Relatório de Arte 1º semestre/2017ºano_ART… · processo de criação. Essa reflexão ficará...

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ESFERAS … a arte como forma de ... … expansão ... … transformação ... … e ressignificação ... … dos limites. Para a disciplina de arte, que privilégio trabalhar com o tema do ano “ESFERA: dos limites à expansão”. A arte é linguagem que conta com elementos, técnicas e ferramentas específicas para expressar conteúdos que nem sempre as palavras são capazes de alcançar, pois as palavras apresentam também seu limite expressivo. Para isso, a arte transforma materiais, conteúdos e sentidos. Amplia dos significados para muito além de compreensões óbvias. Relatório de Arte 1º semestre/2017 Turma: 7º ano Professora: Agda Coordenadora: Maria Aparecida de Lima Leme

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ESFERAS

… a arte como forma de ...

… expansão ...

… transformação ...

… e ressignificação ...

… dos limites.

Para a disciplina de arte, que privilégio trabalhar com o tema do ano “ESFERA: dos

limites à expansão”. A arte é linguagem que conta com elementos, técnicas e ferramentas

específicas para expressar conteúdos que nem sempre as palavras são capazes de

alcançar, pois as palavras apresentam também seu limite expressivo. Para isso, a arte

transforma materiais, conteúdos e sentidos. Amplia dos significados para muito além de

compreensões óbvias.

Relatório de Arte – 1º semestre/2017

Turma: 7º ano

Professora: Agda

Coordenadora: Maria Aparecida de Lima Leme

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Vejamos o trabalho de Meret Oppenheim:

Meret Oppenheim Café da manhã envolto em pele

1936 xicara, pires e colher cobertos de pelo, 7cm (alt.)

Museum of Modern Art, Nova York.

O objeto que antes fora xícara, ganha a pelagem de origem animal que modifica o

significado do item de porcelana. A xícara ainda mantém sua forma original, mas perdeu sua

função primeira. Nojo e aconchego são algumas das possíveis sensações despertadas por

tal objeto que, modificado, fazem o espectador reviver o asco contido na experiência de

ingerir um cabelo (ou pêlo) ou o conforto e a afetividade em acariciar um bichinho de

estimação quente e peludo. A arte aproxima sentidos diferentes e, muitas vezes distantes, a

fim de criar novas significações.

Como o trabalho acima descrito, a arte faz juz a icônica frase que propõe:

PENSAR FORA DA CAIXA!

Criativamente, como posso criar algo novo através de ideas,

materiais, objetos, textos, imagens já existentes? Como ampliar os

limites da expressão? Como estourar as bolhas de conhecimento?

Vamos partir dessa última expressão. Imaginemos a palavra esfera com o significado

de campo como quando nos referimos a “uma esfera do conhecimento”, ou seja, uma

determinada área de conhecimento. Ainda, pensemos nessa área, nesse campo, nessa

esfera como algo que se expande quando aprendemos algo novo. No entanto, esse esfera,

esse conhecimento, sempre terá um limite. O que faço com aquilo que não compreendo e

não identifico dentro dos padrões por mim conhecidos. Uma possibilidade pode ser o

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processo de criação. Essa reflexão ficará mais clara e palpável com a descrição da atividade

que foi proposta a todos os alunos da escola já no primeiro dia da aula de arte baseada no

tema do ano.

Cada aluno recebeu uma folha de papel colorido com um círculos recordado, como

representação de uma janela de conhecimento. Atrás do papel colorido, foram coladas

fotografias de objetos (cadeiras, isqueiros, luminárias, mesas) que apresentassem um

desenho interessante deixando a mostra apenas um pequeno pedaço da imagem (as

imagens foram retiradas de revistas de design).

Círculo cortado em pedaço de papel colorido. Atrás do papel foi colada uma fotografia de um objeto com design interessante.

O pequeno círculo deixa transparecer apenas uma pequena mostra da imagem. “O que será?”

Com esse material em mãos, foi tentador não descolar o papel de revista para

identificar a imagem. Um pequeno pedaço de papel instaurou nas turmas curiosidade, senso

de exploração e criação de hipóteses e mistério. Tranquilizei-os!

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Ao final da aula vocês podem olhar a fotografia! A proposta não se trata de acertar a

imagem. Não é esse tipo de jogo!

Pedi para que todos olhassem atentamente a pequena abertura no papel e se

deixassem imaginar desenhos que dessem continuidade às linhas e formas contidas no

círculo. Essas linhas imaginadas poderiam ser desenhadas no papel colorido, criando

possibilidades, hipóteses e novos sentidos a partir de um pequeno detalhe de uma imagem

que não é inteiramente conhecida.

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Ao final, surpresas:

Minha mandala é uma cadeiras…

… o meu é uma luminária ... um isqueiro ... uma mesa ... um computador …

… uma calculadora…

Se nosso conhecimento tem um limite, que tal usar nossa imaginação para ampliá-lo

em novas possibilidades e sentidos? Com esse convite, iniciamos 2018.

PAISAGISMOS

O que é uma paisagem e qual a sua relação para com a arte?

Paisagem são os aspectos perceptíveis do espaço geográfico que compreendemos a

partir de nossos sentidos e, contrário ao que comumente pensamos, pode ser cheirada,

tatilmente sentida, ouvida, degustada e fruída por nossa visão.

Esse foi o encontro com o tema da turma do sétimo ano que os alunos tiveram nas

primeiras aulas de arte. Vimos também que a paisagem pode retratar contextos políticos,

históricos, sociais, ambientais, etc. e que esta pode ser natural ou cultural, sendo essa

segunda a paisagem que sofreu algum tipo de intervenção humana.

A arte, por sua vez, sempre estabeleceu forte relação com o meio, seja retratando-o -

através de pintura, escultura, fotografia, desenho, entre outras técnicas - seja modificando-o

por meio de ações corporais, criando ambientes inusitados e estéticos como no caso das

instalações, de land art e de intervenções ambientais que geram novos sentidos para o

ambiente.

Esse projeto desenvolvido com o sétimo ano é dividido em duas etapas no decorrer

do ano. No primeiro semestre, trabalhamos a representação da paisagem pelas diferentes

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linguagens artísticas. Posteriormente, pretende-se pensar na arte como transformadora do

ambiente.

Visto que a paisagem aguça nossos sentidos, principalmente quando chegamos a

novos e desconhecidos lugares, esses sentidos imprimem marcas afetivas em nossa

memória. Aos alunos foi pedido então que eles tentassem lembrar de uma paisagem

marcante em suas vidas, preferencialmente uma paisagem que tivesse sido fotografada.

Relembrando a paisagem completa e não apenas o trecho retratado pela fotografia,

pedi para que eles tentassem se lembrar das imagens, cheiros, sabores e texturas do

referido lugar. Ao rememorar os alunos criaram um texto, buscando transferir as sensações

em palavras na tentativa de inserir o leitor em uma experiência sensorial.

Júlio da Silva Telles Beatriz Lisardo Fernandes Dias

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Gustavo de Freitas Martins Giovanna Fernandes Antunes

Após a escrita do texto, os alunos apresentaram suas fotografias. Essas foram

impressas em preto e branco e um novo desafio foi lançado: os alunos agora deveriam

modificar os sentidos da paisagem intervindo na fotografia por meio do desenho. Nesse

exercício cachoeiras cuspiam monstros, lagos de lava corriam atrás dos pés, seres

imaginários surgiam de lugares inusitados da paisagem.

Beatriz Lisardo Fernandes Dias Bruno Vivaldi Barrella

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Cecília Ribeiro de Brito

Lucas Lázaro Pesci dos Santos

Guilherme Prendin Torres Giovanna Fernandes Antunes

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Giovana Tavares Gasparone Júlio da Silva Telles

Luana de Abreu Ferreira

Vivian Amparo Jangeli

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Melissa de Andrade Resende

Maria de Toledo Piza Cacilhas

Beatriz Marcucci

Maria Clara Taveira Rabelo

Gabriel Carreira da Silva

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Agora era o momento de partir para o desenho de observação da paisagem escolar

com sua riqueza em elementos naturais e detalhes. No entanto, ao montar uma imagem,

mesmo ao desenhar com o método da observação mais realista, o artista pode selecionar

aquilo que fará parte de sua composição. A fim de trabalhar este conceito de seleção os

alunos construíram pequenas janelas de papel cartão, em formatos por eles escolhidos,

para observarem a paisagem, experimentando também a noção de aproximação e

afastamento da imagem. A janela ajuda os alunos a compreenderem o zoom e o

enquadramento da câmera fotográfica por meio desse exercício. Utilizando a janela, eles

compreendem que, ao desenhar, não preciso incluir tudo na composição, mas é possível

escolher que elementos desenhar.

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Sentados, desenhando no ambiente externo à salas de aula, os alunos tocam as

folhas, colhem flores caídas pelo pátio, encontram teias de aranhas e lagartos, inclinando a

cabeça para trás percebem um novo ponto de vista das árvores olhadas de baixo, captam

sutilezas invisíveis à percepção cotidiana apressada. Mudança de percepção gera mudança

na composição das imagens.

Após esse exercício, os alunos foram apresentados ao trabalho de Carmela Gross

intitulado “Nuvens”:

Título da Obra: Nuvens Artista: Carmela Gross

Técnicas e Dimensões: esmalte sintético sobre aglomerado, 152 X 241 X 224

A partir do contato com essa obra, os alunos perceberam que a artista selecionou

apenas um elemento da paisagem e transformou-o em uma escultura que se aproxima ao

estilo dos desenhos de cartoon. A partir dessa inspiração, cada um escolheu um elemento

da paisagem de sua preferência e realizou uma colagem utilizando os papéis coloridos

Canson Criativo que compõem o material de arte.

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Colagem de Melissa de Andrade Resende

Como anteriormente dito, paisagens despertam em nós nossos sentidos, incluindo a

audição. Não coincidentemente o termo de paisagem sonora existe. Paisagem sonora se

constitui na análise dos sons a partir dos conceitos de figura, fundo e campo que serão

aprofundados, posteriormente, com os alunos.

Primeiramente, voltamos a paisagem inicial, da fotografia. Pedi para que os alunos

relembrassem os sons dessa paisagem e descrevessem suas qualidades sonoras, podem

se caracterizar como alto ou baixo, agudo ou grave, curto ou longo, contínuo ou intermitente,

criando assim uma redação sobre os sons dessa paisagem sonora.

Como um segundo passo para esse convite sensorial, foi pedido aos alunos que

trouxessem para a escola materiais diversos que produzissem algum som interessante, não

precisando ser, necessariamente um instrumento musical. Instrumentos caseiros, diapasão,

apitos adquiridos a visita dos indígenas Kariri Xocó à escola e objetos diversos compuseram

a nossa coleção que viria a se transformar em uma banda de experimentação e

improvisação sonora.

Como inspiração, os alunos deveriam caminhar em silêncio pela escola, buscando

ampliar os sentidos para captar sonoridades não óbvias do ambiente escolar: maquinários

da indústria vizinha, a moto passageira na rua, as folhas roçando umas às outras ao vento,

o estalar dos galhos, o sons da água corrente do borboletário e vários outros sons não

identificáveis.

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De volta a sala, ainda em silêncio, a roda se forma. Instrumentos em mãos inicia a

improvisação. No início conversamos sobre o que é o processo de improvisação, que é

preciso ouvir o que está acontecendo para que os sons desenvolvam coerência e que, em

alguns momentos seu “instrumento” pode ficar mais em evidência, em alguns momentos

será necessário silenciá-lo e deixar outro colega se destacar.

Essa experiência foi de intenso envolvimento, participação e experimentação, além

de aguçar o senso de coletividade e construção colaborativa. Os alunos deixaram a sala no

sinal das 13h00 pedindo para repetir a sessão de improvisação. Dessa vivência, não houve

registro fotográfico, mas sim um registro sonoro.

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OSGÊMEOS

Em um projeto interdisciplinar, a professora Adriana (inglês) propôs uma atividade de

leitura com os alunos onde foi citado os grafiteiros brasileiros, mundialmente conhecidos,

OsGêmeos. A partir do interesse gerado, a professora propôs que os alunos trabalhassem

como os irmãos grafiteiros, em duplas, e desenvolvessem uma composição a partir de

acordos coletivos.

Maria Clara Ravagnani e Maria Clara Rabello Luana e Cecília

Yann e Guilherme

Giovana e Vivian

Giovanna e Gustavo

Beatriz Lisardo e Beatriz Marcucci

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Julio e Lucas

Gabriel e Bruno

Maria e Melissa

Na aula de arte foram trabalhados elementos específicos da linguagem do grafite

considerando, principalmente, o estilo dos irmãos, analisando cor, forma, contorno,

composição, diálogo com o ambiente. Durante essa aula, os alunos trabalharam os

elementos cromáticos a fim que equilibrar a composição produzida a quatro mãos.

Nossa intenção é que os alunos experimentem ampliar esse desenho em um

possível mural a fim de vivenciarem o desenho e pintura vertical como ocorre na confecção

do grafite. Tal atividade vem de encontro com o tema da turma, pois no segundo semestre

trabalharemos a arte como ferramenta que modifica e ressignifica o ambiente por meio de

intervenções, instalações e performances.