Relatório transformador.docx

20
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA FUNDAMENTO DE MÁQUINAS ELÉCTRICAS SEMESTRE DE INVERNO 2011/2011 ENSAIO DO TRANSFORMADOR RELATÓRIO LABORATORIAL Realizado pelos alunos da Turma 32D: _ 36362, João Borrega; _ 37503, Ricardo Santos;

Transcript of Relatório transformador.docx

Page 1: Relatório transformador.docx

INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

FUNDAMENTO DE MÁQUINAS ELÉCTRICAS

SEMESTRE DE INVERNO

2011/2011

ENSAIO DO TRANSFORMADOR

RELATÓRIO LABORATORIAL

Realizado pelos alunos da Turma 32D:

_ 36362, João Borrega;

_ 37503, Ricardo Santos;

_ 37508, Sérgio Costa;

_ 37699, Miguel Brito.

Page 2: Relatório transformador.docx

Docente: Engenheiro Lima de Oliveira

_Objectivos

O ensaio laboratorial realizado teve como principal objectivo dar a conhecer o funcionamento de um transformador monofásico, analisando os seus componentes e os diferentes comportamentos do transformador quando este se encontra em vazio, curto-circuito e em carga, fazendo registo dos valores das tensões e correntes nos terminais do primário e do secundário e ainda dos valores das resistências dos enrolamentos.

_Introdução

O transformador tem como principal função ajustar tensões e correntes consoante as necessidades, o que faz dele um aparelho eléctrico muito utilizado. É um dispositivo destinado a transferir energia eléctrica de um circuito para outro, transformando corrente eléctrica sinusoidal com uma determinada tensão, em corrente eléctrica sinusoidal, com uma tensão e corrente diferentes das iniciais. No transformador não existe qualquer tipo de ligação eléctrica entre as tensões do primário e do secundário, uma vez que é o fluxo magnético que faz com que a transformação aconteça.

Num transformador existem duas bobines de fio separadas e enroladas à volta de uma peça de ferro denominada núcleo. Quando uma corrente eléctrica variável passa através do enrolamento primário de um transformador produz um fluxo magnético variável sobre o núcleo, criando um campo magnético variável ao longo do enrolamento secundário. Este campo magnético induz uma força electromotriz variável ou tensão na bobine, e se uma carga estiver ligada a essa bobine, ocorre um fluxo de corrente eléctrica no referido enrolamento, sendo transferida energia eléctrica do circuito primário para a carga através do transformador. Um transformador é uma máquina de funcionamento reversível.

Page 3: Relatório transformador.docx

_Transformadores

_Corrente

Num transformador de corrente o objectivo é através de uma corrente gerar uma força electromotriz no enrolamento, sendo esta proporcional à corrente que a gerou, pelo que uma vez medida a força electromotriz podemos saber a corrente e medindo a corrente podemos saber a força electromotriz.

_Potência

O principal objectivo do transformador de potência é transformar a potência do lado primário numa potência pretendida do lado do secundário, mantendo a mesma frequência do primário. A relação de transformação é dada pela relação entre a tensão do primário e do secundário.

rt=U 1

U 2

_Isolamento

É um transformador que tem como objectivo a obtenção de um isolamento eléctrico entre os circuitos ligados ao primário e ao secundário, sendo que a tensão no secundário se mantém igual à tensão no primário.

_Autotransformador

É um transformador com apenas um enrolamento que se encontra divido em dois, pelo que não isola electricamente o circuito eléctrico primário do circuito eléctrico secundário. A tensão no secundário é dada pela divisão de tensão do enrolamento.

U s=N2

N 1+N 2

×U P

Page 4: Relatório transformador.docx

_Transformador ideal

Um transformador ideal é um transformador em que não existissem quaisquer perdas, pelo que a potência que obteríamos no secundário seria igual à fornecida pelo primário. No transformador ideal a relação de transformação é dada pela relação entre o número de espiras do primário e do secundário, e uma vez que não existem perdas, temos:

rt=N P

N S

=U p ( t )U s (t )

SP=SS⇔U P× IP=U ×I S⇔U P

U S

=I SIP

rt=N P

N s

=U P ( t )U S ( t )

=I S (t )I P (t )

_Transformador real

Um transformador real é dado devido às perdas existentes na parte do electromagnetismo. Estas perdas dão-se nos enrolamentos, uma vez que estes têm resistência e quando neles passam as correntes gera-se calor.

Page 5: Relatório transformador.docx

_Ensaios

_Ensaio em Vazio

Um ensaio em vazio consiste em ligar o primário à corrente e deixar o secundário em aberto não ligando nenhuma carga desse lado, para que não exista transmissão de energia do primário para o secundário.

Ao ligarem-se os aparelhos de medida, um voltímetro, um amperímetro e um wattímetro ao circuito do primário observa-se que os valores de tensão, corrente e potência são não nulos. Uma vez ligados os mesmos aparelhos medida, desta vez ao circuito do secundário observa-se que os valores são nulos. Logo pode-se concluir que a energia presente no circuito primário é dissipada no enrolamento primário e no núcleo do ferro.

Com o ensaio em vazio pode-se calcular o factor de potência do transformador em vazio, que interessa saber para quando o transformador fica sem carga, este ainda tem energia reactiva que pode ser consumida ou produzida. O factor de potência é dado por:

cos φ0=P0

I 0×U 0

Page 6: Relatório transformador.docx

_Ensaio em Curto-Circuito

Um ensaio em curto-circuito consiste em curto-circuitar o secundário ligando-se os terminais do secundário e posteriormente aumenta-se a tensão no primário até que se obtenha no secundário corrente com o valor nominal.

Uma vez curto-circuitado, a impedância do secundário é praticamente nula, pelo que a tensão do primário que é necessária para obter a corrente é muito pequena.

Com este ensaio é possível calcular o valor da corrente do curto-circuito do secundário, que é dada por:

I 2cc=U 1n

U 1cc

×I 2n

_Ensaio em Carga

Num ensaio em carga, liga-se o secundário a uma ou mais cargas, permitindo que neste passe corrente eléctrica. Assim ao contrário do ensaio em vazio, ao ligarmos os aparelhos de medida no secundário os valores das

Page 7: Relatório transformador.docx

leituras são não nulos. Uma vez que o enrolamento do secundário tem uma resistência, esta vai fazer com que haja uma queda de tensão nesse enrolamento, tensão que se vai subtrair com a queda de tensão induzida, resultando uma tensão em carga que é inferior à tensão observada em vazio.

Realização dos Ensaios

Material

_ Fonte de Alimentação;_ Transformador monofásico;_ Ohmímetro;_ Voltímetros;_ Amperímetros;_ Wattímetro;_ Fios de ligação.

Procedimento Experimental:

Realizaram-se ensaios no transformador em:

_ Vazio;

_ Curto-circuito;

_ Carga.

Nos quais se efectuaram medições das resistências dos enrolamentos:

_ do Primário;

_ do Secundário.

Procedimento:

1_ Com a ajuda de um ohmímetro mediu-se a resistência entre os terminais de cada enrolamento;

2_ Aplicou-se a cada enrolamento uma tensão contínua reduzida, até que a corrente estipulada fosse atingida;

3_ Recorrendo-se ao voltímetro e ao amperímetro, obtiveram-se as leituras da tensão contínua e da corrente contínua, as quais se utilizaram para calcular cada resistência.

Page 8: Relatório transformador.docx

4_ Repetiram-se os passos anteriores para as várias correntes estipuladas.

Cálculos

Circuito equivalente

Tabela de valores

Vazio C.C. Carga1 Carga2 Carga3U1 (V) 150 150 150 150 150I1 (A) 0,5 5 0,5 2,45 3,4P (W) 21 60 22 350 490U2 (V) 140 130 125I2 (A) 0 2,2 2,8cos φ 0,28 0,28 0,95 0,96

φ 73,74º 73,74º 17,75º 16,1ºU2 teórico (V) 144,7 126,68 116,82

η (%) 1,7 90,13 90,27

U DC=1,87V

IDC=1,47 A

RDC=UDC

I DC

=1,871,47

=1,25Ω

Page 9: Relatório transformador.docx

Ensaio em Vazio

cosφ=P0

I 0×U 0

⇔cosφ= 210,5×150

=0,28⇔φ=73,740

φ=73,740⇔sinφ=0,96

Rp=U n

I 0× cos φ⇔R p=

1500,5×0,28

=1071Ω

X m=U n

I 0×sinφ⇔Xm=

1500,5×0,96

=312,5Ω

Ensaio em Curto-Circuito

Req=Pcc

I n2 ⇔Req=

6025

=2,4Ω

Zeq=U cc

In⇔Zeq=

535

=10,6Ω

X eq=√Zeq

2−Req2⇔X eq=√10,62+2,42=10,87Ω

Page 10: Relatório transformador.docx

Ensaios em Carga

_Carga1

I 2=0 A

I 2=I 1−I0⇔0=I 1−I 0⇔I 1=I 0

P=RDC×I 2

P1=1,25×0,52=0,3125W

P2=1,25×0,52=0,3125W

PabsorvidoCu

=P1+P2=0,625W

Pfornecida=Pútil+PdissipadaCu

+Pabsorvida⇔Pútil=Pfornecida−PdissipadaCu

−Pabsorvida

Pútil=22−0,625−21=0,375W

η=Pútil

Ptotal

=0,37522

=0,017=1,7%

U 2 teórico =U1−(Zeq×I 1 )=150−(10,6×0,5 )=144,7V

Page 11: Relatório transformador.docx

_Carga2

cosφ=P0

I 0×U 0

⇔cosφ= 3502,45×150

=0,95⇔φ=17,750

φ=17,750⇔sinφ=0,301

I 2=I 1−I0⇔I 2=2,45 ej−17,75−0,5e j−73,74

I 2=2,45cos (−17,75 )+ j2,45sin (−17,75 )−¿0,5cos (−73,74 )+ j 0,5 sin(−73,74 )¿

I 2=e j−¿¿

P=RDC×I 2

P1=1,25×2,452=7,5W

P2=1,25×2,22=6,05W

PdissipadaCu

=P1+P2=13,55W

Pfornecida=Pútil+PdissipadaCu

+Pabsorvida⇔Pútil=Pfornecida−PdissipadaCu

−Pabsorvida

Pútil=350−13,55−21

Pútil=315,45W

η=Putil

Ptotal

=315,45350

=0,9013=90,13%

U 2 teórico =U1−(Zeq×I 2 )=150−(10,6×2,2 )=126,68V

Page 12: Relatório transformador.docx

Rp=P

(I¿¿1×cosφ)2⟺ Rp=P

I 12×cosφ2

= 3502,452×0,95

2 =64,61Ω¿

X m=P

I 12×sen φ×cos φ

⟺ X m=350

2,452× sin 17,75× cos17,75=200 ,82Ω

_Carga3

cosφ=P0

I 0×U 0

⇔cosφ= 4903,4×150

=0,96⇔φ=16,10

φ=16,10⇔sinφ=0,28

I 2=I 1−I0 ¿3,4ej−16,1−0,5e j−73,74

I 2=3,4cos (−16,1 )+ j 3,4 sin(−16,1)−0,5cos (−73,74 )+ j0,5 sin (−73,74)

I 2=3,13+ j

P=RDC×I 2

P1=1,25×3,42=14,45W

P2=1,25×3,132=12,25W

PdissipadaCu

=P1+P2=26,7W

Pfornecida=Pútil+PdissipadaCu

+Pabsorvida⇔Pútil=Pfornecida−PdissipadaCu

−Pabsorvida

Pútil=490−26,7−21=442,3W

η=Putil

Ptotal

=442,3490

=0,9027=90,27%

U 2 teórico =U1−(Zeq×I 2 )=150−(10,6×3,13 )=116,82V

Rp=P

(I¿¿1×cosφ)2⟺ Rp=P

I 12×cosφ2

= 4903,42×0,96

2 =46,0Ω¿

Page 13: Relatório transformador.docx

X m=P

I 12×sen φ×cos φ

= 4903,42×0 ,28×0 ,96

=157,7Ω

Simulink

Page 14: Relatório transformador.docx

Gráficos obtidos através do Simulink

Page 15: Relatório transformador.docx

Tensão no Secundário em função da Corrente do Primário

Tensão no Secundário em função da Corrente do Secundário

Potência Útil em função da Corrente do Primário

Page 16: Relatório transformador.docx

Potência Dissipada em função da Corrente do Primário

Page 17: Relatório transformador.docx

Rendimento em função da Corrente do Primário

Page 18: Relatório transformador.docx

Conclusão

Pudemos observar que os valores obtidos experimentalmente estão próximos dos

valores teóricos calculados analiticamente.

O transformador utilizado nos ensaios tinham uma característica de 1:1, que tem o

objectivo de manter a tensão no secundário igual á do primário. Com os ensaios

pudemos verificar essa igualdade com uma ligeira queda de tensão.

Ao realizarmos os ensaios em carga concluímos que à medida que se pretendia

mais corrente da fonte, havia uma maior queda de tensão, e uma maior potência na

fonte, que correspondia aos valores teóricos calculados.

No ensaio em carga em que se pretendia uma corrente de 0 A no secundário,

nada conseguimos concluir, pois obtivemos um rendimento muito reduzido.