Relatório do filme de filosofia América Proibida
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Relatório do Filme "América Proibida"
Este filme tem, logo á partida, algo que não costuma acontecer, pois começamos a
ver o filme não do lado de quem sofre a perseguição, mas sim de quem persegue.
Derek, um skinhead que viu o seu pai morrer e nunca mais conseguiu ultrapassar esse
facto, segue fielmente um homem Neo Nazi que o transforma no líder dos Neo Nazis
daquela região. Derek é visto como um exemplo, principalmente aos olhos do irmão,
Danny, que segue os seus ideais fielmente. Ao ver de Derek, deve existir uma raça
pura, e ele não tem problemas em tentar levar a sua ideia até aos níveis mais
avançados, usando e abusando da violência. Logo no início do filme conseguimos
perceber que o que leva muitas vezes as pessoas a optarem por más atitudes são
problemas como complicadas relações familiares (neste caso marcadas pela morte da
figura paterna), e o facto de se crescer numa atmosferas de constante tensão e
intolerância.
Nas aulas de filosofia aprendemos que, perante a existência de seres humanos
com normas e hábitos culturais diferentes, as pessoas podem assumir atitudes e
condutas variadas. Neste caso, Derek e o seu grupo de Neo Nazis, optaram pelo
etnocentrismo, atitude na qual se incluem as pessoas que observam as outras culturas
em função da sua própria cultura, tomando-a como padrão para hierarquizar as
restantes. Desta atitude surgem duas consequências directas: uma incompreensão em
ralação aos aspectos das outras culturas, e o aumento do sentimento de superioridade
em relação aos elementos de fora com que têm de coexistir. O facto de Derek e os
seus amigos acreditarem que deveria existir uma raça pura, mostra que um
etnocentrista é incapaz de aceitar os que não adoptam não só modos de vida
semelhantes ao seu, mas também os que são diferentes de si fisicamente( como por
exemplo as pessoas negras que têm um tom de pele diferente).
Uma das cenas que mais me marcou foi quando um grupo de negros tentou roubar
o carro de Derek, e Derek atacou um deles, matando-o de uma forma violentíssima. O
racismo está presente aqui duma forma muito forte, pelo facto de, depois de Derek
matar o negro, se vir no seu rosto e nos seus olhos uma sensação de extrema alegria,
sempre com um sorriso e os olhos lunáticos presos no irmão, que assistiu a tudo.
Depois de este acontecimento, Derek é preso, e é na prisão que vai descobrir o
quanto estava errado. Na prisão, Derek conheceu outros nazis, e percebeu que, aquilo
em que ele acredita, e segue, não é levado à letra por outros que dizem ter os
mesmos ideias que ele. Esses nazis que ele encontra na prisão, pela frente parecem
ser uma coisa, mas no fundo para eles o que conta é o que conseguem para seu
interesse e para o interesse de outras pessoas, independentemente da raça dessas
pessoas, um exemplo disso é o negócio de droga que havia na prisão entre o grupo de
nazis em que o Derek estava incluído e um outro grupo rival.
Contra o que Derek esperava, vai-se tornar amigo de um afro-americano, e é na
prisão e com a sua ajuda que ele vai reavaliar os seus valores e transformar-se num
homem mais correcto e justo. Com o relacionamento com este afro-americano, Derek
percebeu que talvez a sua atitude etnocentrista não fosse a melhor, e que as pessoas
não precisavam de ser da sua raça para serem respeitadas.
Quando Derek sai da prisão, dá conta que aqueles que o seguiam e que o
respeitavam não compreendem a sua nova personalidade, e a próxima luta dele é
afastar-se do que era, e tentar que o seu irmão siga a sua atitude, optando pelo
interculturalismo e afastando-se de toda a comunidade nazi. Derek quer evitar que o
irmão se insira numa vida de ódio, violência e xenofobia, que tanto o marcou. O
interculturalismo tem como ponto de partida o respeito pelas outras culturas e defende
o encontro, em pé de igualdade, de todas elas.
Este é um filme sem dúvida violento, muito real e, pior que tudo, muito actualizado,
pois retrata de forma directa e tocante um outro lado da América ao qual as pessoas
preferem fechar os olhos (daí o titulo “América Proibida”), a América dos conflitos
raciais entre pretos e brancos retratados ao longo do filme. A meu ver este filme
possibilita uma intensa visão sobre o etnocentrismo, nomeadamente o racismo e o
fanatismo, a desagregação familiar, o descontrolo, o preconceito e as influências.
Relata também o impacto profundo do etnocentrismo, do ódio, que começa a destruir
a família e a vida naquelas que optam por esta atitude.
É um filme que tem de ser visto pelo menos uma vez, porque a mensagem que
transmite é imperdível.
Trabalho realizado pelos alunos da turma 10º A3:
André Correia nº 1 Marco Casquinha nº 10
Edgar Guerra nº Pedro Correia nº 18