Relatório Mamíferos (1)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LICENCIATURA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA CLASSE MAMMALIA Analu Zanotti Bárbara Fonseca Dias Bruna Louzada Rabello Jeiziane Garcia Apostólico Ruan Maloni Teixeira Talita Molina Lopes

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LICENCIATURA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA

CLASSE MAMMALIA

Analu Zanotti

Bárbara Fonseca Dias

Bruna Louzada Rabello

Jeiziane Garcia Apostólico

Ruan Maloni Teixeira

Talita Molina Lopes

Alegre

Abril de 2013

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1-INTRODUÇÃO

Os mamíferos surgiram na era mesozoica, tendo sua origem a partir dos

répteis, e se estenderam para quase todos os nichos e habitats do planeta. São

encontrados nos oceanos, lagos, rios e sobre a terra e árvores. O presente número

recente de espécies é de mais de 4.000.

Os mamíferos apresentam estruturas características que os assinalam

facilmente de outros vertebrados viventes. O caractere mais diagnóstico dos

mamíferos é a presença de glândulas mamárias, que provém alimento aos filhotes.

Outras glândulas como as sudoríparas e sebáceas, são habitualmente encontradas

em algumas regiões do corpo. Na maior parte dos grupos que compõem os

mamíferos, os pêlos duram durante algum período de vida, embora possam vir a ser

reduzidos ou estar ausentes no estágio adulto de alguns membros, como as baleias.

Os mamíferos, assim como as aves, são endotérmicos, visto que possuem

mecanismos termorreguladores internos, que controlam a temperatura do corpo.

Possuem um sistema nervoso altamente desenvolvido e comportamento individual e

social bastante complexo, distinguem os mamíferos de todos os demais amniotas.

Sua plasticidade genética e as numerosas adaptações fenotípicas que permitiram

que os mamíferos invadissem praticamente todos os ambientes da Terra que podem

sustentar a vida (ORR, 2002).

Existe grande diversidade em relação ao tamanho corporal dos mamíferos, há

ocorrência de mamíferos de grande porte como, por exemplo, a baleia-azul, que

pode medir mais de 30 metros de comprimento e pesar até 150 toneladas. Entre os

pequenos mamíferos estão os roedores, que apresentam tamanho corpóreo de

pequeno porte na maioria dos grupos. Em meio aos mamíferos, a Ordem Rodentia é

a que apresenta maior número de espécies e uma vasta heterogeneidade de

adaptações morfológicas coligadas a seus hábitos de vida (SILVEIRA, 2012).

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2- OBJETIVOS

Realizar um estudo da morfologia externa e interna de exemplares da ordem

Rodentia, pertencentes a classe Mammalia, observando e evidenciando as

principais características e estruturas internas e externas. Com a consulta a “Chave

para ordens de mamíferos recentes neotropicais (incluindo os marinhos e

introduzidos)”, será realizado o encontro das famílias de sete crânios de

representares da classe, com o auxílio da fórmula dentária. Ao final, haverá um

questionário sobre as estruturas observadas, assim como os esquemas das

mesmas, realizadas em aula prática no Laboratório de Zoologia da Universidade

Federal do Espírito Santo, campus de Alegre.

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3– MATERIAIS E MÉTODOS

Materiais:

Bandeja de dissecação

Exemplares do representante Rattus norvegicus, da ordem Rodentia

Esqueletos craniais de representantes da classe Mammalia

Chave para identificação de ordens de mamíferos recentes neotropicais

Jaleco

Pinça cirúrgica

Luva cirúrgica

Métodos:

Com os exemplares em posição de estudo, identificaram-se as estruturas

observáveis da morfologia externa e interna. Também foram observados os

esqueletos craniais de sete representantes da Classe Mammalia e, com o auxílio da

“Chave de ordens de mamíferos recentes neotropicais”, foram identificadas suas

respectivas famílias. Todas as estruturas foram devidamente esquematizadas e

identificadas, acompanhadas de um questionário referente à aula prática realizada

no laboratório de Zoologia da Universidade Federal do Espírito Santo, campus de

Alegre.

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4– RESULTADOS

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5– DISCUSSÃO

Animal de estudo: Rattus norvegicus

Morfologia externa

Observe a morfologia externa evidenciando suas estruturas, como pêlos,

escamas, pavilhão auditivo externo, narinas, unhas e garras, vibrissas, bochechas,

lábios e dentes. Desenhe o animal identificando suas estruturas.

1- Qual a natureza do pêlo? Quais são as partes de um pêlo?

O pelo é originado da camada malpighiana da epiderme. Ele é composto de

três camadas principais: o núcleo interior, chamado medula, consiste de

células cuboidais, dispostas frouxamente e podem conter grânulos

pigmentares, ou não. Por fora da medula está a camada cortical. As células

do córtex são fusiformes, unidas umas às outras firmemente e podem conter

pigmentos, ou não. A extensão relativa desta camada externa varia de

espécie para espécie. A camada externa é composta de uma cutícula. A

cutícula consiste de células achatadas em forma de escama, geralmente não

pigmentada.

2- Quais são as suas funções?

Os pêlos têm muitas funções para os mamíferos, mas seu propósito principal

é o da conservação do calor do corpo. Como isolante do corpo, os pelos

evitam a perda indevida de energia neste grupo de vertebrados,

desempenhando a mesma função que as penas para as aves (exceto vôo).

Além de preservar o calor do corpo, servindo, assim, em parte como um

termorregulador, os pelos desempenham muitas outras funções; uma das

principais é a proteção. Também pode haver pelos especializados em várias

partes do corpo, que estejam estreitamente associados aos nervos sensoriais

e sirvam como órgãos tácteis para informar o animal sobre a presença de

objetos em seu ambiente. Os pelos táteis estão, frequentemente, presentes

em algumas partes da cabeça e nas pernas de certos mamíferos.

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3- Como são chamadas as estruturas como unhas, garras, chifres e

cornos?

As estruturas como unhas, garras, chifres e cornos são chamadas de fâneros

e são estruturas queratinizadas, de origem epidérmica e de crescimento

contínuo.

Morfologia interna

4- Quais são os componentes da cavidade abdominal e torácica separados

pelo diafragma?

No animal em estudo, puderam ser vistas na cavidade torácica, as seguintes

estruturas: faringe, traqueia, esôfago, coração e pulmão. Na cavidade

abdominal foram vistas as seguintes estruturas: estômago, rins, pâncreas,

fígado, ureter, gônadas masculina, intestino grosso e delgado, ânus e bexiga

urinária que, no animal em estudo, estava danificado, porém pôde ser

observado alguns resquícios.

5- O diafragma é exclusivo dos mamíferos?

Sim, o diafragma é exclusivo dos mamíferos, dividindo a cavidade torácica da

cavidade abdominal, além de auxiliar as costelas na inspiração.

6- Onde se localiza o pâncreas e qual a sua cor?

O pâncreas, no animal em estudo, está localizado na parte superior do

intestino, na cavidade abdominal. Ele possui uma cor amarelada.

7- Quais são as glândulas salivares de um mamífero? Qual é a maior?

Nos mamíferos, várias glândulas, cujos ductos conduzem à cavidade oral,

principalmente a parótida, a mandibular (submandibular) e as glândulas

sublinguais, são especializadas em glândulas salivares. Em muitas espécies,

elas podem produzir uma enzima chamada amilase salivar. Este produto,

quando presente na saliva, é ativado pelos íons cloreto e serve para iniciar a

decomposição de amido em açúcar, enquanto é misturado com o alimento, na

boca.

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8- Quantos lobos existem no pulmão?

Existem três lobos no pulmão direito e dois lobos no pulmão esquerdo.

9- Quantas câmaras possuem o coração e quais são elas?

O coração de mamíferos possui quatro câmaras, sendo elas: átrios esquerdo

e direito e ventrículos esquerdo e direito.

10- Qual o tipo de rim dos mamíferos?

O tipo de rim dos mamíferos é o metanefro.

11- Compare o encéfalo de um mamífero com os dos “répteis” e aves.

O cérebro dos mamíferos possui muitas circunvoluções ou dobras, que

aumentam a área de massa encefálica e o número de células nervosas. O

cérebro dos mamíferos e das aves é maior em proporção ao tamanho de

seus corpos do que o cérebro de répteis. Tanto as aves como os mamíferos

são “inteligentes” comparativamente aos répteis, mas seus encéfalos não são

estritamente homólogos. Também existem diferenças na maneira que a

informação visual é processada.

12- Quantos pares de nervos cranianos possuem os mamíferos?

Os mamíferos possuem doze pares de nervos cranianos.

Osteologia

13- Quantos côndilos occipitais são observados no crânio dos mamíferos?

O crânio dos mamíferos possuem dois côndilos occipitais.

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Identificação da Ordem (e algumas famílias) de 7 (sete) exemplares de

estudo (crânios) através da CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO PARA AS

ORDENS DE MAMÍFEROS RECENTES NEOTROPICAIS (INCLUINDO OS

MARINHOS E INTRODUZIDOS)

1. ORDEM

1. Dentes presentes - 3(1). Incisivos frequentemente mais que 3/3; processo

angular do dentário projetando-se medialmente, perpendicular à mandíbula;

jugal participando da articulação mandibular – MARSUPICARNIVORA (Nome

popular do exemplar de estudo: Gambá)

2. ORDEM

1. Dentes presentes - 3’. Número de incisivos nunca superior a 3/3; demais

caracteres diferentes dos descritos no item 3* - 4(3’). Incisivos 1/1, longos e

fortemente curvados – RODENTIA (Nome popular do exemplar de estudo:

Capivara)

3. ORDEM

1. Dentes presentes – 3’. Número de incisivos nunca superior a 3/3; demais

características diferentes do descrito no item 3(1)* - 4’. Incisivos variáveis; se

1/1, não fortemente curvados – 5(4’). Incisivos 2/1; primeiro par grande e

fortemente curvado, segundo bastante reduzido e situado imediatamente

atrás do primeiro; parte rostral do maxilar com perfurações – LAGOMORPHA.

(Nome popular do exemplar de estudo: Coelho)

4. ORDEM

1. Dentes presentes - 3’. Número de incisivos nunca superior a 3/3; demais

caracteres diferentes dos descritos no item 3* - 4’. Incisivos variáveis; se 1/1,

não fortemente curvados - 5’. Incisivos variáveis, diferentes do exposto no

item 5(4’)**. – 6’. Margem rostral das aberturas nasais externas situada à

frente da margem rostral da órbita; ossos nasais geralmente bem

desenvolvidos, membros posteriores visíveis externamente - 8(6’). Órbita e

abertura temporal separadas por uma barra ou placa pós-orbital - 9(8).

Incisivos superiores ausentes – ARTIODACTYLA (parte)

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FAMÍLIA

1’. Barra pós orbital completa, incisivos superiores ausentes ou um único par

presente – 3’. incisivos superiores ausentes, cascos bem desenvolvidos, sem

almofadas sob os dedos, apenas os cascos tocam o solo – 4(3’). Com

indicação da presença de chifres ou cornos – 5(4). Chifres ou indicação de

sua presença (pedicelos), com vacuidades rostrais – CERVIDAE. (Nome

popular do exemplar de estudo: Cervo)

5. ORDEM

1. Dentes presentes - 3’. Número de incisivos nunca superior a 3/3; demais

caracteres diferentes dos descritos no item 3* - 4’. Incisivos variáveis; se 1/1,

não fortemente curvados - 5’. Incisivos variáveis, diferentes do exposto no

item 5(4’)**. – 6’. Margem rostral das aberturas nasais externas situada à

frente da margem rostral da órbita; ossos nasais geralmente bem

desenvolvidos, membros posteriores visíveis externamente – 8’. Barra ou

placa pós-orbital ausente – 13(8’). Dentes pós-caninos homodontes, nunca

com dobras e cristas complexas – 14(13). Caninos ou dentes caniniformes

conspicuamente maiores que os demais, um a três incisivos em cada pré-

maxilar – CARNÍVORA (parte)

FAMÍLIA

1’. Canal alisfenóide ausente – 2(1’). Fórmula dentária 3/3 1/1 2-3/2 1/1 = 28-

30; ultimo molar superior reduzido, não constricto medianamente – FELIDAE.

(Nome popular do exemplar de estudo: Gato).

6. ORDEM

1. Dentes presentes - 3’. Número de incisivos nunca superior a 3/3; demais

caracteres diferentes dos descritos no item 3* - 4’. Incisivos variáveis; se 1/1,

não fortemente curvados - 5’. Incisivos variáveis, diferentes do exposto no

item 5(4’)**. – 6’. Margem rostral das aberturas nasais externas situada à

frente da margem rostral da órbita; ossos nasais geralmente bem

desenvolvidos, membros posteriores visíveis externamente – 8’. Barra ou

placa pós-orbital ausente – 13’. Dentes pós-caninos heterodontes; se

homodontes, com dobras e cristas complexas – 15(13’). Tamanho grande.

Maior comprimento do crânio superior a 200mm – 16’. Dentes não

secodontes, dígitos com cascos – 17(16’). Caninos triangulares em secção

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transversal, geralmente com margens agudas; caninos superiores grandes e

curvos; membros com dois, três ou quatro dígitos; se três, dois com tamanho

aproximadamente igual, o terceiro bem menor – ARTIODACTYLA (parte).

FAMÍLIA

1. Barra pós-orbital ausente ou incompleta, incisivos superiores presentes,

usualmente dois ou três pares – 2(1). Fórmula dentária 2/3 1/1 3/3 3/3 = 38;

caninos superiores retos; três dígitos nos membros posteriores –

TAYASSUIDAE. (Nome popular do exemplar de estudo: Cateto).

7. ORDEM

1. Dentes presentes - 3’. Número de incisivos nunca superior a 3/3; demais

caracteres diferentes dos descritos no item 3* - 4’. Incisivos variáveis; se 1/1,

não fortemente curvados - 5’. Incisivos variáveis, diferentes do exposto no

item 5(4’)**. – 6’. Margem rostral das aberturas nasais externas situada à

frente da margem rostral da órbita; ossos nasais geralmente bem

desenvolvidos, membros posteriores visíveis externamente – 8’. Barra ou

placa pós-orbital ausente – 13(8’). Dentes pós-caninos homodontes, nunca

com dobras e cristas complexas – 14(13). Caninos ou dentes caniniformes

conspicuamente maiores que os demais, um a três incisivos em cada pré-

maxilar – CARNÍVORA (parte)

FAMÍLIA

1. Canal alisfenóide presente, fórmula dentária usualmente 3/3 1/1 4/4 2/3;

em dois gêneros os molares podem ser 1-2/2, e, em outro, 3-4/4-5 –

CANIDAE. (Nome popular do exemplar de estudo: Cachorro; Cão).

*Item 3(1): Incisivos frequentemente mais que 3/3; processo angular do dentário

projetando-se medialmente, perpendicular à mandíbula; jugal participando da

articulação mandibular

**Item 5(4’): Incisivos 2/1, primeiro par grande e fortemente curvado, segundo

bastante reduzido e situado imediatamente atrás do primeiro; parte rostral do maxilar

com perfurações.

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6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ORR, R. T.; Biologia dos vertebrados. 5ª ed. São Paulo: Editora Roca, p.183, 2002.

SILVEIRA, F.; Estrutura Populacional de Pequenos Mamíferos na Reserva do Cachoeiro, Apa de Guaraqueçaba, Paraná. Dissertação (Mestrado em Zoologia) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012.