RELATÓRIO DE FISICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL I - TRABALHO, CALOR E ENERGIA.
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Transcript of RELATÓRIO DE FISICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL I - TRABALHO, CALOR E ENERGIA.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
GRADUAÇÃO EM QUÍMICA INDUSTRIAL
AULA Nº. 08
TRABALHO, CALOR E ENERGIA.
Thiago Oliveira Lopes, Glauco César e Eduardo Andrade.
Professora: Msc. Lílian Físico-Química Experimental I
Experimento realizado dia 11/05/2009.
1. INTRODUÇÃO:
Um exemplo de aplicação de
trabalho a um sistema faz-se mediante
interação com um reservatório de trabalho
constituído por um peso mg, suspenso por
uma roldana. O trabalho aplicado é igual à
diminuição da energia potencial do peso, ou
seja, , enquanto o efeito
observado no sistema é uma elevação de
temperatura de T1 a T2. Observa-se, além
disso, que a elevação de temperatura é
proporcional ao trabalho aplicado [1].
Isto nos leva supor que o trabalho
aplicado adiabaticamente ao sistema
converte-se em energia interna ao transpor a
fronteira entre o meio externo e o sistema.
O acréscimo de energia interna está
vinculado à mudança do estado
termodinâmico do sistema, mudança essa
que limita, no caso, a uma simples variação
de temperatura [1].
Por isso define-se trabalho em
termodinâmica como energia trocada entre
o sistema e o meio externo, como
conseqüência exclusiva de uma força que
atua entre esse sistema e o meio externo [1].
Calor pode ser definido
provisoriamente como uma quantidade que
se transfere de um corpo a outro por efeito
exclusivo de uma diferença de temperatura
entre ambos (sempre do de maior para o de
menor temperatura). É um dado de
experiências que a quantidade de calor
recebida por um sistema simples, sob
pressão constante, é proporcional ao
acréscimo de temperatura produzido, Isto é [1].
,onde C é um fator de proporcionalidade,
chamado capacidade calorífica, que
depende da natureza da substância, da
massa considerada e que varia também
sensivelmente, com o intervalo de
temperatura [1].
A equação acima permite definir
uma unidade de quantidade de calor. Para
isso, toma-se a água líquida como
substancia de referência e arbitra-se um
valor unitário para a sua capacidade
calorífica a 15 ºC. Resulta então a
capacidade calorífica a 15 ºC como a
quantidade de calor necessária para elevar
de 14,5ºC a 15,5ºC a temperatura de um
grama de água [1].
,onde C(T) representa a dependência
funcional entre capacidade calorífica e
temperatura [1].
O calor recebido por um sistema é
considerado uma quantidade positiva em
relação a esse sistema. Inversamente, o
calor transferido ao meio externo e uma
quantidade negativa em relação ao sistema [1].
A quantidade de trabalho aplicado
ao sistema (- W) e a quantidade de calor por
ele cedida (- Q) podem ser medidas no
meio externo, verificando-se que, embora
se alterem em cada experiência as
quantidades de trabalho e de calor são
trocadas com o meio externo, é constante
em todas as transformações cíclicas, a razão
entre trabalho recebido e o calor cedido
pelo sistema [1].
A maior parte das transformações
termodinâmicas é constituída de
transformações termelásticas. Sob esse
nome se entendem transformações em que,
além das possíveis troca de calor com o
meio externo, a única forma de trabalho que
pode ser produzida pelo sistema é o
elástico, proveniente da variação de volume
sob uma pressão constante ou variável. Este
trabalho é também conhecido como
trabalho de expansão ou trabalho pV [1].
Tome-se como exemplo de um gás
encerrado num cilindro provido de um
pistão área A, sem peso, que se desloca sem
atrito. Seja p a pressão do gás e p’ a pressão
externa. É preciso lembrar que todo
trabalho, em Termodinâmica é produzido
por forças externas ao sistema. A força
externa que atua sobre o pistão é
e o trabalho realizado por esta
força, quando o pistão sofre um
deslocamento ds em direção oposta á força,
será [1]:
Se 180º , 1- 180º cos , então:
Todavia, este trabalho se traduz no
aumento de energia potencial do meio
externo dizendo-se que o sistema produziu
trabalho. Mas dada convenção que o
trabalho produzido sobre o sistema é uma
quantidade positiva, trocamos o sinal da
equação [1].
Então o trabalho elástico ou de
expansão produzido por um sistema durante
uma variação infinitesimal de volume é
expresso por:
Considerando agora um processo
reversível que o trabalho de expansão pode
ser expresso em função da pressão p do
sistema (que é uma variável
termodinâmica) em vez da pressão p’ do
meio externo. Pela mesma razão, a soma
desse trabalho no meio externo numa
transformação isobárica onde [1].
Variando de um volume inicial V1
para um volume final V2:
2. OBJETIVO:
O objetivo desse experimento é
verificar a relação entre o trabalho, calor e
energia, produzida por uma reação química
e verificar se uma reação e exotérmica ou
endotérmica.
3. PROCEDIMENTO
EXPERIMENTAL [3]:
3.1 Parte I:
Primeiramente foi montado um
sistema com um kitassato sobre uma chapa
(para agitação), e a este kitassado foi
conectada uma seringa de vidro de 20 mL
(com auxílio de mangueiras) que foi
colocada na posição horizontal. Foi
utilizada fita veda-rosca nas conexões para
que não houvesse perda de gás durante o
experimento. Então 50,0 mL de ácido
clorídrico previamente medido com uma
pipeta volumétrica foi adicionado ao
kitassato.
Em 3 béqueres diferentes foram
pesadas amostras diferentes de alumínio de
8,0 g; 10,0 g e 12,0 g.
Então a primeira amostra de
alumínio foi adicionada ao kitassato e em
seguida rapidamente o mesmo foi tampado
com uma rolha. Ligou-se o agitador
magnético e esperou a reação se completar
sempre agitando o frasco. Após certo tempo
observou-se que houve um deslocamento
no êmbolo da seringa, esse valor foi
anotado em uma tabela para cálculos
futuros.
O kitassato foi lavado, mais 50 mL
de ácido clorídrico foram adicionados, a
segunda amostra foi colocada no sistema, o
mesmo foi rapidamente fechado com a
rolha e observou-se novamente o
movimento do êmbolo da seringa (variação
de volume). Esse mesmo procedimento foi
repetido para todas as outras amostras de
alumínio pesadas e as respectivas variações
de volume foram anotadas para o cálculo
dos trabalhos de expansão.
3.2 Parte II:
Em um béquer de 100,0 mL
adicionou-se 50,0 mL de água destilada,
mediu-se a temperatura anotando-a logo em
seguida. Em um segundo béquer foram
adicionados 50,0 mL de ácido clorídrico
previamente medidos em uma pipeta
volumétrica e novamente foi medida a
temperatura. O ácido foi vertido sobre a
água e a temperatura foi novamente medida
a fim de se saber se a reação de dissolução
do HCl na água é do tipo endotérmica ou
exotérmica. O mesmo procedimento foi
realizado com o NH4OH.
4. RESULTADOS E
DISCUSSÕES:
4.1 Trabalho de expansão de um
gás:
Neste procedimento, a reação
química que produziu o gás, gerando o
trabalho de expansão foi:
A partir desta reação pode-se
observar, primeiramente, que a quantidade
de mols de H2 formados será 3/2 da
quantidade de mols de Al colocados para
reagir com o ácido clorídrico. Comprova-se
isto facilmente utilizando a relação
estequiométrica da equação balanceada.
Assim sendo, tem-se:
2n = 3
n = 3/2.
Após a observação necessária de
todos os acontecimentos durante a
realização do experimento, notou-se que de
fato ocorria uma realização de trabalho
durante a reação entre o alumínio e o ácido
clorídrico. Este trabalho pode ser calculado
utilizando a fórmula:
W= pop x ΔV
onde:
W= trabalho
pop = pressão que se opõe = pressão externa
ΔV = variação de volume do gás
Para a reação utilizando 8 mg de Al, tem-
se:
W= pop x ΔV
W= 1 atm x 0,007 L
W= 0,007 atm .L
Como a unidade no SI para trabalho
é Joule é necessário fazer uma conversão
destas unidades de pressão e volume. Para
simplificar os cálculos, ao invés de se
converter os valores para as unidades que
fornecem o trabalho em Joule, (pressão em
Pa e volume em m3), calcula-se o trabalho
utilizando a pressão em atm e o volume em
L e multiplica-se o resultado por um fator
de conversão, que neste caso é 101,325 J.
Isto ocorre porque:
1 L atm = 10-3 m3 . 101,325 .103 Pa =
101,325 Pa. m3 = 101,325 J
Então: 0,007 atm.L X 101,325 = 0,709275 J
Fazendo os mesmos cálculos para
as reações contendo 10 mg e 12 mg de Al,
tem-se:
-Para 10 mg de Al, a variação de volume
foi 9,5 mL:
W=1 atm x 0,0095 L x 101,325
W=0,9625875 J
- Para 12 mg de Al, a variação de volume
foi 15,5 mL:
W=1atm x 0,0155 L x 101,325
W= 1,5705375 J
Levando-se em consideração que, a
quantidade de mols de H2 formado é 3/2
mols de Al adicionado na reação e os
valores dos trabalhos experimentais
calculados acima, podem-se comparar os
números de mol teóricos e experimentais
para o gás hidrogênio formado na reação.
Então:
- Para 8 mg de Al:
mol de Al.
J
Realizando os mesmos cálculos
para as outras massas de Al, tem-se que:
- Para 10 mg de Al:
mol de Al.
Número de mols teóricos de H2 = 2,472.10-4
mol.
J
- Para 12 mg de Al:
mol de Al.
Número de mols teóricos de H2 = 2,965.10-3
J
Tabela 1: Trabalho de expansão
Massa de
alumínio
Trabalho Experimental (J)
Trabalho Teorico (J)
8 mg 0,709 0,490
10 mg 0,963 0,613
12 mg 1,570 7,350
0,000
1,000
2,000
3,000
4,000
5,000
6,000
7,000
8,000
0,00 5,00 10,00
Massa do Alumínio
Tra
bal
ho
rea
liza
do
Experimental Teórico
Gráfico 1: Trabalho de expansão.
4.2 Reações exotérmicas e
endotérmicas:
No segundo procedimento realizado
na aula, teve-se que a temperatura inicial da
água era de 24,5°C e após a adição de HCl
esta temperatura passou a ser de 26,5°C,
logo houve um ΔT positivo, ou seja, um
aquecimento da água. Analisando bem,
percebe-se que se houve um aumento na
temperatura a reação está liberando calor e,
portanto, a reação foi exotérmica.
Tomando agora a reação entre a
água e a Uréia, teve-se que a temperatura
inicial foi de 24,5°C e a temperatura após a
adição do hidróxido de amônio foi de 20°C.
O que aconteceu foi justamente o contrário
da primeira reação. Aqui, o ΔT foi negativo
e por isso a reação é considerada
endotérmica (que absorve calor).
5. CONCLUSÃO:
Após a realização dos experimentos
concluímos que em reações em que ocorre
liberação de gás, que o sistema está
fechado, mas que o seu volume pode variar,
há a produção de trabalho (trabalho de
expansão). E concluímos também que
reações de dissolução em água podem ser
exotérmicas (liberar calor) ou endotérmicas
(absorver calor).
6. REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA:
[1] Pilla, Luiz. Físico Química I; ed.
Livros Técnicos e científicos;1979;
Rio de Janeiro R.J p 135-151.
[2] Adaptado de: “Fundamentos de
Físico-Química”; CASTELLAN.
Gilbert; traduzido de “Physical
Chemistry” por SANTOS, Cristina
Maria Pereira e FARIA Roberto de
Barros; Rio de Janeiro, RJ, Brasil;
Ed. LTC; 2001.
[3] Adaptado de: “Apostila de Físico-
Química Experimental I”; SILVA,
Valmir Jacinto.