Relatório de Gestão - Associação Horizontes

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No Relatório de Gestão da Associação Horizontes você encontrará informações sobre os projetos executados nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso, durante os 6 anos de atuação da entidade.

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São 80 projetos, 100 mil pessoas capacitadas em mais de 80 ocu-pações diferentes, 22 mil pessoas inseridas no mercado formal de trabalho: este o resumo contável desses primeiros 6 anos de vida da Horizontes.

Einstein nos ensinou que nem tudo que pode ser contado, con-ta, assim como nem tudo que conta, pode ser contado.

Assim, ao rever esses 6 anos da Horizontes, preferirei ficar com aquilo que vivemos e menos com os números dessa trajetória. Lembrar os primeiros anos. Recordar a decisão de fazer um tra-balho que nos enchesse de orgulho e que fosse realmente impor-tante para alguém; para quem mais precisa.

De nossa vivência profissional anterior, aproveitamos o melhor para a gestão da Horizontes: a independência crítica; a pro-moção do controle social; a orientação a resultados; a responsa-bilidade na gestão dos recursos; a preocupação com a qualidade dos projetos, e o respeito pelos nossos profissionais. Assim foi desde o início.

O projeto Horizontes nasceu antes da entidade e, além dos im-pactos sociais que produziu, deu-lhe seu nome.

Na Universidade Corporativa, assistimos à realização do sonho do ensino superior, conquistado por tantas pessoas que, naquele momento de suas vidas, jamais teriam essa oportunidade.

Nos primeiros programas e projetos públicos, a certeza de que poderíamos realmente fazer chegar nossa ação àqueles que mais necessitam, e foram tantos projetos e tão importantes que evito me lembrar de todos para não correr o inevitável risco de es-quecer alguns.

Na qualificação profissional de adolescentes em conflito com a Lei, deparamo-nos com a fronteira mais distante a que poderia chegar nossa ação social. Já trabalháramos com pessoas de baixa escolaridade e renda, socialmente vulneráveis e em condição de risco. No trabalho com esses adolescentes, ao lado dessas di-ficuldades já conhecidas, uma variável nova e dura se somava: a privação da liberdade.

Na educação para a eficiência energética, aprendemos a trabalhar com grandes comunidades, em atividades de pesquisa, comunicação, educação ambiental, mas sobretudo cidadania.

Na educação básica, temos sido desafiados por 25 municípios e 15 mil pessoas espalhadas em 3 estados. Impossível não se emocionar ao olhar as imagens, depoimentos e textos que nos chegam todos os dias e nos mostram um pouco da vida dessas

pessoas. Quantos sonhos... quanta esperança no nosso trabalho. Imperdoável desapontá-las.

Com a incubadora de cooperativas populares, a construção de empreendimentos econômicos solidários como alternativa real da autonomia de tantas pessoas.

Agora, com nossos projetos próprios, o Horizontes Velas e o Hori-zontes Trilhas, projetos com jovens em situação de vulnerabilidade social, com foco em cidadania e direitos humanos, um novo desa-fio se coloca para nós.

Mas o que temer? Foram tantos os desafios. Projetos fáceis não existem. Aprendemos cedo.

Se é possível a um valor se sobrepor aos demais, podemos afirmar que o principal valor da Horizontes, ao longo desses breves 6 anos, tem sido a disposição para os desafios, pois é essa disposição que nos tem movido na direção da construção de nossa própria identi-dade.

Ao nos enfrentarmos, descobrimo-nos e nos fazemos mais fortes.

Parceiros, financiadores, nossos profissionais: todos são persona-gens fundamentais dessa ainda curta história. A eles, toda a nossa gratidão.

Foram apenas 6 anos, mas quanta vida nessa história.

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Marcelo Rocha - Presidente da Horizontes

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A Associação Horizontes é integrante da Rede de Tecnolo-gia Social (www.rts.org.br), que congrega organizações como: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petro-brás, UNICAMP, UFSCAR, dentre outras.

Certificado de OSCIP06

AAssociaçãoHorizonteséumaassociaçãocivil,semfinslucrativos,constituídaemjunhode2004,cujaMIS-SÃOé“promoverasustentabilidade,acidadania,ainclusãosocialeageraçãodetrabalhoerendapormeiodaedu-cação”etemcomoVISÃO“serreconhecida,nacionaleinternacionalmente,comoaorganizaçãosemfinslucrativosmais competente na gestão de recursos para promover a sustentabilidade, a cidadania, a inclusão social e a geração detrabalhoerendapormeiodaeducação”.

A Associação Horizontes detém titulação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP e é certificadainternacionalmente,segundoanormaNGOBenchmarking,peloorganismosuíçodeauditoriadecertifi-caçãoindependenteSociétéGénéraleSurveillance–SGS.

ComoentidadecertificadapelaSGSsegundoanormaNGOBenchmarking,em2008,aAssociaçãoHorizontesocupoua12ªposiçãonorankingmundialentreasOrganizaçõesNão-Governamentais,sendoa1ªnaAméricadoSul,comelevadosíndicesgeraleespecíficosdeaprovaçãonasprincipaisdimensõesdeumaorganização.

AAssociaçãoHorizontestemumdosmelhoresdesempenhoseconômico-financeirosdoTerceiroSetor,tendoalocadomaisde1000profissionaisnos80projetosativosourealizadosem3Estados,SantaCatarina,SãoPauloeMatoGrosso.ComsedeemSãoPauloefilialemFlorianópolis,alémdasunidadesoperacionaisondedesenvolvesuasações socioeducacionais, a Associação Horizontes se caracteriza por uma forte competência na implantação de pro-jetos.Paraquesetenhaumaideiadessaatuação,bastadizerque,emseisanosdeatuação,aAssociaçãoHorizontesjácapacitoumaisde100milpessoas,em75ocupaçõesdiferentes,gerandoempregoformalamaisde22mildelas,fornecendobolsa-auxíliopara62milpessoas,em3Estados,MatoGrosso,SãoPauloeSantaCatarina,emcercade80municípios.

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Alguns resultados da Associação Horizontes:

• Capacitação de 3.900 jovens do ConsórcioSocialJuventude(SP,ABCeFlorianópolis);

• Capacitaçãoeinserçãodemaisde1000jovensde baixa renda no Programa São José inclui, em parceria com a Secretaria de Desenvolvi-mentoEconômico;

• Capacitaçãodemaisde30milpessoasemSãoPaulo,JundiaíeFlorianópolis,cominves-timentosocialprivado;

• Geraçãodemaisde20milempregosnosseg-mentos de vendas, atendimento ao cliente e telemarketing;

• Capacitação de 1300 jovens e inserção de30% deles em parceria com a PrefeituraMunicipal de SãoPaulo (gestão2004/2008) ecom a Associação Brasileira de Telesserviços - ABT;

• Capacitaçãode2400jovensdeOsascodentrodoProjetoJuventudeCidadãdoMinistériodoTrabalhoeEmprego;

• Capacitaçãode3000pessoasemparceriacomprefeiturasdointeriordeSãoPaulo;

Breve Histórico

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• Capacitaçãodemaisde15.000jovensemcumpri-mentodemedidasocioeducativa;

• Implantação e gestão de Universidades Corporati-vascommaisde1300alunosemcursosuperioresincompany;

• Capacitaçãode35milfamíliasemEducaçãoparaaEficiênciaEnergética,noEstadodeSC;

• Capacitação profissional e elevação de escolari-dadede15.200JovensnoProgramaProjovemUr-banonosEstadosdeSantaCatarinaeMatoGrosso;

• Formação de 160 Gestores de Telecentros emparceriacomoMinistériodeCiênciaeTecnologia;

• Os projetos da Associação Horizontes contamcom o apoio e a parceria de Universidades, enti-dades, empresas, institutos e fundações de em-presasedopoderpúblico.Valedestacar,porfim,que os Projetos citados já renderam às empre-sas parceiras da Associação os seguintes prêmios nacionais: Prêmio ABT; Prêmio ADVB Empresa

Cidadã e Top de Marketing; Melhores e MaioresdaRevista Exame(100MelhoresEmpresasparaTrabalharnoBrasile40MelhoresEmpresasparaasMulheresTrabalharem)ePrêmioValorSocial.

“Voto de confiança - Uma nova certificação que atesta a gestão profissional melhora a chance de fazer carreira em ONGs”

Matéria publicada na revista VOCÊ S/A de maio/2008

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12Fonte:http://www.objetivosdomilenio.org.br

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Um dos grandes desafios que a educação brasileira enfren-ta, hoje em dia, é o combate àevasão de estudantes em idade escolar. Os motivos que levam uma pessoa a se afastar dos ban-cos escolares são os mais vari-ados: de dificuldades financeiras àfaltadeperspectiva,aevasãoacaba por atingir direta e inten-samente a camada mais vulnerá-vel da sociedade. Por acreditar que a edu-

cação é a forma mais eficaz de transformação social e individu-al, a Associação Horizontes tem como um de seus arcos de atu-ação a elevação de escolaridade. São programas financiados pelo GovernoFederalquedãoumase-gunda chance àqueles que aban-donaram a escola no passado a concluir seus estudos em nívelbásico e também programas com parceiros privados, que oferecem formaçãoemnívelsuperior.

Universidade Corporativa Softway (2004), um dos primeiros projetos da Horizontes, mencionado como referência pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

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O ProJovem Urbano é um desses programas, financiado pelo Governo Federal, que pro-move a elevação da escolaridade de jovens que não concluíram o ensino fundamental. Mais de 15 mil jovens, entre 18 e 29 anos, nos estados de Mato Grosso e Santa Catarina, foram be-neficiados com a reinserção na escola e no mundo do trabalho.

Nesse programa, além das aulas de ensino regular, o jovem recebe formação profissional e atividades que trabalham a participação cidadã. O programa ainda in-clui a oferta diária de uma refeição e uma bolsa-auxílio no valor de R$ 100,00, se o aluno obtiver presença mínima e participação ativa nos trabalhos propostos em sala de aula. Ao todo, mais de 15 mil jovens serão beneficiados com o ProJovem Urbano, nos dois estados onde a Associação Horizontes é a executora do programa.

Alunos do ProJovem de Santa Catarina

Alunos do ProJovem de MT

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• “Paramimfoimuitoimportante,euestavahá10anossemestudar.Primeiraimportânciaédegarantirumfuturomelhorparamimemeusfilhos.Oensinofoimuitoproveitoso,aprendiváriasprofissõesquepossousarpararecomeçar uma nova vida, como procurar um emprego, como me comportar e me vestir para uma entrevista. Tam-bém o curso de computação me deu uma base de como usar e pesquisar em um computador. Fiz muitas amizades que vou levar para a vida inteira, também os professores se tornaram meus amigos. Sem contar que tudo que aprendi e as experiências,ninguémmetira,vaificarnaminhamenteparasempre.Alémdisso,temobenefíciode100reais,quemeajudamuito.OProJoveméisso:acertezadeumfuturomelhor.”

Ludimila Oliveira Souza, Turma RONSGJ03, Rondonópolis, MT.

• OProJovem,pramim,significamuito.Aprendimuitascoisasqueeunãoimaginavaaprender.SeralunodoProJovemUrbano é uma experiência de cidadania. O meu sentimento pelo ProJovem é um sentimento de alegria de curiosi-dade,deexpectativadecrescimentoeagoraespecialmentedevitóriadedesafiossuperados.

Francelen Inhaia Marcelino, Núcleo Francisco Manfrói, Turma 1, Lages, SC.

• “OProJovemcomcertezameajudaráarealizarmuitossonhos,...,jáhaviadesistidodomeusonhodeterminarmeusestudos,porqueminhavidaestavamuitodifícil,masaíapareceuaprofessoraNadiremminhacasaàprocurademinhacunhada,insistindoparaqueelavoltasseparaaescolaemeconvidouavoltaraosestudos.Vimparaaescolaeestoufeliz,...,oProJovemestásendoumadasmelhorescoisasqueestáacontecendonaminhavida.Esperoterminaroensinofundamental,médioefazerumafaculdadeparaterumaprofissãoeumfuturomelhor.Eutenhoesperança de que meus colegas também vão conseguir”

Amélia do Nascimento, de Juína, MT.

Alunos do Projovem SC participam de I Mostra Cultural em Brasilia, DF

Jáemnívelsuperior,oprojetodedestaqueéoCEUS–CentrodeEnsinoUniversitárioSoftway,ideali-zadoemparceriacomaSoftway,conceituadaempresadoramodetelemarketing,adquiridaem2007pelaVNN,mudandoonomeparaTIVIT.Emcincoanosdeimplementaçãoeexecução,1500jovensconquistaramodiploma de ensino superior.

Concebido para atender aos colaboradores da empresa, o programa atendeu a duas demandas: oferecer a oportunidade de acesso ao ensino superior e aumentar a produtividade da empresa, através da redução de turn over e aumento do capital intelectual interno.

Aorganizaçãodocursosedáapartirdedoismódulosdeformação:básicoeprofissional,amboscomduraçãototaldedoisanos.Éumprojetoqueproporcionaganhosparaaempresae,principalmente,paraoscolaboradores,quetêmachancedealcançarocrescimentoprofissionalepessoal,numcurtoespaçodetempo,atravésdaformaçãonumcursosuperiordegraduaçãotecnológica.

Ambososprojetos,CEUSeProJovemUrbano,sãodealtarelevânciasocial,poisbuscamamenizarasdesigualdadesatravésdaelevaçãodaescolaridadeeformaçãoprofissional.Tendocomopilarprincipalaedu-cação, os programas contribuem para o resgate da cidadania e valorização pessoal dos alunos, oferecendo aos jovensnovaspossibilidadesdeinserçãosocialegeraçãoderenda.

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“Não existem soluções mágicas. Na busca de nossos sonhos surgirão di-ficuldades, mas superá-las sempre dependerá do esforço de cada um através de muito trabalho, discipli-na e paciência. Ao final desses cinco anos, podemos afirmar que o Centro de Ensino Universitário foi um inves-timento que valeu a pena, pois con-seguiu ser aquilo que todo projeto de inclusão precisa ser: viável e susten-tável a longo prazo.”

Alessandro Goulart, 2006, Presidente da Softway

Tendocomopilares,trabalhoeeducação,osprogramasdestinadosàqualificaçãoprofis-sional desenvolvidos pelaAssociação Horizontes visam preparar jovens de acordo com as exigênciasdomercadodetrabalho.Aolongode6anos,maisde100milpessoasjáforambeneficiadascomoscursosexecutadospelaHorizontes.

Tendo como público-alvo jovens de baixa renda que se encontram em situação de vulnerabilidadesocialeforadomercadodetrabalho,oscursossãodirecionadosparaaprofis-sionalização em diversas áreas, ligadas ao setor de serviços. É uma oportunidade única para aformaçãoprofissionaldessesjovens,paraatenderaosetorquemaisempregapessoashojeno Brasil.

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Comummercadocadavezmaiscompetitivoeexigente,oscursosdequalificaçãoprofissionalrealizadospelaAssociaçãoHorizontesseapresentamcomoummeiodeprepararojovemparaqueeletenhacondiçõestécnicasparasecolocar,efetivamente,nomercadodetrabalho.Aoconcluirocurso,ojovemestaráperfeitamentequalifi-cadoparaatenderàsdemandasdomercadodetrabalhoeinserir-seprofissionalmentenele. Durante os cursos são abordados temas relacionados ao empreendedorismo, preparação para o mundo do trabalho, desenvolvimento pessoal, cidadania e conteúdos específicos que compõema grade curricular do eixo escolhidopeloaluno.Alimentação,atendimentoaocliente,vendas,informática:essessãoalgunsdoseixosdeatu-ação que o aluno pode optar nos cursos oferecidos pela Associação Horizontes.

Taiscursosnãoselimitamàpreparaçãodoalunoparaomercadodetrabalho,mastambémfazemumresgatedesuacidadaniaeautoestima.ÉocasodoprojetoHorizontesMacedo,quecapacitou113pessoascomdeficiência,dando-lhessuportetécnicoemoral,possibilitandoasuainserçãonomercadoqueantesosexcluía.

Curso de Panificaçao

Curso Horizontes Macedo.

Alunos do projeto Casa da Beleza, em Várzea Paulista

Um dos projetos que se destaca,quando se fala em qualificação profis-sional, é o que a Associação Ho-rizontes consolidou em parceria com a Fundação CASA, no Estado de São Paulo. Tendo como fim a qualificação profissionalde adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação, atendidos pela Fundação CASA, o pro-jetojábeneficioumaisde15milado-lescentes com 68 cursos diferentes,distribuídosentre8arcosocupacionais (Artesanato, Turismo, Informática, Ali-mentação, Serviços, Serviços Pessoais, Construção e Reparos e Administração), oferecidos nas 40 unidades de inter-nação da região metropolitana de São Paulo e litoral do Estado.

É uma ação fundamental para os adolescentes internos reconstruíremsuas vidas, por meio da educação e pre-paraçãoparaotrabalho.Duranteasau-las são realizadas ações que buscam o resgate da cidadania e da autoestima. O projeto tem como objetivo, alémda qualificação profissional, ofereceratividades formativas que preparem oadolescenteparaumolhardenovaspossibilidades para a vida de cada um deles.

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“A primeira edição do Festival de Sabores tem demonstrado no resultado a vivên-cia e prática dos cursos de alimentação. É sempre importante recordar que sapere - “saber” em latim - não por acaso acumu-la os significados de “saber” e “saborear”. As experiências da vida têm sabor, nos le-vam às reflexões que determinam nossas escolhas. A crença em nosso trabalho e na possibilidade de transformação se refletem no momento da degustação e nos olhares de contentamento destes adolescentes.”

Cristina Neves, Coordenadora Regional

Unidades da Fundação CASAatendidas por município

“Isso demonstra que as mu-danças ocorridas na política de atendimento socioeducativo em São Paulo estão no caminho certo porque senão a Horizontes, e ou-tras ONGs reconhecidas publicamente como o CENPEC, CEDAP e Ação Educativa, não atuariam na Instituição”Marisa Fortunato Superintendente Pedagógica da Fundação CASAFonte: http://www.casa.sp.gov.br/site/noticias.php?cod=2801

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Apreocupaçãocomapreservaçãoambientalganhouespaçosignificativonosúlti-mosanos.Começou-seumacampanhamaciçanamídiaeentreasociedade,natenta-tivadeconscientizarapopulaçãosobreaimportânciadesedesenvolverematitudessustentáveis, tendo em vista a preservação do meio ambiente e a valorização da vida.

Em2002,aANEEL –AgênciaNacionaldeEnergiaElétrica –publicoua resoluçãonº492,ondeforamestabelecidososcritériosparaaaplicaçãoderecursosemprogra-masdeeficiênciaenergética.Odocumentoprevêqueasempresasdedistribuiçãodeenergia elétrica destinem, anualmente, 0,5% de sua Receita Operacional Líquida nodesenvolvimento de programas que incentivem e eduquem os consumidores sobre o uso racional da energia elétrica.

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Oficina de grafitagem

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Nesse sentido, a Associação Horizontes executou, em parceria com a Celesc Distribuição S/A,oprojeto“SouLegal,TôLigado”,comointuitodeconscientizarpopulaçõesdebaixarendasobreousoeficientedeenergiaelétrica.Durantedezoitomeses,oprojetocirculoupor96comunidades,de40municípioscatarinenses,traçandoumdiagnósticosocioenergé-ticoqueculminoucomaçõesdepesquisa,engenhariaeeducação,atingindomaisde89milpessoas.

A aplicação de projetos desse porte, que visam ao uso racional da energia elétricaem comunidades de baixa renda, tem papel vital na diminuição do Custo Brasil, através da reduçãoeeliminaçãodousoineficientedeenergia.Essamudançadecomportamentosere-flete,principalmente,naeconomiadeenergiaenoconsequentedecréscimononúmerodeinadimplentes.

Duranteaexecuçãodoprojeto,foramrealizadasdiversasaçõeseducacionais,comoobjetivodeprovocarareflexãosobrearesponsabilidadecoletivanapreservaçãodomeioambienteeesclarecerosimpactosnegativosdousoineficientedeenergia,tantonavidadaspessoas como no meio ambiente.

AAssociaçãoHorizontesacreditaqueaeducaçãoéocaminhomaiseficaznaformaçãodeumaconsciênciacríticaparaaconservaçãoambiental.Éatravésdofomentoeaplicaçãode atitudes simples, comousar eficientemente a energia elétrica, que cadaum se torna responsável por preservar o meio ambiente.

Além dos 4 arcos de atuação

principais, a Associação Horizontes desenvolve

projetos próprios que atendem às principais

demandas do mercado, direcionando

suas ações para jovens que vivem em

situação de vulnerabilidade social.

Atualmente, há dois projetos

em andamento: Horizontes

Velas e Horizontes Trilhas, que

já demonstram resultados

positivos em sua aplicação.

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O Projeto Horizontes Velas, idealizado e executado pela Associação Horizontes, busca unir conhecimentos em três áreas distintas – educação, esporte e preparação para o trabalho – e, assim, mudar a realidade de jovens que vivem em situação de vulnerabilidade social na região da Grande Florianópolis.

Atualmente, o Velas atende 16 alunos que se revezam nas atividades propostas ao longo da semana. Às segundas e quartas-feiras, são oferecidas aulas práticas de vela e oficinas de marcenaria, que buscam capacitar o aluno para o reparo e construção de embarcações. Às sex-tas-feiras, é a vez das aulas de reforço escolar, com educadores qualificados, aptos a identificar a dificuldade de cada aluno e desenvolver seu trabalho, complementando o ensino formal.

Um dos destaques deste projeto é a parce-ria com o velejador profissional Bruno Fontes. O Pentacampeão brasileiro, e 8º colocado no rank-ing mundial, é patrono do Horizontes Velas e um dos instrutores que acompanham os alunos du-rante as aulas práticas de vela. Para complemen-

tar as atividades regulares, vários eventos estão previstos no calendário de ações.

Minirregatas, gincanas de integração, con-cursos de integração, encontros com empresários, palestra com atletas profissionais e atendimento psicossocial: são atividades que pretendem man-ter a motivação dos jovens, além de criar um am-biente favorável de integração e criação de opor-tunidades de crescimento pessoal e coletivo.

Em agosto de 2010 foi consolidada uma parceria entre a Associação Horizontes e a Marinha do Brasil, buscando ainda mais benefí-cios para os jovens que participam do Horizontes Velas. A partir dessa parceria, o projeto passa a usufruir da infraestrutura da Marinha para a re-alização das aulas.

Além disso, serão oferecidas aos alunos au-las de primeiros socorros, marinharia, civismo e veleiro amador. A parceria com a Marinha tam-bém oferece aos alunos a oportunidade de ob-terem a certificação de Arrais-amador, tornando-os aptos, assim, a conduzirem embarcações de pequeno porte.

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O Horizontes Velas é um projeto que tem como objetivo desenvolver a cidadania e aumentar a autoestima do jovens, através de práticas educativas e formativas que englobam atividades de três dimensões complementares: trabalho, educação e esporte. A intenção é ampliar o campo de ação para mais municípios da Grande Florianópolis em 2011.

Para a realização e ampliação do projeto, o Horizontes Velas conta com o patrocínio do Governo do Estado de Santa Catarina, Unimed, Eletrosul, Banco do Brasil, além do apoio da Prefeitura Municipal de São José, Marinha do Brasil e Piery Sport.

Depoimento“Com o Projeto Horizontes Velas estou podendo passar meus conhecimentos do esporte, do mar e ainda do que aprendi no curso de Engenharia Sanitária e Ambiental na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). É possível dar uma contribuição para a socie-dade, ajudando jovens a terem um futuro melhor, mostrando caminhos que eles poderão escolher ou não. Imagino ainda que minha participação no Projeto Velas seja mostrar como é possível vencer no esporte que, como na vida, exige esforço para conquistar os resultados esperados. Está sendo a realização de um sonho.”

Bruno Fontes - Pentacampeão brasileiro na classe laser e patrono do projeto.

Equipe e alunos do Projeto Horizontes Velas com o prefeito de São José, Djalma Berger (ao centro), durante o lançamento do projeto

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Outro projeto desenvolvido pela Associação Horizontes, de grande relevância social, é o Horizontes Trilhas. Desenvolvido em parceria com a Fundação CASA, em 4 unidades da instituição, o projeto já beneficiou 17 jovens, com idade entre 16 e 21 anos, em cumprimento de medida socioeducativa de semiliber-dade.

O objetivo do projeto Horizontes Trilhas é oferecer cursos de qualificação profissional alinhados com a demanda do mercado de trabalho, para favorecer a inserção produtiva dos adolescentes atendidos pela Fundação CASA. São cursos direcionados principal-mente para a área de alimentação, com duração de 80 horas/aula.

O Horizontes Trilhas, que só é possível graças ao investimento social do Instituto Camargo Corrêa, é uma oportunidade de formação inovadora e criativa, que promove o desenvolvimento pessoal e social dos jovens, preparando-os para o exercício pleno da cidadania e sua inserção produtiva na sociedade e no mercado de trabalho.

Esses dois projetos, Horizontes Velas e Hori-zontes Trilhas, idealizados pela Associação Horizontes, são exemplos de como ideias simples e de baixo custo podem alterar profundamente a realidade de jovens que vivem em situação de vulnerabilidade social. Am-bos enxergam o jovem como um sujeito de direitos e fornece subsídios para que exerça sua cidadania plena.

Aluno recebe certificado de conclusão de curso em unidade da Fundação CASA

Formatura: jovem recebe diploma de Marisa Fortunato, Superintendente Pedagógica da Fundação Casa e de João Teixeira Pires, Super-intendente do Instituto Camargo Corrêa

Aula prática do Curso de Chapeiro

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As organizações pedagógicas desempenham umpapelmuito importanteparaavidadostrabalhadores.São elas que, através de suas ações, ministram cursos de qualificaçãoprofissionalparaasociedade.Éimpossívelingressarnomercadodetrabalhoapenascomoconheci-mento que se obtém no ensino fundamental ou médio. Para ingressar na em-presa, qualquer cidadão tem que ser especializado na função que vai exercer no seu quadro funcional.

Énestahoraqueelerecorreàsescolasespecializadasemeducaçãoprofis-sional.EuconheçoduasdelasquesãoreferêncianoBrasil.

Voume referir a uma somente, por achar que, não pertencendo a umagranderede,fazumtrabalhoexcelente.Éa“Escola”AssociaçãoHorizontes,queeutenhoacompanhadoultimamenteoseutrabalho.Alémdasaulastécni-cas,estaentidadecuidadosprincípiosdecidadaniadeseusalunos,numtra-balhoincansável.

Participei já de diversas formaturas de seus alunos e me impressio-na a qualidade final com que chegam ao mercado de trabalho. Animados, dispostos,comconhecimentostécnicosecomportamentais,elestêmsidobastante requisitados pelas empresas. Acredito que é graças ao corpo de professores e administradoresquefazemcomqueoresultadosejabemaceitopelacomuni-dade empresarial.

Quero, então, nesta oportunidade onde a “Escola” Horizontes completa seus6anosdeexistência,parabenizá-los,seusalunos,professoreseadminis-tradores,esperandoquemantenhamestemodelodeensinoeaprendizagemequecontinuemenchendodeorgulhoatodososquedelasãousuários.Afinaljáultrapassaonúmerode100milpessoasqueestaEscolacolocounomercadodetrabalho.Porissomerecemeutestemunhoe,claro,oreconhecimentodestesseusex-educandos,hojefazendopartedasempresasbrasileirasqueosadmiti-ramemseusquadrosdetrabalhadores.

Valter José da Luz Presidente do Conselho Municipal de Emprego e Renda de Florianópolis e membro do

Conselho Superior da ACIF

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Berenice Giannella, mestre em direito processual penal pela USP, é presidente da Fundação CASA (Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente)

É preciso reler o ECA, preocupando-se menos com a socioeducação e mais com a garantia e efetivação de direitos.

Todavezquevejoahistóriadeuminternoécomoseestivesserelendo“CrônicadeumaMorteAnunciada”,deGabrielGarcíaMárquez.Comonoromance,atra-jetóriadevidadonossoadolescente-padrãonospermitiriadizer,desdemuitoantesdechegaràCasa,queeleparacáviria.

Desinteressou-sepelaescola,agrediuaprofessora,acabouexcluídodaescolaedogrupo e recebido de braços abertos pelo crime, onde se sentiu alguém socialmente. Pas-souaconsumirdrogaseavendê-las.Ganhoudinheiroegarotas,foipegopelapolíciae internado.TalqualamortedeSantiago,oiníciodatramaantecipavaofinal.

É preciso agir para diminuir as internações e deter a entradado jovemno crime- com políticas sociais, atendimento psicológico e educacional eficiente -, tornando-o protagonista de sua história, incentivando-o a buscar alternativas de resoluçãode seusconflitos.

Precisamostrabalharcomaculturadapazecomalternativasquepassemlongedaprivaçãodeliberdade,muitomaiscustosafinanceiraeemocionalmente.

Ironicamente,tenhodoisamigosque,naadolescência,destruíramovasosanitáriodesuasescolasusandobombas.Hoje,sãopaisdefamíliaíntegros.Fossemjovensepobresnosdiasdehoje,seriaminternados,umnoRiodeJaneiro,outroemSãoPaulo!Éhoradeparardecriminalizarcondutastípicasdeadolescentes.E,porfavor,nãomecru-cifiquempeloqueescrevo.

Apenasapeloparaquetodosnósfaçamosdiferente.Vamosevitaramortede Santiago,reescrevendosuahistória.

Danilo Moreira, Presidente do Conjuve (Conselho Nacional da Juventude)

É reconfortante saber que o governo na luta pelas causas sociais tem a seuladoorganizaçõescapazesdeoperacionalizarumapolíticapúblicanasuaplenitude,ajudandonaconstruçãodeumPaísmelhoresocialmentemaisjusto.

A Associação Horizontes é um exemplo claro de que sociedade civil e governo devem trabalharjuntosparamelhoriadevidadosexcluídos.

OsnúmerossobreaHorizontesconfirmamisso.Desde2004,elarealizoumaisde80projetosnasáreasdegeraçãodeemprego,renda,cidadaniaenaáreaambiental.Maisde100milpessoas forambeneficiadasdiretamente, sendoquedestas,maisde20milobtiveramumempregocomcarteiraassinada.Seureconhecimentointernacionalcomoa12ºmelhorONGdoMundopelaSociétéGénéraleSurveillance (SGS),concedidaparamenosde60ONGS,emtodoomundo,émaisdoquejustoevemcoroarseutrabalhoemproldeumpaísmaisético,solidárioejusto.

Artigos JORNAL - O ESTADO DE SÃO PAULO - SÃO PAULO - 28/08/08

Momento decisivo para o Terceiro Setor

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Está cada vez mais presente em toda a so-ciedade brasileira o debate em torno da necessidade de o Terceiro Setor se profissionalizar e adotar instru-mentos de gestão que possibilitem mais transpa-rência e eficiência no trato dos recursos - sejam eles provenientes do poder público ou de investidores so-ciais privados.

As recentes - e cada vez mais recorrentes - denúncias de irregularidades, com menção ex-pressa às genérica e impropriamente denominadas organizações não-governamentais (ONGs), que cul-minaram na instauração da CPI das ONGs no Con-gresso Nacional, deixam evidente o descompasso existente entre a profissionalização alcançada nos últimos anos pelos investidores sociais privados, com a incorporação de conceitos de responsabilidade so-cioambiental, liderada pelos institutos e fundações vinculados a grandes empresas, e a ainda baixa profissionalização de boa parcela das entidades do Terceiro Setor. Esse abismo produz consequências ruins para todos, mas especialmente negativas para as organizações não-governamentais que trabalham sério, as quais têm de se desvencilhar da imagem de um setor sob suspeição da sociedade, e ainda sofrem com a redução do nível de investimento social, resul-tado da desconfiança generalizada dos investidores em relação à real capacidade de resposta profissional das ONGs e ao adequado destino de seu investimen-to.

Para que ocorra uma alteração nesse cenário se impõe uma profunda mudança na menta-lidade dos diversos atores ligados ao Terceiro Setor. Ainda existem muitas ONGs que acreditam que a legitimidade da causa legitima qualquer conduta. O resultado dessa crença é uma recusa intransigente à adoção de qualquer instrumento para mensurar o desempenho das atividades da entidade, algo ina-ceitável para a sociedade e para os investidores so-

ciais, que querem - e devem - acompanhar de perto os resultados dos investimentos que apoiam. Também o estabelecimento de metas claras e bem definidas ainda não é, infelizmente, uma realidade. É importante sali-entar que não se trata de reproduzir a lógica de mer-cado no Terceiro Setor, mas de buscar a melhor desti-nação para os recursos, com respeito principalmente ao público beneficiado pelo investimento e ao financiador. Em muitos casos, ainda, as boas intenções e as no-bres causas são atropeladas pela excessiva vinculação político-partidária de diversas ONGs, o que lhes tolhe a independência crítica e o distanciamento necessário a seu fim.

O resultado disso tudo é o afastamento do investidor social privado - cujos institutos e fundações seguem os conceitos da boa governança corporativa - das entidades do Terceiro Setor, em grande parte des-preparadas para lidar com as exigências de transparên-cia e boas práticas de gestão. Dessa maneira, as ONGs se tornam excessivamente dependentes de recursos públicos. E isso nem sempre é positivo, já que muitas vezes abre janelas para o surgimento de entidades as-sentadas apenas em relações políticas, que oscilam entre períodos de grande atividade e outros de hiber-nação, ao sabor do mandato dos partidos políticos aos quais são ligadas. Isso para não falar acerca das brechas que daí decorrem e favorecem condutas desviadas de sua finalidade.

Diante disso, são poucas as organizações não-governamentais realmente independentes. Pelo fato de receberem recursos públicos, muitas dessas entidades se sentem pouco à vontade para questionar políticas de governo, o que é um enorme equívoco. O Terceiro Setor deve ter autonomia para participar, de modo indepen-dente, da discussão das políticas de Estado, com toda a sociedade brasileira, acerca do modelo de nação que queremos ser. Essa pluralidade é fundamental para o avanço dessa discussão.

Está cada vez mais presente em toda a sociedade brasileira o debate em torno da necessidade de o Terceiro Setor se profissionalizar e adotar instru-mentos de gestão que possibilitem mais transpar-ência e eficiência no trato dos recursos - sejam eles provenientes do poder público ou de investidores sociais privados.

As recentes - e cada vez mais recorrentes - denúncias de irregularidades, com menção expressa às genérica e impropriamente denominadas organi-zações não-governamentais (ONGs), que culminar-am na instauração da CPI das ONGs no Congresso Nacional, deixam evidente o descompasso existente entre a profissionalização alcançada nos últimos anos pelos investidores sociais privados, com a incorporação de conceitos de responsabilidade so-cioambiental, liderada pelos institutos e fundações vinculados a grandes empresas, e a ainda baixa profissionalização de boa parcela das entidades do Terceiro Setor. Esse abismo produz conseqüências ruins para todos, mas especialmente negativas para as organizações não-governamentais que trabalham sério, as quais têm de se desvencilhar da imagem de um setor sob suspeição da sociedade, e ainda sof-rem com a redução do nível de investimento social, resultado da desconfiança generalizada dos inves-tidores em relação à real capacidade de resposta profissional das ONGs e ao adequado destino de seu investimento.

Para que ocorra uma alteração nesse cenário se impõe uma profunda mudança na mentalidade dos diversos atores ligados ao Terceiro Setor. Ainda existem muitas ONGs que acreditam que a legitimidade da causa legitima qualquer conduta. O resultado dessa crença é uma recusa intransigente à adoção de qualquer instrumento para mensurar o desempenho das atividades da entidade, algo inaceitável para a sociedade e para

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Uma das ferramentas mais interessantes surgidas nos últimos anos para promover a adoção das melhores práticas de gestão entre as ONGs foram as certificações, em processo similar ao que vem ocorrendo com as empresas desde os anos 90. Para receber essas certificações as entidades pas-sam por rigorosas auditorias, que avaliam diversos aspectos de sua gestão: conselho de administração, estrutura estratégica, administração de integridade, comunicação e imagem, recursos humanos, levanta-mento de fundos - alocação de recursos e controle financeiro -, operações, resultados e melhoria con-tínua. É um processo que contribui para separar o joio do trigo e ajuda sobremaneira na profissionali-zação das entidades.

Nesse cenário - de profissionalização do investidor social privado -, é importante que os gestores de projetos sociais na administração públi-ca acompanhem esse movimento na relação com as ONGs. Nesse sentido, salvo as exceções previstas em lei, parece natural que a contratação de entidades do Terceiro Setor por governos seja, necessariamente, precedida de licitação. O processo licitatório, além de assegurar o respeito a princípios constitucio-

Alguns investidores sociais manifestam es-panto quando recebem planilhas de custos de proje-tos apresentados por entidades sem fins lucrativos e verificam a inclusão de valores relativos a “encargos sociais”. O espanto não diminui quando essas insti-tuições explicam que querem manter uma relação formal com os empregados, tendo, portanto, a obri-gação de recolher as contribuições para a seguridade social. Aparentemente, para esses que se espantam, o terceiro setor atua – ou deveria atuar – não apenas à margem, mas também fora da lei.

Será que é isso que se espera das entidades sem fins lucrativos – a precarização do trabalho, a in-formalidade, a desobediência às leis trabalhistas?

nais fundamentais na relação do Estado com a ci-dadania, permite a seleção de propostas e projetos segundo critérios objetivos. E, acima de tudo, reduz a influência política no processo de seleção e afasta as entidades que não reúnam condições para prestar os serviços de forma adequada. Dessa maneira, ini-ciativas do Legislativo brasileiro que venham impor a obrigatoriedade de realização de licitação como condição para a contratação de ONGs pela adminis-tração pública, em todas as esferas de poder, devem merecer todo o apoio da cidadania.

Enfim, profissionalização, compromisso com resultados, certificação por meio de audito-rias independentes, autonomia crítica e seleção em bases legais parecem ser o início do caminho para o Terceiro Setor resgatar o respeito e a admiração da sociedade.

Marcelo RochaPresidente da Associação Horizontes

No mundo corporativo, um dos pilares das boas práticas em governança é o compliance, um conjunto de disciplinas para fazer cumprir as nor-mas legais e regulamentos, com políticas e diretrizes específicas visando evitar desvios ou inconformi-dades que possam colocar a empresa em risco. Por que uma organização civil sem fins lucrativos deve-ria adotar princípios contrários a esses? Em meio às sempre bem-vindas advertências dos especialistas sobre a necessidade de profissionalização do tercei-ro setor, com a consequente adoção de boas práticas de gestão já consagradas na iniciativa privada, o “es-panto” dos investidores sociais com o pagamento de encargos sociais pelas ONGs é um balde de água fria.

JORNAL - DIÁRIO DO COMÉRCIO - MINAS GERAIS - 12/11/10

Ir-responsabilidade social

Artigos

As entidades sem fins lucrativos sérias se es-forçam para apagar a imagem negativa que recai sobre todo o terceiro setor sempre que surgem denúncias en-volvendo instituições que, em vez de servir ao público, atendem a interesses pessoais e políticos. Não é fácil para as entidades que realizam um trabalho responsáv-el escapar das generalizações que tentam encaixar a to-das, indistintamente, no termo “pilantropia”. E fica ain-da mais difícil quando se vê, da parte de quem deveria dar o exemplo, uma reação que pode ser tomada pelas entidades menos sérias como um incentivo a práticas que mancham todo o conjunto de organizações indis-criminadamente.

O que mais surpreende é a duplicidade do discurso desses investidores, que querem o título de “empresas socialmente responsáveis” para acrescentar valor a suas marcas, mas tentam convencer as associações a abrir mão da responsabilidade delas. Os especialistas em gestão ensinam que, para as empre-sas, o que importa é seu core business. Acontece que o core business das entidades sem fins lucrativos que atu-am no terceiro setor é a própria responsabilidade social. Como podem abrir mão de algo que está no DNA delas?

Não raras vezes tenho assistido a críticas rela-cionadas à Lei de Licitações (Lei nº 8.666/93) - seja porque entendem alguns que ela “engessa”, seja porque acreditam que ela não consegue evitar a fraude, ou porque a lei encareceria os bens e serviços adquiridos pela Administração, ou, finalmente, porque alimentaria uma indústria de liminares. Com base em minha ex-periência de 25 anos de atuação no tema das licitações e contratações públicas, como licitante e contratante público, ouso desconstruir essas afirmações, usadas com o propósito de fabricar uma legislação mais solta e permeável a toda sorte de desvios e abusos de poder, em nome da falsa celeridade e eficiência. Ao dizer que a Lei de Licitações engessa, o

administrador público quer afirmar que o conjunto dos atos administrativos encadeados que suportam o pro-cedimento licitatório torna as contratações públicas excessivamente morosas.Quer afirmar que a possibi-lidade de um licitante questionar dado edital ou recor-rer de uma decisão equivocada “atrapalha” o procedi-mento. Nenhuma das duas afirmativas é verdadeira. No primeiro caso, o razoável planejamento permite a realização do procedimento regular, assim como o di-reito do licitante de se insurgir contra qualquer ato da Administração não atrapalha, mas, sim, aperfeiçoa o procedimento - muitas vezes maculado de ilicitudes “plantadas” por licitantes em conluio com maus admi-nistradores.

A profissionalização do terceiro setor é fun-damental e precisa da ajuda e fiscalização de todos os atores envolvidos com ações sociais, a começar pelos próprios investidores. A legitimidade da causa defen-dida pelas ONGs não legitima qualquer conduta. Elas não podem reproduzir a lógica de mercado no terceiro setor, mas podem e devem copiar os modelos de gestão baseados nas boas práticas de governança, principal-mente nos quesitos transparência e obediência às leis.

O terceiro setor evoluiu muito no Brasil e não pode mais se restringir a contar apenas com a abne-gação e o idealismo dos voluntários, tampouco pode frustrar as relações de trabalho regulares por meio de atalhos. Um projeto de qualificação profissional e inclusão social, por exemplo, deve envolver pessoal adequado para uma rotina diária de aulas, planejamen-to pedagógico e acompanhamento dos educandos, e exige capital humano, capital de talentos e capital de competências.

Marcelo RochaPresidente da Associação Horizontes

JORNAL - O ESTADO DE SÃO PAULO - SÃO PAULO - 24/12/08

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O País precisa de outra Lei de Licitações?

Assistimos, infelizmente, a um movimento de restrição a esse direito do licitante. É o Estado contra a cidadania. Inúmeras vezes, a Administração tem usado sem pudor algum o poder político e econômico do Esta-do para intimidar, perseguir e mesmo retaliar licitantes mais críticos em relação a editais publicados, inibindo prática absolutamente necessária às licitações em nos-so país. É a obstrução ao controle social.

Outros detratores afirmam que a Lei de Lici-tações não conseguiu evitar a corrupção. Desnecessário lembrar o momento em que essa lei foi aprovada. Aca-báramos de viver o impeachment de um presidente da República e a crise dos anões do Orçamento ocupava os noticiários. Parece banal atribuir a uma lei o fracasso no combate à corrupção quando nossa história é mar-cada pelo desrespeito a tantas outras leis e à própria Constituição federal. Nossa cultura de corrupção, infe-lizmente, é muito maior do que a Lei de Licitações.

Os apressados simpatizantes do pregão, “modalidade” de licitação introduzida pela Lei nº 10.520/2002, rapidamente enxergaram uma solução para os preços das licitações. Muitos dos defensores de uma nova Lei de Licitações advogam a adoção do pregão para todas as contratações públicas. Tudo por uma aparente maior vantagem desta em relação às de-mais modalidades licitatórias. Vejo o pregão com enorme reserva. Numa licitação tradicional, em qualquer modalidade, inicial-mente são analisados os documentos habilitatórios das licitantes para se aferir a capacidade jurídica, econômi-ca, financeira e técnica de responderem aos encargos do futuro contrato. Uma vez habilitadas, as licitantes disputarão o objeto da licitação por menor preço, melhor técnica ou por ambos os critérios. Por esse pro-cedimento, serão abertas as propostas apenas daquelas licitantes previamente habilitadas. No pregão, ocorre o inverso. São abertas inicialmente as propostas de preço e, a seguir, a documentação habilitatória unicamente da ganhadora. Essa inversão contamina a análise da comissão de licitação diante de uma documentação defeituosa, em razão do prévio conhecimento de um preço aparentemente vantajoso. Além disso, a irresponsabilidade e a incapacidade de declarar a inexequibilidade de uma proposta, associadas ao des-preparo de muitos pregoeiros, conduzem os competi-dores a uma guerra de preços, o que colocará em risco a execução dos contratos. O pregão, é certo, conduz ao menor preço, mas nem sempre há propostas sérias, que possam ser cumpridas.

Por fim, deparo-me com a afirmação de que a lei alimenta a indústria de liminares. Inúmeras vezes ouvi menções à Lei de Licitações como a garantia de trabalho para tantos advogados. Jamais vi alguém afir-mar que a indústria de liminares se alimenta da indús-tria das ilegalidades praticadas por tantas comissões de licitação deste país. Impossível, portanto, fugir ao senso comum de que ao Brasil não faltam leis, falta-lhe seu estrito cumprimento. Não é diferente no caso da Lei de Licitações.

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Marcelo Rocha Presidente da Associação Horizontes

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Jornal da Tarde – 14/01/2011A desarticulação do ensino público

Para elevar a qualidade de ensino em âmbito nacional, é preciso trabalho conjunto, articulação de metas e um plano de cargos e salários que valorizem os professores. O ensino não pode continuar sendo gerido de maneira fragmentada. O Brasil quer e precisa de um padrão de qualidade único.

Site Voluntário Embratel – 11/06/2007Administração eficiente no terceiro setor

Definitivamente, ter uma gestão transparente e que mostre resultados será de ex-trema importância na hora de obter recursos de uma grande instituição ou do poder público. Não adianta reclamar da falta de dinheiro, é preciso mostrar que se está preparado para receber os recursos e demonstrar que se fez um bom uso desses recursos. Assim como é essencial no poder público e em empresas privadas, uma gestão profissional e eficiente também é imprescindível para o terceiro setor.

Site Convergência digital – 23/08/2007Capacitação: o grande desafio da indústria de call Center

A organização não-governamental Associação Horizontes, por exemplo, tem como foco de atuação a capacitação de jovens de baixa renda para o telemarketing e serviços ao cliente. Só no Projeto Horizontes, realizado em parceria com a empresa Softway Contact Center, a Associação Horizontes já capacitou mais de 25 mil pes-soas para o call center. “A capacitação de jovens de baixa renda para a vida profis-sional é fundamental para a inclusão social”, avalia Marcelo Rocha, presidente da Associação Horizontes.

Site Pauta Social – 29/04/2008Terceiro setor certificado pela NGO Benchmarking

A Associação Horizontes é a quarta organização não-governamental do Brasil a passar por essa auditoria de certificação, obtendo um índice de conformidade de 79,5% – o melhor desempenho entre as quatro entidades brasileiras já certificadas. É, também, o melhor desempenho em toda a América do Sul e o 12º em todo o mundo. Para chegar a esse resultado, a entidade voltou suas atenções para dentro: analisou seus processos e gestão, para se adequar às melhores práticas internacio-nais.

Jornal A Tribuna – 28/10/2008Terceiro setor precisa se profissionalizar

Está cada vez mais presente na sociedade brasileira o debate sobre a necessi-dade de o Terceiro Setor se profissionalizar e adotar instrumentos de gestão que possibilitem mais transparência e eficiência no trato dos recursos públicos ou de investidores privados. As recorrentes denúncias de irregularidades, deixam evidente o descompasso existente entre a profissionalização dos investidores so-ciais privados, com adoção de conceitos de Responsabilidade Socioambiental, e a ainda baixa profissionalização do Terceiro Setor.

Portal Jornal de Jundiaí – 14/12/2008Em busca de um futuro melhor

Henrique (nome fictício) é só sorrisos agora. Ele está prestes a sair da unidade jundiaiense da Fundação Casa, a antiga Febem, onde jovens infratores cum-prem medidas socioeducativas. Durante o tempo em que esteve na Fundação Casa, Henrique participou de vários cursos oferecidos na unidade, por meio de parcerias com o Cedeca (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente) e da ONG Associação Horizontes. “Fiz curso de DJ, Panificação, Telemarketing e Administração. Assim que eu sair daqui, vou prestar vestibular para faculdade de Administração de Empresas. Sei que os conhecimentos que ganhei aqui vão me ajudar”.

Gazeta Digital – MT – 13/01/2009Em 18 meses 7,2 mil jovens serão capacitados em MT

A entidade sem fins lucrativos Horizontes, que visa promover a geração de tra-balho e renda por meio da educação, vai capacitar 7,2 mil jovens em 10 cidades do Mato Grosso. O programa de inclusão faz parte do Programa do Governo Federal, Projovem Urbano, e é promovido pela secretaria do Trabalho, Em-prego, Cidadania e Assistência Social do Estado. “Além de possibilitar a con-clusão do Ensino Fundamental, vamos também qualificar esses jovens para o exercício de uma profissão. Eles vão sair da sala de aula com capacitação para conseguirem emprego no mercado de trabalho”, informa Marcelo Rocha, presi-dente da Horizontes.

Diário do Comércio – 18/02/2009Mais jovens no emprego

A Horizontes, entidade sem fins lucrativos que visa promover a geração de tra-balho e renda por meio da educação, conseguiu superar a meta de inserção no mercado de trabalho dos jovens capacitados no programa Consórcio Social Juventude Ativa. A entidade foi responsável pela qualificação profissional de 800 jovens, residentes nas zonas Leste e Sul da capital paulista, que receberam capacitação em Vendas e Atendimento, Telemarketing e Helpdesk. Desse to-tal, 254 jovens conseguiram emprego no mercado formal após completarem

Evento realizado na FGV-SP/EASP sobre a certificação internacional do Terceiro Setor, com a presença da Embaixada Suíça e represen-tantes da SGS

Horizontes é a única ONG convidada a participar de evento na Escola São Francisco que tratou da mudança do estatuto Jurídico do Terceiro Setor em maio de 2008

I Simpósio Catarinense sobre a Proteção dos Defensores de Direitos Humanos. Florianópolis , 25 de setembro de 2010

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os cursos promovidos pela Horizontes - uma taxa de inserção bastante alta para programas com essas características e que supera a meta estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que é de 30%.

Site GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas – 18/05/2009Trabalho: ONGs devem dar o exemplo

Nas democracias modernas, as organizações não-governamentais (ONGs) de-sempenham papéis fundamentais. Muitas entidades agem como braços opera-cionais da sociedade civil para atuar em determinadas áreas – como educação, saúde, assistência social etc. – onde as necessidades são muitas, e o Estado não consegue executar tudo o que lhe compete.

Site Portal Social – 10/08/2008ONG Horizontes completa cinco anos com saldo de 20 mil ex-alunos empregados

A Organização Não-Governamental Horizontes, entidade titulada com OSCIP que visa promover a geração de trabalho e renda por meio da educação, completa 5 anos de fundação com um saldo altamente positivo. Nesse curto período de vida, 20 mil dos 50 mil alunos certificados em seus cursos de quali-ficação profissional conseguiram emprego – na maioria das vezes, o primeiro emprego. Isso significa uma taxa de eficiência que chega a 40%. Essa alta taxa de colocação de ex-alunos no mercado de trabalho é fruto direto da gestão profis-sionalizada da Horizontes.

JB Online – 23/09/2009SindusCon-SP fecha parceria com ONG Horizontes

A Organização Não-Governamental Horizontes, entidade que visa promover a geração de trabalho e renda por meio da educação, e o Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) fecharam parceria para a realização de estudo e plano de ação voltado à inclusão de pessoas com defi-ciências. “A inclusão de pessoas no mercado de trabalho é nossa missão institu-cional. Isso é trabalhado de forma ampla e sem distinção de limitações. Somos responsáveis pelo maior caso de inserção de deficientes mentais na agroindús-tria no Estado de Santa Catarina, com a Rede Catarinense de Empregabilidade Especial. Queremos expandir esse trabalho”, avalia Marcelo Rocha, presidente da Horizontes.

Site Procel InfoA eficiência energética cantada em música

A Horizontes conseguiu vencer as dificuldades ao adotar uma abordagem artís-tica e lúdica, que envolveu sessões de cinema, concursos, peças teatrais, ofici-nas ecoartesanais e de grafitagem. O concurso de música, dirigido a estudantes do Ensino Fundamental e Médio, faz parte do encerramento do Projeto, que começou com uma pesquisa realizada pela Horizontes em 17 mil domicílios. “Nossa primeira preocupação foi conhecer os hábitos de consumo de energia dos moradores para, então, planejar a melhor forma de impactar os mais de 50 mil catarinenses com os quais temos interagido desde abril do ano passado”, diz Gualtiero Piccoli.

Site Portal Fator Brasil – 04/02/2010Horizontes é a primeira ONG brasileira a receber certificação internacional

Em meio ao noticiário de mais ONGs envolvidas em denúncias de desvio de recursos públicos, a Horizontes faz o contraponto: a entidade é a primeira do Brasil a obter a recertificação pela norma NGO Benchmarking, tendo atingido pontuação superior a 90% em áreas como Controles Financeiros, Recursos Hu-manos e Melhoria Contínua. O processo de auditoria foi conduzido pela certi-ficadora suíça Société Générale de Surveillance (SGS), que já havia aprovado a gestão da Horizontes ao conceder à entidade a primeira certificação, em 2008. A Horizontes é hoje a primeira colocada no ranking nacional da certificação NGO BM e 30ª no mundo.

Site Ressoar.org – 30/08/2010Jovens internos da Fundação CASA viram “chefs” em festival gastronômico

O 1° Festival Sabores, um concurso de gastronomia que tem como “chefs” os 570 jovens internos inscritos nos cursos da área de Alimentação ministrados pela ONG Horizontes nas unidades da Fundação da Região Metropolitana e do Litoral de São Paulo. Cada turma vai preparar uma receita de acordo com o curso de que participa.

“Mais do que avaliar a efetividade da nossa linha pedagógica, o concurso va-loriza o trabalho do adolescente e fortalece a opção deles pelos cursos da área de alimentação, promovendo a arte de cozinhar”, explica Marcelo Rocha, presi-dente da Horizontes.

ND Online – 20/12/2010Alunos do projeto Horizontes Velas participam de regata com o iatista tetracampeão Bruno Fontes

Para comemorar um ano cheio de trabalhos e realizações, o projeto Hori-zontes velas promoveu uma minirregata para que os alunos colocassem em prática o conhecimento repassado nas oficinas. A competição foi liderada pelo pentacampeão de iate na classe laser, Bruno Fontes. O projeto trabalha no contraturno escolar com 17 crianças da Escola do Mar, de São José. Além de aprenderem a velejar, eles participam de oficinas profissionalizantes, como mar-cenaria. Houve também uma cerimônia com autoridades municipais para mar-ca o encerramento do semestre. Durante o evento, foi apresentado um barco construído pelos alunos durante as oficinas.

Projeto Horizontes Velas Programa Ver Mais,

RIC-SC, outubro / 2010

Projeto Juventude CidadãJornal SP,

BAND, agosto / 2008

Projeto Horizontes no Jornal Globo,

maio / 2004

Projeto Horizontes Velas, Bom Dia Santa Catarina, RBSTV, setembro /2010

Festival de Sabores, TV Gazeta, agosto / 2010

Projeto Horizontes Jornal do Meio Dia, SBT - rede SC, abril / 2004