dos consumidores de produtos financeiros em relação aos seus direitos, bem como, a maior disponibilidade de meios que permitem exercer esses direitos.

Em 2015, o BNA deu continuidade ao Programa de Educação Financeira com a realização de actividades no âmbito da promoção da literacia financeira e da bancarização da população. Nesta conformidade, o BNA formalizou uma parceria com o Ministério da Educação visando a inserção no Sistema do Ensino Nacional de conteúdos curriculares que abordam a temática da Educação Financeira. No tocante a bancarização até 2015 registou-se um total de 361.464 contas Bankita contra 302.435 registadas no período homólogo, apresentando um crescimento de 19,52%. Importa referir que, desde o início do programa migraram 20.995 contas Bankita para contas convencionais, reflectindo que estas contas constituem um veículo de acesso ao sistema financeiro e a todo um conjunto de produtos e serviços financeiros que podem proporcionar bem-estar social aos cidadãos.

Com vista a reforçar a solidez financeira das instituições bancárias no âmbito da iniciativa para o reforço da estabilidade financeira, o Banco Nacional de Angola, fez a emissão de novos normativos por forma a alinhar aos princípios internacionalmente aceites, dos quais destacamos os normativos sobre questionário de auto-avaliação e o Guia referente ao Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo nas relações de correspondência bancária, bem como, a norma sobre metodologia para constituição de provisões para crédito, governação do risco, novas exigências de capital para risco de crédito, de mercado, operacional e adopção plena pela primeira vez das IAS/IFRS.

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1 Enquadramento Macroeconómico-Financeiro

1.1 Apreciação Global

Em 2015, a Cobweb da estabilidade macroeconómica apresentou um agravamento das principais dimensões de risco, das quais destacam-se a vulnerabilidade externa, cambial e fiscal, devido a queda do preço do petróleo ao longo do ano e consequente desaceleração económica. Esta conjuntura foi de certo modo compensada por uma condução prudente e harmonizada da política monetária levada a cabo pelas autoridades de forma a reduzir o impacto dos choques exógenos.

Em termos gerais, os riscos implícitos ao sistema financeiro angolano associados ao seu enquadramento macroeconómico situaram-se em níveis inferiores face aos seus respectivos referenciais históricos (2009), com excepção dos riscos provenientes das relações comerciais com os não residentes, do crescimento económico nacional e da depreciação cambial. De realçar que no ano de 2015, o desempenho dos indicadores macroeconómicos revelou uma preocupante instabilidade, reflectida no aumento de todos os índices de vulnerabilidade, face ao registado em 2014, com excepção das condições monetárias e financeiras.

Gráfico 1: Cobweb da Estabilidade Macroeconómica em Angola

2009 2013 2014 2015

Vulnerabilidade ActividadeInternacional

Vulnerabilidade Externa

Vulnerabilidade Cambial

Vulnerabilidade do Sector Real Vulnerabilidade da Estabilidade de Preços

Vulnerabilidade Fiscal

Vulnerabilidade De CondiçõesMonetárias e Financeiras

Fonte: Bloomberg, BNA, FMI, AIA, MINFIN, INE-Angola, Ministério do Planeamento, Ministério dos Petróleos, CESifo, SNL, Thomson Reuters, Banco

de Portugal.

O desempenho macroeconómico do país, no período em análise, foi marcado por uma desaceleração do crescimento do sector petrolífero, défice dos sectores fiscal e externo, depreciação da taxa de câmbio e aumento da taxa de inflação, cujo impacto negativo é reflectido nas posições mais afastadas do centro da Cobweb dos indicadores subjacentes de vulnerabilidade.

Com a reduzida arrecadação da receita petrolífera, a vulnerabilidade fiscal aumentou comparativamente ao período homólogo, resultando num aumento do endividamento do Estado, consequentemente a agência de rating Fitch reavaliou o rating da dívida soberana de Angola reduzindo a sua posição classificativa para B+, considerada “especulativa” com perspectiva “estável”, por considerar que a economia angolana apresenta perspectivas de desaceleração de crescimento económico, bem como deterioração fiscal, externa e cambial.

A reduzida arrecadação da receita petrolífera e a consequente deterioração da conta corrente, reflectiu-se numa menor acumulação de reservas internacionais e na depreciação da moeda nacional.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 13

Gráfico 2: Evolução Histórica dos Indicadores que Compõem a Cobweb

Índice de Vulnerabilidade do Sector Externo (VSE)

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5M

ar/0

7Ju

n/07

Set/

07De

z/07

Mar

/08

Jun/

08Se

t/08

Dez/

08M

ar/0

9Ju

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Set/

09De

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Mar

/10

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10Se

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10M

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1Ju

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Mar

/12

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12Se

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Dez/

12M

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3Ju

n/13

Set/

13De

z/13

Mar

/14

Jun/

14Se

t/14

Dez/

14M

ar/1

5Ju

n/15

Set/

15De

z/15

Vulnerabilidade Externa Média Amostral

Índice de Vulnerabilidade da Estabilidade de Preço (VEP)

0,8

1,3

1,8

2,3

2,8

3,3

3,8

4,3

4,8

Fev/

06

Jun/

06

Out/

06

Fev/

07

Jun/

07

Out/

07

Fev/

08

Jun/

08

Out/

08

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09

Jun/

09

Out/

09

Fev/

10

Jun/

10

Out/

10

Fev/

11

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11

Out/

11

Fev/

12

Jun/

12

Out/

12

Fev/

13

Jun/

13

Out/

13

Fev/

14

Jun/

14

Out/

14

Fev/

15

Jun/

15

Out/

15Vulnerabilidade da Estabelidade de Preços Média Amostral

Índice de Vulnerabilidade Fiscal (VF)

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

Mar

/07

Jun/

07Se

t/07

Dez/

07M

ar/0

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08De

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/09

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09Se

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09M

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0Ju

n/10

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/11

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2Ju

n/12

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12De

z/12

Mar

/13

Jun/

13Se

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Dez/

13M

ar/1

4Ju

n/14

Set/

14De

z/14

Mar

/15

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15Se

t/15

Dez/

15

Vulnerabilidade Fiscal Média Amostral

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14 •

Índice de Vulnerabilidade do Sector Externo (VSE)

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

Mar

/07

Jun/

07Se

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07M

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8Ju

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/11

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11M

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2Ju

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/13

Jun/

13Se

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13M

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Mar

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15Se

t/15

Dez/

15

Vulnerabilidade Externa Média Amostral

Índice de Vulnerabilidade da Estabilidade de Preço (VEP)

0,8

1,3

1,8

2,3

2,8

3,3

3,8

4,3

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06

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07

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07

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08

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08

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08

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09

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09

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09

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10

Jun/

10

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10

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11

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11

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11

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12

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12

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12

Fev/

13

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13

Out/

13

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14

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14

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14

Fev/

15

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15

Out/

15Vulnerabilidade da Estabelidade de Preços Média Amostral

Índice de Vulnerabilidade Fiscal (VF)

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

Mar

/07

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n/14

Set/

14De

z/14

Mar

/15

Jun/

15Se

t/15

Dez/

15

Vulnerabilidade Fiscal Média Amostral

Fonte: Bloomberg, BNA, FMI, AIA, MINFIN, INE-Angola, Ministério do Planeamento, Ministério dos Petróleos, CESifo, SNL, Thomson Reuters, Banco

de Portugal. Cálculos efectuados pelo BNA.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 15

Índice de Vulnerabilidade do Sector Real (VSR)

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Out/

15De

z/15

vunerabilidade do Sector Real Média Amostral

1.2 Contextualização Internacional

A evolução mais recente do índice de vulnerabilidade financeira de Angola associada à actividade internacional conheceu níveis desfavoráveis, comparativamente ao ano de 2014, motivada sobretudo pela redução do preço do petróleo, principal fonte de receitas da economia.

Gráfico 3: Evolução da Actividade Económica Internacional

Índice de Vulnerabulidade da Actividade Internacional (IVAI)

0

1

2

3

4

5

6

Mar

/06

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t/06

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3Ju

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/14

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t/14

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14Fe

v/15

Jun/

15Se

t/15

Dez/

15

Vulnerabilidade Actividade Internacional Média Amostral

Fonte: Bloomberg, BNA, FMI, AIA, CESifo, SNL, Thomson Reuters. Cálculos efectuados pelo BNA

1.2.1 Produto Interno Bruto

Na actualização do World Economic Outlook (WEO), o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o crescimento económico mundial seguiu moderado em 2015 (3,1%), tendo as economias emergentes e em desenvolvimento desacelerado de 4,6% em 2014 para 4,0% em 2015, enquanto que para as economias desenvolvidas estima uma recuperação modesta de 1,8% em 2014 para 1,9% em 2015. Adicionalmente, o FMI reviu em baixa as previsões para o crescimento da economia mundial para 3,4% em 2016, menos 0,2 p.p. comparativamente a previsão anterior.

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16 •

Tabela 1 - Crescimento Económico Anual a Nível Mundial

Evolução da Economia Mundial 2013 2014 2015 2016 2017

Crescimento do Pib Estimativas Previsões

Economia Mundial 3,30 3,40 3,10 3,40 3,60

Economias Desenvolvidas 1,30 1,80 1,90 2,10 2,10

EUA 2,20 2,40 2,50 2,60 2,60

Zona Euro -0,50 0,90 1,50 1,70 1,70

Japão 1,60 0,00 0,60 1,00 0,30

Reino Unido 1,70 2,90 2,20 2,20 2,20

Economias Emergentes e em Desenvolvimento 4,70 4,60 4,00 4,30 4,70

Rússia 1,30 0,60 -3,70 -1,00 1,00

China 7,80 7,30 6,90 6,30 6,00

Índia 5,00 7,30 7,30 7,50 7,50

Brasil 2,50 0,10 -3,80 -3,50 0,00

Africa Subsaariana 5,20 5,00 3,50 4,00 4,70

SADC 4,20 3,50 30,00 3,10 -

Fonte: FMI, World Economic Outlook (Update), Janeiro 2015

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) para as economias desenvolvidas, este poderá crescer de 1,9% em 2015 para 2,1% em 2016. Nos Estados Unidos da América (EUA) o crescimento económico foi revisto em baixa de 2,5% em 2015 (menos 0,1 p.p. de Outubro de 2015) para 2,6% em 2016 (menos 0,2 p.p. em 2016), devido à valorização do Dólar norte-americano que penaliza as exportações e os baixos preços do petróleo, que podem contribuir para desincentivar a sua exploração futura. Relativamente, a Zona Euro (ZE), estima-se um crescimento de 1,5% em 2015 e prevê-se um crescimento de 1,7% em 2016, assente no consumo privado, que beneficiará do baixo preço do petróleo. Enquanto se espera que o crescimento no Japão seja de apenas 0,6% em 2015 e 1,0% em 2016, suportado pelo baixo preço do petróleo, condições financeiras menos restritivas, aumento do rendimento das famílias japonesas e pela política fiscal por via do aumento do imposto de consumo.

Para às economias emergentes e em desenvolvimento, o FMI estima um crescimento do PIB de 4,0% em 2015 e prevê 4,3% para 2016, e espera que a economia chinesa volte a desacelerar, por causa da redução da procura interna e do fraco crescimento do investimento, porém estima que a Índia continue a crescer a um ritmo elevado, esperando uma taxa de crescimento de 7,3% em 2015 e projectando 7,5% para 2016. Adicionalmente, o FMI prevê que o cenário de recessão económica que se regista na Rússia e no Brasil, reflexo da instabilidade económica e da queda dos preços das commodities, termine em 2017.

Para os países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que continuarão a ser afectados pelos baixos preços do petróleo e ou pelas tensões geopolíticas e conflitos internos, prevê-se um ritmo de crescimento mais moderado.

Por sua vez, as várias economias da região da África Subsariana deverão registar um crescimento económico menor. Para 2015 o crescimento da região estimado foi de 3,5%, pressionado pelos baixos preços das commodities alimentares e energéticas e o aumento dos custos de financiamento, enquanto, para 2016 projecta-se uma aceleração de 4,0% e 4,7% no ano seguinte.

Apesar da revisão em baixa das projecções do FMI, o crescimento mundial para 2016 será superior ao registado em 2015, embora num ritmo mais lento do que o esperado. Por outro lado, a divulgação dos índices gestores de compras (PMI) prevê um cenário menos robusto no início de 2016, observando-se um movimento mais moderado da actividade económica nos principais blocos económicos. As principais razões que continuam a limitar o crescimento económico mundial prendem-se sobretudo com o abrandamento económico chinês, a queda dos preços do petróleo e de outras commodities e a expectativa de subida da taxa fed funds da Reserva Federal norte-americana (Fed).

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 17

1.2.2 Mercado de Dívida

De modo geral, as taxas de juros de longo prazo nas economias avançadas continuam em níveis historicamente baixos, em linha com a tendência decrescente iniciada em Setembro de 2013, acentuando-se a descida generalizada das taxas de rendibilidade nos mercados obrigacionistas e a redução do spread das yields dos títulos de dívida soberana dos países periféricos da Zona Euro face à Bunds da Alemanha, reflectindo um abrandamento das espectativas do mercado face a normalização gradual das taxas de política, implicando uma reversão parcial dos aumentos observados a partir de 2013 de forma mais estável.

Gráfico 4: Yields de Obrigações de Dívida Soberana a 10 anos das Economias Internacionais Seleccionadas

0,000

1,000

2,000

3,000

4,000

5,000

6,000

01/0

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01/0

4/10

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1/11

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4/11

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1/12

01/0

4/12

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1/13

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1/14

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1/15

01/0

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1/16

Alemanha EUA Jpão Inglaterra

-3,00

2,00

7,00

12,00

17,00

22,00

27,00

32,00

37,00

01/0

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1/15

01/0

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01/0

7/15

01/1

0/15

01/0

1/16

Perc

enta

gaem

Portugal Itália Espanha Irlanda

Fonte: Bloomberg

A melhoria das condições monetárias nas economias avançadas atenuou as tensões nos mercados financeiros, observando-se ao longo do ano uma tranquilidade da percepção de risco nos mercados accionistas, medida pelo Chicago Board Options Exchange Volatility Index (VIX), que oscilou em torno do valor médio de 16,63 pontos.

De salientar que, as políticas monetárias da Fed e dos restantes bancos centrais das economias avançadas, bem como os receios de um abrandamento da economia Chinesa conjugados com a entrada em recessão de várias economias emergentes, muito dependentes da exploração e exportação de matérias-primas, causaram algumas incertezas nos mercados accionistas mundiais, e, por conseguinte, à subida do VIX para o valor mais alto desde 2009.

Por sua vez, a volatilidade dos títulos de rendimento fixo, medida pelo indicador Merrill Option Volatility Estimate (MOVE), continuou a apresentar uma tendência ligeiramente decrescente, observada desde o ano anterior, oscilando para níveis pré-crise.

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18 •

Gráfico 5: Indicadores de Volatilidade dos Mercados Financeiros (MOVE e VIX)

0

50

100

150

100

300

300

0

10

20

30

40

50

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1/1/

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4/1/

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/200

81/

1/20

094/

1/20

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1/1/

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01/

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1/20

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1/20

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/1/2

011

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1/20

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1/20

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015

1/1/

2016

Perc

enta

gem

Perc

enta

gem

VIX MOVE Index (eixo à direita)

Fonte: Bloomberg

1.2.3 Mercado das Commodities

Ao longo do ano, os preços das commodities continuaram a cair de forma acentuada, registando-se maior queda dos preços das principais matérias-primas dos últimos 5 (cinco) anos, tendo sido atingidos os níveis registados no ano de 2009, sendo que a queda do preço das commodities energéticas, metálicas e alimentares, contribuiu para a redução das margens brutas dos produtores.

A redução do preço médio do petróleo no período em análise, desencadeada pelo excesso da oferta mundial de petróleo, foi impulsionada pela expectativa de retoma das exportações do Irão, apreciação do Dólar em relação às suas congéneres, manutenção da posição tomada pela OPEP em não reduzir a oferta, abrandamento do crescimento económico da China, bem como pelo aumento do stock de combustível norte-americano.

Gráfico 6: Índice de Preços FMI das Commodities (ano base 2005)

0

40

80

120

160

200

240

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15Se

t/15

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/15

Commodities (sem petróleo) Preço do Barril (bret) Preço dos Alimentos

Fonte: Indexmundi FMI

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 19

De acordo com os dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a procura global por petróleo em 2015 foi de 92,9 Mb/d, tendo subido 1,50 Mb/d em relação ao ano de 2014. Por seu turno, a procura por petróleo nos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) aumentou apenas em 0,60 Mb/d para os 46,3 Mb/d e nos países fora da OCDE aumentou 0,90 Mb/d, fixando-se nos 46,6 Mb/d. Entretanto, prevê-se para 2016, um aumento da procura global de 1,30 Mb/d para os 94,20 Md/d face ao ano anterior, derivado essencialmente do aumento da procura de petróleo nos países fora da ODCE em 1,20 Mb/d.

Relativamente a oferta global, registou-se um aumento de 2,50 Mb/d em relação ao ano anterior, atingindo 94,9 Mb/d no final do ano, devido ao aumento da oferta dos países da OPEP em 1,00 Mb/d e dos países fora da OPEP que aumentaram em 1,30 Mb/d. Contrariamente, para 2016, projecta-se uma diminuição da oferta de petróleo de 0,70 Mb/d para os 56,2 Mb/d para os países fora da OPEP.

Por fim, o índice de preços do FMI das commodities, excluindo o petróleo, decresceu em termos médios 18,51%, tendo situando-se em 132,23 pontos, de igual modo o índice de preços dos alimentos e bebidas observou uma redução de 16,30%, no mesmo período.

1.3 Condições Macroeconómicas Internas e Desenvolvimento Financeiro

A revisão efectuada pelo MPDT, em Fevereiro de 2016, aponta para 2015 um crescimento real do Produto Interno Bruto agregado de 2,95%, sendo que o sector petrolífero cresceu em 6,30% e o sector não petrolífero em 1,53%. Estas estimativas tiveram como pressupostos a taxa de câmbio média de 120,09 Kz/USD, preço médio do barril do petróleo de USD 53,7 e taxa de inflação de 14,3%. Deste modo, a revisão efectuada distancia-se do previsto no Plano Nacional de Desenvolvimento (PND 2013-2017), o qual estimava um crescimento para a economia angolana em 2015 de 8,8%.

Gráfico 7: Crescimento Económico do Sector Petrolífero e Não Petrolífero

2009 2010 2011 2012 2013 2014 (est) 2015 (p) 2016 (p)

PIB petrolífero 8-9%$ -5,1 -2,9 -5,6 -0,9 -2,6 6,3 1,1

PIB não petrolífero <9&$ 8,3 7,8 9,7 10,9 8,2 1,5 3,8

PIB pm !9'$ 2,4 3,5 3,9 6,8 4,8 3,0 3,0

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4,0

6,0

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10,0

12,0

Taxa

de

Cres

cim

ento

(%)

Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial

A desaceleração do PIB face a 2014, deveu-se particularmente ao abrandamento do Sector Não Petrolífero em 6,7 p.p., transversal a todos os sectores com a excepção do sector diamantífero, destacando-se os sectores da Energia, Agricultura e Indústria Transformadora com taxas de 2,47%, 0,75% e - 2,07%, respectivamente, tendo abrandado de -14,86 p.p., -11,15 p.p. e -10,17 p.p., respectivamente.

A revisão em baixa do Sector da Energia, teve como base o atraso de alguns projectos de investimento com o objectivo de aumentar o volume de potência. Por sua vez, no Sector da Agricultura, os principais constrangimentos observaram-se na produção de raízes e tubérculos (mandioca, batata rena e batata doce) e produção de carne bovina e caprina, devido as restrições de circulação de animais, no sentido de prevenir a propagação do surto de febre aftosa, cuja quantidade produzida ficou aquém do objectivo traçado. Por fim a contracção do sector da Indústria Transformadora, deveu-se sobretudo ao impacto da redução de importação de matérias-primas, materiais de construção e bens de consumo, atrasos dos projectos da indústria têxtil e à não concretização de projectos na indústria alimentar.

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20 •

Relativamente ao PIB petrolífero, observou-se uma aceleração de 8,9 p.p. face a 2014, com o contributo particular da exploração de novos Blocos, estima-se que no período em análise produziu-se em média 1,78 milhões de barris/dia, sustentando assim parte do crescimento verificado na economia.

Gráfico 8: Evolução da Estrutura do PIB

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Agricultura Pescase derviados Diamantes e outro Petróleos Indústria transformadora Construção Energia Serviços mercantis outros

Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial

Em 2015, a produção petrolífera total foi de 644,95 milhões de barris, representando um aumento de 5,84% face ao período homólogo. Em paralelo, verificou-se uma queda acentuada no preço das ramas angolanas em 48,19%, tendo passado de uma média de USD 96,49/barril em 2014 para USD 49,99/barril em 2015.

Gráfico 9: Produção de Petróleo e Preço das Ramas Angolanas

40,00

45,00

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12

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12

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14

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15

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15

Milh

ões

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arril

/dia

$/B

arril

Produção de Petróleo (eixo à direita) Preços das Ramas (USD)

Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial

Durante o período em análise verificou-se uma acentuada diminuição das exportações em 44,94% e uma diminuição das importações em 29,71% como resultado de dificuldades de acesso ao mercado cambial cada vez maiores fruto da elevada escassez de divisas; todavia o cenário final da conta de bens é positivo. De igual modo, a conta de bens registou uma quebra de 57,25%, consequentemente, embora positivo, o saldo da conta de bens teve um impacto desfavorável sobre a acumulação de reservas em 2015, resultando numa diminuição das Reservas Internacionais Líquidas (RIL) em 9,99%.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 21

Gráfico 10: Reservas Internacionais Líquidas e Variação Mensal da taxa de Câmbio Kz/USD

-4%

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2%

4%

6%

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5 Se

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5

Milh

ões A

KZ

RIL Variação Mensal da Taxa de Câmbio Nominal de Referência

Em relação à evolução da taxa de câmbio, assistiu-se a uma desvalorização de 31,55% da taxa média de referência, passando de Kz/USD 102,863 em 2014 para Kz/USD 135,315 em 2015

Gráfico 11: Volatilidade da taxa de Câmbio Kz/USD

0,0

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16

%

AKZ

/USD

Taxa de Câmbio Mercado de Referência

Taxa de Câmbio Mercado de Referência de 2013 Volatilidade daTaxa de Câmbio (%)

Volatilidade da Taxa de Câmbio (eixo à direita)

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17/0

1/16

Início da Queda do preço do petróleoImplementação NRCSP Início da Queda do preço do petróleoImplementação NRCSP

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16

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2/16

Em 2015, observou-se uma inversão do comportamento verificado desde 2010 na variação do índice de preços no consumidor em termos homólogos, tendo a taxa de variação homóloga subido 6,79 p.p. fixando-se nos 14,27% face aos 7,48% de 2014, devido sobretudo a depreciação da moeda nacional, em cerca de 32%, ao longo do ano, levando ao encarecimento dos bens e serviços importados.

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22 •

Gráfico 12: Inflação Homóloga e Variação do Agregado Monetário M2

0,00%

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10,00%

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14,00%

16,00%

18,00%

Inflação Homóloga Variação do Agregado Monetário M2 (eixo à direita)

Fonte: BNA e INE Angola

O ano de 2015, foi um ano de fortes desafios para a economia Angolana, tendo crescido menos face ao projectado pelo Executivo, influenciado pela diminuição do preço do petróleo que criou entraves à condução da política fiscal, coagindo a revisão do OGE baseada em pressupostos macroeconómicos mais conservadores, assumindo um preço médio de exportação de petróleo de USD 40,0, inferior aos USD 81,0 do OGE inicial, uma mais modesta taxa de crescimento real do PIB de 6,6%, contra 9,7% do OGE inicial,) e, entre outros, uma taxa de inflação superior de 9% contra os 7% do OGE inicial.

As prioridades da Política Fiscal, apresentadas para o ano de 2015, impactaram quer na receita, através da potenciação da receita não petrolífera e do reforço do papel regulador do Estado, quer na despesa, por via da melhoria da sua qualidade e da racionalização e optimização da despesa com subsídios à economia e outros apoios financeiros do Estado. Desta forma, o OGE revisto reflectiu uma diminuição das receitas em cerca de 35,7% face ao OGE inicial, das quais as receitas do sector petrolífero diminuíram em 59,3% e do sector não petrolífero aumentaram em 1,4%. Por sua vez a despesa reduziu 33%, com um corte de 26% das despesas correntes e de 53% das despesas de capital. Tendo em conta a distribuição da despesa pelas funções do Estado, salienta-se que todos os sectores viram a sua alocação de fundo reduzida face ao OGE inicial, à excepção das despesas com as Operações da Dívida Pública, numa perspectiva de cumprimento das obrigações do Estado e continuidade da capacidade de financiamento no futuro.

Os dados fiscais preliminares do Ministério das Finanças (MINFIN), apontam para uma redução da Receita Total de 30,64%, ao passar de Kz 4.402.640,72 milhões em 2014 para Kz 3.053.809,59 milhões em 2015, fortemente influenciada pela diminuição da Receita Petrolífera em 46,96%. Contrariamente, verificou-se no período um aumento de 2,62% da Receita Não Petrolífera.

De referir que, apesar da maior dificuldade de arrecadação de receitas verificada em 2015, quando comparado com 2014, a execução das receitas petrolíferas superou largamente o previsto no OGE revisto, com a taxa de execução das receitas a situar-se em 151,6% e receitas não petrolíferas com um grau de execução de 80,6% devido ao abrandamento da actividade económica no sector.

Relativamente às despesas totais, o Tesouro aponta para uma diminuição de 37,62%, passando de Kz 5.222.015,56 milhões em 2014 para Kz 3.309.854,22 milhões em 2015, influenciadas por um lado pelas Despesas Correntes que sofreram uma diminuição de 23,75% em relação ao ano anterior, tendo-se situado nos Kz 2.795.914,41 milhões, justificada principalmente pelo corte de 55,03% no valor das Despesas em Bens e Serviços. Por outro lado, para a redução das Despesas Totais também contribuiu a diminuição significativa das Despesas de Capital, cuja diminuição foi de 66,96% face ao ano anterior, tendo executado apenas Kz 513.939,80 milhões. No geral, as Despesas Totais apresentaram uma execução abaixo do programado (94,59% face ao previsto), devido principalmente à fraca execução das despesas relacionadas com remunerações de empregados, bens e serviços e despesas de capital. Por outro lado, o aumento das taxas de juro dos títulos da dívida ao longo de 2015, levou a que a rubrica referente a juros executasse acima do previsto, tendo aumentado 66,18% face ao ano anterior.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 23

Assim, a magnitude de redução das despesas compensou, de certa forma, a redução das receitas, criando espaço para uma melhoria do Défice Fiscal, passando de Kz 819.374,85 milhões em 2014 para Kz 256.044,63 milhões na óptica de compromisso, o que corresponde a uma redução de 68,25% face ao ano de 2014. Contudo, registando um superavit de Kz 223.517,79 milhões numa óptica de caixa, devido à existência de atrasados no montante de Kz 479.562,21 milhões. Ao longo do ano, o financiamento da actividade do Tesouro foi assegurado por via da emissão de Títulos Públicos (Obrigações e Bilhetes do Tesouro) e desembolso externos (linhas de crédito e empréstimos financeiros).

Gráfico 13: Crédito Líquido ao Governo Central e BT de 91 dias

0,00%

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de K

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Crédito líquido ao Governo Central Bilhetes do Tesouro 91 dias (eixo à direita)

Fonte: BNA

De referir que, no ano de 2015, a intermediação financeira foi afectada por diversas mudanças e alterações dos instrumentos de gestão de política monetária com impacto espectável sobre a actividade creditícia 1 . Na primeira metade do ano, o Comité de Política Monetária (CPM) aumentou, o coeficiente das Reservas Obrigatórias em moeda nacional, de 15% para 20%, sinalizando maior prudência nas transacções bancárias de modo a assegurar a estabilidade do sistema bancário. No entanto, devido a mudanças de comportamento no mercado, no final do ano, este coeficiente foi alterado novamente, passando para 25%, dos quais 10% podem ser cumpridos em títulos do tesouro em moeda nacional.

Neste contexto, a orientação da Política Monetária foi acomodatícia, tendo sido anulada, no primeiro semestre, a taxa de juro de facilidade permanente de absorção de liquidez (FAO) e abolidas as operações de mercado aberto de modo permitir uma maior aderência aos títulos do tesouro financiamento para o Tesouro, cuja necessidade de liquidez viu-se agravada face a queda do preço do petróleo.

Em 2015, as taxas de juro aplicadas ao sector empresarial sobre os empréstimos em moeda nacional (MN), aumentaram em todas as maturidades, fixando-se em, 15,23% na maturidade de 181 dias a 1 ano (1,35 p.p.) e 14,84% na maturidade a mais de 1 ano (1,15 p.p), excepto para a maturidade de 180 dias que registou uma redução de 1,98 p.p tendo-se fixado em 15,41%. Por seu turno, as taxas de juro em moeda estrangeira (ME), registaram um aumento na maturidade de 180 dias a 1 ano, fixando-se em 12,97% (2,33 p.p), enquanto nas maturidades até 180 dias e mais de 1 ano diminuíram, passando para 10,00% (-1,41 p.p.) e 9,76% (-0,27 p.p), respectivamente.

Em relação às taxas de juro em MN para o crédito a particulares, observou-se um aumento nas maturidades a 180 dias e 181 dias em 16,46%, 14,64%, respectivamente, contrariamente as taxas com maturidade a mais de 1 ano diminuiu em 0,23 p.p. fixando-se em 11,79%. No que diz respeito, às taxas de juro em ME à particulares, de modo geral as taxas apresentaram um comportamento descendente, com excepção para a maturidade de 180 dias cuja taxa sofreu um aumento de 0,59 p.p, situando-se em 12,07%.

1 O Ver Capitulo 5- Sistema Financeiro, ponto 5.2.5 - Liquidez e Gestão de Fundos.

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24 •

Gráfico 14: Índices de Herfindahl Hirschman: Índice de Concentração das Quotas de Mercado (lado esquerdo) e Índice de Concentração Sectorial (lado direito)

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Índice de Herfindall (Índice de Concentração das Quotas de Mercado)

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5

HH do Crédito por Sector de Actividade Económica

O índice de Herfindahl Hirschman 2, que mede o grau de concentração das quotas de mercado no sector bancário, manteve-se relativamente constante face ao período homólogo, sugerindo uma manutenção dos níveis de concorrência no período em análise. Todavia, no que diz respeito a estrutura do crédito por sectores de actividade, o crédito à economia, encontra-se concentrado em seis (6) sectores de actividade (86,90%), com um aumento de 3,80% relativamente ao ano anterior, destacando-se os sectores de Particulares (17,96%), Outras Actividades de Serviços Colectivos Sociais e Pessoais (14,40%), Comércio por Grosso ou a Retalho (20,25%), Actividade Imobiliária, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas (13,87%), Construção (11,72%) e Industria Transformadora (8,71%). Este cenário é indicativo de que o processo de diversificação da economia, apesar de registar progressos ainda se encontra numa fase em que exige um envolvimento forte do Executivo sobretudo na criação de infraestruturas de apoio ao crescimento do sector privado. Todavia, esta condição é propensa a agravar o risco de vulnerabilidade do sector bancário perante um hipotético abrandamento na dinâmica desses sectores.

Ao longo do período em análise, os indicadores relativos a detenção de moeda, por níveis de liquidez, apresentaram uma maior preferência por liquidez por parte dos agentes económicos, facto que poderá estar associado ao grau de informalidade dos mercados e as expectativas quanto ao aumento da inflação. Particularmente, o grau de preferência por liquidez, quando definido como o “rácio de depósitos à ordem” e “notas e moedas em poder do público” sobre o M2, representa um peso de 59,96%, enquanto o rácio dos depósitos a prazo sobre o M2 representa 40,04%.

Gráfico 15: Componentes do M2 por níveis de Liquidez

0%

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07

Mar

/08

Jun/

08

Set/

08

Dez/

08

Mar

/09

Jun/

09

Set/

09

Dez/

09

Mar

/10

Jun/

10

Set/

10

Dez/

10

Mar

/11

Jun/

11

Set/

11

Dez/

11

Mar

/12

Jun/

12

Set/

12

Dez/

12

Mar

/13

Jun/

13

Set/

13

Dez/

13

Mar

/14

Jun/

14

Set/

14

Dez/

14

Mar

/15

Jun/

15

Set/

15

Dez/

15

M1/M2 Quase Moeda/M2

2 O índice de Herfindahl Hirschman é calculado através da agregação do quadrado das quotas de mercado de cada banco. Na definição de quota de mercado utilizou-se o peso do crédito fornecido

por instituição financeira no crédito total disponibilizado pelo Sector Bancário Angolano.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 25

A oferta de moeda resultante dos principais actores no processo de intermediação financeira, aumentou, passando de 3,23 para 3,41, como resultado do aumento do M3 em 11,64%, numa magnitude superior ao aumento da Base Monetária em 5,99%, reflectindo o aumento da capacidade dos bancos em criar moeda.

Gráfico 16: Multiplicador Monetário

-

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

-

1.000.000,0000

2000 000,0000

3.000.000,0000

4.000.000,0000

5.000.000,0000

6.000.000,0000

7.000.000,0000 De

z/06

M

ar/0

7 Ju

n/07

Se

t/07

De

z/07

M

ar/0

8 Ju

n/08

Se

t/08

De

z/08

M

ar/0

9 Ju

n/09

Se

t/09

De

z/09

M

ar/1

0 Ju

n/10

Se

t/10

De

z/10

M

ar/1

1 Ju

n/11

Se

t/11

De

z/11

M

ar/1

2 Ju

n/12

Se

t/12

De

z/12

M

ar/1

3 Ju

n/13

Se

t/13

De

z/13

M

ar/1

4 Ju

n/14

Se

t/14

De

z/14

M

ar/1

5 Ju

n/15

Se

t/15

De

z/15

mm

Milh

ões

de K

z

M3 Base Monetária Ampla MULTIPLICADOR MONETÁRIO

O grau de aprofundamento financeiro 3 situou-se em 60,42%, uma redução de 2,13p.prelativamente ao período homólogo. No entanto, em termos de referência, este nível é ainda reduzido, indiciando baixos níveis de intermediação financeira no sistema financeiro bem como a necessidade de maior sofisticação financeira.

Gráfico 17: Grau de Aprofundamento Financeiro

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

500.000,00

1.000.000,00

1.500.000,00

2.000.000,00

2.500.000,00

3.000.000,00

3.500.000,00

4.000.000,00

4.500.000,00

5.000.000,00

5.500.000,00

Dez/

06

Abr/

07

Ago/

07

Dez/

07

Abr/

08

Ago/

08

Dez/

08

Abr/

09

Ago/

09

Dez/

09

Abr/

10

Ago/

10

Dez/

10

Abr/

11

Ago/

11

Dez/

11

Abr/

12

Ago/

12

Dez/

12

Abr/

13

Ago/

13

Dez/

13

Abr/

14

Ago/

14

Dez/

14

Abr/

15

Ago/

15

Dez/

15

M2/

PIB

não

Pet

rolif

ero

Milh

ões

de K

z

M2 Aprofundamento Financeiro (eixo à direita)

Ao longo do ano de 2015, a trajectória de crescimento do crédito apresenta um comportamento ascendente, o hiato do rácio do Crédito ao Sector Privado sobre o PIB, situou-se acima do seu potencial, o que permite inferir que o respectivo crédito a níveis direccionados tende a exercer pressões sobre o crédito vencido.

3 Aprofundamento Financeiro = M2/PIB não petrolífero

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26 •

Gráfico 18: Indicadores Macroprudenciais de Crescimento de Crédito

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

-5%

0%

5%

10%

15%

Mar

/08

Jun/

08Se

t/08

Dez/

08M

ar/0

9Ju

n/09

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09De

z/09

Mar

/10

Jun/

10Se

t/10

Dez/

10M

ar/1

1Ju

n/11

Set/

11De

z/11

Mar

/12

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12Se

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Dez/

12M

ar/1

3Ju

n/13

Set/

13De

z/13

Mar

/14

Jun/

14Se

t/14

Dez/

14M

ar/1

5Ju

n/15

Set/

15De

z/15

Hiato Rácio CSP_PIB Tendência

Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial. Cálculos efectuados BNA

1.4 Perspectivas para o ano de 2016

De acordo com as últimas projecções do FMI (Update, World Economic Outlook, Janeiro de 2016), a economia mundial em 2016 continuará condicionada por alguns desafios, salientando-se o abrandamento da economia chinesa, os baixos preços das commodities, a instabilidade nos mercados financeiros e as tensões geopolíticas em alguns dos principais mercados emergentes. Estes factores poderão ter consequências significativas sobre o comércio internacional, os preços das commodities e a confiança dos agentes económicos. A valorização do Dólar norte-americano em linha com o processo de subida das taxas de juro directoras da Reserva Federal norte-americana (Fed) é outro factor que poderá aportar efeitos negativos sobre as demonstrações financeiras das empresas e desafios no acesso ao financiamento bancário. Perante este contexto, o FMI reforça a necessidade de se repensar sobre as políticas de crescimento, para as economias avançadas, os baixos níveis de inflação tornam necessário a prossecução de políticas monetárias flexíveis, acompanhadas de políticas fiscais menos austeras. Relativamente, as economias emergentes e em desenvolvimento, os desafios são ainda maiores, destacando-se a necessidade de redução das despesas públicas, diversificação da economia, implementação de reformas estruturais e reforço institucional.

Adicionalmente, a flexibilização da taxa de câmbio será uma forma de absorver os impactos dos choques externos adversos, sobretudo nos países exportadores de commodities, com o devido monitoramento dos potenciais efeitos sobre a economia real. Por último, destaca-se a necessidade de apostar no reforço das infra-estruturas, na melhoria do ambiente económico e capacitação contínua do capital humano.

Ao nível das commodities energéticas, o preço médio do barril do petróleo no mercado internacional foi de 53,54 USD/bbl para o Brent (menos 46,16%), 48,78 USD/bbl para o WTI (menos 47,53%) e 49,99 USD/bbl para as Ramas angolanas (menos 48,16%) em 2015, sendo que as previsões do FMI indicam que os mesmos se situarão próximo dos 34 USD/bbl no final do primeiro semestre de 2016 e nos 38 USD/bbl no final do segundo semestre, perfazendo uma média anual de 35 USD/bbl.

O Quadro Macroeconómico subjacente ao OGE - revisto para 2016 indica um crescimento do PIB real de 4%, sendo que o sector petrolífero poderá crescer em cerca de 4,5% e o sector não petrolífero em aproximadamente 3,8%. Dessas previsões, antevê-se um aumento da produção petrolífera, que poderá passar de 1.796,39 MBbl/dia para 1.856,4 MBbl/dia, apesar de se prever uma redução do preço do petróleo, que poderá situar-se nos USD 39 por barril, uma taxa de inflação de 15,8% e um défice fiscal global na ordem de 5,5% do PIB.

O OGE para 2016, prevê um aumento das receitas face a 2015, situando-se em Kz 3.514.480,15 milhões (24,7% do PIB), influenciada principalmente pelos Impostos de Bens e Serviços. As despesas deverão igualmente aumentar, atingindo cerca de Kz 4.295.712,22 milhões (30,2% do PIB), resultando num défice em torno de Kz 781.232,21 milhões (5,5% do PIB), o que poderá implicar uma maior necessidade de financiamento do Governo a ser constituída maioritariamente por financiamento externo de Kz 1.058,901,76 milhões (7,4% do PIB).

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 27

Projecta-se uma Conta Corrente deficitária em torno de USD 12.130,08 milhões, que poderá resultar essencialmente da redução significativa da Conta de Bens, em cerca de 41%, em relação a 2015, do défice esperado das contas de serviços, rendimentos e transferências correntes. Assim, prevê-se um aumento do défice do saldo global da Balança de Pagamentos relativamente ao ano anterior e, consequentemente uma perda de reservas internacionais brutas em cerca de 4%, que correspondem a uma cobertura de 7,94 meses de importação de bens e serviços no final de 2016.

Projecta-se igualmente, um crescimento de 28,7% da Base Monetária em MN, explicado essencialmente, pela expansão dos depósitos dos bancos no BNA, estes sob influência do ciclo expansionista da política fiscal.

Quanto à evolução dos agregados monetários, de acordo com a programação monetária do BNA estima-se para 2016, uma expansão anual dos agregados M3 e M2 de 20,89% e 20,85%, respectivamente, influenciada por um lado pelo aumento dos depósitos à ordem em moeda nacional, justificado pelo crescimento do PIB Não-Petrolífero e da projecção expansionista da política fiscal e, por outro lado pelo aumento dos Outros Depósitos em moeda estrangeira resultante da desvalorização da moeda nacional.

Em suma, os desafios para a garantia da estabilidade financeira persistem, dado a elevada incerteza da trajectória dos preços do petróleo no futuro, a desaceleração da economia chinesa, assim como as fracas perspectivas de crescimento tanto dos países mais desenvolvidos como dos emergentes dependentes maioritariamente da exportação de commodities.

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28 •

2 Sector Externo

Em 2015, a conjuntura económica de Angola ficou marcada por vários sinais de alerta, tendo em atenção os resultados verificados nos principais indicadores macroeconómicos de acompanhamento dos diversos sectores da economia angolana, que apontavam para aproximação de uma crise económica estrutural de grande dimensão.

No que diz respeito ao sector externo, observou-se a redução das receitas de exportação de petróleo bruto em 44,3%, face ao ano de 2014, devido à queda do preço médio de petróleo bruto nos mercados internacionais desde os meados de 2014, afectando negativamente a solidez da maior parte dos indicadores do sector externo.

Tabela 2 – Indicador do Sector Externo

U.M: Em Milhões de US$

DESCRIÇÃO 2011 2012 2013 2014 2015

Indicadores de Comécio Externo

Grau de Abertura 102,4% 95,2% 95,1% 88,0% 69,8%

Taxa de Cobertura Global 155,0% 156,8% 141,4% 113,7% 91,9%

Memo:

Importação de Bens e Serviços 43.898,3 45.836,1 49.190,4 53.514,5 37.976,2

Exportações de Bens e Serviços 68.042,5 71.873,3 69.562,2 60.851,2 34.912,9

PIB 109.322,6 123.620,4 124.849,5 130.031,7 104.388,0

Fonte: BNA/DES

O quadro acima mostra que o peso do comércio externo na economia angolana (grau de abertura 4) diminuiu 12,7 pontos percentuais passando de 82,1% em 2014 para 69,4% em 2015, dada a contracção tanto das exportações como das importações de bens e serviços, pois que a actividade económica do País é muito dependente dos fluxos de comércio externo.

A taxa de cobertura global 5 no período em análise foi de 90,7%, contra 113,7% em 2014, representando uma redução de 23,0 p.p, influenciada particularmente pela queda das exportações de bens e serviços (43,4%) numa magnitude superior à da redução das importações de bens e serviços (29,1%).

A taxa de cobertura global inferior a 100% evidência a insuficiência das receitas de exportação para cobrirem as despesas de importação de bens e serviços, traduzindo-se num deficit da Balança de Pagamentos que tem como consequência a redução das reservas internacionais bem como o aumento do endividamento externo do País.

Tabela 3 – Indicador de Solvabilidade Externa

U.M: Em Milhões de USD

DESCRIÇÃO 2011 2012 2013 2014 2015

Indicadores de Solvabilidade Externa

RB/ Importação (Meses) 7,8 8,6 7,9 6,2 7,8

RB/ Stock Dívida 135,3% 146,3% 114,3% 77,4% 68,9%

RB/ M2 em MN 153,6% 157,5% 119,0% 83,8% 85,7%

Memo:

Reservas Brutas (stock) 28.393,1 33.034,8 32.212,5 27.794,6 24.703,9

M2 em MN (stock) 18.485,8 20.969,7 27.059,7 33.166,0 28.841,9

Importação de Bens e Serviços 43.898,3 45.836,1 49.190,4 53.514,5 37.976,2

Stock da dívida Externa 20.992,1 22.582,9 28.178,1 35.933,1 35.851,9

Fonte: BNA/DES

4 O grau de abertura da economia angolana reflecte o peso das trocas comerciais com o exterior sobre a produção, isto é, o peso das importações e exportações de bens e serviços sobre o PIB

num determinado período de tempo.

5 A taxa de cobertura global representa a percentagem das importações coberta pelo valor das exportações. Uma taxa de cobertura superior à unidade indica que o país detém uma posição

comercial forte (competitividade comercial), ou seja, as receitas de exportação cobrem na totalidade as despesas de importação realizadas pelo país.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 29

O stock das reservas internacionais brutas no final de 2015 (USD 24.419,5 milhões) correspondeu a uma cobertura de 7,7 meses de importação de bens e serviços, contra 6,2 meses registados em 2014 (USD 27.794,6 milhões), evidenciando uma evolução positiva deste indicador.

A melhoria observada é reflexo da queda substancial das importações (USD 15.569,2 milhões) numa dimensão muito superior à da diminuição das reservas internacionais (USD 3.375,1 milhões).

O stock da dívida externa passou de USD 35.933,1 milhões no final de 2014 para USD 36.278,7 milhões no final de 2015, reflectindo um crescimento de 1,0% (USD 345,6 milhões) resultante do aumento considerável do défice orçamental. Assim, o rácio de reservas brutas sobre a dívida externa no final de 2015 reduziu em cerca de 10,0 p.p. em relação a 2014, ao passar de 77,4% para 67,3%.

O rácio das reservas internacionais brutas sobre os meios de pagamento em moeda nacional (MN) registou uma ligeira melhoria em cerca de 0,9 p.p. passando de 83,8% em 2014 para 84,7% em 2015, ainda assim manteve-se abaixo dos 100% mostrando a insuficiência do nível actual das reservas internacionais brutas para cobrir uma eventual conversão dos activos denominados em moeda nacional (MN) para moeda estrangeira (ME).

Tabela 4 - Indicador de Endividamento Externo

U.M: Em Milhões de USD

DESCRIÇÃO 2011 2012 2013 2014 2015

Indicador de Endividamento Externo

Stock da dívida externa/ RB 73,9% 68,4% 87,5% 129,3% 145,1%

Stock da dívida externa/ PIB 19,2% 18,3% 22,6% 27,6% 34,3%

Memo:

Reservas Brutas (stock) 28.393,1 33.034,8 32.212,5 27.794,6 24.703,9

Stock da dívida Externa 20.992,1 22.582,9 28.178,1 35.933,1 35.851,9

PIB 109.322,6 123.620,4 124.849,5 130.031,7 104.388,0

Fonte: BNA/DES

Face à diminuição das reservas internacionais brutas e aumento da dívida externa no período em análise, o rácio da dívida externa sobre as reservas brutas aumentou de 129,3% em 2014 para 148,6% em 2015, o que representa uma diminuição da capacidade do País em honrar os seus compromissos externos com recurso às reservas internacionais.

A proporção da dívida externa em relação ao PIB ascendeu para 34,8% no ano de 2015 contra 25,8% do período homólogo, uma degradação do rácio justificada fundamentalmente pela desaceleração do PIB em termos nominais e a depreciação da moeda nacional, para além do ligeiro crescimento do stock da dívida externa.

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30 •

3 Mercado Monetário

Durante o ano de 2015, a condução da política monetária teve como enfoque a regulação dos fluxos excedentários de liquidez, com o objectivo primário da estabilidade de preços e a manutenção do poder de compra da moeda nacional.

A operacionalização da política monetária, manteve como suporte os instrumentos do quadro operacional de política monetária, com ênfase para as operações de mercado aberto (OMA), e adicionalmente a disponibilização de facilidades permanentes de liquidez, a monitorização das taxas de juro de referência e alterações dos limites das reservas obrigatórias.

3.1 Operações de Regulação Monetária

3.1.1 Emissão de TBC

Em conformidade com os objectivos da gestão coordenada de política monetária e fiscal em 2015, a semelhança de anos anteriores não ocorreram emissões de TBC.

3.1.2 Operações de Mercado Aberto

As Operações de Mercado Aberto para absorção de liquidez ascenderam, em termos acumulados, ao montante de Kz 95,251 milhões, com efeito de contracção sobre a liquidez de Kz 190,390 milhões, com um nível de execução no ano de 55,46%, sobre o projectado, observando-se uma redução de 89,50% face a emissão observada em 2014, com um volume de operações de Kz 907,084 milhões.

A execução de OMA foi condicionada em parte pela não realização de operações entre os meses de Fevereiro e Agosto, no âmbito da gestão coordenada de políticas monetária e fiscal.

Tabela 5 – Operações do Mercado Aberto

Valores em Kz

OPERAÇÕES DO MERCADO ABERTO

2015 2014

Execução Projecção Grau Execução Execução Projecção Grau

Execução

Total 95.251.113.956,00 143.849.832.201,83 66,2% 907.083.668.739,08 855.368.367.934,64 106,05%

Dezembro 19.600.000.000,00 50.000.000,00 97.224.203.532,08 79.021.846.973,62 123,0%

Novembro 10.250.700.000,00 85.397.783.515,72 85.966.500.650,30 99,3%

Outubro 1.350.000.000,00 50 000 000,00 86.023.704.566,91 18.754.018.856,16 458,7%

Setembro 16.600.000.000,00 75.850.000.000,00 62.789.801.531,20 120,8%

Agosto 18.454.018.856,16 14.270.000.000,00 129,3%

Julho 89.189.201.531,20 140.841.839.893,00 63,3%

Junho 24.770.000.000,00 41.320.100.000,00 59,9%

Maio 130.841.839.893,00 121.716.932.012,67 107,5%

Abril 49.660.134.835,75 42.450.100.000,00 117,0%

Março 97.356.524.523,38 99.516.157.484,88 97,8%

Fevereiro 71.978.854.376,00 54.550.100.000,00 67.649.965.757,62 80,6%

Janeiro 47.450.413.956,00 71.770.977.825,83 66,1% 97.766.157.484,88 81.071.104.775,19 120,6%

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 31

3.1.3 Outras Operações Monetárias

3.1.3.1 Facilidades Permanentes de Liquidez

As operações de Facilidade de Absorção de Liquidez Overnight (FAO) em 2015, totalizaram o montante de Kz 2,667 mil milhões, representando uma diminuição de 47,14% em relação ao período homólogo de 2014, cujo total foi de Kz 5.659 milhões.

A tendência decrescente observada na Facilidade de Absorção de Liquidez Overnight em 2015, não espelha a eficiência da execução dos principais factores autónomos condicionantes da liquidez nem da execução fiscal, mas é reflexo da redução da taxa para zero num período longo no ano em análise, de acordo com os objectivos da gestão coordenada de política monetária e fiscal, em harmonia com o momento económico que o país atravessa.

Relativamente às operações inversas, de Facilidade de Cedência de Liquidez Overnight (FCO), o volume observado em 2015 foi de Kz 684,8 mil milhões, com maior incidência no terceiro trimestre do ano, comparativamente ao período homólogo observou-se um aumento significativo do recurso à essas operações em cerca de 181,03%, revelando escassez de liquidez por parte de algumas instituições bancárias, facto que influencia negativamente no aumento das taxas de juro do mercado monetário interbancário.

Tabela 6 – Facilidades Permanentes de Liquidez

Valores em Kz

FACILIDADES PERMANENTES DE LIQUIDEZ

2015 2014

FAL 7 DIAS (FAL7) FAO FCO FAO FCO

Total líquido 18.980.998.306,90 2.667.437,24 684.874,10 5.658.550,66 378.319,56

Dezembro 18.980 998 306,90 523.039,65 578.534,31 85.894,20

Novembro 553.118,00 5.460,43 345.455,10 89.760,25

Outubro 537.300,00 9.796,52 330.508,24 26.294,53

Setembro 69.800,00 162.759,52 257.635,68 63.403,63

Agosto - 136.270,96 205.967,74 64.048,62

Julho - 147.325,51 367.977,10 48.918,31

Junho - 58.352,73 535.739,02

Maio - 133.597,86 827.391,41

Abril - 981.213,05

Março - 593.949,95

Fevereiro 397.947,00 315.741,51

Janeiro 586.232,59 31.310,56 318.437,55

3.1.3.2 Operações de Redesconto

Não obstante os níveis de liquidez da economia permanecerem altos no período em análise, algumas instituições financeiras apresentaram dificuldades para cobrirem as suas necessidades temporárias de liquidez no mercado monetário interbancário, devido as condições de debilidade estrutural que as mesmas apresentam, recorrendo assim as operações de financiamento de última instância do Banco Central, redesconto, que aumentaram sobretudo no quarto trimestre, atingindo um total de Kz 1,190 mil milhões no final do ano.

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32 •

Tabela 7 – Operações de Redesconto

Valores em Kz

OPERAÇÕES DE REDESCONTO 2015 2014

Média. Diária Média. Diária

Média Mensal 108.175.299.595,58 23.067.581.801,95

Total 1.189.928.295.551,34 92.270.327.207,81

Dezembro 238.117.077.039,62 36.041.953.108,67

Novembro 241.927.540.660,78 15.572.388.002,07

Outubro 483.855.081.321,56 22.897.454.266,95

Setembro 1.556.049.366,58 17.758.531.830,12

Agosto

Julho 28.331.281.936,84

Junho 47.555.427.496,12

Maio 33.415.299.883,59

Abril 26.903.592.243,40

Março 22.164.282.882,98

Fevereiro 43.939.082.941,58

Janeiro 22.163.579.778,29

3.2 Evolução das Taxas de Juro do Mercado Monetário

3.2.1 Taxas de Juro da Política Monetária

As taxas de juro da política monetária tiveram uma tendência crescente, registando ligeiras variações ao longo do período, em harmonia com as decisões do Comité de Política Monetária (CPM). Nesse contexto, por decisão do CPM, a taxa de juro básica do BNA em Dezembro de 2015 situou-se em 11,00% aa., com uma variação de 2,00 p.p. em relação a 2014, tendo sido alterada, em quatro ocasiões, nos meses de Abril, Julho, Agosto e Dezembro, em harmonia com a evolução dos agregados monetários.

Relativamente às Facilidades de liquidez, a taxa de juro da FCO manteve a mesma tendência, aumentando de 9,00% aa em 2014 para 13,00% aa. em 2015, sinalizando o aumento dos custos de intermediação financeira com o Banco Central, com objectivo de incentivar maior intermediação entre as instituições financeiras no mercado monetário interbancário e induzir a contracção de crédito à economia face a evolução dos agregados monetários e consequentemente diminuir a taxa de inflação.

Concernente a taxa de juro da FAO, esta passou de 1,75% aa. em Dezembro de 2014, para 0,00% aa. em Fevereiro 2015. Entretanto, em Setembro de 2015, voltou-se a observar um aumento da taxa de juro da FAO para 1,75% aa., que manteve-se até Dezembro, altura em que registou-se uma nova redução para 0,00% e simultaneamente institui-se a Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez com maturidade de sete dias (FAL7), fixando a taxa de juro em 1,75% aa.

As variações observadas nas taxas de juro de Política Monetária tiveram em foco o cumprimento dos objectivos do programa macro executivo, visando a estabilidade de preços, o controlo da inflação e a criação de condições para o desenvolvimento do sistema financeiro angolano.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 33

Tabel 8 – Taxas de Juro Política Monetária

TAXA BNA FCO FAO FAL 7 Decisões sobre as Taxas de Juro da Política Monetária

Jan-14 9,25% 10,25% 1,25% Aumentada a taxa de juro da Facilidade de absorção de liquidez para 1,25%.

Fev-14 9,25% 10,25% 1,25% Mantida as taxas

Mar-14 9,25% 10,25% 1,50% Aumentada a taxa de juro da Facilidade de absorção de liquidez para 1,50%.

Abr-14 9,25% 10,00% 1,75%Reduzida a taxa da cedência para 10,00% e aumentada a taxa de juro da Facilidade de

absorção de liquidez para 1,75%.

Mai-14 9,25% 9,75% 1,75% Reduzida a taxa de juro da Facilidade de cedência de liquidez para 9,75%.

Jun-14 8,75% 9,75% 1,75% Reduzida a Taxa BNA para 8,75%.

Jul-14 8,75% 9,75% 1,75% Mantida as taxas

Ago-14 8,75% 9,75% 1,75% Mantida as taxas

Set-14 9,00% 9,75% 1,75% Aumentada a Taxa BNA para 9,00%.

Out-14 9,00% 9,75% 1,75% Mantida as taxas

Nov-14 9,00% 9,75% 1,75% Mantida as taxas

Dez-14 9,00% 9,75% 1,75% Mantida as taxas

Jan-15 9,00% 9,75% 1,75% Mantida as taxas

Fev-15 9,00% 9,75% 0,00% Reduzida a FAO para 0%

Mar-15 9,00% 9,75% 0,00% Mantida as taxas

Abr-15 9,25% 10,00% 0,00% Aumentada a taxa BNA e a taxa da FCO

Mai-15 9,25% 10,00% 0,00% Mantida as taxas

Jun-15 9,25% 10,00% 0,00% Mantida as taxas

Jul-15 10,25% 11,00% 0,00% Aumentada a taxa BNA e a taxa da FCO

Ag-15 10,50% 12,00% 0,00% Aumento a taxa BNA e a taxa da FCO

Set-15 10,50% 12,50% 1,75% Aumentada a taxa da FCO

Out-15 10,50% 12,50% 1,75% Aumentada a taxa de juro da Facilidade de absorção de liquidez para 1.75%.

Nov-15 10,50% 12,50% 1,75% Aumentada a taxa de juro da Facilidade de absorção de liquidez para 1,75%.

Dez-15 11,00% 13,00% 1,75% 1,75% Aumentada a taxa BNA e a taxa da FCO e surgimento da FAL 7 com taxa 1.75%

Gráfico 19: Taxas de Juro da Política Monetária

0,00%

2,00%

4,00%

6,00%

8,00%

10,00%

12,00%

14,00%

Jan-

14

Fev-

14

Mar

-14

Abr-1

4

Mai

-14

Jun-

14

Jul-1

4

Ago-

14

Set-1

4

Out-1

4

Nov

-14

Dez-

14

Jan-

15

Fev-

15

Mar

-15

Abr-1

5

Mai

-15

Jun-

15

Jul-1

5

Ago-

15

Set-1

5

Out-1

5

Nov

-15

Dez-

15

Taxas de Juro da Política Monetária

TAXA BNA FCO FAO

3.2.2 Taxas Nominais de Juro de Títulos do Mercado Primário

No final de 2015, as taxas de juro médias dos títulos públicos de curto prazo para as maturidades de 91, 182 e 364 dias situaram-se em 13,43% aa, 14,38% aa e 14,45% aa, respectivamente, observando variações positivas de 6,99p.p, 7,27p.p e 6,98 p.p, em relação ao período homólogo, esta medida resultou das decisões das políticas monetária e fiscal, com vista a redução dos níveis excedentários de liquidez no sistema financeiro, bem como o aumento de financiamento ao Tesouro.

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34 •

3.2.3 LUIBOR

A LUIBOR overnight aumentou em 5,92 p.p. em relação a 2014, situando-se em 11,31%, no final do ano,. nas restantes maturidades observou-se igual tendência com variações entre 3,77p.p, 3,66p.p, 3,54p.p, 3,38p.p e 2,89p.p, situando-se no final de 2015 em 11,44%aa, 11,88%aa, 12,21%aa., 12,56%aa e 12,84%aa, para as maturidades, de 1, 3, 6, 9 e 12 meses, respectivamente.

A variação observada na LUIBOR neste período, reflecte um aumento do custo do financiamento entre as instituições financeiras, como consequência da deterioração das condições de liquidez, por parte de algumas instituições financeiras, exercendo pressão de aumento da LUIBOR, o que pode ter influenciado o aumento das taxas de juro dos empréstimos no sector bancário.

Gráfico 20: Evolução da Luibor

-1,00%

4,00%

9,00%

14,00%

Jan-

15

Fev-

15

Mar

-15

Abr-1

5

Mai

-15

Jun-

15

Jul-1

5

Ago-

15

Set-1

5

Out-1

5

Nov

-15

Dez-

15

EVOLUÇÃO DA LUIBOR

1 Mês 3 Meses 6 Meses 9 Meses 12 Meses Series7 Overnight

3.3 Operações Cambiais

O volume de venda de divisas ao mercado em 2015, ascendeu a USD 19,654milhões, dos quais USD 17,294milhões, ou seja 87,99%, providas pelo Banco Nacional de Angola, no âmbito da gestão da política cambial e USD 2,360 milhões, ou seja12,01%, originárias de clientes. Importa referir que, comparativamente ao período homólogo, em que o volume total de vendas providas pelo BNA ao mercado foi de USD 19,175 milhões, observou-se uma ligeira diminuição da disponibilidade de divisas de 9,80%. Em resultado da forte quebra das receitas provenientes da exportação de petróleo, influenciando os factores inerentes aos ciclos de importação de bens e serviços da economia.

Tabela 9 – Volume de Vendas de Divisas:

2015 2014

BNA Clientes Vendas Totais BNA Clientes Vendas Totais

Total 17.293.545.912,38 2.360.042.112,61 19.653.588.024,99 19.174.508.014,29 15.292.267.557,77 34.466.775.572,06

Dezembro 1.176.033.846,47 154.801.084,07 1.330.834.930,54 1.783.051.947,17 312.434.550,51 2.095.486.497,68

Novembro 1.048.219.911,13 197.702.869,37 1.245.922.780,50 1.520.000.000,00 745.768.932,68 2.265.768.932,68

Outubro 1.550.861.138,24 173.833.714,50 1.724 694 852,74 1.387.972.743,13 1.714.844.565,33 3.102.817.308,46

Setembro 1.590.287.472,82 255.511.742,18 1.845.799.215,00 1.184.510.247,07 1.835.315.775,31 3.019.826.022,38

Agosto 1.115.704.373,50 182.797.746,54 1.298.502.120,04 2.167.873.076,92 1.540.261.502,40 3.708.134.579,32

Julho 1.551.260.167,35 218.635.079,98 1.769.895 247,33 2.000.000.000,00 1.764.695.881,10 3.764.695.881,10

Junho 2.219.645.178,86 208.269.314,62 2.427.914.493,48 2.620.000.000,00 1.240.338.230,50 3.860.338.230,50

Maio 1.299.671.176,01 219.812.500,79 1.519.483.676,80 1.660.000.000,00 1.101.381.848,96 2.761.381.848,96

Abril 1.357.300.000,00 128.147.338,93 1.485.447.338,93 950.000.000,00 1.126.298.980,73 2.076.298.980,73

Março 1.390.100.000,00 182.559.035,15 1.572.659.035,15 1.075.000.000,00 1.443.458.883,74 2.518.458.883,74

Fevereiro 1.645.000.000,00 185.977.496,07 1.830.977.496,07 1.190.000.000,00 1.072.288.829,68 2.262.288.829,68

Janeiro 1.349.462.648,00 251.994.190,41 1.601.456.838,41 1.636.100.000,00 1.395.179.576,83 3.031.279.576,83

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 35

Quanto à utilização das divisas, o volume de operações executadas com o exterior do país em 2015, foi no montante de USD 18,772 milhões, com uma diminuição de 47,28% comparativamente ao período homólogo de 2014, em que o volume foi de USD 35,606 milhões.

3.3.1 Taxas de Câmbio

Ao final de 2015, a taxa de câmbio de referência do mercado primário situou-se em KZ/USD 135,988, com variação acumulada no ano de 32,104%, correspondente a uma depreciação do Kwanza em igual proporção e superior á depreciação observada em 2014, de 5,189%, em que o nível de taxa de câmbio médio situou-se em de KZ/USD 102,940.

A depreciação acentuada da taxa de câmbio em 2015, com particular incidência no terceiro e quarto trimestre do ano, deveu-se ao aumento considerável no nível de procura por divisas em relação oferta e consequente pressão sobre a taxa de inflação, uma vez que, estas variáveis apresentam uma correlação positiva, devido as características da economia nacional.

No mercado secundário a taxa de câmbio média situou-se em KZ/USD 140,011 superior aos KZ/USD 104,791 observados no período homólogo, superior em 33,610% face a 2014.

Gráfico 21: Evolução da Taxa de Câmbio

90

100

110

120

130

140

150

160

Tx Ref Tx Sec (Disivas)* Tx Sec (nota)*

Abr

/14

Mar

/14

Fev/

14

Jan/

14

Mai

/14

Jun/

14

Jul/1

4

Ago

/14

Set

/14

Nov

/14

Dez

/14

Fev/

15

Mar

/15

Abr

/15

Mai

/15

Jun/

15

Jul/1

5

Ago

/15

Set

/15

Out

/15

Nov

/15

Dez

/15

3.3.2 Base Monetária

No período em análise, as operações dos mercados monetário e cambial concorreram para a regulação de liquidez e manutenção do stock da Base Monetária em nível compatível com o preconizado na programação monetária, sendo que o seu efeito conjugado resultou em expansão de liquidez de Kz 216,859 milhões, consequentemente, o stock da Base Monetária situou-se em Kz 930,528 milhões contra Kz 1.062.227,25 milhões do stock estimado da programação monetária para o ano de 2015, diminuindo em 12,40%.

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36 •

4 Sistema de Pagamentos

4.1 Desempenho do Sistema de Pagamento em Tempo Real (SPTR)

A disponibilidade do SPTR, enquanto veículo de circulação da moeda nacional entre as instituições financeiras, é imprescindível para o pleno funcionamento do sistema de pagamentos e para a estabilidade do sector financeiro. Sendo o SPTR o sistema central do Sistema de Pagamentos de Angola (SPA), deve garantir uma disponibilidade superior a 99,90% (ou seja, uma indisponibilidade média claramente inferior a 1 minuto/dia), verifica-se que tal objectivo foi alcançado, tendo a disponibilidade média do SPTR sido de 99,91%. Nos meses de Março, Maio, Junho, Agosto Outubro e Dezembro o SPTR registou taxas de disponibilidade máximas (100,0%), apesar de nos outros meses não ter atingido o objectivo preconizado.

Gráfico 22: Indisponibilidade SPTR por sessão

07-Jan0:03

22-Jan0:34

05-Fev0:05

1-Jul0:24

3-Jul0:09

2-Set0:04

4-Nov0:07

31-Dez0:13

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

4.2 Distribuição das Operações ao Longo do Dia

A distribuição ao longo do dia dos pagamentos efectuados pelos participantes no SPTR (excluindo o BNA) demonstra que, depois dos picos iniciais relacionados com as operações comunicadas em dias anteriores e com saldos de compensação, o número de pagamentos é claramente crescente ao longo do dia até à hora de fecho da sessão inicial do SPTR às 15h30 e é determinado pelos pagamentos ordenados por clientes bancários que representaram 93% do número total de operações liquidadas.

Em termos de montantes, verifica-se que os valores estão concentrados próximo das 9h00, quando se verificam pagamentos na plataforma SIGMA, maioritariamente com facilidades permanentes de depósito e operações com Títulos da Dívida Pública.

Gráfico 23: Distribuição dos Pagamentos no SPTR

0

5

10

15

20

25

30

0

10

20

30

40

50

60

7:40 8:40 9:40 10:40 11:40 12:40 13:40 14:40 15:40 16:40 17:40 18:40 19:40 20:40 21:40 22:40

Milh

ões

de K

z

Núm

ero

8h00

15h30

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 37

4.3 Desempenho do Serviço de Compensação de Valores

O Subsistema de Compensação de Cheques (SCC) é um dos subsistemas da Câmara de Compensação Automatizada de Angola e entrou em funcionamento no dia 1 de Junho de 2015, pondo fim aos processos de compensação baseados em papel (até então assegurados pelo Serviço de Compensação de Valores – SCV). Esta evolução permitiu a diminuição dos riscos operacional e financeiros, a eliminação das praças de compensação em Delegações do Banco Central e a utilização de garantias para assegurar a liquidação dos saldos de compensação.

Gráfico 24: Numero dos cheques compensados (dados do SCV)

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Apres. Devol.

Gráfico 25: Montante dos cheques compensados (dados do SCV)

0

4.000

8.000

12.000

16.000

20.000

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Milh

ões

de K

z

Apres. Devol.

4.4 Desempenho do Subsistema Multicaixa (MCX)

O Subsistema de Pagamentos Multicaixa abrange as operações de pagamento baseadas na utilização de cartões bancários válidos na rede Multicaixa de caixas automáticos e de terminais de pagamento automático, em conformidade com os procedimentos e processos estabelecidos para as operações disponibilizadas no Subsistema.

4.4.1 Terminais de Pagamento Automático

A média mensal de TPAs matriculados activos no ano de 2015 foi de 56% o que significa que 44% dos terminais matriculados na rede estiveram inactivos nesse período (no ano anterior 58% dos TPA matriculados estiveram activos). Esta situação é extremamente preocupante pelo que significa desperdício de investimento e redução de oferta de serviços aos titulares de cartões Multicaixa.

De acordo com a EMIS, as principais causas da inactividade dos TPA, devem-se a problemas na assistência aos comerciantes, no que concerne principalmente à formação e ao serviço de apoio, bem como, a existência de um grande número de TPA matriculados, mas não instalados ou instalados em estado de avaria.

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38 •

Gráfico 26: Número de TPA Activos versus Não Activos

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

TPA Não Activo TPA Activo

Terminal matriculado na Rede com pelo menos um movimento no mês (de todo o tipo)

Fonte: 9º PN EMIS, v.2)

4.4.2 Utilização de Cartões Domésticos de Marca Internacional no Estrangeiro

O número de operações com cartões domésticos de marca internacional no estrangeiro, comparativamente com o ano de 2014, registou uma redução de 21,6 %. O montante de operações registou igualmente uma redução, neste caso de 40%.

Verifica-se que ao longo do ano de 2015, as operações tiveram uma tendência decrescente em número e montante, em virtude dos condicionalismos existentes na aquisição de divisas, o que implicou cancelamentos de cartões, bem como restrições nos carregamentos de cartões pré-pagos.

Gráfico 27: Total de Operações com Cartões Domésticos de Marca Internacional no Estrangeiro

0

400

800

1.200

1.600

2.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Milh

ões

de K

z

2014 2015

2014 2015

0

8.000

16.000

24.000

32.000

40.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Milh

ões

de K

z

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 39

Relativamente ao tipo de cartão, o pré-pago foi o cartão com maior utilização no estrangeiro relativamente ao número, representando 43% e o cartão de crédito foi o cartão com maior utilização no estrangeiro relativamente ao montante, representando 47% do total no ano de 2015, (o cartão pré-pago foi o cartão com maior utilização no ano de 2014 representando 59% e 54% em número e montante, respectivamente).

Gráfico 28: Operações no Estrangeiro por Tipo de Cartão

0

1.500

3.000

4.500

6.000

7.500

Pré-pago Crédito Débito

Milh

ões

de K

wan

zas

2014 2015

0

25.000

50.000

75.000

100.000

125.000

150.000

Pré-pago Crédito Débito

Milh

ões

de K

wan

zas

2014 2015

Portugal, China e Emirados Árabes Unidos ocupam os três primeiros lugares no ranking (com base no montante de operações) dos países onde foram utilizados os cartões de marca internacional emitidos por bancos angolanos.

Gráfico 29: Ranking dos 5 Maiores Países de Destino dos Cartões

0

600

1.200

1.800

3.400

3.000

3.600

4.200

Portugal China E.A.U. Namíbia E.U.A. Outros

Milh

ões

de K

z

2014 2015

0

20.000

40.000

60.000

80.000

Portugal China E.A.U. Namíbia E.U.A. Outros

Milh

ões

de K

z

2014 2015

4.4.3 Taxa de Operacionalidade da Rede Multicaixa (TOR)

A rede de caixas automáticos constitui o canal mais eficiente de dispensação de numerário aos titulares de cartões Multicaixa, permitindo não apenas libertar as agências bancárias para outro tipo de actividades, como também prestar esse e outros serviços numa base de 24hx7d. Assim, o BNA estabeleceu como objectivo que a taxa de operacionalidade da rede deve ser superior a 95%, o que corresponde, em média, a um máximo de inoperacionalidade de aproximadamente 1h/dia por terminal.

Em 2015 a TOR foi de 92,17%, sobretudo devido a problemas de energia e telecomunicação, conforme informação do operador da rede.

Gráfico 30: Taxa de Operacionalidade da Rede Multicaixa

93,4%

92,5%92,2%

93,0%92,5%

93,8%94,4% 94,3%

94,7%

93,1%

91,3%

02,9%

89,0%

90,0%

91,0%

92,0%

93,0%

94,0%

95,0%

Jan Fev Mar Mai Abr Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

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40 •

4.4.3.1 Down-Time por Falta de Notas

O Down-Time por falta de notas (DTFN) impede a utilização da rede MCX para obtenção de numerário e contribui para maior congestionamento dos balcões. A taxa média de DTFN da rede Multicaixa no ano de 2015 foi de 19,4 %, face a 21,8% em 2014, o que representa uma ligeira melhoria de qualidade de serviço de dispensação de notas para os utilizadores de cartões, mas corresponde ainda a um valor muito significativo.

Gráfico 31: Down-Time Por Falta de Notas

13,6%

21,5%

17,7% 18,7% 18,0% 17,5%20,4% 20,8%

16,4%

20,1% 20,17%

27,6%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

4.5 Desempenho do Subsistema de Transferência a crédito (STC)

O STC é o subsistema da CCAA 6 direccionado para compensação interbancária de transferências a crédito de retalho (até Kz 5 milhões, exclusive). Durante o ano de 2015, foram processadas 1.312 mil transferências, no montante de Kz 620.778 mil milhões, face a 798.381 transferências, no montante de Kz 461.617,80 mil milhões processadas em 2014.

No mês de Fevereiro, o STC passou a ter duas sessões de compensação, possibilitando que instruções de transferência comunicadas ao subsistema antes das 11h00 sejam liquidadas interbancariamente e disponibilizadas ao beneficiário no mesmo, sem necessidade de recurso ao SPTR.

Em conjunto com o SCC, o STC beneficia de um regime de garantias que assegura a liquidação dos saldos devedores que os participantes possam ter na compensação.

Gráfico 32: Número de Transferências compensadas no STC

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

0

50.000

100.000

150.000

200.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Apres Dev

Gráfico 33: Montante das Transferências compensadas no STC

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000Apres Dev

6 CCAA: Câmara de Compensação Autorizada de Angola.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 41

5 Sistema Financeiro

5.1 Organização do Sistema Financeiro

5.1.1 Estrutura e Composição

No final de 2015, estavam autorizadas a funcionar no sistema financeiro angolano 29 (vinte e nove) instituições financeiras bancárias e 86 (oitenta e seis) instituições financeiras não bancárias, sendo destas 66 (sessenta e seis) Casas de Câmbio, 10 (dez) sociedades de microcrédito, 7 (sete) sociedades de remessas de valores, 2 (duas) sociedade cooperativa de crédito e 1 (uma) sociedade de locação financeira.

Assim, das 29 (vinte e nove) instituições financeiras bancárias autorizadas a funcionar em Angola, estavam em funcionamento 28 (vinte e oito) instituições, das quais, 3 (três) Bancos públicos, 17 (dezassete)) Bancos privados nacionais e 8 (oito) filiais de Bancos estrangeiros.

Tabela 10 – Listagem de Bancos

Nº Sigla Nome Inicio de Actividade Controlo do Capital

1 BCI BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA, S.A.R.L. 1991 Público

2 BPC BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO, S.A.R.L. 1991 Público

3 BCA BANCO COMERCIAL ANGOLANO, S.A.R.L. 1996 Privado Nacional

4 BAI BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS, S.A. 1996 Privado Nacional

5 SOL BANCO SOL 2000 Privado Nacional

6 BE BANCO ECONÓMICO, S.A 2001 Privado Nacional

7 BFA BANCO DE FOMENTO ANGOLA, S.A.R.L. 2002 Privado Estrangeiro

8 BCGA BANCO CAIXA GERAL ANGOLA S.A. 2002 Privado Nacional

9 KEVE BANCO KEVE, S.A.R.L. 2003 Privado Nacional

10 BMF BANCO BAI MICRO FINANÇAS, S.A. 2003 Privado Nacional

11 BIC BANCO BIC, S.A. 2005 Privado Nacional

12 BNI BANCO DE NEGÓCIOS INTERNACIONAL, S.A. 2005 Privado Nacional

13 BDA BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA 2006 Público

14 BPA BANCO PRIVADO ATLÂNTICO, S.A. 2006 Privado Nacional

15 BMA BANCO MILLENNIUM ANGOLA, S.A. 2006 Privado Nacional

16 BANC BANCO ANGOLANO DE NEGÓCIOS E COMÉRCIO, S.A. 2006 Privado Nacional

17 VTB BANCO VTB ÁFRICA, S.A. 2006 Privado Estrangeiro

18 FNB FINIBANCO ANGOLA 2007 Privado Estrangeiro

19 BKI BANCO KWANZA INVESTIMENTO S.A 2007 Privado Nacional

20 BCH BANCO COMERCIAL DO HUAMBO, S.A 2009 Privado Nacional

21 SBA STANDARD BANK DE ANGOLA, S.A 2009 Privado Estrangeiro

22 BVB BANCO VALOR, S.A. 2010 Privado Estrangeiro

23 YETU BANCO YETU, S.A. 2013 Privado Nacional

24 BPG BANCO PRESTÍGIO, S.A 2013 Privado Nacional

25 BPAN BANCO PUNGO ANDONGO 2013 Privado Nacional

26 SCBA STANDARD CHARTERED BANK DE ANGOLA 2013 Privado Estrangeiro

27 BIR BANCO DE INVESTIMENTO RURAL 2013 Privado Nacional

28 BCS BANCO DE CRÉDITO DO SUL, SA 2015 Privado Nacional

29 ECOBANK ECOBANK DE ANGOLA* Privado Nacional

* Banco autorizado a funcionar mas ainda não iniciou a sua actividade

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42 •

Ao nível de cobertura geográfica da rede de agências bancárias pelo território nacional, no período homólogo, o sistema bancário angolano detinha um total de 1.435 (mil quatrocentos e trinta e cinco) agências e dependências, tendo aumentado 43 (quarente e três) agências e dependências, com maior concentração na província de Luanda com cerca de 63% do total de agências e dependências das instituições bancárias em funcionamento.

Relativamente às instituições financeiras não bancárias, no período em referência estavam em funcionamento 54 (cinquenta e quatro) casas de câmbio.

Quanto à rede de agências, as casas de câmbio em funcionamento detinham 123 (cento e vinte e três) agências em todo o território nacional, havendo uma concentração de mais da metade (57,04%) na província de Luanda com 83 (oitenta e três) agências, seguida da província da Huíla com 21 (vinte e uma) agências (14,79%).

Estavam igualmente em funcionamento 5 (cinco) instituições de microcrédito, com 16 (dezasseis) agências distribuídas por 9 (nove) províncias, 3 (três) sociedades prestadora de serviços de pagamentos, com 23 (vinte e três) agências distribuídas em 6 (seis) províncias e 1 (uma) sociedade cooperativa de crédito, com 1 (uma) agência em Luanda.

5.1.2 Regulação Prudencial do Sistema Financeiro

O Banco Nacional de Angola (BNA), no âmbito do cumprimento da sua missão na qualidade de órgão regulador e de supervisão do Sistema Financeiro Angolano (SFA), particularmente do sector bancário, estabelece normas prudenciais e de conduta para a actuação das instituições financeiras sob a sua jurisdição, nomeadamente, quanto à sua organização contabilística, estruturas de receitas e controlos interno, bem como, as informações e respectiva periodicidade a prestar ao BNA e ao público.

A função de regulação resulta da necessidade de dotar o SFA de ferramentas e procedimentos regulamentares que optimizem o correcto funcionamento das instituições financeiras e promovam a estabilidade das mesmas, tornando-as mais eficientes e eficazes, sólidas e transparentes, tendo em linha de conta, a protecção dos interesses dos depositantes, investidores e outros credores e a salvaguarda das condições normais de funcionamento do mercado monetário, financeiro e cambial. Neste contexto, de Janeiro a Dezembro de 2015, foram produzidos e publicados os seguintes normativos:

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 43

Leis

• Lei n.º 12/2015, de 17 de Junho – Lei de Bases das Instituições Financeiras

Avisos, Instrutivos e Directivas• Aviso n.º 01/2015, de 29 de Janeiro – Importação e Exportação de Moeda Estrangeira e Cheques de Viagem;• Aviso n.º 02/2015, de 26 de Janeiro – Limite de Exposição ao Risco Cambial;• Aviso n.º 03/2015, de 09 de Abril – Publicidade de Produtos e Serviços Financeiros;• Aviso n.º 04/2015, de 20 de Abril – Nova Família do Kwanza;• Aviso n.º 05/2015, de 20 de Abril – Cheque Normalizado;• Aviso n.º 06/2015, de 20 de Abril – Número Bancário Angolano (NBA), Número Internacional de Conta Bancária

(IBAN);• Aviso n.º 07/2015, de 20 de Abril – Serviço de Compensação de Valores (SCV), Subsistema de Compensação

de Cheques (SCC);• Aviso n.º 08/2015, de 20 de Abril – Transferências por Bruto e em Tempo Real;• Aviso n.º 09/2015, de 20 de Abril – Prazos de Execução e de Disponibilização de Fundos Aplicáveis aos

Movimentos de Depósitos à Ordem, Transferências e Remessas de Valores;• Aviso n.º 10/2015, de 16 de Junho – Entrada e Saída de Moeda na Zona Fronteiriça de Santa Clara (Angola) e

Oshikango (Namíbia);• Aviso n.º 11/2015, de 24 de Dezembro – Classificação dos Subsistemas;• Aviso n.º 12/2015, de 28 de Dezembro - Acordo de Conversão Monetária entre o Banco Nacional de Angola e

o Banco da Namíbia - Entrada e saída de moeda nacional e moeda estrangeira na fronteira terrestre de Santa Clara (Angola) - Regras operacionais a observar pelas instituições financeiras;

• Instrutivo n.º 01/2015, de 14 de Janeiro – Classificação de Países, Bancos Multibilaterais de Desenvolvimento e Organizações Internacionais;

• Instrutivo n.º 02/2015, de 14 de Janeiro – Metodologias para a Constituição de Provisões;• Instrutivo n.º 03/2015, de 23 de Fevereiro – Reservas Obrigatórias• Instrutivo n.º 04/2015, de 02 de Março - Compra e Venda de Moeda Estrangeira, Regras Operacionais Adicionais;• Instrutivo n.º 05/2015, de 22 de Abril - Especificações Técnicas do Cheque Normalizado;• Instrutivo n.º 06/2015, de 26 de Maio – Câmara de Compensação Automatizada de Angola – Garantias para

Liquidação de Saldos;• Instrutivo n.º 07/2015, de 28 de Maio - Casas de Câmbios - Regras Operacionais;• Instrutivo n.º 08/2015, de 04 de Junho – Reservas Obrigatórias;• Instrutivo n.º 09/2015, de 04 de Junho – Metodologias para a Constituição de Provisões;• Instrutivo n.º 10/2015, de 04 de Junho - Política Cambial - Sessões de Compra e Venda de Moeda Estrangeira

- Procedimentos Extraordinários de Participação;• Instrutivo n.º 11/2015, de 18 de Junho – Acordo de Conversão Monetária entre o Banco Nacional de Angola e

o Banco da Namíbia - Entrada e saída de moeda nacional e moeda estrangeira na fronteira terrestre de Santa Clara (Angola) - Regras operacionais a observar pelas instituições financeiras;

• Instrutivo n.º 12/2015, de 24 de Junho – Operações Cambiais – Procedimentos;• Instrutivo n.º 13/2015, de 01 de Julho – Operações de Cedência de Liquidez dos Bancos de Desenvolvimento;• Instrutivo n.º 14/2015, de 07 de Julho – Mercado Cambial – Margem Máxima para Operações de Venda de

Divisas;• Instrutivo n.º 15/2015, de 13 de Julho – Margem Máxima para Operações de Venda de Divisas;• Instrutivo n.º 16/2015, de 22 de Julho – Reservas Obrigatórias;• Instrutivo n.º 17/2015, de 20 de Agosto – Procedimentos Operacionais a serem Observados nas Sessões de

Leilão de Venda de Moedas Estrangeiras às Casas de Câmbio;• Instrutivo n.º 18/2015, de 21 de Agosto – Cartões de Pagamento – Informação Estatística;• Instrutivo n.º 19/2015, de 02 de Dezembro – Reservas Obrigatórias;• Instrutivo n.º 20/2015, de 09 de Dezembro – Reporte e Monitorização de Transacções Cambiais;• Directiva n.º 01/DRO/DSI/15, de 12 de Dezembro – Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo

– Questionário de Auto-Avaliação;• Directiva n.º 02/DRO/DSI/15, de 10 de Dezembro – Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo –

Guia;• Directiva n.º 03/DRO/15, de 23 de Dezembro – Taxa de Redesconto;• Directiva n.º 13/DMA/15, de 28 de Dezembro – Operações de Facilidades Permanentes de Absorção de Liquidez

(FAL) – Prazo Superior à Overnight.

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44 •

5.2 Sistema Bancário – Visão Geral

5.2.1 Estrutura Patrimonial

Em Dezembro de 2015, volume de negócios da banca totalizou cerca de Kz 8.387.123 milhões, o que representa 58,01% do PIBm 7 e 73,88% do PIB não petrolífero, tendo aumentado em 17,66% face ao período homólogo. Apesar do volume das aplicações da banca apresentar tendência crescente, o nível de crescimento dos últimos 4 (quatro) anos abrandou, tendo aumentado em 2012, 2013, 2014, 2015 em apenas 10,90%, 11,10%, 7,25% e 17,66%, respectivamente, após o crescimento acentuado de 28,84% em 2011. Importa referir que, o efeito da variação cambial teve um impacto positivo, nas aplicações da banca, porém retirando o efeito da variação cambial destas aplicações, o volume de negócios da banca aumentaria em apenas 5,66% em 2014 e 1,57% em 2015.

Gráfico 34: Activo

0,00%

30,00%

60,00%

90,00%

120,00%

150,00%

180,00%

-

2.000.000

4.000.000

6.000.000

8.000.000

10.000.000

12.000.000

14.000.000

Dez/10 Dez/11 Dez/12 Dez/13 Dez/14 Dez/15

Milh

ões

de K

z

Activo & PIB

Activo Total

PIB pm

PIB petrolífero

PIB não petrolífero

Activo/PIB não petrolífero

Activo/PIB pm

-1.000.000,002.000.000,003.000.000,004.000.000,005.000.000,006.000.000,007.000.000,008.000.000,009.000.000,00

Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez2010 2011 2012 2013 2014 2015

Milh

ões

de K

z

Activo

Activo S/Efeito Cambial Activo

Por seu turno, verifica-se por parte de alguns bancos uma tendência de alteração do perfil de negócios, restringindo a concessão de crédito, em detrimento de aplicações em títulos e valores mobiliários que aumentaram consideravelmente em Kz 317.722 (25,86%) em 2014 e Kz 741.073 milhões (47,92%) em 2015, com efeito o crédito abrandou, tendo crescido nos 2 (dois) últimos anos em apenas Kz 261.888 milhões (8,90%) e Kz 387.789 milhões (12,10%), respectivamente, apresentando taxas de crescimento inferiores aos 30,20%, 22,82% e 14,02% dos anos de 2011, 2012 e 2013, respectivamente. Todavia, o crédito mantém a sua relevância na estrutura de negócios da banca com um peso de 42,84%, seguindo-se os títulos e valores mobiliários com 27,27% e as Disponibilidades com 18,43%.

Gráfico 35: Composição do Activo

Disponibilidades, 18,43%

Aplicações de liquidez, 6,17%

Títulos e valores mobiliários,

27,27%

Instrumentos financeiros derivados, 0,04%Créditos no sistema de pagamentos, 0,63%

Operações cambiais, 0,68%

Crédito líquido, 38,05%

Outros Valores, 3,28%

Invetários comerciais e industriais,e adiantamentos a fornecedores, 0,00%

Imobilizações, 5,45%

Composição do Activo em Dez/14

Dispobibilidades, 16,01

Aplicações de liquedez, 11,59%

Títulos e valores mobiliários,

21,69%

Instrumentos financeiros derivados , 0,00%

Créditos no sistema de pagamentos, 0,30%

Operações cambiais, 048%

Crédito líquido, 44,97%

Outros Valores, 3,20%

Invetários comerciais e industriais,e adiantamentos a fornecedores, 0,00%

imobilizações, 5,53%

Composição do Activo em Dez/15

7 Projectado para 2016

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 45

Relativamente as captações, a semelhança das aplicações, o nível de endividamento da banca abrandou, aumentando em apenas Kz 1.101.491 milhões (17,19%).Os depósitos mantêm-se como a maior fonte de captação de recursos a terceiros das instituições financeiras bancárias, contudo, nos últimos 3 (três) anos o volume das captações de depósitos aumentaram em taxas mais reduzidas, tendo o seu peso no passivo diminuído de 83,52% em 2014 para 81,17% em 2015.

Gráfico 36: Composição do Passivo

81,17%

6,89%

0,11%

0,05%

1,77% 1,07%

6,17%

0,02%

2,24% 0,00%

0,51%

Composição do Passivo em Dez/5

Depósito

Captações para liquidez

Capatições com títulos e valores mobiliários

Instrumentos financeiros derivados

obrigações no sistema de pagamentos

Operações cambiais

Outras captações

Adiantamentos de clientes

Outras obrigações

Fornecedores comerciais e industriais

Provisões para responsabilidades propáveis

83,52%

5,18%

0,10%

0,01%

1,45%

0,77%

6,27%

0,09%1,91%

0,00%

0,68%

Composição do Passivo em Dez/14

Depósito

Captações para liquidez

Capatições com títulos e valores mobiliários

Instrumentos financeiros derivados

obrigações no sistema de pagamentos

Operações cambiais

Outras captações

Adiantamentos de clientes

Outras obrigações

Fornecedores comerciais e industriais

Provisões para responsabilidades propáveis

5.2.2 Adequação de Capital

Com objectivo de inibir os impactos da crise internacional, que revelou a existência de vulnerabilidades na regulação do sistema financeiro a nível global, o Comité de Basileia de Supervisão Bancária recomendou diversas propostas, para os reguladores reforçarem a qualidade dos fundos próprios dos bancos, consequentemente, o Banco Nacional de Angola, considerando as melhores praticas internacionais, o desenvolvimento do sistema bancário angolano, bem como, a necessidade de manter e reforçar a capacidade dos bancos para enfrentar as situações adversas que têm proeminado internacionalmente e que, mais recentemente, têm tido impacto em Angola, com vista a reforçar a solidez financeira das instituições bancarias no âmbito da iniciativa para o reforço da estabilidade financeira, deu inicio a revisão e emissão de nova regulamentação alinhadas a princípios internacionalmente aceites, dos quais destaca-se a revisão do pacote normativo sobre Fundos Próprios Regulamentares, cuja a publicação está prevista para o primeiro Semestre de 2016, que prevê reforçar os níveis mínimos de solvabilidade a observar pelas instituições autorizadas a funcionar no território nacional, adicionando um novo limite para “Core Tier 1 8”.

Ao longo dos últimos anos, verifica-se um aumento da tomada de riscos do sistema bancário angolano, verificando-se um aumento considerável dos Activos Ponderados pelo Risco (APR) a 100%, com particular destaque para o crédito concedido ao sector empresarial não financeiro e a particulares. Todavia, o sistema bancário angolano continuou a demonstrar capitalização suficiente para suportar os riscos económicos e financeiros, devido ao aumento dos Fundos Próprios Regulamentares (FPR), por via do incremento da rendibilidade da banca nos últimos anos devido sobretudo aos proveitos de títulos, operações cambiais e ajustes ao valor justo da carteira de títulos, consequentemente, os Fundos Próprios de Base (Core Tier 1)/ (APR + ECR) situaram-se em 13,76% e o rácio de solvabilidade regulamentar manteve-se em 19 %, muito acima do limite mínimo regulamentar de 10% estabelecido no Aviso 05/07, de 12 de Setembro.

8 Calculado conforme novas regras, tendo como base apenas nos elementos de capital de melhor qualidade.

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46 •

Gráfico 37: Adequação de Capital

0,00

500.000,00

1.000.000,00

1.500.000,00

2.000.000,00

2.500.000,00

3.000.000,00

3.500.000,00

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Milh

ões

de K

zM

ilhõe

s de

Kz

Evolução Activos Ponderados pelo RiscoAPR a 100%

APR a 130%

APR a 20%

APR a 30%

APR a 50%

APR a 60%

-

0,05%

0,10%

0,15%

0,20%

0,25%

-

200.000,00

400.000,00

600.000,00

800.000,00

1.000.000,00

1.200.000,00

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Evolução dos Fundos Próprios e Solvabilidade

Fundos de Nível I Fundos de Nível II Solvabilidade Fundos de Nível I/Activos Ponderados P/Riscos+Exig. Risco Cambial

2 2

11

8

5

2

6

15

18,13% 16,27%

24,72%

40,77%

0,00%5,00%10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00%

9

2

4

6

8

10

12

14

16

RS < 10% 10% < = RS < = 12% 12% < RS < = 20% RS > 20%

Intervalo do Rácio de Solvabilidade por nº de Bancos

Dezembro de 2014 Dezembro de 2015 Peso dos Bncos no Activos SFA em Junho de 2016

-

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

-

1.000.000,00

2.000.000,00

3.000.000,00

4.000.000,00

5.000.000,00

6.000.000,00

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Evolução Solvabilidade & Riscos

ECRC (Exigência de Capital para Risco Cambial Activos Ponderados Pelo Riscos Fundos Próprios Regulamentares Solvabilidade

Individualmente, de modo geral as instituições bancárias apresentaram fundos próprios suficientes para suportar os seus riscos, porém 5 (cinco) bancos que representam uma quota de mercado de activo de 18,13% apresentaram rácios de solvabilidade abaixo do mínimo regulamentar.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 47

5.2.3 Qualidade Dos Activos

O crédito concedido continuou a apresentar tendência de crescimento, porém a ritmo muito inferior face aos seus referências históricos, devido a diminuição do preço de petróleo ocorrida no segundo semestre de 2014 e consequente degradação das condições monetárias e financeiras, em particular destaque a variação significativa da taxa de câmbio face a moeda externa que teve início em Setembro de 2014, que encareceu a amortização das prestações creditícias das famílias e empresas, reflectindo-se num aumento considerável do crédito mal parado nos últimos 2 (dois) anos, e consequente o risco de crédito que entretanto foi de alguma forma atenuado pelo aumento da cobertura de provisões.

Com efeito da degradação das condições monetárias e financeiras, verifica-se por parte de alguns bancos uma tendência de alteração do perfil de negócios, restringindo por conservadorismo a concessão de crédito, a favor das aplicações de títulos e valores mobiliários, aplicações de liquidez e operações cambiais, facto que concorreu para o abrandamento do crédito. Por outro lado, não obstante o número de instituições bancarias terem aumentado consideravelmente nos últimos anos, o sistema bancário continua a apresentar níveis de concentração elevados, com a quota de mercado dos 5 (cinco) maiores bancos a representar 70,85% do total da carteira de crédito e concentrado em 5 (cinco) sectores de actividade económica 9.

Em Dezembro de 2015, a carteira de crédito totalizou Kz 3.593.307 milhões, tendo aumentando em Kz 387.789 milhões (12,10%) em relação a 2014, ou seja a taxa muito inferior face ao crescimento verificado nos anos de 2011, 2012 e 2013 em que cresceu em média 22,34%. Importa também referir que, apesar da carteira de crédito ter aumentado no período em análise em 12,10%, se retirar-se o efeito cambial, a carteira de crédito diminuiria em 1,01% face ao período homólogo.

Gráfico 38: Crédito no SFA sem efeito Cambial

.500.000,00

1.000.000,001.500.000,002.000.000,002.500.000,003.000.000,003.500.000,00

4.000.000,00

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Milh

ões

de K

z

Crédito

Crédito S/Efeitos Cambial Crédito

No âmbito dos objectivos de desdolarização da economia, em 2011, foram estabelecidas novas regras para concessão de crédito em moeda estrageira, com efeito ao longo dos últimos anos o crédito em moeda nacional cresceu expressivamente relativamente ao crédito em moeda estrangeira, tendo o seu peso no crédito total aumentado de 36,11% em 2010 para 69,15% em 2015, o que de certa forma atenuou o risco de exposição cambial do sistema financeiro.

Gráfico 39: Crédito no SFA Por Moeda

-

500.000,00

1.000.000,00

1.500.000,00

2.000.000,00

2.500.000,00

3.000.000,00

3.500.000,00

4.000.000,00

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Milh

ões

de K

z

Carteira de Crédito por Moeda

Crédito MN Crédito ME

9 “Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis, motociclos e de bens de uso pessoal e doméstico”, “particulares”, “outras actividades de serviços colectivos, sociais e

pessoais”, “actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas” e “construção”

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48 •

No período, o crédito mal parado aumentou consideravelmente de Kz 133.510 milhões (28,67%), ao passar de Kz 465.705 milhões em 2014 para Kz 599.215 milhões em 2015, devido sobretudo a variação significativa da taxa de câmbio face a moeda externa registada desde o segundo semestre de 2014, que encareceu a amortização das prestações creditícias das famílias e empresas, consequentemente, o crédito vencido em moeda estrangeira aumentou significativamente desde aquela data até o final de 2015 em Kz 206.908 milhões (290%) e o rácio de crédito vencido sobre o crédito total aumentou de 14,53% em Dezembro de 2014 para 16,68% em Dezembro de 2015. Entretanto, contrariamente o rácio do crédito vencido mal parado sobre o crédito total diminuiu ligeiramente de 11,65% para 11,62%, devido a amortização das prestações em atraso por parte de alguns clientes, execução de garantias e refinanciamento da carteira de crédito com atraso superior a 90 (noventa) dias.

Para mitigar o risco de crédito, o sistema bancário constituiu provisões para crédito vencido no valor de Kz 222.180 milhões, um aumento de Kz144.364 milhões (286%) comparativamente ao período homólogo, devido sobretudo a exigência de reforço de provisões às instituições bancarias, no âmbito do programa de Avaliação da Qualidade do activo efectuado recentemente pelo BNA a banca angolana, que atenuou o risco de crédito 10, tendo o rácio diminuído consideravelmente de 32,78% em 2014 para 19,67% em 2015.

Gráfico 40: Qualidade do Crédito

0,00%2,00%4,00%6,00%8,00%

10,00%12,00%14,00%16,00%18,00%20,00%

Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez2010 2011 2012 2013 2014 2015

Nível de Incumprimento

Crédito Vencido/Crédito Total Bruto Crédito Vencido Mal Parado/ Activo Total

-

1.000.000,00

1.500.000,00

2.000.000,00

2.500.000,00

3.000.000,00

3.500.000,00

4.000.000,00

Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez2010 2011 2012 2013 2014 2015

Milh

ões

de K

z

Crédito Crédito S/Efeito Cambial Crédito

0,00%5,00%

10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00%50,00%

Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez2010 2011 2012 2013 2014 2015

Risco de Crédito

(Crédito Vencido Mal Parado - Provisões para crédito vencido Mal Parado) /Fundo Próprios Totais

(crédito Vencido - Provisões para crédito vencido)/Fundos Próprios Totais

10 Crédito não aprovisionado sobre os fundos próprios regulamentar

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 49

0,00%5,00%

10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00%50,00%

Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez2010 2011 2012 2013 2014 2015

Risco de Crédito

(Crédito Vencido Mal Parado - Provisões para crédito vencido Mal Parado) /Fundo Próprios Totais

(crédito Vencido - Provisões para crédito vencido)/Fundos Próprios Totais

-

100.000,00

200.000,00

300.000,00

400.000,00

500.000,00

600.000,00

700.000,00

Dez

Mar

Jun! Se

t

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Milh

ões

de K

zCrédito Vencido por Moeda

Crédito Vencido MN Crédito Vencido ME

5.2.4 Rentabilidade

Não obstante a conjuntura macroeconómica apresentar-se pouco favorável, em 2015, a banca angolana apresentou o maior resultado líquido dos últimos cinco (5) anos, tendo totalizado Kz 139.555 milhões face aos Kz 44.609 milhões do período homólogo, traduzindo-se num aumento do retorno dos capitais (ROE) de 4,88% para 12,84% e activos (ROA) de 0,63% para 1,68%, devido sobretudo ao aumento significativo dos resultados de negociações e ajustes ao valor, proveitos de operações cambiais, proveitos de aplicações de crédito e proveitos de títulos. Entretanto, a maior parte proveitos da banca não provêm da sua actividade tradicional, intermediação financeira, uma vez que, se excluir-se os resultados de negociações e ajustes ao valor e os proveitos de operações cambiais, o agregado do sistema bancário apresentaria um prejuízo de aproximadamente Kz 40.000 milhões.

Gráfico 41: Intermediação Financeira

0,00

50.000.000.000,00

100.000.000.000,00

150.000.000.000,00

200.000.000.000,00

250.000.000.000,00

300.000.000.000,00

350.000.000.000,00

Dez/10 Dez/11 Dez/12 Dez/13 Dez/14 Dez/15

Milh

ões

de K

z

Evolução dos proveitos de produtos e serviços financeiros

Proveitos de Aplicações De Liquidez

Proveitos de Títulos E Valores Mobiliários

Proveitos de Créditos

Resultados de Negociações e Ajustes Ao Valor Justo

Resultados de Operações Cambiais

Resultados de Prestação De Serviços Financeiros

0

20.000.000.000

40.000.000.000

60.000.000.000

80.000.000.000

100.000.000.000

120.000.000.000

140.000.000.000

160.000.000.000

Dez/10 Dez/11 Dez/12 Dez/13 Dez/14 Dez/15

Milh

ões

de K

z

Resultados Líquidos do Exercício

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50 •

Nos últimos anos, era expectável que o spread de operações de crédito diminuísse, devido a redução das taxas de juros e ao abrandamento da carteira de crédito, porém os proveitos de crédito aumentaram em grande escala, motivado pelo aumento das prestações de crédito dos clientes com endividamento em moeda estrangeira, por via da valorização da moeda estrangeira face a moeda nacional.

Gráfico 42: Evolução da Taxa Media Anual

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

Taxa

Méd

ia A

nual

Evolução da Taxa Media Anual

Crédito ao Sector Empresarial em MN

Crédito ao Sector Empresarial em ME

Crédito a Particulares em MN

Crédito a Partticulares em ME

Dez/

10

Fev/

11

Abr/

11

Jun/

11

Ago/

11

Out/

11

Dez/

11

Fev/

12

Abr/

12

Jun/

12

Ago/

12

Out/

12

Dez/

12

Fev/

13

Abr/

13

Jun/

13

Ago/

13

Out/

13

Dez/

13

Fev/

14

Abr/

14

Jun/

14

Ago/

14

Out/

14

Dez/

14

Fev/

15

Abr/

15

Jun(

15

Ago/

15

Out/

15

Dez/

15

5.2.5 Liquidez e Gestão de Fundos

Com a elevada procura de moeda externa e consequente escassez da mesma, algumas instituições financeiras bancárias apresentam dificuldades no cumprimento das suas obrigações imediatas em moeda estrangeira com os seus clientes, com efeito o agregado do Sistema Financeiro Angolano (SFA) apresentou desfasamentos (gaps) significativos entre o financiamento de curto-prazo e uma alocação de recursos de longo-prazo, com um índice de liquidez imediata em ME ( 19.80%,) mais baixo dos últimos 5 (cinco) anos (2010), período em que o SFA ressentiu a crise financeira mundial de 2008, sendo que no ultimo ano, a capacidade dos bancos fazerem face as suas obrigações de curto prazo em moeda estrangeira diminuiu consideravelmente de 29,73% em 2014 para 19,80% em 2015.

Gráfico 43: Liquidez imediata

24,11%29,73%

19,80%

55,39%

48,40%

65,53%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Dez/

10Ja

n/11

Fev/

11M

ar/1

1Ab

r/11

Mai

/11

Jun/

11Ju

l/11

Ago/

11Se

t/11

Out/

11N

ov/1

1De

z/11

Jan/

12Fe

v/12

Mar

/12

Abr/

12M

ai/1

2Ju

n/12

Jul/1

2Ag

o/12

Set/

12Ou

t/12

Nov

/12

Dez/

12Ja

n/13

Fev/

13M

ar/1

3Ab

r/13

Jun/

13Ju

l/13

Ago/

13Se

t/13

Out/

13N

ov/1

3De

z/13

Jan/

14Fe

v/14

Mar

/14

Abr/

14M

ai/1

4Ju

n/14

Jul/1

4Ag

o/14

Set/

14Ou

t/14

Nov

/14

Dez/

14Ja

n/15

Fev/

15M

ar/1

5Ab

r/15

Mai

/15

Jun/

15Ju

l/15

Ago/

15Se

t/15

Mai

/15

Out/

15N

ove/

15De

z/15

Liquidez Imediata

Liquidez Imediata ME Liquidez Imediata MN

Relativamente a intermediação financeira, algumas instituições apresentam conservadorismo na concessão de crédito, alterando o seu perfil de negócios para aplicações de títulos e operações cambias, com efeito o rácio de transformação (crédito/depósitos) diminuiu de 59,90% em 2014 para 58,96% em 2015.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 51

5.2.6 Análise de sensibilidade

Com o objectivo de identificar potenciais vulnerabilidades no agregado do sistema bancário e nos seus principais intervenientes, foram efectuados choques individualmente em cada banco e no agregado do sistema, na carteira de crédito 11, taxa de câmbio 12, exposição ao exterior 13 e liquidez 14. Entretanto, os impactos dos choques no sistema, poderão não ser totalmente capturados pelos modelos, uma vez que os resultados deste estudo são baseados em efeitos de primeira ordem e não têm em consideração os impactos secundários no sistema, bem como pelo facto dos balanços serem estáticos e os choques instantâneos no sistema, não permitirem tempo para eventuais mitigantes.

5.2.6.1 Carteira de Crédito

Com o agravamento da classificação da carteira actual para 2 (dois) nível de risco, a rentabilidade do agregado do SFA diminuiria consideravelmente de Kz 141.288 milhões para Kz -413.737 milhões, ou seja -392,8%, consequentemente o rácio de solvabilidade de 19.83% para 11,70%, situando-se próximo do mínimo regulamentar. Em termos individuais, os rácios de solvabilidade de 5 (cinco) bancos que já se encontravam abaixo do mínimo regulamentar (10%) agravar-se-

iam. Adicionalmente, mais 10 (dez) bancos passariam a ter rácios abaixo do mínimo regulamentar.

5.2.6.2 Liquidez

Para esta análise foi estabelecido dois cenários em que ocorresse levantamentos de 30% e 50% dos depósitos de clientes. Os resultados demonstram que num cenário de stress em que ocorresse a retirada de 30% dos depósitos, o SFA conseguiria cobrir 84,53% das necessidades de liquidez de Kz 1.828.294 milhões com apenas os activos líquidos de nível I 15. Em termos individuais, 10 (dez) bancos não conseguiriam cobrir as suas necessidades de liquidez com apenas os activos líquidos de nível I, com excepção de 1 (um) banco que detém uma das maiores quotas de mercado de activos do SFA, que não conseguiria cobrir a sua necessidade de liquidez com os quatro níveis de activos líquidos, registando deste modo um défice de liquidez.

E com uma retirada de 50% dos depósitos, o agregado do SFA registaria uma necessidade de liquidez no valor de Kz 3.047.156 milhões e conseguiria cobrir as necessidades de liquidez recorrendo aos activos líquidos de nível II, porém, em termos individuais, 3 (três) bancos não conseguiriam cobrir as suas necessidades de liquidez com os quatro níveis de liquidez, registando assim um défice de liquidez.

Gráfico 44: Estrutura de Liquidez

0 282 868

1 828 294

1 545 426

15,47% 0,00% 0,00% 0,00% 0

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1.400.000

1.600.000

1.800.000

2.000.000

Necessidade liquidez ( depósitos)

Activos Nível I Activos Nível II Activos Nível III Activos Nível IV Défice Liquidez

Milh

ões

de K

z

Estrutura de Liquidez - SFA

0

1 501 730

3 047 156

1 545 426

49,28% 0,00% 0,00% 0,00% 0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

3.500.000

Necessidade liquidez ( depósitos)

Activos Nível I Activos Nível II Activos Nível III Activos Nível IV Défice Liquidez

Milh

ões

de K

z

Estrutura de Liquidez - SFA

11 Análise do impacto da deterioração dos níveis de risco da carteira de crédito

12 Análise do impacto de uma apreciação/depreciação do Kwanza face ao dólar americano

13 Análise do impacto de perda de activos no exterior

14 Analise o impacto de uma fuga de depósitos

15 Disponibilidades

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52 •

5.2.6.3 Taxa de Câmbio

Para a presente análise foi considerado um choque na taxa de câmbio do Kwanza face ao Dólar tendo em conta a variação significativas da taxa de câmbio registada no ultimo ano, assim estabeleceu-se para cenário mais critico uma depreciação de 100% do Kwanza face ao dólar, aumentando a taxa de câmbio passaria de 135,315 16 para 270,606 com efeito o rácio de solvabilidade do agregado do sistema bancário diminuiria de 19,83% para 16,47%.

A nível individual, mais 4 (quarto) bancos no sistema passariam a apresentar rácios de solvabilidade abaixo do limite mínimo estabelecido (10%), para além dos 5 (cinco) bancos que já apresentam rácios desenquadrados.

5.2.6.4 Exposição ao Exterior

Considerando que a exposição dos bancos ao exterior é maioritariamente em relação a Portugal, foi realizada uma análise de sensibilidade através da definição de uma perda de 35% dos activos de Bancos angolanos no referido país, que resultaria numa diminuição do rácio de solvabilidade do SFA de apenas 19,83% para 18,88%. Em termos individuais, de um modo geral, os bancos que detêm aplicações em Portugal teriam impactos negativos nos seus rácios de solvabilidade.

5.3 Estabilidade do Sistema Bancário Angolano

Em 2015 o Sistema Financeiro Angolano apresentou o índice de estabilidade mais baixo dos últimos 5 (cinco) anos, diminuindo consideravelmente de 63% em Agosto de 2014 para 19% em Dezembro de 2015, devido a diminuição do preço do petróleo ocorrida no segundo semestre de 2014 e consequente degradação das condições monetárias e financeiras, sobretudo a variação cambial, aumento do crédito mal parado e escassez de moeda externa que diminuiu a capacidade dos bancos honrarem os seus compromissos imediatos em moeda estrageira.

Gráfico 45: Índice de Estabilidade Financeira

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Dez/10 Mar/11 Jun/11 Set/11 Dez/11 Mar/12 Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14 Mar/15 Jun/15 Set/15 Dez/15

Índice de Estabilidade Financeira

16 Taxa média do mercado primário de Dezembro de 2015

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 53

6 Supervisão Comportamental

6.1 Gestão das Reclamações

A análise das reclamações remetidas ao Banco Nacional de Angola nos anos de 2014 e 2015, que compreendem as reclamações apresentadas directamente às instituições financeiras bancárias e reportadas ao BNA, revelaram os seguintes aspectos:

O número de reclamações ao longo do período em análise apresentou uma trajectória de crescimento, subindo de uma média mensal de 584 reclamações, no ano de 2014, para 1.078, no ano de 2015, registando-se assim um aumento de 84,59%.

Todavia, registou-se um elevado número de violações contratuais nas matérias respeitantes (i) cartões de pagamentos, (ii) atendimento, (iii) internet banking e (iv) transferência.

Outrossim, conclui-se que o elevado número de reclamações respeitantes aos serviços acima identificados resultam essencialmente da situação cambial registada no sistema financeiro nacional, que provocou a redução dos limites de carregamento dos cartões de pagamento da rede internacional, bem como dificuldade na realização de operações de pagamento de mercadorias e invisíveis correntes.

Considerando o acima exposto, concluímos que no ano transacto, todas as entidades bancárias remeteram os relatórios das reclamações recepcioadas nas suas instituições, dentro do prazo regulamentar definido pela Directiva n.º 01/DSC/2013, de 08 de Julho.

Durante o ano de 2015, foram recebidas por reporte no Banco Nacional de Angola 12.931 reclamações 17, das quais 1009 apresentaram recurso junto do BNA, contra 6.576 no período homólogo, registando-se um aumento de 96,64%, devido a maior consciencialização dos consumidores de produtos e serviços financeiros em relação aos seus direitos e por força da situação financeira e cambial que o país atravessou ao longo do ano de 2015. Importa destacar que, os bancos privados nacionais foram os mais reclamados seguido pelos estrangeiros.

Gráfico 46: Reclamações por Tipo de Bancos

2978 2943

655

62045654

1073

0

2000

4000

6000

8000

B. Priv. Nacionais B.Priv. Estrangeiros Bancos Públicos

Ano 2014 Ano 2015

6.1.1 Por matéria reclamada

Nas matérias reclamadas, destacam-se as relacionadas com cartões de pagamento, atendimento, internet banking, transferências, contas de depósito, concessão de crédito, operações com numerário e erros nos pagamentos por ATM, sendo as duas primeiras as mais reclamadas com, 36,93% do total das reclamações.

17 Referem-se às reclamações efectuadas nas instituições financeiras bancárias e no Banco Nacional de Angola

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54 •

Tabela 11 – Reclamações por matérias

Matérias Ano 2014 Ano 2015 Variação %. 2014 %. 2015

Cartões 1495 2716 81,67% 22,73% 21,00%

Atendimento 1605 2059 28,29% 24,41% 15,92%

Internet Banking 644 1769 174,69% 9,79% 13,68%

Transferências 343 1679 389,50% 5,22% 12,98%

Contas de Deposito 435 932 114,25% 6,61% 7,21%

Créditos 512 851 66,21% 7,79% 6,58%

Operações com numerários

286 744 160,14% 4,35% 5,75%

ATM/TPA 356 677 90,17% 5,41% 5,24%

Mov. Irregular de conta 258 466 80,62% 3,92% 3,60%

Cheques 61 114 86,89% 0,93% 0,88%

Restantes matérias 581 924 59,04% 8,84% 7,15%

Total 6576 12931 96,64% 100,00% 100,00%

Fonte: BNA e Instituições Financeiras Bancárias

Nota:

• A classificação por matéria reclamada é feita de acordo com o número de reclamações reportadas pelos bancos.

• Foi inserido na categoria “restantes matérias” todas as reclamações que representaram um volume inferior a 3,23%.

6.1.2 Por resultado

Relativamente aos resultados das reclamações apresentadas nas instituições financeiras e no Banco Nacional de Angola, foram concluídas 68,88%, tendo aumentado 4.108 reclamações em relação ao período homólogo, ou seja 85,60%. No entanto, estão em análise 31,07% do total de reclamações e 0,05% encontram-se pendentes.

Tabela 12 – Estado das Reclamações (valores absolutos)

Tipos de Bancos

Números de reclamações recebidas pelas IFB

Ano 2014 Ano 2015 Variação %. 2014 %. 2015

Concluído 4799 8907 85,60% 72,98% 68,88%

Análise 1759 4018 128,43% 26,75% 31,07%

Improcedente 18 6 -66,67% 0,27% 0,05%

Total 6576 12931 96,64% 100,00% 100,00%

Fonte: BNA e Instituições Financeiras Bancárias

Nota:

• A classificação por resultado é feita de acordo com o número de reclamações concluídas e em análise nas instituições financeiras bancárias,

bem como no Banco Nacional de Angola.

6.2 Inspecções

No exercício das suas funções de supervisão comportamental, o Banco Nacional de Angola efectuou em 2015, acções de inspecções off site e on site às instituições bancárias, com o objectivo de avaliar o cumprimento das regras de conduta, deveres gerais de informação e dos normativos legais e regulamentares em vigor.

Desta feita, as acções de inspecção envolveram a deslocação dos técnicos às instituições financeiras (on-site), e abrange ainda a análise da informação reportada por via correio electrónico corporativo e aplicativo informático de supervisão SSIF ao órgão regulador (off-site) e a divulgada nas páginas de Web, embora esta última possa envolver contactos com as referidas instituições para esclarecimento das matérias objecto de análise.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 55

6.2.1 Inspeções Off-site

Na tipologia de inspecções off site no período em análise, foram realizadas um total de 308 (trezentos e oito) acções de inspecções á 27 (vinte e sete) bancos comerciais, constituindo um incremento considerável na ordem de 202% face ao período homólogo, tendo as mesmas incidido sobre preçários de produtos e serviços financeiros, minutas referentes aos cartões de pagamento, existência na página web da instituição financeira de uma área de atendimento de reclamações, e carregamento de informação referente aos cartões de pagamento bancário no aplicativo informático SSIF.

As acções de inspecção realizadas permitiram averiguar irregularidades relativas a inexistência de publicação de informação sobre a existência de uma área de reclamação nas páginas Web, ausência de reporte mensal das tabelas de taxas de juro, e inconformidades nos reportes obrigatórios à17 (dezassete) bancos privados nacionais, 10 (dez) bancos privados estrangeiros e 3 (três) bancos públicos), das quais resultaram na emissão de 102 (cento e duas) cartas de recomendação para a sanação das inconformidades constatadas.

6.2.2 Inspecções On-site

No âmbito das inspecções on site, no período em referência, foram realizadas um total de 140 (cento e quarenta) acções de inspecção, das quais 05 (cinco), BIR, BPAN, BPR, YETO e BCS, com objectivo de aferir “in loco” as condições para inicio de actividade dos bancos, o cumprimento dos normativos emanados pelo Banco Nacional de Angola, nomeadamente, o Aviso nº 05/2012, de 29 de Março - Protecção ao Consumidor de Produtos e Serviços Financeiros, Aviso nº03/2015, de 20 de Abril - Publicidade de Produtos e Serviços Financeiros e Aviso nº02/2014, de 28 de Março - Deveres Gerais de Informação na Prestação de Serviços e Produtos Financeiros,

6.2.2.1 Inspecções Cliente Mistério.

No concernente a esta tipologia de inspecção, foram efectuadas 03 (três) acções de fiscalização a 03 (três) instituições financeiras bancárias, e teve como propósito aferir os deveres de informação e de conduta de 2 (dois) bancos privados nacionais e 1 (um) banco privado estrangeiro, na comercialização de produtos e serviços bancários, designadamente, o procedimento para o carregamento do cartão de pagamento pré-pago de rede internacional, bem como a indisponibilidade de levantamentos de valores nas contas em moeda estrangeira.

6.2.3 Actividades Sancionatórias

No período em análise, foram emitidas 27 (vinte e sete) recomendações para sanar as irregularidades, incidindo particularmente sobre a temática de protecção do consumidor, condições contratuais e preçários.

Neste âmbito, foram instaurados 17 (dezassete) processos por incumprimentos de preceitos imperativos que regem a actuação das instituições financeiras, menos 15 (quinze) comparativamente ao período homologo, resultante da ausência de respostas as solicitações emanadas pelo BNA, de acordo com estabelecido no artigo 15.º do Aviso n.º 05/2012, de 29 de Março, que originou a instauração de 6 (seis) processos de contravenção a 6 (seis) instituições financeiras bancárias tendo culminado na aplicação de multas a 2 (duas) instituições financeiras, das quais uma instituição pública e outra privada nacional.

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56 •

6.3 Análise de mercado

6.3.1 Âmbito da análise

A análise recaiu sobre uma amostra de 18 representativas de 22 Instituições Financeiras Bancárias, e teve como requisito o número de clientes registados no período em análise.

As matérias alvo incidiram sobre os elementos constituintes dos preçários, designadamente, as despesas e comissões que vigoraram em 2015.

Para os cartões bancários, os valores das comissões e despesas representam as médias ponderadas para cada uma das instituições financeiras. Os reportes efectuados ao BNA no âmbito do estabelecido no Instrutivo n.º 04/2014, de 15 de Maio, Directiva n.º 04/DSI/2010, de 28 de Dezembro, constituíram as principais fontes de recolha de informação.

6.3.2 Depósitos: Despesas e comissões

6.3.2.1 Despesas de manutenção

Em 2015, 6 (seis) bancos da amostra considerada não cobram esta tipologia de despesa nomeadamente, BCI, FNB, BKI, BPR, BPAN e BIR. Entretanto, BPA, BVB e BSOL, destacam-se como os bancos que cobram o valor mais elevado de despesas de manutenção de conta.

Gráfico 47: Evolução das despesas de manutenção associadas a contas de depósitos a particulares em 2015 (Kz)

500 500 500

1.200

125360 375

3.000

500 500300

450 500 600

9001.0001.000

1.500

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

2015 Média 2015

Fonte: Preçários

6.3.2.2 Comissões cobradas no levantamento de moeda estrangeira

Relativamente, a esta modalidade de cobrança, os bancos BMF e BCA destacam-se como os que cobram comissões mais elevada e os bancos BIC, BMA, BAI, BNI, BK, FNB, VTB como os que cobram comissões acima da média da amostra.

18 Requisito o número de clientes registados no período em análise

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 57

Gráfico 48: Evolução das comissões cobradas a particulares no levantamentos de moeda estrangeira em 2015 (%)

1,0%

2,0%2,0%

2,5%2,5%

1,5%

3,0% 3,0%

1,5%

1,0%

1,5%

1,0%

4,0%

1,0% 1,0%1,0%

1,5%1,5%

3,5%

2,0%

1,5%

5,0%

4,0%

5,0%

3,0%

1,0%1,5%1,5%

0%

1%

2%

3%

4%

5%

BPC BFA BIC BSOL BMA BAI BCI BNI BPA KEVE BE BMF BCGA SBA BCA FNB BANC BCH VTB BVB BKI BPR BPAN BIR

2014 2015 Média 2014 Média 2015

Fonte: Preçários

6.3.3 Cartões bancários em circulação

O volume de cartões em circulação em 2015, registou um crescimento de 2,71% face ao período homólogo, motivado pelo crescimento da taxa de bancarização do sistema financeiro angolano (SFA).

Gráfico 49: Evolução do volume de cartões bancários em circulação no SFA em 2014/2015 (unidades) 19

4.005.308,00

3.899.702,00

2015

2014

Fonte: SSIF

6.3.4 Cartões de crédito (particulares)

Na referida tipologia de cartões, o BPC destaca-se como o banco com custos de emissão com cartões de crédito para particulares mais elevado, Kz 4.736,02, no entanto, os bancos FNB e BE destacam-se com custos de anuidade e de substituição de Kz 30.000,00 e com Kz 8.118,23, respectivamente. No tocante a substituição de cartões de crédito, o BE destacou-se pelo elevado montante que praticou nesta tipologia de cartão.

Gráfico 50: Ranking dos bancos com maior volume de custos por tipologia de despesa e comissão (Kz)

Tipologia de despesas e comissões nos cartões de créditos (particulares)

BPC 14.048 41.333BE BE 15.066

BPC BPC 3.05418.527

15.000 2.250SBA BPA

Emissão Anuidade Substituição Renovação

19 Volume corresponde ao número acumulado de cartões em circulação no sistema financeiro angolano

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58 •

Gráfico 51: Custos de emissão de cartões de crédito em 2015 (Kz) 20

14.048,08

0

4.000

8.000

12.000

16.000

BPC BFA BIC BMA BAI BNI BPA BRK BE BCGTA SBA

1º semestre de 2015 Média 1º semestre 2015

Gráfico 52: Despesas de anuidade associadas a cartões de crédito de particulares em 2015

800,00

1.526,97

0

500

1.000

1.500

2.000

1º semestre 2015 Média 1º semestre 2015

BPC BFA BIC BMA BAI BNI BPA BRK BE BCGA SBA BCA FNB BANC BCH VTB BVB SCBA

Gráfico 53: Custos de substituição de cartões de crédito em 2015 (Kz) 21

3.053,93

15.066,06

0

5.000

10.000

15.000

20.000

1º semestre 2015 Média 1º semestre 2015

BPC BFA BIC BMA BAI BNI BPA BRK BE BCGTA SBA

À excepção do BIC e BNI, os bancos da amostra considerada cobraram custos de substituição em cartões de crédito para “outros clientes” (não particulares), destacando-se o BE com o custo mais elevado.

Gráfico 54: Despesas de substituição associadas a cartões de crédito de não particulares em 2015 (Kz) 22

4.275,50

7.329,44

0

12.500

BPC BFA BIC BMA BAI BNI BE

1º semestre 2015 Média 1º semestre 2015

20 A não indicação de valores do período homólogo para os bancos no gráfico em análise deve-se à ausência de histórico de informação.

21 A não indicação de valores do período homólogo para os bancos no gráfico em análise deve-se à ausência de histórico de informação

22 A não indicação de valores do período homólogo para os bancos no gráfico em análise deve-se à ausência de histórico de informação.

Fonte: SSIF

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 59

6.3.5 Cartões de débito (Multicaixa)

Com objectivo de regulamentar a aplicabilidade de taxa de emissão, anuidade ou taxa de serviço pela utilização do cartão na realização de levantamentos de numerário ou de pagamentos, foi publicado o Aviso n.º 10/2012, de 02 de Abril, que veda a cobrança ao titular, de qualquer anuidade ou taxa de serviço, quando a conta associada ao cartão for utilizada para crédito do respectivo salário.

Relativamente aos custos de emissão de cartões de débito Multicaixa de contas não associadas à contas salário, destaca-se o SBA com o maior custo, de Kz 3.382,87, seguido do BPC com Kz 800. Relativamente aos custos de anuidade e substituição, o BPA destaca-se como sendo o banco com os custos mais elevados do mercado, Kz 2.500 e Kz 3.000, respectivamente.

Gráfico 55: Ranking dos bancos com maior volume de custos por tipologia de despesa e comissão (Kz)

Tipologia de despesas e comissões nos cartões de débito (multicaixa)

SBA 1.527 2.500BPA BPA 3.000

FNB BRK 2.0002.000

1.833 2.000BRK FNB

BPC 800

Emissão Anuidade Substituição Renovação

No tocante a substituição de cartões de crédito, o BE destaca-se pelo elevado montante que pratica nesta tipologia de cartão.

Gráfico 56: Custos de substituição de cartões de crédito em 2015

3.382,871.500,00

0,001.500,00 1.600,00 2.000,00 2.000,00

8.778,23

3.000,00

0

5.000

10.000

15.000

20.000

2015 Média 2015

BPC BFA BIC BMA BAI BNI BPA BKEVE BE BCGA SBA BCA FNB

Gráfico 57: Custos de substituição de cartões de débito (Multicaixa) em 2015 (Kz)

600 500500

1.500

2000

1.200

3.000

0

1.000

0

2.030

677

2.000

0

1.000

2.000

3.000

00

1.000

2.000

3.000

4.000

2015 Média 2015

BPC BFA BIC BSOL BMA BAI BCI BNI BPA BKEVE BE BMF BCGA SBA BCA FNB BANC BCH VTB BVB BKI BPR BPAN BIR

Os bancos BPA e BPAN, destacaram-se como sendo os bancos que mais cobram na substituição no cartão de debito (Multicaixa) com um custo de Kz 3.000 para cada banco, seguido do SBA com kz 2.030 , o FNB e BVB com Kz 2.000 cada, conforme espelha o gráfico acima.

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60 •

6.3.6 Cartões de Débito Multicaixa: Despesas e comissões

No que concerne aos custos de renovação de cartões de débito, 4 (quatro) bancos, nomeadamente, BSOL, BK, FNB e BPAN, efectuaram cobranças, sendo que os bancos BSOL e BK praticam o preço de Kz 500 , o FNB e BPAN, cobram Kz 2000 e Kz 1000 respectivamente. De igual modo, o BE, destaca-se como o banco com custo de cobrança na emissão e anuidade no cartão de crédito para não particulares mais elevado, com Kz 7.513 e Kz 15.000, respectivamente. Em relação aos custos de substituição, evidenciam-se o BE com Kz 7.329 e o BPC Kz 4.276, sendo o valor médio de 2.482 kz praticado no Sistema Financeiro Angolano.

De notar que o BPC, BE e BAI marcam presença no ranking dos três bancos que cobram custos mais elevados para a maioria das tipologias de despesas e comissões cobradas em cartões para não particulares. No período em referência, apenas o BPC e o BFA cobraram custos de emissão de cartões de crédito, destacando-se o BPC pelo seu valor mais elevado de Kz 4.736,02.

Gráfico 58: Custos de emissão de cartões de crédito em 2015 (Kz) 23

4.736,02

1.200,00

0

2.000

4.000

6.000

8.000

BPC BFA BIC FNB BMA BAI SBA BNI BPA BKEVE BE BCGA

2015 Média 2015

Fonte: SSIF

À excepção do BIC, todos os bancos da amostra considerada cobraram custos de anuidade em cartões de crédito para “outros clientes”, não particulares, o BPC destaca-se pela anuidade mais elevada, que ascende a 41.271,01 Kz.

Gráfico 59: Custos de anuidade de cartões de crédito em 2015 (Kz) 24

41.271,00

8.000,004.500,00 4.500,00

9.300,00

22.500,00

05.000

10.00015.00020.00025.00030.00035.00040.00045.000

BPC BIC BMA SBA BPA BE2015 Média 2015

Fonte: SSIF

À excepção do BIC e BNI, os bancos da amostra considerada cobraram custos de substituição em cartões de crédito para “outros clientes” (não particulares), destacando-se o BE com o custo mais elevado.

23 A não indicação de valores do período homólogo para os bancos no gráfico em análise deve-se à ausência de histórico de informação.

24 A não indicação de valores do período homólogo para os bancos no gráfico em análise deve-se à ausência de histórico de informação

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 61

Gráfico 60: Despesas de substituição associadas a cartões de crédito de não particulares em 2015 (Kz) 25

3.382,87

1.500,00 1.500 1.600

8.118,23

0

12.500

BPC BFA BIC BMA BAI BNI BE

2015 Média 2015

6.3.7 Cartões de Crédito – Incumprimentos

O crédito vencido em cartões de crédito, é liderado pelos Bancos Privados Nacionais, tendo sofrido um aumento de 7,12 % no quarto trimestre de 2015, face ao período homólogo.

Gráfico 61: Evolução do crédito vencido em cartões bancários no SFA, em 2014/2015 em (milhares de Kz)

139.218.838,91

652.000.725,12

8.240.867,19

261.706.556,03

698.363.539,68 676.604.219,81

-00

100.000.000,00

200.000.000,00

300.000.000,00

400.000.000,00

500.000.000,00

600.000.000,00

700.000.000,00

800.000.000,00

B.P. Estransgeiros B.Priva. Nacional B. Públicos

2014 2015

25 A não indicação de valores do período homólogo para os bancos no gráfico em análise deve-se à ausência de histórico de informação

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62 •

7 Educação Financeira

É ponto assente que o Programa de Educação Financeira conduzido pelo Banco Nacional de Angola, contribui significativamente para a estabilidade do sistema financeiro, na medida em proporciona a tomada de decisões com base em informação credível, elevando o nível de compreensão dos cidadãos na escolha dos produtos e serviços financeiros adequados às suas necessidades, despertando-os assim para o conceito de risco financeiro e permitindo desta forma, a gestão consciente do património financeiro pessoal, bem como a sua aplicação em poupança e em outros factores geradores de bem-estar.

Nesse sentido, o BNA desenvolve diferentes projectos para a realização de iniciativas anuais tendentes a promover a inclusão financeira e a bancarização da população angolana. Essas iniciativas compreendem a realização de actividades para a elevação dos níveis de literacia financeira da população e o desenvolvimento das premissas para permitir o acesso da população de baixa renda ao sistema financeiro, consubstanciadas na remoção dos obstáculos que impediam o acesso da população aos bancos, por via da simplificação dos requisitos mínimos para a abertura de contas, tanto no que se refere a documentação exigida, como no que se refere ao montante mínimo pré estabelecido, pelo que o BNA em parceria com 12 bancos comerciais assinaram um Acordo de Adesão para a comercialização do produto Bankita à população, nas agências e dependências bancárias espalhadas por todo o território nacional.

No âmbito das iniciativas para elevação do nível de literacia financeira da população, o BNA formalizou uma parceria com o Ministério da Educação visando a inserção no Sistema do Ensino Nacional de conteúdos curriculares que abordam a temática da Educação Financeira. Nesse Protocolo foram estabelecidos os principais objectivos do Projecto, a saber:

• estabelecer as premissas para a inserção da educação financeira nos currículos dos diversos subsistemas do ensino secundário;

• desenvolver as capacidades essenciais de crianças e jovens para a gestão consciente dos recursos financeiros no presente e no futuro;

• fomentar a compreensão das funcionalidades e benefícios do Sistema Financeiro;• promover uma formação de qualidade para os professores, estruturada de forma a atender às necessidades e

orientações específicas de cada Subsistema de Ensino, no âmbito da educação financeira; • rentabilizar recursos no sentido de ampliar a oferta formativa, através da criação de uma Bolsa de Formadores

a nível nacional, no âmbito da educação financeira.

No período em análise, teve início a implementação do referido projecto, com a realização do projecto-piloto em 4 províncias, nomeadamente Luanda, Zaire, Lunda-Sul e Namibe e a sua expansão nacional pelas dezoito (18) províncias do país, nas disciplinas de Matemática, História, Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Língua Francesa, nos diferentes subsistemas do ensino geral, técnico profissional de adultos, das 7.ª e 10.ª Classes.

No âmbito da bancarização, até finais de 2015 registou-se um total de 361.464 contas Bankita abertas no sistema contra 302.435 registadas no período homólogo, apresentando um crescimento de 19,52%. Importa ressaltar que deste total de contas abertas desde o início do programa de bancarização migraram para contas convencionais um total de 20.995 contas Bankita, reflectindo que estas contas constituem de facto um veículo para o acesso ao sistema financeiro e a todo um conjunto de produtos e serviços financeiros que podem proporcionar bem-estar social aos cidadãos.

Face ao exposto, foram atribuídos um total de 181.151 cartões de débito multicaixa comparativamente aos 165.013 cartões registados no período homólogo, representando um crescimento na ordem dos 9,78%. Pese embora o crescimento registado, constatamos que o número de cartões totais emitidos é consideravelmente inferior ao número total de contas abertas, o que constitui factor inibidor à dinamização do produto Bankita , porquanto um dos objectivos da criação da conta de “Depósito Bankita” foi de promover o aumento da bancarização da população, proteger os seus recursos financeiros e incentivar a redução das transacções cash, através da utilização preferencial do sistema multicaixa.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 63

Gráfico 62: Evolução Homóloga das Contas e Cartões

302.435

316.676

332.908

347.508

361.464

270.000

280.000

290.000

300.000

310.000

320.000

330.000

340.000

350.000

360.000

370.000

IVº TRIM 1º TRIM 15 IIº TRIM 15 IIIº TRIM 15 IVº TRIM 15Nº Acumulado de Contas B. Ordem

165.013

158.099

163.498

168.438

181.151

145.000

150.000

155.000

160.000

165.000

170.000

175.000

180.000

185.000

IVº TRIM 14 1º TRIM 15 IIº TRIM 15 IIIº TRIM 15 IVº TRIM 15Nº Acumulado de Cartões

Relativamente as contas Poupança Bankita à Crescer até 2015, foram constituídas um total de 7.121 contra 7.084 do período homólogo, reflectindo um aumento de 0,52%.

Gráfico 63: Evolução Homóloga das Contas Bankita à Crescer

6.900

6.950

7.000

7.050

7.100

7.150

IVº TRIM-14 Iº TRIM-15

Nº Acumulado de Contas Bankita a Crescer

IIº TRIM-15 IIIº TRIM-15 IVº TRIM-15

7.084

6.984 6.987

7.056 7.121

No leque de instituições que operam no segmento de contas Bankita à Ordem, os bancos privados destacaram-se enquanto instituições financeiras que mais captaram depósitos desta natureza, com um total de 293.664 contas face as 241.749 contas registadas até 2014, representando um crescimento na ordem dos 21,47%, enquanto, os bancos públicos captaram um total de 67.800 contas contra 60.686 contas registadas no período homólogo, representando um crescimento na ordem dos 11,72%.

Gráfico 64: Evolução Homóloga das Contas Bankita à Crescer

Nº Acumulado de Contas B. Ordem IVº Trim. 2015

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

Bancos Privados

Bancos Públicos

241.749

60.686

293.664

67.800

Nº Acumulado de Contas B. Ordem IVº Trim. 2014

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64 •

Relativamente ao total de contas abertas no território nacional, Luanda, foi a província que mais se destacou representando 34,28% do total do número de contas Bankita abertas, seguido das províncias de Benguela e Huambo com 15,73% e 8,79%, respectivamente.

Gráfico 67: Movimentos em Contas Bankitas 2014

Dépositos26,29%

Levantamentos ao balcão11,51%

TPA11,38%

Transferências CaixaElectrónica

5,49%

Levantamento Caixa electrónica

45,33%

Gráfico 68: Movimentos em Contas Bankitas 2015

Dépositos27,68%

Levantamentos ao balcão14,48%

TPA13,60%

Transferências CaixaElectrónica

2,07%

Levantamento Caixaelectrónica

42,16%

Gráfico 65: Contas por Províncias 2014

BENGO2,24%

BENGUELA16,95% BIÉ

2,49% CABINDA1,84%

CUNENE2,01%

HUAMBO7,38%

HUÍLA6,76%

K.KUBANGO1,23%

K.NORTE2,77%

K.SUL16,32%

LUANDA26,54%

L.NORTE0,71%

L.SUL 1,10%

MOXICO0,25%

NAMIBE 6,38%

UÍGE0,77%

ZAIRE1,55%

MALANJE2,71%

Gráfico 66: Contas por Provincias 2015

BENGO, 1,68%

BENGUELA15,73%

BIÉ, 1,97%

CABINDA2,14%

CUNENE2,84%

HUAMBO8,79%

HUÍLA4,18%

K.KUBANGO1,53%

K.NORTE2,03%

K.SUL8,32%

LUANDA34,28%

L.NORTE4,86%

L.SUL, 0,54%

MALANJE3,43%

MOXICO0,72%

NAMIBE

3,25%

UÍGE0,89%

ZAIRE 2,80%

Em termos de abrangência das contas Bankita por município, no período em análise constatou-se que 60,00% detêm esta tipologia de conta, permitindo o incremento da inclusão da população ao sistema financeiro, observando-se um maior volume de contas abertas nos Municípios de Luanda, Lobito e Benguela com 3.413, 1.449 e 920 contas respectivamente, contra 1.659, 785 e 695 registadas no período homólogo .

No processo de adesão para a abertura das contas verificou-se o predomínio da utilização do Bilhete de Identidade em relação a outros documentos permitidos no protocolo de adesão às contas Bankita.

No que concerne à movimentação de contas Bankita pelo sistema electrónico, destacam-se os levantamentos nas caixas electrónicas com 42,16%, contra 45,33% registados em 2014, representando um decréscimo de 3,17p.p. É notório o maior movimento de contas de depósito Bankita por intermédio das Caixas Electrónicas, revelando que os titulares de contas Bankita paulatinamente vão-se familiarizando com o uso dos meios de pagamento electrónicos.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 65

O género masculino continua a apresentar o maior número de contas abertas com 68,94%, em relação ao género feminino com 33,06%, o que revela a necessidade de se enfatizar a relevância dos serviços bancários para este segmento.

Em relação às contas Poupança Bankita à Crescer, 62,69% pertencem ao género masculino, de igual modo é detentor de 69,27% dos cartões emitidos.

No tocante a estrutura etária dos titulares das contas Bankita, registou-se maior aderência nos indivíduos da faixa etária dos 18 aos 34 anos de idade, representando 82,67%, o que corresponde a um crescimento de 4,22p.p em relação ao período homólogo, seguido dos indivíduos da faixa etária dos 35 aos 44 anos de idade com 9,82%, representando um decréscimo de 2,45p.p, relativamente ao ano de 2014.

Gráfico 69: Estrutura Etária 2014

18-34 78,45%

35-44 12,27%

45-54 6,26%

55-64 2,31%

65> 0,71%

Gráfico 70: Estrutura Etária 2015

18-34 82,67%

35-44 9,82%

45-54 5,29%

55-64 1,74%

65> 0,48%

Gráfico 71: Estrutura por Actividade Profissional 2014

Doméstica3,82%

Estudante 32,44%

Funcionário Público4,44%

Mercado informal9,10%

Funcionários de Pequena e MicroEmpresa 19,42%

Outros30,78%

Gráfico 72: Estrutura por Actividade Profissional 2015

Doméstica3,43%

Estudantes41,55%

Funcionário Público 2,85%

Mercado informal7,73%

Funcionários de Pequena e Micro Empresa

16,91%

Outros27,53%

Em termos de actividade profissional dos aderentes das contas Bankita, em 2015 a predominância dos titulares das contas Bankita recaiu sobre as actividades que integram a categoria “Estudantes” compreendendo 41,55% das contas abertas, enquanto no período homólogo esta classe representou 32,44%.

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66 •

7.1 Taxa de Bancarização

Em função dos dados definitivos do censo populacional, registou-se um crescimento populacional de 19,81 milhões para 25,79 milhões projectados até finais de 2014, tendo-se verificado um incremento percentual na ordem dos 30,19%. Deste modo, derivado da não publicação de dados sobre a população adulta (população com idade superior a 15 anos), e segundo projecções feitas pelo BNA a população adulta situou-se em cerca de 14 milhões em 2015.

Gráfico 73: Taxa de Bancarização 2015

41,67% 42,02%

44,94% 47,24% 48,29% 48,32% 49,98%

53,98% 56,20%

45,93% 47,39% 48,72% 50,98% 51,56% 52,80% 52,89% 52,98%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

Dez/11 Mar/12 Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14 Mar/15 Jun/15 Set/15 Dez/15

Nº de Contas B. Ordem no Mês Nº Acumulado de Contas B. Ordem Nº de Contas B. Ordem no Mês Nº Acumulado de Contas B. Ordem Nº de Contas B. Ordem no Mês Nº Acumulado de Contas B. Ordem Nº de Contas B. Ordem no Mês Nº Acumulado de Contas B. Ordem Taxa estimada de Bancarização - Grupo etário + 15 Anos

A taxa de bancarização do período em análise ficou estimada em 52,79%, o que corresponde a 7.390.861 contas abertas no sistema financeiro bancário considerando a população adulta ( + 15 anos), e as contas Bankita somaram 361.464 contas abertas, representando assim 4,89% do total das contas abertas no sistema.

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 67

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68 •

SIGLAS III

APR Activo Ponderado pelo Risco

ATM’S Automated Teller Machines

BCE Banco Central Europeu

BIS Bank for International Settlements

BNA Banco Nacional de Angola

BOC Banco da República Popular da China

BRICS Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

BT Bilhetes do Tesouro

CPM Comité de Política Monetária

ECRC Exigência de Capital para Risco Cambial

EMIS Empresa Interbancária de Serviços

EUA Estados Unidos da América

FAO Facilidade de Absorção de Liquidez Overnight

FCO Facilidade de Cedência de Liquidez Overnight

Fed Federal Reserve

FMI Fundo Monetário Internacional

FPR Fundos Próprios Regulamentares

GBP Libra Esterlina

IPC Índice de Preço ao Consumidor

KZ Kwanza

mbd milhões de barris diários

mdb milhões de barris

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

OGE Orçamento Geral do Estado

OMA Operações de Mercado Aberto

OMTs Outright Monetary Transactions

pp Pontos Percentuais

PIB Produto Interno Bruto

RIL Reservas Internacionais Líquidas

ROA Rendibilidade dos Activos

ROE Rendibilidade dos Capitais

SADC South African Development Community

SCV Serviço de Compensação de Valores

SFA 72Sistema Financeiro Angolano

SPA Sistema de Pagamento de Angola

SPTR Sistema de Pagamento em Tempo Real

STC Subsistema de Transferências a Crédito

TBC Títulos do Banco Central

TPA Terminais de Pagamento Automático

USD Dólar Americano

ME Moeda Estrangeira

MINFIN Ministério das Finanças

MN Moeda Nacional

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 69

BALANÇO Vvalores em milhões Kz

Dez/14 Dez/15 V.v V.h Diferença

ACTIVO 7 128 512,76 8 386 468,2 100,00% 17,65% 1 257 955,44

DISPONIBILIDADES 1 141 434,16 1 545 453,8 18,43% 35,40% 404 019,64

APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ 826 278,63 517 138,2 6,17% -37,41% -309 140,41

Operações no Mercado Monetário Interfinanceiro 612 385,89 497 477,5 5,93% -18,76% -114 908,41

Operações de Compra de Títulos de Terceiros com Acordo de Revenda 213 841,20 19 609,2 0,23% -90,83% -194 231,99

Operações de Venda de Títulos de Terceiros com Acordo de Revenda 0,00 0,0 0,00% 0,00% 0,00

Aplicações em Ouro e Outros Metais Preciosos 51,53 51,5 0,00% -0,03% -0,02

TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS 1 546 337,69 2 287 411,4 27,28% 47,92% 741 073,71

Mantidos para Negociação 184 297,14 285 680,2 3,41% 55,01% 101 383,07

Disponíveis para Venda 227 105,79 339 076,9 4,04% 49,30% 111 971,13

Mantidos até o Vencimento 1 134 934,75 1 662 654,3 19,83% 46,50% 527 719,51

INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVADOS 142,73 3 131,6 0,04% 2094,00% 2 988,84

CRÉDITOS NO SISTEMA DE PAGAMENTOS 21 428,59 52 851,8 0,63% 146,64% 31 423,19

OPERAÇÕES CAMBIAIS 33 989,43 57 158,5 0,68% 68,17% 23 169,05

CRÉDITOS 2 936 821,81 3 191 007,3 38,05% 8,66% 254 185,52

Créditos 3 205 508,63 3 593 271,8 42,85% 12,10% 387 763,13

(-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa -268 686,82 -402 264,5 -4,80% 49,72% -133 577,71

CLIENTES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS 0,00 0,0 0,00% 0,00% 0,00

OUTROS VALORES 227 883,30 275 021,2 3,28% 20,69% 47 137,92

INVENTÁRIOS COMERCIAIS E INDUSTRIAIS E ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES 202,06 301,5 0,00% 49,21% 99,43

IMOBILIZAÇÕES 393 994,36 456 992,9 5,45% 15,99% 62 998,58

Imobilizações financeiras 39 486,16 40 644,5 0,48% 2,93% 1 158,36

Imobilizações corpóreas 331 809,80 379 014,1 4,52% 14,23% 47 204,34

Imobilizações incorpóreas 22 698,39 37 334,2 0,45% 64,48% 14 635,84

PASSIVO -6 406 595,18 -7 508 285,6 100,00% 17,20% -1 101 690,41

DEPÓSITOS -5 350 991,35 -6 094 302,2 81,17% 13,89% -743 310,89

Depósitos à Ordem -2 953 091,51 -3 408 619,9 45,40% 15,43% -455 528,34

Depósitos a Prazo -2 384 138,88 -2 614 593,4 34,82% 9,67% -230 454,51

Outros depósitos -13 760,95 -71 088,9 0,95% 416,60% -57 327,98

CAPTAÇÕES PARA LIQUIDEZ -331 886,61 -517 228,0 6,89% 55,84% -185 341,42

Operações no Mercado Monetário Interfinanceiro -298 853,39 -467 496,3 6,23% 56,43% -168 642,89

Operações de Venda de Títulos Próprios com Acordo de Recompra -33 033,22 -49 731,8 0,66% 50,55% -16 698,55

Operações de Venda de Títulos de Terceiros com Acordo de Recompra 0,00 0,0 0,00% 0,00% 0,00

CAPTAÇÕES COM TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS -6 546,25 -8 074,9 0,11% 23,35% -1 528,64

INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVADOS -390,04 -3 859,8 0,05% 889,60% -3 469,78

OBRIGAÇÕES NO SISTEMA DE PAGAMENTOS -92 905,61 -133 144,3 1,77% 43,31% -40 238,72

OPERAÇÕES CAMBIAIS -49 553,97 -80 266,8 1,07% 61,98% -30 712,80

OUTRAS CAPTAÇÕES -401 870,42 -463 263,3 6,17% 15,28% -61 392,89

Dívidas subordinadas -64 964,21 -84 035,5 1,12% 29,36% -19 071,26

Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida -249 710,18 -256 951,6 3,42% 2,90% -7 241,44

Outras captações contratadas -87 196,03 -122 276,2 1,63% 40,23% -35 080,20

ADIANTAMENTOS DE CLIENTES -5 836,62 -1 502,4 0,02% -74,26% 4 334,18

OUTRAS OBRIGAÇÕES -122 672,10 -168 396,2 2,24% 37,27% -45 724,06

FORNECEDORES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS -78,29 -37,6 0,00% -51,96% 40,68

PROVISÕES PARA RESPONSABILIDADES PROVÁVEIS -43 863,93 -38 209,2 0,51% -12,89% 5 654,69

PROVISÕES TÉCNICAS 0,00 0,0 0,00% 0,00% 0,00

FUNDOS PRÓPRIOS -677 308,45 -739 480,6 100,00% 9,18% -62 172,17

CAPITAL SOCIAL -279 710,38 -357 412,0 48,33% 27,78% -77 701,62

RESERVA DE ACTUALIZAÇÃO MONETÁRIA DO CAPITAL SOCIAL -7 337,09 -7 337,1 0,99% 0,00% 0,00

RESERVAS E FUNDOS -374 163,35 -426 696,9 57,70% 14,04% -52 533,52

RESULTADOS POTENCIAIS -9 885,76 -17 808,9 2,41% 80,15% -7 923,16

RESULTADOS TRANSITADOS -7 438,96 69 575,7 -9,41% -1035,29% 77 014,70

(-) DIVIDENDOS ANTECIPADOS 0,00 0,0 0,00% 0,00% 0,00

RESULTADO DA ALTERAÇÃO DE CRITÉRIOS CONTABILÍSTICOS -188,49 -188,5 0,03% 0,00% 0,00

(-) ACÇÕES OU QUOTAS PRÓPRIAS EM TESOURARIA 1 415,58 387,0 -0,05% -72,66% -1 028,61

RESULTADO DO EXERCÍCIO -44 609,13 -138 702,0 100,00% 210,93% -94 092,89

PASSIVO E SITUAÇÃO LIQUIDA -7 128 512,8 -8 386 468,20 100,00% 17,65% -1 257 955,40

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70 •

DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS VI

Valores em milhões Kz

Dez/14 Dez/15 V.H Diferença

I Margem financeira (II+III) 214 626,84 297 719,71 38,72% 83 092,87

II Proveitos de instrumentos financeiros activos (1+2+3+4) 370 452,69 478 146,16 29,07% 107 693,47

1 Proveitos de Aplicações de Liquidez 26 179,42 20 208,30 -22,81% -5 971,12

2 Proveitos de Títulos e Valores Mobiliários 90 532,73 161 260,84 78,12% 70 728,11

3 Proveitos de Instrumentos Financeiros Derivados 427,79 1 407,25 228,96% 979,46

4 Proveitos de Créditos 253 312,76 295 269,78 16,56% 41 957,03

III (-) Custos de instrumentos financeiros passivos (5+6+7+8+9) -155 825,85 -180 426,48 15,79% -24 600,63

5 Custos de Depósitos -118 161,03 -134 365,41 13,71% -16 204,38

6 Custos de Captações para Liquidez -35 315,96 -38 257,06 8,33% -2 941,10

7 Custos de Captações com Títulos e Valores Mobiliários -1,86 -1,89 1,70% -0,03

8 Custos de Instrumentos Financeiros Derivados -436,32 -1 143,95 162,18% -707,64

9 Custos de Outras Captações -1 910,68 -6 658,16 248,47% -4 747,48

IV Resultados de negociações e ajustes ao valor justo 7 938,96 61 767,84 678,03% 53 828,88

V Resultados de operações cambiais 79 460,72 119 508,40 50,40% 40 047,68

VI Resultados de prestação de serviços financeiros 78 975,08 81 918,67 3,73% 2 943,59

VII (-) Provisões para créditos de liquidação duvidosa e prestação de garantias -93 169,73 -148 110,24 58,97% -54 940,51

VIII Resultados de planos de seguros, capitalização e saúde complementar -265,24 0,00 -100,00% 265,24

IX RESULTADO DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA (I+IV+V+VI+VII+VIII) 287 566,64 412 804,35 43,55% 125 237,71

X RESULTADOS COM MERCADORIAS, PRODUTOS E OUTROS SERVIÇOS 60,69 61,69 1,66% 1,00

XI (-) Custos administrativos e de comercialização

(10+11+12+13+14+15+16+17+19)

-223 796,36 -266 000,29 18,86% -42 203,93

10 Pessoal -104 012,81 -121 908,82 17,21% -17 896,01

11 Fornecimentos de terceiros -92 368,66 -111 968,65 21,22% -19 599,99

12 Impostos e taxas não incidentes sobre o resultado -5 839,43 -8 219,95 40,77% -2 380,52

13 Penalidades aplicadas por autoridades reguladoras -813,63 -204,76 -74,83% 608,86

14 Custos com pesquisa e desenvolvimento -12,85 0,00 -100,00% 12,85

15 Provisões específicas para perdas com clientes comerciais e industriais 0,00 0,00 0,00% 0,00

16 Outros custos administrativos e de comercialização -1 076,61 -2 035,25 89,04% -958,64

17 Provisões específicas para perdas com inventários comerciais e industriais 0,00 0,00 0,00% 0,00

18 Depreciações e amortizações -22 006,13 -23 339,38 6,06% -1 333,25

19 Recuperação de custos administrativos e de comercialização 2 333,75 1 676,53 -28,16% -657,22

XII (-) Provisões sobre outros valores e responsabilidades prováveis -18 168,96 -5 161,38 -71,59% 13 007,58

XIII Resultados de imobilizações -1 852,59 -930,36 -49,78% 922,23

XIV Outros custos e proveitos operacionais 8 944,41 9 573,39 7,03% 628,97

XV OUTROS CUSTOS E PROVEITOS OPERACIONAIS (XI+XII+XIII+XIV) -234 873,49 -262 518,64 11,77% -27 645,15

XVI RESULTADO DA ACTUALIZAÇÃO MONETÁRIA 0,00 0,00 0,00% 0,00

XVII RESULTADO OPERACIONAL (IX+X+XV+XVI) 52 753,84 150 347,41 185,00% 97 593,57

XVIII RESULTADO NÃO OPERACIONAL 3 459,89 2 298,10 -33,58% -1 161,79

XIX RESULTADO ANTES DOS IMPOSTOS E OUTROS ENCARGOS(XVII+XVIII) 56 213,73 152 645,51 171,54% 96 431,77

XX (-) ENCARGOS SOBRE O RESULTADO CORRENTE -11 604,60 -13 943,50 20,15% -2 338,90

XXI RESULTADO CORRENTE LÍQUIDO (XIX+XX) 44 609,13 138 702,01 210,93% 94 092,88

XXII (-) INTERESSES MINORITÁRIOS 0,00 0,00 0,00% 0,00

XXIII RESULTADOSDO EXERCÍCIO (XXI+XXII) 44 609,13 138 702,01 210,93% 94 092,88

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Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 71

INDICADORES FINANCEIROS VII

Indicadores Financeiros Dez/14 Dez/15

(Crédito Vencido- Provisão para Crédito Vencido) / Crédito Total Bruto 12,10% 10,49%

(Crédito Vencido – Provisões para crédito vencido) / Fundos Próprios Totais 42,10% 33,53%

(Crédito Vencido Mal Parado- Provisão para Crédito Vencido Mal Parado) / Crédito Total Bruto 9,42% 6,16%

(Crédito Vencido Mal Parado – Provisões para crédito vencido Mal Parado) / Fundos Próprios Totais 32,78% 19,67%

(Crédito Vencido Mal Parado – Provisões para crédito vencido Mal Parado) / Fundos Próprios de Base 46,95% 28,19%

Activo Imobilizado Sob Fundos Próprios Regulamentares 38,48% 37,02%

Activo Remunerado / Activo Total 81,26% 78,94%

Activo Remunerado / Passivo Remunerado 93,58% 91,67%

Activos Liquidos / Activo Total 33,89% 39,69%

Cost-to-income=Custo Administrativo e de comercialização/ Produto Bancário 58,78% 47,42%

Crédito Total / Activo Total 44,97% 42,85%

Crédito Total / Fundos Próprios Totais 347,93% 319,54%

Crédito Total / Depósitos Totais 59,90% 58,96%

Crédito Vencido / Activo Total 6,54% 7,41%

Crédito Vencido / Crédito Total Bruto 14,53% 16,68%

Crédito Vencido Mal Parado / Activo Total 5,24% 4,98%

Crédito Vencido Mal Parado/ Crédito Total Bruto 11,65% 11,62%

Crédito em ME / Depósito em ME 199,07% 172,52%

Crédito em MN / Depósito em MN 64,61% 59,42%

Crédito(ME) / Crédito Total 27,44% 30,82%

Crédito(MN) / Crédito Total 72,56% 69,18%

DepósitosTotais / Activo Total 75,06% 72,67%

DepósitosTotais / Crédito Total 166,93% 169,60%

Exposição.Cambial aberta liquida / fundos próprios totais 23,73% 34,49%

Liquidez Geral 103,45% 105,43%

Liquidez Geral ME 95,02% 96,52%

Liquidez Geral MN 107,49% 109,60%

Liquidez Imediata ME 29,73% 19,81%

Liquidez Imediata MN 50,09% 65,53%

Liquidez Imediata MN e ME 43,29% 50,62%

Margem Financeira / Resultado Liquido do Exercicio 481,13% 214,65%

Margem Financeiras / Produto Bancario 56,37% 53,08%

Passivo Remunerado / Passivo Total 96,63% 96,18%

Provisões para Crédito Vencido / Tot.Crédito Vencido 16,71% 37,08%

Provisões para Crédito Vencido Mal Parado / Tot.Crédito Vencido 15,34% 32,77%

Provisões para Crédito Vincendo / Tot.Crédito Vincendo 6,97% 6,01%

Rendibilidade do Capital (ROE) = Lucro Líquido / Fundos Próprios Totais médio 4,88% 12,76%

Rendibilidade dos Activos (ROA) = Lucro Líquidos / Activo Total médio 0,63% 1,67%

Solvabilidade= FPR / (APR +ECRC/0.10) 19,83% 19,79%

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