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RELATÓRIO E CONTAS 2012

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ÍNDICE

1. MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO ..................................... 4

2. RESUMO DA ACTIVIDADE ...................................................................................................... 6

3. ACTIVIDADES ......................................................................................................................... 7

3.1 ENVOLVENTE DE MERCADO ......................................................................................... 7

3.1.1 Economia Internacional ............................................................................................ 7

3.1.2 Economia Nacional ................................................................................................... 8

3.2 ENVOLVENTE SECTORIAL .............................................................................................. 9

3.2.1 Regulação .................................................................................................................. 9

3.2.2 Factos Relevantes ..................................................................................................... 9

3.3 ACTIVIDADE OPERACIONAL ....................................................................................... 11

3.3.1 Aprovisionamento .................................................................................................. 11

3.3.2 Distribuição Inter-ilhas ........................................................................................... 12

3.3.3 Bancas Marítimas ................................................................................................... 12

3.3.4 Armazenagem e Enchimento de Gás ..................................................................... 13

3.3.5 Investimentos ......................................................................................................... 13

3.4 ACTIVIDADE COMERCIAL ............................................................................................ 14

3.4.1 Análise por tipo de mercado .................................................................................. 14

3.4.2 Análise por produto ................................................................................................ 14

3.4.3 Análise por segmento ............................................................................................. 15

3.4.4 Análise por ilha ....................................................................................................... 15

4. DESEMPENHO EMPRESARIAL .............................................................................................. 16

4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................ 16

4.1.1 Proveitos Operacionais........................................................................................... 17

4.1.2 Custos Operacionais ............................................................................................... 18

4.1.3 Resultado Operacional ........................................................................................... 19

4.1.4 Resultados Financeiros ........................................................................................... 19

4.1.5 Imposto Único sobre Rendimento (IUR) ................................................................ 20

4.1.6 Resultado Líquido ................................................................................................... 20

4.2 ANÁLISE DO INVESTIMENTO E DA ESTRUTURA DO CAPITAL .................................... 20

4.3 INDICADORES DE DESEMPENHO ................................................................................ 21

4.4 CONTRIBUTO FISCAL ................................................................................................... 22

5. COMPROMISSO COM A COMUNIDADE .............................................................................. 23

5.1 GOVERNAÇÃO EMPRESARIAL .................................................................................... 23

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5.1.1 Estrutura accionista ................................................................................................ 23

5.1.2 Modelo de Governance .......................................................................................... 24

5.1.3 Informação ao Accionista ....................................................................................... 26

5.2 RESPONSABILIDADE SOCIAL ....................................................................................... 28

5.2.1 Cultura ..................................................................................................................... 28

5.2.2 Educação ................................................................................................................. 28

5.2.3 Desporto ................................................................................................................. 28

5.2.4 Ambiente ................................................................................................................ 28

5.3 ORGANIZAÇÃO E RECURSOS HUMANOS ................................................................... 29

5.3.1 Principais Acções .................................................................................................... 29

5.3.2 Benefícios sociais .................................................................................................... 30

5.3.3 Formação ................................................................................................................ 30

5.3.4 Indicadores.............................................................................................................. 30

5.4 SEGURANÇA, QUALIDADE E AMBIENTE ..................................................................... 31

5.5 INOVAÇÃO .................................................................................................................. 32

6. PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS ........................................................................................... 33

7. EVOLUÇÃO PREVISÍVEL........................................................................................................ 36

8. ANEXOS ............................................................................................................................... 37

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1. MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Caros Accionistas, Os resultados alcançados pela ENACOL, em 2012, ficaram abaixo dos atingidos em 2011, ano em que a empresa conheceu um aumento excepcional dos seus resultados. O volume de negócios realizado situou-se em 17.217.179 contos, contra os 18.123.388 contos do ano anterior, reflectindo assim uma diminuição de 5%. Já os Resultados Líquidos registaram uma redução ainda mais significativa, em cerca de 19%, cifrando-se em 636.134 contos, quando em 2011 tinham sido de 786.865 contos. Na origem da diminuição dos resultados, postula-se a redução das vendas e das margens unitárias do negócio, destacando-se:

a) Quebra acentuada das vendas na Marinha, em cerca de 45%, seguramente, devido ao término da parceria entre a ENACOL e a AEGEAN, afastando do Porto Grande o mercado então trazido por essa multinacional de bunkering;

b) Redução considerável das vendas aos clientes do segmento de Produção de Energia e Água, em especial à Electra, decorrente da maior penetração das energias renováveis no País;

c) Redução substancial da margem bruta unitária de comercialização a nível do

mercado interno/regulado, dada a diminuição dos parâmetros preços, aprovados pela ARE;

d) Diminuição das margens na aviação, por força da concorrência.

Na mensagem que dirigi aos accionistas no Relatório & Contas de 2011, referi-me a aposta no bunkering como eixo fundamental da estratégia de desenvolvimento da Enacol. Aspectos ligados ao ambiente de negócio e a burocracia então instalada no sector levaram a empresa a perder o parceiro estratégico. Entretanto, o trabalho de revitalização do bunkering no Porto Grande, assumido inteiramente pela Enacol, se mantém em várias frentes: (I) na sua promoção em circuitos especializados e no estreitamento de relações com o mercado internacional, (II) na consciencialização dos diferentes stakeholders nacionais e da população em geral para a bondade dessa atividade, em campanhas de comunicação, e (III) na realização pela empresa dos necessários investimentos, de reforço da nossa capacidade e de segurança nos abastecimentos, em linha com as melhores práticas internacionais. Expurgada a quebra das vendas, dada pela saída da AEGEAN, os resultados no bunkering são encorajadores: o ano de 2012 registou um crescimento de 12% face a 2010. Também disse que a liderança do mercado é um desafio permanente da Enacol. Apesar do recrudescimento da concorrência, como era esperado, a Enacol logrou manter ainda uma liderança expressiva de 64% de quota, não obstante ter perdido 6 pontos percentuais, face a 2012. A nível organizacional, cabe-me destacar a operacionalização da ENACOLGEST que, em 2012, iniciou a sua actividade. Trata-se de uma empresa inteiramente dedicada à gestão dos postos de venda, com missão clara de dinamizar o negócio do retalho e, acima de tudo, assegurar o necessário controlo do património alocado a essa actividade. Com mais esta iniciativa, que

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vem juntar à criação, em 2011, da ENAMAR, reforça-se a ideia de grupo empresarial em torno da ENACOL, acrescentando compromisso e responsabilidade ao nosso negócio em Cabo Verde. Nota especial aos investimentos de recuperação das instalações da Palmeira, na ilha do Sal, que vieram introduzir um conceito completamente novo de segurança nas instalações petrolíferas em Cabo Verde, para responder não só aos imperativos legais recentes do Sistema Petrolífero Nacional e às fortes exigências do sector da aviação, mas sobretudo aos novos padrões de Saúde, Segurança e Ambiente (SSA) em contínuo desenvolvimento na empresa. Infelizmente, a almejada diversificação das actividades da ENACOL pelo ramo energético ainda não se concretizou. Entretanto, a empresa mantém-se atenta a oportunidades que justifiquem o interesse da ENACOL. Por tudo isso, e apesar das circunstâncias desfavoráveis, relacionadas com a conjuntura e com o próprio ambiente de negócios, é mister afirmar que as acções levadas a cabo pela ENACOL, em 2012, revelaram-se de acordo com as grandes linhas de actuação e com os objectivos estratégicos aprovados pelo Conselho de Administração, pelo que considero que as realizações do ano transacto evidenciam e reafirmam os eixos fundamentais de atuação da empresa. Entretanto, os resultados alcançados em 2012, bem como os sinais que chegam do mercado, obrigam a encarar o ano de 2013 com prudência. As perspectivas não são optimistas. O mercado nacional não dá sinais vigorosos de retoma, pelo contrário, é esperada alguma redução do ritmo de crescimento da economia cabo-verdiana. A matriz energética de produção de electricidade e água e a própria rentabilidade do sector têm vindo a alterar-se substancialmente, primeiro, pela penetração cada vez mais expressiva das renováveis e, segundo, pela maior utilização do fuelóleo em detrimento do gasóleo. Nesse quadro de atuação, Nesse contexto, o mercado externo, tanto do bunkering, como da aviação, continuará a merecer atenção especial na estratégia comercial da Enacol, na certeza que é por essa via que a empresa poderá assegurar taxas superiores de crescimento. Aos nossos colaboradores é exigido que redobrem o seu empenho, dedicação e rigor, que tenham sempre uma atitude empreendedora e inovadora. Ao Conselho de Administração impõe-se o acompanhamento permanente da empresa e agilidade na adequação da estratégia aos desafios do negócio. Feita, em síntese, a análise do exercício económico de 2012, uma última palavra para, em meu nome próprio e de todo o Conselho de Administração, manifestar apreço e gratidão aos Clientes e Accionistas pela confiança que em nós depositam; ao vasto conjunto de Entidades com os quais nos relacionamos, pelo seu apoio; e aos nossos quase 300 colaboradores directos que, com o seu querer, desempenho e lealdade, fizeram de 2012 mais um ano de boa memoria para todos os stakeholders do nosso grupo empresarial - ENACOL, ENAMAR E ENACOLGEST. Carlos Adolfo de Magalhães Bayan Ferreira Presidente do Conselho de Administração

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2. RESUMO DA ACTIVIDADE Informação Financeira

RESUMO FINANCEIRO

Un.

2012

2011

Variação

Proveitos operacionais

Contos

17.710.753 18.497.021 -4%

Custos operacionais 16.834.554 17.491.326 -4%

EBITDA 1.254.255 1.356.931 -8%

Lucro operacional 876.199 1.005.695 -13%

Lucro líquido 636.134 786.865 -19%

Margem Bruta 2.445.334 2.778.756 -12%

Margem Bruta

%

14,2% 15,4% -7%

Rentabilidade Operacional 4,9% 5,4% -9%

Rentabilidade Líquida das Vendas 3,7% 4,4% -15%

ROI (RL/AL) 8,1% 9,3% -13%

ESTRUTURA PATRIMONIAL

Un.

2012

2011

Variação

Activo Líquido

Contos

7.813.703 8.424.891 -7%

Passivo 3.837.939 4.609.762 -17%

Capital Próprio 3.975.764 3.815.129 4%

ACÇÃO ENACOL

Un.

2012

2011

Variação

Cotação a 31 de Dezembro Escudo 3.150 4.100 -23%

Capitalização bolsista Contos 3.150.000 4.100.000 -23%

Valor contabilístico Escudo 3.976 3.815 4%

Price to book value Un. 0,79 1,07 -26%

Dividend yeld % 15,0% 10,0% 30%

Informação Operacional

RESUMO OPERACIONAL

Un.

2012

2011

Variação

Número de Importações un. 67 74 -9%

Quantidades Importadas mt 162.010 235.253 -31%

Distribuição Inter-ilhas

m3

141.471 127.254 11%

Carga unitizada 38.965 29.989 10%

Carga a granel 102.506 97.265 5%

Quantidades Vendidas

mt

175.471 219.116 -20%

Vendas in-land 87.284 100.689 -13%

Bancas marítimas 43.147 77.726 -44%

Aviação 45.040 40.701 11%

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3. ACTIVIDADES

3.1 ENVOLVENTE DE MERCADO 3.1.1 Economia Internacional

De acordo com o Fundo Monetário Internacional o ritmo de crescimento da economia mundial abrandou de 3,9%, em 2011, para 3,2%, em 2012, em grande medida devido à crise económica e financeira na Europa. Estima‐se que a actividade económica da Zona Euro tenha contraído 0,4% em 2012, em resultado, sobretudo, do impacto na economia real e na confiança dos agentes económicos do processo de consolidação orçamental dos países sobre‐endividados e respectivo contágio aos demais países da região. As condições de financiamento da economia ainda restritivas (não obstante o aumento da liquidez no sistema bancário e redução dos juros das dívidas soberanas) também explicam o comportamento desfavorável da economia da região monetária e o aumento, consequente, da taxa de desemprego para máximo histórico (11,7% em Dezembro de 2012). Com uma performance contrária à da Europa, os EUA foram dos poucos países a registar uma aceleração no seu ritmo de crescimento em 2012 (de 1,8% para 2%), não obstante a contracção registada no 4º trimestre. A desaceleração do ritmo de crescimento da actividade económica dos mercados emergentes e em desenvolvimento (de 6,3% para 5,1%) igualmente contribuiu para o desempenho menos favorável da economia global em 2012. Na perspectiva do FMI, a economia dos países em desenvolvimento foi grandemente afectada pela redução da procura por parte dos países avançados. O abrandamento da actividade económica global determinou a redução de pressões inflacionistas. Nos mercados das matérias‐primas, refira‐se à redução dos preços dos bens alimentares (na ordem dos 7%), não obstante a queda da produção de cereais devido à seca nos EUA, Europa e Ásia. Quanto ao petróleo, de registar a estabilização do respectivo preço (brent cresceu 0,9% em termos médios anuais, que compara ao crescimento 32% em 2011). Com efeito, a cotação média do dated Brent nos doze meses de 2012 foi de USD 111,7/bbl, em linha com a do período homólogo do ano anterior. Esta estabilidade resultou de dois efeitos de sinal contrário. Por um lado, a instabilidade na Síria, no Sudão do Sul e no Iémen, aliada à tensão crescente em Israel, na Faixa de Gaza e no Irão, que sustentaram a cotação; e por outro, as incertezas em relação à actividade económica na Europa e nos EUA, juntamente com os receios de uma desaceleração da economia chinesa, que pesaram sobre a cotação. Nos doze meses de 2012, a taxa de câmbio média do euro/dólar foi de 1,29, uma desvalorização de 8% do euro face ao dólar em relação ao período homólogo de 2011. O enfraquecimento da moeda única deveu-se essencialmente à continuação da crise da dívida soberana na zona euro, mesmo depois do Banco Central Europeu ter anunciado novas medidas de estímulo à economia.

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3.1.2 Economia Nacional Cabo Verde, sendo uma economia fortemente dependente do exterior, foi naturalmente afectado pela crise económica global que se perdurou em 2012. Segundo o Banco de Cabo Verde (BCV), os indicadores de tendência da actividade económica nacional apontam para uma contracção da procura interna e expansão da procura externa líquida, em 2012, resultando num abrandamento do ritmo de crescimento da economia do País. Em termos acumulados, o indicador da procura interna decresceu 8,3% nos primeiros nove meses do ano, em termos homólogos, em resultado da evolução negativa, tanto do indicador do consumo como do indicador da formação bruta de capital fixo (FBCF). O indicador do consumo apresentou desde o início do ano um perfil descendente, tendo registado um forte declínio no 2º trimestre. Infere‐se que o comportamento do consumo reflecte, fundamentalmente, a redução do rendimento disponível das famílias, em função da forte desaceleração do ritmo de crescimento das remessas de emigrantes e das transferências do Estado para as famílias, bem como da redução dos rendimentos de empresas e propriedades, num contexto de significativo decréscimo do crédito ao consumo. No que se refere ao investimento, os indicadores disponíveis também apontam para uma redução da formação bruta de capital fixo, em resultado da diminuição das importações de materiais de construção e de bens de equipamento, bem como da desaceleração das importações de material de transporte. Informações disponíveis sugerem que a procura externa líquida permaneceu em expansão ao longo dos últimos nove meses, favorecida pela redução dos preços das mercadorias importadas e forte crescimento das receitas de turismo. Relativamente aos preços no consumidor, estes mantiveram, em termos gerais, um perfil descendente ao longo do ano, tendo-se a inflação média anual, medida pelo índice de preços no consumidor, fixada nos 2,5%, baixando assim 2 pontos percentuais relativamente ao ano de 2011. Face ao comportamento constatado da actividade económica nacional, num contexto de ligeira contracção do produto dos principais parceiros económicos do País, o BCV estima ter havido uma desaceleração do ritmo de crescimento da economia nacional para valor próximo da tendência central do intervalo 4‐5% em 2012 (os dados recentes apontam para valores inferiores).

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3.2 ENVOLVENTE SECTORIAL 3.2.1 Regulação Ao longo de 2012, como previsto pelo mecanismo de preços instituído pela ARE (Agência de Regulação Económica), verificaram-se alterações dos preços dos combustíveis, de dois em dois meses. Em Outubro, como habitualmente, realizou-se o concurso público para o fornecimento anual dos combustíveis líquidos. O resultado adveio favorável ao mercado nacional, com abaixamento generalizado dos prémios ao fornecedor, facto que espelha o intenso trabalho de negociação levado a cabo pela petrolíferas e a sua credibilização no mercado externo. Os benefícios do concurso, de acordo com o regulamento de preço instituído, são capturados integralmente pelos consumidores, sem nenhuma compensação às petrolíferas. De notar que a actualização de preços, ocorrida em Dezembro último, incorporou logo a redução dos valores dos prémios de fornecedor para os combustíveis líquidos. As contas de 2012 espelham o efeito negativo da redução dos parâmetros de comercialização dos combustíveis, aprovados pela ARE, em Agosto de 2011, facto que, associado à contração do mercado e a penetração das energias renováveis, recomenda a sua revisão, para continuar garantir a sustentabilidade do sector de petróleos em Cabo Verde. 3.2.2 Factos Relevantes Término da parceria ENACOL/AEGEAN e redefinição da estratégia de revitalização do bunkering no Porto Grande Em Fevereiro de 2012, cessou-se a parceria estabelecida com a AEGEAN, em 2010, visando o desenvolvimento do mercado de bunkering em Cabo Verde, impactando, desde logo, na redução substancial da capacidade de abastecimento da Enacol e do Porto Grande, pela retirada do N/T Dilos, mas, sobretudo, na fuga de clientes antes trazidos pela multinacional. Com isso, o desenvolvimento das vendas alcançado, em 2011, regrediu praticamente a níveis de 2010. Na origem da retirada da AEGEAN, destacam-se as dificuldades burocráticas, o excesso de custos associados às operações e a falta de regulação da actividade, sobretudo a impossibilidade de realização do bunkering offshore. Estas circunstâncias inviabilizaram, especialmente, o investimento retido em Cabo Verde (um navio tanque novo, totalmente equipado, com 4.074m3 m3 de capacidade de carga, estacionado no Porto Grande para prestar serviço de bunkering) e conduziram ao abandono da parceria pela multinacional grega. Entretanto, a Enacol redefiniu a sua estratégia, trabalhando, a nível nacional, no reforço institucional da actividade. Os resultados já são evidentes, inscrevendo-se o bunkering, actualmente, na linha das prioridades do Governo para o relançamento da economia marítima, enquadrada na estratégia de dinamização do Hypercluster do Mar. Para além disso, a Enacol desenvolveu uma forte campanha de comunicação a nível internacional para a angariação de

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notoriedade do bunkering em Cabo Verde, dando a conhecer a empresa, o porto de S. Vicente e as nossas práticas de bunkering de há quase dois séculos. Reforço da penetração das energias renováveis Continuou-se a registar um aumento da penetração das energias renováveis, com a estabilização do funcionamento do 28 MW de potência instalada no Pais, nos quatro parques eólicos da empresa Cabeólica. Desse modo, logrou-se um contributo estimado das renováveis de 25% na matriz energética do País. Isso contribuiu para uma redução considerável do consumo de gasóleo e fuelóleo (na ordem de 9% relativamente ao ano anterior) para a produção de energia eléctrica. Recrudescimento da concorrência Em 2012, a concorrência intensifica-se no sector dos combustíveis. Consumado o processo de partilha dos activos da Shell de Cabo Verde com a Vitol e Helios Investiments, surge uma nova realidade empresarial, com práticas muito mais agressivas. A disputa intensa pelo mercado, entre as duas petrolíferas, tem reflexos a vários níveis, sobretudo na forte deterioração das margens de comercialização no mercado externo – aviação e marinha.

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3.3 ACTIVIDADE OPERACIONAL

3.3.1 Aprovisionamento As compras efectuadas em 2012, comparadas com 2011, revelam a acentuada redução das quantidades vendidas pela Empresa, tendo as quantidades importadas diminuído em cerca de 31% relativamente ao ano anterior, destacando-se particularmente o fuelóleo, devido à redução das vendas no bunkering e ao sector de produção de energia e água. Os custos de aquisição registaram, consequentemente, uma redução também significativa, na ordem dos 34% O quadro seguinte resume a evolução das importações, em quantidade e em valor, entre 2011 e 2012.

2012 2011 VAR 2012/2011

PRODUTO mt mCVE mt mCVE mt VALOR

Gasóleo 63.328 5.373.769 84.177 6.466.056 -25% -39%

Fuelóleo 46.186 2.649.923 103.119 5.155.563 -55% -60%

Butano ENACOL 4.022 368.536 5.110 425.635 -21% -13%

Jet A1 45.141 4.247.621 38.562 3.283.382 17% 29%

Gasolina 2.583 243.250 2.697 221.369 -4% -21%

Lubrificantes 750 150.354 832 159.073 -10% -5%

Betumes 0 0 756 45.316 -100% -100%

TOTAL 162.010 13.033.453 235.253 15.756.394 -31% -34%

O gráfico seguinte ilustra a evolução dos preços médios dos produtos petrolíferos entre 2011 e 2012, de acordo com o índice Platts.

0,0

200,0

400,0

600,0

800,0

1.000,0

1.200,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

USD

Gasóleo 2011

Gasóleo 2012

Fuelóleo 2011

Fuelóleo 2012

Jet A1 2011

Jet A1 2012

Gasolina 2011

Gasolina 2012

Butano 2011

Butano 2012

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3.3.2 Distribuição Inter-ilhas Tendo terceirizado toda a actividade de distribuição inter-ilhas de combustíveis desde 2011, a ENACOL suportou-se dos serviços da participada ENAMAR e de outros terceiros para colocar os seus produtos nas diversas ilhas do País. A ENAMAR funcionou com os três navios pertencentes à ENACOL (Dragoeiro e Baía, para produtos líquidos a granel, e John Miller, para produtos embalados) em regime de afretamento a casco nu. Ao longo de 2012, estes três navios efectuaram 113 viagens inter-ilhas, sendo 52 realizadas pelo Dragoeiro, 32 pelo Baía e 29 pelo John Miller, assegurando o transporte de 27.298 m3 de combustíveis embalados (contentores, garrafas e tambores) e 39.149 m3 de graneis. Em navios de terceiros, foram carregados mais 63.357 m3 de graneis líquidos e 11.667 m3 de carga embalada, perfazendo um total de 141.471 m3 de combustíveis transportados inter-ilhas, um aumento de 11% do volume face a 2011, conforme abaixo apresentado. De notar que, contrariamente ao ano anterior, em 2012 a percentagem de carga transportada através de frota própria foi menor devido essencialmente ao facto de o navio John Miller ter permanecido durante 4 meses na doca para trabalhos de manutenção.

FROTA 2012 2011

Quant (m3) Peso Quant (m

3) Peso

Frota própria 66.447 47% 72.521 57%

Frota terceiros 75.024 53% 54.733 43%

Total 141.471 100% 127.254 100%

3.3.3 Bancas Marítimas Depois do forte crescimento verificado em 2011, cerca de 101%, o abastecimento à Marinha registou em 2012 uma redução de 44%, fixando-se nas 43.147 toneladas, pelas razões expostas anteriormente. Todavia, paulatinamente as vendas foram sendo recuperadas, como reflexo da estratégia de dinamização das actividades de bunkering no Porto Grande, a qual passa pela afirmação deste porto como uma referência no Atlântico médio. À semelhança dos anos anteriores, a quase totalidade dos abastecimentos foi realizada por barcaças (essencialmente através do navio Baía, pertencente à ENACOL) e uma parte residual por pipelines e camiões. Todas as operações logísticas associadas às bancas marítimas foram transferidas para a ENAMAR, à semelhança do transporte de combustíveis inter-ilhas. Em 2012, os abastecimentos foram maioritariamente de gasóleo, tendo respondido por 58% das bancas e o fuelóleo pelos restantes 42%. Em 2011, a participação do gasóleo foi de 45% e do fuelóleo de 55%.

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Relatório e Contas 2012

3.3.4 Armazenagem e Enchimento de Gás Em 2012, a importação de gás butano registada pela ENACOL na sua ILPG na Praia (única instalação de recepção e armazenagem de gás a granel no País) foi de 10.313 toneladas, sendo 61% do total referentes a produtos de terceiros. A par de recepção e armazenagem, a ILPG realizou o enchimento de 11.091 toneladas (mt), mais 0,3% do que em 2011, distribuídas como segue:

TIPO EMBALAGEM

QUANTIDADE ENCHIDA (mt)

Garrafa 3 kg 1.142

Garrafa 6 kg 1.024

Garrafa 12,5 kg 3.448

Garrafa 55 kg 548

Contentores 4.929

TOTAL 11.091

3.3.5 Investimentos Não obstante a Empresa não ter conseguido realizar alguns projectos de grande dimensão que tinha em carteira para 2012, por questões de financiamento, foram concluídos e iniciados projectos estruturantes para a Empresa, visando, sobretudo, o reforço da capacidade e modernização dos meios logísticos, a melhoria das condições de segurança das instalações e a modernização da rede de postos de venda. Do montante realizado, é de salientar que cerca de 40% diz respeito ao negócio de Aviação na ilha do Sal, abarcando, entre outros, os projectos de adequação das condições de segurança do parque da Palmeira às normas da Aviação, renovação da frota de hydrant dispensers no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, substituição do fundo de um dos tanques de armazenagem de Jet A1 no parque da Palmeira e construção de uma nova garagem para as viaturas da aeroinstalação do Sal. Os projectos orientados à modernização de postos de venda constituíram igualmente uma das rubricas de maior gasto de investimento (representaram à volta de 12% do orçamento), salientando-se a conclusão do projecto de reconstrução do posto de venda de Rª Grande e construção de escritórios da delegação de Santo Antão e os investimentos de alinhamento de imagem dos postos de venda.

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Relatório e Contas 2012

3.4 ACTIVIDADE COMERCIAL Em 2012, as vendas totais da ENACOL cifraram-se em 175.471 toneladas (mt), uma redução de 19,9% em relação ao ano transacto, enquanto as vendas totais do mercado situaram-se em 274.657 mt, representando uma variação negativa de 12,4% relativamente ao ano anterior. Face a essa evolução, a quota global da ENACOL ficou em 63,9% (em 2011 foi de 69,9%), mantendo a Empresa uma posição confortável de liderança do mercado. 3.4.1 Análise por tipo de mercado Não obstante as fortes perdas nos segmentos de Marinha (externo) e Clientes Empresariais, a ENACOL continuou a deter a liderança quer do mercado interno, quer do mercado externo, com 56,7% e 74,9% de quota, respectivamente. De notar que a saída da Aegean representou uma quebra de vendas da Enacol na ordem dos 29.000 mt (afectando só as vendas da Enacol),a penetração das energias renováveis e acção da concorrência no sector de electricidade e água - quebras de 7.861 mt e 5.989 mt, respectivamente.

Vendas globais em 2011/2012, por tipo de mercado (mt)

Mercado Ano 2012 Ano 2011 Var. Var.

Qta (p.p) Mercado Enacol Qta% Mercado Enacol Qta% Enacol

Merc. Interno 165.864 94.019 56,7% 170.179 108.200 64% -13,1% -6,9

Merc. Externo 108.793 81.451 74,9% 143.241 110.916 77% -26,6% -2,6

TOTAL 274.657 175.471 63,9% 313.420 219.116 69,9% -19,9% 6,0

3.4.2 Análise por produto Analisando as vendas por produto, tornam-se evidentes as fortes quebras no gasóleo e no fuelóleo pelos motivos já apresentados, não obstante a ENACOL continuar com uma posição confortável de liderança nesses dois produtos. O mercado do Jet cresceu muito, tendo a Enacol logrado manter a mesma posição de liderança. Nos produtos comercializados, fundamentalmente, a nível do retalho (gás, petróleo e lubrificantes), apesar da posição minoritária em termos de quota de mercado, importa realçar os ganhos registados de 1 a 4 p.p. nos diferentes produtos, em resultado das diferentes acções comerciais e de marketing.

Vendas globais em 2011/2012, por produto (mt)

Produto Ano 2012 Ano 2011 Var. Var.

Qta Mercado Enacol Qta% Mercado Enacol Qta% Enacol

Gasóleo 108.386 64.003 59,1% 124.052 79.024 63,7% -19,0% -4,7%

IFO/FUELÓLEO 72.321 57.422 79,4% 102.351 91.076 89,0% -37,0% -9,6%

Gasolina 6.935 2.873 41,4% 7.326 2.829 38,6% 1,5% 2,8%

Jet A1 73.010 45.040 61,7% 65.746 40.701 61,9% 10,7% -0,2%

Butano 10.918 4.524 41,4% 11.136 4.503 40,4% 0,5% 1,0%

Petróleo 527 161 30,5% 639 177 27,7% -9,3% 2,7%

Betumes 682 681 99,8% 64 56 87,5%

12,3%

Lubri 1.876 767 40,9% 2.107 749 35,5% 2,5% 5,3%

TOTAL 274.657 175.471 63,9% 313.420 219.116 69,9% -19,9% -6,0%

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Relatório e Contas 2012

3.4.3 Análise por segmento Uma avaliação das vendas por segmento permite comprovar o bom desempenho no Retalho, onde, para além de aumentarmos as vendas, ganhámos quota, estando o mercado em recessão. Neste segmento, a ENACOL tem-se mostrado, claramente, líder nos serviços e na inovação, com destaque para as marcas que se vão impondo no mercado, como são “Chip Power” e “Gás Conforto". As vendas na Aviação tiveram um crescimento notável (+10,7%). Há a salientar, no entanto, a redução das vendas a partir do aeroporto do Sal, mas compensada com fortes aumentos nos aeroportos da Boa Vista e da Praia, no primeiro, graças ao forte crescimento da atividade turística na ilha e, no segundo, pela conquista de dois clientes importantes - TAP e TACV. Na Marinha, conforme atrás referido, a saída da Aegean foi a causa principal para a quebra das vendas. A Enacol perdeu quota nesse segmento, mantendo todavia uma posição altamente dominante de 77,4%. Relativamente aos Clientes Empresariais, se, por um lado, temos a registar reduções significativas das vendas aos dois clientes de referência do sector de electricidade e água (-28% à Electra e -10% à AEB – Águas e Energia da Boa Vista), por outro, temos a evidenciar a retoma da liderança no subsegmento “consumidores directos” (B2B, gasóleo) dominado por empresas de construção civil.

Peso Relativo dos Segmentos em 2012

Segmento Mercado Enacol

Retalho 19% 12%

Cl.Empresariais 34% 37%

Aviação 27% 26%

Marinha 20% 25%

Vendas globais em 2011/2012, por segmento (mt)

Segmento Ano 2012 Ano 2011 Var. Var.

Qta Mercado Enacol Qta% Mercado Enacol Qta% Enacol

Retalho 53.455 21.735 40,7% 55.425 21.328 38,5% 1,9% 2,2%

Cl.Empresariais 92.440 65.548 70,9% 103.312 79.361 76,8% -17,4% -5,9%

Aviação 73.010 45.040 61,7% 65.746 40.701 61,9% 10,7% -0,2%

Marinha 55.751 43.147 77,4% 88.936 77.726 87,4% -44,5% -10,0%

TOTAL 274.657 175.471 63,9% 313.420 219.116 69,9% -19,9% -6,0%

3.4.4 Análise por ilha

Em termos de vendas por ilha, Santiago se impôs como a maior ilha, com uma fatia expressiva das vendas globais do mercado (34%) e da Enacol (31%), seguido de São Vicente com 26% e 30%, respectivamente. Destaque para Boa Vista com as vendas sempre em crescendo, tendo representado 8% do mercado e quase 11% das vendas da Enacol.

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4. DESEMPENHO EMPRESARIAL 4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS O Resultado Líquido do exercício cifrou-se nos 636.134 contos, representando um decréscimo de 19% relativamente ao exercício de 2011, reflectindo a evolução dos resultados operacionais.

(Contos)

Descrição 2012 2011 Variação 12/11

Valor

%

I. Proveitos Operacionais

1. Vendas

17.163.614

18.060.142

-896.528

-5%

2. Prestação serviços

53.565

63.246

-9.681

-15%

3. Outros proveitos operacionais

493.574

373.633

119.941

32%

Total Proveitos Operacionais (1 + 2 + 3)

17.710.753

18.497.021

-786.268

-4%

II. Custos Operacionais

1. Custo das mercadorias Vend. e Matérias Cons.

14.718.280

15.281.386

-563.106

-4%

Margem Bruta de Comercialização

Valor

2.445.334

2.778.756

-333.422

-12%

%

14,25%

15,39%

2. Custos Funcionamento Desembolsáveis

Fornecimentos e serviços externos

1.045.699

1.034.063

11.636

1%

Gastos com o pessoal

416.100

460.887

-44.787

-10%

Outros gastos e perdas

276.419

363.754

-87.335

-24%

1.738.218

1.858.704

-120.486

-6%

EBITDA

1.254.255

1.356.931

-102.676

-8%

3. Custos não Desembolsáveis

Amortizações do exercício

270.197

268.167

2.030

1%

Provisões e perdas por imparidade

107.859

83.069

24.790

30%

378.056

351.236

26.820

8%

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Relatório e Contas 2012

Total de Custos Operacionais (1 + 2 + 3)

16.834.554

17.491.326

-656.772

-4%

III. Resultado Operacional (I - II)

876.199

1.005.695

-129.496

-13%

Rentabilidade Operacional

4,95%

5,44%

-9%

IV. Resultados financeiros

1. Juros e Ganhos Similares Obtidos

21.848

26.946

-5.098

-19%

2. Juros e Perdas similares Suportados

39.648

7.054

32.594

462%

Total (1 + 2)

-17.800

19.892

-37.692

-189%

V. Result. antes de impostos (III + IV)

858.399

1.025.587

-167.188

-16%

VI. Imposto sobre o Rendimento do período

222.265

238.722

-16.457

-7%

VII. Resultado líquido (V - VI)

636.134

786.865

-150.731

-19%

Rentabilidade das Vendas (VII : I.1.)

3,71%

4,36%

-0,65%

-15%

4.1.1 Proveitos Operacionais Os proveitos operacionais ascenderam a 17.710.753 contos, o que se traduziu numa redução de 4% em relação aos proveitos registados em 2011.

(Contos)

PROVEITOS OPERACIONAIS 2012 2011 VARIAÇÃO 12/ 11

ABS. %

Vendas

17.163.614

18.060.142

-896.528 -5%

Prestação de serviços

53.565

63.246

(9.681) -15%

Ganhos/perdas imputados de subsidiárias e associadas

72.918

128.269

-55.351 -43%

Receitas suplementares

20.440

173

20.267 11715%

Trabalhos para a própria entidade

2.017

1.486

531 36%

Diferenças de câmbio favoráveis

159.572

165.876

-6.304 -4%

Outros rendimentos e ganhos

225.998

77.829

148.169 190%

Provisões/reversões

12.629

0

Total

17.710.753

18.497.021

-798.897 -4%

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Relatório e Contas 2012

Em 2012, as vendas foram de 17.163.614 contos, uma redução de 5% em relação a 2011, reflexo da redução das quantidades vendidas, tanto na Marinha como no segmento de Produção de Energia e Água. Para esta redução contribuiu a diminuição das vendas de gasóleo e fuelóleo, que registaram uma variação de -626.626 contos e -1.293.144, respectivamente. A redução do volume total de vendas só não foi maior devido ao efeito atenuador provocado pelo aumento de vendas de Jet e gasolina, em 795.047 contos e 45.229 contos, respectivamente, bem como pelo aumento de preços dos combustíveis verificado em 2012. O mercado interno contribuiu com 59% das vendas, contra 55% do ano anterior. A Aviação e a Marinha internacional contribuíram com 24% e 17%, respectivamente, em comparação com 19% e 26% em 2011. A margem bruta cifrou-se em 2.445.334 contos, reduzindo 12%. O nível da margem bruta percentual foi de 14,25%, contra 15,39% em 2011.Para esta evolução contribuiu, em grande parte, a redução verificada nos parâmetros da estrutura de preços dos combustíveis sujeitos ao regime de preços máximos e nas margens do segmento de aviação. Os ganhos/perdas imputados de subsidiárias e associadas registaram uma redução de cerca de 40% devido, essencialmente, à redução dos resultados líquidos da participada ENAMAR, que passaram de 122.759 contos em 2011 para 73.762 contos em 2012. 4.1.2 Custos Operacionais Os custos operacionais, excluindo as amortizações e perdas por imparidade, decresceram em 4% em 2012, relativamente a 2011, atingindo os 16.456.498 contos. Esta redução deveu-se sobretudo à diminuição do custo das mercadorias vendidas.

(Contos)

CUSTOS OPERACIONAIS 2012 2011 VARIAÇÃO 12/ 11

ABS. %

Custo das merc. vend. e matérias cons.

14.718.280

15.281.386

-563.106 -4%

Fornecimentos e serviços externos

1.045.699

1.034.063

11.636 1%

Gastos com o pessoal

416.100

460.887

-44.787 -10%

Outros custos operacionais

276.419

363.754

-87.335 -24%

Sub-total

16.456.498

17.140.090

-683.592 -4%

Amortizações e perdas por imparidade

378.056

351.236

26.820 8%

TOTAL Dos Custos operacionais

16.834.554

17.491.326 -656.772 -4%

Os gastos com mercadorias vendidas registaram uma redução de 4% quando comparados com os de 2011, resultado da redução do volume de vendas. Os fornecimentos e serviços externos (FSE’s) registaram um acréscimo ligeiro de 1% relativamente ao ano anterior, atingindo 1.045.699 contos, devido, sobretudo, ao aumento dos encargos com seguros resultante de investimentos novos e de despesas de conservação das instalações. Todavia, há a destacar a redução nas rubricas de transporte marítimo inter-ilhas, publicidade e honorários, fruto do plano de redução de custos iniciado no decurso de 2012.

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Relatório e Contas 2012

A rubrica de amortizações e perdas por imparidade apresenta um aumento de 8% face a 2011, sendo de referir o reforço significativo das imparidades registadas inerentes a dívidas de terceiros, as quais ascenderam a 101.400 contos (44.868 contos em 2011). A estrutura dos custos operacionais permaneceu inalterada relativamente ao ano anterior, com os custos das mercadorias vendidas matérias consumidas a representar 87% do total dos custos operacionais, os FSE’s 6%, os gastos com o pessoal 3% e os restantes custos operacionais 4%.

4.1.3 Resultado Operacional O resultado operacional estabeleceu-se em 876.199 contos, diminuindo 13% em relação ao ano anterior, mais 8 pontos percentuais que a redução que se registou nas vendas. O EBITDA atingiu o valor de 1.254.255 contos, uma redução de 8% relativamente ao ano transacto, em linha com a evolução do resultado operacional 4.1.4 Resultados Financeiros O saldo dos proveitos e custos financeiros foi negativo, cifrando-se em -17.800 contos, o que representa uma redução de 189% face ao ano anterior, devido essencialmente ao aumento dos juros de financiamento.

Custo das mercadorias vendidas e matérias

consumidas87%

Fornecimentos e serviços externos

6%

Gastos com o pessoal

3%

Outros custos operacionais

4%

Estrutura de Custos Operacioais

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Relatório e Contas 2012

4.1.5 Imposto Único sobre Rendimento (IUR) Este imposto é apurado com base nos resultados da Empresa, correspondendo para os contribuintes do regime normal (método da verificação) a uma taxa de 25% sobre a matéria colectável. O valor apurado de imposto devido pela ENACOL, relativo ao exercício económico de 2012 é de 222.265 contos. 4.1.6 Resultado Líquido O Resultado Líquido do exercício de 2012 estabeleceu-se em 636.134 contos, representando uma redução de 19% em relação ao ano anterior, para o que contribuiu a redução da margem bruta no mercado interno e aviação e a quebra verificada nas vendas.

4.2 ANÁLISE DO INVESTIMENTO E DA ESTRUTURA DO CAPITAL

(Contos)

Investimento e Estrutura de Capital 2012 2011 VARIAÇÃO 12/ 11

ABS. %

Investimento

292.664

418.124

-125.460 -30%

Activo Liquido

7.813.703

8.424.891

-611.188 -7%

Passivo

3.837.939

4.609.762

-771.823 -17%

Capital Próprio:

Capital Social

500.000 500.000 - -

Reservas

2.815.944 2.501.271 314.673 13%

Ajustamentos em activos financeiros

20.379 20.379 - -

Outras variações nos capitais próprios

3.307 6.614 -3.307 -50%

Resultados transitados

- - -

Resultados

636.134 786.865 -150.731 -19%

Total

3.975.764

3.815.129

160.635 4%

Em 2012, o investimento realizado pela ENACOL atingiu o montante de 292.664 contos, o que corresponde a um decréscimo de 30% relativamente ao ano anterior. De realçar que, desse montante, cerca de 67% se destinaram ao reforço da capacidade e modernização dos meios logísticos e 12% à modernização de postos de venda. No final do exercício de 2012, o activo total registou um decréscimo de cerca de 7% situando-se em 7.813.703 contos. Esta redução deveu-se, em grande parte, à diminuição dos inventários e da rubrica de Estado e Outros entes públicos, nos montantes de -936.276 e -276.373 contos,

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Relatório e Contas 2012

respectivamente, e aumento das disponibilidades no montante de 580.006 contos. Na mesma data, o passivo ascendia a 33.837.939 contos, registando uma redução de cerca de 17% em relação aos 4.609.762 contos registados no final de 2011, justificada, essencialmente, pela variação de – 770.207 contos na rubrica de fornecedores. Os capitais próprios, não obstante a redução dos resultados líquidos, aumentaram 5%, para 3.975.763 contos no final do ano. De referir que o aumento do capital social deliberado na Assembleia Geral Extraordinária de Accionistas de 21 de Junho de 2012, conforme atrás mencionado, não foi registado nas demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2012 por carecer ainda de registo na Conservatória dos Registos.

4.3 INDICADORES DE DESEMPENHO O quadro apresenta a evolução verificada nos principais indicadores económicos e financeiros.

INDICADORES ECONÓMICOS E FINANCEIROS

2012

2011

Liquidez Geral

1,44

1,33

Liquidez Geral Reduzida

1,14

0,84

Liquidez Geral Imediata

0,27

0,09

Prazo Médio de Cobranças (meses)

1,88

1,83

Prazo Médio de Pagamentos (meses)

2,07

2,32

Prazo médio de Stockagem (meses)

1,06

1,76

Solvabilidade Total

1,04

0,83

Autonomia Financeira

50,9%

45,3%

Rentabilidade do Activo Líquido

8,1%

9,3%

Rent. Líquida das Vendas

3,7%

4,4%

Rent. Do Capital Próprio

16,0%

20,6%

Rotação do Activo

2,2

2,2

Remuneração Média Anual ( mECV)

1.786

1.953

Produtividade do Capital

0,62

0,76

Produtividade do Trabalho (mECV)

6.007

7.393

Os indicadores financeiros registaram uma evolução positiva, que se ilustra através da performance dos indicadores de liquidez e solvabilidade, enquanto que os de rentabilidade registaram ligeiras quebras, consequência directa da redução do resultado líquido. É o caso da rentabilidade líquida das vendas, que baixou de 4,4% para 3,7%, e da rentabilidade dos capitais próprios, que passou de 20,6% para 16%.

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No que se refere aos indicadores de funcionamento, em especial ao prazo médio de recebimento, a evolução reflecte as dificuldades enfrentadas pela generalidade das empresas cabo-verdianas, com destaque para as empresas de construção civil, transporte e de produção de energia e água. 4.4 CONTRIBUTO FISCAL

O contributo fiscal da actividade empresarial desenvolvida pela ENACOL, em 2012, ascendeu a 1.667.447 contos, distribuído como segue:

CONTRIBUTO FISCAL

Contos

Previdência Social e Seguro Obrigatório de Acidentes de Trabalho

72.535

Impostos e Direitos/Encargos Aduaneiros

1.594912

Total

1.667.447

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5. COMPROMISSO COM A COMUNIDADE 5.1 GOVERNAÇÃO EMPRESARIAL

5.1.1 Estrutura accionista Em 31/12/2012, de acordo com a Bolsa de Valores de Cabo Verde, os accionistas da ENACOL eram em número de 843, ou seja, apenas 8 abaixo do número registado à mesma data do ano anterior (851 accionistas). Apesar da diminuição verificada no número de accionistas, as participações qualificadas, praticamente, não sofreram quaisquer alterações, nem na sua estrutura, nem no seu capital, e mantêm a seguinte composição: Grupo Galp Energia (através da participada Petrogal, SA), um operador integrado de energia, presente em todas as etapas da cadeia de valor do petróleo, gás natural e com uma presença crescente nas energias renováveis, com sede em Portugal e actividade em mais de 16 países, detentora de 48,29% do capital social; Sonangol Cabo Verde, pertencente ao grupo Sonangol – empresa estatal angolana de hidrocarbonetos, com sede em Angola e presença em vários países do mundo, detentora de 38,46%; Estado de Cabo Verde, fundador da ENACOL que, por razões de ordem estratégica, mantêm determinadas prorrogativas estatutárias, que conferem a sua participação 2,13% a natureza de golden shares. As acções da ENACOL que livremente se transaccionam no mercado – free float – correspondem a 35% do capital, equivalente a 350.000 acções, incluindo neste cálculo a participação do Estado de Cabo Verde. Fora do âmbito das transacções bolsista encontram-se os 32,5% da Petrogal SA e 32,5% da Sonangol Cabo Verde. Estrutura accionista da ENACOL em 31/12/2012

Petrogal SA – 48,29%

Sonangol Cabo Verde – 38,46%

Estado de Cabo Verde – 2,13%

Demais Accionistas – 11,12%

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5.1.2 Modelo de Governance Transparência e eficiência de gestão são dois grandes pilares da governance corporativa da ENACOL. Em consonância com as suas estratégias de desenvolvimento do negócio, a Empresa manteve em 2011 a seguinte estrutura orgânica e funcional:

Assembleia Geral

A Assembleia Geral, órgão social constituído pelos accionistas com direito de voto, ao qual cabe deliberar sobre as grandes decisões da Sociedade, reuniu-se por duas vezes, sendo a primeira vez a 29 de Março, para realizar a sua reunião anual ordinária, e a segunda, de forma extraordinária, a 21 de Junho, para deliberar sobre o aumento do capital social da empresa e a substituição do Administrador nomeado pelo Estado de Cabo Verde e Demais Accionistas. A composição deste órgão manteve-se inalterada ao longo do ano 2012.

Composição da Mesa da Assembleia Geral em 31/12/2012 NOME CARGO NOMEAÇÃO

Vanda Maria Lima Évora Presidente Estado de Cabo Verde e demais accionistas

Amadeu Fortes Oliveira Secretário Sonangol Cabo Verde

Assembleia Geral

Conselho de

Administração

Direcção Geral

Direcção de Marketing,

Comunicação e Relações Institucionais

Gabinete de. Des.

Estratégico e Inovação

Gabinete de Sistemas de Informação

Gabinete de Qualidade, Segurança

e Ambiente

Gabinete de

Auditoria Interna

Direcção Financeira

Direcção de Des. Organizacional

e Gestão de RH

Direcção de Operações

Direcção Comercial e Gestão de

Clientes

Unidades de Suporte

Unidades Staff

(Apoio à Direcção Geral)

Unidades Operacionais(Operacionalização do negócio da

ENACOL)

Direcção de Engenharia

Conselho Fiscal

Delegações

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Conselho de Administração Ao Conselho de Administração compete, de entre outras funções, definir a estratégia da Empresa, a sua estrutura organizativa e a sua carteira de negócios, assim como aprovar o plano de investimentos e acompanhar a sua execução. As deliberações do Conselho de Administração são tomadas, de um modo geral, por maioria simples. À semelhança do ano anterior, em 2012 o Conselho de Administração reuniu-se por cinco vezes, estando os administradores sempre presentes ou representados. De registar ainda que a Assembleia Geral Extraordinária de 21 de Junho designou o Eng.º José Brito para vogal do Conselho de Administração em representação do Estado de Cabo Verde e demais accionistas, para substituir o Engº João Pereira Silva que, a seu pedido, deixou de pertencer a esse órgão. No final de 2012, pertencia ao Conselho de Administração cinco administradores, todos não executivos, conforme segue:

Composição do Conselho de Administração em 31/12/2012 NOME CARGO NOMEAÇÃO

Carlos Adolfo de Magalhães Bayan Ferreira Presidente Grupo Galp Energia

Adalberto Nhinguica Administrador Sonangol Cabo Verde

José Brito Administrador Estado de Cabo Verde e demais accionistas

Jorge Manuel Algeós Teixeira de Almeida Administrador Grupo Galp Energia

António Alberto Correia Fernandes Administrador Grupo Galp Energia

Conselho Fiscal O Conselho Fiscal é constituído por três membros efectivos, todos independentes e eleitos pela Assembleia Geral de accionistas, sendo um dos membros Auditor de Contas. Compete ao Conselho Fiscal, fiscalizar a elaboração e a divulgação da informação financeira da ENACOL e fiscalizar a revisão dos documentos de prestação de contas a propor à Assembleia Geral. Durante o exercício de 2012, o Conselho Fiscal exerceu normalmente as suas funções, em conformidade com os estatutos, não tendo sofrido qualquer alteração na sua composição.

Composição do Conselho Fiscal em 31/12/2012 NOME CARGO NOMEAÇÃO

Margarida Maria Varela de Carvalho Presidente Sonangol Cabo Verde

Lília Dina de Matos Paiva Vogal Grupo Galp Energia

António Pedro Gomes Silva Vogal Auditor

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Direcção Geral A Direcção Geral responde pela gestão executiva da Empresa, em conformidade com a estratégia definida pelo Conselho de Administração. No desempenho das suas funções, o Director-Geral, que é nomeado pelo Conselho de Administração por um período de três anos, coadjuvado por uma equipa directiva, gere as unidades de negócio, afecta recursos, promove sinergias e acompanha a execução das políticas definidas para as diversas áreas. Os poderes delegados no corpo de directores exigem que estes se reúnam com regularidade. Em 2012, este órgão continuou a ser liderado pelo Dr Carlitos Fortes, cumprindo o seu segundo mandato, após a renovação efectuada em Agosto de 2011.

5.1.3 Informação ao Accionista A ENACOL definiu uma estratégia clara de comunicação com os investidores, baseada em informações de mercado, estabelecendo contactos regulares com a Bolsa de Valores e disponibilizando informações relevantes através do seu Web site, press releases e dos contactos directos com a Direcção do Marketing, Comunicação e Relações Institucionais. O objectivo é criar junto dos investidores e potenciais investidores uma imagem realista do desempenho da Empresa e das suas perspectivas de evolução. Assembleia Geral No dia 29 de Março de 2012, a ENACOL realizou a sua Assembleia Geral Ordinária para aprovar o relatório e contas referentes ao exercício económico de 2011. Dada a dispersão do capital, o número de accionistas presentes na reunião, como habitualmente, foi reduzido e representou apenas 2% do universo de accionistas. Entretanto, dada a concentração do capital nas participações qualificadas, os accionistas presentes representaram a quase totalidade do capital – 90,44%. A 21 de Junho, a ENACOL realizou uma Assembleia Geral Extraordinária, para deliberar sobre o aumento do capital social da empresa e a substituição do Administrador nomeado pelo Estado de Cabo Verde e Demais Accionistas. Capital Social A Assembleia Geral Extraordinária de 21 de Junho deliberou aumentar o capital social da ENACOL de 500 mil contos para 1 milhão de contos, continuando a estar representado por 1.000.000 (um milhão) de acções. Deste modo o valor nominal de cada acção, que antes era de 500$00 (quinhentos escudos), passa a ser de 1.000$00 cada. Entretanto, à data da aprovação das contas, o registo do aumento do capital ainda não tinha sido efectuado pela Conservatória de Registos de S. Vicente, pelo que, para todos os efeitos, o capital social se mantém nos 500 mil contos, representado por 1 milhão de acções de valor nominal de 500$00 cada. De referir que, à data de 31/12/2012, a Empresa não dispunha de acções próprias.

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Política de distribuição de dividendos Formalmente, a Assembleia Geral não tem uma política de distribuição de dividendos. Entretanto, tem cumprido escrupulosamente com o disposto no Código de Empresas Comercias que manda distribuir um mínimo de 50% dos lucros apurados em cada exercício económico, caso não haja nenhuma outra deliberação por parte dos accionistas. Dos resultados líquidos apurados em 2011 - 786.865 contos -, mandou a Assembleia Geral distribuir 60%, equivalente a 472.119 contos, assegurando um valor de 472$19 por acção. Assim, tendo por base a cotação da acção em 31/12/2012, o dividend yield de 2011 foi de 15% (472$19 / 3.150 * 100). Desempenho das acções Em 31 de Dezembro de 2012, de acordo com a última transação realizada na Bolsa de Valores de Cabo Verde, ao preço de 3.150$00 por acção, o valor de mercado da Enacol se estabelecia em 3.150 mil contos. Ao longo do ano tiveram lugar 17 operações de compra e venda de acções da ENACOL, menos 25 do que em 2011. Nessas operações foram transaccionadas um total de 985 acções, no valor de 3,6 mil contos, um valor médio por acção de 3.704 escudos cabo-verdianos. De referir que a acção ENACOL iniciou o ano de 2012 valorizado em 4.100 escudos cabo-verdianos e terminou em 3.150, tendo no entanto, atingido um valor máximo de 4.400, em dois momentos do ano. As acções transaccionadas ao longo do ano corresponderam a 0,1% do capital social da ENACOL e 0,3% do seu free float. Códigos da Acção ENACOL:

Código e classificação: ISIN CVENAOAM0007 CFI Mercado: BVC Local Securities Tipo de Acções: Acção Ordinária Contínua

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5.2 RESPONSABILIDADE SOCIAL Não obstante a política de forte contenção de custos adoptada pela Empresa em 2012, que fez baixar o valor despendido em acções de mecenato e patrocínios, a ENACOL manteve-se sempre próxima da sociedade, continuando a levar a cabo várias acções de responsabilidade social, com destaque para as áreas da Cultura, Educação, Desporto e Ambiente, tendo gasto um montante superior a 3.900 contos nessas acções. A Empresa continua a envidar esforços no sentido de operacionalizar a FUNDAÇÃO ENACOL com o objectivo de imprimir uma orientação mais estruturada às acções de responsabilidade social que desenvolve. 5.2.1 Cultura As acções de Responsabilidade Social mais salientes no domínio da cultura prendem-se com os patrocínios concedidos à Câmara Municipal de S. Vicente, no âmbito do festival de música de Baía das Gatas, à Associação de Teatro Mindelact, no quadro do Festival de Teatro Mindelact 2012, e ao artista e realizador César Schofield, na realização do filme-documentário “O Rastro”. O Carnaval das ilhas de S. Vicente e S. Nicolau, sendo uma actividade marcante no panorama cultural nacional, continua a merecer uma atenção especial por parte da ENACOL, tendo em 2012 apoiado vários grupos carnavalescos dessas ilhas. 5.2.2 Educação Na área da Educação, destacam-se os apoios financeiros concedidos à Escola Anísia do Rosário (S. Vicente) para a remodelação dos respectivos WCs, à Associação comunitária "Espaço Aberto" (Santiago), para ajudar no transporte de crianças que frequentam o espaço pré-escolar e de apoio extra-escolar deste centro de intervenção comunitária, e ao ISCEE, na realização de uma mesa redonda sobre “Marketing em tempos de crise”. 5.2.3 Desporto De entre as acções de Responsabilidade Social levadas a cabo na área de desporto, refere-se os apoios financeiros concedidos à SKIBOSURF (Associação de Skimming, Bodyboard e Surf), no âmbito do campeonato internacional de surf e bodyboard Open Sandy 2012, à Associação de Ténis de São Vicente, aquando da realização do Open ENACOL, e à Direcção Geral dos Desportos, no quadro da realização da Gala Desporto Cabo-verdiano. 5.2.4 Ambiente Na área do Ambiente, o destaque vai para o forte contributo da ENACOL para a implementação do projecto da UNESCO que visa a utilização sustentável da água nas escolas, tendo, para o efeito, assinado um protocolo com essa instituição. Também patrocinou a Exposição sobre biodiversidade costeira em Cabo Verde, organizada pela Associação Amigos do Calhau.

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5.3 ORGANIZAÇÃO E RECURSOS HUMANOS Em 2012, não obstante as soluções de natureza restritiva impostas pela própria conjuntura, cujos reflexos se fizeram sentir na ENACOL, registou-se um inegável avanço em termos de desenvolvimento, quer a nível da organização, quer a nível dos Recursos Humanos, centrado na estratégia da mudança da cultura e no alinhamento das competências individuais, através de acções específicas de crescimento profissional e de sensibilização. Novos projectos se justificaram, enquanto consequência natural da dinâmica do mercado, o que conduziu a diferentes acções tendentes a adequar os trabalhadores às mudanças, através de uma gestão planeada dos recursos humanos e acções de desenvolvimento de competências. 5.3.1 Principais Acções De entre as principais acções desenvolvidas em 2012, no quadro do desenvolvimento organizacional e gestão dos recursos humanos, salienta-se a revisão do Plano Previsional de Recursos Humanos, a implementação de medidas de redução de custos de pessoal, a análise e avaliação dos cargos da Empresa e a elaboração do Plano de Sucessão de Conhecimentos. Revisão do Plano Previsional de Recursos Humanos Aprovado em Dezembro de 2010, para vigorar por um período de dois anos, o Plano Previsional de Recursos Humanos foi revisto em 2012, com fundamento no facto de a Empresa estar a crescer, o que justifica novas funções, novos postos de trabalho e consequentemente a necessidade de dotá-la de mais quadros qualificados, para assegurar o equilíbrio. Implementação de medidas de redução de custos de pessoal O reflexo da crise mundial, aliado a circunstâncias internas desfavoráveis e à menor lucratividade do sector de petróleos em Cabo Verde, aconselhou um conjunto de acções tendentes a reduzir os custos com pessoal, no âmbito do Plano de Redução de Custos implementado pela Empresa. Nesta conformidade, procedeu-se à prática de polivalência em algumas áreas, extinção de alguns postos de trabalho e também eliminação de determinados subsídios, além de redução de certos benefícios. Análise e avaliação dos cargos da Empresa A análise e avaliação das funções tiveram como finalidade determinar o valor relativo de cada função no quadro da estrutura orgânica da Empresa, de modo a permitir uma distribuição mais equitativa das compensações. Elaboração do Plano de Sucessão de Conhecimentos Com a elaboração deste instrumento de gestão pretendeu-se identificar na Empresa recursos humanos alternativos para assegurar a continuidade da implementação de projectos, processos e outras tarefas específicas, sempre que o titular se mostrar impossibilitado, temporária ou definitivamente, de exercer o cargo.

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5.3.2 Benefícios sociais Sem prejuízo das orientações da Direcção sobre a contenção dos custos, a Empresa manteve a prática dos anos anteriores de apoiar os seus colaboradores, em diferentes aspectos, no âmbito da política de benefícios sociais, conforme se evidencia no quadro seguinte.

Un: Contos

DESIGNAÇÃO 2012 2011

Inspecção Médica - 1.565

Assistência Médica 2.302 2.137

Seguro Facultativo 777 794

Concessão Empréstimos 2.887 3.118

Apoio a Trabalhadores Estudantes 87 317

TOTAL 6.053 7.152

Indexado ao desempenho, foram atribuídos prémios aos trabalhadores, assegurando-se uma média de 15 salários/ano por trabalhador. 5.3.3 Formação Não obstante orientar-se por princípios que recomendam aposta na formação profissional como estratégia de desenvolvimento profissional, em 2012 a Empresa restringiu as acções de formação às áreas core, face às medidas de contenção adoptadas, no quadro da política de redução dos custos. Neste contexto, foram realizadas acções importantes a nível do Bunkering, actividade na qual a ENACOL está a apostar-se como estratégia de crescimento dos negócios e consequente melhoria dos resultados; Técnicas de Negociação e Vendas, com o objectivo de elevar a agressividade da área comercial, angariando clientes, melhorando o atendimento; E-Marketing com a finalidade de promover e vender os produtos e serviços da Empresa, através da internet, das redes móveis ou outros canais interactivos. No global, foram ministradas 60 acções de formação, a que correspondeu um custo total de 5.730 contos, uma diminuição de 20% face ao ano transacto que se explica pelas razões acima apontadas. 5.3.4 Indicadores A 31 de Dezembro 2012, o quadro de pessoal comportava um total de 234 trabalhadores (194 efectivos e 40 contratados a prazo), mais 3 trabalhadores do que o número existente à mesma data do exercício anterior. Esse ligeiro aumento dos efectivos, em relação a 2011, é reflexo da conversão de sete contratos a prazo em contratos por tempo indeterminado e da contratação de um trabalhador por tempo indeterminado. A nível das habilitações académicas, a estrutura manteve-se praticamente inalterada com relação ao ano anterior, conforme representada pelo seguinte quadro:

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FORMAÇÃO ACADÉMICA 2012 2011

N.º % N.º %

Até ensino básico complementar 118 50,4% 115 49,8%

Ensino secundário 66 28,2% 68 29,4%

Ensino superior 50 21,4% 48 21,4%

Total 234 100% 231 100%

No que se refere ao perfil etário, verifica-se que a idade média dos trabalhadores manteve-se na faixa dos 42/46 anos, tanto para os homens como para as mulheres. A faixa etária predominante continuou a ser a dos 47/51 anos, sendo 18,6% para homens, 32,5% para mulheres. Em matéria de género, o quadro de pessoal integrava, no final do ano, 194 homens e 40 mulheres. Relativamente à antiguidade na Empresa, a 31 de Dezembro de 2012 cerca de 23% dos trabalhadores tinham mais de 24 anos de antiguidade na Empresa (20% em 2011), 29% entre 18 e 24 anos (30% em 2011) e 49% abaixo de 18 anos de antiguidade (50% em 2011). O absentismo continuou a reduzir-se, tendo passado de 0,56% em 2011 para 0,35% em 2012. Para esta redução têm contribuído, claramente, as medidas restritivas adoptadas pela Empresa nos últimos anos, designadamente, penalizações na atribuição do bónus, subsídio de Natal, além dos descontos nos salários, conforme impõe a lei. Em relação a ausências por doença, registou-se uma diminuição de 519,5 dias comparativamente ao ano anterior. Ao longo do ano registaram-se 49 incidentes, que resultaram, na sua maioria, em danos materiais.

5.4 SEGURANÇA, QUALIDADE E AMBIENTE A Segurança, na vertente relacionada com a actividade de negócio ENACOL, constitui um elemento central da sua actuação e sucesso, enquanto empresa de distribuição de combustíveis. É por isso que a Empresa tem-se mantida sempre activa neste domínio, tendo em 2012 realizado importantes acções para reforçar a sua posição nessa matéria, destacando-se as seguintes:

Realização de uma campanha de comunicação interna e externa de segurança, denominada “Defendemos a Segurança com Toda a Nossa Energia”, com o objectivo de potenciar a imagem de uma empresa segura e reforçar o compromisso dos colaboradores para o cumprimento dos procedimentos de segurança;

Criação da Comissão de Saúde, Segurança e Ambiente (CSSA) da ENACOL, que tem como missão a implementação, divulgação e discussão de aspectos ligados à Saúde, Segurança e Ambiente no trabalho, e que fará parte da CSSA da GALP Internacional, que reúne-se uma vez por ano;

Realização, nos dias 5 e 6 de Outubro, da II Convenção de Segurança da ENACOL, em que tomaram parte chefias das áreas de Engenharia e Manutenção, Operações,

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Responsáveis de Segurança, da Aviação e da participada ENAMAR. Desta Convenção saiu um conjunto de recomendações e o delineamento dos objectivos a atingir em 2013 de modo a diminuir o gap existente entre as normas internacionais e as práticas da ENACOL quanto ao Sistema de Gestão de Qualidade e Segurança;

No domínio da gestão de Qualidade, na sequência da actualização de instrumentos de gestão, designadamente do Sistema de Avaliação de Desempenho, iniciou-se a revisão de alguns processos do Sistema de Gestão de Qualidade e Segurança, concretamente os processos de Gestão de Planos de Carreira, de Avaliação do Desempenho e da Formação e Treino, no sentido de adaptá-los às alterações registadas.

5.5 INOVAÇÃO A inovação está continuadamente presente na postura da ENACOL, enquanto factor essencial de desenvolvimento e sustentação da sua vantagem competitiva. Neste sentido, é preocupação constante da Empresa o lançamento de novos produtos e serviços, a introdução de novos processos de negócio e/ou de gestão, de novos métodos de trabalho, etc., com o objectivo de satisfazer cada vez melhor as necessidades dos seus clientes, colaboradores e accionistas. Em 2012, os grandes focos de inovação foram, indubitavelmente, os negócios de Aviação e Marinha. Com efeito, conforme atrás referido, por acreditar que é nas vendas ao mercado externo, tanto do bunkering, como da aviação, que reside o seu maior potencial de crescimento, a ENACOL levou a cabo um conjunto de acções, muitas iniciadas há dois atrás, tendo como um dos objectivos principais introduzir inovações nas práticas e meios associados ao Bunkering e Aviação. Tais inovações vêm abrangendo aspectos diversos do negócio, tais como a sua promoção e posicionamento perante o mercado internacional, a sensibilização das autoridades e comunidade em geral para os benefícios que as referidas actividades podem trazer ao País, e realização de novos investimentos, visando, entre outros, a modernização dos meios logísticos e o reforço de segurança nos abastecimentos, em linha com os padrões internacionalmente aceites.

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6. PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS FEVEREIRO A Empresa inaugurou as novas salas no 1º piso da ala ocidental do edifício da Sede, em S. Vicente, após as obras de remodelação e ampliação dessa parte do edifício, iniciadas em Agosto de 2011. As novas salas passaram a albergar os seguintes sectores: Direcção de Marketing, Comunicação e Relações Institucionais, Sala Técnica da Informática, Direcção Financeira, Departamento de Compras, Serviço de Despachos e Gabinete de Auditoria. MARÇO Início da uma campanha de comunicação interna e externa de segurança, denominada “Defendemos a Segurança com Toda a Nossa Energia”, que se estendeu por um período de cinco meses. A campanha interna foi feita através dos suportes Cartaz, Autocolante de chão, SMS e Email com mensagens sobre questões de segurança intrínsecas à actividade da Empresa. Para a campanha externa, dirigida essencialmente às crianças, recorreu-se a autocolantes, livros infantis e spots publicitários com mensagens alusivas à segurança rodoviária e utilização do gás butano; Foi celebrado internamente o Dia Internacional da Mulher, no âmbito da Responsabilidade Social da Empresa, com mensagem de energia às colaboradoras; Participação, na pessoa do Director Comercial, no “Platt 3rd European Bunker Fuel Conference”, que se realizou na Holanda, nos dias 26 e 27 de Março, e que teve como objectivo principal discutir o futuro da indústria de bunkering a médio/longo prazo, tendo em conta as ameaças e oportunidades actuais; Os Accionistas da ENACOL aprovaram, em Assembleia Geral Ordinária, o Relatório do Conselho de Administração e Contas referentes a 2011. MAIO A ENACOL, através do seu Director Geral, participou no “Maritime Week Americas 2012”, que se realizou no Panamá, um encontro marcado por uma série de eventos relacionados com actividades marítimas, de entre os quais se destaca o “MWA Bunkers”, a maior conferência anual sobre Bunkering realizada no continente americano. O objectivo essencial dessa presença foi a promoção do negócio de bunkering junto de potenciais clientes e um melhor conhecimento dos desenvolvimentos e tendências deste mercado; Foi celebrado internamente o Dia da Mãe, no âmbito da Responsabilidade Social da Empresa, com mensagem de energia às mães; Foi celebrado internamente o Dia Internacional da Família, no âmbito da Responsabilidade Social da Empresa, com mensagem de enaltecimento do papel da família na sociedade cabo-verdiana;

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Participação, por intermédio da Directora de Marketing e do Director Comercial, na 4ª edição da Navalia - Feria Internacional de la Industria Naval de Vigo - na cidade espanhola do mesmo nome. O objectivo desta participação foi o de promover o negócio de bunkering junto de potenciais clientes. JUNHO Como tem sido hábito, a ENACOL celebrou o Dia Mundial da Criança, oferecendo uma t-shirt a cada um dos filhos dos colaboradores com idade compreendida entre os 6 e os 12 anos; Pagamento dos dividendos relativos ao exercício económico de 2011, pelo valor de 472,19 ECV por acção, conforme deliberação da Assembleia Geral Ordinária de 29 de Março de 2012; Em Assembleia Geral Extraordinária, os Accionistas da ENACOL deliberaram aumentar o capital social da Empresa, de 500 mil contos para 1 milhão de contos, e nomear o Eng.º José Brito para vogal do Conselho de Administração, em representação do Estado de Cabo Verde e demais accionistas, para substituir o Engº João Pereira Silva que, a seu pedido, deixou de pertencer a esse órgão; A 22 de Junho foi inaugurada a nova Área de Serviço em Ribeira Grande de Santo Antão, após conclusão das obras de remodelação e ampliação do Posto de Venda que já existia no mesmo espaço, originando uma agradável Área de Serviço que dispõe de venda de combustíveis, gás, lubrificantes, serviços de lavagem, lubrificação, pneus e ainda o “Ponto Laranja”, um espaço aprazível, composto por Cafetaria e Loja de conveniência. Essa Área de Serviço foi a primeira a acolher a nova sinalética que a ENACOL definiu para os Postos de Venda, tendo como cores de referência a laranja e a cinza. JULHO A Empresa esteve presente na IV edição do encontro anual internacional “Oil & Shipping Africa”, que aconteceu no Gana, representada por uma equipa constituída por um dos seus Administradores, pelo Director Comercial e pelo Bunker Trader. Esta presença serviu para promover o negócio de bunkering junto de potenciais clientes, conhecer os avanços recentes no mercado internacional e aumentar a capacitação dos participantes em diversos aspectos relacionados com negócio de bunkering. AGOSTO A ENACOL, sempre atenta às necessidades do mercado, na procura de satisfazer os seus clientes com produtos e serviços inovadores, após uma pequena campanha promocional em 2010, lançou no mercado cabo-verdiano o grelhador Laranjinha Light, um grelhador a gás muito prático e fácil de usar, concebido para a garrafa Laranjinha Light, que se adapta directamente a esta, facilmente e com toda a segurança. NOVEMBRO No quadro da sua política de investimentos para melhor servir os seus clientes, a ENACOL recebeu duas novas viaturas hydrant dispensers que encomendou a um fornecedor norte-

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americano de referência, fabricadas de acordo com as mais modernas normas da indústria em termos de segurança e eficácia. As viaturas representaram um investimento na ordem de 37 mil contos e foram afectas ao Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, em substituição das que vinham operando nesse aeroporto, que já se encontravam no final da sua vida útil; No âmbito da sua política de Marketing, a ENACOL iniciou uma nova campanha de publicidade institucional, demonstrando, através de spots televisivos e radiofónicos divulgados a nível nacional, os produtos e serviços comercializados pela Empresa, a segurança com que actua no mercado, a sua responsabilidade social e a eficiência dos seus colaboradores, numa acção direccionada ao reforço da notoriedade da Empresa no mercado cabo-verdiano; Enquadrado no Plano de Redução de Custos iniciado no 2º trimestre do ano, lançou-se uma campanha de comunicação interna sobre poupança - “Poupar está nas nossas mãos” -, sensibilizando os colaboradores para atitudes e hábitos de poupança de recursos como água, electricidade, comunicação e consumíveis de escritório. DEZEMBRO Os colaboradores, clientes e accionistas reuniram-se num jantar comemorativo de mais um aniversário da Empresa, os 33 anos.

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7. EVOLUÇÃO PREVISÍVEL Como foi referido anteriormente, as expectativas em relação ao ano 2013 não são optimistas. Nos últimos sete anos, a economia cabo-verdiana tem vindo a perder dinâmica e o desemprego tem vindo a aumentar. O investimento público, que nos últimos anos tem constituído um dos principais estímulos ao crescimento, senão o principal, por força da consolidação orçamental, conhecerá fortes contrações em 2013. O investimento privado, particularmente, o IDE, por diferentes razões, desde logo, pelo difícil acesso ao crédito, mas também pela insuficiência de estímulos, vê-se forçado a contrair. Por tudo isso, não obstante as boas perspectivas de desenvolvimento do turismo, as previsões de crescimento do PIB de Cabo Verde têm estado a ser revistas em baixa, estando as mais recentes projecções para 2013 alinhadas em torno dos 4,2%. Se a isso acrescentarmos a mudança de paradigma na produção de electricidade e água, baseada numa maior penetração das energias renováveis, em detrimento dos combustíveis, torna-se forçoso analisar o mercado interno nas suas diferentes perspectivas, tanto pela Regulação, como pelas empresas do sector, de modo a assegurar a necessária rentabilidade da indústria. Complementarmente, a estratégia de dinamização da reexportação dos combustíveis, através do bunkering e da aviação, deverá não só constar da política comercial das empresas petrolíferas, mas assentar-se numa estratégia maior de política económica do Pais, como forma de diminuir o custo do factor energia em Cabo Verde. A dinâmica recente do bunkering no Porto Grande é, reconhecidamente, fruto da acção da Enacol, tanto no mercado interno, como externo. Entretanto, é imperioso que à Enacol se associam, determinantemente, outras forças para promover o Porto Grande como destino alternativo de bunkering no Atlântico Médio. Em paralelo, é fundamental reforçar as vendas na aviação, posicionando o Aeroporto Internacional do Sal para além do mercado cativo pelo tráfego nativo e turístico, procurando abastecer rotas que escalam a região oeste africana, sobretudo para esse efeito, como é o caso de boa parte dos cargueiros, sendo obviamente necessária uma abordagem integrada dos serviços aeroportuários. A estratégia de desenvolvimento de clusters de negócio, em curso no País, em especial dos Clusters do Mar e do Aeronegócio, deverá potenciar a estratégia comercial da Enacol, reforçando-se mutuamente.

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8. ANEXOS