RELATÓRIO FINAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA · ml. Cada frasco com solo e mais um frasco...
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RELATÓRIO FINAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Projeto Agrisus Nº: 2009/17
Título da pesquisa: Atributos microbiológicos do solo em áreas de ILP na região do Vale
do Araguaia-MT
Interessado (Coordenador do Projeto): Silvio Yoshiharu Ushiwata
Graduanda/bolsista: Ândria Alves de Sousa
Instituição: Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Campus Nova
Xavantina.
Av. Prof. Dr. Renato Figueiro Varella, Caixa Postal 08, CEP 78690-000, Nova Xavantina
– MT. Telefone: (66) 3438-1224. E-mail: [email protected]
Local da Pesquisa: Fazenda São Luiz (Grupo Carpa Serrana), município de Barra do
Garças – MT, e Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Campus Nova
Xavantina, Município de Nova Xavantina – MT.
Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$7.200,00
Vigência da bolsa de estudos: 01/04/2017 a 30/09/2018
1. INTRODUÇÃO
O uso intensivo de solos da região de Cerrado para a produção agropecuária,
aliado ao manejo inadequado do solo, tem causado a sua degradação com consequente
diminuição da produtividade das culturas (DIAS-FILHO, 2016). Assim, há a necessidade
da utilização de sistemas com bases conservacionistas, como é o caso do sistema de
plantio direto (SPD), da rotação de culturas e, mais recentemente, da integração lavoura-
pecuária (ILP) (COSTA et al., 2015).
A microbiota do solo atua de modo significativo sobre diversos processos no solo
relacionados a vários fatores: agregação, disponibilização e ciclagem de nutrientes,
decomposição de resíduos orgânicos, fixação biológica de nitrogênio, solubilização de
fósforo e outros nutrientes e, também, na absorção de nutrientes pela micorrização
(LEITE; ARAUJO, 2007). Sendo assim, alternativas de manejo que aumentem a
diversidade e a atividade microbiana devem ser preferencialmente adotadas, visando
maximizar a contribuição dos microrganismos, para a exploração dos solos agrícolas em
bases sustentáveis (COLOZZI-FILHO et al., 1999).
Os microrganismos possuem a capacidade de dar respostas rápidas a mudanças na
qualidade do solo, característica que não é observada nos indicadores químicos ou físicos.
Em alguns casos, alterações na população e na atividade microbiana podem preceder
mudanças nas propriedades químicas e físicas, refletindo um claro sinal na melhoria ou
na degradação do solo (ARAÚJO & MONTEIRO, 2007).
Em termos de atividade da microbiota do solo, vários parâmetros podem ser
usados, como a respiração basal, carbono da biomassa microbiana, atividade de
microrganismos celulolíticos, atividades de enzimas como a desidrogenase, urease,
fosfatase, -glicosidase, taxa de mineralização de nitrogênio etc (DE-POLLI &
GUERRA, 1997). Em comparação com outros componentes, os atributos biológicos
apresentam maior suscetibilidade às alterações causadas por modificações de uso e
práticas de manejo do solo (SOUZA, 2014). Dessa forma, os atributos biológicos têm
sido utilizados como indicadores da qualidade do solo.
Este projeto de pesquisa tem como objetivo avaliar os atributos microbiológicos
como indicadores de qualidade do solo em sistema ILP na região do Vale do Araguaia –
MT. Para isso, atributos microbiológicos do solo serão avaliados por dois anos
consecutivos (2017 e 2018) em áreas sob diferentes tempos de integração lavoura-
pecuária (ILP).
2. MATERIAL E MÉTODOS
A área de pesquisa está localizada na Fazenda São Luiz (Grupo Carpa Serrana),
situada no município de Barra do Garças, região do Vale do Araguaia – MT (15º03’764”S
e 52º07’609”W). O solo do local é classificado como Latossolo Amarelo e de textura
média. De acordo com a classificação de Köppen, o clima da região é do tipo Aw, com
duas estações bem definidas, sendo o período seco de maio até outubro e o chuvoso de
novembro a março (PIRANI et al., 2009).
Para avaliação e estudo foram selecionadas cinco áreas distintas, com
aproximadamente 100 hectares cada, sendo: áreas com histórico de início de integração
lavoura-pecuária no ano de 2015 (ILP 2015), no ano de 2014 (ILP 2014) e no ano de 2013
(ILP 2013), área de pastagem degradada (PA) e área de mata nativa (área de referência).
A integração lavoura-pecuária consiste na sucessão soja (Glycine max) e pastagem
(Urochloa ruziziensis) para recria.
Com o intuito de se obter dados mais representativos, as áreas foram subdivididas
em cinco subáreas (pseudo-repetições), totalizando 25 amostras por profundidade. Cada
pseudo-repetições foi preparada a partir de oito amostras simples. O solo foi coletado nos
dias 28, 29 e 30 de abril de 2017 e nos dias 27, 29 e 31 de março de 2018, em duas
profundidades de 0,0 a 5,0 e 5,0 a 10,0 cm com o auxílio de trado holandês.
A caracterização química de rotina dos solos foi realizada conforme a metodologia
da EMBRAPA (DONAGEMA, 2011). A textura do solo foi determinada pelo método da
pipeta conforme a metodologia proposta pela EMBRAPA (DONAGEMA, 2011) (Quadro
1 e 2). Em 2018 não foi analisado o teor de argila, visto que esta é uma característica que
não se altera no curto prazo.
As análises laboratoriais dos atributos do solo foram conduzidas no Laboratório
de Solos da Universidade do Estado de Mato Grosso- Campus de Nova Xavantina. As
amostras de solo foram peneiradas em peneira com malha de 2 mm e os resíduos
orgânicos, como plantas, raízes e sementes, foram removidos manualmente. Essas
amostras de solo foram divididas em duas partes, uma para as análises microbiológicas e
outra para a caracterização físico-química de rotina. As amostras para as análises
microbiológicas foram mantidas em geladeira a 4ºC e as amostras para análise de rotina
foram secas ao ar (TFSA).
Como atributos microbiológicos foram determinadas as enzimas fosfatase ácida e
beta-glicosidase, carbono da biomassa microbiana, respiração do solo e taxa de
mineralização de nitrogênio.
As atividades das enzimas do solo associadas ao ciclo do carbono (-glicosidase)
e do fósforo (fosfatase ácida) foram determinadas pelo método colorimétrico nos
comprimentos de 410 e 420 nm, de acordo com Tabatabai e Bremer (1969) e Eivazi e
Tabatabai (1988), respectivamente. As análises das enzimas foram conduzidas em
duplicatas.
Esses métodos baseiam-se na determinação colorimétrica do p-nitrofenol, de
coloração amarela, formado após a adição de substratos incolores específicos para cada
enzima avaliada (p-nitrofenil-beta-D-glicopiranosídeo e nitrofenilfosfato) para as
enzimas beta-glicosidase e fosfatase ácida, respectivamente (SOUZA et al, 2009).
Quadro 1. Características físico-químicas do solo nas profundidades 0-5 e 5-10 cm Fazenda São Luiz, Barra do Garças-MT, 2017. PA= pastagem
degradada; ILP 2015, ILP 2014 e ILP 2013= integração lavoura-pecuária com início em 2015, 2014 e 2013; M= mata; M.O. = matéria orgânica;
TFSA= terra fina seca ao ar.
Extratores:P - K - Extrator Mehlich; Ca - Mg - Extrator: KCl - 1 mol/L.
Área pH
CaCl2
M.O
g dm-3
Argila
g kg-1 TFSA
P
K
Ca Mg CTC
V %
mg dm-3 cmolc dm-3
0-5 5-10 0-5 5-10 0-5 5-10 0-5 5-10 0-5 5-10 0-5 5-10 0-5 5-10 0-5 5-10 0-5 5-10
PA 4,28 4,20 13,80 13,80 194,50 190,80 4,02 3,10 48,36 66,26 0,34 0,24 0,22 0,14 3,50 3,21 20,10 17,11
ILP
2015
5,10 5,12 16,20 14,60 281,80 193,10 8,58 7,14 73,22 41,92 2,52 2,48 0,94 0,92 6,11 5,43 59,54 64,15
ILP
2014
5,42 5,28 15,00 12,80 218,60 222,60 6,26 8,68 91,04 75,62 2,08 1,92 1,14 0,94 4,91 4,55 69,49 66,76
ILP
2013
5,12 4,74 14,20 13,00 215,60 231,50 11,76 14,84 108,90 84,88 2,06 1,60 1,00 0,82 5,12 4,38 63,54 57,86
M 4,14 4,08 32,80 26,40 258,80 221,20 16,34 11,68 66,12 57,94 0,76 0,56 0,66 0,46 6,05 5,11 26,96 22,84
Quadro 2. Características físico-químicas do solo nas profundidades 0-5 e 5-10 cm Fazenda São Luiz, Barra do Garças-MT, 2018. PA=
pastagem degradada; ILP 2015, ILP 2014 e ILP 2013= integração lavoura-pecuária com início em 2015, 2014 e 2013; M= mata; M.O. =
matéria orgânica; TFSA= terra fina seca ao ar.
Extratores: P-K- Extrator Mehlich; Ca-Mg- Extrator Kcl 1 Mol/L
Área pH
CaCl2
M.O
g dm-3
P
K
Ca Mg CTC
V %
mg dm-3 cmolc dm-3
0-5 5-10 0-5 5-10 0-5 5-10 0-5 5-10 0-5 5-10 0-5 5-10 0-5 5-10 0-5 5-10
PA 4,00
3,98 15,80
13,80
2,22
2,04 703,8
539,58
0,38 0,24 0,18
0,12
4,01 4,00
5,62
2,39
ILP
2015
4,86
4,76
21,2
16,80
17,78
12,49
58,65
54,74
1,92
1,98
0,80
0,76
6,03
6,17
17,26
22,88
ILP
2014
5,52
5,16
16,20
14,60
9,04
15,16
66,47
58,65
2,46
2,14
1,16
0,94
5,72
5,61
11,55
15,17
ILP
2013
5,06
4,54
17,20
13,60
7,92
7,76
234,6
148,58
1,84
1,48
0,46
0,28
5,14
5,21
12,10
11,32
M 3,76
3,7
33,60
26,60
14,70
10,34
46,92
43,01
0,62
0,4
1,06
0,88
9,88
7,20
5,39
4,94
O carbono da biomassa microbiana foi determinado pelo método de irradiação,
utilizando micro-ondas (FERREIRA, 1999). Os solos conservados em geladeira foram
incialmente pré-incubados a 60% da capacidade de campo, 25º C e ausência de luz,
durante uma semana para reestabelecer a microbiota do solo. Após esse período, cada
amostra foi dividida em três subamostras irradiadas em microndas durante dois segundos
e outra três subamostras não irradiadas, ou seja, estão sendo analisadas em triplicatas.
Todas essas amostras foram posteriormente extraídas com sulfato de potássio (0,5 M),
deixadas em repouso durante 30 minutos para decantação e em seguidas filtradas. O
carbono da biomassa microbiana foi determinado pelo método de titulação via sulfato
ferroso amoniacal segundo Silva et al., (1998).
A respiração do solo foi analisada pelo método de captura de CO2 em NaOH e
posterior titulação com HCl (ANDERSON, 1982). Para essa determinação, os solos
foram previamente pré-incubados nas mesmas condições para o carbono da biomassa
microbiana. Posteriormente, 40 gramas desses solos foram colocados em frascos de 100
ml. Cada frasco com solo e mais um frasco com NaOH (1,0 M) foram colocados em potes
de vidro de 2,5 L em condições herméticas. A incubação foi conduzida em duplicata por
um período de 7 dias. Ao término da incubação, os frascos com NaOH serão titulados
com HCl (0, 5 M) para quantificar CO2 liberado.
Para a taxa de mineralização de nitrogênio, os solos foram incubados em
condições aeróbicas durante 28 dias e mantidas a 25oC, 60% da capacidade de campo e
no escuro. A taxa de mineralização de N será calculada da seguinte forma: nitrogênio
mineral (NO3- + NH4
+) após a incubação menos o nitrogênio mineral (NO3- + NH4
+) do
início da incubação. O nitrato (NO3-) e amônio (NH4
+) do solo serão extraídos com 0,5
M de sulfato de potássio (K2SO4). Posteriormente, o nitrato e amônio foram analisados
pelo método colorimétrico descrito por Anderson & Ingram (1993) e Hayashi et al.,
(1997), respectivamente. As análises de nitrato e amônio foi realizada em triplicatas.
As comparações entre os tratamentos para as variáveis serão feitas por meio do
uso de intervalo de confiança de média à 95% (p < 0,05), com auxílio de uma planilha
eletrônica. Todas as análises serão executadas usando o software SISVAR 5.3.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Resultados das análises microbiológicas de 2017
Fosfatase ácida
Na profundidade de 0 a 5 cm os valores de atividade de fosfatase ácida variaram
de 265 a 588 mg de p-nitrofenol kg-1 de solo h-1 (Figura 1). Houve diferença entre
pastagem degradada e a mata nativa e ILP 2013. Embora não diferentes da pastagem, as
áreas de ILP mostraram uma tendência de maior atividade dessa enzima em relação à
pastagem degradada.
Figura 1. Valores de atividade de fosfatase ácida em amostras de solo sob pastagem
degradada (PA), diferentes anos de início do sistema de integração lavoura-pecuária
(2013, 2014 e 2015) e mata nativa, nas profundidades de 0 a 5 cm, na Fazenda São Luiz,
município de Barra do Garças - MT, 2017. As barras verticais referem-se ao intervalo de
confiança de média a 95% de probabilidade e a sobreposição dos intervalos indica não
diferença significativa entre as médias das áreas.
Já na profundidade de 5 a 10 cm os valores variaram de 28 a 108 mg de p-
nitrofenol kg-1 de solo h-1 (Figura 2). Valores estes muito inferiores quando comparados
aos valores de 0 a 5 cm. Valor notavelmente maior foi encontrado na área de mata,
seguido pelas áreas de ILP 2014 e ILP 2015 e menores valores foram obtidos em ILP
2013 e na área de pastagem degradada. Houve diferença entre as áreas de ILP 2015 e
pastagem degradada. Nesta profundidade existe também uma tendência de maior
atividade de fosfatase ácida em áreas de ILP em relação à pastagem degradada.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Pastagem ILP 2015 ILP 2014 ILP 2013 Mata Nativa
mg
p-n
itro
fen
ol.
kg-1
solo
.h-1
Figura 2. Valores de atividade de fosfatase ácida em amostras de solo sob pastagem
degradada (PA), diferentes anos de início do sistema de integração lavoura-pecuária
(2013, 2014 e 2015) e mata nativa, nas profundidades de 5 a 10 cm, na Fazenda São Luiz,
município de Barra do Garças - MT, 2017. As barras verticais referem-se ao intervalo de
confiança de média a 95% de probabilidade e a sobreposição dos intervalos indica não
diferença significativa entre as médias das áreas.
Beta Glicosidase
A atividade de beta glicosidase variou de 42 a 209 mg de p-nitrofenol.kg-1 de solo
h-1 na profundidade de 0 a 5 cm (Figura 3). Já na profundidade de 5 a 10 cm, os valores
variaram de 37 a 212 mg de p-nitrofenol.kg (Figura 4). Portanto, os valores foram muito
similares nas duas profundidades. A área de mata teve valor superior às demais áreas em
ambas as profundidades. Para as demais áreas, os valores não diferiram estatisticamente.
Matsuoka (2006) relata que o tipo de material prontamente degradável favorece
a maior atividade da enzima, porém não é um efeito duradouro, já que a fonte de alimento
é rapidamente consumida. Assim, o fato da atividade enzimática da beta glicosidase ter
sido menor nos sistemas de ILP pode estar relacionado com o consumo rápido do material
disponível (restos culturais de soja) no solo.
0
20
40
60
80
100
120
Pastagem ILP 2015 ILP 2014 ILP 2013 Mata Nativa
mg
p-n
itro
fen
ol k
g-1so
lo.h
-1
Figura 3. Valores de atividade de beta glucosidase em amostras de solo sob pastagem
degradada (PA), diferentes anos de início do sistema de integração lavoura-pecuária
(2013, 2014 e 2015) e mata nativa, na profundidade de 0 a 5 cm, na Fazenda São Luiz,
município de Barra do Garças - MT, 2017. As barras verticais referem-se ao intervalo de
confiança de média a 95% de probabilidade e a sobreposição dos intervalos indica não
diferença significativa entre as médias das áreas.
Figura 4. Valores de atividade de beta glucosidase em amostras de solo sob pastagem
degradada (PA), diferentes anos de início do sistema de integração lavoura-pecuária
(2013, 2014 e 2015) e mata nativa, na profundidade de 5 a 10 cm, na Fazenda São Luiz,
município de Barra do Garças - MT, 2017. As barras verticais referem-se ao intervalo de
confiança de média a 95% de probabilidade e a sobreposição dos intervalos indica não
diferença significativa entre as médias das áreas.
0
50
100
150
200
250
Pastagem ILP 2015 ILP 2014 ILP 2013 Mata nativa
mg
p-n
itro
fen
ol.
kg-1
solo
.h-1
0
50
100
150
200
250
Pastagem ILP 2015 ILP 2014 ILP 2013 Mata nativa
mg
p-n
itro
fen
ol.
kg-1
solo
.h-1
3.2. Resultados das análises microbiológicas de 2018
Fosfatase ácida
A atividade da fosfatase ácida variou de 539 a 684 mg de p-nitrofenol.kg-1 de
solo h-1 na profundidade de 0 a 5 cm (Figura 5). Já na profundidade de 5 a 10 cm, os
valores variaram de 333 a 394 mg de p-nitrofenol.kg (Figura 6).
Nota-se que os valores da atividade da fosfatase ácida no ano de 2018 foram
superiores em relação ao ano de 2017, em ambas as profundidades. O aumento mais
expressivo foi observado na área de ILP 2015.
Figura 5. Valores de atividade de fosfatase ácida em amostras de solo sob pastagem
degradada (PA), diferentes anos de início do sistema de integração lavoura-pecuária
(2013, 2014 e 2015) e mata nativa, na profundidade de 0 a 5 cm, na Fazenda São Luiz,
município de Barra do Garças - MT, 2018. As barras verticais referem-se ao intervalo de
confiança de média a 95% de probabilidade e a sobreposição dos intervalos indica não
diferença significativa entre as médias das áreas.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
Pastagem ILP 2015 ILP 2014 ILP 2013 Mata nativa
mg
p-n
itro
fen
ol k
g-1so
lo.h
-1
Figura 6. Valores de atividade de fosfatase ácida em amostras de solo sob pastagem
degradada (PA), diferentes anos de início do sistema de integração lavoura-pecuária
(2013, 2014 e 2015) e mata nativa, na profundidade de 5 a 10 cm, na Fazenda São Luiz,
município de Barra do Garças - MT, 2018. As barras verticais referem-se ao intervalo de
confiança de média a 95% de probabilidade e a sobreposição dos intervalos indica não
diferença significativa entre as médias das áreas.
Beta Glicosidase
A atividade da beta glicosidase variou de 29 a 76 mg de p-nitrofenol.kg-1 de solo
h-1 na profundidade de 0 a 5 cm (Figura 7). Já na profundidade de 5 a 10 cm, os valores
variaram de 75 a 109 mg de p-nitrofenol.kg (Figura 8).
A atividade de beta glicosidase foi maior na área de ILP 2014 em relação à ILP
2013 e pastagem degradada na profundidade de 0 a 5 cm (Figura 7). A área de mata nativa
também foi superior à ILP 2013 e pastagem degradada. Para a profundidade de 5 a 10
cm, houve diferença entre área de mata e pastagem degradada (Figura 8). As áreas de ILP
não diferiram estatisticamente da área de pastagem degradada e área de mata.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Pastagem ILP 2015 ILP 2014 ILP 2013 Mata nativa
mg
p-n
itro
fen
ol k
g-1so
lo.h
-1
Figura 7. Valores de atividade de beta glicosidase em amostras de solo sob pastagem
degradada (PA), diferentes anos de início do sistema de integração lavoura-pecuária
(2013, 2014 e 2015) e mata nativa, na profundidade de 0 a 5 cm, na Fazenda São Luiz,
município de Barra do Garças - MT, 2018. As barras verticais referem-se ao intervalo de
confiança de média a 95% de probabilidade e a sobreposição dos intervalos indica não
diferença significativa entre as médias das áreas.
Figura 8. Valores de atividade de beta glicosidase em amostras de solo sob pastagem
degradada (PA), diferentes anos de início do sistema de integração lavoura-pecuária
(2013, 2014 e 2015) e mata nativa, na profundidade de 5 a 10 cm, na Fazenda São Luiz,
município de Barra do Garças - MT, 2018. As barras verticais referem-se ao intervalo de
confiança de média a 95% de probabilidade e a sobreposição dos intervalos indica não
diferença significativa entre as médias das áreas.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Pastagem ILP 2015 ILP 2014 ILP 2013 Mata nativa
p-n
itro
fen
ol k
g-1d
e so
lo h
-1
0
20
40
60
80
100
120
140
Pastagem ILP 2015 ILP 2014 ILP 2014 Mata nativa
p-n
itro
fen
ol
kg
-1 d
e so
lo h
-1
O sistema de ILP parece estar favorecendo à atividade enzimática do solo. O
aumento ou a redução da atividade das enzimas beta glicosidase e fosfatase ácida pode
estar sendo influenciado pelo manejo adotado nas diferentes áreas. As áreas de estudo,
por se tratarem de áreas comerciais, torna-se difícil um controle rigoroso das práticas de
manejo, como plantio e colheita, sendo estes, efetuados em períodos diferentes nas áreas.
Este fator implica no período em que os resíduos da colheita permanecem em cada área,
influenciando diretamente na atividade das enzimas, por estas serem extremamente
sensíveis as condições do ambiente e do manejo.
4. DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES E MEDIDAS CORRETIVAS
Dificuldades estão sendo encontradas nas determinações de alguns atributos
microbiológicos. Testes estão sendo realizados para obtenção de resultados mais
consistentes.
5. REFERENCIAS
ANDERSON, J.M.; INGRAM, J.S.I. Colorimetric determination of ammonium. In:
ANDERSON, J.M.; INGRAM, J.S.I (Eds.), Tropical Soil Biology and Fertility: A
Handbook of Methods. CAB International, Wallingford, p. 42-43, 1993.
ANDERSON, J.P.E. Soil respiration. In. PAGE, A.L. (ed). Methods of soil analysis.
Part 2. Chemical and Microbiological Methods. American Society of Agronomy, pp.
837-871, 1982.
ARAÚJO, A. S. F; MONTEIRO. Indicadores biológicos do solo. Biosci. J., Uberlândia,
v. 23, n. 3, p. 66-75, 2007
COLOZZI-FILHO, A.; BALOTA, E. L.; ANDRADE, D. S. Microrganismos e processos
biológicos no sistema plantio direto. In: SIQUEIRA, J. O.; MOREIRA, F. M. S.; LOPES,
A. S.; GUILHERME, L. R. G.; FAQUIN, V.; FURTINI-NETO, A. E.; CARVALHO, J.
G. (eds). Inter-relação fertilidade, biologia do solo e nutrição de plantas. Lavras:
SBCS/UFLA/DCS, 1999. p.487-508.
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Pecuária em Sistema Plantio Direto. Revista Brasileira de Ciências do Solo, 39:852-
863, 2015
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12/11/2018 Coordenador do projeto: Silvio Yoshiharu Ushiwata
Bolsista: Ândria Alves de Souza
6. ANEXO
1. Filtragem de amostras para determinação enzimática.
2. Procedimentos para determinação enzimática.
5. Amostragem de solo de área de pastagem degradada para análise
microbiológica (31 de março de 2018).