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RELATOS DE EXPERIÊNCIA DOSPROJETOS DE EXTENSÃO DO IFTM

2014

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Adriano EliasEstelamar Maria Borges Teixeira

José Antonio BessaPatrícia Campos Pereira

Rosemar Rosa(Organizadores)

RELATOS DE EXPERIÊNCIA DOSPROJETOS DE EXTENSÃO DO IFTM

2014

1ª Edição

Uberaba-MGIFTM2015

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ReitorRoberto Gil Rodrigues Almeida

Pró-Reitor de ExtensãoEurípedes Ronaldo Ananias Ferreira

Diretor de ExtensãoJosé Antônio Bessa

Coordenadora Geral de Extensão e Assistencia EsudantilEstelamar Maria Borges Teixeira

Coordenador de Extensão e Assistencia EstudantilAdriano Elias

Coordenadora de Estágio e Acompanhamento de EgressosLiciane Mateus da Silva

Secretária da Pró-Reitoria de ExtensãoPatrícia Campos Pereira

Apoio AdministrativoCláudia Helena Rezende Lemes

Maria José Diogenes Vieira Marques

Revisão TextualMaria José Diogenes Vieira Marques

CapaDanilo Silva de Almeida

DiagramaçãoDanilo Silva de Almeida

Wendell Albino Silva

Impresso no BrasilEdição: 2014

ISBN: 978-85-64139-09-1 Tiragem: 700 exemplares

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Instituto Federal do Triângulo Mineiro

Relatos de Experiência dos Projetos de Extensão do IFTM 2014 / Organizadores: Adriano Elias, Estelamar Maria Borges Teixeira, José Antonio Bessa, Patrícia Campos Pereira, Rosemar Rosa [Orgs.].-- Uberaba - MG: IFTM, 2015.150p.: il

Publicação realizada pela Pró-Reitoria de Extensão do Instituto Federal Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - IFTMISBN: 978-85-64139-09-1

1. Extensão universitária. 2. Pesquisa. 3. Educação profissional. 4. Livros de leitura. I. Pereira, Patricia Campos. II. Elias, Adriano. III. Teixeira, Estelamar Maria Borges. IV. Bessa, José Antônio. V. Rosemar Rosa. II. Título.

R 586

CDD 378.103

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Apresentamos a terceira edição do livro intitulado Relatos de Experiência dos Projetos de Extensão do IFTM, uma publicação que di-vulga as atividades extensionistas realizadas no âmbito do Instituto. As atividades de extensão são pensadas e articuladas por meio de projetos com o propósito de divulgar o conhecimento e de estreitar os laços com a comunidade. A proposta do trabalho da extensão é que o envolvimento entre a comunidade acadêmica e a sociedade propiciem reflexão e ação em cenários da realidade local e regional, de forma a abranger o trabalho interdisciplinar.

Ao romper com seus limites do espaço físico, o IFTM dia-loga com saberes e oportuniza outros campos de pesquisa. Com essa dinâmica, o conhecimento se torna renovado a cada encontro, pois permite uma abertura para o novo. A extensão constitui-se uma parte importante do Instituto, sendo indissociável do ensino e da pes-quisa. Esta edição é composta por projetos apresentados pelos di-versos campi que compõem o IFTM, colocando em evidência ativida-des que abordam diferentes temáticas oriundas de múltiplas lingua-gens artísticas socioculturais construídas no decorrer de 2014. Nesse sentido, o IFTM, ao publicar o livro Relatos de Experi-ência dos Projetos de Extensão do IFTM 2014 utiliza mais uma estratégia realizada com vista a cumprir a sua missão institucional para atuar como um agente de transformação da realidade socioeconômica local e regional.

Eurípedes Ronaldo Ananias FerreiraPró-Reitor de Extensão

APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

09 | A Caminho da Inclusão

17 | A Semana da Família Rural – diálogo entre o ensino, a pesqui-sa e a comunidade rural

27 | Ampliação do cultivo e do uso de ora-pro-nóbis na alimentação

39 | Arte Educação IFTM Campus Uberaba 2014

48 | Assistência técnica aos pequenos horticultores da região do Sobradinho, município de Uberlândia, MG

58 | Caracterização da Bubalinocultura no município de Uberaba, MG

64 | Centro de Idiomas Intercultural: uma abordagem para a aprendizagem de línguas

71 | Exposição Triângulo de Minas em cores, tons e sabores

80 | IFTM Help English

95 | Implantação de meliponário e divulgação da meliponicultura na região de Uberaba, MG

104 | Matemática financeira: usando a HP 12C

116 | Microbiologia aplicada às indústrias de alimentos fiscalizadas pelo serviço de inspeção municipal de Uberaba

126 | Núcleo de estudos para produção de alimentos seguros – NEPAS – na capacitação de manipuladores de alimentos

133 | Saúde nutricional na escola (avaliação e intervenção) em Uberaba, MG

142 | Software livre na escola: Linux Educacional e objetos de aprendizagem

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A CAMINHO DA INCLUSÃOMaria Djanira de Oliveira1, Rutiléia Maria2

Julia Neves3, Sanderly Borges4, Taynara Crispim5

Ana Beatriz Ecks6 , Giovanna Almeida7

Este trabalho apresenta o relato de experiência do pro-jeto de extensão “A Caminho da Inclusão” do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. O projeto surgiu a partir da necessidade de construir na instituição uma cultura na qual a diferença tenha espaço para ex-pressar e interagir, aprendendo e ensinando, produzindo novas con-cepções e novos conhecimentos. Neste ano de 2014 o projeto teve como objetivo a disseminação de conhecimentos básicos na área de deficiência visual para professores, profissionais e estudantes da área de educação, familiares e demais interessados. Foram aborda-dos temas como cegueira e baixa visão, patologias da deficiência visual, compreensão da deficiência visual, noções de orientação e mobilidade, pressupostos básicos de baixa visão, alfabetização em Braille, o Código Matemático Unificado, o uso do Soroban, recur-sos tecnológicos para a utilização dos deficientes visuais, práticas educativas da vida diária, criando assim, uma ampla reflexão sobre a deficiência visual.

Palavras-chave: Inclusão Social. Deficiência visual. Cegueira. Baixa visão.

1 INTRODUÇÃO

O projeto de extensão “A Caminho da Inclusão”, cujas ativi-dades foram desenvolvidas no ano de 2014, no Campus Uberaba do IFTM, abrange a perspectiva da socialização de informações acerca da inclusão socioeducacional das pessoas com deficiências e centra suas atividades, nesse primeiro momento, nas particularidades da pessoa com deficiência visual.

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O projeto teve como objetivo a disseminação de conheci-mentos básicos na área da educação especial e inclusiva, com foco nas especificidades educacionais da pessoa com deficiência visual, para a comunidade interna e externa do IFTM. O projeto abrangeu desde aspectos estruturais e arquitetônicos, na perspectiva da acessibilidade para as pessoas com deficiências, aos aspectos con-ceptuais, adquiridos a partir do envolvimento, abrangendo profes-sores, gestores do campus, profissionais e estudantes da área de edu-cação, familiares e demais interessados, relativos à inclusão.

2 DESENVOLVIMENTO

Em consequência da inclusão educacional tão proclamada nas últimas décadas, os Institutos Federais se abrem para receber uma diversidade de perfis de alunos, do nível médio ao superior. Dentro dessa diversidade, se inserem os alunos caracterizados por deficiência (física, sensorial e intelectual), transtornos globais do de-senvolvimento e superdotação/altas habilidades.

O Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) tem se dedicado à inclusão educacional, apesar de estar no processo inicial de adaptação, desde as suas estruturas físicas e espaciais às condutas e concepções de ensino e de aprendizagem. No seu plano de desen-volvimento institucional (PDI/2013), a primazia pela acessibilidade e inclusão social consta como um dos valores essenciais do IFTM. Também dentro dos objetivos traçados no PDI, no item 6, consta: “Consolidar e ampliar as ações de diversidade e inclusão visando à democratização do ensino” (Uberaba, 2013, p. 23) e, para tal concre-tização, traçou a meta de atender plenamente, até 2018, 100% dos estudantes com especificidades e/ou desigualdades educacionais.

Nesse sentido, os projetos de extensão, são mui-to importantes para a concretização da inclusão educacional, já que se observa, no âmbito do IFTM, certo desconhecimento das particularidades dos processos educacionais inclusivos por parte

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da comunidade em geral. A resolução 139/2011, ao dispor, no art. I, sobre a aprovação do regulamento das atividades de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, concebe a extensão como um processo educativo, cultu-ral e científico, articulado ao ensino e à pesquisa de forma indisso-ciáveis, amplia a relação transformadora do Instituto em diversos segmentos sociais, promove o desenvolvimento local e regional e a socialização da cultura e do conhecimento técnico científico.

O projeto de extensão “A Caminho da Inclusão”, cuja maio-ria das atividades do ano de 2014 foram desenvolvidas no Campus Uberaba do IFTM, abrangeu a perspectiva de socialização de in-formações acerca da inclusão social e educacional das pessoas com deficiências, centrou suas atividades nesse primeiro momento, nas particularidades da pessoa com deficiência visual da comunidade in-terna e externa do IFTM.

O método de trabalho que consolidou a execução do proje-to se deu por meio de reuniões entre a coordenação do projeto, a equipe executora, as alunas bolsistas e colaboradores, para discussões, grupos de estudo, visitas às instituições que atendem pessoas com deficiência visual na cidade de Uberaba MG, e por fim a realização de oficinas para a divulgação de informações sobre a inclusão educacional como um todo e em especial sobre a pessoa com deficiência visual.

Participaram do projeto cinco membros do Núcleo de Aten-dimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) e cinco alunas bolsistas do 3º ano do Curso Técnico em Agricultura e Zootecnia Integrado ao Ensino Médio.

Para a melhor execução do projeto montamos um grupo de estudos onde a discussão centrou-se em questões como: o que é a deficiência visual, mitos e preconceitos, estimulação visual, inter-venção precoce, educação da pessoa com deficiência visual, função de pais e professores, recursos didáticos, tecnologias assistivas, dentre outros.

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Foi criada uma página no Facebook (https://www.facebook.com/events/329922997213530/) para a divulgação do projeto. A equipe executora também realizou a análise da acessibilidade es-trutural do Campus Uberaba, tendo por base as normas da ABNT sobre acessibilidade arquitetônica sob a orientação do Engenheiro Antonio Carlos Bizão, funcionário da instituição. Realizada a análise, a bolsista, Taynara Crispim elaborou um vídeo simulando a estru-tura “adaptada” do refeitório da unidade I do ITFM Campus Uberaba, o qual foi apresentado à comunidade escolar durante as oficinas. O vídeo, assim como as tabelas com o resultado da análise de acessibilidade no campus, podem ser visualizados em (https://www.facebook.com/events/329922997213530/).

Uma das atividades previstas pelo projeto foi a realização de oficinas em escolas públicas de Uberaba, para a divulgação da pers-pectiva inclusiva do IFTM, bem como conscientização de profes-sores e alunos sobre a educação inclusiva de modo geral. Contudo, devido a questões burocráticas, tal atividade não foi possível de ser concretizadas, e nos propusemos então a realizar oficinas dentro do IFTM Campus Uberaba.

O procedimento das oficinas intituladas “Conhecendo, você enxerga mais” consistiu, primeiramente, na apresentação das ativi-dades gerais do projeto e conceituação da deficiência visual, suas particularidades sensoriais e educacionais e, logo em seguida, foi realizada uma dinâmica de sensibilização com os estudantes dos cursos técnicos e das licenciaturas. As oficinas também foram apresentadas durante SNCT/2014.

Para essa dinâmica os alunos foram vendados e dire-cionados a uma sala montada especialmente com uma diversida-de de recursos que pudessem tocar, cheirar, degustar, enfim, sentir com todo o corpo sem o uso da visão. Para maior aproveitamento da dinâmica foi permitido o máximo de 30 alunos na sala. Após a dinâmica os alunos puderam falar de suas sensações e discutir com o grupo suas experiências.

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As discussões geradas, em especial a partir das dinâmicas, retrataram as inquietações que os temas em torno da pessoa com deficiência provocam naqueles que ainda não lidam diretamente com tais pessoas.

A total desorientação provocada pela venda nos olhos du-rante as múltiplas sensações da dinâmica foi o relato mais comum dos alunos. Vários participantes ressaltaram como passa-ram a utilizar com maior consciência os outros sentidos, perceben-do sons, cheiros, sentindo texturas, dificilmente apreendidas com a utilização da visão.

Muitos alunos demonstraram interesse em participar do projeto “A Caminho da Inclusão” que continuará seu trabalho na sua segunda versão para o ano de 2015.

Alguns professores também puderam participar das oficinas, o que muito enriqueceu as discussões. Cremos que tais atividades levantaram muitas inquietações que serão lembradas no momento em que professores e alunos se depararem com a presença de alunos com deficiência dentro do IFTM Campus Uberaba.

3 CONCLUSÃO

Verificamos que o instituto encontra-se no processo de adaptação comum à maioria das instituições educacionais brasileiras. Verificamos que nas questões de acessibilidade física e material, o campus não está preparado para receber alunos com deficiência, especialmente aqueles com mobilidade reduzida, deficiências físicas e motoras e até mesmo pessoas com deficiência visual.

Sentimo-nos apoiados pelos gestores do campus, pois em momento algum tivemos nossas atividades impedidas ou dificulta-das. Todos eles demonstram boa consciência a respeito da inclusão de pessoas com deficiências nos institutos federais. Contudo, não há um empenho na mobilização de recursos financeiros e peda-gógicos para que tais processos inclusivos aconteçam de fato.

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Professores e alunos tiveram um bom aproveitamento das atividades do projeto, em especial das oficinas de sensibilização. In-teressam-se pelo tema da inclusão social e educacional e desejam contribuir. Precisamos de mais trabalhos e discussões nessa pers-pectiva para que possamos avançar, no sentido de realizar práticas que de fato favoreçam, à total inclusão educacional de qualquer pes-soa com deficiência que esteja motivada a fazer parte da comunida-de escolar do IFTM Campus Uberaba.

4 NOTAS

1Especialista em PROEJA. Técnica em Assuntos Educacionais e Coordenadora de Apoio Pedagógico no IFTM. E-mail:[email protected], [email protected] em Educação. Pedagoga no IFTM. E-mail: [email protected] do curso Técnico Integrado ao Ensino Médio em Agricultura e Zootecnia. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do curso Técnico Integrado ao Ensino Médio em Agricultura e Zootecnia. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do curso Técnico Integrado ao Ensino Médio em Agricultura e Zootecnia. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do curso Técnico Integrado ao Ensino Médio em Agricultura e Zootecnia. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do curso Técnico Integrado ao Ensino Médio em Agricultura e Zootecnia. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected].

5 REFERÊNCIAS

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamen-tos urbanos. 2. ed. Rio de Janeiro,RJ: ABNT, 2004.

BRUNO, M. M. G. O desenvolvimento integral do deficiente visual. São Paulo,SP: Loyola, 1992.

CUTSFORTH, T. D. O Cego na Escola e na Sociedade: um es-tudo psicológico. São Paulo: Loyola, 1969.

DIDEROT, D. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

FUNDAÇÃO HILTON ROCHA. Ensaio sobre a problemática da cegueira Prevenção- Recuperação-Reabilitação. Belo Hori-zonte: Ed. Fundação Hilton Rocha, 1987.

GARDNER, H. Estruturas da mente: A teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TEC-NOLOGIA DO TRIÂNGULO MINEIRO. Resolução nº 139/2011, de 19 de dezembro de 2011: dispõe sobre a regula-mentação das atividades de extensão do Instituto Federal de Educa-ção, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro.

_______. Resolução “Ad referendum” nº 96/2013, de 26 de de-zembro de 2013: dispõe sobre a aprovação do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2014-2018, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro

MACHADO FILHO, A. da M. Educação dos cegos no Bra-sil. Belo Horizonte: Os Amigos do Livro, 1931.

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MONTEIRO, P. R; MANHÃES, L. P; KASTRUP, V. Questões Acerca da Teoria da Compensação no Campo da Deficiência Vi-sual. Revista Benjamin Constant, n.36. 2007. Publicação técnico científica do Centro de Pesquisa, Documentação e Informação do Instituto Benjamin Constant (IBCENTRO/MEC)

MORIN, E. Ciência com Consciência. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

OLIVEIRA, J. V. G. Do essencial invisível: arte e beleza entre os cegos. Rio de Janeiro: Revan; FAPERJ, 2002.

RAMIRO, V. C. O Brincar da Criança Cega: um estudo psicoló-gico sobre a atividade lúdica de crianças deficientes visuais. 1997. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade São Marcos, São Paulo. 1997.

SOUSA, J. B. Aspectos comunicativos da percepção tátil: a es-crita em relevo como mecanismo semiótico da cultura. 2004. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica) – Pontifícia Uni-versidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2004.

TELFORD, C. W.; SAWREY, J. M. O Indivíduo Excepcional. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

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A SEMANA DA FAMÍLIA RURAL – DIÁLOGO ENTRE O ENSINO, A PESQUISA E A

COMUNIDADE RURALJoão Mateus de Amorim1, Maria Aparecida de Lima, Deborah Santesso Bonnas,

Luis Augusto Domigues Silva, Susana Elisa Rieck, Thiago Taham, Nísia Maria Teresa Salles,Caroline Silva Severino2, Aline Santos Pereira, Ana Laura Tomaz de Magalhães,

Carlos Henrique Pereira, Dara Santos Alves, Devid Silva Oliveira, Gabriela Pereira da Silva, Guilherme Gondim de Morais, Gustavo Rodrigues Ribeiro, Ingridy de Oliveira Moura,

Jéssica Fernandes Dias Borges, Letícia Aparecida Oliveira, Márcio Henrique Ferreira Júnior,Cristina Silva Cunha, Paula Magno Rezende Pereira3 Talles Norval Brandão,

Thales Marques Ribeiro, Carlos Eduardo Silva, Leôncio Campos Gouveia, Mariane Pereira Riceto,*Priscila dos Santos Pereira4, Patrícia dos Anjos Ribeiro5, Luiz Eduardo Araújo Portes,

João Paulo de Oliveira6, Gilberto Carlos de Freitas7, Ricardo Luis de Barros Silva8,Tarcísio Batista Leite9

RESUMO

Este relato apresenta ações e experiências desenvolvidas durante a organização e realização da 26ª Semana da Família Rural, realizada no IFTM Campus Uberlândia, no período de 15 a 18 de julho de 2014. Este evento de extensão é realizado em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais – EMATER-MG, Prefeitura de Uberlândia, por meio da Secretaria Municipal de Agropecuária e Abastecimento, e a Cooperativa Es-cola dos Alunos do Instituto Federal do Triângulo Mineiro Campus Uberlândia. É dirigido a agricultores e seus familiares, oriundos de diversos municípios do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e sul de Goiás. Tem como objetivo proporcionar qualificação e aperfeiçoa-mento do conhecimento técnico e administrativo, por meio de cursos nas áreas de agropecuária, agroindústria, artesanato, meio ambiente, administração rural e informática. Proporciona também o acompa-nhamento das tendências de mercado, além de propiciar oportunida-des de integração e troca de experiências entre os participantes.

Palavras-chave: Semana da Família Rural. Qualificação. Aperfei-çoamento.

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1 INTRODUÇÃO

A articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão é fun-damental no processo de produção do conhecimento, pois permi-te estabelecer um diálogo entre o saber científico relacionando-o à realidade social. Com o objetivo de promover esse “diálogo” é que o IFTM Campus Uberlândia realiza a Semana da Família Rural, em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais -EMATER-MG, a Prefeitura de Uberlân-dia, por meio da Secretaria Municipal de Agropecuária e Abasteci-mento, e a Cooperativa Escola dos Alunos do Instituto Federal de Triângulo Mineiro Campus Uberlândia. São organizados para ofertar a agricultores e familiares oportunidades de qualificação e de aper-feiçoamento do conhecimento técnico e administrativo, por meio de cursos nas áreas de agropecuária, agroindústria, artesanato, meio ambiente e administração rural, que resultam em melhores condi-ções de atuação no mercado de trabalho.

As relações no mercado de trabalho tem se mostrado bas-tante competitivas e tal competitividade pode ser demonstrada, den-tre outros aspectos, por meio da significativa variedade de produtos à disposição dos consumidores e pelas diversas formas sob as quais esses produtos são apresentados. Pode-se dizer que é preciso, não apenas produzir um bem ou serviço, mas torná-lo atrativo ao seu potencial consumidor. Por outro lado, a qualidade é fundamental para um consumidor cada vez mais exigente.

No meio rural não é diferente. A qualidade dos bens e servi-ços tipicamente agropecuários é uma preocupação dos produtores e, a Semana da Família Rural, responde a essa necessidade, por meio de uma capacitação que ensina a produzir com qualidade valorizando co-nhecimentos tradicionais, atualizados pelo uso de novas tecnologias.

Na medida em que o (a) agricultor (a) familiar torna-se “pro-fissional”, também se torna cada vez mais capaz de caminhar na construção, solidificação dos seus próprios meios de sobrevivên-

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cia, sua consequente inserção e permanência e, de seus familiares, no mundo do trabalho. Proporcionar ao agricultor e seus familiares capacitação e aperfeiçoamento profissional contribui para elevar a qualidade de vida da população do meio rural, na medida em que possibilita melhorar as condições de produção e do próprio trabalho, por meio do emprego de conhecimentos/técnicas que propiciam a melhora do produto ou serviço (o que contribui para agregar-lhe valor), aumento da produção e, consequentemente da renda. Essa é, sabidamente, uma maneira eficaz de inclusão social, na medida em que a valorização do trabalho no meio rural é capaz de criar e man-ter condições dignas de subsistência para o agricultor.

Outro norteador de significativa relevância no âmbito da re-alização da Semana da Família Rural constitui-se na possibilidade de proporcionar a união e a permanência da família no campo. Ao pro-piciar a profissionalização do agricultor e dos membros de sua famí-lia, estes passam a contar com a opção de escolher ficar no campo e sobreviver de atividades econômicas desenvolvidas na propriedade.

Contribuir para fixar o trabalhador rural em seu meio ajuda a minimizar problemas sociais tais como o êxodo rural que, dentre outras consequências, reduz em muito a qualidade de vida das pes-soas, pois ao migrarem para os centros urbanos, em geral, passam a trabalhar em subempregos. Essa condição deve-se ao fato de que esse trabalhador rural que migra para a cidade não está preparado para o exercício de funções típicas do meio urbano.

Nesse sentido, a relevância do papel social da extensão pos-sibilita levar para a sociedade o conhecimento a ser aplicado e auxi-liar na melhora das condições de trabalho e de vida das pessoas.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Organização

Com fundamento na ideia central de proporcionar a cita-

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da profissionalização do agricultor e de seus familiares e reconhe-cendo as atividades de extensão como mecanismo de promoção do desenvolvimento social e econômico local e regional, organizou-se uma equipe com a participação de estudantes que, sob orientação de docentes e técnicos, levaram aos participantes resultados de pes-quisas e conhecimentos gerados na Instituição, principalmente nos cursos das áreas de ciências agrárias. Para o estudante, esse trabalho oportuniza o contato com o produtor para que ele conheça a reali-dade do mesmo, aprenda e possa agregar conhecimentos no sentido completo da extensão acadêmica.

A 26ª Semana da Família Rural foi realizada no período de 15 a 18 de julho de 2014 e contou com 550 pessoas inscritas, dentre produtores rurais e demais interessados. Os seguintes cursos foram ofertados, de acordo com as áreas:

2.1.1 – Agropecuária: Avicultura Caipira; Bovinocultura de Leite; Cultivo de Florestas Plantadas e Tratamento de Madeira; Cul-tivo de Hortaliças; Fruticultura – Pomar Doméstico, Manejo inte-grado de pragas e doenças e Irrigação em pastagens, Integração, La-voura, Pecuária e Floresta; Jardinagem e Paisagismo; Noções Básicas de Manutenção de Máquinas e Implementos Agrícolas; Piscicultura – Convencional; Piscicultura Tanque-Rede; Bonsai sem segredos e Geoestatística aplicada às ciências agrárias e ao meio ambiente por meio do programa computacional “R”.

2.1.2 – Administração Rural: Como Gerir uma Proprie-dade Rural.

2.1.3 – Agroindústria: Processamento Artesanal de Car-nes – Defumação; Processamento Artesanal de Derivados do Leite; Quitandas caseiras; Processamento Artesanal de Frutas e Processa-mento Artesanal de Pimentas e Vegetais e Bolo confeitado.

2.1.4 – Artesanato: Artesanato em Boneca de Pano; Arte-sanato Decoupage; Artesanato em Biscuit; Bordado à Mão e Sabo-netes Artesanais e Medicinais.

2.1.5 – Meio Ambiente: Produção de Mudas Nativas, Ma-

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nejo, Conservação e Recuperação de Nascentes e Áreas Degradadas.A carga horária total dos cursos foi de 27 (vinte e sete) ho-

ras, distribuídas da seguinte maneira: - dias 15, 16 e 17: - 8 (oito) horas por dia;- dia 18 - 4 (quatro) horas. Ao todo 550 (quinhentos e cinquenta) pessoas se inscreve-

ram na Semana, dentre produtores rurais, estudantes e comunidade em geral interessadas. Os cursos com maior quantidade de inscritos foram o de Produção de Mudas Nativas, Manejo, Conservação, Re-cuperação de Nascentes e Áreas Degradadas, Piscicultura Tanque--rede, Piscicultura Convencional, Noções de Manutenção de Má-quinas e Implementos Agrícolas, Bovinocultura, Cultivo Orgânico de Hortaliças e Processamento Artesanal de Derivados do Leite e Bolo Confeitado.

Foram oferecidas 150 vagas no alojamento do campus para moradores de outras cidades que se inscreveram para os cursos.

2.2 Atividades desenvolvidas pelos bolsistas

A organização de cada curso ficou sob a responsabilidade de um docente ou técnico administrativo (do Campus Uberlândia e do Campus Uberlândia Centro) ou extensionista da EMATER-MG, de acordo com a área de trabalho/saberes de cada um, denominados “coordenadores de curso”. Cada coordenador de curso contou com a participação de um bolsista, selecionado por meio de edital. Ao todo foram selecionados 28 bolsistas.

Os bolsistas, juntamente com o coordenador de cada curso, desenvolveram as seguintes atividades:

- organização de arquivos eletrônicos compartilhados pelos envolvidos no evento, que possibilitaram as inscrições, o acompa-nhamento destas pelos envolvidos e registro de atividades;

- elaboração de arte para impressão de material gráfico de divulgação do evento (cartazes e folders);

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- organização dos cursos (definição dos temas, palestrantes e convites);

- organização de palestra ou tópico específico, sob orienta-ção do coordenador do curso (orientador);

- implantação e acompanhamento de experimentos para de-monstração durante a Semana.

2.3 Atividades Paralelas

Paralelamente aos cursos, nos horários de intervalo (almo-ço) e final da tarde, os cursistas participaram das atividades técnico--culturais:

a) Integração Rural:• Orientações sobre Inspeção Municipal;• Câmara Itinerante; • Atendimento jurídico - família, criminal, cível e previdenci-

ário; • Campanha de vacinação anti-rábica;• Teste de papanicolau;• Doação de cães;• Espaço bem viver: Corte de cabelo, maquiagem;• Atrações musicais;• Teatro;• Apresentação da Banda Municipal • Apresentação da Orquestra do Conservatório de Música de

Uberlândiab) Roda de Conversa “Gestão de Recursos Hídricos”; c) Palestra “Combate ao Agrotóxico”; d) Apresentação de dança árabe – grupo de dança UFU;h) Plantões Técnicos:

• Atendimento aos programas: Aquisição de Alimentos, Lei-te, Horta, Mandala, Piscicultura, Feira Urbana, Feira de Produ-tos Rurais, Pró-pão, Segurança Alimentar e Nutricional;

• Informações em: Crédito Rural, PRONAF, DAP, Piscicul-

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tura, PAA, PNAE, Associativismo, Cooperativismo, Agroin-dústria, Artesanato e Habitação Rural; - Regularização ambien-tal da propriedade rural e assessoria jurídica na área rural;

• Agroindústria de Pequeno Porte.i) Exposição de máquinas e implementos agrícolas A exposição aconteceu durante a 26ª Semana da Família Ru-

ral com objetivo de atualizar o produtor rural e alunos sobre as tec-nologias atuais em máquinas e implementos agrícolas.

g) Feira de artesanato e gastronomia:A Feira contou com a participação de ex-alunas da Semana

da Família Rural como objetivo de demonstrar os produtos con-feccionados (artesanato) e processados (alimentos) por alunos que fizeram os cursos da semana e se profissionalizaram na área.

h) Mostra do projeto de extensão: Ampliação da cultu-ra do uso de ora-pro-nóbis – Parte II

- Coordenado pela Profª. Dra. Carla Regina Amorim dos Anjos Queiroz, o projeto contou com 02 bolsistas do curso de Tec-nologia em alimentos. A mostra foi realizada através de um stand preparado com banner explicativo e exposição de produtos alimen-tícios processado pelas bolsistas com a planta de ora-pro-nóbis para degustação. Foram doadas mudas para incentivar as pessoas no plantio desse vegetal. Durante a mostra à comunidade foi orientado sobre a importância e os benefícios que a planta proporciona à saú-de. Os alimentos degustados foram bem aceitos pela comunidade, identificados através da pesquisa realizada durante a mostra.

As atividades foram realizadas com a participação dos par-ceiros do evento e, além dos benefícios trazidos à organização do trabalho na propriedade rural, proporcionaram integração entre os participantes e oportunidades de trocas de experiências.

3 CONCLUSÃO

Através de depoimentos colhidos na avaliação feita pelos

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cursistas e com base nas experiências vivenciadas pela equipe res-ponsável pela organização e realização do evento, podem ser consi-derados pontos fortes da 26ª Semana da Família Rural:

- A sua abrangência, que possibilita alcançar uma quantidade significativa de pessoas;

- A qualidade e a diversidade dos cursos, em consonância com os arranjos produtivos locais e regionais;

- As atividades técnico-científicas desenvolvidas; - A participação dos docentes, técnico-administrativos e es-

tudantes do IFTM Campus Uberlândia e Campus Uberlândia Centro;- As parcerias, fundamentais para a organização, divulgação

e realização do evento e que contribuem para a consolidação do IFTM, no cenário local e regional, como instituição geradora de conhecimentos técnico-científico que contribuem para melhorar a qualidade do trabalho (e da vida) da comunidade.

- As atividades musicais e culturais proporcionando a inte-gração dos alunos.

- As atividade complementares como visitas técnicas e Inte-gração Rural.

Assim, considerando a extensão como uma troca de saberes, a 26ª Semana da Família Rural possibilitou a interação do Instituto (por meio dos estudantes, docentes e técnico-administrativos) com as necessidades da capacitação profissional de pessoas que desen-volvem ou desejam desenvolver atividades produtivas do setor rural.

Sendo assim, fica evidente que o evento possibilitou o en-contro entre estudantes, docentes e agricultores possibilitando aos discentes vivenciarem a prática do ensino comprometido com de-mandas reais, levando saberes aos produtores, mas também apren-dendo e gerando conhecimento.

Identificou-se também a necessidade de intensificar orienta-ções prévias e acompanhamento dos alunos bolsistas, no desenvol-vimento de estratégias na ação extensionista.

Além de capacitar os produtores rurais nas áreas dos cursos

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ofertados e possibilitar a aplicação de conhecimentos constituídos no âmbito do espaço escolar, a Semana da Família Rural também proporcionou a integração da Instituição com a sociedade, no cum-primento de seu papel de criar soluções que agreguem melhorias na qualidade de vida da comunidade.

4 NOTAS

1Doutor em Geografia. Coordenador de estágio IFTM Campus Uberlândia. Coordenador do projeto. E-mail: [email protected] de execução: Especialista em Gestão pública. Coordenadora de extensão. E-mail: [email protected]. Doutora em Alimentos e Diretora de Ensino – DDE. E-mail: [email protected]. Doutor em Agronomia. Coordenador de Produção, Inovação e Pesquisa – CGPIP. E-mail: [email protected]. Doutora em Veterinária. Coordenadora do curso Técnico em Agropecuária. E-mail: [email protected]. Mestre em Alimentos. Coordenador do curso de Tecnologia em Alimentos. E-mail: [email protected]. Mestra em Educação. Pedagoga. E-mail: ní[email protected]. Mestra em História. Coordenadora de Ensino – CGE. Técnica em Assuntos Educacionais. E-mail: [email protected]. 3Discentes do curso Técnico em Agropecuária. Bolsistas de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: extensã[email protected] do curso de Engenharia Agronômica. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. *Bolsista voluntária: E-mail: extensã[email protected] 5Graduando do curso Superior de Tecnologia em Alimentos. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: extensã[email protected]. 6Discentes do curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática. Bolsistas de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: extensã[email protected]. 7Parceiros Externos: Gerente Regional da EMATER em Uberlândia. E-mail: [email protected] Externos: Diretor de Agropecuária na Secretaria de Agropecuária e Abastecimento da Prefeitura Municipal de Uberlândia. E-mail: [email protected] Externos: Mestre em Educação Física. Coordenador da Cooperativa Escola dos Alunos do IFTM Campus Uberlândia. E-mail: [email protected].

5 REFERÊNCIAS

INSTITUTO FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO. 26ª Se-mana da Família Rural - projeto. Uberlândia: Coordenação de In-tegração Escola Comunidade do Campus Uberlândia - CIEC, 2013.

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________. 26ª Semana da Família Rural - folder. Uberlândia: Coordenação de Integração Escola Comunidade do Campus Uber-lândia - CIEC, 2013. ________. Resolução nº 27/2012. Aprova o Regulamento das Atividades de Extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro. Uberaba: Conselho Superior – CONSUP, 2012.

________. Resolução nº 139/2011. Dispõe sobre a aprovação da Regulamentação das Atividades de Extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro. Uberaba: Conselho Superior, 2011.

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AMPLIAÇÃO DO CULTIVO E DO USO DE ORA-PRO-NÓBIS NA ALIMENTAÇÃO

Patrícia dos Anjos Ribeiro1, Wellica Gomes dos Reis2, Reginaldo Rodrigues de Andrade3, Carla Regina Amorim dos Anjos Queiroz4

RESUMO

O governo brasileiro incentiva o consumo de hortaliças não convencionais, como forma de aproveitamento da biodiver-sidade brasileira e suprimento das necessidades nutricionais de forma viável à população, principalmente a de baixa renda. A ora--pro-nóbis (Pereskia aculeata Miller) é uma hortaliça nativa brasileira que se propaga facilmente, cujo cultivo apresenta baixa incidência de doenças e de demanda hídrica. É viável para a produção domés-tica, como fonte nutricional de baixo custo, uma hortaliça recomen-dada para o consumo diário na alimentação, nas formas crua e/ou processada. Neste trabalho, buscou-se ampliar o uso o e cultivo da Ora-pro-nóbis, com a distribuição de mudas aos moradores da Zona Rural e urbana para que fossem plantadas, cultivadas e consumidas. Os dados apresentados revelam interesse da população no uso da planta, porém as informações acerca do uso efetivo na alimentação serão recebidas na próxima etapa do projeto.

Palavras-chave: Pereskia aculeata Miller. Hortaliça não convencio-nal. Manejo.

1 INTRODUÇÃO

O consumo de hortaliças convencionais é incentivado pelo governo devido ao alto teor nutritivo apresentado pelas mesmas. É, também, uma forma alternativa de aproveitamento da biodiversi-dade brasileira e suprimento de necessidades nutricionais de forma acessível, ou seja, são viáveis economicamente para que os seres

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humanos consumam.A planta Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata Miller) é considera-

da de fácil cultivo e propagação, têm baixa demanda hídrica e baixa incidência de doenças, características que favorecem o cultivo do-méstico, como uma hortaliça de baixo custo. Por ser rica em nutrien-tes, pode ser utilizada tanto na forma crua quanto processada, que são recomendados para a dieta alimentar diária, como sais minerais, vitaminas e proteínas. Além disso, é uma planta que produz frutos também comestíveis em abundância, com os quais se podem obter sucos, geleias, licores e gelados comestíveis, entre outros produtos.

O projeto iniciou com a divulgação para a comunidade da Escola Municipal localizada na Fazenda Sobradinho, na Zona Rural de Uberlândia, das propriedades nutricionais da planta Ora-pro-nó-bis, através de exposição oral aos alunos e comunidade escolar, além do envio de cartas explicativas sobre o benefício da planta, acrescido de uma ficha de inscrição, para o recebimento das mudas doadas.

A produção de mudas para distribuição foi feita paralela-mente ao trabalho de elaboração, a partir de estacas. Foram distribu-ídas cartas explicativas, para participar do desenvolvimento do pro-jeto, através dos próprios alunos da Escola Municipal Sobradinho, realizados cadastros das famílias interessadas e contatadas para que recebessem as mudas em suas propriedades.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Fundamentação teórica

O Brasil é considerado um dos países de “megadiversida-de” biológica, com cerca de 22% da diversidade vegetal mundial (CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL, 2011), 56.000 espécies de plantas superiores, sendo 162 espécies de cactáceas, das quais 123 são endêmicas (GIULIETTI et al., 2005). Entretanto, Almeida et al. (2002), Kinupp e Barros (2008) e Kinupp (2009) consideram

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muito pequena a fração de plantas brasileiras já estudadas.A Pereskia aculeata Mill. é uma planta cactácea classificada como

nativa não endêmica por Zappi et al. (2012). No Brasil é mais conhe-cida como Ora-pro-nóbis (OPN), embora possam ser sinônimas as designações lobrobó, lobrodo, guaiapá, groselha-da-américa, cereja--de-barbados, cipó-santo, mata-velha, trepadeira-limão, espinho-pre-to, jumbeba, espinho-de-santo-antônio e rosa-madeira. É utilizada como alimento humano e também como medicamento fitoterápico popular (DUARTE; HAYASHI, 2005; SILVA JÚNIOR et al., 2010). A OPN figura como hortaliça não convencional nos documentos ofi-ciais brasileiros desde 2002 (BRASIL, 2002, 2004, 2010). As hortaliças são plantas herbáceas, geralmente de ciclo curto e tratos culturais in-tensos, consideradas importantes fontes de vitaminas e sais minerais, indispensáveis à alimentação humana (AMARO et al., 2007).

Consideram-se hortaliças não convencionais aquelas que, com distribuição limitada à determinada região, não fazem parte de uma cadeia produtiva à semelhança das hortaliças convencionais. Essas hortaliças podem exercer grande influência na alimentação e na cultura de populações tradicionais, mas não receberam o devi-do interesse da comunidade técnico-científica e consequentemente também não despertaram o interesse de empresas das áreas de fer-tilizantes, sementes ou agroquímicos (BRASIL, 2010).

O governo brasileiro tem promovido ações para o desen-volvimento do setor que envolve a pesquisa e a produção de plantas medicinais, a partir da publicação do decreto

5.813 de 22 de junho de 2006, ao criar a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, e traçar suas diretrizes atra-vés do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (BRASIL, 2007). Também tem sido estimulada a pesquisa envolven-do plantas nativas de cada região brasileira, de modo que possam ser exploradas e aproveitadas no complemento das necessidades nutri-cionais da população.

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De acordo com Ministério da Saúde, através do Guia Ali-mentar Para População Brasileira e Alimentos Regionais Brasileiros (BRASIL, 2002, 2004) a OPN é considerada hortaliça nativa de rico valor nutricional da região Sudeste, presente no comércio e na ali-mentação, apenas regionalmente, e fonte potencial de substâncias bioativas, com folhas tenras, grossas e de alto valor proteico, equipa-rado ao do caruru, da couve e do espinafre. Silva Júnior et al. (2010) consideram-na espécie nutracêutica, com características de alimento funcional: propriedades protetoras e medicinais.

Há pouquíssima exploração comercial da OPN. Ela é culti-vada quase que exclusivamente como planta doméstica e por alguns poucos produtores de mudas, mas não há relato bibliográfico de cultivo comercial com fins lucrativos a partir de seu corte ou mes-mo de outras formas de uso de seus constituintes. Apesar disso, é considerada como potencial para exploração econômica (SILVA JÚNIOR et al., 2010; MADEIRA; SILVEIRA, 2010).

No processo produtivo, a formação de mudas constitui-se numa das etapas mais importantes do cultivo de plantas ornamen-tais, uma vez que dela depende o desempenho final das plantas nos canteiros (OINAM et al., 2011). A produção de mudas de alta qualidade torna-se, portanto, estratégia fundamental para quem quer tornar mais competitiva a produção vegetal. De acordo com Minami (1995), 60% do sucesso de uma cultura reside no plantio de mudas de boa qualidade.

Entre os métodos de propagação vegetativa, a estaquia apre-senta maior simplicidade, rapidez e baixo custo, sendo muito im-portante na propagação vegetativa de arbustos ornamentais. Esta importância é devido ao grande número de mudas obtidas, uso de pequeno número de plantas matrizes, numa área reduzida, além da multiplicação de genótipos de interesse com grande uniformidade (HARTMANN et al., 2002). No entanto, o potencial de enraiza-mento, bem como a qualidade e a quantidade de raízes nas estacas, podem variar com relação à espécie, cultivo, condições ambien-

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tais (fatores externos) e condições internas da própria planta (KA-RAMI; SALEHI, 2010).

2.2 Metodologia

Parte 1a: Elaboração da carta para sensibilização dos alunos e pais da Escola Municipal de Sobradinho (EMS): consistiu em pes-quisa bibliográfica e elaboração da carta (Anexo 01);

Parte 1b: Preparo das mudas: consistiu no corte em bisel, padronização, limpeza e sanitização das estacas que foram em se-guida plantadas em substrato comercial. A irrigação foi feita auto-maticamente por aspersão por nebulização, seis vezes ao dia. Todas as estacas foram depositadas em potes de capacidade de 1 litro e foi utilizado o substrato comercial para produção de hortaliças (Bio-plant), posteriormente as estacas foram direcionadas ao crescimen-to e foi observado seu desenvolvimento (Figura 1).

Parte 2: Sensibilização, contato e divulgação por carta aos pais dos alunos da Escola Municipal de Sobradinho (EMS). A di-vulgação das propriedades nutricionais da planta de Ora- pro-nóbis à comunidade da (EMS) foi realizada oralmente pelas alunas vincu-ladas ao projeto, posteriormente os interessados em participar do projeto devolveram a carta (Apêndice 1) preenchida fazendo o ca-dastro para participação no projeto. Etapas do desenvolvimento das mudas: A = estaca; B = primeiras brotações, C = folhas expandidas e D = muda pronta para transplantio.

Parte 3: Distribuição das mudas, entrega das cartilhas e orientações gerais: os participantes foram contatados através de li-gações telefônicas para agendamento e entrega das mudas, da apos-tila com orientações de cultivo e receitas, e do questionário para acompanhamento do uso (Cartilha). Inicialmente foram atendidas as famílias da zona rural, com fornecimento de 3 mudas por família. Essas famílias receberam as mudas em suas casas e tiveram as mu-das já plantadas no momento da entrega. Para os alunos que não re-

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sidiam na região rural foi disponibilizada apenas 1 unidade de muda e material para acompanhamento, mas os mesmos não receberam a visita das alunas (justificativa apêndice 2). Junto à entrega das mudas as pessoas foram informadas em relação às propriedades nutricio-nais, forma de consumo, formulações para o consumo através de uma cartilha explicativa que contém informações sobre formas de manejo e receitas que aproveitam a planta como fonte nutritiva para o grupo familiar.

Parte 4: Desenvolvimento e do uso da planta: o acompa-nhamento após o plantio, para obter informações sobre manejo e utilização da Ora-pro-nóbis na alimentação, foi realizado através de ligações intervaladas de aproximadamente um mês em: setembro, outubro e novembro.

2.3 Resultados e discussão

O convite para participação no projeto foi estendido à todos os alunos e servidores da EMS, com entrega de 318 cartas-convite (Tabela 1). O retorno positivo fazendo inscrição para participação no projeto, entretanto, foi considerado pequeno, abrangendo 22% dos convidados (Tabela 01). Entretanto, quando observado o resul-tado quanto aos participantes envolvidos (Tabela 2 - Pais e servi-dores da comunidade escolar EMS e IFTM) observou-se que parte dos aceites dados foram feitos por um mesmo responsável, pais ou mães, de dois ou três filhos da escola. Esse fato fez com que embora o aceite tenha sido de 22% dos que foram convidados (73 retornos positivos), apenas 68 pessoas estavam interessadas em participar do projeto. Dentre os interessados ainda subtraíram-se 7 desistências por motivos diversos, como por exemplo, mudança da propriedade na qual a muda seria plantada. Isso resultou num total de 61 atendimentos ao projeto.

Registrou-se a dificuldade para atingir o público-alvo (mora-dores da zona rural) se considerada a quantidade de pessoas que não

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devolveu a carta-convite e que devolveu com resposta negativa à participação (77% de 318 cartas-convite, Tabela 01). Excetuando-se moradores que já possuem conhecimento da planta, acredita-se que uma nova abordagem poderia atingir melhor os objetivos, como por exemplo, fazer a sensibilização do público adulto (pais e/ou respon-sáveis) em reunião, ou seja, presencialmente.

Tabela 01: Resultado da sensibilização à participação no projeto de extensão

Quantidade(unidades) Percentual (%) Percentual (%) em

relação aos retornos

Cartas distribuídas 318 100,0 ---

Retorno positivo (cartas) 73 22,0 64,6

Retorno negativo (cartas) 40 12,5 35,4

Sem retorno 205 64,5 ---

Tabela 02: Quantidade de pais e servidores que adquiriram as mudas

Categoria Quantidade (unidades) Percentual (%)

Total de aceites 68 100

Pais dos alunos 45 66,2

Servidores da EMS 14 20,6

Servidores (IFTM) 2 2,9

Desistências 7 10,3

O maior atendimento foi feito à comunidade que reside na zona rural (Tabela 3), mas foram atendidos também os interessados que trabalham na zona rural (EMS e IFTM) e residem na zona urba-na. Cerca de 85% das plantas doadas foram destinadas à região ru-ral, o que representa um bom atendimento aos objetivos do projeto.

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Tabela 03: Locais de distribuição das plantas e quantidades: zona rural x urbana

Local Quantidade (famílias) Percentual (%) Quantidade de

mudas Percentual (%)

Zona rural 40 65,6 120 85,1

Urbana 21 34,4 21 14,9

Total 61 100 141 100

Os dados referentes ao acompanhamento do desenvolvi-mento não puderam ser computados pela ausência das visitas in loco, após a visita de distribuição inicial das mudas. Foram feitos con-tatos telefônicos para acompanhamento, porém os questionários distribuídos na visita inicial não foram recolhidos e os dados pós distribuição não foram planilhados.

3 CONCLUSÃO

A ora-pro-nóbis pode ter seu cultivo e uso ampliados com trabalhos de sensibilização, divulgação, distribuição de mudas, infor-mações técnicas, formas de preparo e uso da planta.

4 NOTAS

1Graduanda do curso Superior de Tecnologia em Alimentos. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do curso Superior de Engenharia Agronômica, Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] em Agronomia/Ciência do Solo. Licenciado em Química. Professor EBTT do Instituto Federal do Triângulo Mineiro, Campus Uberlândia. E-mail: [email protected] em Agronomia/ Ciência do Solo. Licenciada/bacharel em Química. Professor EBTT na área de Química do Ensino Médio e Superior do Instituto Federal do Triângulo Mineiro, Campus Uberlândia. E-mail: [email protected].

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5 REFERÊNCIAS

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Apêndice 01: Carta explicativa apresentada aos pais dos alunos da Escola Municipal de Sobradinho

6 APÊNDICES

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Apêndice 02: Carta de justificativa para as pessoas que se localizam na cidade de Uber-lândia

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ARTE EDUCAÇÃOIFTM CAMPUS UBERABA 2014

Marvile Palis Costa Oliveira1, Geandre de Carvalho Oliveira2

,

Alice Prudente Borges3, Allisson Gabriel Gomes Tavares4

,

Ana Luiza Nascimento5, Bruno Oliveira Lemos6

,

Kamylle Costa Rodrigues7, Karen Resende Lima8

,

Larissa Tiago Rodrigues da Silva9, Leonardo Souza10

,

Matheus Savero Ribeiro Ciriani11

RESUMO

Este trabalho apresenta o relato de experiência do pro-grama Arte Educação IFTM Campus Uberaba, sob o apoio do Instituto Federal do Triângulo Mineiro - Edital 03/2013. Existente há 17 anos, o Programa Arte Educação já conseguiu satisfatório reconhecimento e credibilidade por parte da comunidade interna e externa do IFTM Campus Uberaba. O objetivo geral do Programa em 2014 foi oferecer aos alunos, servidores e comunidade ex-terna do IFTM Campus Uberaba, projetos artísticos na área musical. A realização desse trabalho produziu um significativo aprendizado para todos os envolvidos na área da educação musical aliada a duas oficinas de instrumentos musicais (flauta doce e flauta transversal) e na prática de conjunto de uma banda de rock. A continuidade do projeto é vista como uma complementação do diálogo entre o ensino, a pesquisa e a extensão e não como substituição da Música trabalhada e vivenciada em sala de aula.

Palavras-Chave: Arte. Educação musical. Extensão. IFTM.

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1 INTRODUÇÃO

As relações entre as artes e a educação são abrangentes e já existe a consciência sobre sua fundamental inserção em âmbito escolar. Tal vivência possibilita o desenvolvimento das emoções, da sensibilidade, da percepção auditiva, da disciplina, da autoestima, da sociabilidade e o combate ao etnocentrismo musical. Com isso há a oportunidade de experimentar outros contextos socioculturais e disseminar conhecimento e cultura.

Existente há 17 anos, o Programa Arte Educação já conse-guiu satisfatório reconhecimento e credibilidade por parte da co-munidade interna e externa do IFTM Campus Uberaba. O objetivo geral do Programa em 2014 foi oferecer aos alunos, servidores e comunidade externa do IFTM Campus Uberaba, projetos artísticos na área musical. Os objetivos específicos foram:

* Continuar o trabalho do Programa realizado em 2013 focando na linguagem artística música.

* Promover a interação entre servidores, estudantes do IFTM Campus Uberaba e comunidade externa a fim de desenvolver os aspectos biopsicossociais, as habilidades criativas e o relaciona-mento de respeito mútuo e de solidariedade.

* Despertar nos participantes suas habilidades artísticas, performáticas e aumentar seus conhecimentos culturais.

* Compor um espaço que promova a divulgação da cultura e o respeito pela mesma, através das atividades artísticas exercidas.

* Oferecer oficinas e workshops na área da música aos alunos, servidores do IFTM Campus Uberaba e comunidade externa.

* Estimular a valorização da música dentro do processo En-sino - Pesquisa - Extensão bem como a sensibilização para a fun-damental importância da mesma no meio acadêmico, acontecendo assim a quebra de preconceitos existentes.

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Para o ano de 2014 enfatizou-se o trabalho com a linguagem artística música conforme formação da professora Marvile Palis, atual coordenadora do programa.

2 DESENVOLVIMENTO

O Programa ofereceu em 2014 oficinas de flauta doce, flauta transversal e a formação de um grupo musical no formato de banda de rock com ensaios semanais incluindo oficinas, workshops e master classes para o desenvolvimento do trabalho.

As oficinas de flauta doce e flauta transversal foram mi-nistradas pela Professora Marvile Palis como continuidade do tra-balho iniciado em 2013. Por conta da grande procura e permanência dos estudantes (membros da comunidade externa, alunos e ex-alu-nos do IFTM Campus Uberaba) em 2014, decidiu-se aprofundar e direcionar as técnicas de interpretação instrumental e performance. Por ter um caráter de curso livre, os alunos- flautistas participavam juntamente com a professora dos direcionamentos e reformulações constantes dos conteúdos e repertórios trabalhados com vistas à articulação do fazer artístico, do prazer estético e do domínio da linguagem e expressão musical pelos instrumentos flauta doce e transversal. A metodologia utilizada nas oficinas foi a abordagem multimodal de Verhaalen (1989) por envolver a aprendizagem em grupo em uma formação musical que integre memória, sentidos, emoção, compreensão e criatividade.

Paralelamente às duas oficinas, nos meses de fevereiro e março de 2014 foram realizadas as inscrições, entrevistas e seleção para os futuros bolsistas do projeto totalizando sete vagas a saber, na área de gestão cultural e comunicação, e específicas na área da música: canto, instrumentos musicais: cordas dedilhadas, percussão e/ou bateria e gestão cultural e comunicação. Com exceção da bolsa de gestão cultural e comunicação, as demais demandavam especificidades na área da prática instrumental e execução musical.

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Visando a formação de um grupo musical, durante a entrevista de seleção, foi solicitada a interpretação de obras musicais de livre escolha e a aplicação de perguntas direcionadas para o fazer artísti-co-musical. Cabe aqui destacar que durante as entrevistas, o gênero rock nacional foi o mais executado, seguido pelo gospel, sertanejo raiz e sertanejo universitário.

As vagas definidas no projeto de extensão foram inicialmen-te pensadas para a construção de um grupo musical composto principalmente por instrumentistas de cordas dedilhadas - viola caipira. Como não houve inscrições para essa área específica, no decorrer do processo de seleção, percebeu-se que seria possível re-posicionar a área de cordas e montar um grupo musical no formato de uma banda de rock.

Em abril de 2014, após a divulgação dos resultados dos no-mes dos bolsistas que comporiam o projeto, três estudantes for-malizaram um pedido para atuação voluntária. Essa ação gerou uma agradável surpresa visto que o motivo enfatizado era a busca do fa-zer musical em grupo aliado às questões da relação interpessoal, do possível desenvolvimento musical global, da aprendizagem de estilo e da desinibição e perda da timidez para se apresentar em público.

A partir de um estudo das identidades musicais dos estu-dantes bolsistas selecionados para atuação no projeto e dos pedidos para voluntariado decidiu-se, em reuniões e práticas de execução musical, pela formação de uma banda composta por dois vocais femininos (voz aguda e média), guitarra solo, guitarra base, violões, teclado e bateria. Com exceção de um estudante voluntário e de dois bolsistas, os demais nunca tinham atuado no âmbito de um conjun-to musical. Além disso, surgiram questionamentos relacionados à priorização do trabalho com um gênero musical? Diante de tantas heterogeneidades, diferentes formações musicais e experiências, o gênero musical em comum foi o rock nacional. Esse estilo de música fazia parte das experiências auditivas e práticas dos estudan-tes. A decisão exigiu uma reformulação no cronograma e no plano

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de trabalho que fora elaborado anteriormente e decidiu-se pela in-serção de mais ensaios abertos e orientados, master classes de prática de conjunto e workshops com o intuito de desenvolver as habili-dades e competências para se tocar em grupo, visto que a maioria só tocava individualmente ou com o uso de playbacks em casa.

Entre os meses de maio, junho, julho e agosto, os estudantes realizaram estudos acerca da temática do rock nacional. As ações foram traçadas e voltadas para a definição de um repertório com-patível com a formação instrumental disponível, com o desenvol-vimento instrumental e de performance individual dos estudantes, e com os espaços e a aparelhagem de som presente no campus. Os bolsistas e voluntários traçaram um panorama histórico do gênero e pesquisaram letras e cifras em sites especializados e em songbooks. Além disso, para compreendermos melhor o gênero rock nacional e despertar maior motivação para a prática musical, foi realizado um trabalho baseado na “Apreciação Musical Expressiva - AME” (BASTIÃO, 2010, p.18-19) com gravações consagradas, versões e arranjos feitos a partir do material original. Segundo a pesquisadora

A apreciação musical caracteriza-se como um processo ativo de audição. Apreciar não significa simplesmente ouvir, mas ouvir com atenção, com compreensão, com senso crítico e estético. [...] a abordagem AME procura aliar o aspecto ativo da audição a uma atitude expressiva do ouvinte ao apreciar música, considerando as suas capacidades afetivas, cognitivas e psicomotoras.

Essa abordagem justifica-se à medida em que os jovens leem somente as letras e as cifras das músicas e procuram interpretar a obra fiel à gravação considerada pelo grupo como mais significativa, mais popular na mídia. Para romper com a tentativa de reprodução e estimular o desenvolvimento da criatividade do grupo, propôs-se a criação de novos arranjos baseados nas vivências musicais de to-dos os participantes. Com esta proposta, percebeu-se que a moti-vação do grupo aumentou. Para Swanwick (2003, p.54), “as pessoas

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se tornam musicalmente engajadas quando olham a atividade como significativa e autêntica.” Além do repertório selecionado, foram rearranjadas composições do gênero sertanejo raiz e músicas popu-lares intituladas pelos próprios alunos como “modinhas da mídia”.

Juntamente com o trabalho de pesquisa de gênero rock na-cional, é importante destacar que a definição dos arranjos, a forma estrutural de cada obra e as técnicas de aquecimento, desaquecimen-to e performance em grupo foram temáticas constantes dos ensaios. Como a maioria dos estudantes não possuíam experiência com prá-tica musical coletiva e nem com a educação musical formal, algumas lacunas precisavam ser preenchidas. Dessa forma, durante os en-saios foi necessário um trabalho técnico-didático e de conscientiza-ção mediado por: alongamentos, aquecimentos e desaquecimentos vocais e instrumentais, exercícios de prática de conjunto, avaliações da postura individual e do posicionamento da banda, explicações sistemáticas sobre o uso do equipamento de som, condução e ma-nutenção do andamento, práticas de comunicações com a plateia e comunicações internas de olho-no-olho para se iniciar e finalizar a execução, bem como possíveis intervenções comunicativas durante a performance. Optou-se, também, por ensaios abertos à comuni-dade do campus, visto que a desinibição e a perda da timidez para se tocar em público, foram solicitações dos integrantes, no início do projeto. Nesse momento, a ênfase foi dada no processo construtivo e não no produto final. Com o intuito de registrar e de realizar fu-turas avaliações formativas, foi solicitado aos bolsistas e voluntários que gravassem os ensaios nos seus aparelhos celulares.

Durante os meses de setembro, outubro e novembro os alunos se apresentaram em recreios da instituição e realizaram três apresentações comentadas durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2014). Logo após as apresentações, os músicos se reuniam para debater e avaliar a performance em grupo em um clima de respeito e profissionalismo.

Dentre os resultados dessas experiências, é notória a integra-

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ção do fazer artístico no âmbito de um trabalho musical em grupo, o desenvolvimento dos aspectos biopsicossociais, as habilidades criativas e o relacionamento de respeito mútuo e de solidariedade.

A contextualização do gênero, o estudo de sua história ao longo do tempo e o trabalho com a apreciação musical contribuíram para um aumento dos conhecimentos culturais e a relação desses conteúdos com a prática musical. É importante ressaltar que além de todos os itens destacados acima, mesmo no âmbito das oficinas como na formação do grupo musical destacam-se as aprendizagens específicas da linguagem musical: afinação, percepção e acuidade auditiva para se ouvir outros instrumentos, condução do frase-ado musical, valorização do estudo individual para o benefício do grupo e respeito aos demais instrumentos e vozes nos momentos de solo e acompanhamento.

3 CONCLUSÃO

Este relato apresentou o desenvolvimento do Programa Arte Educação IFTM Campus Uberaba no ano de 2014. A realização desse trabalho produziu um significativo aprendizado para todos os envolvidos na área da educação musical aliada a duas oficinas de instrumentos musicais (flauta doce e flauta transversal) e na prática de conjunto de uma banda de rock.

Durante o ano, para se colocar em prática toda a sis-tematização descrita em um projeto, no entanto, encontramos dificuldades. Classificaremos e abordaremos aqui como dificuldades técnicas e operacionais. Como técnicas, podemos citar a indispo-nibilidade de uso da aparelhagem de som que constantemente era emprestada para os diversos setores do campus, e do espaço destinado aos ensaios que em determinadas semanas eram utili-zados para atividades acadêmicas, reuniões e até mesmo pela Justiça Eleitoral. Mesmo com a pré- reserva do local, os alunos eram sur-preendidos por esses avisos de proibição do espaço. As constantes

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mudanças de horários de aulas em seus respectivos cursos e o exces-so de trabalhos escolares e avaliações são citadas aqui como dificul-dades operacionais. Com isso, os dias e horários de ensaio passaram por constantes modificações, buscando uma confluência comum entre bolsistas, voluntários e professora. Esses obstáculos geraram constantes desmotivações e uma negação de propostas para mais apresentações públicas.

Outro item que merece atenção diz respeito às apresenta-ções do grupo, que ficaram limitadas aos espaços do IFTM Campus Uberaba. Como fatores motivadores para esse acontecimento cita-mos a incompatibilidade de horários entre os membros do grupo e a professora, a insegurança para a performance e o desejo de uma maior preparação para as execuções musicais. Respeitou-se a opi-nião e o pedido do grupo e concluiu-se que as conquistas musicais individuais e de preparação para se tocar em grupo foram maiores com os ensaios e os momentos de preparação do que com a apresentação propriamente dita.

Espera-se para os próximos projetos, uma reelaboração da proposta com vistas a um trabalho que interaja e dialogue com as di-versas linguagens artísticas como o Programa Arte Educação exercia no passado. Para a área da música, espera-se desenvolver um projeto que privilegie também a composição e a criação musical em conjunto.

A continuidade do projeto é vista como uma complementa-ção do diálogo entre o ensino, a pesquisa e a extensão e não como substituição da Música, trabalhada e vivenciada, na sala de aula.

4 NOTAS

1Mestranda em Educação Tecnológica. Licenciada em Educação Artística/Música. Professor EBTT do IFTM Campus Uberaba. E-mail: [email protected] em Química. Professor EBTT do IFTM Campus Uberaba. E-mail: [email protected] do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Licenciada em Química. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do IFTM – Edital 03/2013. E-mail: [email protected].

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4Discente do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática integrado ao Ensino Médio. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do IFTM – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do Curso Técnico em Agricultura e Zootecnia integrado ao Ensino Médio. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do IFTM – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do 2º ano do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática integrado ao Ensino Médio, IFTM Campus Uberaba. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do IFTM – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática integrado ao Ensino Médio. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do IFTM – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática. Voluntária do Programa Arte Educação IFTM Campus Uberaba 2014. E-mail: [email protected] do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática integrado ao Ensino Médio, IFTM Campus Uberaba. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do IFTM – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do IFTM – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do Curso de Engenharia Mecânica, UFTM. Voluntário do Programa Arte Educação IFTM Campus Uberaba 2014. E-mail: [email protected].

5 REFERÊNCIAS

BASTIÃO, Zuraida Abud. A abordagem AME: elemento de me-diação entre teoria e prática na formação de professores de música. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 23, 15-24, mar. 2010. Disponí-vel em <http://www.abemeducacaomusical.org.br/Masters/Revis-ta%2023/revista23_texto2.pdf> . Acesso em 14 nov 2013.

SWANWICK, Keith. Ensinando Música Musicalmente. São Paulo: Moderna, 2003.

VERHAALEN, Marion. Explorando música através do teclado: Guia do professor. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1989.

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ASSISTÊNCIA TÉCNICA AOS PEQUENOS HORTICULTORES DA REGIÃO DO

SOBRADINHO, MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA, MG

Angélica Araújo Queiroz1, Fernanda da Silva Bernardes2, Mariane Pereira Riceto3,Paulo Henrique4, Ravisa de Oliveira Magalhães5

RESUMO

A agricultura familiar é uma realidade responsável por boa parte dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro e abastece o consumo interno em 70% de sua necessidade. O presente trabalho objetivou garantir a estes importantes produtores uma assistência técnica que oferecesse qualidade, sem lhes inferir custos. Apesar de difícil acei-tação dos produtores, foi possível no tempo do projeto realizar um levantamento de dados no que se refere à assistência e produção dos agricultores. O principal acompanhamento que os produtores recebem durante o cultivo de seus produtos é a assistência advinda da revenda de produtos agropecuários. São necessários novos esfor-ços e programas sociais que possam garantir assistência técnica de qualidade, buscando sempre o aumento da produção com o menor aumento da área cultivada possível, uma vez que a população mun-dial esta crescendo e, também, a demanda por alimentos.

Palavras-chave: Agricultura familiar. Assistência técnica. Produção de alimentos.

1 INTRODUÇÃO

A agricultura familiar é responsável por garantir alimentos saudáveis e de qualidade na mesa dos brasileiros, tanto que 70% da produção de alimentos consumidos provêm deste setor. É por isso que a Agricultura Familiar é reconhecida como realidade concreta

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de promoção do desenvolvimento local com sustentabilidade eco-nômica, social e cultural. Gera postos de trabalho em número bem maior que a agricultura empresarial, preocupa-se com a sustenta-bilidade socioeconômica e ambiental e preserva as tradições e os costumes locais (CONTAG, 2014).

Em Uberlândia, Minas Gerais, a produção de hortaliças torna-se cada vez mais aparente, principalmente em consideração à presença da Central de Abastecimento de Minas Gerais S/A – CEASA Minas, criada em 1978. Esta facilita a comercialização da produção que é altamente sensível e perecível, demandando cuida-do desde o plantio até o momento da venda. Segundo a Secretaria Agropecuária de Uberlândia existem hoje na cidade aproximada-mente 200 agricultores familiares. Em nossa região, enquadram-se ainda os “mandaleiros” que produzem em um sistema de cultivo orgânico, hortaliças diversas e ainda algum tipo de criação animal, como por exemplo, os peixes.

A produção de hortaliças, tanto comercial como para a sub-sistência, possui um papel importante para a atividade agrícola fami-liar, contribuindo para o seu fortalecimento e garantindo sua susten-tabilidade. Trata-se de uma cultura que necessita de uma extensão de terra muito pequena, em relação a outras produções agrícolas, para que seja economicamente viável, além de exigir pouco conhecimen-to técnico e um baixo nível de investimento para se iniciar na ativi-dade. Por outro lado, a alta permissibilidade desses produtos, soma-da a sua distribuição pulverizada e falta de homogeneidade, impõe vários problemas à comercialização (FAULIN e AZEVEDO, 2003).

Já para Dias et al (2012), a produção de hortaliças é feita ge-ralmente em torno das cidades devido a sua alta perecibilidade, sen-do assim, tem um mais rápido e eficaz escoamento de sua produção evitando assim grandes perdas, e devido a isso também seu estoque nos supermercados e feiras livres é praticamente renovado todos os dias. Sua produção geralmente é feita por agricultores familiares, pois esse tipo de cultivo utiliza-se de pouco espaço, pouco insumo,

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e por ter um ciclo bastante curto, o seu único problema é a grande necessidade de água.

Os desafios da agricultura familiar para atender a deman-da por alimentos saudáveis e em quantidade são muitos, a começar pela renda. Sem uma renda que garanta vida digna, as famílias con-tinuarão abandonando o meio rural. Outro fator é a insuficiência de investimentos em infraestrutura produtiva, de beneficiamento, armazenamento, transportes e preços remuneradores. O acesso a políticas públicas de cunho social como saúde, educação, previdên-cia e transporte públicos também são fatores decisivos para a per-manência das pessoas no campo (CONTAG, 2014).

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Fundamentação Teórica

O projeto de extensão de assistência técnica aos pequenos horticultores da região do Sobradinho surgiu através de trabalhos realizados anteriormente no campus. Tal projeto busca sempre aten-der as pessoas que contribuem com a produção agrícola brasileira e que não tem tecnologia, conhecimento teórico e principalmente, não tem a possibilidade de receber uma assistência técnica de quali-dade, independente de quais fatores levem a tal condição.

Sassi (2012) relata que é de fundamental importância a as-sistência técnica de qualidade a qualquer atividade comercial, e, isto também, se aplica ao ambiente rural que, apesar de tornar a ativida-de de assistência um tanto quanto complexa, principalmente em re-lação à costumes, pode ser realizada se for corretamente direcionada e se houver interesse mútuo no seu desenvolvimento.

A prefeitura da cidade de Uberlândia conta com uma equipe de profissionais direcionados a atender às necessidades da zona ru-ral da cidade. Sassi (2012) cita que é de dever do Estado prestar ser-viços aos pequenos agricultores, porém, o processo da assistência

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não necessita ser homogêneo para todos. Os pequenos produtores ficam a espera do serviço até que chegue a eles, situação que não faz sentido no mercado atual, uma vez que a cada ano formam-se vários profissionais da área de Ciências Agrárias que poderiam compor um novo “time” para cobrir a demanda por assistência técnica.

No entanto, ainda que exista no mercado profissionais capa-zes de atenderem a esta demanda, existem fatores como a confian-ça e a cultura que podem afetar o bom andamento da consultoria. Deve-se levar em consideração que, atualmente, boa parte do que é consumido internamente no Brasil advém de fazendas familiares isto é o que divulgou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu-ária (EMBRAPA, 2014) em um levantamento atual da participação da mão de obra familiar, na produção agrícola em um comparativo com produtores não familiares. Constatou-se que, em alguns casos a agricultura familiar consegue fornecer ao mercado acima de 50% de tudo o que é produzido no país (a exemplo do leite, produção em torno de 58%).

Portanto, justifica-se a tentativa de levar aos produtores que estão ao alcance dos alunos do campus uma boa assistência técnica, capaz de otimizar ganhos em produtividade e qualidade de alimento.

O cenário atual da assistência a pequenos produtores é a pre-sença de vendedores de produtos agropecuários que acompanham a produção a partir do momento da venda, em tudo que estiver rela-cionado ao seu produto. Esta situação será discutida mais adiante no trabalho, porém, vale ressalvar que isto não atende completamente as necessidades dos agricultores, uma vez que não existe frequência nem mesmo uma relação sólida de parceria construída entre o agri-cultor e o consultor. Isto dificulta a entrada de novos profissionais no campo da agricultura familiar, principalmente devido a falta de confiança que os produtores expressam. Acostumados com a falta de comprometimento de seus “técnicos”, os produtores não veem as vantagens em se adquirir uma assistência.

Outro fator que prejudica a entrada de profissionais (não

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necessariamente novos) é o custo da consultoria. Uma vez que os produtores não pagam diretamente pela presença do vendedor em sua propriedade (para comercialização de produtos) e já se tornaram experientes em seu campo de atuação (agricultura ou pecuária), por-tanto não admitem a necessidade de custear outro profissional para auxiliá-lo dificultando a atividade de estudantes, como no caso do projeto, com o mesmo objetivo.

Ainda que existam muitos empecilhos, é necessário valorizar estas pessoas e, principalmente, o trabalho por elas desenvolvido a fim de inserir no mercado profissionais dispostos a trabalhar.

O trabalho possuiu como objetivo principal, levar até os produtores assistência técnica gratuita e eficiente. Capaz de sanar dúvidas e auxiliar no incremento em produtividade dos produtores através do emprego de conhecimentos adquiridos no curso de enge-nharia agronômica do Campus Uberlândia pelos alunos. Assim, não somente se beneficiariam os produtores, como também os alunos, em função do contato direto com os produtores, vivenciando as dificuldades diárias de se produzir alimentos e preparando-se para o mercado de trabalho.

2.2 Metodologia

O projeto de extensão teve como metodologia realizar uma entrevista com os pequenos horticultores da região do sobradinho, município de Uberlândia – MG. Essa entrevista resultou em verifi-car quais produtores possuíam em sua fazenda assistência técnica. O projeto levaria estudantes e professores para promover a assistência técnica por determinado período, para aqueles produtores que não possuíam nenhum tipo de auxílio técnico em sua propriedade. Em um primeiro momento não foi possível alcançar tal objetivo, pois a maioria dos entrevistados já possuía assistência técnica na proprie-dade, oriunda de vendedores de produtos agropecuários.

Dessa forma, o projeto tomou novos rumos, no qual foram

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realizadas novas entrevistas na Central de Abastecimento de Minas Gerais – CEASA-MG, para o encontro com alguns horticultores. Realizamos um levantamento de dados dos pequenos horticultores existentes em Uberlândia e região. Nessa nova etapa de entrevis-tas realizamos as seguintes perguntas para obter o melhor resultado para o sucesso da pesquisa:

Nome do produtor:Nome da Fazenda/Localização:Tamanho da área produzida:Culturas Produzidas:Possui assistência Técnica/Tipo:

2.3 Resultados e Discussões

Através das entrevistas com produtores, foi possível conhe-cer de perto suas necessidades. Ficou evidente que vários destes desconheciam o que realmente significa uma assistência técnica. Fo-ram coletados alguns dados para que se obtivesse uma visão maior da real situação destes produtores.

É importante salientar que inicialmente, o projeto se empe-nhou em atender os produtores de hortaliças que estavam nas pro-ximidades do Campus Uberlândia, estes, no entanto, em sua maioria não se enquadravam no perfil buscado de produtores que vivessem de seu trabalho produzindo alimentos através da agricultura familiar e que não possuíssem assistência técnica particular.

Os primeiros dados coletados foram em relação ao tamanho da área produtiva de cada um (Tabela 1). Este dado demonstra sua relevância para projetos futuros, uma vez que todas as perguntas respondidas pelos produtores foram arquivadas para servir como um banco de dados para futuros candidatos a receberem assistência em projetos que poderão surgir.

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Tabela 1: Dados sobre a área de produção dos produtores entrevistados.

Produtor Área de produção (ha)P1 9,6P2 3P3 -P4 16P5 9,6P6 4P7 8P8 3P9 18P10 50P11 53P12 14,4P13 9P14 -P15 14,4

Obs.: os produtores não foram identificados para preservar sua identidade.

Segundo o levantamento de dados verificamos que, a área produzida pelo produtor varia em torno de 3 a 53 hectares, girando em torno de 16 ha produtivos em Uberlândia e região.

A relação de culturas produzidas também variou bastante, o que pode ser observado no Gráfico 1. Sendo o tomate de grande produção entre os horticultores, além de 4 a 5 produtores de jiló, abobrinha e quiabo. Este dado também auxilia projetos futuros, fa-cilitando um melhor direcionamento em relação ao público alvo de programas de extensão.

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Gráfico 1: Dados referentes às culturas produzidas por cada horticultor entrevistado.

No gráfico 2, 69% dos produtores não possuíam assistência técnica regular com frequência, e os outros 15% eram realizadas assistência mensalmente e 16% semanalmente; assistência particular ou de 15 em 15 dias.

Gráfico 2: Frequência de assistência obtida pelos horticultores.

Em relação à assistência técnica verificamos que muitos pos-suíam assistência, contudo o auxílio que esses produtores obtinham era da revenda, ou seja, dos próprios agrônomos que vendiam pro-dutos químicos, cerca de 73% dos entrevistados. Os horticultores

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que possuíam assistência particular foram cerca de 7%, como pode ser observado no gráfico 3. O que observamos durante nossas en-trevistas é que a maioria dos horticultores prefere utilizar do seu conhecimento prático a contratar uma pessoa de fora para dar assis-tência em sua propriedade.

Talvez este fato se deva a falta de divulgação dos benefícios de se obter auxílio técnico de qualidade, ou até mesmo, como alguns produtores demonstraram durante as entrevistas, a falta de confian-ça em entregar o manejo de sua produção nas mãos de outras pes-soas, ainda mais quando o que se conhece por assistência técnica é algo infrequente e “gratuito”, quando advém de funcionários de revendas.

Gráfico 3: Dados referentes ao tipo de assistência que os horticultores possuíam.

3 CONCLUSÃO

Em um país onde a produção e exportação agrícola se des-tacam como uma das principais atividades econômicas é de se es-tranhar que os responsáveis por abastecer o mercado interno de ali-mentos não recebam a mesma atenção. O presente trabalho, apesar de não conseguir cumprir com seu objetivo principal, possibilitou o levantamento de dados a respeito do tipo de assistência técnica que os pequenos produtores têm à sua disposição.

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4 NOTAS

1Doutora em Agronomia. Professor EBTT e coordenadora do curso de Engenharia Agronômica. E-mail: angé[email protected] .2, 3, 4, 5Graduandos em Agronomia. Bolsistas de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected].

5 REFERÊNCIAS

CONTAG. Sobre a Agricultura Familiar. Disponível em: < http://www.contag.org.br/index.php?modulo=portal&acao=inter-na&codpag=263&nw=1>. Acesso em: nov./2014.

DIAS, R. S. er al. A produção de hortaliças pela agricultura fami-liar no município de Humildes – Bahia. In: ENCONTRO NACIO-NAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA, 21., 2012, Uberlândia-MG, Anais... Uberaba-MG: UFU, 2012.Disponível em: < http://www.lagea.ig.ufu.br/xx1enga/anais_enga_2012/eixos/1416_1.pdf >. Acesso em: nov./2014.

EMBRAPA. Ano Internacional da Agricultura Familiar – Agri-cultura Familiar no Brasil. 2014. Disponível em: < https://www.embrapa.br/aiaf-14-agricultura-familiar-no-brasil> . Acesso em: 10/12/2014.

FAULIN, E. J.; AZEVEDO, P. F. Distribuição de hortaliças na agricultu-ra familiar: uma análise das transações. Informações Econômicas, SP, v. 33, n. 11, nov. 2003. Disponível em: < http://www.iea.sp.gov.br/OUT/publicacoes/pdf/tec3-1103.pdf >. Acesso em: nov. 2014.

SASSI, C. R. Proposta de Política de Assistência Técnica Agrícola: um desafio a técnico e agricultores. UEPG-Ciências Exatas e da Terra, Agrárias e Engenharias, v. 17, n. 2, p. 119, 2012.

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CARACTERIZAÇÃO DA BUBALINOCULTURA NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG

Miriam Silvania de Sousa1, Breno Antônio DiasOliveira2, Mariana Silva Rodrigues3,Lucas Kimura de Sousa4

RESUMO

A bubalinocultura é a atividade pecuária que mais cresce no Brasil (IBGE,2013). Estima-se que o rebanho brasileiro esteja em torno de 1,5 milhões de cabeças. O rebanho uberabense possui 537 cabe-ças de acordo com o levantamento do IBGE de 2013. O presente projeto teve por objetivo promover a caracterização da Bubalino-cultura no município de Uberaba-MG. Foram identificadas quinze propriedades na região sendo que dessas, dez foram visitadas. As vi-sitas constavam de aplicação de um questionário para levantamento de dados sobre a atividade no município identificação de demanda por parte dos produtores. Das dez propriedades visitadas seis se dedicam a exploração leiteira, duas se dedicam á exploração para corte e esporadicamente comercializam leite e as demais se dedicam a venda de animais para corte. Sendo que a atividade principal é a bubalinocultura desenvolvida através de mão de obra familiar. Foi registrado um total de 721 animais, com produção média de cinco litros/leite/búfala/dia. As principais prioridades levantadas pelos produtores foram: a necessidade de assistência técnica, planejamento das atividades ao longo do ano, levantamento da relação custo-benefício e controle zootécnico do rebanho com o objetivo de ampliar o rebanho.

Palavras-chave: Caracterização. Situação. Bubalinocultura. De-manda.

1 INTRODUÇÃO

A bubalinocultura é a atividade pecuária que mais cresce no

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Brasil (IBGE, 2013). Estima-se que o rebanho brasileiro esteja em torno de 1,5 milhões de cabeças.

O búfalo é criado usualmente em pequenas e médias pro-priedades, grandes rebanhos, são encontrados principalmente na re-gião Norte, onde se concentram 62% do rebanho brasileiro. Estima--se que cerca de 25.000 estabelecimentos se dediquem atualmente à exploração da bubalinocultura (BERNARDES, 2007).

No Brasil, a exploração de búfalos destina-se fundamental-mente à produção de carne, porém, a partir dos anos 80/90, veri-ficou-se um interesse crescente em sua exploração leiteira ou com duplo propósito (BERNARDES, 2007).

Principalmente a partir dos anos 90, observou-se uma sig-nificativa expansão de unidades industriais dedicadas à produção de derivados de leite de búfalas que, pelo maior rendimento industrial e produção de produtos de maior valor agregado lhes tem permitido remunerar a matéria prima a preços cerca de duas vezes acima do que os pagos ao leite bovino e, diversamente deste, de uma forma geralmente uniforme durante o ano, estimulando de forma pronun-ciada a expansão de propriedades dedicadas à sua exploração, par-ticularmente, no sudeste do país e/ou junto aos maiores centros consumidores (BERNARDES, 2007).

Segundo o IBGE (2013) o rebanho uberabense possui 537 cabeças. Porém não encontramos dados concisos da cadeia produ-tiva da bubalinocultura na região, junto aos órgãos de pesquisa ou à secretaria municipal de agricultura pesca e abastecimento o que nos levou a desenvolver o presente projeto.

Assim, o objetivo geral foi promover a caracterização da bubalinocultura no município de Uberaba-MG. Além desse objetivo principal tínhamos como objetivos específicos:

1) Traçar um perfil completo da atividade no município;2) Enumerar os pontos fracos nos sistemas de produção,

que contribuíssem como entraves para o crescimento da atividade

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em Uberaba MG;3) Levantamento das vantagens da atividade para os criado-

res;4) Conhecer o potencial de mercado para o leite e para a

carne de búfalo no município de Uberaba MG;5) Propor ações para fortalecimento da cadeia de produção

de bubalinos no município de Uberaba

Nos últimos anos o município de Uberaba apresenta au-mento dos sistemas de criação de bubalinos, tornando-se necessário um levantamento da situação desses sistemas para conhecermos a real situação da cadeia produtiva bem como da necessidade de ado-ção, quando necessário, de estratégias para o fortalecimento desses sistemas de produção.

2 DESENVOLVIMENTO

Os alunos bolsistas envolvidos no projeto foram responsá-veis, sob a supervisão do coordenador, pelas visitas às proprieda-des, coleta dos dados, interação com os produtores e realização do diagnóstico da propriedade, para obter as informações necessárias e definir a situação dos sistemas de produção. Essas ações permitiram vivenciar, na prática, conhecimentos adquiridos na disciplina de Ex-tensão e Associativismo, além de conhecer a realidade da agricultura familiar, as dificuldades encontradas na atividade, principalmente com relação à assistência técnica, uma vez que essa foi a grande demanda levantada.

Semanalmente a equipe se reunia para definir as atribuições de cada membro dentro do projeto e, durante o desenvolvimento das atividades, contaram com o acompanhamento e orientação do professor coordenador, para auxiliar nas atividades propostas.

Os alunos puderam ainda definir estratégias a serem ado-tadas posteriormente para implementar ações que possibilitassem

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atender adequadamente os objetivos propostos no projeto. Os alu-nos procuraram ainda esclarecer aos produtores a importância de uma produção sustentável alicerçada no exercício da responsabili-dade social. Sendo ainda responsáveis pela organização do 1º En-contro de Bubalinocultura no IFTM Campus Uberaba Unidade I que teve por finalidade divulgar os dados coletados, promover os produtos através de degustação, situar a bubalinocultura no cenário nacional e regional, além de proporcionar uma nova opção de ativi-dade para o profissional que atua na produção animal.

Durante todo o processo os alunos foram avaliados pelo interesse, participação e envolvimento na busca de soluções sempre compatíveis com a renda familiar e principalmente pelo respeito aos saberes e cultura dos produtores.

2.1 Material e Métodos

Foi elaborado um questionário para auxiliar na busca de informações que permitissem atingir os objetivos propostos. Os alunos bolsistas participaram da elaboração do questionário aplica-dos durante visitas às propriedades. Em alguns casos foi necessária mais de uma visita. Os alunos foram orientados a permitir que o produtor fizesse seu relato com autonomia e sempre solicitando a participação da mulher, na resposta aos questionamentos, quando a mesma estava presente.

2.2 Resultados e Discussão

Foram identificadas quinze propriedades na região sendo que dessas, foram visitadas um total de dez propriedades. As visitas constavam de aplicação de um questionário para levantamento de dados sobre a atividade no município; levantamento de demanda por parte dos produtores. Das dez propriedades visitadas seis se dedicam a exploração leiteira, duas se dedicam à exploração para

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corte e esporadicamente comercializam leite e as demais se dedicam a venda de animais para corte. Sendo que a atividade principal é a bubalinocultura desenvolvida através de mão de obra familiar. Foi registrado um total de setecentos e vinte e um animais, com produ-ção média de cinco litros/leite/búfala/dia. As principais priorida-des levantadas pelos produtores foram: a necessidade de assistência técnica, orientação no planejamento das atividades ao longo do ano, levantamento da relação custo: benefício, controle zootécnico do rebanho. Todos os produtores demonstraram interesse em ampliar o rebanho e satisfação com a atividade.

3 CONCLUSÃO

Este trabalho permitiu conhecer a situação da bubalinocul-tura no município de Uberaba, possibilitando ainda a criação de pro-jetos de assistência técnica e incentivo a esta atividade no município e, também, para os profissionais que atuam na produção animal. Além de proporcionar aos alunos bolsistas e demais participantes do 1º Encontro de Bubalinocultura um melhor conhecimento das potencialidades da cadeia produtiva.

4 NOTAS

1Zootecnia. Professor EBTT. E-mail: [email protected]. 2Graduando em Zootecnia Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] em Zootecnia. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected]. 4Discente do Ensino Médio. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013.

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5 REFERÊNCIAS

BERNARDES, O. Bubalinocultura no Brasil: situação e importân-cia econômica. Rev Bras Reprod Anim, Belo Horizonte, v. 31, n. 3, p.293-298, jul./set. 2007

IBGE. Produção da Pecuária Municipal 2012. 2012. Dispo-nível em http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lan-g=&codmun=317010&idtema=121&search=minas-gerais|ube-raba|pecuaria-2012. . Acessado em 25/11/2014.

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CENTRO DE IDIOMAS INTERCULTURAL: UMA ABORDAGEM PARA A APRENDIZAGEM DE

LÍNGUASJuliana Vilela Alves Pacheco1, Lara Brenda Campos Teixeira Kuhn2, Michelle Landim Brazão3,

Rayanne Márcia Finholdt Prado4, Francisco Lopes da Cunha5, Mísia Rodrigues de Castro6

RESUMO

Este trabalho apresenta os elementos que constituem a estrutura do relato de experiência para o programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. O objetivo deste projeto foi aprimorar o conhecimento cultural e linguístico dos discentes matri-culados no Centro de Idiomas e demais integrantes da comunidade acadêmica. As atividades desenvolvidas ao longo do ano tiveram como intuito contribuir para a aprendizagem da língua estrangeira por meio de atividades culturais visando a possibilidade de melhorar seu desempenho nas habilidades da língua estrangeira, a fim de al-cançar seus objetivos pessoais, acadêmicos e profissionais.

Palavras-chave: Relato de experiência. Centro de Idiomas intercul-tural. Programa de apoio a projetos de extensão.

1 INTRODUÇÃO

O presente texto relata a experiência dos trabalhos desen-volvidos no projeto de extensão “Centro de Idiomas Intercultural: uma abordagem para a aprendizagem de línguas”, desenvolvidos no Centro de Idiomas do Campus Uberlândia Centro, do Instituto Fe-deral do Triângulo Mineiro (IFTM). O objetivo deste projeto foi aprimorar o conhecimento cultural e linguístico dos discentes matri-culados no Centro de Idiomas e demais integrantes da comunidade acadêmica.

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Na aprendizagem da Língua Estrangeira, inúmeras vezes, os discentes se depararam com barreiras devido a fatores como falta de motivação, incentivo, exposição à língua, tempo de estudo, esco-lha do material a ser estudado e, a própria resistência do indivíduo em aprender uma língua que não a materna. Quando acumulados podem retardar a aprendizagem, não permitindo a atualização do conhecimento indispensável em nossos dias. Assim, este projeto justificou-se pela necessidade de se apresentar ao aluno, por meio de atividades culturais, possibilidades de aprendizagem que os ajudem a melhorar seu desempenho nas habilidades da língua estrangeira, a fim de alcançar seus objetivos pessoais, acadêmicos e profissionais.

As atividades desenvolvidas tiveram como intuito: contri-buir para a aprendizagem da língua estrangeira por meio de ativida-des culturais; preparar os alunos para o mundo globalizado, ou seja, em contato com diversas culturas e falantes nativos; desenvolver no discente a percepção do que é compreender a língua estrangeira como um todo, não somente como um conjunto de estruturas gra-maticais e lexicais; motivar a participação dos discentes do Centro de Idiomas no desenvolvimento de atividades culturais relacionadas às línguas inglesa, francesa e espanhola para as comunidades interna e externa; fortalecer a integração das atividades de ensino, pesquisa e extensão e promover uma política de ensino e aprendizagem que vise o impacto e transformação da comunidade educacional.

2 DESENVOLVIMENTO

As atividades do referido projeto foram executadas nos es-paços do Campus Uberlândia Centro e locais externos ao mesmo. Com o auxílio dos bolsistas, divulgamos as atividades a serem reali-zadas e as executamos de acordo com os objetivos do projeto, men-cionados acima. As ações foram desenvolvidas de modo a abarcar as seguintes atividades: Cine Cultural em que foram exibidos filmes de países falantes das línguas-alvo. Visitas técnicas, nas quais viajamos

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para cidades brasileiras que possuíam marcas de colonizações de países falantes das línguas estudadas e para a capital do país e uma cidade no exterior, Buenos Aires, para apresentar trabalhos referen-tes aos projetos desenvolvidos no Centro de Idiomas no congresso Congreso Iberoamericano de Ciencia, Tecnología, Innovación y Educación. Ro-das de conversas que envolveram alunos convidados (falantes nativos das línguas-alvo- francês, inglês e espanhol). Oficinas de aprendizagem de línguas, contamos com a presença de professores convidados ex-ternos, em alguns casos, com os nossos professores de Línguas, além de ações para divulgação dos programas de mobilidade inter-nacional, como o Ciência Sem Fronteiras (CsF) . NA apresentação cultural os discentes apresentaram as atividades desenvolvidas em Buenos Aires, Argentina, no Congreso Iberoamericano de Ciencia, Tec-nología, Innovación y Educación. As ações contaram com a parceria das professoras do Centro de Idiomas das línguas francesa, inglesa e espanhola.

Os bolsistas de extensão, a princípio, executariam as seguin-tes atividades:

1. Divulgação do projeto do Centro de Idiomas.2. Reunião com a Equipe executora do projeto de extensão.3. Ajudar a organizar as ações culturais do projeto.4. Criação e desenvolvimento do Layout do site.5. Videoteca Centro de Idiomas.6. Grupo de Estudos em ensino e aprendizagem de línguas.7. Execução de trabalhos administrativos (Arquivamentos

dos documentos do Centro de Idiomas, Questionários, Tabulações de dados e outros).

8. Participação em eventos sobre aprendizagem de Línguas Estrangeiras (Palestras, Fóruns, Congresso, etc.).

9. Monitoria em aulas na unidade curricular que é estudante (inglês, francês ou espanhol).

No entanto, no decorrer do projeto, as atividades executadas extrapolaram o corpo de ações previstas. Foram realizadas, também,

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as seguintes ações:1- Cine Cultural foram realizados 3 cines culturais. Em junho

estava prevista a festa “Juninão do Centro de Idiomas”, porém ele não aconteceu, pois o prédio do IFTM Campus Uberlândia Centro estava em reforma e a direção geral não autorizou a realização da festa.

2- Visitas técnicas foram realizadas duas. Uma na cidade de Campos do Jordão na qual os discentes visitaram os jardins que fa-lam, Amantikir, o museu Felicia Leirner, foram ao rodízio de fondue e uma fábrica de chocolates. Também, foram na visita técnica na ci-dade de Buenos Aires, Argentina, para apresentar trabalhos referen-tes aos projetos desenvolvidos no Centro de Idiomas no congresso Congreso Iberoamericano de Ciencia, Tecnología, Innovación y Educación.

3- Rodas de conversas que envolveram alunos convidados (fa-lantes nativos das línguas-alvo- francês, inglês e espanhol). Houve também o curso de francês durante 8 semanas com uma falante nativa de Língua Francesa.

4- Oficinas de aprendizagem de línguas, em que contamos com a presença de professores convidados externos e alguns casos com os nossos professores de Línguas. Nas quais realizamos sobre os testes TOEFL ITP (inglês) e DELE (espanhol).

5- Apresentação cultural na qual os alunos fizeram a apre-sentação das atividades desenvolvidas em Buenos Aires, Argentina, no Congreso Iberoamericano de Ciencia, Tecnología, Innovación y Educación e sobre os programas de Mobilidade Internacional tal como o Ciência Sem Fronteiras (CsF).

2.1 Nossa Experiência Podemos afirmar que o projeto permitiu que os envolvidos

percebessem semelhanças e diferenças com a cultura e constituição identitária de falantes da língua-alvo estudada. A abordagem cultural foi além da exposição de tópicos históricos, geográficos e da cria-

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ção de estereótipos simplistas. Tivemos a preocupação em levar os participantes a não perceberem o falante nativo como um estrangeiro, mas como alguém que se constitui em uma determinada língua e por esse motivo tem uma percepção diferente do mundo. Com as ações do projeto, percebemos que muitos participantes identificaram que os falantes de outras línguas utilizam expressões e reagem a deter-minadas situações de maneiras diversas das deles, pelo fato de terem recebido uma cultura diferente.

Segundo Cantoni (2005, p.21), “a maior parte do aprendiza-do dos indivíduos (pensar, sentir, acreditar, agir) é transmitida por meio de mensagens verbais e não verbais em consonância com de-terminada cultura.” Assim, aprender a se comunicar em uma língua é atravessar um processo cultural. No projeto, esse atravessamento ocorreu de maneira a extrapolar a supervalorização da cultura do outro. Os participantes tiveram a oportunidade de perceberem a es-treita relação entre linguagem e cultura, refletiram sobre impossibi-lidade do homem desenvolver a cultura sem um articulado sistema de comunicação (LARAIA, 2006, p. 52).

Os participantes experimentaram, ainda, uma aprendizagem da língua como um conjunto de elementos indissociáveis, que está para além de um código linguístico. A aprendizagem passa, necessa-riamente, pelo conhecimento da cultura, assim como afirma Godoi (2005):

Sabemos que uma língua é muito mais que léxico, estru-turas e uma bonita pronúncia. E o falante de uma língua – como também o aluno que está aprendendo uma língua estrangeira, o aprendiz de falante – é muito mais que um aparelhinho que emite e recebe informações. Uma língua encerra em si mesma a história do seu povo, suas tradições, as características culturais de uma comunidade. Assim, o ensino de uma língua estrangeira tem que passar, necessa-riamente, pelo conhecimento da cultura (GODOI, 2005).

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3 CONCLUSÃO

A partir das atividades desenvolvidas ao longo do ano de 2014 podemos perceber que houve um grande enriquecimento so-bre o entendimento dos discentes, servidores e comunidade do que é aprender uma Língua Estrangeira.

Por meio deste projeto tentamos desenvolver uma aborda-gem intercultural para aprendizagem de línguas, ou seja, que o aluno aprenda no contexto cultural uma segunda língua e que a aprendi-zagem não seja baseada somente em aspectos lingüísticos e grama-ticais.

Assim, pelas atividades desenvolvidas tais como cine cultu-ral, visita técnica, apresentação cultural, roda de conversa e oficina de aprendizagem de línguas, mesmo que em um plano subjacente, tratam questões sobre aprendizagem de línguas, sob uma ótica cul-tural e faz com que o aluno do curso amplie sua visão sobre o mun-do e sua formação profissional.

4 NOTAS

1Mestre em Estudos Linguísticos. Graduada em Letras Português/Inglês e Administração de empresas. Coordenadora do projeto de extensão “Centro de Idiomas Intercultural e a mobilidade internacional: tendências, desafios e possibilidades”. Professor EBTT do IFTM Campus Uberlândia Centro. Coordenadora de relações internacionais e dos programas Inglês sem Fronteiras (IsF) e Ciência sem Fronteiras (CsF). E-mail: [email protected]. 2Equipe executora: Mestre em Estudos Linguísticos. Graduada em Letras Português/Francês. Professor EBTT do Campus Uberlândia Centro. E-mail: [email protected]. 3Equipe executora: Mestre em Estudos Linguísticos. Graduada em Letras Português/Inglês. Professor EBTT do IFTM Campus Uberlândia e IFTM Campus Uberlândia Centro. E-mail: [email protected] executora: Licenciada em Letras Português/Espanhol. Professor EBTT do IFTM Campus Uberlândia e IFTM Campus Uberlândia Centro. E-mail: [email protected]. 5Graduando no curso Superior de Tecnologia em Sistemas para Internet no IFTM Campus Uberlândia Centro. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected]. 6Graduanda no curso Superior de Tecnologia em Logística no IFTM Campus Uberlândia Centro. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected].

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5 REFERÊNCIAS

CANTONI, Maria Grazia Soffritti. A interculturalidade no en-sino de línguas estrangeiras:uma preparação para o ensino pluricultural o caso do ensino de língua italiana. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2005.

GODOI, Elena. La cultura en la enseñanza del español y de las li-teraturas hispánicas. In: SPANIEN. Embajada (Brasilien); Anuario brasileño de estudios hispánicos XI. São Paulo: Thesaurus, 2001.

LARAIA, Roque de Barros. Cultura um conceito antropológico. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2006.

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EXPOSIÇÃO TRIÂNGULO DE MINAS EM CORES, TONS E SABORES

Márcia Maria de Sousa1, Letícia Vieira Castejon2, Natália Lourencini Marson3,Athos Gabriel Gonçalves Nascimento4, Beatriz Ferreira Avinco5,

Mylene Rose da Silva Ferreira6, Robertta Loise Ferreira Costa7, Thalles Eduardo Ribeiro8

RESUMO

O Projeto de Extensão Exposição Triângulo de Minas em Cores, Tons e Sabores realizado no IFTM Campus Uberlândia de abril a no-vembro de 2014 foi elaborado a partir da necessidade de fortalecer a identidade cultural de alunos e servidores do Campus Uberlândia no tocante aos aspectos materiais e imateriais que constituem a cultura local e regional do Triângulo Mineiro. Teve como escopo promover as características que compõem a identidade cultural do Triângulo Mineiro e também do Alto Paranaíba: suas tradições, memórias e visualidades, seus saberes e fazeres típicos. Buscando estabelecer a articulação entre o fazer artístico, a apreciação estética e a contex-tualização sócio-histórico-cultural foram produzidas imagens em fotografia e desenho/pintura, além de objetos e elementos textuais que constituíram uma exposição de Artes Visuais apresentada a ser-vidores, alunos e comunidade externa ao IFTM Campus Uberlândia em dois espaços distintos: um interno – Saguão do Prédio Principal do Campus Uberlândia, e outro externo – Casa de Cultura Graça do Axé (espaço pertencente à Universidade Federal de Uberlândia). As produções expostas foram fruto de pesquisas em fontes diver-sas e de reflexões sobre os elementos visuais e sonoros e os co-nhecimentos gastronômicos, históricos e constitutivos dessa região mineira peculiarmente entremeada de referências paulistas, goianas e sul-mato-grossenses. São interpretações estéticas e poéticas que propõem um passeio por algumas cidades da região; apresentam as cores do bioma Cerrado e das manifestações populares e artesanais cujas tramas envolvem as práticas locais; ressoam os tons de can-

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ções e versos sobre a região e despertam o paladar para os sabores das receitas e aromas da culinária típica. Acreditando que a Arte é um meio efetivo de construir novas formas de pensar o mundo e contribuir para a formação de opiniões críticas e sensíveis a respeito dos valores, das práticas e dos saberes culturais, avaliamos que a exposição resultante deste projeto proporciona um olhar diferencia-do sobre as relações culturais características do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, assim como estimula a formação de um público atento e crítico para as questões culturais regionais, favorecendo a percepção de uma identidade cultural significativa.

Palavras-chave: Triângulo Mineiro. Visualidades. Identidade Cul-tural.

1 INTRODUÇÃO

Este Relato de Experiência trata da execução do Projeto de Extensão Exposição Triângulo de Minas em Cores, Tons e Sabores, aprovado pelo programa de apoio a projetos de extensão do Institu-to Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital nº 03/2013.

O projeto surgiu da necessidade, percebida em trabalhos re-alizados com estudantes e servidores no Campus Uberlândia desde 2011, de fortalecer a identidade cultural de estudantes e servidores do Campus Uberlândia no tocante aos aspectos materiais e imateriais que constituem a cultura local e regional.

Desse modo, este projeto de extensão objetivou a realização de uma exposição em Artes Visuais que contemplasse e promovesse as características que compõem a identidade cultural dessa região: suas tradições, memórias e visualidades, seus saberes e fazeres típi-cos.

Compreendendo que o trabalho com as linguagens artísticas no espaço educativo é um importante instrumento para a identifica-

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ção cultural, uma vez que elas “[...] falam aquilo que a história, a so-ciologia, a antropologia, etc. não podem dizer porque elas usam ou-tros tipos de linguagem, a discursiva e a científica, que sozinhas não são capazes de decodificar nuances culturais.” (BARBOSA, 1998, p. 16), buscamos a articulação entre o fazer artístico, a apreciação estética e a contextualização sócio-histórico-cultural.

Em sintonia com o PDI do IFTM (2013) procuramos reali-zar produções plástico-visuais que estimulassem a participação dos estudantes em Programas de Extensão, ampliando as ações institu-cionais artísticas e culturais do campus de modo que o resultado con-tribuísse com a formação de um público atento, crítico e interativo para com as questões culturais regionais.

Participaram do projeto diretamente 2 docentes e 1 Técnico Administrativo do Campus Uberlândia, 1 bolsista do Curso de Tec-nólogo em Alimentos, 1 bolsista do Curso de Engenharia Agronô-mica, 2 bolsistas do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática Integrado ao Ensino Médio, 1 aluna do Curso Técnico em Meio Ambiente Integrado ao Ensino Médio, além de 6 alunos de variados Cursos Integrados ao Ensino Médio, que contribuíram voluntaria e esporadicamente com a execução dos trabalhos.

2 DESENVOLVIMENTO

O projeto foi desenvolvido tendo como fundamento a re-lação dialógica entre cultura e arte, de modo que a metodologia de execução consistiu em momentos concomitantes de pesquisa, es-tudo, preparação teórico-conceitual, práticas artísticas em atelier e mediação cultural.

Como primeiro momento, realizamos uma roda de conver-sas entre bolsistas e equipe executora, na qual foram discutidos os conhecimentos e vivências dos presentes sobre as manifestações e as expressões culturais representativas da cidade de Uberlândia e da região, como um recurso de aproximação dos sujeitos envolvidos

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com o tema do projeto, assim como sua relevância no contexto ins-titucional.

A partir desse ponto, por meio de pesquisas bibliográficas, iconográficas e de campo – que incluíram visitas a exposições de fotografias sobre flores do Cerrado, visitas a parques e viveiros, Mercado Municipal e Centro de Fiação e Tecelagem localizados na cidade de Uberlândia – foram realizados mapeamento da região de abrangência do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba; levan-tamento de informações sobre o bioma predominante na região; os aspectos históricos, sociais e políticos de constituição da região; identificação de espaços de produção e difusão da cultura regional, além de construção de um banco de imagens de edificações, pontos turísticos e manifestações artísticas, letras e versos de músicas repre-sentativos da cultura regional.

As informações coletadas nessas diversas fontes constitu-íram um banco de dados que foi utilizado em diferentes momen-tos do projeto como referências para as produções plástico-visuais, aprofundamento imagético, teórico e conceitual, curadoria e mon-tagem da exposição.

Como ponto de partida, estruturamos a exposição em torno do título do projeto: Triângulo de Minas em Cores, Tons e Sabores. Nessa perspectiva, trabalhamos com a ideia de configurar o Triângulo de Minas como o trajeto de um passeio de trem por algumas cidades da região, uma vez que a imagem do trem se apresentou como um símbolo histórico de mobilidade da população e de desenvolvimen-to desta região de Minas Gerais localizada entre os estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Pensando na exposição como uma possibilidade de repre-sentação do Instituto Federal do Triângulo Mineiro em diferentes instâncias fora do âmbito regional e considerando que a localização de seus campi também abrangiam a região do Alto Paranaíba, opta-mos por incluir cidades dessa região ao trabalho. Desse modo foram selecionadas 15 cidades/localidades que comporiam o trajeto de cir-

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culação pela exposição: Peirópolis, Uberaba, Uberlândia, Araguari, Romaria, Patos de Minas, Patrocínio, Prata, Tupaciguara, Ituiutaba, Campina Verde, Estrela do Sul, Coromandel, Araxá e Frutal.

Quanto às Cores, definimos que elas seriam caracterizadas por registros fotográficos de flores e árvores do bioma Cerrado e de manifestações artesanais como a tecelagem e as conservas de ali-mentos. Já os Tons seriam representados por letras de músicas e ver-sos de canções populares e tradicionais de compositores conhecidos da região. Por fim, acordamos que os Sabores seriam representados por imagens, receitas e aromas de pratos típicos da região.

Em seguida, a equipe executora, em constante diálogo com os bolsistas e considerando diferenças de horários para execução dos trabalhos, conhecimentos singulares sobre técnicas e linguagens artísticas e disponibilidade de equipamentos para registro de ima-gens (câmeras fotográficas) dividiu a produção plástico-visual em três frentes de trabalho: uma responsável pela execução dos pai-néis que representariam o trem e as cidades da região entre as quais o “passeio de trem” aconteceria; outra responsável pelos registros fotográficos que representassem as Cores do Cerrado e das manifes-tações artesanais da região, e uma outra responsável pelos Sabores por meio de registros orais e visuais de receitas e pratos típicos, assim como de extração de aromas (óleos essenciais) característicos da culinária regional. Nessa divisão de tarefas, os Tons, que seriam representados por letras de músicas e canções de compositores re-gionais e de destaque nacional, ficou como uma tarefa a ser realizada por todos os bolsistas.

Nessa perspectiva, o processo de elaboração, criação e pro-dução do trabalho plástico-visual – que foi realizado de modo cole-tivo, privilegiando a interação entre os bolsistas e a equipe executora – teve como fundamentação as pesquisas sobre os aspectos mate-riais e imateriais constitutivos da cultura regional, assim como de materiais e técnicas artísticas na linguagem visual.

Na execução dos trabalhos plástico-visuais foram utilizados

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materiais tradicionais, como tinta guache e pinceis, e alternativos, como pó de café e óleos essenciais de produtos típicos da região (café, castanha de babaçu e pequi). Na confecção das pinturas dos painéis em desenho e pintura foram utilizados papel Paraná, tecido de algodão (americano cru), cola branca, pó de café coado como pigmento, tinta guache, caneta para retroprojetor, pedaços de car-vão e pincéis diversos. Ao mesmo tempo recursos contemporâneos como impressões de fotografias sobre tecido e papel adesivo, foram utilizados, configurando uma pesquisa de materiais e de tecnolo-gias contemporâneas de reprodução de imagens bastante atual, que possibilitou a interlocução entre recursos tradicionais e contempo-râneos.

Assim, foram produzidos para compor a exposição: dois painéis em tecido (tamanho 150 x 300 cm) que juntos configuram uma pintura com a representação de um trem; 15 painéis em papel (tamanho 80 x 100 cm) pintados e recortados em forma de janelas (molduras); 15 painéis em tecido (tamanho 80 x 100 cm) desenha-dos/pintados com carvão representando as 15 cidades selecionadas; 40 fotografias em cores (tamanho 15 x 20 cm) adesivadas sobre placas de pvc; um painel em tecido (tamanho 90 x 130 cm) com fotografia impressa de objetos que compõem uma cozinha mineira tradicional; seis tecidos (tamanho 20 x 30 cm) representado guarda-napos com receitas típicas da região impressas; seis fotografias em formato circular (tamanho 20 cm diâmetro) com imagens de pratos típicos adesivadas dentro de pratos de cerâmica; uma toalha de mesa em juta (tamanho 2,0 x 3,0 m); 3 potes pequenos com óleos essen-ciais de café, castanha de babaçu e pequi; seis adesivos de recorte com letras e versos de músicas regionais aplicados em instrumentos musicais, sendo dois violões e dois tambores.

Os painéis, fotografias e objetos produzidos, ao serem orga-nizados compuseram uma exposição de Artes Visuais que foi apre-sentada a servidores, alunos e comunidade externa ao IFTM Campus Uberlândia em dois espaços distintos: um interno – Saguão e corre-

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dores do Prédio Principal do Campus Uberlândia, durante a Semana Multidisciplinar1 – e outro externo, aberto à comunidade – Casa de Cultura Graça do Axé (espaço pertencente à Universidade Federal de Uberlândia).

Nos dois espaços expositivos citados, foi possível observar a interação do público com as características identitárias da cultura regional. A todo tempo era possível ver e ouvir manifestações de reconhecimento de lugares já visitados ou relatos de lembranças de experiências familiares e sociais por parte das pessoas que percor-riam a exposição.

Entendendo que cultura não é resultado de qualquer causa e muito menos enfeite que uma sociedade produz para dei-xa-la mais bela, colorida ou alegre, devemos tratar a cultura popular como uma das formas possíveis de representação que pessoas ou classes sociais utilizam para expressar suas experiências e vivências. (MACHADO, 2002, p. 335).

Neste viés, entendemos que o processo de identificação com traços culturais da esfera tradicional e popular provocado pela expo-sição não somente em seus produtores, mas acima de tudo em seus fruidores, possibilitou que memórias, visualidades e experiências fami-liares fossem ressignificados e valorizados como elementos culturais tão importantes quanto os conhecimentos acadêmicos e científicos.

Desse modo acreditamos que os trabalhos plásticos-visuais que compuseram a exposição Triângulo de Minas em Cores, Tons e Sa-bores proporcionaram a interação de vários sentidos do público (vi-são, olfato, paladar, audição e tato) com o conhecimento da cultura popular e de tradição de modo dinâmico, possibilitando múltiplas interpretações e significados, num diálogo contínuo entre o passado e o presente.

1A Semana Multidisciplinar é um evento acadêmico e científico que ocorre anualmente no Campus Uberlândia, no qual os alunos participam de minicursos, oficinas, palestras e atividades culturais, entre elas, apresentações de artistas convidados e mostra dos trabalhos artísticos realizados por alunos e servidores tanto em projetos de ensino como em projetos de extensão.

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3 CONCLUSÃO

As produções realizadas apresentaram reflexões sobre os elementos visuais e sonoros e os conhecimentos gastronômicos e históricos constitutivos dessa região mineira peculiarmente entre-meada de referências paulistas, goianas e sul-mato-grossenses que muitas vezes passam desapercebidas como características da identi-dade cultural regional. Segundo Machado (2002, p. 345), “as práticas culturais só existem na medida em que tem um significado real para aqueles que a vivenciam. Daí que a cultura é o que permanece, mas também o que se inventa”.

Ao reinventar práticas culinárias, cotidianas e musicais na exposição, os estudantes criaram seus fazeres artísticos usando ma-teriais, formas, cores, objetos e palavras que davam sentido aos sa-beres e aprendizados sobre as manifestações e os valores culturais conhecidos por meio da pesquisa.

Assim, as interpretações estéticas e poéticas apresentadas nas exposições propõem a interação do público por meio de um passeio (ritmado pelo balanço do Trem) por algumas cidades da re-gião, destacando as cores do Cerrado, assim como das tramas e nu-ances das manifestações populares que envolvem as práticas locais, ressoando os tons de canções e versos sobre o povo desse “canto” de Minas e despertando o paladar para os sabores das receitas e dos aromas da culinária regional.

Nesse sentido acreditamos que a exposição ressalta a impor-tância da Arte como mediação cultural, ou seja, como um meio efe-tivo de construir novas formas de pensar o mundo e contribuir para a formação de opiniões críticas e sensíveis a respeito dos valores, das práticas e dos saberes culturais (BARBOSA; COUTINHO, 2009).

Enfim, avaliamos que as duas exposições decorrentes des-te projeto proporcionaram um olhar diferenciado sobre as relações culturais características do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, fa-vorecendo a percepção de uma identidade cultural significativa.

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4 NOTAS

1Mestre em Educação. Graduada em Educação Artística (Artes Plásticas). Professor EBTT do IFTM Campus Uberlândia. E-mail: [email protected]. 2Mestre em Engenharia de Alimentos. Docente Professor EBTT do IFTM Campus Uberlândia. E-mail: [email protected]. 3Mestranda em Psicologia. Técnica Administrativa do IFTM Campus Uberlândia. E-mail: [email protected] em Engenharia Agronômica. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do Curso Técnico em Meio Ambiente Integrado ao Ensino Médio, IFTM Campus Uberlândia. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] em Tecnologia em Alimentos, IFTM– Câmpus Uberlândia. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática Integrado ao Ensino Médio, IFTM Campus Uberlândia. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática Integrado ao Ensino Médio, IFTM Campus Uberlândia. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected].

5 REFERÊNCIAS

BARBOSA, A. M. Tópicos Utópicos. Belo Horizonte: C/Arte, 1998.

BARBOSA, A. M.; COUTINHO, R. G. (Orgs.). Arte/Educação como mediação cultural e social. São Paulo: Editora UNESP, 2009, 346p.

INSTITUTO FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO. Plano de desenvolvimento institucional do Instituto Federal de Edu-cação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro 2014-2019. Uberaba,MG: IFTM, 2013.

MACHADO, M. C. Cultura Popular: um contínuo refazer de práticas e representações. In: PATRIOTA, R.; RAMOS, A. F. (Org). História e Cultura: espaços plurais. Uberlândia: Aspectus, 2002, p. 335-345.

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IFTM HELP ENGLISHMargarete Afonso Borges Coêlho1, Sabrina Aryane de Souza Oliveira2,

Laila Lidiane da Costa Galvão³, Leticia Stacciarini Santana4, Vinicius Felipe Oliveira5

RESUMO

Este trabalho apresenta o relato de experiência do projeto de ex-tensão intitulado IFTM Help English, idealizado como uma pos-sibilidade de aprofundamento de conhecimentos na língua inglesa para os alunos do IFTM Campus Patrocínio sob o apoio do Institu-to Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Minei-ro – Edital nº 01/2014. O projeto IFTM Help English teve como principal objetivo o melhoramento da comunicação, leitura e escrita no idioma Inglês por parte dos assistidos pelo projeto através dos atendimentos realizados pela bolsista, aos alunos do IFTM Campus Patrocínio no período de abril a dezembro de 2014, por meio da oferta de um atendimento individualizado e previamente agenda-do. Trata-se de um projeto de relevância visto que, corrobora para melhorar o desempenho de comunicação na língua inglesa por par-te dos atendidos, ampliar as chances conseguir vaga no programa Ciência Sem Fronteiras do Governo Federal e, também, de obter sucesso no mercado de trabalho.

Palavras-chave: Relato de experiência. IFTM Help English. Ciên-cia sem Fronteiras.

1 INTRODUÇÃO

O projeto de extensão, IFTM Help English, surgiu como uma possibilidade de melhoramento no nível de inglês dos alunos do IFTM Campus Patrocínio, através de atendimentos individuais com relação à conversação, escrita e leitura em língua inglesa, com o ob-jetivo principal de conseguir uma vaga para participar do Programa

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Ciência Sem Fronteiras do Governo Federal. Os objetivos específi-cos do projeto foram:

• fornecer instrumentos necessários para aperfeiçoar as ha-bilidades linguísticas de produção e compreensão oral da língua dos alunos assistidos pelo projeto;

• instigar a prática da conversação em Língua Inglesa;• prestar atendimentos individualizados e com horário pre-

viamente agendado;• despertar maior interesse dos alunos pela língua alvo;• aumentar a quantidade de alunos do IFTM aprova-

dos para participação no Projeto Ciência Sem Fronteiras do Governo Federal.

Este projeto se justifica sob dois pontos de vista: quanto à função de suprir uma necessidade dos alunos do IFTM Campus Patrocínio de promover um meio para que os alunos possam apro-fundar os conhecimentos na língua inglesa, pelo atendimento indi-vidualizado contribuindo, assim, para um aprofundamento de suas chances de sucesso no mercado de trabalho, intercâmbio e partici-pação no programa Ciência Sem Fronteiras.

Por outro lado, o projeto destaca-se também pela sua natu-reza metodológica. Através de relatos dos próprios alunos e docen-tes registrou-se uma grande necessidade do aprofundamento teó-rico-prático dos alunos matriculados nos cursos do IFTM. Sendo assim, se fez necessário um momento específico para que os alunos pudessem, através da interação com a bolsista do projeto, treinar a conversação a fim de se tornar mais fluentes na língua alvo. Segundo Silva (2011) considerando que a fala é o meio de comunicação mais utilizado no meio social, colocá-la de lado no aprendizado de uma língua é um pecado grave que leva a consequências sérias, como a desmotivação dos alunos ou até mesmo a rejeição pela disciplina.

Os alunos assistidos pelo projeto também demonstraram in-teresse no domínio dos conhecimentos linguísticos necessários para leitura e escrita de textos na língua alvo. Para Péres (2007) é possível

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afirmar que a linguagem é a capacidade que o homem tem de trans-mitir suas idéias e de se comunicar, seja de forma escrita, falada ou simbolizada.

Na busca de um embasamento teórico que norteasse os tra-balhos da bolsista e alinhado ao programa do Centro de Idiomas, o Projeto de Extensão IFTM Help English instigou a ampliação dos conhecimentos adquiridos pelos alunos em sala de aula oportuni-zando-lhes um processo de ensino-aprendizagem com base nos princípios da teoria da mediação de Vygotsky (1988).

2 DESENVOLVIMENTO

O presente trabalho fundamentou-se na teoria de Vygotsky (1987, 1988), o qual apresenta linguagem como sistema simbólico imprescindível em todos os grupos humanos, elaborado no curso da história social, que organiza os signos em estruturas complexas e desempenha importante papel na formação das características psi-cológicas humanas.

Coêlho (2010) ao citar Vygotsky destaca a relevância de sua teoria sobre o processo histórico-social e o papel da linguagem no desenvolvimento do indivíduo. O teórico Vygotsky apresenta a aqui-sição de conhecimento pela interação do sujeito com o meio, como princípio de sua teoria, ou seja, para ele o sujeito é interativo, pois adquire conhecimentos a partir de relações intra e interpessoais e de troca com o meio, a partir de um processo denominado mediação.

Outro conceito muito importante na teoria de Vygotsky (1988) é a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) que é a distância entre o nível de desenvolvimento real, ou seja, determina-do pela capacidade de resolver problemas independentemente, e o nível de desenvolvimento proximal, demarcado pela capacidade de solucionar problemas com ajuda de um parceiro mais experiente. Acredita-se que o trabalho de interação entre a bolsista e os alunos ligados ao projeto permitiu ampliar o conhecimento e as estratégias

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necessárias para o domínio de uma língua estrangeira.De acordo com Rabelo e Passos ([20--?]) é justamente nesta

zona de desenvolvimento proximal que a prendizagem vai ocorrer. A função de um educador seria, então, a de favorecer esta aprendi-zagem, servindo de mediador entre o aluno e o mundo.

A seguir será feita a descrição de cada um dos procedimen-tos metodológicos usados para a execução deste projeto.

2.1 Descrição das atividades

As atividades do projeto de extensão IFTM Help English estavam diretamente relacionadas aos alunos do IFTM Campus Pa-trocínio.

Até o mês de julho de 2014 o projeto ficou sob a coordena-ção da Profª Laila Lidiane da Costa Galvão. Como o projeto estava ligado mais diretamente ao atendimento da língua inglesa, a partir do mês de agosto a Profª Laila sugeriu que o mesmo ficasse sob a coordenação da professora de Inglês do IFTM Campus Patrocínio – Profª. Margarete Afonso Borges Coêlho.

Orientada pela nova coordenadora do projeto, a bolsista preparou um plano de ação para o desenvolvimento de suas ativida-des junto aos alunos do IFTM Campus Patrocínio matriculados em 2014. conforme descrição a seguir.

2.1.1 Levantamento dos conteúdos a serem trabalhados pela bolsista

Para conhecer melhor as potencialidades e as necessidades dos alunos do IFTM, a bolsista fez um diagnóstico, e, também, pes-quisou sobre a necessidade de auxílio através de conversas infor-mais com os alunos das turmas ofertadas pelo campus. Por meio desta interação foi possível diagnosticar algumas das dificuldades enfrentadas pelos alunos, dentre elas: pouco contato anterior com a

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língua, necessidade de auxílio para acompanhamento do conteúdo e grande necessidade de praticar a oralidade na língua inglesa.

2.1.2 Roteiro para as aulas

A partir do diagnóstico feito pela bolsista foi possível ela-borar tanto um roteiro para as aulas, quanto uma planilha para os atendimentos individualizados.

2.1.3 Reuniões semanais com a coordenadora do projeto

A bolsista reuniu-se semanalmente com a coordenadora para discutir as atividades do projeto e obter orientações pertinen-tes. Todo o desenvolvimento do projeto foi registrado através de uma planilha mensal de ações como mostra o quadro abaixo:

Quadro 1: Descrição das atividades realizadas pela bolsista – Projeto de Extensão Help English

Meses Descrição das atividades

Abril/2014

• Reuniões semanais com a coordenadora do projeto.• As atividades do projeto de extensão estavam diretamente relacio-nadas ao atendimento individualizado e apoio às necessidades dos alunos dos cursos de idiomas que estavam acontecendo no Campus Patrocínio.

Maio/2014 ajunho/2014

• Reuniões semanais com a coordenadora do projeto.• Diagnóstico de necessidades dos alunos.

Julho/2014

• Reuniões semanais com a coordenadora do projeto.• Até o mês de julho de 2014, o projeto, ficou sob a coordenação da Profª Laila Lidiane da Costa Galvão. Como o projeto estava ligado diretamente á área de idiomas, a partir do mês de agosto a Profª Laila sugeriu que o mesmo ficasse sob a coordenação da professora de Inglês - Margarete Afonso Borges Coêlho.

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Agosto/2014

Reuniões semanais, com a nova coordenadora do projeto, para planejamento das atividades de atendimento aos alunos para o se-gundo semestre de 2014 e outras orientações pertinentes.• Levantamento dos conteúdos a serem trabalhados pela bolsista e preparação de um roteiro para as aulas.

Setembro/2014

• Reuniões semanais com a coordenadora do projeto e vários aten-dimentos individuais para ajudar os alunos previamente agendados.• Planejamento dos conteúdos para atendimento marcado com al-guns alunos.• Assistências individuais agendadas abrangendo os conteúdos: verbo to be, those/ these, an/a, prática da pronúncia e conversa-ção.• Revisão de conteúdos.• Reunião com a coordenadora, professora Margarete, para dis-cutir o desenvolvimento do projeto; orientações para início de uma planilha mensal das atividades desenvolvidas como parte do relatório final do projeto.• Apresentação da proposta de um banner para ser apresentado em outubro na Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inova-ção de Patrocínio.• Reuniões semanais com a coordenadora para elaboração do banner sobre o projeto a ser apresentado na Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação de Patrocínio em outubro.• Aplicação de Avaliação de Aprendizagem para os alunos atendi-dos.• Elaboração do resumo do projeto a ser enviado para Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.• Reunião com a coordenadora para efetuarem inscrição do ban-ner a ser apresentado no evento de outubro e envio do resumo do referido projeto.• Aprofundamento sobre as teorias que fundamentam o projeto.• Atendimento a vários alunos para reforçar pronúncia das palavras e treinamento de leitura. Foram estudados alguns conteúdos plane-jados pela bolsista e coordenadora do projeto.

Continuação...

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Outubro/ 2014

• Reuniões semanais com a coordenadora do projeto e vários aten-dimentos individuais para ajudar os alunos previamente agendados.• Reunião com a coordenadora do projeto Margarete, para visuali-zar o banner do projeto e também para discutir sobre a possibilida-de de rever alguns conceitos do IFTM HELP ENGLISH a partir do estudo da teoria de Vigotsky.• Presença da bolsista em aulas regulares do campus, para acom-panhar as turmas e diagnosticar pessoas com maior dificuldade no que se refere à conversação em língua inglesa, principalmente para poder propor ajuda a essas pessoas.• Depois de inúmeras reuniões para preparação do Banner, no dia 14 de outubro de 2014 ele foi apresentado nos dois turnos: tarde e noite. A bolsista recebeu certificado de participação no evento.• O Banner apresentado no dia 14 pela bolsista foi premiado em primeiro lugar como “banner destaque” do evento. A bolsista rece-beu como premiação uma medalha e um pen drive.• Assistência a vários alunos (previamente agendados), quanto às suas dificuldades. Na assistência, puderam fazer exercícios e fazer a leitura para que a bolsista pudesse orientá-los em relação à pro-núncia e também em relação aos erros cometidos nos exercícios. Os assuntos abordados foram: verbo to be, estrutura de frases negativas, afirmativas e interrogativas, regra do simple present. Alguns alunos também tiraram dúvidas sobre algumas curiosidades fora do conteúdo planejado para as aulas.

Continuação...

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Novembro/2014

• Vários atendimentos individuais para ajudar os alunos pre-viamente agendados a se prepararem com relação à fluência na língua. Foram formuladas perguntas e respostas sobre foto da família dos alunos, treinando pronúncia e explorando formas de perguntar e responder em inglês. Os pronomes interrogativos também foram revistos durante os atendimentos.• Atendimentos para correção de atividade propostas em aten-dimento anterior.• Reuniões com a coordenadora Margarete para obter orien-tações sobre a elaboração do relatório final do projeto, o qual deverá ser entregue à coordenação de extensão em dezembro de 2014.• Elaboração de um questionário para ser aplicado aos alunos como instrumento de coleta de dados para, depois de tabulados os dados, compor parte da avaliação do projeto – um dos itens do relatório final.• Reunião com coordenadora Margarete para orientações sobre o resumo, introdução e discussão de alguns pontos do desenvol-vimento do relatório final.• Reunião com a coordenadora Margarete para fechamento da planilha descritiva e orientações gerais sobre fechamento do re-latório final.• Aplicação do questionário a todos os alunos que participaram do projeto.Tabulação dos dados obtidos no questionário aplicado e análise dos resultados.• Elaboração do relatório final.

Fonte: elaborado pelo autor

2.1.4 Instrumentos de coleta de dados

Elaboração e aplicação de um questionário, contendo 15 questões fechadas, respondido por 23 alunos atendidos pelo projeto (anexo 1).

Continuação...

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O questionário, segundo Gil (1999, p.128), pode ser definido:

como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de ques-tões apresentadas por escrito às pessoas, ten-do por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.

2.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No sentido de discutir os resultados obtidos e a conformi-dade com os objetivos propostos pelo Projeto IFTM Help English foram selecionadas algumas perguntas que serviram de corpus para análise e a interpretação ocorreu através de gráficos de forma des-critiva.

Conforme o gráfico 01, perguntou-se a cada entrevistado como ele classificaria seu esforço no estudo da disciplina de Inglês: 61% classificaram como normal; 22% como grande; 9% como pou-co e 8% como muito pouco. Percebe-se que para muitos o estudo do inglês não é uma tarefa simples, eles precisam se esforçar para obter uma boa aprendizagem e desempenho na disciplina, o que justifica um dos objetivos do projeto, que é fornecer aos alunos ins-trumentos necessários para aperfeiçoarem suas habilidades linguís-ticas de produção e compreensão oral da língua alvo. Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs do Ensino Médio - Linguagens, Có-digos e suas Tecnologias (2005) apresentam o domínio de língua(s) estrangeira(s) como forma de ampliação de possibilidades de acesso a outras pessoas, a outras culturas e informações.

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Gráfico 01: O esforço que dispensa no estudo de inglês é:

Fonte: elaborado pelo autor

No gráfico 02, 100% dos entrevistados concordam que o inglês é muito importante em relação ao seu curso e ao mercado de trabalho. Para eles o estudo do idioma inglês, merece dedicação e empenho o que corrobora com o objetivo do projeto de despertar interesse dos alunos pela língua alvo. Rocha (2001) define o aprendi-zado do inglês como uma abertura de portas para o desenvolvimen-to pessoal, cultural e o mais importante, o profissional.

Gráfico 02: Em relação ao meu curso, considero o idioma inglês:

Fonte: elaborado pelo autor.

O projeto IFTM Help English foi fator decisivo para me-lhorar o desempenho dos alunos na disciplina de inglês e diminuir o índice de evasão das turmas, pois os alunos que enfrentaram difi-culdades em relação ao conteúdo ou apresentaram alguma impos-sibilidade de assistir às aulas regulares tiveram a possibilidade de acompanhamento individualizado com a bolsista e afirmaram que este apoio foi fundamental para sua continuidade no curso e, con-

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sequentemente, sucesso no mercado de trabalho. Quando foram questionados se o projeto colaborava para a aprendizagem dos alu-nos matriculados nas turmas de inglês do IFTM Campus Patrocínio, conforme apresenta o gráfico 03, 78% disseram que sim.

Gráfico 03: Colaboração do projeto para a aprendizagem dos alunos

Fonte: elaborado pelo autor

De acordo com o gráfico 04, em relação ao grau de impor-tância dos atendimentos prestados pela bolsista do Projeto IFTM Help English, 67% disseram ter sido muito importante e para 33% o auxílio prestado pela bolsista foi importante. A partir desses dados é possível concluir que o projeto pode ter contribuído de forma decisiva para o domínio de inglês por parte dos alunos do IFTM Campus Patrocínio.

Gráfico 04: Grau de importância dos atendimentos prestados pelo IFTM Help English

Fonte: elaborado pelo autor.

Os gráficos 05 e 06 representam a satisfação dos entrevista-dos em relação à proposta do projeto IFTM Help English, uma vez

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que 100% dos entrevistados perceberam melhoria não só no estudo da disciplina em sala de aula como também nos resultados de suas avaliações.

Gráfico 05: Diferença em sala ou na sua

carreira profissional depois dos atendimentos.

Fonte: elaborado pelo autor

A bolsista do projeto enfrentou algumas dificuldades no de-senvolvimento do seu plano de ação, o que ficou confirmado na análise dos dados. Embora o projeto, amplamente divulgado pela coordenadora e pela própria bolsista, como comprova a quadro 01 - Descrição das atividades realizadas pela bolsista, 48% dos alunos entrevistados mostraram-se desconhecedores do projeto, de acordo com o gráfico 07, e quando questionados sobre a razão pela qual não o conheciam, 44% alegaram não terem sido informados sobre o mesmo como ilustra o gráfico 08.

Gráfico 06: Diferença nas notas depois dos atendimentos.

Fonte: elaborado pelo autor

Fonte: elaborado pelo autor

Gráfico 07: Você conhece o proje-to IFTM Help English?

Gráfico 08: Por que você não tem conhecimento do projeto?

Fonte: elaborado pelo autor

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3 CONCLUSÃO

Falar inglês é um pré-requisito para trabalhar em muitas em-presas. Para atender esta exigência do mercado, o projeto de exten-são IFTM Help English prestou atendimento aos alunos matricu-lados no IFTM Campus Patrocínio, por meio da oferta de um aten-dimento individualizado e previamente agendado de conversação, leitura e interpretação da língua inglesa.

As melhores oportunidades profissionais são concorridas, por isso o profissional precisa diversificar seu currículo para conse-guir destaque entre os concorrentes. Assim, falar inglês no mercado de trabalho deixou de ser um luxo para se tornar uma necessidade para se sobressair.

Pode-se dizer que de acordo com os resultados obtidos, a experiência foi positiva e significativa, pois a quantidade de alunos que responderam ser relevante para suas carreiras ou para seu de-sempenho escolar e também, pôde-se constatar uma melhora nos resultados dos alunos assistidos pela bolsista nas avaliações realiza-das por eles nos seus cursos.

É possível afirmar que o projeto IFTM Help English cum-priu com o objetivo de promover o desenvolvimento das potencia-lidades dos alunos em relação ao conhecimento de inglês do IFTM Campus Patrocínio além dos conhecimentos adquiridos em salas de aula.

O projeto também trouxe benefícios para a bolsista e para a coordenadora do projeto através do maior contato com os alunos e conhecer melhor suas necessidades em relação à língua estudada.

De maneira geral, o projeto contribuiu para que o Instituto Federal do Triângulo Mineiro Campus Patrocínio, além de oportuni-zar um ensino de qualidade aos alunos matriculados, otimizou uma de suas grandes metas, ou seja, capacitar alunos para a participação da seleção do programa Ciências sem Fronteiras, do Governo Fe-deral.

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4 NOTAS

1Mestra em Estudos Linguísticos. Professor EBTT de Português/Inglês do Instituto Federal do Triângulo Mineiro, Campus Patrocínio. E-mail: [email protected] do Curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia doTriângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] em Gestão Organizacional. Professor EBTT de Gestão/Administração do Instituto Federal do Triângulo Mineiro, Campus Patrocínio. E-mail: [email protected] em Português/Inglês. Ex-Docente do Instituto Federal do Triângulo Mineiro, Campus Patrocínio. E-mail: [email protected] do Núcleo de Apoio Pedagógico do Instituto Federal do Triângulo Mineiro, Campus Patrocínio. E-mail: [email protected].

5 REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Na-cionais: Ensino Médio - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/ Secretaria da Educação Média e Tecnológica, 2005.

COÊLHO, M. A. B. As oficinas de teatro no processo de en-sino e aprendizagem e na formação dos professores de língua inglesa – Um estudo “Q”. UFU; Uberlândia/MG, 2010. Disserta-ção (Mestrado em Linguística Aplicada).

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

RABELLO, E.T.; PASSOS, J. S. Vygotsky e o desenvolvimento humano.[20--?]Disponível em <http://www.josesilveira.com/arti-gos/vygotsky.pdf> Acessado no dia 11 de dezembro de 2014.

ROCHA, D. F. A importância do inglês no Mundo. Universidade Católica de Goiás. 2001. Disponível em: http://www2.ucg.br/flash/artigos/AImportanciaIngles.htm. Acesso em: 15 de dezembro de 2014.

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VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. São Paulo,SP: Martins Fontes, 1987.

_______. A formação social da mente. 2. ed. São Paulo, SP: Mar-tins Fontes, 1988.

6 ANEXOS

Anexo 1: Questionário aplicado aos alunos atendidos pelo Projeto IFTM Help English do IFTM Campus Patrocínio no ano de 2014.

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IMPLANTAÇÃO DE MELIPONÁRIO E DIVULGAÇÃO DA MELIPONICULTURA NA

REGIÃO DE UBERABA, MGJosé Antonio Bessa1, André Alexandre de Figueiredo2, Lucas Eduardo Nogueira3,

Maria Eduarda Gonçalves Jacob4, Matheus Assis Pereira4 , Sarah Clarinda4

RESUMO

Dentre as abelhas existentes no Brasil, destacam-se aquelas per-tencentes à subfamília Meliponinae, popularmente conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão. São mais de 400 espécies identifica-das, das quais muitas em risco de extinção. Essas abelhas são as principais responsáveis pela polinização da maioria das espécies ve-getais do Brasil. Seus produtos são utilizados como medicamentos e existe uma forte cultura popular pela sua criação. O objetivo do pro-jeto foi implantar no Instituto Federal do Triângulo Mineiro Campus Uberaba, um centro de criação de melíponas e trigonas para estudos ecológicos e divulgar a atividade na região. A equipe de bolsistas foi selecionada e capacitada. Para iniciar a implantação do melipónário a Instituição foi licenciada junto ao órgão ambiental. Foram cons-truídos os modelos de colmeias utilizadas no Brasil para a captura de enxames, manejados posteriormente, para serem divididos. Os bolsistas prepararam materiais informativos para divulgação da ati-vidade. Ao final do projeto foi implantado um pequeno meliponário no IFTM e, pelas ações dos bolsistas, 91 pessoas da comunidade, foram capacitadas, por meio de palestras e mini cursos. Ações como estas auxiliam na formação dos estudantes e na preservação das abelhas nativas.

Palavras-chaves: Abelhas nativas. Abelhas indígenas. Abelhas sem ferrão. Preservação ambiental.

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1 INTRODUÇÃO

As abelhas sociais nativas, também chamadas de meliponí-neos, são as únicas a não apresentar ferrão como instrumento de defesa (NOGUEIRA NETO, 1997). A denominação “abelha sem--ferrão” é característico da estrutura atrofiada, por isso não ferroam. Como são tradicionalmente manejadas pelos indígenas, também são chamadas de “abelhas indígenas” (LOPES et al., 2005).

No Brasil são conhecidas mais de 400 espécies de abelhas sem ferrão que apresentam heterogeneidade na cor, tamanho, for-ma, hábitos de nidificação e população dos ninhos. Algumas se adaptam ao manejo, outras não. Número certamente menor que o existente, pois constantemente se atualiza devido às novas espécies encontradas e/ou extintas no país (FEREIRA; REBELLO, 2005).

Dezenas de espécies de abelhas indígenas sem ferrão estão seriamente ameaçadas de extinção em consequência das alterações de seus ambientes causados, principalmente, pelo desmatamento, uso indiscriminado de agrotóxico e pela ação predatória de meleiros (KEER et al., 1996).

Muitas espécies de abelhas nativas podem ser mantidas em caixas especiais (colmeias racionais), para decoração ou exploração comercial (Fabichak, 1989). A criação das abelhas da tribo Meliponini e da tribo Trigonini é denominada de meliponicultura (FEREIRA; RABELLO, 2005).

A meliponicultura, criação de abelhas nativas, é mais pratica-da na região nordeste onde são encontrados meliponicultores com até 1500 colmeias, sobrevivendo profissionalmente com a comercia-lização do mel. As principais espécies criadas por eles são Melipona compressipes fasciculata, Smith (Uruçu), Melipona scutellaris Lep. (Uruçu verdadeira ou Uruçu do nordeste) e Melipona subnitida, Ducke (Jan-daíra) (KEER, 1987).

Na região de cerrados, onde está localizada a cidade de Ube-raba, MG, são encontradas dezenas de espécies de abelhas nativas,

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sendo que a maioria delas com sérios riscos de extinção ou, simples-mente de retração de suas populações. Segundo o portal da Secreta-ria Municipal de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Aquicultura no município de Uberaba, MG, não existe meliponicultor em ativi-dade formal (UBERABA, 2015).

Para a divulgação da meliponicultura e contribuição com a preservação das abelhas nativas surgem alternativas como a coleta de colônias, manutenção das mesmas em colmeias racionais e mul-tiplicação dos enxames para posterior devolução ao seu ambiente natural ou doação a criadores credenciados.

Para a criação de abelhas nativas, comercialmente ou para fins de estudos científicos, necessita de cadastro junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, adquirindo a licença, por parte do governo, para que possa conduzir a atividade de forma legal (BRASIL, 2015).

O objetivo deste trabalho é a implantação de um meliponá-rio para que se possa fazer o estudo das abelhas nativas da região de Uberaba, MG, e a divulgação da meliponicultura para os estudantes do Instituto Federal do Triângulo Mineiro Campus Uberaba, MG e comunidade regional.

2 DESENVOLVIMENTO

Inicialmente a coordenação do projeto selecionou e reuniu com a equipe de bolsistas para a apresentação do projeto e das refe-rências bibliográficas disponíveis para que os estudantes nivelassem os seus conhecimentos sobre a meliponicultura.

Posteriormente os bolsistas passaram por um treinamento oferecido pela coordenação, na forma de minicurso, para reafirma-rem os conhecimentos adquiridos pela leitura e os associarem com as atividades práticas propostas.

Os bolsistas foram orientados a entrar em contato com ou-tras instituições de ensino, confederação brasileira de apicultura e

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criadores de abelhas nativas de outras regiões, do Brasil e de outros países para a troca de informações e de experiências. Tudo isso faci-litado por meio de sites e grupos de conversações.

Estudos técnicos foram realizados pelos bolsistas para a ins-talação do meliponário. Foi observada pelos mesmos a disponibi-lidade da flora no entorno, a proximidade do local com a fonte de água para as abelhas e a facilidade de acesso ao local para visitação pela comunidade externa.

Considerando que, a organização do meliponário, faz parte da atividade, foi realizado pelos bolsistas uma limpeza geral do local para o recebimento das colmeias povoadas.

Paralelamente às atividades desenvolvidas para a construção do conhecimento dos alunos e organização do meliponário foram confeccionadas pelos marceneiros da instituição, sob a orientação dos bolsistas, quinze colmeias racionais para povoamento com abe-lhas, do modelo INPA, indicado para espécies do gênero Melipona, como a uruçu, mandaçaia, uruçu-amarela e tiúba-do-maranhão, e do modelo Paulo Nogueira Neto – PNN, indicado para a criação das abelhas Jataí (Tetragonisca angustula), abelhas Mandaçaia (Melipona quadrifasciata) e abelhas Uruçú (Melipona scutellaris). Embora sejam disponibilizados vários modelos no Brasil, ambas facilitam o pro-cesso de multiplicação e de manejo das colônias na região central do país, (NOGUEIRA NETO, 1997).

A atividade seguinte delegada aos alunos bolsistas foi bus-car informações junto ao site do Ibama para obtenção do Licen-ciamento Ambiental para implantação do meliponário. O processo é simples, porém de extrema importância para o meliponicultor e estudantes envolvidos. Com os dados da instituição em mãos, os bolsistas, juntamente com servidor da coordenação geral de produ-ção e pesquisa, preencheram o cadastro para obtenção da licença.

O projeto foi divulgado junto à comunidade interna por meio de um folder construído pelos bolsistas e a mesma passou a contribuir em um primeiro momento com a indicação de enxames

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localizados em ambientes naturais para um posterior processo de transferência para as colmeias racionais.

Para cada espécie de abelha localizada adotou-se um proce-dimento para a sua captura. Para a uruçu de chão (Melipona scutellaris) a captura foi feita com a seguinte metodologia: Demarcar um qua-drado de 1x1m, marcar o túnel de ingresso e identificar a direção do ninho. Na escavação foram utilizadas as seguintes ferramentas: enxada, pá, cavadeira e enxadão. A profundidade média onde fo-ram encontrados os enxames é de 1,7 metros. Quando o ninho foi encontrado toda a terra em volta foi retirada e a colônia transferida para a caixa específica que contém um conduíte de ½ polegada para estabelecer a mesma função que o túnel de ingresso. A caixa não deverá conter odores, para não causar estresse nas abelhas e não confundir o cheiro do feromônio. A colmeia ficou no local de cap-tura por um período de 3 dias para as abelhas se adaptarem à nova moradia. Após esse período durante a noite foi feito o transporte da caixa para o meliponário definitivo.

Foi localizado um enxame da espécie Tubuna, Scaptotrigona bipunctata (lepeletier) em um cupinzeiro. Para a retirada foram utili-zados os seguintes equipamentos: pá, enxadão, enxada, cavadeira, picareta e também o uso de EPI apícola devido à espécie ser defen-siva e assim buscar adentrar aos ouvidos do meliponicultor. Após a quebra do cupinzeiro, foi retirado do ninho e colocado na caixa es-pecífica de sua espécie. Após alguns dias, transportou-se do enxame para o meliponário.

Às proximidades do pivô ao lado da fruticultura encontraram um enxame da espécie moça branca, Frieseomelita tricocerata em uma caixa de energia que possuía frestas. Na captura do enxame foram utilizados os seguintes equipamentos: EPI apícola, devido ao fato da espécie ser defensiva e adentrar aos ouvidos; escada para alcançar a caixa de energia; pinça, para retirada dos ovos; canivete. A passagem dos ovos, rainha e operárias foi realizado com o devido cuidado e, depois de alguns dias, depositado a caixa no local definitivo.

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Em frente à fábrica de ração em um oco de uma árvore foi encontrada a espécie Iraí, Nannotrigona testaceicornis (Lepeletier), a captura não aconteceu pelo fato do ninho se encontrar bem estabe-lecido, perto do meliponário. E, também, pela captura ser arriscada e necessária a utilização de moto serra, que mal utilizada pode acar-retar danos ou possível perda do enxame.

Foi capturado um enxame de Jataí, Tetragonisca angustula (Holmberg), que trouxe maior diversidade para o meliponário.

Os enxames capturados foram transferidos para o melipó-nário, manejados com o intuito de deixá-los fortalecidos, e realizado a divisão dos mesmos, ampliando o número de colmeias povoadas.

O fortalecimento dos enxames se deu por meio de manejo com alimentação artificial, preparado à base de fontes de energia e proteína administradas conforme a demanda para as abelhas.

Foram confeccionadas caixas iscas para a captura de colô-nias provenientes de enxameação. As caixas iscas foram construídas a partir de embalagens descartadas de leite, tipo longa vida, consti-tuídas de um recipiente oco e escuro. As caixas foram bem lavadas e, para atrair as abelhas, foi utilizado um feromônio à base de cera e geoprópolis, curtido no álcool cereal. As iscas foram distribuídas em diversos pontos, como matas ciliares e reserva florestal do campus.

Paralelamente ao povoamento das colmeias e fortalecimen-to das mesmas os bolsistas elaboraram uma apresentação em power point sobre a atividade meliponicultura, destacando conceitos bási-cos, importância da meliponicultura, suas vantagens e desvantagens, biologia das meliponas e trigonas, legislação relacionada à atividade, tipos de colmeias, povoamento das colmeias e manejo das abelhas, divisão de enxames, alimentação das abelhas, inimigos naturais e co-lheita e processamento da produção, dentre outros aspectos ligados à atividade.

Após a elaboração da apresentação os alunos ministraram aulas de aproximadamente 60 minutos para os discentes dos cursos técnicos (1°s A, B e 2°D). Cada bolsista ficou responsável pela apre-

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sentação de tópicos dentro da atividade, inclusive, com exposição prática com os aspectos mais importantes da meliponicultura, como tipos de colmeias e características de algumas espécies da região.

As palestras contribuíram tanto para os bolsistas que melho-raram a exposição em público e domínio do assunto, quanto para os alunos que não tinham conhecimentos sobre campos de atuação dentro da zootecnia, além de aumentar a interação entre os alunos de diferentes anos.

Semanalmente a equipe de bolsistas se reunia para realizar as avaliações dos enxames. O manejo adotado nas colmeias foi emba-sado em diversos livros de meliponicultura e consistia em: utilização de xarope com ½ parte de mel de Apis melífera e ½ parte de água, ali-mentando uma vez por semana, 200 ml, por enxame. Para o comba-te do forídeo (principal inimigo natural das abelhas sem ferrão) foi utilizado o vinagre de maçã em potes com pequenos furos trocados de semana em semana.

Como proposta inicial de culminar o projeto durante “Se-mana Nacional de Ciência e Tecnologia” foi realizado um minicurso para a comunidade interna e externa que consistiu na apresentação em slides contendo uma introdução a meliponicultura, principais espécies, manejo utilizado, papel da extensão no Instituto Federal e materiais de aprofundamento para estudo. Além disso, durante o minicurso foram realizadas práticas de captura de enxame e instala-ções de iscas.

3 CONCLUSÃO

O objetivo proposto foi alcançado pela implantação de um meliponário no IFTM Campus Uberaba com a participação de alunos bolsistas, além da capacitação de noventa integrantes da comunida-de interna e um da comunidade externa o que estimulou o interesse dos alunos dos diversos cursos da Instituição pela meliponicultura e pela preservação das abelhas nativas.

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4 NOTAS

1Doutor em Ciência do Solo. Professor EBTT. E-mail: [email protected] em Engenharia Agronômica. Bolsista voluntário de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro. E-mail: [email protected] em Zootecnia. Bolsista de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do curso Técnico em Agropecuária. Bolsistas de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected].

5 REFERÊNCIAS

BRASIL. Legislação Licenciamento para criação de abelhas nativas. Disponível em <www.ibama.gov.br e clicar no link “Servi-ços”> Acesso em: 26 de maio de 2015.

FABICHAK, I.. Abelhas indígenas sem ferrão Jataí. São Paulo: Nobel, 1989.

FERREIRA, J. B.; REBELLO, J. F. S. Belterra: O paraíso das abe-lhas indígenas sem ferrão. Mensagem Doce, v. 83, n.23, 2005.

KERR, W.E.; Biologia, manejo e genética de Melipona compressipes fasciculata Smith (Hymenoptera, Apidae). Thesis for Full Profes-sor of Genetics, Univ. Federal do Maranhão, S. Luis, Brasil. 1987.

KERR, W. E.; CARVALHO, G. A.; NASCIMENTO,V. A.; Abelha uruçu: biologia, manejo e conservação. Livre patrocínio: Fundação Banco do Brasil e Universidade Federal de Uberlândia. Publicação 02 da Fundação Acangau, Belo Horizonte (MG). 1996.

LOPES, M. et al. Abelhas sem ferrão: a biodiversidade invisível. 2005. Disponível em: <http://www.Agriculturesnetwork.org/magazines/bra-zil/4 criacao de pequenos animais/abelhas sem ferrão a biodiversidade invisivel/at download/article pdf> Acesso em: 22 de agosto de 2012.

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NOGUEIRA NETO, P. Vida e criação de abelhas indígenas sem ferrão. São Paulo,SP: Editora Nogueirapis, 1997.

UBERABA; Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária, Aquicul-tura, Pesca e Abastecimento. Meliponicultura. 2015. Disponível em < http://www.uberaba.mg.gov.br/portal/buscar > acesso em: 05 de abril de 2015.

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MATEMÁTICA FINANCEIRA: USANDO A HP 12C

Bruno Roberto Martins Arantes1, Breno Augusto de Oliveira Silva2, Jeniffer Rocha Gomes³,Rodrigo Gonçalves Ferreira4

RESUMO

Este trabalho apresenta o relato e os resultados do projeto de ex-tensão “Matemática Financeira, usando a HP 12C” financiado pelo Edital nº 3/2013 da Pró-reitoria de Extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - IFTM. Caracterizado como de formação profissional esse projeto fez uso da aplicação de curso de curta duração em parceria com sindicato representante dos trabalhadores para alcançar seu objetivo geral: ca-pacitar o trabalhador no uso das ferramentas de matemática finan-ceira, incrementando seu nível de empregabilidade. Embora a meta de alunos capacitados não tenha sido alcançada; com a aplicação de questionário junto aos alunos que participaram dos cursos veri-ficou-se que o objetivo geral, na essência, foi alcançado. Também, constatou-se o cumprimento de dois dos objetivos específicos: pro-porcionando aos bolsistas uma oportunidade de formação comple-mentar com foco na docência e criando um canal de divulgação e ação do IFTM junto a entidades representativas do trabalhador.

Palavras-chave: Matemática Financeira. Calculadora HP 12C. For-mação profissional.

1 INTRODUÇÃO

A matemática financeira contém um conjunto de ferramen-tas que são imprescindíveis para as empresas que operam em um ambiente competitivo, em constante mudança e que requer um pro-cesso decisório rápido e eficiente. As decisões que envolvem a esco-

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lha das melhores alternativas de captação de recursos, de compra ou venda financiada de bens, de projetos de investimentos ou de pre-cificação de bens têm mais chances de êxito quando são embasadas em análises que usam a matemática financeira.

O profissional que conhece e usa a matemática financeira está mais preparado para atuar nesse ambiente e, assim, terá mais oportunidades de inserção no mundo do trabalho. Portanto, a for-mação continuada por meio de cursos contribui para o aumento do nível de empregabilidade do trabalhador na medida em que forne-cerá esse conhecimento.

Assim sendo, esse projeto de extensão, caracterizado como de formação profissional por meio da promoção de curso de capa-citação, teve como objetivo geral capacitar o trabalhador no uso das ferramentas de matemática financeira, incrementando seu nível de empregabilidade.

Para contribuir com o alcance do objetivo geral foram esta-belecidos três objetivos específicos: i) proporcionar aos alunos do CST em Logística do Campus Uberlândia Centro uma oportunidade de formação complementar com foco na docência; ii) criar um canal de divulgação e ação do Instituto Federal do Triângulo Mineiro jun-to às entidades representativas do trabalhador e iii) ofertar curso de curta duração com foco na capacitação do trabalhador.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Fundamentação teórica

As ações de extensão visam disponibilizar aos diversos seg-mentos da sociedade saberes e competências construídas no âmbito acadêmico de modo a contribuir para o fortalecimento da cidadania (IFTM, 2012).

Pereira e Fidalgo (2014) ao realizarem uma reflexão acerca da inserção da formação continuada no cotidiano dos trabalhadores

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afirmam que essa “passou a ser vista como um processo de adapta-ção constante às mudanças nos conhecimentos e nas tecnologias”. Ainda de acordo com os autores esse processo de adaptação cons-tante é uma resposta ao cenário atual do mundo do trabalho que vem exigindo dos trabalhadores o contínuo desenvolvimento de novas competências e valores.

Atualmente, as fontes de formação profissional disponíveis para o trabalhador são muito diversificadas, contemplando os tradi-cionais cursos regulares (técnicos, tecnológicos e de nível superior) nas modalidades presencial e à distância, os cursos de curta duração (denominados de formação inicial e continuada), eventos (palestras, seminários, congressos etc.) além das publicações técnicas (livros, revistas etc.).

Assim, verifica-se que há um cenário de oportunidades para que o IFTM desenvolva suas ações e, em especial, com foco na extensão.

2.2 Metodologia

A capacitação de trabalhadores no uso da calculadora fi-nanceira HP 12C bem como no conteúdo teórico da Matemática Financeira baseou-se em uma abordagem prática por meio de um curso de curta duração de 20 horas. Esse projeto foi implementa-do em três fases, envolvendo o IFTM Campus Uberlândia Centro e um parceiro externo, o Sindicato dos Empregados no Comércio de Uberlândia e Araguari (SECUA).

A primeira fase consistiu no treinamento dos alunos bolsis-tas e na elaboração do material didático usado no curso. Foram pro-gramadas e realizadas reuniões semanais entre os participantes do projeto (alunos bolsistas e professores). Nessas reuniões semanais os alunos efetuaram leitura dos livros sugeridos pelos professores, treinaram o uso da calculadora HP 12C por meio da resolução de exercícios, receberam orientações sobre técnicas de apresentação e

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elaboraram a apostila que foi usada no curso. Assim, os encontros durante essa etapa resultaram na formação de uma base teórica con-sistente dos bolsistas, elaboração do material didático e treinamen-to em técnicas de apresentação de modo a melhorar a didática do curso.

A segunda fase iniciou com a realização do curso, contem-plando a divulgação, a inscrição dos interessados, a aplicação do curso e a certificação dos concluintes. Nessa fase destaca-se a atua-ção do parceiro externo, SECUA, que foi responsável por realizar a divulgação do curso, a inscrição dos participantes e sediar a realiza-ção do curso. Pelo fato do SECUA possuir um centro de formação que promove continuamente cursos de capacitação, as duas turmas disponibilizadas pelo projeto de extensão foram rapidamente pre-enchidas.

O curso foi ministrado pelos alunos bolsistas seguindo es-truturação proposta pelo SECUA dada sua experiência na realização de cursos similares. Nesse sentido, o curso foi aplicado durante sete dias (segunda a quinta de uma semana e segunda a quarta da semana seguinte), no turno noturno, das 19h às 22h. Ao término do curso, somente recebeu certificado o participante que teve frequência mí-nima de 75% (equivalente a cinco dos sete dias).

Por fim, a terceira e última fase compreendeu a avaliação dos resultados do projeto por meio da aplicação de questionário junto aos participantes do curso, tabulação e análise das respostas, além de uma avaliação do SECUA. O Apêndice I apresenta o modelo do questionário aplicado e a próxima seção discute os resultados.

2.3 Resultados

2.3.1 Apresentação e discussão dos resultados

O projeto de extensão previu a realização de 10 turmas com 20 participantes por turma, totalizando 200 participantes capacita-

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dos. Pelo cronograma os cursos seriam realizados entre os meses de agosto a novembro de 2014. Contudo, devido ao atraso na aquisição das calculadoras financeiras HP 12C, peça essencial para o curso, foi possível implementar o curso somente para duas turmas. Após avaliar a implementação dos cursos, verificou-se que mesmo se as calculadoras fossem adquiridas dentro do prazo seria possível im-plementar o curso para oito turmas e não as 10 previstas no projeto.

Um fator positivo percebido foi a inscrição de participan-tes acima do número de calculadoras disponíveis (o projeto previu 20 vagas por turma, pois havia 20 calculadoras) que se dispuseram a trazer suas próprias calculadoras ou usar widgets (aplicativos) da calculadora financeira HP 12C para smartphones. Com isso, as duas turmas totalizaram 48 participantes.

Dos 48 participantes inscritos foram certificados 29, re-presentando um índice de conclusão de 60,4%. Parte da evasão de 39,6% nas duas turmas se deveu ao rigor quanto ao número de fal-tas (o participante que faltou a três ou mais dos sete dias do curso não recebeu o certificado) e, a outra parte, à desistência sem justifi-cativa. Embora a equipe executora do projeto entendeu ser impor-tante apurar as causas da evasão por desistência, visando eliminá-las ou mitigá-las, não foi possível realizar esse levantamento. A título de sugestão, na realização de projetos que envolvam cursos de capaci-tação é importante realizar pesquisa para apurar tais causas.

O projeto previa a avaliação da atuação dos bolsistas e do curso através de questionário respondido pelos participantes (ver Apêndice I) e avaliação dos participantes com uma lista de exercí-cios, final. Na execução do projeto a equipe optou por cancelar a avaliação dos participantes uma vez que a certificação ficou condi-cionada a uma frequência mínima e não a uma nota mínima.

O questionário foi aplicado no último dia do curso para as duas turmas com um total de 26 respondentes. Cada participante teve de responder seu nível de concordância sobre 10 afirmativas, usando uma das três respostas: 1) discordo da afirmativa, 2) não sei

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responder e 3) concordo com a afirmativa. A Tabela 1 apresenta os resultados percentuais das respostas. A leitura dessa tabela permite inferir algumas conclusões sobre o grau de alcance dos objetivos do projeto.

O objetivo geral, capacitar o trabalhador, foi alcançado uma vez que praticamente todos os respondentes afirmaram que a parti-cipação no curso representou um acréscimo ao seu conhecimento. É importante ressaltar que embora a meta (100 participantes capa-citados) não tenha sido alcançada, em função do exposto anterior-mente, seria factível caso houvesse tempo hábil.

O objetivo específico de proporcionar aos bolsistas uma formação complementar com foco na docência também foi alcan-çado uma vez que 85% ou mais dos respondentes afirmou que os instrutores do curso (no caso os bolsistas) demonstraram segurança e didática quanto ao conteúdo ministrado.

Tabela 1: Respostas ao questionário de avaliação do curso

Afirmativa Discordo Não Sei Concordo

1. Participar do curso representou um acréscimo ao meu conhecimento.

4% 0% 96%

2. A carga horária do curso foi suficiente. 42% 12% 46%3. A carga horária do curso poderia ter sido menor. 85% 8% 8%4. O conteúdo do curso foi condizente com o tema. 0% 0% 100%5.A realização dos exercícios na calculadora ajudou-me a compreender os conceitos.

0% 4% 96%

6. O instrutor explicou o conteúdo de forma clara. 0% 4% 96%7. O instrutor foi seguro ao responder as dúvidas. 0% 15% 85%8. A apostila atendeu as necessidades do curso. 0% 4% 96%9. Os recursos didáticos (projetor multimídia e quadro) foram suficientes.

12% 8% 81%

10. Faria um novo curso proporcionado pelo IFTM em parceria com o SECUA.

0% 0% 100%

Fonte: Próprios autores.

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O objetivo específico de criar canal de divulgação e ação do IFTM junto a entidades representativas do trabalhador também foi alcançado, pois tanto os participantes reconheceram a efetividade da parceira (todos respondentes afirmaram que fariam novo curso promovido pelo IFTM/SECUA) quanto o próprio sindicato (SE-CUA) demonstrou interesse em dar prosseguimento com o projeto de cursos para o ano de 2015.

Por fim, o questionário contemplou uma questão aberta para que cada participante pudesse expressar seu ponto de vista, críticas e sugestões quanto ao curso. Embora não tenham realizado análise de conteúdo sobre os depoimentos, percebeu-se que todos os participantes reforçaram o sentimento de aprovação e aproveita-mento do curso. Salienta-se que as críticas persistentes nos depoi-mentos referiram-se ao tempo destinado ao curso (poderia ter sido ampliado) e a quantidade de exercícios práticos e reais (poderia ter sido maior). O Apêndice 2, desse relato, apresenta uma parte desses depoimentos.

2.3.2 Relato dos bolsistas

A elaboração da apostila e a resolução dos exercícios para aplicação do curso de matemática financeira utilizando a HP 12C facilitaram o processo de ministrar as aulas, devido a maior prepara-ção e obtenção de segurança sobre o conteúdo a ser aplicado entre as turmas.

Verificou-se grande diversidade de pessoas inscritas no cur-so buscando conhecimento sobre matemática financeira utilizando a HP 12C com profundidade; uns sendo o primeiro contato com a calculadora e com a matéria e outros que já sabiam ou já traba-lharam com a calculadora e com os conhecimentos da matemática financeira.

A preparação dos bolsistas para aplicação do minicurso e a força de vontade dos alunos resultaram numa perceptível evolução

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dos alunos, alguns não sabiam sequer operar a calculadora financei-ra. Também percebeu-se o aperfeiçoamento dos alunos que já co-nheciam a calculadora. Enfim, um estudo prático para quem já havia tido algum conhecimento antes e um aprendizado novo para os que estavam procurando ingressar no mercado de trabalho.

O sentimento dos bolsistas quanto a ação de ministrar aulas foi de satisfação, uma vez que a experiência de ensinar os alunos foi recompensada com o crescimento do conhecimento e a dedicação de todos os envolvidos.

Por fim, ficou clara a necessidade de saber o conteúdo a ser trabalhado dentro da sala de aula e como explicá-lo de forma clara. Ao analisar as respostas dos alunos ao questionário inferiu-se que os bolsistas conseguiram realizar seu objetivo de proporcionar o co-nhecimento durante o curso.

3 CONCLUSÃO

Na avaliação da equipe executora do projeto há o entendi-mento de que os objetivos, geral e específicos, foram alcançados de forma satisfatória. Mesmo não tendo alcançado a meta de trabalha-dores capacitados. Considerando as respostas dos participantes do curso percebe-se o sentimento de incremento em suas competên-cias, indo ao encontro do objetivo geral de capacitação do trabalha-dor.

Com relação a formação complementar com foco na docên-cia dos alunos bolsistas que participaram do projeto verificou-se o alcance do objetivo específico na medida em que foram bem avalia-dos pelos participantes dos cursos quanto aos aspectos ligados ao domínio do conteúdo ministrado e a didática.

A criação de um canal de divulgação e ação do IFTM tam-bém foi efetivada, criando inclusive demanda e expectativa de rea-lização do curso para novas turmas em 2015 por parte do SECUA.

Por fim, verificou-se que o projeto teve ótima receptividade

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junto ao seu público-alvo, motivando a sua continuidade para os próximos anos. Reforçam essa afirmação o interesse por parte da entidade parceira (SECUA), disponibilidade imediata das calculado-ras (HP 12C) e existência do material didático elaborado. Enfim, o know how já foi construído e o esforço para capacitação de novas turmas será menor.

4 NOTAS

1Mestre em Administração. Professor EBTT. E-mail: [email protected] em Administração. Professor EBTT. E-mail: [email protected] do CST em Logística. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 3/2013. E-mail: [email protected] do CST em Logística. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 3/2013. E-mail: [email protected].

5 REFERÊNCIAS

INSTITUTO FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO. Reso-lução nº 27, de 26 de novembro de 2012. Dispõe sobre a aprova-ção do regulamento das atividades de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro. Disponí-vel em: <http://www.iftm.edu.br/conselho_superior/resolucoes.php>. Acesso em: 10 dez. 2014.

PEREIRA, A. G.; FIDALGO, F. S. R. A formação continuada como fator de intensificação do trabalho. Olhares, Guarulhos, v. 2, n. 2, p. 135-153, dez. 2014. Disponível em: http://www.olha-res.unifesp.br/index.php/olhares/article/view/244/100. Acesso em: 10 dez. 2014.

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6 APÊNDICES

Apêndice 01: Modelo do questionário aplicado aos participantes do curso.

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Apêndice 02: Depoimentos de alguns participantes Das duas turmas do curso.

“Venho elogiar e agradecer a oportunidade de recordar e aperfeiçoar conhecimento da calculadora.”

“Achei o curso muito bom. Me agregou bastante conheci-mento. Agradeço pela iniciativa de vocês. Não tenho críticas e sugi-ro que vocês continuem ministrando o curso para muitas pessoas.”

“Ótimo curso para ter noções de matemática financeira, tan-to na matemática em si quanto na calculadora. Tempo deveria ser maior.”

“Gostei do curso, me ajudou a ter um maior conhecimento para utilizar no meu trabalho.” “Excelente. + Exemplos práticos e reais para facilitar o aprendizado.”

“O curso foi de grande valia, porém seria melhor se pudés-semos ter mais tempo para aprofundarmos mais no assunto. Espero ter novas oportunidades.”

“Um curso que veio agregar no meu conhecimento. A divul-gação do mesmo foi pela instituição ao qual curso ensino superior, muita bem explicado e ensinado pela professora. Agradeço a parce-ria e elogio e reconheço o IFTM que está formando grandes exem-plos para nossa sociedade. Parabéns aos envolvidos pela iniciativa.”

“O curso foi muito bom, só acho, que tinha que ser, mais tempo de curso”.

“Eu não conhecia nada da HP12C e com este curso de ma-temática financeira me ajudou a entender melhor a mesma. Gostei muito do curso, foi um curso bem preparado. Apostila bem explica-da. A aula dada bem clara, muito bom mas acho que, poderia conter mais dias. PARABÉNS...”

“Foi muito bom. Participaria de outros.”“Eu acho que curso de matemática financeira deveria ser de

mais tempo.”“Meu ponto de vista sobre o curso é dos melhores acrescen-

tou bastante conhecimento sobre a matemática financeira. Deixo a sugestão de que o curso seja de 10 (dez) aulas (30 horas). Parabéns

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aos instrutores.”“Muito enriquecedor, trazendo para o nosso dia a dia, um

melhor entendimento de tudo o que nos é tributado em bancos, crediários etc. Gostei muito dos instrutores (Jeniffer tão cheia de parcimônia e Rodrigo bem divertido).”

“O curso acrescentou o meu conhecimento com a calcula-dora e exercício. Agora é só dar seguimentos nos conhecimentos que tivemos.”

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MICROBIOLOGIA APLICADA ÀS INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS FISCALIZADAS PELO SERVIÇO

DE INSPEÇÃO MUNICIPAL DE UBERABAElaine Donata Ciabotti1 Cíntia Cristina de Oliveira2 Marcella Capuzzo Alvarez3 Rafael

Tavares4 Gustavo Abrahão Masson5 Monalisa Paula Severina6 Giovane Tonelli7 Luiz Otávio de Queiroz Vieira8

RESUMO

Estabelecimentos de produção e comercialização de produtos in-dustrializados de origem animal de Uberaba necessitam de supor-te no controle higiênico e sanitário de seus produtos. O Serviço de Inspeção Municipal realizou o contato entre esse segmento e o IFTM Campus Uberaba a fim de compartilhar experiências com pe-quenos industriais e comerciantes que trabalham com produção ali-mentar na comunidade Uberabense. Foram realizadas 120 análises de 60 produtos de origem animal, incluindo as águas utilizadas pelas indústrias. As indústrias visitadas tinham como o principal proble-ma a qualidade da água e a educação para a higiene, o que levou a equipe do projeto a ministrar cursos de higiene para manipulado-res de alimentos, voltado para três grupos específicos (restaurantes, lanchonetes e barracas da feira de artesanato local - Feirarte). O contato realizado com produtores e a verificação de sua realidade e dificuldades, assim como ter levado a microbiologia ao alcance das pequenas indústrias e comerciantes foi uma experiência enriquece-dora para alunos, professores, profissionais do Serviço de Inspeção Municipal e do segmento produtivo e comercial.

Palavras-chave: Agroindústria familiar, segurança alimentar, Inspe-ção municipal, treinamento de manipuladores.

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1. INTRODUÇÃO

Apesar de ser uma das principais cidades produtoras de car-ne e leite, Uberaba tem uma carência de mão de obra especializada e de orientações técnicas, principalmente no que se refere à higiene na manipulação de alimentos nas suas pequenas e médias agroin-dústrias. Famosos são os queijos e churrasquinhos dessa região, for-temente presentes no cardápio Mineiro e grande contribuição ao turismo local. O Serviço de Inspeção Municipal de Uberaba assim como outros órgãos nacionais, estaduais e municipais de fiscalização da segurança alimentar, têm dificuldade em comprovar a qualidade dos produtos, devido à carência de laboratórios especializados. Com a tradição de vinte e três anos de atuação na área da Tecnologia de Alimentos, o IFTM Campus Uberaba muito pode auxiliar esses produtores a melhorarem a qualidade dos seus produtos e serviços. Da carência citada e dessa experiência do campus nasceu o acordo de mútua cooperação entre o IFTM Campus Uberaba e a Prefeitura Municipal de Uberaba, que desde agosto de 2012 vêm trabalhando juntos nesse projeto. Ou seja, em 2014 o Projeto fez aniversário de 2 anos. O planejamento das ações sempre foi realizado em conjunto: Coordenadora, Veterinários do Serviço de Inspeção Municipal, Téc-nica do Laboratório de Microbiologia e alunos bolsistas e bolsistas e voluntários.

Além disso, promover o contato com a comunidade produ-tora é uma experiência de valor inestimável para alunos e professo-res. Permite a vivência e aplicação dos conhecimentos adquiridos no curso de Tecnologia de alimentos e no Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos, mais especificamente da Microbiologia e da Higiene Alimentar. Essa assessoria abrange o processo produ-tivo desde a aquisição de matéria-prima, passando pela produção, armazenamento e chegando à comercialização de alimentos. Todas as ações desse projeto foram alinhadas com o Projeto Político Peda-gógico Institucional, sem separar o ensino, a pesquisa e a extensão.

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O objetivo geral desse projeto foi compartilhar experiências com pequenos e médios produtores agroindustriais, assentamentos, fornecedores e comerciantes de produtos cárneos e lácteos, detec-tando problemas e discutindo soluções para a melhoria da qualidade dos seus produtos e serviços. Os objetivos específicos foram:

1 – Emitir resultados de análises microbiológicas preventi-vas em pelo menos 3 amostras (matéria-prima, amostras de equi-pamentos, ambientes e manipuladores) por semana provenientes da agricultura familiar, da produção alimentar local de assentados e pequenos produtores agroindustriais;

2 – Orientar o público alvo para a melhoria da qualidade microbiológica da matéria-prima e dos produtos finais baseando-se nos resultados das análises, atendendo cada produtor separadamen-te de acordo com a condição específica, em seu local de trabalho, facilitando o acesso às informações necessárias ao fornecimento de um alimento seguro para a população.

3 – Treinar grupos de alunos em análises microbiológicas, intensificando suas práticas de laboratório, promovendo maior se-gurança na realização e na interpretação das mesmas;

4 – Aplicar os resultados das análises microbiológicas na detecção de problemas higiênicos e sanitários dos alimentos ana-lisados, conversando com o produtor sobre as possíveis causas e soluções para a sua correção.

5 – Estimular os produtores que prezam pela qualidade de seus produtos a continuar fornecer produtos seguros ao consumi-dor, levando a eles a resposta da microbiologia às boas práticas de fabricação.

6 – Divulgar o Curso de Tecnologia de Alimentos e situar o profissional, Tecnólogo em Alimentos, no contexto produtivo.

7 – Visitar diferentes instalações agroindustriais, verificando as diversas possibilidades de implantação e, ao mesmo tempo, visu-alizar as vantagens e dificuldades do seu funcionamento.

8 – Treinar manipuladores, a partir dos conceitos de micro-

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biologia para chegar aos cuidados essenciais da manipulação de ali-mentos.

2 DESENVOLVIMENTO

Os bolsistas foram selecionados seguindo rigorosamente os critérios estabelecidos no edital, sem discriminação de pessoas e sem privilégios a estudantes. No primeiro dia de trabalho foi feita uma reunião para deixar claro o compromisso ético com os produ-tores e com o Serviço de Inspeção Municipal. Uma das regras mais importantes do trabalho foi manter sigilo absoluto sobre os resulta-dos obtidos no laboratório. O principal apelo para isso era que se as informações saíssem do laboratório, o laboratório perderia a credi-bilidade junto aos produtores e à Prefeitura, fechando-se as portas para a nossa Instituição e consequentemente para os estudantes.

As análises microbiológicas foram realizadas semanalmente e seguiram sempre o mesmo ritual:

- Coleta das amostras através do Serviço de Inspeção Mu-nicipal (SIM);

- Recepção das amostras;- Preparação e esterilização de materiais, meios de cultura e

vidrarias para as analises;- Realização das análises e verificação dos resultados (SILVA

et al., 2007); - Elaboração dos laudos (BRASIL, 2001);- Reunião técnica para discussão e comparação com padrão

estabelecido pela legislação: BRASIL (1997); (BRASIL, 201a) e (BRASIL, 2011b);

- Descarte e esterilização de materiais contaminados;- Reuniões e visitas semanais aos produtores e banco de ali-

mentos;- Oferta de Minicurso, sempre organizado em conjunto. Foram realizadas 120 análises de 60 produtos de origem

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animal, incluindo também água utilizada pelas indústrias, obten-do os resultados constantes nas Tabelas 1 e 2.

Em 50% dos casos, o resultado estava dentro dos padrões microbiológicos aceitáveis para a comercialização dos produtos. De acordo com os resultados, a visita para verificação in loco das con-dições da indústria e ainda das entrevistas realizadas os produtores que não conseguiram atingir o padrão microbiológico mínimo ti-nham três problemas básicos: higiene do manipulador, qualidade da matéria-prima (leite, tripas e carne de frango) e qualidade da água.

Assim, foi montado pela equipe, um curso de Higiene na manipulação de alimentos executado por três vezes no ano de 2014, atingindo um total de 40 participantes. Também, foi adaptado o cur-so para lanchonetes, restaurantes e feirantes da Feirarte (Feira de Artesanato de Uberaba) com as especificidades comerciais.

Os cursos foram divulgados para estabelecimentos que fa-zem parte da abrangência do Projeto Alimentação fora do Lar da ACIU (Associação Comercial e Industrial de Uberaba) seguindo a sugestão de datas e horários fornecidos pela mesma. Os estudantes mostraram um pouco do que aprendem no IFTM, levando hon-rosamente o nome da Instituição aos três segmentos. Exercitaram a comunicação com o público e a pesquisa, e ainda aprenderam a fazer adaptações a diferentes públicos, pois o curso tinha que ser modificado, conforme a realidade de cada segmento. Os alunos mi-nistraram as palestrantes, supervisionados pela coordenadora, pre-sente em todos os momentos do curso, suprindo possíveis dúvidas.

Até o mês de julho não foi realizada a análise de Salmonella devido carência de material, que chegou graças ao apoio do Progra-ma de Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos do IFTM. Os estudantes bolsistas participaram das atividades descritas, sem-pre em conjunto. Nada foi feito na ausência dos mesmos e nenhuma ação foi isolada. A equipe trabalhou feliz no laboratório e as visitas técnicas eram o ponto alto do trabalho, que mais satisfez os estu-dantes. Como o transporte da prefeitura é um carro de passeio para

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5 passageiros, apenas 3 estudantes participavam de cada visita, sem-pre com a presença da coordenadora e do veterinário do SIM, Luiz Otávio. Um dos fatos interessantes é que sempre na ausência de um, por motivos justificados, nos cursos ministrados, outro mem-bro assumia, com competência e sem perda de qualidade. Dentro do laboratório outra regra básica é que o trabalho era responsabilidade de todos.

Outra questão específica desse ano foi que se detectou Sal-monella spp em linguiças de três empresas. Na investigação da origem verificou-se que tripas e peito de frango oriundas de fornecedores das fábricas estavam contaminados. Esses fornecedores tinham pro-dutos legalmente adquiridos e legalmente inspecionados, o que nos leva a verificar que falta melhor a qualidade na inspeção federal e nas alfândegas de importação de tripas naturais.

Tabela 1: Produtores e produtos analisados nas pequenas e médias agroindústrias de Ube-raba.

Produtor e data da visita Produto

Art Queijos Indústria e Comércio LTDA - SIM: 208 - 10/04/2014

Leite Pasteurizado, Queijo Minas Frescal, água.

Queijos Delmi - SIM: 215 - 15/10/2013; Laticínios Eduarda SIM 204; Queijaria Santos Reis SIM: 21817/04/2014

Leite pasteurizado, queijo minas padrão, água.

Dandara Milk 24/04/2014Leite de búfala pasteurizado, mussarela de leite de búfala, água.

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Queijaria Trança SIM: 20108/05/2014

Leite cru, queijo nozinho, água.

Beira Rio Indústria de AlimentosSIM 114 13/11/2014

Água, linguiça de frango, linguiça suína, linguiça de pernil

Churrasquinho Uberaba - Murilo Nas-cimento M. E - SIM 107 18/09/2014

Kafta carne, churrasquinho de frango com bacon e água.

Batata Fio Dourado dia 05/05/2014 Batata palha e água

Frango Carijó – SIM: 110Água, filé de frango com banco e linguiça de pernil

Alimentos Bandeirantes – SIM 108Água, tripa suína, tripa de carneiro, peito de frango, massa para quibe, linguiça de frango, linguiça de pernil, linguiça toscana.

Indústria de Embutidos Silvano – SIM 109

Água, linguiça de frango, linguiça suína, linguiça de pernil, churrasquinho de carne bovina e de frango.

N. B. Indústria & Comércio de Alimen-tos LTDA EPP – SIM 105 – (D e A)

Água, linguiça de pernil e linguiça de frango

Natureza Orgânica – Projeto Queijo Orgânico FAZU SIM 238

Queijo minas frescal, leite cru e água

Laticínios Eduarda – SIM 204 Queijo nozinho, leite e água

Rancho PRODOMA sim 203 Queijo minas frescal, leite e água

Queijo da Roça - SIM 223 Queijo minas prensado, leite e água

Continuação...

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Tabela 2: Análises realizadas nos diferentes tipos de produtos.

Produto Análises realizadas

Leite Pasteurizado, Leite de Búfala pasteuri-zado, leite cru

Coliformes totais e termotoleran-tes; Aeróbios Mesófilos e Samonella

Queijo Minas Frescal temperado e sem tem-pero, Queijo Minas Padrão, Mussarela de lei-te de búfala, Mussarela Nozinho,

Coliformes totais e termotoleran-tes; Staphilococcus coagulase positiva e Samonella

Água Coliformes totais e termotolerantes

Linguíça de pernilColiformes totais e termotoleran-tes; Staphilococcus coagulase positiva e Samonella

Linguiça de frango, Linguiça suína, Kafta carne, Kafta de frango, Churrasquinho de frango com bacon, Espeto de carne e peito de frango sem tempero.

Coliformes totais e termotolerantes e Samonella

Cenoura desidratada, Sopa desidratada, Mandioca desidratada

Contagem de aeróbios mesófilos e bolores e leveduras; Coliformes to-tais e termotolerantes; Staphilococcus coagulase positiva e Samonella

Tripa suína e tripa de carneiroColiformes totais e termotolerantes e Samonella

3 CONCLUSÃO

A equipe visitou 16 estabelecimentos de produção de deri-vados da carne e produtores de queijos de Uberaba. As instalações para produtos cárneos foram consideradas boas, carecendo apenas de educação do manipulador e, em um caso, de ampliação. As ins-talações para produtos lácteos, no entanto, são mais desprovidas de boas instalações e também carecem de educação para o manipula-

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dor. O produtor de queijos e de linguiças é penalizado com a má qualidade da matéria prima. O manipulador não tem preparo técni-co suficiente para exercer a função e a inconstância de funcionários não permite um treinamento eficaz desses trabalhadores. A água do meio rural está muito contaminada e os produtores desconhecem seus riscos, sua qualidade e ainda os mecanismos de tratamento des-sa água. O trabalho do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) com a comunidade produtora da região é essencial para a conscientização dos mesmos sobre a importância dos cuidados higiênicos na pro-dução e aceitação das Tecnologias a serem adotadas e consequente-mente para o sucesso do trabalho de extensão. Ao mesmo tempo, o trabalho do Laboratório de Microbiologia do IFTM deu apoio e respaldo ao trabalho do SIM, comprovando através das análises a qualidade dos produtos, e em alguns casos as falhas dos mesmos. Para o próximo ano, além de continuar com as análises e treinamen-to de manipuladores, pretende-se avançar para o controle de qua-lidade do leite, alcançando os pequenos fornecedores e inserindo novos treinamentos que abranjam o controle da matéria-prima na recepção do leite.

A atividade proporcionou novas experiências e crescimento a toda equipe.

4 NOTAS

1Doutora em Agronomia. Professor EBTT. E-mail: [email protected]óloga em Alimentos. Técnica do Laboratório de Microbiologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro. E-mail: [email protected] em Tecnologia de Alimentos. Bolsista do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] em Tecnologia de Alimentos, bolsista do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] em Tecnologia de Alimentos. Bolsista do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected].

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6Graduanda em Tecnologia de Alimentos. Bolsista do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Diretor do Serviço de Inspeção Municipal de Uberaba. E-mail: [email protected] Médico Veterinário. Serviço de Inspeção Municipal de Uberaba. E-mail: [email protected].

5 REFERÊNCIAS

SILVA, N.; JUNQUEIRA, V.; SILVEIRA, N. Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos e água. São Paulo,SP: Livraria Varela, 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria SVS/MS nº 326, de 30 de julho de 1997: aprova o Regulamento Técnico sobre “Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Esta-belecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos”. 1997. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/search.php>. Acesso: 15 out. 2012.

_______. Ministério da Agricultura. Resolução da Diretoria Co-legiada Nº12, de 02 de janeiro de 2001: aprova o Regulamento Técnico sobre “Padrões microbiológicos para alimentos”. 2001. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connec-t/a 47bab804 7458b9 0 9541d53fbc4c6735/RDC_12_2001.pdf?-MOD=AJPERES>. Acesso em: 10 jul. 2013.

_______. Portaria n° 2.914 de 12 de Dezembro de 2011. 2011a Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br>. Acesso: 15 out. 2012.

_______. Instrução Normativa Nº 62, de 29 de dezembro DE 2011. 2011b. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br>. Aces-so: 15 out. 2012.

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NÚCLEO DE ESTUDOS PARA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS SEGUROS – NEPAS – NA CAPACITAÇÃO DE MANIPULADORES DE

ALIMENTOSDeborah Santesso Bonnas¹, Elaine Alves dos Santos², Lorraine Cristina Araújo Dantas³,

Mislene das Graças de Paula³, Renata Beatriz de Almeida Silva³, Thamires da Silva Pereira³

RESUMO

O presente projeto teve como objetivo contribuir para a melhoria da qualificação dos profissionais e consequentemente da qualidade dos produtos alimentícios produzidos e manipulados por ambulantes e pequenos empreendedores através das atividades do Núcleo de Extensão em Produção de Alimentos Seguros (NEPAS) no IFTM Campus Uberlândia, por meio da oferta de cursos de Segu-rança Alimentar na Manipulação de Alimentos. Estes cursos visam permitir aos alunos do curso superior de Tecnologia em Alimentos atuar junto a pequenos empresários e ambulantes informais, por meio da oferta de cursos de qualificação, assim como propiciar a orientação tecnológica pelo repasse e desenvolvimento de tecno-logias em situações que necessitam ser ajustadas à legislação, mas que devem manter características culturais e regionais como em al-guns alimentos chamados “alimentos de rua”. As atividades foram desenvolvidas de abril a novembro de 2014, pela parceria entre o SEBRAE e IFTM. Nos meses de maio e outubro foram realiza-dos dois cursos de 40 horas para responsáveis técnicos na manip-ulação de alimentos. Foram capacitados 70 manipuladores atingin-do a proposta do projeto de promover inclusão social de jovens e adultos trabalhadores garantindo-lhes acessibilidade à qualificação profissional em alimentos, no âmbito de uma proposta pedagógica.

Palavras-chave: Qualificação profissional. Higiene. Alimento seguro.

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1 INTRODUÇÃO

O comércio informal de produtos alimentícios pode levar a problemas significativos como a dificuldade de controle da qualida-de higiênico-sanitária do grande número de alimentos de rua, devi-do à grande diversidade, mobilidade dos vendedores ambulantes e natureza temporária da atividade. Esta questão pode estar associada à baixa escolaridade e pouco conhecimento dos ambulantes sobre noções básicas de alimentos seguros e de boas práticas de fabrica-ção, mas também à intenção de lucro rápido com a utilização de matéria-prima de qualidade duvidosa, tanto em termos higiênico-sa-nitários, quanto em relação aos aspectos nutricionais.

O presente projeto teve como objetivo contribuir para a melhoria da qualificação dos profissionais e consequentemente da qualidade dos produtos alimentícios produzidos e manipulados por ambulantes e pequenos empreendedores através das atividades do Núcleo de Extensão em Produção de Alimentos Seguros (NEPAS) no IFTM Campus Uberlândia, por meio da oferta de cursos de Segu-rança Alimentar na Manipulação de Alimentos. Estes cursos visam permitir aos alunos do curso superior de Tecnologia em Alimentos atuar junto a pequenos empresários e ambulantes informais, por meio da oferta de cursos de qualificação, assim como propiciar a orientação tecnológica pelo repasse e desenvolvimento de tecnolo-gias em situações que necessitam ser ajustadas à legislação, mas que devem manter características culturais e regionais como em alguns alimentos chamados “alimentos de rua”.

2 DESENVOLVIMENTO

O termo “manipulador de alimentos” é genericamente utili-zado para classificar todas as pessoas envolvidas com alguma parte da produção de alimentos, incluindo os que colhem, abatem, arma-zenam, transportam, processam ou os preparam, compreendendo

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nesse universo os trabalhadores da indústria e comércio de alimen-tos, ambulantes e até donas de casa (GERMANO et.al, 2000 apud ANDREOTTI, et. al., 2003).

Entretanto, esses profissionais geralmente não têm total consciência do real perigo que as variadas fontes de contaminação representam, e, também, de como evitá-las (SILVA et.al., 2012). Dessa forma, a falta de esclarecimentos entre as pessoas que traba-lham na produção de alimentos contribui de maneira significativa para a sua contaminação, se fazendo necessário adotar, através de capacitações, medidas sanitárias rigorosas na manutenção de um pa-drão adequado de higiene dos indivíduos que trabalham em serviços de alimentação (SILVA et.al., 2012).

Embasado nisso, o presente projeto de extensão Núcleo de Estudos para Produção de Alimentos Seguros (NEPAS), objetivou a qualificação de manipuladores de alimentos da cidade de Uberlân-dia – MG quanto à produção de alimentos livres de contaminação, de acordo com as exigências Agência Nacional de Vigilância Sanitá-ria (ANVISA), conforme RDC 216/2004 (BRASIL, 2004). Assim, o trabalho pretendeu contribuir à população uberlandense, com a oferta de produtos de melhor qualidade e segurança microbiológica.

Desde 2013 as atividades dos NEPAS são desenvolvidas em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Uberlândia- ACIUB e o Serviço de Apoio a Pequenas e Micro Empresas – SE-BRAE, por meio do Programa EMPREENDER.

Segundo ACIUB (2010) o Programa Empreender é um programa de mobilização, onde empresários de micro, pequenas e médias empresas se reúnem, trocam experiências, auxiliam-se e conquistam mercados, atuando como agentes estratégicos no pro-cesso de desenvolvimento de nossa cidade e região. O objetivo é contribuir para o aumento da competitividade das MPME´s (micro, pequenas e médias empresas).

A seguir serão relatadas as atividades realizadas no período de abril a novembro de 2014.

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Conhecimento da proposta, orientação e preparação para as atividades do projeto

Ao dar início a execução do projeto de extensão, realiza-ram-se reuniões, nas quais foram apresentados o conteúdo progra-mático do curso e seus componentes curriculares, os quais são es-tabelecidos pela RDC 216/2004. Foi permitido que cada bolsista escolhesse, por afinidade ao assunto, o componente curricular que ministraria.

O material didático foi elaborado embasado na Cartilha so-bre Boas Práticas para Serviços de Alimentação – GICRA, publica-ção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Para a elaboração do material, os estagiários/bolsistas também utilizaram as apostilas e anotações adquiridas nas disciplinas já cursadas na gra-duação.

Foram preparados roteiros de aulas, abordando os temas:

• Doenças transmitidas por alimentos • Saúde do manipulador• Manual de Boas Práticas de Fabricação e Procedimentos

Operacionais Padronizados• Conservação dos Alimentos• Noções básicas sobre microbiologia

Os bolsistas participantes desenvolveram os materiais ins-trucionais e recursos a serem utilizados durante as aulas

Para a elaboração de todas as aulas, seguiu-se um cronogra-ma previamente proposto pela orientadora do projeto.

As aulas foram elaboradas pelas participantes do projeto, e verificadas pela orientadora do mesmo, realizou-se também dinâmi-cas que possibilitavam de uma forma clara e objetiva a importância de uma boa higienização do manipulador e utensílios, facilidade de contaminação cruzada e demonstração através de placas de labora-tório a rapidez da proliferação de microrganismos.

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2.1 Desenvolvimento dos Cursos

Local de realização Os cursos foram ministrados na ACIUB (Associação Co-

mercial e Industrial de Uberlândia), que se localiza na Avenida Vas-concelos Costa, 1500 - Bairro Martins Uberlândia - Minas Gerais, das 19h as 22h30 nos períodos de maio e novembro de 2014.

O recrutamento dos participantes foi realizado pela ACI-UB/SEBRAE sendo que no primeiro curso participaram 24 e no segundo foram 45 participantes.

Antes do início dos cursos foi aplicado um questionário avaliativo sobre o conhecimento dos participantes em relação às Boas Práticas de Fabricação e identificar as deficiências de infor-mações dos participantes. No decorrer do curso todas as questões abordadas no questionário foram trabalhadas para sanar as dúvidas dos participantes ao final do curso.

No segundo curso realizado em novembro um questionário foi aplicado no início e ao final do mesmo para avaliar os conheci-mentos adquiridos durante a capacitação.

O Gráfico 1 demonstra os resultados obtidos na aplicação do questionário diagnóstico no inicio do segundo curso.

Gráfico 1: Resultado do questionário diagnóstico aplicado inicialmente avaliando o conhe-cimento em Boas Práticas de Fabricação dos participantes – Curso para Manipuladores de Alimentos – IFTM – Uberlândia/2014

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O Gráfico 2 demonstra o resultado após a aplicação do mes-mo questionário ao final do segundo curso.

Grafico 2: Resultado do questionário aplicado após o curso, avaliando o conheci-mento em Boas Práticas de Fabricação – Curso para Manipuladores de Alimentos – IFTM – Uberlândia/2014

Observou-se uma melhora significativa dos conhecimentos obtidos, pois inicialmente os participantes em sua maioria não atin-giram 60% de acertos. Após o curso a maioria acertou acima de 80% das questões referentes a manipulação higiênica dos alimentos.

3 CONCLUSÃO

O projeto de extensão permitiu qualificar os manipuladores quanto à produção de alimentos seguros, seguindo as políticas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), auxiliando-os a se adequarem às legislações vigentes. Com base nisso, contribuiu à sociedade por possibilitar a oferta de produtos alimentícios de maior qualidade e segurança higiênico-sanitária à população.

Aos bolsistas foi proporcionada a ampliação do conteúdo adquirido no decorrer das disciplinas cursadas, através de atividades, permitiram agregar experiência profissional e pessoal aos mesmos, além de obter contato com a realidade da profissão. Através do tra-

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balho realizado tornou-se possível o desenvolvimento de habilida-des e competências capazes de preparar os estudantes para o merca-do de trabalho e possivelmente para a carreira acadêmica, uma vez que adquiriram aptidões e didática ao ministrar o curso.

4 NOTAS

1Doutora em Ciência dos Alimentos. Professor EBTT do Curso Superior de Tecnologia em Alimentos. Coordenadora. E-mail: [email protected]óloga em Alimentos. Técnica em laboratório de agroindústria.3Discentes. Bolsistas de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected].

5 REFERÊNCIAS

ANDREOTTI, A. et al. Importância do treinamento para manipu-ladores de alimentos em relação a higiene pessoal. Revista Cesu-mar, Maringá, v.5, n.1, p.29-33, jan.-jun. 2003.

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL E COMERCIAL DE UBERLAN-DIA - ACIUB. O Programa EMPREENDER . 2010. Disponí-vel em <http://www.empreenderuberlandia.com.br/empreender.php>Acesso em: 22 nov. 2014.

BRASIL. Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. Dis-põe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. Diário Oficial da União, Poder Executivo, de 16 de setembro de 2004.

SILVA, M. N. da et al.. Importância de capacitação para manipu-ladores de alimentos em serviço de alimentação na cidade de San-ta Maria (RS). SEMINÁRIO DE NUTRIÇÃO DA UNIFRA, 7., 2012, Santa Maria. Anais.... Santa Maria: Centro Universitário Fran-ciscano, 2012.

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SAÚDE NUTRICIONAL NA ESCOLA (AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO) EM

UBERABA-MGEstelamar Maria Borges Teixeira1, Loriana Linhares Teixeira2, Cintia Cristina Oliveira3,

Lucas de Paula Bariri4, Sayuri Morikane5

RESUMO

Este projeto avaliou o estado nutricional de escolares da rede publica estadual de Uberaba-MG, segundo sexo, faixa etária verificando o consumo de macro e micronutrientes ingeridos na alimentação e suas condições higiênicas sanitárias. Participaram do projeto dois bolsistas do ensino médio, uma aluna de mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos e um técnico de laboratório. Fo-ram avaliados 541 alunos, sendo 235 crianças e 306 adolescentes. Para avaliação do estado nutricional foram coletadas medidas antro-pométricas (peso e altura) para a determinação do Índice de Massa Corporal. Constatou-se que 85,59% dos estudantes estavam eutrófi-cos (peso ideal), 0,18% desnutridos, 9,98% com sobrepeso e 4,25% com obesidade. Ao analisar a merenda verificou-se que a mesma não supre as recomendações energéticas preconizadas pelo PNAE de 70% das recomendações (1000 a 1700 Kcal) para a faixa etária considerada no projeto, oferecendo em média 905 calorias diárias. Foram investigadas as principais bactérias causadoras de toxinfec-ções alimentares nas refeições servidas, mãos de manipuladores e ambiente de preparo (Coliformes termotolerantes e Escherichia coli, Sthaphilococcus coagulase positiva, aeróbios mesófilos e Coliformes fecais). Verificou-se que a alimentação servida encontra-se dentro dos padrões, ou seja, próprios para consumo, devido à contagem dentro do permitido para todas as análises citadas. A pesquisa sugere que após a identificação dos fatores e riscos nutricionais, estratégias de intervenção incentivando o desenvolvimento de hábitos alimen-

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tares saudáveis poderão ser abordadas com os alunos, colocando a questão nutricional como componente fundamental de promoção de saúde.

Palavras-chave: Avaliação nutricional. Alimentação escolar. Condi-ções higiênico-sanitárias. Escolares. Adolescentes.

1 INTRODUÇÃO

Escolares e adolescentes estão em fase de crescimento rá-pido e necessitam de aporte energético suficientes para seu desen-volvimento. Uma das condições essenciais para a promoção e a ma-nutenção da saúde é a ingestão de alimentos adequados de acordo com as recomendações para cada faixa etária e, também, dentro dos padrões higiênico-sanitários satisfatórios, já que a deficiência nesse controle é um dos fatores responsáveis pela ocorrência de surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos.

O panorama nutricional no Brasil apresentou mudanças marcantes a partir de 1974, sendo assim a baixa estatura de crianças menores de cinco anos decaiu em torno de 75%, entre a linha de base de 1974/1975 e nos anos de 2002/2003 (IBGE, 2006). Simul-taneamente, inicia-se a elevação epidêmica do sobrepeso/obesidade em adultos, com variações notáveis de sexo e de área geográfica. Em sentido oposto à marcante diminuição da desnutrição em crian-ças, a obesidade em homens adultos praticamente triplicou entre a metade dos anos 70 e o início dos anos 2000, aumentando em mais de 50% nas mulheres. Em 1974/1975, a prevalência de baixo peso para estatura em mulheres e homens adultos era bem maior do que a ocorrência de obesidade. No entanto, o peso excessivo (IMC en-tre 25-29,9kg/ m2) já se manifestava em 18% dos homens e 27% das mulheres. Desde então, instalou-se o processo epidêmico do sobrepeso/obesidade que, atualmente, já atinge cerca de 50% da população ( BATISTA FILHO et al., 2008).

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Para contribuir com a construção da Segurança Alimentar e Nutricional, nas escolas, este projeto desenvolveu avaliação nutricio-nal das crianças, atividades sobre alimentação e nutrição de forma transversal e interdisciplinar com seus alunos, promoveu palestras , oficinas de alimentação e nutrição e implantação de Boas Práticas de Fabricação (BPF) da merenda e a construção do conhecimento crítico e estimulando um viver mais saudável.

2 DESENVOLVIMENTO

Esse projeto foi desenvolvido em uma Escola Estadual de Uberaba-MG.

Onde se encontram matriculadas 235 alunos de 1º ao 6º ano (em idade escolar) sendo 193 do sexo feminino e 42 do sexo mas-culino e 280 alunos do 7º ao 9º ano (adolescentes), totalizando uma amostra de 515 escolares.

A escola funciona, atualmente, no período matutino como semi-internato e no vespertino como escola regular de ensino.

As atividades da escola são realizadas em tempo integral ou parcial. No período matutino a instituição recebe exclusivamente as meninas para atividades que envolvem desde noções básicas de higiene, reforço escolar, informática, dança, música, natação, curso de bordado e aulas de artesanato.

Os alunos de tempo parcial recebem uma refeição: o lanche vespertino, enquanto os alunos do período integral recebem além do lanche vespertino, o desjejum e o almoço.

Este projeto teve como objetivo avaliar nutricionalmente as crianças através de seus dados antropométricos (peso e altura), me-didas essas que são periodicamente verificadas pelo Programa na Escola (PSE) o qual foi nosso parceiro fornecendo os dados das crianças e capacitando nossos bolsistas com o curso de antropome-tria através da Secretaria Municipal da Saúde.

Participaram deste trabalho 1 (uma) aluna do curso de

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Mestrado Profissional em Ciências e Tecnologia de Alimentos, 2 (dois) bolsistas do curso integrado em Manutenção e suporte em informática e uma técnica em laboratório. Orientados pela professora dos cursos de Tecnologia em Alimentos e mestrado profissional em Tecnologia de Alimentos. Os alunos participan-tes do projeto foram treinados pela equipe do PSE da secretaria Municipal da Saúde para aferição de medidas de peso e altura.

As fichas contendo as informações gerais (nome, data de nascimento, peso, altura) de todos os alunos foram digitados em planilhas eletrônicas (Excel 2007 para Windows) antes de iniciar a análise dos dados.

A merenda e a água da escola foram coletadas aleatoria-mente em triplicata (3 amostras) e levadas para análises micro-biológicas, no laboratório de microbiologia do Campus Uberaba. As amostras de alimentos foram analisadas de acordo com a Re-solução RDC nº 12 de 02 de janeiro de 2001 (BRASIL, 2001), que estabelece os critérios e padrões microbiológicos para ali-mentos.

Com a finalidade de verificar as condições higiênico-sani-tária das instalações, do armazenamento, da produção, da higie-nização das mãos das merendeiras, foi utilizada a técnica do es-fregaço de superfície swab, conforme recomendação da APHA.

Após avaliação nutricional verificamos, conforme tabela 1, que cerca 97% dos meninos e 94% das meninas em idade es-colar (7 a 11anos) encontram –se com peso ideal para idade e al-tura. Esse número já diminui entre os adolescente (11 a 15 anos) 78% deles estão com peso ideal. Nessa faixa etária 14% deles estão com sobrepeso e 7% com obesidade já instalada.

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Tabela 1: Estado nutricional das crianças.

Estado Nutricional

Masculino Feminino

Crianças Adolescentes Crianças Adolescentes

n % n % n % n %

Baixo Peso 0 0,00 0 0,00 1 0,52 0 0,00

Peso Ideal 41 97,62 67 78,82 181 93,78 174 78,73

Sobrepeso 1 2,38 12 14,12 10 5,18 31 14,03

Obesidade 0 0,00 6 7,06 1 0,52 16 7,24

Total 42 100 85 100 193 100 221 100

Os resultados apresentados sobre obesidade na adolescência coincidem com o índice encontrado por Neutzling et al (2000) de 10,6% nas meninas e 4,8% nos meninos, sendo que na região Sul do País os índices de prevalência chegaram a 13,9%.

De modo geral, as pesquisas nacionais nos últimos anos vêm apontando um considerável declínio da desnutrição, indicando que em pouco mais de dez anos a desnutrição infantil poderá deixar de ser um problema de Saúde Pública no Brasil. Os principais fatores destacados para tal evolução se devem ao aumento da escolaridade materna, ao crescimento do poder aquisitivo das famílias, à expan-são da assistência à saúde e à melhoria das condições de saneamento (MONTEIRO et al., 2009).

Este resultado reflete a transição nutricional observada na população brasileira, que aponta um aumento na prevalência da obesidade e outras doenças crônico-degenerativas a elas associadas na vida adulta e, a adolescência, uma fase crítica para esta transição (MONTEIRO et al., 1995). Portanto, observou-se o porcionamento e avaliou o valor energético da alimentação servida.

Conforme o Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE, o cardápio da merenda escolar deve ser planejado para atender, no mínimo 70% das necessidades nutricionais dos alunos

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beneficiados.A recomendação estabelece que o aluno receba entre 1000 a

1700 kcal (considerando a ampla faixa etária de 6 a 15 anos do pro-grama nessa escola) diariamente, considerando o período em que o aluno permanece na escola.

Tabela 2: Médias das calorias consumidas por aluno por dia.

Refeição Média de calorias (kcal)

Desjejum 146,96

Almoço 429,5

Lanche da tarde 328,55

TOTAL 905,01

Conforme acompanhado durante a coleta, os cardápios são rotativos estabelecidos em 5 semanas.

Para o desjejum, diariamente serve-se pão francês com mar-garina, e a bebida é leite com achocolatado ou chá mate. Para o almoço, a preparação arroz é servida diariamente, variando o acom-panhamento que pode ser feijão, carnes, farofas e massas. No lanche da tarde, a variação é maior e são servidos preparações com arroz, feijão e carnes; pão com leite; arroz doce; canjica e sopas.

Observa-se que a merenda oferecida pela escola, com o cardápio do dia da pesquisa, ofereceu uma média de 905 calorias por aluno, e por isso não atendeu a recomendação estabelecida pelo PNAE quanto ao conteúdo calórico.

Tal constatação sugere um alerta em relação ao porciona-mento e a aceitação da merenda escolar que está sendo servida, e pode indicar a necessidade de um acompanhamento de profissio-nais da área de alimentação e nutrição a fim de realizar as adequa-ções propícias ao planejamento e execução dos cardápios.

Para as análises microbiológicas coletou-se amostra de ali-

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mento preparado, do ambiente, copos, pratos, bancos, mesas e das mãos dos manipuladores da merenda, investigando as principais bactérias causadoras de toxinfecções alimentar (Coliformes ter-motolerantes e Escherichia coli,Sthaphilococcus coagulase positiva , ae-róbios mesófilos e Coliformes fecais). O método utilizado foi do Swab para mãos superfície e ambientes. COLIFORMES TOTAIS E TERMOTOLERANTES, Número mais Provável (NMP), ES-TAFILOCOCOS COAG. POSITIVA. Contagem Direta em placas (APHA); CONTAGEM DE AERÓBIOS MESÓFILOS (PCA): Contagem Direta em placas. Entre os alimentos pesquisados (pão com margarina, leite achocolatado, arroz, feijão e carne bovina com mandioca) encontram-se dentro do padrão, ou seja, próprios para consumo, devido à contagem dentro do permitido para todas as análises citadas acima, segundo os padrões estabelecidos pela a Re-solução - RDC n° 12 de 2 de janeiro de 2011. A salada de berinjela com tomate encontra-se dentro do padrão, ou seja, própria para consumo, devido à contagem dentro do permitido para todas as análises de coliformes e estafilococos, segundo os padrões estabele-cidos pela a Resolução - RDC n° 12 de 2 de janeiro de 2011.Porém a contagem alta de aeróbios mesófilos, indica higienização precária no preparo da salada, necessitando assim, de medidas de higiene melhores. As mãos dos manipuladores e as superfícies de manipu-lação, bancos, mesas e ambientes apresentam Contagens baixas, o que pode indicar higiene de mãos, moveis (mesas e bancos) e equi-pamentos eficiente.

As intervenções para a prevenção do excesso de peso, obesi-dade infantil e controle de peso proposta no projeto não foi possível executar devido ao tempo. Observamos e concluímos que tais pro-jetos devem ser separados e baseados em princípios onde a inter-venção tem foco em educação e, principalmente, abordar os fatores ambientais e sociais para promover e apoiar a mudança de compor-tamento. Ele também deverá incluir a educação sobre o aumento da atividade física, a integração de novas iniciativas monitoradas, avalia-

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das e documentadas. Para garantir a sustentabilidade do projeto de prevenção e de cuidados de saúde primários. Para tal será proposto à continuidade em um projeto só de Intervenção no ano de 2015.

3 CONCLUSÃO

O presente trabalho sugere que por meio da identificação, diagnóstico e análise dos fatores nutricionais desses escolares, po-derão ser construídas estratégias e modelos de intervenção eficazes, interferindo positivamente nos indicadores de saúde desse grupo e colocando a questão nutricional como componente fundamental de promoção de saúde no âmbito e escolar.

Como a escola não oferece a quantidade calórica necessária à faixa etária atendida, a investigação da obesidade deve incidir, tam-bém, nas famílias de adolescentes com maus hábitos alimentares.

Na alimentação escolar a oferta regular dos alimentos é es-sencial ao crescimento e desenvolvimento na infância, e em quanti-dade adequada, é um recurso essencial para diminuir a prevalência de doenças.

4 NOTAS

1Doutora em Alimentos. Professor EBTT do curso de Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Coordenadora. E-mail: [email protected] do curso Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 01/2013. E-mail: [email protected]óloga em alimentos. Técnica de Laboratório do IFTM. E-mail: [email protected] do Curso Técnico de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 01/2013. E-mail: [email protected] do Curso Técnico de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 01/2013. E-mail: [email protected].

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5 REFERÊNCIAS

BATISTA FILHO, M. et al. Anemia e obesidade: um paradoxo da transição nutricional brasileira. Cad Saúde Pública v. 24 Suppl, n. 2, p. 247-57, 2008.

IBGE. Pesquisa de orçamentos familiares no Brasil, 2002/2003. Antropometria e análise do estado nutricional de crianças e adoles-centes no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2006.

NEUTZLING, M. B. et al. Overweight and obesity in Brazilian ad-olescents. Int J Obes Relat Metab Disord, v. 24, p. 869-874, 2000.

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SOFTWARE LIVRE NA ESCOLA: LINUX EDUCACIONAL E OBJETOS DE

APRENDIZAGEMVinícius Ferreira Vense1, Sylvio Gonçalves Silva Júnior2, Darcius Ferreira Lisboa3,

Ricardo Soares Bôaventura4, Daniela Portes Leal Ferreira5, Fábio Henrique Monteiro Oliveira6

RESUMO

O projeto Software Livre na Escola: linux educacional e ob-jetos de aprendizagem foi aprovado pelo Edital 03/2013 da Pró-rei-toria de Extensão. O presente projeto oferece um curso de extensão para os professores da rede pública municipal da cidade de Uber-lândia utilizando a plataforma Linux Educacional 3.0. As Escolas de Uberlândia são, em sua maioria, equipadas com computadores contendo o Linux Educacional, obtidos através dos programas do Governo Federal. O Linux Educacional 3.0 é uma distribuição Gnu/Linux com identidade própria e apresenta características que facilitam sua utilização no processo de ensino/aprendizagem. Por-tanto, com o avanço tecnológico torna-se urgente a habilitação dos professores para o uso das “Novas Tecnologias” como instrumento de apoio a formação humana e, na Educação, como recurso de me-diação ao acesso à Informação.

Palavras-chave: Linux Educacional, lousa digital, objetos de apren-dizagem

1 INTRODUÇÃO

A instituição educativa, especificamente a de ensino supe-rior, deverá colocar-se como um agente comprometido com a ação social, movido por um compromisso ético na medida em que bus-que ajudar a superar as desigualdades sociais. Nesse sentido a tec-nologia da informação é um dos principais meios que possibilita,

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através da inclusão digital, diminuir as diferenças sociais. A partir das experiências dos alunos estagiários do curso de Licenciatura em Computação percebeu-se que os laboratórios da rede pública das es-colas de ensino fundamental de Uberlândia são subutilizados devido à falta de habilitação do professor para aplicar as novas tecnologias de informação como recurso didático. Um dos motivos apresenta--se na resistência do professor ao uso do sistema operacional Linux Educacional (COSCARELLI et al., 2005; XAVIER, 2005; FREIRE; PAPERT, 2010).

O objetivo geral do projeto é oportunizar e preparar os pro-fessores da rede pública municipal e estadual para utilização de re-cursos computacionais (Sistemas operacional Linux Educacional e Softwares Livres) e recursos da Internet, refletindo sobre o impacto dessas tecnologias nos diversos aspectos da vida, da sociedade e da sua prática pedagógica.

2 DESENVOLVIMENTO

Após a seleção dos bolsistas foi definido que seria realizado levantamento bibliográfico sobre os conteúdos que seriam utiliza-dos para ministrar o curso de extensão para os professores da rede municipal de Uberlândia a fim de desmistificar a utilização de tecno-logias como ferramenta educativa.

Em uma primeira parte os bolsistas fizeram um estudo mi-nucioso sobre todos os conteúdos que seriam abordados no curso de extensão. Depois desse estudo, os mesmos iniciaram um proces-so de construção de apostilas que abordassem os seguintes conteú-dos: i) introdução a computação; ii) sistema operacional; iii) sistemas de virtualização como o VirtualBox; iv) Sistema operacional Linux e Linux Educacional; v) instalação do sistema operacional Linux Educacional; vi) utilização e buscas de objetos de aprendizagem; vii) lousa digital e vii) Internet e Google Drive. Após a construção das apostilas um CD foi gravado com todos os materiais necessários

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para os estudantes do curso de extensão.Paralelamente os coordenadores e professores responsá-

veis procuraram a Secretaria Municipal de Educação da cidade de Uberlândia para divulgar o projeto e verificar a possibilidade de uma parceria para o oferecimento do curso aos professores da rede mu-nicipal.

O curso foi divulgado em parceria com o NET/CEMEPE - Núcleo de Tecnologia e Educação do Centro Municipal de Estudos e Proje-tos Educacionais Julieta Diniz, através do site: http://www.ntecemepe.com/home/cursos-nte/cursolinuxeducacionaleobjetosdeaprendi-zagem. O curso de extensão ficou agendado para terça-feira, quarta--feira e quinta-feira entre os dias 18 de novembro até 11 de dezem-bro no período noturno.

Com o curso divulgado e todo o material didático finaliza-do teve como objetivos: i) capacitar os professores para o uso do sistema operacional Linux Educacional e ferramentas da internet; ii) Estimular o uso dos laboratórios através de atividades práticas desenvolvida com o auxilio de objetos de aprendizagem e da lousa digital; iii) Desenvolver habilidades tecnológicas que contribuirão para a execução de suas atividades docentes; e iv) servir como ins-trumentos de inclusão digital e social aos docentes.

O curso foi desenvolvido através de aulas dialógicas em la-boratório de informática do IFTM Campus Uberlândia Centro, con-tendo um equipamento por aluno, onde o aluno foi instigado a ques-tionar, opinar e participar ativamente nas atividades. Foi utilizado projetor multimídia, quadro branco, lousa digital para demonstração de procedimentos técnicos e a cada módulo exercícios práticos.

2.1 Resultados

O curso de extensão teve início com a apresentação do cro-nograma de execução e durante duas semanas todos os bolsistas e professores da rede municipal estiveram imersos em conceitos

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referentes a processos educacionais relacionados a ferramentas in-formatizadas e processos alternativos para melhorar ensino apren-dizagem.

O curso oferecido teve um total de 40 aulas e foram ca-pacitados 10 professores pertencentes à diferentes escolas da rede municipal de ensino da cidade de Uberlândia.

Todas as apostilas preparadas no curso estão disponíveis em Vense et al. (2014). No final do curso o mesmo foi avaliado por todos os professores participantes da rede municipal da cidade de Uberlândia. A Figura 01 apresenta o questionário de avaliação.

Figura 1: Questionário de avaliação do curso

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As perguntas foram realizadas no questionário para verifi-car se os professores compreenderam o que foi abordado no curso (Figura 02).

Figura 2: Questionário avaliativo sobre os conteúdos do curso de exensão

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Os questionários foram respondidos por todos os profes-sores que realizaram o curso e o resultado apresentou que: 80% informaram ser ótima a postura dos bolsistas e 20% consideram a postura boa; 90% informaram que os equipamentos do IFTM Cam-

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pus Uberlândia Centro estavam ótimos para a condução do curso de extensão; 70% que o espaço físico estava adequado para o ofere-cimento do curso; 80% dos entrevistados avaliaram o curso como ótimo; 70% dos entrevistados informaram que a carga horária do curso estava boa e 30% estava ótima; 100% indicariam o curso para outros professores e 100% dos entrevistados fariam outros cursos de extensão oferecidos pelo IFTM Campus Uberlândia Centro; 90% acharam o conteúdo programático do curso ótimo e 10% ruim. E a mesma porcentagem informou que o aprendizado no curso agregou nos trabalhos de rotina durante as atividades da escola; e 80% dos entrevistados que mudaram a forma de ver as funcionalidades do Linux Educacional.

Baseado em todos esses resultados apresentados. Pode-se concluir que o curso realizado durante a execução do projeto de ex-tensão aumentou o aprendizado dos professores da rede municipal de ensino, baseado nos relatos apresentados por dois cursistas:

“As informações que vocês nos passaram foram precio-sas. Mas acredito que o melhor de tudo foi a troca de experiência. Ou seja, alguém que nos ouvisse e racioci-nasse junto conosco, na tentativa de encontrar soluções possíveis, mediante o que tínhamos..... É bom saber que, finalmente, encontramos pessoas que nos entendem e que estão dispostas a compartilhar o que sabem.”

Cursista 011

“A aprendizagem foi significativa, com muitas informa-ções essenciais para nossa prática. Sugiro a continuidade, nessa perspectiva, ganham os alunos da instituição e pro-fissionais da rede que atuam nos laboratórios de informá-tica, parceiros numa troca de experiência compartilhada”

Cursista 022

1 Entrevista concedida por um aluno (Cursista 01) 2 Entrevista concedida por um aluno (Cursista 02)

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3 CONCLUSÃO Pelas respostas no questionário de avaliação dos conteúdos

aprendidos no curso percebeu-se que a maioria conseguiu imer-gir nesse universo aprendendo conceitos novos, metodologias de aprendizagem diferentes, novas tecnologias. O principal objetivo do curso foi mostrar para os professores que o sistema operacional Linux Educacional não é um sistema limitado e com difícil utiliza-ção. Esse pensamento foi desmistificado e conseguimos que 80% dos cursistas mudassem a forma de ver como esse sistema é impor-tante e de fácil utilização.

Primeiramente, gostaríamos de agradecer a Pró-reitoria de Extensão do Instituto Federal do Triângulo Mineiro e a Direção Geral do IFTM Campus Uberlândia Centro. Gostaríamos de agrade-cer também a Secretaria de Educação do município de Uberlândia. E finalmente a todos os colaboradores e bolsista e principalmente a todos os professores da rede municipal que se dispuseram a estar conosco por alguns momentos especiais trocando experiências.

4 NOTAS 1Discente do curso de Sistemas para Internet – IFTM Campus Uberlândia Centro. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do curso de Sistemas para Internet – IFTM Campus Uberlândia Centro. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] do curso de Sistemas para Internet – IFTM Campus Uberlândia Centro. Bolsista de extensão do programa de apoio a projetos de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Edital 03/2013. E-mail: [email protected] em Ciência da Computação – Professor EBTT. Coordenador do Projeto aprovado no Edital 03/2013. Email: [email protected] em Matemática – Professor EBTT. Colaboradora do Projeto aprovado no Edital 03/2013. E-mail: [email protected] em Ciências – Professor EBTT. Colaborador do Projeto aprovado no Edital 03/2013. E-mail: [email protected].

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5 REFERÊNCIAS

COSCARELLI, C.; RIBEIRO, A. E. Letramento digital: aspectos sociais e possibilidades pedagógicas. Belo Horizonte: Ceale, 2005.

XAVIER, A. C. Letramento digital e ensino. In: MENDONÇA, M.; SANTOS, C. F. Alfabetização e letramento: conceitos e relações. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

FREIRE, P.; PAPERT, S. O Futuro da escola e o impacto dos novos meios de comunicacao no modelo de escola at-ual. Produzido pela TV PUC São Paulo. 2010. Disponível em: <http://www.paulofreire.ufpb.br/paulofreire/Controle?op=detal-he&tipo=Video&id=37>. Acesso em: 16 jun. 2010.

VENSE, V. F. et al. Apostilas do curso de extensão de capac-itação de professores da rede municipal da cidade de Uber-lândia. Disponível em: https://drive.google.com/a/iftm.edu.br/folderview?id=0B0SqQ4xJYM7NRS1ZNGdoeTJrZGs&us-p=sharing_eid&tid=0B0SqQ4xJYM7NOE4wRE9jRjYwQ3c Acesso em: Dez/2014

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