Relatório Anual de Lesões... · 2019-06-08 · Relatório Anual de Lesões Leixões Sport Club...
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2017/2018
Joao Noura
Departamento Médico Leixões Sport Clube
2017/2018
Relatório Anual de Lesões
Relatório Anual de Lesões
Leixões Sport Club Página 2
Índice 1. Caracterização do plantel .............................................................................................. 3
2. Incidência de Lesão ......................................................................................................... 4
3. Classificação e Tipologia das Lesões ........................................................................ 7
4. Tempo de paragem e Influência no Processo de Treino ....................................... 8
Índice de Ilustrações
Gráfico de Barras 1 Caracterização do Plantel ................................................................................... 3
Gráfico de Barras 2 Frequência Absoluta de Jogadores Lesionados e Não-Lesionados ............ 4
Gráfico de Barras 3 Caracterização dos Episódios Lesionais .......................................................... 4
Gráfico de Barras 4 Relação Treinos com todos os atletas/ Treinos totais .................................... 5
Gráfico de Barras 5 Incidência de lesões ............................................................................................ 6
Gráfico de Barras 6 Etiologia das lesões ............................................................................................. 7
Gráfico Circular 1 Distribuição relativa dos jogos pelas várias competições ................................. 5
Gráfico Circular 2 Incidência de Lesão região anatómica................................................................. 7
Gráfico Circular 3 Incidência de Lesão por posição .......................................................................... 8
Gráfico de Linha 1 Distribuição de treinos, jogos e lesões ao longo do ano .................................. 6
Tabela 1 Tempos médios de paragem .................................................................................................. 8
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1. Caracterização do plantel
Pré-Época
O início da temporada foi marcado por um prolongado e imprevisível período
de testes a jogadores vindos de fora. Este fluxo ininterrupto de jogadores a entrar e
sair fez com que fosse impossível contabilizar a quantidade de jogadores sob a alçada
do Departamento Médico. Desta forma, a contabilidade iniciou-se em Agosto, altura
em que, ainda assim, houve bastantes alterações à composição do plantel.
Mercado de Inverno
O período que se inicia a 1 e finda a 31 de Dezembro permite a entrada e saída
de jogadores. Devido a fatores desportivos como insatisfação com tempo de jogo ou
bom rendimento, houve saídas do plantel de alguns jogadores e a consequente
entrada de outros de forma a reequilibrar o plantel.
Equipa B
Devido à existência da Equipa B e à possibilidade de mobilidade de jogadores
bilateralmente, alguns arranjos foram sendo feitos ao longo da temporada.
40
19
29
31
27
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Nº de jogadores que passaram pelo plantel
Nº de jogadores que fizeram toda a época
Nº de jogadores que terminaram a época
Nº de Jogadores que iniciaram a época
Nº de jogadores que realizaram a pré-época*
(*Jogadores com contrato que iniciaram o mês de Agosto)
Gráfico de Barras 1 Caracterização do Plantel
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2. Incidência de Lesão
6
16
13
0 5 10 15 20
Nº Zonas afetadas
Nº Episódios de Lesão
Nº de Jogadores lesionados
13 27
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Nº Jogadores lesionados Nº Jogadores sem Lesão
Gráfico de Barras 2 Frequência Absoluta de Jogadores Lesionados e Não-Lesionados
Gráfico de Barras 3 Caracterização dos Episódios Lesionais
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% de treinos com a totalidade do plantel: 13%
Realizaram-se ao todo 56 jogos, dos quais 45 foram de cariz competitivo e 11 de cariz
amigável.
31
232
0 50 100 150 200 250
Nº de treinos com todos os atletas
Nº de treinos
Gráfico de Barras 4 Relação Treinos com todos os atletas/ Treinos totais
Gráfico Circular 1 Distribuição absoluta dos jogos pelas várias competições
11
38
3 4
Amigáveis
Liga
Taça de Portugal
Taça da Liga
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Incidência de Lesão: 0.06 (Episódios de Lesão/Nº de episódio de exposição)
Match Availability: 99.5
Gráfico de Barras 5 Incidência de lesões
288
16
0 50 100 150 200 250 300 350
Nº treinos e jogos
Nº episódios de lesão
Gráfico de Linha 1 Distribuição de treinos, jogos e lesões ao longo do ano
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Nº de Treinos 27 22 20 21 26 21 19 21 23 20 10
Nº de Jogos 8 6 6 5 4 5 6 4 5 5 2
Nº de lesões 1 1 1 1 2 1 1 2 3 3 0
27
22 20
21
26
21 19
21 23
20
10 8
6 6 5
4 5
6 4
5 5
2 1 1 1 1
2 1 1
2 3 3
0
0
5
10
15
20
25
30
Nº de Treinos Nº de Jogos Nº de lesões
Gráfico de Linha 2
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3. Classificação e Tipologia das Lesões
A região anatómica mais fustigada com lesões foi a tibio-társica.
37%
13% 19%
19%
6% 6%
Incidência de lesões por região anatómica
Tibio-társica
Face anterior da coxa
Face medial coxa
Face posterior da coxa
Tendão de Aquiles
Face posterior da perna
5 11
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Episódios de Lesão Direto Episódios de Lesão Indireto
Gráfico de Barras 6 Etiologia das lesões
Gráfico Circular 2 Incidência de Lesão região anatómica
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4. Tempo de paragem e Influência das lesões no
Processo de Treino
Tempo de paragem médio por lesão 23,23 dias
Tempo de paragem médio > 14 dias 41 dias
Tabela 1 Tempos médios de paragem
31%
23%
46%
Frequência relativa de lesão por posição
Guarda-redes
Defesas
Médios
Avançados
38
14 8
12
29
42
5 8
29
11
91
18
9
38
13 4 11
28
42
3 8
29
9
91
18
8 0 5
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95
100
Dias
Jogadores
Tempo de paragem por jogador
Tempo de Paragem Total Tempo de Paragem devido a Lesão Musculoesquelética
Gráfico Circular 3 Incidência de Lesão por posição
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03 de Julho a 15 de Maio
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Reflexão
Número de atletas e responsabilidades do Departamento Médico
O período de Pré-Época é um período já de si bastante conturbado. Com muitas
equipas a iniciarem a sua preparação, a adaptação dos jogadores ao contexto técnico-
tático levam a que muitos treinadores se encontrem ainda a fazer escolhas neste
período.
Nesta perspetiva, torna-se incomportável para um Departamento Médico que se quer
estável ter de lidar com um número infindável de atletas, muitos dos quais sem futuro
definido, sendo que faz parte das competências e funções do Departamento Médico o
aprovisionamento das necessidades de qualquer atleta que está sob a sua alçada. De
acordo com o Gráfico de Barras 1 é possível observar que estavam em Agosto 27
jogadores com contrato, sendo que nem todos se mantiveram no plantel. Para além
disso, houve a entrada de jogadores que não foi sinalizada a tempo ao Departamento
Médico, o que transtorna as suas funções na perspetiva de avaliar os atletas recém-
contratados.
Para além disso, houve vários arranjos do plantel ao longo da temporada, o que,
reforçado pela situação antes mencionada, proporcionou a que os cuidados oferecidos
não pudessem ser muitas vezes otimizados.
Em termos médicos não deixa de ser relevante o facto de terem passado 40 atletas
pelo plantel sénior, sendo que apenas 19 deles se mantiveram desde o início da
temporada.
Pontos Positivos
Com mais ou menos esforço, esta gestão foi sendo feita como era possível, sendo que
a adaptação dos atletas foi sendo proporcionada e os seus comprometimentos físicos
foram sendo endereçados. Para além disto, foi feita uma gestão responsável dos
recursos, uma vez que a necessidade de reabilitar por diversas vezes atletas da
Equipa B e dos Sub-19, a juntar ao grande número de atletas que passou pela Equipa
A, juntamente com a ausência de problemas graves, indica um trabalho, no mínimo,
de manutenção, aceitável.
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Pontos a melhorar
Ainda que estes atletas tenham sido geridos, esta gestão não foi ótima. Isto deveu-se
em grande parte à ausência de registos médicos dos mesmos, à indicação fora de
tempo da sua comparência no Departamento Médico, e à incapacidade do
Departamento Médico em proporcionar um Return to Play adequado.
Surgimento de lesões e reduzido número de treinos com o plantel completo
Em 40 atletas, surgiram lesões em 13 deles, o que implica que 1 em cada 3 jogadores
sofreu uma lesão ao longo do ano (Gráfico de Barras 2), sendo que houve atletas
que sofreram mais que uma (Gráfico de Barras 3) mas nunca recidivaram.
O número de treinos com o plantel completo foi muito reduzido (Gráfico de Barras 4).
Devido à permanência a longo prazo de um dos atletas em reabilitação, houve um
extenso período de treinos em que não se verificou a disponibilidade completa do
plantel em treinar. Ainda que como indica o Gráfico de Linha 1 tenha havido sempre
pelo menos uma lesão por mês, muitas vezes estas não se sobrepunham no tempo,
motivo pelo qual seria possível, em condições normais, obter mais treinos com a
totalidade dos jogadores. A lesão em questão foi alvo de cirurgia, o que indica que não
havia muito a fazer por parte do Departamento Médico no sentido de reintegrar o
jogador antes do período de reabilitação biológica dos tecidos.
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Competição
Entre o dia 8 de Julho e 12 de Maio realizaram-se 56 partidas, a maioria delas
pertencente à Liga LedmanPro. Regra geral, estas realizavam-se ao Domingo, sendo
que esporadicamente poderiam ser ao Sábado. Par além disso, o plantel também
participou na Taça de Portugal, cujas partidas se realizavam também ao Domingo, e
na Taça da Liga que, ao contrário das outras duas competições, se disputavam à
semana (normalmente à Quarta-feira). Para além disso, em alturas do mesociclo
menos congestionadas ou fora do período competitivos, foram realizadas partidas
amigáveis (Gráfico Circular 1).
Durante a temporada 2017/2018, o Leixões teve 4 treinadores. Temporalmente, estes
assumiram a equipa de acordo com esta divisão:
É possível observar a progressão de lesões e o número de treinos e jogos tendo este
fator em conta através do Gráfico de Linha 1.
Interpretando este número, e cruzando-os com os dados apresentados pelo Gráfico
Circular 3, que reflete uma maior incidência de lesão nos últimos meses de
competição e concomitantemente nos avançados, é possível supor que a entrada de
um treinador com estilo de jogo e dinâmica de gestão de cargas diferentes possam ter
potenciado o surgimento de lesões a curto-prazo. A maior exposição dos avançados
quando é utilizado um estilo de jogo mais direto, conforme preconizado pela equipa
técnica então vigente, sugere que este dado possa ser significativo. Para além disso, a
exposição a cargas possivelmente demasiado altas por um entender de necessidade
de recondicionamento físico pode ajudar também a explicar este aumento de lesões.
Não serão de desprezar outros fatores como a necessidade de a equipa se deslocar
do seu local normal de treino aproximadamente entre os meses de Janeiro e Março,
onde numa média de 2 vezes por semana o plantel se sujeitava a uma viagem de
aproximadamente 45 minutos para treinar e outros 45 minutos para regressar.
03/07 - 21/08
21/08 - 06/01
07/01 - 05/02
05/02 - final da época
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Etiologia das Lesões
A maioria das lesões decorreu de eventos indiretos. Isto pode indicar a necessidade
de uma melhor monitorização e apropriação das cargas ao contexto de treino e jogo
(Gráfico de Barras 6). Para além disso, a maior parte das lesões ocorreu na tibio-
társica. Isso pode ser pertinente uma vez que esta é uma articulação muito sujeita a
processos de fadiga, especialmente periférica, e, tendo em conta o elevado número de
entorses, pode também sugerir alguma inadequação do tipo de calçado, mas mais
provavelmente devido à prática da atividade em relvados irregulares ou inadequados.
Tempos de Paragem
O tempo de paragem médio foi de 23,23 dias, sendo que este sobe exponencialmente
para 41 dias quando analisadas as paragens superiores a 14 dias. Isto implica que as
lesões mais graves implicaram períodos de paragem muito prolongados, pelo que era
importante rever os processos de intervenção neste tipo de casos. Tendo isto em
consideração, um tempo médio de 23,23 dias não é preocupante, uma vez que indica
que outras situações foram resolvidas com relativa prontidão (Tabela 1).
Os casos de maior realce em termos de tempos de paragem estão expostos no
Gráfico de Linha 1.
Pontos a melhorar
- Influência no processo de condicionamento físico (Prevenção de Lesão)
- Otimizar registos
- Processo de comunicação intra-Departamento Médico e inter-Departamentos