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(2009/2010) Relatório do Projecto FEUP Energias renováveis e desenvolvimento sustentável Novas tendências na produção de energias de fontes renováveis Equipa 519

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(2009/2010)

Relatório do Projecto FEUP Energias renováveis e desenvolvimento sustentável

Novas tendências na produção de energias de fontes renováveis

Equipa 519

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Projecto FEUP Energias renováveis e desenvolvimento sustentável

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Relatório do Projecto FEUP

Energias renováveis e

desenvolvimento sustentável

Novas tendências na produção de

energias de fontes renováveis

Equipa 519

André Peixe

Diana Carvalho

Eduardo Moreira

João Heleno

Jorge Alas

Rui Sousa

Tiago Lopes

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Resumo

Tendo em conta o aumento do preço da energia para níveis cada vez mais

elevados, e as notícias actuais sobre as evoluções climáticas serem alarmantes, é

necessário começar a utilizar o que o nosso planeta nos disponibiliza, com o objectivo

de não o danificar e de reduzir as nossas despesas mensais.

Este trabalho insere-se no âmbito da energia produzida por meio dos recursos

renováveis e baseia-se num estudo realizado através de pesquisas. Vamos falar das

energias renováveis mais utilizadas no nosso país, das vantagens e desvantagens de

cada uma, dos objectivos que Portugal ambiciona realizar, no âmbito de cada energia,

para o futuro. Depois da realização de uma longa pesquisa e da avaliação dos nossos

resultados verificamos que, de uma forma global, Portugal encontra-se muito bem

classificado, numa posição bem privilegiada. Portugal é um país pobre quanto à

disponibilidade das fontes de energia mais vulgares, as chamadas fontes não

renováveis, uma vez que não dispõe de poços de petróleo, minas de carvão ou

depósitos de gás. No entanto, no que respeita as fontes de energia renováveis, o país

tem um enorme potencial que deve ser explorado no sentido de não aumentar

demasiado ou, se possível, de reduzir o consumo de energias que acarretam emissões

de gases de forma a combater as alterações climáticas.

Palavras chave: Energias, Recursos Renováveis, Portugal.

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Índice

Introdução…………………………………………………………………………………………………………….…….4

Energia eólica……………………………………………………………………………………………………..……….5

Vantagens e desvantagens…………………………………………………………………….…………5

Importância mundial………………………………………………………………………………………..6

Importância em Portugal…………………………………………………………………………….……6

Conclusão…………………………………………………………………………………………………….…..7

Energia hídrica…………………………………………………………………………………………………….……….8

Vantagens e desvantagens…………………………………………………………………….…………8

Energia hídrica em Portugal………………………………………………………………………………9

Conclusão………………………………………………………………………………………………..……..10

Energia geotérmica………………………………………………………………………………………….…………11

Vantagens e desvantagens…………………………………………………………………..…………13

Importância em Portugal……………………………………………………………………………..…14

Importância mundial………………………………………………………………………………….…..15

Conclusão……………………………………………………………………………………………………….16

Energia da Biomassa…………………………………………………………………………………………………..17

Vantagens e desvantagens……………………………………………………………………………..19

Medidas a implementar em Portugal até 2010………………………………………….……20

Impactos ambientais e cautelas necessárias……………………………………………….….21

Conclusão…………………………………………………………………………………………………..…..22

Energia das marés……………………………………………………………………………………………………...23

Vantagens e desvantagens……………………………………………………………………………..23

Portugal: actualidade e futuro………………………………………………………………………..24

Nível mundial………………………………………………………………………………………………….24

Conclusão…………………………………………………………………………………………………….…25

Energia solar………………………………………………………………………………………………………………26

Vantagens e desvantagens……………………………………………………………………………..26

Portugal e a Europa………………………………………………………………………………………..28

Microgeração………………………………………………………………………………………….........30

Conclusão……………………………………………………………………………………………………….31

Objectivos de Portugal……………………………………………………………………………………………….32

Conclusão…………………………………………………………………………………………………………………..33

Referências bibliográficas…………………………………………………………………………………………..34

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Introdução

Neste relatório queremos dar a conhecer novas formas de produzir energia

que, num futuro próximo, serão os processos mais indicados para a preservação do

nosso planeta… As energias renováveis!

Existem vários tipos de obtenção de energia, através de fontes naturais capazes

de se regenerar, entre os quais, salientamos os de maior importância: a energia eólica,

a energia hídrica, a energia geotérmica, a biomassa, a energia solar e, por fim, a

energia das marés. Cada uma destas energias apresenta várias vantagens e

desvantagens, como também se distinguem pelo seu rendimento, custos de instalação

e segurança, e também impactos ambientais que podem causar.

Muitas destas energias renováveis estão aplicadas em Portugal. Demonstramos

o aproveitamento destas no nosso país e quais as medidas a implementar nos

próximos anos.

É importante realçar que estas energias alternativas são virtualmente

inesgotáveis, e deveriam substituir os recursos não-renováveis, que são actualmente,

os mais utilizados por nós, seres humanos.

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Energia Eólica

A energia eólica é a energia obtida pelo movimento do ar (vento). É uma fonte

de energia abundante, renovável, limpa e disponível em praticamente todos os

lugares. A utilização desta energia já remonta ao séc. V como mecanismos de bombear

a água para irrigação. Os mecanismos básicos de um moinho de vento não mudaram

desde então: o vento atinge uma hélice que, ao movimentar-se, faz girar um eixo que

impulsiona uma bomba (gerador de electricidade). Este aproveitamento consegue-se

através de grandes quantidades de hélices, que formam Parques Eólicos (Fig. 1)

Vantagens Desvantagens

Fonte de energia segura e renovável Impacto visual

Não polui Impacto sonoro

Instalações móveis o que leva a que a área possa ser novamente utilizável

Impacto sobre a fauna e flora

Tempo rápido de construção

Recurso autónomo e económico

Fig. 1 Parque Eólico

Tabela 1 – Vantagens e desvantagens da energia eólica

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Importância mundial

Pode-se afirmar que a indústria eólica é a mais europeia de todas as indústrias.

Segundo dados de 2004, as companhias europeias detinham 85% do mercado mundial

de aerogeradores e 75% dos parques eólicos encontravam-se instalados na Europa. A

taxa de crescimento desta indústria europeia foi de 28%, no período de 1999 a 2004.

Para melhor elucidar o nosso leitor acerca desta fabulosa taxa de crescimento, pode-se

dizer que foi superior à taxa de crescimento da indústria dos computadores,

normalmente considerada como aquela que apresenta a maior taxa de crescimento

mundial. A era moderna da indústria eólica tem origem na Dinamarca, o único país que

após a crise petrolífera de 1973, manteve a energia eólica como uma das suas áreas de

investigação e desenvolvimento. Este facto e os apoios europeus nas décadas de 80 e

90 contribuíram para que esta indústria assumisse a dimensão europeia que tem nos

dias de hoje.

O grande crescimento desta indústria, só foi possível devido a muitos outros

factores, como por exemplo, o aumento da capacidade de produção e consequente

redução dos custos de produção dos aerogeradores, a redução do custo do kWh de

electricidade de origem eólica, por fim, e provavelmente a mais importante, os

desenvolvimentos da tecnologia que permitem com que um único aerogerador

produza uma quantidade de electricidade superior a 200 aerogeradores da década de

80. (Silva, 2004)

Importância em Portugal

No 1º semestre de 2009 as novas instalações ligadas à rede pública totalizaram

487 MW, passando a estar ligada à rede uma potência eólica total de 3148 MW,

correspondente a uma potência instalada de 3473 MVA. No final do 1º semestre

estavam em funcionamento 187 parques, dos quais 17, correspondentes a 1317 MW,

ligados à Rede de Transporte e 170, correspondentes a 1831 MW, ligados à Rede de

Distribuição. A potência eólica instalada representa actualmente 19% da potência total

ligada à rede pública. Isto consegue-se com a implantação de parques como por

exemplo o parque eólico em Castelo Branco (Fig. 2) (Rede Eléctrica Nacional, 2009)

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Fig. 2 Parque Eólico em Castelo Branco

Como se pode verificar através

do gráfico o número da potência

ligada aumenta proporcionalmente

com o número de novos parques.

O que é bastante significativo,

visto que já a meio deste ano se

ultrapassou a potencia ligada noutros

anos. A energia eólica revela-se

então, como uma aposta segura no

futuro.

Fig. 3 Potência total ligada na construção de novos parques eólicos.

Conclusão

A utilização da energia eólica na matriz energética global mostra-se como uma

das mais importantes opções para a geração de energia limpa e sustentável

possibilitando assim uma melhor qualidade de vida para as gerações futuras da

sociedade.

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Energia hídrica

A energia hídrica é a energia proveniente do movimento das águas doces.

Quando chove nas colinas e montanhas a água concentra-se em rios, ribeiras e

correntes que se deslocam para o mar. A energia é produzida por meio do

aproveitamento do potencial hidráulico existente nos rios, utilizando desníveis

naturais, como quedas de água, ou artificiais como as barragens (Noia,2007) .

Tabela 2 – vantagens e desvantagens da energia hídrica

Vantagens Desvantagens

Produção de energia eléctrica sem

necessidade de poluição.

Impactos geográficos e biológicos na

construção de uma barragem

Retenção de água a nível regional que

pode ser utilizada, se potável, para fins

variados (rega, turismo, por exemplo).

Alteração da fauna e da flora do local

onde é construída a barragem.

Possível regulação do fluxo de inundações

de um rio.

Alteração da paisagem.

Como podemos verificar (Fig. 4) maior parte do planeta Terra é constituído por

água, por isso, temos que aproveitar os recursos que este planeta nos oferece.

Fig. 4 – Distribuição de água no planeta Terra

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Energia hídrica em Portugal

Portugal é um país pobre quanto à disponibilidade das fontes de energia mais

vulgares, as chamadas fontes não-renováveis, uma vez que não dispõe de poços de

petróleo, minas de carvão ou depósitos de gás. No entanto, e no que respeita as fontes

de energia renováveis o país tem um enorme potencial deve ser explorado, não só

numa óptica de reduzir a dependência energética externa mas também do ponto de

vista ambiental, no sentido de não aumentar demasiado, ou inclusivamente de reduzir,

o consumo de energias que acarretam emissões de gases com efeito de estufa -

previsto no protocolo de Quioto e num conjunto de directivas comunitárias – de forma

a combater as alterações climáticas. Com efeito, Portugal apresenta uma rede

hidrográfica relativamente densa, uma elevada exposição solar média anual, e dispõe

de uma vasta frente marítima que beneficia dos ventos atlânticos, o que lhe confere a

possibilidade de aproveitar o potencial energético da água, luz, das ondas e do vento.

Estas condições únicas permitem ao país o aproveitamento de formas de energia

alternativas ao consumo de combustíveis fósseis. Assim, Portugal encontra-se numa

posição privilegiada não só para compensar o deficit natural de fontes de energia não

renováveis mas também para ser pioneiro na diminuição da dependência energética

em fontes de energias não renováveis e poluentes, colocando-se na vanguarda da

demanda de um desenvolvimento sustentável (Alves 2009). Segundo a Câmara

Municipal da Póvoa de Varzim 2008, esta é uma das formas de produzir energia

dominada há mais de um século, de fácil acesso e de elevado valor funcional. A central

mais antiga em território nacional funciona desde 1906 e continua a operar em pleno.

Só o rio Tejo tem mais de 30 barragens ao longo do seu curso, no território

português. Estão planeadas dez novas barragens que levarão Portugal para o topo da

Europa na produção deste tipo de energia. Por todo o Mundo há também um

aproveitamento razoável dos recursos hídricos e um grande número de barragens

(Noia,2007).

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Conclusão

Em suma, a energia hídrica não é cara e tem elevado rendimento, mas as

enormes barragens não são abonatórias para alguns ecossistemas que muitas vezes

são alagados ou cimentados para servir de base aos acessos à barragem e aos edifícios

de suporte.

Fig. 5 Barragem do Alqueva

Fig. 6 Esquema de uma central hidroeléctrica

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Energia geotérmica

A energia geotérmica é a energia gerada a partir do calor existente no interior

da Terra. Esse calor é posteriormente utilizado para produzir energia eléctrica, um

método muito menos poluente do que os mais utilizados hoje em dia, como a queima

de combustíveis fósseis, petróleo e carvão mineral.

O calor proveniente do centro da Terra é transportado por condução, em

direcção à superfície, aquecendo as camadas rochosas que constituem o manto. As

águas das chuvas infiltram-se através de linhas de falhas e fracturas geológicas e

aquecem ao entrar em contacto com as rochas quentes. Algumas destas águas

sobreaquecidas sobem novamente à superfície, sob a forma de nascentes quentes ou,

por vezes, géisers (Fig 7). Noutros casos, a água quente fica presa em reservatórios

geotérmicos naturais, abaixo da superfície terrestre. (Pinto 2007)

Fig. 7 Géisers e nascentes quentes

(http://1.bp.blogspot.com/_jSLnL5ObygU/Rl1IJRnY0gI/AAAAAAAAABo/10-

jl3kVLsQ/s320/geotermica30.jpg) (12-10-2009)

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Em alguns locais do planeta, existe tanto vapor e água quente que é possível

produzir energia eléctrica. Basta para isso construir condutas que vão até aos

reservatórios de água e vapor de água, estas são drenados até à superfície por meio

apropriados, como tubos e canos. Através destas condutas o vapor será enviado para

uma central eléctrica geotérmica, e tal como numa central eléctrica normal, o vapor

faz girar as lâminas da turbina. A energia mecânica da turbina é transformada em

energia eléctrica através de um gerador. Após passar pela turbina o vapor é conduzido

para um tanque onde vai ser arrefecido transformando-se novamente em água

(condensa-se) devido ao processo de arrefecimento. A água é de novo canalizada para

o reservatório subterrâneo onde será naturalmente aquecida pelas rochas quentes

com que se encontra em contacto, de forma a sustentar a produção. Assim se produz

energia eléctrica a partir de energia geotérmica.

A energia geotérmica pode ser dividida em duas categorias:

Alta temperatura (T> 150ºC): Normalmente está associada a áreas de

actividade vulcânica, sísmica ou magmática. Com estas temperaturas torna--se

possível o aproveitamento para a produção de energia eléctrica.

Baixa temperatura (T <100ºC): Baseia-se na circulação da água quer de origem

meteórica em falhas e fracturas quer em água contida nas rochas porosas a grande

profundidade. Utiliza-se o calor para o aquecimento do ambiente, da água, piscicultura

ou processos ambientais.

Este tipo de energia é bastante limpa, ou seja, não recorre à combustão de

combustíveis fósseis, ajudando a reduzir a exploração de combustíveis fósseis.

Contudo tem elevados gastos na instalação e segurança, e emite fluidos agressivos.

(Pinheiro, 2007)

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Tabela 3- Vantagens e desvantagens da energia geotérmica

Vantagens Desvantagens

A energia geotérmica é um recurso

inesgotável, á escala temporal do

Homem.

Elevados custos da perfuração do solo

para introdução de condutas para chegar

até as zonas de calor do interior da Terra.

Processos que prejudicam menos o

ambiente relativamente aos métodos

mais utilizados hoje em dia, como a

queima de combustíveis fósseis.

Anti-gelificantes utilizados nas zonas mais

frias são poluentes, pois alguns produzem

CFCs e HCFCs.

A energia geotérmica poderá satisfazer

cerca de 20% das necessidades

energéticas mundiais.

Elevado custo na prospecção, construção

de uma central de aproveitamento de

energia geotérmica e na manutenção de

equipamentos como os tubos e canos.

Água vinda do interior da Terra contém

matérias prejudiciais a saúde, o que

prejudica a vida da fauna local.

Há ainda o inconveniente da poluição

sonora provocada no local de instalação

da central geotérmica.

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Importância em Portugal

Em Portugal existem, sobretudo, aproveitamentos de baixa temperatura ou

termais. Este aproveitamento pode ser dividido em duas vias: aproveitamento de

pólos termais existentes (temperaturas entre os 20 e os 76ºC) e aproveitamento de

aquíferos profundos das bacias sedimentares. Exemplos do primeiro caso são as

termas de Chaves e São Pedro do Sul, com cerca de 3 MWt (megawatt thermal) a

temperaturas de cerca de 75ºC. O segundo caso pode-se encontrar no projecto

geotérmico do Hospital da Força Aérea do Lumiar, em Lisboa, onde a partir de um furo

de 1500 metros de profundidade se conseguem temperaturas de 50 graus.

Os aproveitamentos geotérmicos mais interessantes em Portugal encontram-se

nos Açores, onde estão inventariados cerca de 235,5 MWt, distribuídos por várias

ilhas. Só na ilha de São Miguel, através das centrais geotérmicas de Ribeira

Grande(figura 8) e Pico Vermelho, esta energia representou cerca de 35% da

electricidade consumida na ilha em 2001. A energia geotérmica é uma fonte essencial

no arquipélago dos Açores, podendo aumentar em 30 MWe (megawatt electrical) na

próxima década. No Continente existe o aproveitamento de pólos termais e aplicações

directas nas orlas sedimentares, que podem representar um potencial de cerca de 20

MWt. Uma outra aplicação pode passar pelas bombas de calor geotérmicas (BCG)

reversíveis, que aproveitam o calor a partir de aquíferos ou formações geológicas

através de permutadores instalados no subsolo, o que permite a utilização para

aquecimento e climatização, até um potencial de 12 MWt. (s/a,site da Região Digital

do Litoral Alentejano.)

Fig. 8 Central geotérmica de Ribeira Grande, Açores

http://baciasc1.files.wordpress.com/2008/06/sem-titulo10.jpg (accessed16-10-09)

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Importância mundial

A energia geotérmica é utilizada em muitas partes do planeta, com destaque para:

Tuscani, na Itália, onde em 1904 se passou, pela primeira vez, a utilizar a

energia geotérmica para a produção de electricidade.

Budapeste (Hungria), alguns subúrbios de Paris, Reykjavík (Islândia), e

muitas outras cidades, que usam em grande escala a energia

geotérmica para aquecimento doméstico.

A Califórnia, por ter a maior central geotérmica do mundo.

Na Europa os maiores produtores de energia eléctrica a partir da energia

geotérmica encontram-se na Itália (produz o equivalente a 2312 toneladas de petróleo

de energia eléctrica), França toneladas de e Portugal (produz o equivalente a 37

toneladas de petróleo de energia eléctrica).

Em 1999, a capacidade instalada total de electricidade produzida a partir da

energia geotérmica no mundo todo foi de pouco mais de 8000 megawatt (MW). Isso

equivale a cerca de um quarto de um por cento do total da capacidade de geração de

electricidade instalada no mundo.

Os EUA responde por pouco mais de um terço da capacidade mundial instalada

geotérmica. A partir de 1998, o EUA tinha uma capacidade de cerca de 3000 MW. Dito

de outra forma, aproximadamente 0,4% da electricidade produzida na EUA

anualmente provém de fontes geotérmicas. Tratar-se-ia ter queima 60 milhões de

barris de petróleo para produzir a mesma quantidade de electricidade.

O uso directo de energia geotérmica para aquecimento e outros propósitos

fornecem o equivalente a quase 10000 megawatts térmicos, em todo o mundo em

1998.

Acredita-se que a energia geotérmica poderá satisfazer 20% das necessidades

energéticas da população mundial.

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Conclusão

A energia geotérmica é uma das energias renováveis mais utilizadas na

produção de energia eléctrica mundial.

Esta é uma forma de produzir energia eléctrica utilizando aquilo que o nosso

planeta nos oferece. Neste caso falamos da energia em forma de calor que temos no

interior da Terra, como por exemplo as águas quentes que se encontram no interior da

Terra são utilizadas para aquecimento (figura X). É óptimo poder substituir os métodos

poluentes de produção de energia utilizados hoje em dia, por métodos amigos do

ambiente e com meios que não se esgotarão.

É uma grande desvantagem o elevado custo que tem este tipo de produção de

energia, nomeadamente na fase de prospecção e na construção das condutas que

perfuram a nossa superfície terrestre, já para não falar no custo da manutenção dos

tubos.

Hoje em dia é necessário o esforço, principalmente financeiro, de recorrer as

energias renováveis, só assim será possível melhorar o nosso ambiente e preservar

alguns materiais que se esgotam com a utilização excessiva que o Homem lhes dá.

Fig.9 Processo de utilização das águas armazenadas no interior da Terra.

http://e-geo.ineti.pt/edicoes_online/diversos/rec_geotermicos/aprov1.gif (accessed 15-10-

2009)

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Energia da Biomassa

No que diz respeito à criação de energia, o termo biomassa abarca os derivados

recentes de organismos vivos utilizados como combustíveis ou para a sua produção.

Do ponto de vista da ecologia, biomassa é a quantidade total de matéria viva existente

num ecossistema ou numa população animal ou vegetal. Os dois conceitos estão,

portanto, interligados, embora sejam diferentes.

Na definição de biomassa para a geração de energia excluem-se os tradicionais

combustíveis fósseis, embora estes também sejam derivados da vida vegetal (carvão

mineral) ou animal (petróleo e gás natural), mas são resultado de várias

transformações que exigem milhões de anos para acontecerem. A biomassa pode

considerar-se um recurso natural renovável, enquanto que os combustíveis fósseis não

se renovam a

curto prazo.

Fig. 10 Processo de obtenção da biomassa [Pelletslar 2008]

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A biomassa consiste em matéria orgânica que tem energia armazenada sob

forma de energia química. As plantas obtiveram essa energia por fotossíntese da

energia solar.

A biomassa é utilizada na produção de energia a partir de processos como a

combustão de material orgânico produzida e acumulada num ecossistema, porém nem

toda a produção primária passa a incrementar a biomassa vegetal do ecossistema.

Parte dessa energia acumulada é utilizada pelo ecossistema para sua própria

manutenção. As suas vantagens são o baixo custo, é renovável, permite o

reaproveitamento de resíduos e é menos poluente que outras formas energia como

aquela obtida a partir de combustíveis fósseis.

A queima de biomassa provoca a libertação de dióxido de carbono na atmosfera,

mas como este composto havia sido previamente absorvido pelas plantas que deram

origem ao combustível, o balanço de emissões de CO2 é nulo.

A biomassa usada na produção de electricidade pode ser sólida (madeiras) ou

gasosa (biogás). Desta forma, resíduos de florestas ou resíduos resultantes do

tratamento de esgotos, por exemplo, são aproveitados de forma económica. O maior

investimento é na instalação dos equipamentos necessários.

A transformação da biomassa em electricidade é feita em centrais

termoeléctricas adaptadas para o efeito.

Fig. 11 Matéria para produção da biomassa (filipedebarros.wordpress.com 2008)

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Tabela 4 – Vantagens e desvantagens da energia da biomassa

Vantagens Desvantagens

O facto de ser um recurso renovável; Menor poder calorífico

Baixo custo de aquisição; Maior possibilidade de geração de

material particulado para a atmosfera.

Isto significa maior custo de investimento

para a caldeira e os equipamentos para

remoção de material particulado;

Não emite dióxido de enxofre; Dificuldades no “stock” e

armazenamento;

As cinzas são menos agressivas que as

provenientes de combustíveis fósseis;

Menor corrosão dos equipamentos

(caldeiras, fornos);

Menor risco ambiental;

Emissões não contribuem para o efeito

estufa;

Fig. 12 Imagem ilustrativa do facto da biomassa não emitir gases poluentes [Enernatura

2009]

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Medidas a implementar em Portugal até 2010

Com base nas dificuldades sentidas tanto a nível de quantificação do recurso biomassa, como na identificação do actual parque tecnológico, a haver um Plano Estratégico de Utilização Energética de Biomassa, promovendo o desenvolvimento económico e social em particular de zonas desfavorecidas, será necessário, desde já, adoptar as seguintes medidas face às barreiras identificadas, cuja política a seguir deverá também ser parte integrante do PNAC - Programa Nacional para as Alterações Climáticas.

Levantamento nacional para identificação do potencial de utilização da biomassa para produção de energia, promovendo o desenvolvimento económico e social de zonas rurais.

Criar condições para a realização de acções de formação profissional, por um lado para a melhor qualificação dos técnicos dedicados à limpeza das florestas, com a respectiva actualização e dignificação das carreiras, tendo em vista a diminuição do risco de incêndios florestais; por outro lado, tem-se a formação de técnicos especializados em operação e manutenção de instalações energéticas de conversão de biomassa. O apoio à formação profissional ao nível do ensino técnico superior deveria igualmente ser considerado nestes domínios.

Levantamento nacional das unidades industriais existentes para conversão energética da biomassa, e identificação das necessidades em investimento para a sua ampliação e instalação de novas unidades.

Apoio à introdução e/ou adaptação de equipamento florestal adequado à recolha e compactação de resíduos na floresta.

Apoio à adaptação, pela indústria nacional, de todo o equipamento que vise o melhor aproveitamento energético, tanto térmico como eléctrico, das diversas formas de biomassa.

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Calendarização dos patamares das potências a instalar em unidades energéticas, com base na biomassa florestal, por forma a atingir em 2010, 110 MW., eventualmente integrando produtos quer de plantações energéticas quer provenientes de resíduos agrícolas.

Idêntica actuação, para suportar a criação de condições para instalação de 70 MW. de potência eléctrica estimada, com o recurso da biomassa de origem animal, até 2010.

Igualmente, na criação das condições de instalação até 50 MW de potência eléctrica estimada, com base nos resíduos sólidos urbanos e outros, até 2010.

Estabelecimento de regras de acesso à Rede Eléctrica Nacional, compatibilizando os pontos de interligação aos locais de geração e concentração destes resíduos.

Redefinição (anual) do potencial existente e dos pequenos projectos necessários para o melhor aproveitamento energético das quantidades disponíveis, de acordo com o tipo de biomassa.

Impactos ambientais e cautelas necessárias

A despeito das conveniências referidas, o uso da biomassa em larga escala

também exige certos cuidados que devem ser lembrados, durante as décadas de 1980

e 1990 o desenvolvimento impetuoso da indústria do álcool no nosso país tornou isto

evidente. Empreendimentos para a utilização de biomassa de forma ampla podem ter

impactos ambientais inquietantes. O resultado pode ser destruição da fauna e da flora

com extinção de certas espécies, contaminação do solo e mananciais de água por uso

de adubos e outros meios de defesa manejados inadequadamente. Por isso, o respeito

à biodiversidade e a preocupação ambiental devem reger todo e qualquer intento de

utilização de biomassa.

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Conclusão

Apesar de todas as cautelas necessárias ao funcionamento dos processos ligados

à biomassa, esta forma de obtenção de energia mostra-se bastante eficaz tanto a nível

económico como a nível ambiental, pois para além de ter baixos custos de

implementação, a utilização da biomassa como fonte de energia, respeitando as

respectivas regras, não implica danos ambientais ao nível dos registados no uso de

energias não renováveis.

Embora tenha todas as vantagens acima referidas conclui-se que, em Portugal

este tipo de energia renovável ainda tem muitos aspectos a investigar e que se

encontra numa fase de exploração mais atrasada relativamente às energias solar e

eólica.

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Fig. 13 Exemplo de turbina geradora

de electricidade

Tabela 5 – Vantagens ou Desvantagens do uso da energia das marés

Energia das marés

A energia proveniente das marés é uma energia

obtida através da força que estas exercem, consoante a

sua subida ou descida. Trata-se de uma energia já antiga

que transforma a energia cinética ou potencial das marés

em energia eléctrica. Normalmente, o processo que se

utiliza para obter energia eléctrica é através de uma

turbina (fig. 13). Essa turbina é accionada de diferentes

maneiras, dependendo do modo como funciona o restante equipamento. É possível,

por exemplo, que esta seja accionada por ar que sobre pressão a coloca a funcionar.

Geralmente a energia pode ser obtida ou na costa ou em locais de grande

profundidade. Para além da força das correntes marítimas e da energia do embate das

ondas, existem conversores (Coluna oscilante de Buoy e Pato de Salter) que ajudam a

extrair energia.

Apesar de ser eficiente, podendo produzir muita electricidade, este método

também apresenta deficiências.

Vantagens Desvantagens

Sistemas costeiros Sistemas de águas profundas

Sistemas costeiros Sistemas de águas profundas

Fácil transporte de energia

Maior aproveitamento da energia das ondas

Grande dependência do estado da costa (boas condições

para construção e manutenção)

Transporte de energia para a terra

Problemas de acesso e

manutenção de fácil resolução

Não depende das condições da costa

Impacto visual

Difíceis condições para a manutenção

e tratamento do equipamento

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Fig. 14 Estação de La Rance

Portugal: Actualidade e Futuro

Actualmente Portugal é um dos países que possui mais condições para

trabalhar com esta energia, para além da grande área costeira tem também uma

grande capacidade técnica no que toca a tecnologia costeira, portuária e naval. Foi um

dos primeiros a trabalhar com este tipo de energia e contribuiu para o

desenvolvimento desta. Além da participação em três grandes projectos europeus fez

o Atlas Europeu de Energia das Ondas (relativo a sistemas de águas profundas) e o

Atlas Nacional de Ondas.

Apesar das boas condições Portugal não tem experiência em sistemas de águas

profundas o que pode vir a provocar uma dependência em tecnologia estrangeira de

modo a continuar o processo de desenvolvimento de equipamento. Portugal pode

então trabalhar em sistemas de águas costeiras mas precisará de ajuda estrangeira

para desenvolver o seu sistema de águas profundas. No entanto, dadas as condições

que já oferece Portugal poderá ser um país com possibilidades de expandir tanto no

mercado como em desenvolvimento, equipamentos que ajudem na obtenção de

energia proveniente das marés.

Nível Mundial

A nível mundial, é possível ver

que os países mais desenvolvidos na

energia das marés são aqueles que,

para além de uma grande zona

costeira, utilizam muito os recursos

marítimos. Países como Japão, Irlanda, França são alguns

dos que mais usam. No entanto o que mais se desenvolveu foi a França, tendo uma

das maiores estações produtoras de energia eléctrica, situadas em La Rance (Fig. 14)

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Fig. 15 Turbinas Hídricas

Conclusão

Tendo em conta os recursos que Portugal tem, pode-se concluir que este tipo

de energia renovável irá num futuro próximo ajudar Portugal nas relações

internacionais e no seu próprio desenvolvimento.

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Energia Solar

Energia solar é toda a radiação proveniente do Sol que é captada e

transformada pelo Homem numa energia útil, seja para aquecimento de água (energia

solar térmica) ou para produção de energia eléctrica (energia solar fotovoltaica).

Fig. 16 Parque fotovoltaico (estadao.com.br, 2009)

Vantagens

Energia limpa ou não poluente durante o seu uso.

Em países tropicais ou com grande incidência solar a utilização desta energia é

viável em todo o território. A utilização da energia solar é possível em todo o

território português.

Os equipamentos de obtenção e transformação de energia solar necessitam de

manutenção mínima/reduzida.

Os painéis solares são cada vez mais potentes e o seu custo tem vindo a

diminuir, tornando esta fonte de energia cada vez mais eficaz e

economicamente viável.

A energia solar é uma boa alternativa em lugares remotos ou de difícil acesso,

pois a sua instalação em pequena escala não obriga a grandes investimentos

em linhas de transmissão.

Reduz despesas face a gastos energéticos.

Promove a qualidade ambiental e as normas/ideias ecológicas.

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Desvantagens

O investimento inicial para a instalação de equipamentos é muito elevado

A situação climatérica (chuva, nevoeiro, etc.) e a localização geográfica

(latitudes médias e altas) condicionam a produção de energia solar. Além de

que durante a noite não há qualquer produção, o que obriga a que haja meios

de armazenamento da energia produzida durante o dia em locais onde os

painéis solares não estejam ligados à rede de transmissão de energia.

O armazenamento da energia solar é pouco eficiente quando comparado, por

exemplo, ao armazenamento de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás)

(grupopaineis, 2009)

Existem dois tipos de aparelhos/equipamentos principais e fundamentais que

possibilitam aproveitar a radiação solar para produzir energia. São eles o painel

fotovoltaico e o colector solar (ver Fig. 17, 18, 19 e 20).

O primeiro serve para produzir energia eléctrica através da captação da luz

solar, estando envolvidos alguns processos químicos na base de funcionamento. A

energia produzida poderá ser usada no mesmo local em que foi captada e

transformada (a nível doméstico, industrial, etc.) ou poderá ser vendida à rede através

do regime de microprodução.

O segundo serve para aquecer águas domésticas através da absorção da energia

térmica proveniente do sol. Este processo de aquecimento de água é essencialmente usado

por particulares. Entre os grandes utilizadores destaca-se o edifício sede da Caixa Geral de

Depósitos com 1600 m² de colectores solares. Este equipamento é usado para o aquecimento

de água e climatização deste edifício onde trabalham cerca de 5000 pessoas. Este

investimento evita a emissão de 500 toneladas de CO2 por ano.

Estima-se que estejam já instalados em Portugal cerca de 300 mil m² de

colectores solares, o que corresponde a 30% do estipulado pelo governo para 2010.

(wikipedia.org, energia solar, 2009)

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Fig. 17, 18, 19 e 20 Painéis fotovoltaicos (à esquerda) Colectores solares (à direita)

Portugal e a Europa

Portugal é um dos países Europeus com maior incidência solar (Fig. 21), ainda

assim somos dos países da UE que pior aproveita a energia proveniente do sol.

Fig. 21 (grupopaineis, 2009)

A Grécia, apesar de

ser um país que apresenta

um potencial semelhante ao

nosso, tem uma taxa de

implementação de painéis

solares térmicos 26 vezes

superior ao caso português,

o que reflecte bem a falta de

aproveitamento do nosso

potencial.

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A central solar fotovoltaica da Amareleja (Fig. 22, 23 e 24), em Moura, é a maior

do país e uma das maiores da Europa. A instalação tem uma capacidade total de

produção de 46,41 MW, podendo abastecer de energia eléctrica cerca de 30 mil lares

(93GWh/ano). A absorção da radiação solar é feita por 2520 plataformas solares com

104 painéis cada uma. O funcionamento desta central, que começou a 23 de

Dezembro de 2008, evita a emissão de cerca de 86 mil toneladas de dióxido de

carbono por ano. (wikipedia.org, energia solar em Portugal, 2009)

Fig. 22, 23 e 24 Imagens da central solar fotovoltaica de Amareleja (Moura)

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Microgeração

Aliando preocupação ambiental e lucro, a microgeração permite gerar

electricidade em casa e vendê-la à rede pública.

Lançado em Março de 2008 pelo Ministério da Economia e da Inovação, o

projecto microgeração visa aumentar a produção nacional de energia renovável.

Assim, qualquer consumidor de energia eléctrica poderá passar a ser produtor e

vender o excesso à Rede Eléctrica Nacional. Estima-se que o lucro ultrapasse o

investimento em cerca de 8 a 12 anos de funcionamento.

Em Julho de 2009 já se encontravam 3110 produtores certificados, que

corresponde a uma produção total de 11,0 MW. Infelizmente, o processo não está a

decorrer pacificamente, já que a disponibilidade da população e empresas nacionais

para usar painéis solares é bastante maior do que a capacidade de registo e

certificação da autoridade competente.

Em Lisboa, os Jardins de São Bartolomeu inauguraram, no dia 18 de Março de

2009, 16 unidades de microprodução, tornando-se o maior microprodutor ao abrigo

do presente regime. O projecto, da iniciativa dos moradores, contemplou a instalação

de 288 painéis fotovoltaicos correspondentes a uma produção eléctrica de 80

MWh/ano.

Destacam-se também, entre os pequenos produtores, a Escola Alemã de Lisboa

e o Palácio de Belém. A câmara municipal de Lisboa também investiu largamente na

produção de energia, tendo instalado painéis solares em 23 edifícios municipais e oito

escolas, pretendendo assim lucrar 155 mil euros por ano.

Algumas quintas dedicadas ao turismo rural também têm recorrido à produção

de energia eléctrica com painéis solares, com destaque para a Central Fotovoltaica de

Valadas localizada na quinta do mesmo nome, perto de Ferreira do Zêzere. Os painéis

solares desta quinta servem de cobertura de um parque de estacionamento.

(wikipedia.org, microgeração, 2009)

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Fig. 25 Telhado revestido de painéis fotovoltaicos

Conclusão:

É algo incompreensível como Portugal não aproveita a sua óptima aptidão para

produzir energia solar em grandes quantidades. Assim, é necessário haver mais incentivos,

mais informação, mais formação e educação para que sejam tomadas medidas que promovam

o desenvolvimento da energia solar no nosso país, pois temos todas as condições para nos

tornarmos um exemplo a nível mundial.

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Objectivos de Portugal no que diz respeito às energias

renováveis

Para as diferentes fontes de energias renováveis está previsto, segundo Alves

2009:

Energia Eólica: Aumentar em 1.950 MW a meta de capacidade instalada em

2012 (novo total de 5.100 MW com acréscimo em 600 MW por upgrade do

equipamento) e promover a criação de clusters tecnológicos e de investimento

associados à energia eólica;

Energia Hídrica: Apostar, no curto prazo, na antecipação dos investimentos de

reforço de potência em infra-estruturas hidroeléctricas existentes, de forma a

atingir a meta dos 5.575 MW de capacidade instalada hídrica em 2010 (mais

575 MW que previsto pelas políticas energéticas anteriores);

Energia das Ondas/marés: Aumentar a capacidade instalada em 200 MW

através da criação de uma Zona Piloto com potencial de exploração total até

250 MW de novos protótipos de desenvolvimento tecnológico industrial e pré-

comercial emergentes;

Até 2010, segundo directivas comunitárias, Portugal deverá ser capaz de garantir

que 39 por cento da electricidade consumida provém de fontes renováveis de energia.

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Conclusão

No final do trabalho, podemos concluir que a implementação de energias

renováveis é um bem comum e geral às pessoas e ao planeta.

Apesar disso, Portugal contínua na retaguarda da acção e das medidas tomadas

para incentivar o aparecimento das novas tendências das energias ecológicas que

permitem um desenvolvimento mais sustentável.

Ideias e planos parecem não faltar, por isso é necessário pô-los em prática,

marcando objectivos e guias de desenvolvimento bem definidos.

Este projecto deu-nos uma maior noção da realidade actual do país e do mundo

em relação às energias renováveis e suscitou-nos mais interesse e curiosidade para

sabermos mais sobre esta matéria e, quem sabe, com determinação ajudar Portugal a

ser um exemplo a nível energético e ecológico!

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