Relatório do Primeiro Semestre / 2009 Turma do Sol – TCM · especial e desejar sucesso e boa...

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duzindo um sol que passou a enfeitar a nossa sala. Iniciamos nossa pesquisa observando um globo terrestre e, com o auxílio de uma lanter- na, fizemos uma experiência para tentar enten- der o fuso horário e movimentos de rotação e translação da Terra, entrando em contato com o fato de que quando no Brasil é dia, no Japão é noite. TEMPO NO BRASIL E NO JAPÃO Usamos, como suporte, o livro “Confuso Ho- rário”, de Cláudio Martins, que contava a histó- ria de uma menina chamada Clara, que morava no Brasil, e de um menino chamado Iskuro, que morava no Japão. Esse livro foi trazido, provi- dencialmente, pela Mariana e foi de grande utilidade para que pudéssemos encaminhar, de forma lúdica, a nossa pesquisa. Clara e Iskuro foram os personagens que nos levaram a uma gostosa viagem entre a cultura brasileira e a japonesa. Realizamos uma série de atividades e brin- cadeiras que nos aproximaram dessas duas culturas e que possibilitaram que a turma identi- ficasse suas semelhanças e diferenças. Tam- bém fizemos um paralelo do cotidiano das cri- anças dos dois países, vendo como ocupam o seu tempo na escola, em casa e nos momentos de lazer. Paralelamente, usamos o livro da Unicef – “Escolas como a sua – um passeio ao redor do mundo”, e vimos a história de Momona, uma menina que mora na costa leste do Japão e que nos “enviou” uma carta contando sobre a rotina escolar no seu país. Com todo esse ma- terial em mãos, buscamos dimensionar esse tempo cronológico e meteorológico, conside- rando as marcações e ordenações do tempo por meio de um calendário imantado onde colo- camos os dias, meses, ano e as imagens das Turma: BEATRIZ, EDUARDO F, EDUARDO V, ELISA, FELIPE, FRANCISCO, HELENA, ISABEL, JULIA, LUIZA, LUNA, MANUELA, MARCELO, MARIANA D, MARIANA S, MIGUEL, SEBASTIÃO, SOFIA e URSULA Professores e Auxiliares nas Turmas: Turma da Lua: Flavia, Luiza, Bil e Alessandra Turma da Borboleta: Camila e Raoni Turma do Sol: Mariah e Luciana Moreira Turma da Chuva: Cléa, Diana e Susana Música: Jean Expressão Corporal: Roberta e Renata Direção: Tetê, Paula e Vanessa Secretaria: Rosilene e Viviane Auxiliares Maria, Suely, Joilson, Sandra e Cida "Todo dia o sol levanta E a gente canta Ao sol de todo dia Fim da tarde a terra cora E a gente chora Porque finda a tarde Quando a noite a lua mansa E a gente dança Venerando a noite" Caetano Veloso A TURMA Turma do Sol começou o ano irradiando alegri- a! Já nos primeiros dias de aula a maioria das crianças estava adaptada e manifestava felici- dade por fazer parte desse grupo. Investimos num trabalho de aproximação entre as antigas e as novas com o objetivo de consolidar as parcerias, ampliar e intensificar o círculo de amizade entre elas. O resultado foi muito gratifi- cante, pois nossos pequenos construíram iden- tidade enquanto grupo e se uniram por laços de afeto. QUANTO TEMPO O TEMPO TEM? Para darmos início ao primeiro projeto, per- guntamos às crianças sobre o que era o Tem- po. Ficou claro que, para elas, a noção de tem- po mais próxima era a do tempo meteorológico e cronológico. O sol, a chuva, o dia, a noite, a idade de cada um e a idade de seus pais e professoras, foram as hipóteses mais levanta- das nas rodas. Depois da escolha “radiante” do nome da turma, trouxemos para as crianças algumas curiosidades sobre o sol e os planetas existen- tes no seu sistema. Pesquisamos sobre essa grandiosa estrela e, nas aulas de artes, revesti- mos uma enorme bola, com jornal e tinta, pro- Relatório do Primeiro Semestre / 2009 Turma do Sol – TCM Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo – 2538-3231 Rua Marques, 19 – Humaitá – 2538-3232 www.sapereira.com.br - [email protected]

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duzindo um sol que passou a enfeitar a nossa sala. Iniciamos nossa pesquisa observando um globo terrestre e, com o auxílio de uma lanter-na, fizemos uma experiência para tentar enten-der o fuso horário e movimentos de rotação e translação da Terra, entrando em contato com o fato de que quando no Brasil é dia, no Japão é noite.

TEMPO NO BRASIL E NO JAPÃO Usamos, como suporte, o livro “Confuso Ho-

rário”, de Cláudio Martins, que contava a histó-ria de uma menina chamada Clara, que morava no Brasil, e de um menino chamado Iskuro, que morava no Japão. Esse livro foi trazido, provi-dencialmente, pela Mariana e foi de grande utilidade para que pudéssemos encaminhar, de forma lúdica, a nossa pesquisa. Clara e Iskuro foram os personagens que nos levaram a uma gostosa viagem entre a cultura brasileira e a japonesa.

Realizamos uma série de atividades e brin-cadeiras que nos aproximaram dessas duas culturas e que possibilitaram que a turma identi-ficasse suas semelhanças e diferenças. Tam-bém fizemos um paralelo do cotidiano das cri-anças dos dois países, vendo como ocupam o seu tempo na escola, em casa e nos momentos de lazer.

Paralelamente, usamos o livro da Unicef – “Escolas como a sua – um passeio ao redor do mundo”, e vimos a história de Momona, uma menina que mora na costa leste do Japão e que nos “enviou” uma carta contando sobre a rotina escolar no seu país. Com todo esse ma-terial em mãos, buscamos dimensionar esse tempo cronológico e meteorológico, conside-rando as marcações e ordenações do tempo por meio de um calendário imantado onde colo-camos os dias, meses, ano e as imagens das

Turma: BEATRIZ, EDUARDO F, EDUARDO V,

ELISA, FELIPE, FRANCISCO, HELENA, ISABEL, JULIA, LUIZA, LUNA, MANUELA, MARCELO,

MARIANA D, MARIANA S, MIGUEL, SEBASTIÃO, SOFIA e URSULA

Professores e Auxiliares nas Turmas: Turma da Lua: Flavia, Luiza, Bil e Alessandra

Turma da Borboleta: Camila e Raoni Turma do Sol: Mariah e Luciana Moreira Turma da Chuva: Cléa, Diana e Susana

Música: Jean Expressão Corporal: Roberta e Renata

Direção: Tetê, Paula e Vanessa

Secretaria: Rosilene e Viviane

Auxiliares Maria, Suely, Joilson, Sandra e Cida

"Todo dia o sol levanta E a gente canta Ao sol de todo dia Fim da tarde a terra cora E a gente chora Porque finda a tarde Quando a noite a lua mansa E a gente dança Venerando a noite"

Caetano Veloso

A TURMA Turma do Sol começou o ano irradiando alegri-a! Já nos primeiros dias de aula a maioria das crianças estava adaptada e manifestava felici-dade por fazer parte desse grupo. Investimos num trabalho de aproximação entre as antigas e as novas com o objetivo de consolidar as parcerias, ampliar e intensif icar o círculo de amizade entre elas. O resultado foi muito gratifi-cante, pois nossos pequenos construíram iden-tidade enquanto grupo e se uniram por laços de afeto.

QUANTO TEMPO O TEMPO TEM? Para darmos início ao primeiro projeto, per-

guntamos às crianças sobre o que era o Tem-po. Ficou claro que, para elas, a noção de tem-po mais próxima era a do tempo meteorológico e cronológico. O sol, a chuva, o dia, a noite, a idade de cada um e a idade de seus pais e professoras, foram as hipóteses mais levanta-das nas rodas.

Depois da escolha “radiante” do nome da turma, trouxemos para as crianças algumas curiosidades sobre o sol e os planetas existen-tes no seu sistema. Pesquisamos sobre essa grandiosa estrela e, nas aulas de artes, revesti-mos uma enorme bola, com jornal e tinta, pro-

Relatório do Primeiro Semestre / 2009 Turma do Sol – TCM

Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo – 2538-3231 Rua Marques, 19 – Humaitá – 2538-3232

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registros, comparações entre quantidades e realizamos operações simples entre elas. Tam-bém levamos nossos pequenos a pensar em soluções para problemas contextualizados com a nossa pesquisa. Com isso, nosso objetivo foi levá-las, progressivamente, à construção do conceito de número, tirando proveito das situa-ções do cotidiano para envolvê-las num ambi-ente aritmetizador. Fizemos diversas contagens e seqüências numéricas com os palitinhos japo-neses e brincamos de estimar a quantidade de pessoas que viviam nos dois países, e de fo-lhas e frutas que poderiam existir numa deter-minada árvore.

Para dar ainda mais ludicidade ao nosso projeto, no dia cinco de maio, nos pintamos com “olhinhos puxados” e comemoramos o “Dia das crianças japonesas” – o Kodomo-no-hi. Fizemos um gostoso yakisoba, enfeitamos nos-sa sala com as tradicionais carpas japonesas – produzidas em papeis pintados pelas crian-ças – que costumam ser usadas pelas famílias, no alto de suas casas, para celebrar esse dia especial e desejar sucesso e boa saúde a to-dos. A turma se divertiu usando palitinhos para saborear o almoço gostoso que preparamos, com direito a música e decoração oriental. Foi um dia muito especial!

Seguindo com o projeto, pesquisamos sobre a cerejeira e a mangueira. A cerejeira porque é originária do Japão e a mangueira porque, mesmo sendo originária da Índia, é a árvore que temos no pátio da nossa escola. Destaca-

variações meteorológicas – que foram pesqui-sadas e retiradas do jornal – para que as pró-prias crianças pudessem manuseá-lo diaria-mente. Com essa atividade, pudemos recons-truir, com as crianças, a periodicidade dos dias, das semanas e dos meses, que estão implícitas no calendário, e lidar com as séries numéricas.

Durante todo o projeto, procuramos garantir o contato com diversos tipos de textos. Lemos jornais, histórias da literatura infantil, textos informativos, haikais, cartas e bilhetes, incluin-do o informe semanal da Sá Pereira, que lía-mos todas as sextas feiras, dando sentido às experiências vividas por elas e significado à função do texto. Tudo isso aproximou as crian-ças da leitura e da escrita, fazendo-as entender que o texto escrito pode proporcionar momen-tos de prazer, além de comunicar coisas impor-tantes. Acreditamos que a aquisição da escrita é um processo que as crianças, desde cedo, vivenciam, observando e pensando sobre o assunto. E foi com muito interesse que as cri-anças da Turma do Sol embarcaram no univer-so das letras. Fizemos muitos trabalhos de escrita espontânea, usando como recurso as palavras estáveis do nosso cotidiano, como os nomes das salas do rodízio, e os dos amigos. Vimos a diferença da nossa escrita para a japo-nesa, o que resultou num lindo trabalho com os ideogramas, que foi exposto na Festa Pedagó-gica.

Assim como a língua escrita, a matemática também esteve presente. Fizemos contagens,

mos algumas curiosidades sobre cada uma delas, seus tamanhos de tronco, das folhas e o tempo de floração. Aproveitamos para observar o amadurecimento de uma manga e registrar esse tempo no calendário por meio da fotografi-a. Também mostramos algumas imagens des-sas árvores no telão do salão. Com esse mate-rial, investimos em algumas atividades de ma-temática, propondo situações problematizado-ras do tipo: como podemos fazer para colher as mangas que estão no alto? E para comer as cerejas do Japão? Também pudemos comparar os tamanhos das frutas e contar as flores que preparamos para uma colagem. Fizemos um trabalho de artes a partir da observação de fotos de cerejeiras e uma colagem de uma mangueira, “bem grande”, com rolos de sucata e folhas secas da própria mangueira da escola. Depois de todo esse envolvimento com as ár-vores, aproveitamos para dar um “abraço coleti-vo” na mangueira do pátio e saborear as man-gas que acompanhamos amadurecer. Foi uma delícia!

PASSEIOS Muitos passeios enriqueceram o nosso proje-

to. Visitamos o Jardim Botânico e vimos os relógios de sol que existem por lá. No jardim japonês, observamos os bonsais e as enormes carpas que vivem lago e aproveitamos para conversar com o jardineiro responsável. Ele nos contou um pouco sobre o desenvolvimento dos bonsais e como é que ele cuidava, sozinho,

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daquele enorme jardim. Depois, fomos à Asso-ciação Nikei, onde nossas crianças puderam ver uma apresentação de Taikos, enormes tambores japoneses que são tocados pelas pessoas, em pé, fazendo uma coreografia es-pecífica. As crianças experimentaram tocar esses tambores e outros instrumentos, além de aprender algumas palavras em japonês. Por último, fomos à Escola Nacional de Horticultura. Apreciamos diferentes tipos de árvores e a-prendemos sobre algumas técnicas de plantio. Lá, também tivemos contato com animais e fizemos um delicioso piquenique embaixo de uma árvore frondosa.

A turma produziu muitos trabalhos de artes. Nossos meninos e meninas conheceram artis-tas como Monet e Tomie Otake. O primeiro, especialmente para apreciarem suas pinturas, feitas no mesmo lugar de um mesmo jardim, em diferentes momentos do dia. A segunda, para conhecerem uma artista com dupla nacio-nalidade – japonesa e brasileira – que produziu obras importantes, dando-nos a oportunidade de mostrar às crianças o quanto ela foi modifi-cando o seu estilo de criar, passando pelo figu-rativo, até chegar na arte abstrata.

Depois de terem se debruçado com tanta intensidade em nossa pesquisa, a turma ensai-ou a coreografia para a festa pedagógica. Ao som de um frevo bem brasileiro e de uma músi-ca japonesa, nossos pequenos dançaram e cantaram. Ainda apresentaram a canção “Canto de um povo de um lugar”, de Caetano Veloso, e prepararam uma surpresa para os pais, recitando um haikai sobre o tempo.

Já no finalzinho do projeto, recebemos dois livros bem interessantes sobre diferentes espé-cies de árvores. Um deles, da literatura infantil, “Já Já – A história de uma árvore apressada”, de Paulo Rea, que conta a história de um Jaca-randá Mimoso que queria crescer muito rápido e o outro, mais informativo, que trazia imagens de árvores comuns de serem encontradas em cidades do Brasil. Inspiradas no que aprende-ram, as crianças produziram os seus próprios livros, usando diferentes técnicas para ilustrar o

ma, fazer música é também organizar os sons no espaço.

Na educação infantil, atividades simples co-mo brincar de roda, ciranda e acompanhar uma música com palmas, revelam uma trama de habilidades e percepções onde o que está em jogo é bem mais que o prazer e a ludicidade. Temos, aí, a identificação do pulso rítmico – se lento ou rápido -, a hora certa de responder um coro, – percepção e reprodução rítmica e meló-dica -, o sentimento de pertencimento ao grupo e identificação com o repertório. E, partindo da afetividade, começamos a falar do órgão que é primeiramente percebido quando ainda na vida intra-uterinamente e que nos acompanha, como um verdadeiro tambor-relógio, por toda nossa existência: o coração. Não é a toa que lhe da-mos o status de instrumento e também não é a toa que as crianças se sentem embaladas pelo tambor. Andamos bem lentos, seguindo o pulso do tambor, para em seguida corrermos diferen-ciando nossos batimentos cardíacos. E se a vida está a maior correria para todos, porque não brincarmos de estátua para dar um tempo? Ao som do prato, todos paravam, quase estáti-cos. Divertido, também, foi cada um comandar a brincadeira tocando o tambor e o prato. E se São Pedro não segurou a chuva no dia do nos-so bloco de carnaval, tiramos proveito dos nos-sos instrumentos, experimentando timbres, obedecendo a comandos e, principalmente, reproduzindo pequenas frases rítmicas na ativi-dade do “eco-musical”. O "delay" do som, reba-tendo nas paredes como uma bola de borracha, nos inspirou a simular o eco num jogo entre a escuta e a capacidade de imitar. As crianças adoram esse desafio, que exige muita concen-tração e paciência, para esperar o tempo certo de tocar.

E quando demos por nós a turma já tinha nome e os projetos apontavam no firmamento.

A Turma do Sol despontou. Olhando para o céu, descobrimos algumas coisas relacionadas ao tempo. A Terra dando uma volta completa em torno de si leva um dia. E uma volta com-pleta da terra em torno do sol, quanto tempo leva? Quantas voltas em torno do sol cada um de nós já deu?

ciclo de crescimento das árvores. Foi um semestre produtivo e vivido com mui-

ta alegria. As crianças, motivadas e interessa-das, participaram de todas as propostas que oferecemos. Foi muito prazeroso trabalhar com esse grupo tão querido e radiante! Boas férias para todos!

MÚSICA Nosso tema gerador deste ano, o Tempo, foi

constantemente inspirador para as nossas au-las de Música. Muito se discute sobre a carac-terística abstrata e pouco palpável da arte mu-sical, mas é através do tempo que, justamente, ela ganha contornos e dimensões materiais. Fazer música é organizar os sons dentro de uma linha temporal. A onda sonora traz, em sua essência, a periodicidade de um impulso traduzida em freqüência e duração, o que muito se relaciona com a idéia espacial. Para as cri-anças, pelo que podemos perceber, essas duas categorias – tempo e espaço – também são indissociáveis. Dessa maneira se faz, também, a ligação entre música e movimento dentro da sensibilização e da prática musical. Dessa for-

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“Todo dia o sol levanta / E a gente canta o sol de todo dia /.../ Quando a noite a lua mansa / E a gente dança venerando a noite”.

Canto do Povo de um Lugar, Caetano Veloso.

Chegamos até a gravar nossa cantoria numa base e arranjo feitos no computador. O resulta-do dessa música em breve estará disponível. Aproveitamos, também, um repertório em co-mum com a Turma do Arco-íris, Turma da Chu-va e até a Turma da Lua.

“O raia o sol / Suspende a lua / Olha o palhaço no meio da rua”.

E se caísse uma chuva estaríamos prontos a desenhar no chão, com o giz, um bonito sol.

“Santa Clara Clareou / São Domingo alu-miou / Vai chuva vem sol”.

Mas a Turma do Sol também brilhou nos instrumentos, reproduzindo ritmos e acompa-nhando a cantoria. E, inspirados no tradicional tambor japonês, o Taiko, pudemos brincar com a nossa zabumba sendo tocada por duas crian-ças ao mesmo tempo, utilizando seus dois la-dos, como fazem os japoneses em verdadeiros duelos rítmicos. E no passeio à Associação Nikkei no Cosme Velho, receberam uma verda-deira aula do professor de taiko, Mario Kimio. Também exploramos objetos sonoros que re-produziam o som de chuva e tempestade, co-mo a lata-trovão. Lata de tinta com mola que impressiona!

Nessa época junina, contamos algumas his-tórias ligadas ao S.João, como a do Boizinho de S.João e o Auto do Boi, com Pai Francisco, Catirina e grande elenco. Agora só Falta a Fes-ta acontecer...

EXPRESSÃO CORPORAL Nas aulas de Expressão Corporal, buscamos

favorecer a apropriação progressiva da imagem corporal, conhecendo e identificando seus seg-mentos e elementos e desenvolvendo uma atitude de interesse e cuidado com o próprio corpo e o do amigo. Em nossos aquecimentos, procuramos movimentar as diversas partes do

corpo, preparando-o para, em seguida, iniciar-mos nossas brincadeiras, danças, jogos e de-mais situações de interação corporal.

Sensibilizamos nosso corpo e o do colega utilizando diferentes materiais, como as boli-nhas de tênis, para massageá-lo. Uma delícia!

De forma lúdica, e com o auxílio de muitas músicas, buscamos dramatizar e reproduzir movimentos significativos para as crianças co-mo os dos bichos, meios de transportes etc, possibilitando a experimentação de ações mo-toras como andar, correr, pular, rolar e rastejar. Dessa forma, esperamos que possam, gradati-vamente, se deslocar com maior destreza pelo espaço e desenvolver uma atitude de confiança nas próprias capacidades motoras.

Também pudemos movimentar o corpo nos planos alto, médio e baixo, experimentando diferentes qualidades como força, velocidade, resistência e flexibilidade para ampliar as possi-bilidades expressivas do movimento.

Brincamos com os tecidos, buscando equili-

brá-los sobre as diversas partes do corpo. Uma farra!

Fizemos circuitos utilizando bambolês, col-chonetes, ponte, cama elástica e prancha de equilíbrio. As crianças adoraram!

Inspirados no nome da turma, reproduzimos os movimentos circulares do sol utilizando, ora os braços, ora as pernas, e também materiais como as fitas e bambolês.

Tirando partido do livro, “Confuso Horário”, que fez tanto sucesso na turma, brincamos com a oposição dia e noite, pensando em movimen-tos e atividades realizadas pelas crianças quan-do no Brasil era dia e no Japão noite e vice-versa.

Explorando a imagem do jardim japonês, nos tornamos jardineiros, "aramos" nossa terra com os bastões e "plantamos" sementes de bonsai e mangueira, representadas pelos corpos das crianças que cresciam até formar lindas árvo-res.

Brincamos com a idéia dos movimentos de rotação e translação da terra realizando algu-mas piruetas.

Para celebrar o projeto, as crianças dança-ram uma coreografia com movimentos orientais e do frevo, mostrando seu equilíbrio, concentra-ção e agilidade.

O final do semestre foi dedicado a mobilizar as crianças para os festejos juninos. Com as filmagens e gravações capturadas na oficina oferecida aos professores, provocamos risos admirados dos pequeninos que iam nos reco-nhecendo e, aos poucos, querendo imitar nos-sos movimentos. Logo, logo, todos entraram na roda. "Ai eu entrei na roda... para ver como se dança" e, rapidamente, todos sabiam dançar! Agora é esperar o dia da festa para que todos possam participar.