RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui...

52
‘e’ TPG folitécuico 1 daiGuarda Polytechnic of Guarda RELATÓRIO DE ESTÁGIO Licenciatura em Farmácia Relatório Profissional 1 Rui Pedro Proença Gaspar janeirol 2015

Transcript of RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui...

Page 1: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

‘e’

TPGfolitécuico

1 daiGuardaPolytechnicof Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Farmácia

Relatório Profissional 1

Rui Pedro Proença Gaspar

janeirol 2015

Page 2: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

RUI PEDRO PROENÇA GA SPAR

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM FARMÁCIA

janeiro|2015

Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

Page 3: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

CURSO FARMÁCIA - 1º CICLO

4º ANO / 1º SEMESTRE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL I

ESTÁGIO EM FARMÁCIA HOSPITALAR

RUI PEDRO PROENÇA GA SPAR

SUPERVISOR: ANABELA SANTOS

ORIENTADOR: MANUEL MORGADO

janeiro|2015

Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

Page 4: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

LISTA DE SIGLAS

HSM – Hospital Sousa Martins

ULSG – Unidade Local de Saúde da Guarda

SF – Serviços Farmacêuticos

DIDDU – Distribuição Individualizada Diária em Dose Unitária

TF – Técnicos de Farmácia

AO – Assistente Operacional

DCI – Denominação Comum Internacional

FEFO – First Expire, First Out

Page 5: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

Na realização deste estágio curricular é impossível realçar alguém que contribuiu para

o meu processo de aprendizagem, pois toda a equipa dos serviços farmacêuticos da Unidade

Local de Saúde da Guarda foi incansável e dedicada ao longo de todo este tempo.

Gostaria de agradecer aos serviços farmacêuticos pela possibilidade de realização

deste estágio curricular, em particular à minha orientadora Anabela Santos por me ter

recebido de forma extraordinária e me ter acompanhado ativamente em todos os processos do

circuito do medicamento.

Deixo o meu obrigado à minha colega Catarina Almeida pela ajuda prestada durante

todo o meu estágio.

Agradeço ainda à Escola Superior de Saúde da Guarda, especialmente aos professores

Sandra Ventura, André Araújo, Fátima Roque e Manuel Morgado pela ajuda e

acompanhamento ao longo do meu estágio.

A todos, um forte abraço!

Muito Obrigado…

Page 6: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

“O caminho do sucesso é o caminho da aprendizagem contínua. Invista sempre em

conhecimento e enxergue soluções para realizar o impossível.”

(Surama Jurdi)

Page 7: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Sanatório Sousa Martins ............................................................................................ 9

Figura 2 - Antiga farmácia do Sanatório Sousa Martins Fonte: (Leite, 2013)1 .......................... 9

Figura 3 - Área da receção ........................................................................................................ 13

Figura 4 - Área da receção ........................................................................................................ 13

Figura 5 - Sala da reembalagem ............................................................................................... 14

Figura 6 - Receção de assistentes operacionais aos SF ............................................................ 14

Figura 7 - Frigorífico situado na receção.................................................................................. 18

Figura 8 - Armazém geral ......................................................................................................... 19

Figura 9 - Área dos produtos de grande volume ...................................................................... 19

Figura 10 - Área dos anticoncecionais ..................................................................................... 20

Figura 11 - Área dos dispositivos médicos ............................................................................... 20

Figura 12 - Armário dos medicamentos citotóxicos ................................................................. 20

Figura 13 - Frigoríficos do armazém geral ............................................................................... 21

Figura 14 - Armazém de soluções de grande volume .............................................................. 21

Figura 15 - Armazém de desinfetantes e antisséticos ............................................................... 21

Figura 16 - Armazém de bolsas de nutrição parentérica .......................................................... 22

Figura 17 - Pequenos stocks na sala de distribuição ................................................................ 22

Figura 18 - Laboratório............................................................................................................. 23

Figura 19 – Medicamentos etiquetados .................................................................................... 24

Figura 20 – Máquina de reembalamento .................................................................................. 24

Figura 21 - Rótulo de um medicamento reembalado ............................................................... 24

Figura 22 - Zonas de preparação dos serviços .......................................................................... 27

Figura 23 - Armário de apoio à DIDDU................................................................................... 27

Figura 24 - Módulo de um serviço ........................................................................................... 28

Figura 25 - Caixa para a distribuição tradicional ..................................................................... 29

Figura 26 - Entregas das distribuições tradicionais .................................................................. 29

Figura 27 - Módulo da Urgência Geral .................................................................................... 30

Page 8: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

ÍNDICE GERAL

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 7

1. A INSTITUIÇÃO ................................................................................................................. 9

1.1. ABORDAGEM HISTÓRICA ............................................................................................. 9

1.2. UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DA GUARDA ............................................................... 9

1.2.1. Hospital Sousa Martins ................................................................................................ 10

2. SERVIÇOS FARMACÊUTICOS .................................................................................... 12

2.1. ESPAÇO FÍSICO .............................................................................................................. 12

2.2. RECURSOS HUMANOS ................................................................................................. 15

2.3. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO ............................................................................... 15

3. CIRCUITO DO MEDICAMENTO ................................................................................. 16

3.1. SELEÇÃO E AQUISIÇÃO ............................................................................................... 16

3.2. RECEÇÃO ........................................................................................................................ 17

3.3. ARMAZENAMENTO ...................................................................................................... 18

3.3.1. Armazém Geral ............................................................................................................. 19

3.3.2. Armazém de soluções de grande volume .................................................................... 21

3.3.3. Armazém de desinfetantes e antisséticos..................................................................... 21

3.3.4. Armazém de bolsas de nutrição parentérica .............................................................. 22

3.3.5. Pequenos stocks na sala de distribuição ...................................................................... 22

3.4. FARMACOTECNIA ......................................................................................................... 22

3.4.1. Preparação de fórmulas farmacêuticas não estéreis .................................................. 23

3.4.2. Reembalagem................................................................................................................. 23

3.5. DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS ....................................................................... 25

3.5.1. Distribuição Individual Diária em Dose Unitária ...................................................... 26

3.5.1.1. Revertências ............................................................................................................... 28

3.5.2. Distribuição Tradicional ............................................................................................... 28

3.5.3. Reposição por níveis ...................................................................................................... 30

CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 32

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 33

ANEXOS

ANEXO A – Guia de Remessa................................................................................................. 34

ANEXO B – Nota de Encomenda ............................................................................................ 35

Page 9: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

ANEXO C – Receção de um produto em sistema informático ................................................ 36

ANEXO D – Ficha de Preparação de Manipulados ................................................................. 38

ANEXO E – Folha de Reembalagem de Medicamentos .......................................................... 39

ANEXO F – Prescrição Médica ............................................................................................... 40

ANEXO G - Mapa de Preparação dos Serviços ....................................................................... 41

ANEXO H - Folha dos Totais dos Serviços ............................................................................. 42

ANEXO I – Devoluções dos Serviços ...................................................................................... 43

ANEXO J – Requisição Tradicional ........................................................................................ 44

ANEXO K – Requisição de Desinfetantes ............................................................................... 45

ANEXO L – Requisição de um Centro de Saúde ..................................................................... 46

ANEXO M – Plano Mensal de Entregas para os Centros de Saúde......................................... 47

ANEXO N – Folha de Envio de Vacinas ................................................................................. 48

ANEXO O – Perfil da Reposição por Níveis ........................................................................... 48

Page 10: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

7

INTRODUÇÃO

O presente relatório insere-se no âmbito do plano curricular do primeiro semestre, do

quarto ano do Curso Farmácia – 1º Ciclo da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico

da Guarda. O estágio foi realizado nos Serviços Farmacêuticos da Unidade Local de Saúde da

Guarda, com a duração total de 490h, realizadas entre os dias 6 de Outubro de 2014 e 15 de

Janeiro de 2015.

O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado no local de

estágio pela Técnica de Farmácia Anabela Santos.

O Técnico de Farmácia, segundo o Decreto-Lei nº564/99 de 21 de dezembro, está

habilitado a desenvolver atividades do circuito do medicamento, bem como análises e ensaios

farmacológicos, interpretação da prescrição terapêutica e das fórmulas farmacêuticas, sua

separação, identificação e distribuição, controlo da conservação, distribuição e stocks de

medicamentos e outros produtos, informação e aconselhamento sobre o uso de medicamentos.

O estágio curricular, segundo o Artigo 2, do Decreto-Lei nº 87.497/82, tem como

finalidade a aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela

participação em situações reais de vida e trabalho. Durante o estágio é possível também ganhar

a capacidade de identificar problemas e gerar as suas resoluções.

Este estágio mostra-se como uma possibilidade de colocar em prática os conteúdos

teóricos lecionados em aulas. Por sua vez facilita a inserção do estudante no mercado de

trabalho, uma vez que este já se encontra familiarizado com os processos praticados em

farmácias hospitalares.

O estágio teve como objetivos específicos:

Favorecer, em contexto real, a integração das aprendizagens que vão sendo

desenvolvidas ao longo do curso, de modo que o perfil do estudante vá ao encontro

das competências necessárias no âmbito da sua formação;

Preparar o estudante para dar resposta às exigências da sociedade, promovendo a

socialização e integração profissional.

Sendo assim, o estudante no final do estágio deverá demonstrar as seguintes

competências:

Capacidade científica e técnica na realização de atividades subjacentes à profissão do

Técnico de Farmácia, no enquadramento das várias áreas de intervenção profissional;

Aplicar os princípios éticos e deontológicos subjacentes à profissão;

Page 11: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

8

Desenvolver e avaliar planos de intervenção adequadamente integrados numa equipa

multidisciplinar;

Responder aos desafios profissionais com inovação, criatividade e flexibilidade.

Durante o estágio passei por quase todas as áreas dos Serviços Farmacêuticos.

Inicialmente tive orientação por parte dos Técnicos de Farmácia de forma a adquirir o

conhecimento necessário para a realização das tarefas, posteriormente realizei-as

autonomamente.

Este relatório foi elaborado através de várias informações adquiridas ao longo do estágio

e tem como principal objetivo descrever todas as atividades desenvolvidas e conhecimentos

adquiridos ao longo deste. Todas as fotografias deste relatório foram obtidas por fonte própria,

bem como os anexos.

Page 12: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

9

1. A INSTITUIÇÃO

1.1. ABORDAGEM HISTÓRICA

Esta instituição nasceu nos finais do século

XIX com o nome de Sanatório Sousa Martins (Figura

1) inaugurado com a presença da Rainha D. Amélia e

do Rei D. Carlos I. O nome deste sanatório é uma

homenagem ao trabalho de Sousa Martins, médico e

professor catedrático que estudava a tuberculose e

clima envolvente.

Este sanatório foi localizado na Guarda devido ao clima de altitude na cura contra a

tuberculose, doença que na altura era muito

predominante.1 Devido a estas características a

Guarda foi uma das cidades mais procuradas de

Portugal. Milhares de pessoas subiam à cidade

mais alta com o objetivo de usufruírem do clima

de montanha.2

Em novembro de 1975 o Sanatório

Sousa Martins foi integrado no Hospital

Distrital da Guarda e em 1989 passa a designar-

se Hospital Sousa Martins (HSM).2

1.2. UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DA GUARDA

A criação das Unidades Locais de Saúde teve como principal objetivo a melhoria da

interligação dos Centros de Saúde com os Hospitais e, eventualmente, com outras entidades.3

A Unidade Local de Saúde da Guarda (ULSG) foi criada em Setembro de 2008, sob a

forma de Entidade Pública Empresarial e presta cuidados de saúde pública, primários,

diferenciados e continuados a cerca de 160.00 habitantes. A sua área de influência global perfaz

um total de 4.930,5 km2.4

Figura 1 - Sanatório Sousa Martins Fonte: (Leite, 2013)1

Figura 2 - Antiga farmácia do Sanatório Sousa Martins Fonte: (Leite, 2013)1

Page 13: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

10

A ULSG integra:

Catorze centros de saúde:

o Guarda

o Ribeirinha

o Manteigas

o Sabugal

o Almeida

o Pinhel

o Figueira Castelo Rodrigo

o Vila Nova de Foz Côa

o Gouveia

o Seia

o Celorico da Beira

o Fornos de Algodres

o Trancoso

o Mêda

Uma unidade de saúde familiar

Hospital Sousa Martins

Hospital Nossa Senhora da Assunção

Duas tipologias de Cuidados Continuados que funcionam no Hospital Nossa Senhora

da Assunção

1.2.1. Hospital Sousa Martins

O Hospital Sousa Martins localiza-se no Parque de Saúde da Guarda na Avenida Rainha

D. Amélia. Conta com a colaboração de cerca de 1.000 profissionais, dispõe de

aproximadamente 350 camas e conta com várias especialidades médicas e cirúrgicas:

Psiquiatria

Medicina A

Medicina B

Ortopedia

Cirurgia

Cardiologia

Pneumologia

Page 14: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

11

Cardiologia

Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente

Unidade de Cuidados Intensivos da Cardiologia

Gastrenterologia

Ginecologia

Neurologia

Obstetrícia

Oftalmologia

Otorrinolaringologia

Pediatria

Neonatologia

Unidade de Oncologia

Page 15: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

12

2. SERVIÇOS FARMACÊUTICOS

Os Serviços Farmacêuticos (SF) são regulamentados pelo Decreto-Lei nº44 204 de 2 de

fevereiro de 1962 e constituem uma estrutura importante nos cuidados de saúde em meio

hospitalar. Estes asseguram a terapêutica medicamentosa aos utentes, bem como a qualidade,

eficácia e segurança dos medicamentos.5

Os SF são departamentos com autonomia técnica e científica, sujeitos à orientação geral

dos Órgãos de Administração dos Hospitais, perante os quais respondem pelos resultados do

seu exercício.5

É da responsabilidade dos SF a gestão do medicamento e outros produtos farmacêuticos,

implementação e monitorização da política de medicamentos, gestão de medicamentos

experimentais e da gestão da segunda maior rubrica do orçamento dos hospitais.5

Aos SF Hospitalares compete, entre outras:5

Seleção e aquisição de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos

Aprovisionamento, armazenamento e distribuição dos medicamentos experimentais e

os dispositivos utilizados para a sua administração, bem como os demais

medicamentos já autorizados

Produção de medicamentos

Análise de matérias-primas e produtos acabados

Distribuição de medicamentos e outros produtos de saúde

Participação em Comissões Técnicas

Informação de medicamentos

Desenvolvimento de ações de formação

2.1. ESPAÇO FÍSICO

Os SF da ULSG localizam-se no piso menos um e têm uma boa facilidade de acesso

externo e interno pois localiza-se perto dos elevadores e escadas. O ambulatório localiza-se

perto da circulação normal deste tipo de doentes, ou seja, perto das consultas externas.

Todas as áreas de implantação localizam-se no mesmo piso, incluindo armazéns.

Os SF da ULSG contam com:

Armazém de soluções de grandes volumes;

Page 16: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

13

Armazém de desinfetantes e antisséticos;

o Espaço com detetor de fumos e sistema de ventilação.

Armazém central;

o Este é o local onde são armazenados quase todos os medicamentos necessários

para os diferentes serviços do hospital e tem acesso direto para a sala de

distribuição e receção. Está equipado com câmaras frigoríficas para os

medicamentos termolábeis e de termohigrómetros de modo a garantir as

condições de temperatura e humidade dos medicamentos. Os medicamentos

estão organizados em prateleiras segundo a ordem alfabética de Denominação

Comum Internacional. Os produtos de uso oftálmico, contracetivos orais e

produtos de grande volume (por exemplo Amoxicilina + Ácido Clavulânico 2,2g

e Paracetamol 1g solução injetável) estão armazenados neste armazém mas fora

da ordem alfabética. Existem ainda duas prateleiras destinadas ao

armazenamento de dispositivos

médicos, um cofre destinado ao

armazenamento de psicotrópicos e

estupefacientes, um armário com chave

destinado às benzodiazepinas e um

armário destinado aos medicamentos

citotóxicos.

Receção (Figuras 3 e 4)

o Esta área possui acesso direto para o exterior, onde se encontra um grande

estacionamento de carros de transporte. Tem acesso direto para os 3 armazéns

de maneira a facilitar o correto e rápido armazenamento. Possuí uma área interna

relativamente grande permitindo uma

boa manobra de todas as encomendas,

bem como um frigorífico que permite o

armazenamento de produtos

termolábeis. Pode-se encontrar também

um computador equipado com o sistema

informático “ALERT®” e um balcão de

apoio que são essenciais para facilitar a

receção e conferência de encomendas.

Ambulatório

o Local onde são dispensados medicamentos a doentes em regime de ambulatório.

Figura 3 - Área da receção

Figura 4 - Área da receção

Page 17: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

14

Sala de Sujos

o Local onde as cassetes e gavetas

correspondentes à distribuição

individualizada diária em dose unitária

(DIDDU), são lavadas e desinfetadas.

Aqui encontra-se também o contentor

vermelho onde se despejam resíduos

hospitalares.

Sala de reembalagem (Figura 5)

o É neste local onde é feita a reembalagem de comprimidos com a ajuda de uma

máquina de reembalagem, um computador e uma bancada.

Receção de assistentes operacionais aos SF

(Figura 6)

o Espaço dedicado à entrega urgente de

produtos farmacêuticos necessários

nos serviços. Esta entrega é feita em

mão aos assistentes operacionais.

Sala dos serviços administrativos

Laboratório

Gabinete do diretor dos SF

Sala de distribuição

o Local onde os Técnicos de Farmácia (TF) exercem a maioria das suas funções.

Encontra-se equipado com computadores, bancadas de trabalho providas de

pequenos stocks de medicamentos de apoio à distribuição em dose unitária,

lavatório para desinfeção das mãos, frigorífico e um armário com gavetas onde

são armazenados os medicamentos de grande rotação, evitando assim que os TF

se desloquem várias vezes ao armazém central.

Sala dos farmacêuticos

o Espaço dedicado às funções exercidas pelos farmacêuticos, nomeadamente a

validação da prescrição médica, equipado com secretária e computadores.

Copa

Sala de arrumos

Vestiários

Figura 5 - Sala da reembalagem

Figura 6 - Receção de assistentes operacionais aos SF

Page 18: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

15

2.2. RECURSOS HUMANOS

“Os recursos humanos são a base essencial dos Serviços Farmacêuticos Hospitalares,

pelo que a dotação destes Serviços em meios humanos adequados, quer em número, quer em

qualidade, assume especial relevo no contexto da reorganização da Farmácia Hospitalar.”5

Estes são dirigidos pelo diretor dos SF, licenciado em Ciências Farmacêuticas,

responsável também pela gestão de todas as atividades da farmácia. Para além dele existem

ainda mais oito farmacêuticas.

Exercem ainda funções nos SF cinco TF, três Assistentes Operacionais (AO) e três

administrativos.

Trabalham todos em conjunto com a finalidade de assegurar a terapêutica aos utentes e

assegurar a qualidade e segurança dos medicamentos.

2.3. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

Os SF estão em funcionamento das nove horas até às dezoito horas nos dias úteis, sem

interrupção para almoço. Fora do horário referido encontram-se encerrados, estando apenas

uma farmacêutica de prevenção.

Page 19: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

16

3. CIRCUITO DO MEDICAMENTO

O circuito do medicamento é um conjunto de procedimentos realizados pelos SF de

forma a garantir a qualidade, eficácia, segurança e dispensa dos medicamentos para os utentes.

Este circuito é coadjuvado no HSM pelo programa informático ALERT® que permite

aumentar a qualidade e segurança dos serviços prestados, reduzir custos e racionalizar a

utilização de recursos humanos.

A gestão de medicamentos em farmácia hospitalar é um desafio diário, pois é necessário

diminuir os custos de medicamentos, de forma a não colocar em risco a logística operacional.

Esta gestão deve ser feita com o objetivo de saber qual o produto a encomendar e em que

quantidades, de maneira a que o produto esteja disponível quando solicitado.

O circuito de medicamentos engloba várias fases, começando na sua seleção, aquisição

e armazenamento, passando depois para a farmacotecnia, distribuição e acabando na

administração ao utente.

3.1. SELEÇÃO E AQUISIÇÃO

A seleção e aquisição de medicamentos tem por base adquirir os medicamentos mais

apropriados às necessidades farmacoterapêuticas de cada doente, tendo em vista sempre a sua

qualidade, segurança, eficácia, eficiência e custos.

A etapa de seleção tem por base o Formulário Hospitalar Nacional de Medicamentos,

pois é nele que constam todos os medicamentos necessários para uma terapêutica adequada à

generalidade das situações hospitalares.

Por outro lado também podem ser adquiridos produtos farmacêuticos através do

Catálogo de Aprovisionamento Público de Saúde. Este sistema vem sobretudo facilitar as

aquisições utilizando a internet como meio de comunicação e assegurar uma efetiva

concorrência entre fornecedores. Este sistema abrange os medicamentos de uso frequente que

foram previamente selecionados por concurso público.

Esta fase do circuito do medicamento é da responsabilidade de uma farmacêutica em

conjunto com o serviço administrativo. Ambos têm acesso ao sistema informático onde existe

uma listagem de todos os produtos que fazem parte do stock da farmácia. Neste sistema está

inserido um stock mínimo para cada produto, que é denominado ponto de encomenda, que nos

avisa quando deve ser feita uma nova encomenda de forma a evitar ruturas de stock na farmácia.

Page 20: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

17

Quando o ponto de encomenda é atingido a farmacêutica tem a responsabilidade de

enviar para os serviços administrativos uma lista com os produtos necessários a encomendar.

Por sua vez os serviços administrativos fazem a encomenda ao laboratório previamente

selecionado através de concurso público, por fim emitem a nota de encomenda que deve conter

a data e número do pedido, a descrição do fornecedor e a enumeração e identificação dos

produtos e respetivas quantidades.

Por último, há situações de emergência onde este processo descrito não pode ser

realizado como por exemplo a rutura de stock, nestes casos é necessário recorrer à compra de

medicamentos a uma farmácia comunitária.

3.2. RECEÇÃO

Depois de concluído o processo da seleção e aquisição dos produtos farmacêuticos, estes

chegam à receção dos SF. Após a sua chegada é necessário assinar a nota de entrega ao

distribuidor e entregar a guia de remessa aos serviços administrativos para que estes a anexem

à nota de encomenda. De seguida a nota de encomenda e a guia de remessa são entregues ao

TF responsável pela receção, procedendo desta forma à:

Conferência qualitativa e quantitativa de todos os produtos (integridade da

embalagem, denominação comum internacional (DCI), dosagem, forma farmacêutica,

prazo de validade, acondicionamento);

Conferência da guia de remessa (Anexo A) com a nota de encomenda (Anexo B), para

aferir se o produto a rececionar é o que foi pedido em qualidade e quantidade;

Registo de entrada do produto;

Entrega da guia de remessa e nota de encomenda assinada e datada pelo TF que deu

entrada do produto aos serviços administrativos para que possa ser arquivada;

Armazenamento tendo em conta aos critérios que cada um apresenta.

O registo de entrada do produto é realizado em sistema informático no programa

ALERT®, para isso é necessário introduzir o número da nota de encomenda e proceder depois

à introdução das quantidades recebidas, lote, prazo de validade, DCI e a integridade da

encomenda. (Anexo C)

Alguns produtos requerem uma receção especializada, como é o caso das matérias-

primas e hemoderivados. Estes devem ser acompanhados pelos respetivos boletins de análise

que devem ser analisados antes de serem recebidos, de forma a garantir a qualidade do produto.

Page 21: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

18

As benzodiazepinas e psicotrópicos são apenas recebidos pelas farmacêuticas e são

armazenados em cofres fechados.

Os medicamentos termolábeis

devido às suas condições especiais de

armazenamento são os primeiros a serem

retirados das caixas de transporte para

serem colocados rapidamente no frigorífico

situado na receção dos SF (Figura 7) até à

sua receção informática.

As soluções de grande volume

também têm prioridade na hora da receção,

uma vez que têm de ser rapidamente

armazenadas de forma a libertar a zona da

receção.

Na hora de rececionar os produtos, se nos depararmos com produtos com prazo de

validade curto (inferior a 6 meses) e com consumo hospitalar baixo contacta-se o laboratório

para devolver a encomenda.

Por fim, caso o produto esteja danificado os administrativos contactam o laboratório.

Este por norma aceita a encomenda de volta e envia novos produtos em bom estado de

conservação.

3.3. ARMAZENAMENTO

Após a receção, os produtos farmacêuticos são armazenados num espaço que lhes

permita ter todas as condições que assegurem a estabilidade (segurança, luz, espaço,

temperatura e humidade), onde permanecerão até serem transferidos para os serviços. É

extremamente importante manter estas condições, de forma a garantir que o produto

farmacêutico mantenha a sua integridade durante todo o seu prazo de validade.

Este processo envolve muita responsabilidade pois é aqui que se encontra a maior parte

do orçamento dos SF.

O HSM dispõe de várias áreas de armazenamento bem como sistemas de climatização

continuamente monitorizados que mantêm a temperatura entre 15-25ºC e a humidade entre 30-

60% e frigoríficos com temperaturas entre 2-8ºC de forma a cumprir as exigências das Boas

Práticas em Farmácia Hospitalar.

Figura 7 - Frigorífico situado na receção

Page 22: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

19

Todos os espaços de armazenamento do HSM dispõem de facilidade de limpeza,

permitem boas condições de rotação de stock e portas largas que permitem a circulação de

paletes.

Os prazos de validade de todos os produtos farmacêuticos devem estar devidamente

identificados e verificados, sendo que o armazenamento é realizado segundo a método FEFO

“First Expire, First Out” ou seja, os produtos com prazo de validade inferior são os primeiros

a sair para os serviços.

3.3.1. Armazém Geral

O armazém geral (Figura 8) é o principal

local de armazenamento dos medicamentos. Para

facilitar a sua localização estão dispostos por

ordem alfabética de DCI e as prateleiras possuem

etiquetas e códigos identificativos de cada produto,

que incluem o nome, dosagem e forma

farmacêutica. Quando existem várias dosagens

para o mesmo medicamento, este é armazenado da

menor dosagem para a maior.

Este armazém está dividido em 11 espaços

de forma a facilitar o armazenamento e distribuição

de medicamentos, dispositivos médicos e outros

produtos farmacêuticos:

Área dos produtos com grande rotação,

como por exemplo a enoxaparina sódica

40mg/ml

Área dos produtos de grande volume

(Figura 9), como por exemplo o

paracetamol solução injetável 1g e o metronidazol 500mg/100ml

Figura 8 - Armazém geral

Figura 9 - Área dos produtos de grande volume

Page 23: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

20

Área dos produtos oftálmicos

Área dos anticoncecionais (Figura 10)

o Produtos mais destinados aos centros

de saúde que incluem pílulas,

preservativos, dispositivo

intrauterino, entre outros.

Área dos dispositivos médicos e outros

produtos farmacêuticos (Figura 11)

o Espaço destinado, sobretudo, ao material de penso, mas também podemos

encontrar cremes gordos, soluções de

limpeza, entre outros.

Armário dos produtos importados

o Medicamentos cuja aquisição é

apenas de importação.

Armário dos medicamentos citotóxicos

(Figura 12)

o Este tipo de medicamentos são usados

no tratamento de neoplasias malignas

quando os tratamentos cirúrgicos ou

radioterápicos não são possíveis ou se

mostram ineficazes, ou ainda como

adjuvantes da cirurgia ou radioterapia

como tratamento inicial.6

Armário dos medicamentos oferecidos

o Por vezes, pessoas exteriores ao

hospital doam aos SF medicamentos

que por várias razões os deixam de administrar. Estes produtos dão entrada no

armazém se reunirem os padrões de qualidade, de forma a garantir a estabilidade

e segurança do medicamento.

Cofre dos estupefacientes e psicotrópicos

o A receção destes medicamentos é realizada por uma farmacêutica, como referido

anteriormente. Estes são armazenados num cofre e estão apenas acessíveis ao

farmacêutico responsável, de forma a garantir um controlo na sua administração.

Figura 10 - Área dos anticoncecionais

Figura 11 - Área dos dispositivos médicos

Figura 12 - Armário dos medicamentos citotóxicos

Page 24: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

21

Têm regras mais restritas pois são

medicamentos que produzem

modificações comportamentais

podendo provocar dependência física

e/ou psíquica.

Armário das benzodiazepinas

Frigoríficos (Figura 13)

o Os medicamentos termolábeis são

armazenados em câmaras frigoríficas isentas de condensação e humidade, com

controlo e registo de temperatura. De maneira a ter um maior controlo da

temperatura, cada câmara frigorífica possui um visor embutido na parte exterior

que nos informa qual a temperatura no seu interior.

3.3.2. Armazém de soluções de grande volume

Este armazém (Figura 14) possui portas largas

de forma a possibilitar a circulação de paletes e

prateleiras apropriadas de maneira a que os produtos

não contactem diretamente no chão. Aqui são

armazenados produtos de grande volume, como por

exemplo os soros. Tem contato direto com a zona da

receção de forma a facilitar o seu armazenamento.

3.3.3. Armazém de desinfetantes e antisséticos

As soluções antisséticas e desinfetantes estão

armazenadas numa sala (Figura 15) junto ao armazém

de soluções de grande volume. Apesar de não estarem

ordenadas por ordem alfabética estão identificadas

por DCI, dosagem, código e forma farmacêutica.

Este armazém está equipado com um detetor

de fumos e com sistema de ventilação de forma a

cumprir alguns requisitos das Boas Práticas de Farmácia Hospitalar.

Figura 13 - Frigoríficos do armazém geral

Figura 14 - Armazém de soluções de grande volume

Figura 15 - Armazém de desinfetantes e antisséticos

Page 25: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

22

3.3.4. Armazém de bolsas de nutrição parentérica

Este armazém (Figura 16) situa-se mais

isolado dos outros e destina-se apenas ao

armazenamento das bolsas de nutrição parentérica.

Este armazém encontra-se ordenado do menor

volume para o maior. As bolsas com eletrolíticos

encontram-se primeiro que as sem eletrolíticos,

seguindo-se depois as bolsas que contêm azoto. É o

armazém que mais se encontra ao abrigo da luz, visto

que quase todas as bolsas são fotossensíveis.

3.3.5. Pequenos stocks na sala de distribuição

De forma a facilitar o processo de distribuição

estão situados na sala de distribuição pequenos stocks

de medicamentos de apoio à DIDDU (Figura 17).

Estes stocks são escolhidos com base nos

medicamentos que têm mais saída em cada serviço.

Apesar de estarem ordenados por ordem

alfabética de DCI o armazenamento é ligeiramente

diferente porque as ampolas estão separadas dos

comprimidos e cápsulas. Ou seja, primeiro estão

situados todos os comprimidos e cápsulas por ordem alfabética de DCI e só depois se encontram

as ampolas também por ordem alfabética de DCI.

3.4. FARMACOTECNIA

Atualmente a indústria farmacêutica não consegue satisfazer na totalidade todas as

necessidades terapêuticas dos utentes. Este setor dos SF permite então efetuar a preparação de

formulações necessários ao hospital e que não se encontrem disponíveis no mercado.

Este setor permite garantir e assegurar uma:7

Maior qualidade e segurança na preparação de medicamentos para administrar aos

doentes;

Figura 16 - Armazém de bolsas de nutrição parentérica

Figura 17 - Pequenos stocks na sala de distribuição

Page 26: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

23

Resposta às necessidades específicas de determinados doentes;

Redução significativa no desperdício relacionado com a preparação de medicamentos;

Gestão mais racional de recursos.

As preparações que se produzem atualmente no HSM destinam-se essencialmente a:

Preparações não estéreis;

Reembalagem de doses unitárias sólidas.

3.4.1. Preparação de fórmulas farmacêuticas não estéreis

Neste setor efetua-se a preparação de todos os manipulados ou formas farmacêuticas

não estéreis que não necessitem de grandes condições de esterilidade.

Estas preparações, que podem ser fórmulas magistrais (medicamento preparado

segundo uma receita médica) ou oficinais (medicamento

preparado segundo uma farmacopeia ou formulário) são

da responsabilidade de uma farmacêutica.

O laboratório (Figura 18) está localizado fora de

zonas movimentadas e tem iluminação e ventilação

adequada, bem como temperatura e humidade

controladas.

Como em qualquer laboratório, existem

procedimentos que devem ser seguidos com rigor para uma maior segurança e eficácia do

manipulado e do operador. É obrigatório o uso de equipamentos de proteção como bata, luvas

e máscara (se necessário).

Quando estas preparações são realizadas, a farmacêutica responsável recorre a um

dossier com fichas de preparação de manipulados, (Anexo D) onde está situado o procedimento

e onde tem de registar todos os dados referentes às matérias-primas e ao produto. Depois de

elaborado será verificado e caso esteja conforme a especificação será aprovado.

3.4.2. Reembalagem

Esta fase do circuito do medicamento aplica-se sempre que os medicamentos tenham

falta de acondicionamento em dose unitária, tenham identificação insuficiente ou por outras

razões que justifiquem a reembalagem hospitalar.

Figura 18 - Laboratório

Page 27: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

24

Pode também haver necessidade de fracionar os medicamentos para adaptar as dosagens

dos medicamentos existentes à terapêutica do doente.

Sendo assim esta etapa permite aos SF disporem do medicamento na dosagem prescrita,

reduzirem os erros de administração, reduzirem o tempo de

enfermagem, garantirem a identificação do medicamento

reembalado e assegurar que o medicamento reembalado possa ser

utilizado com segurança, rapidez e comodidade.

No caso dos medicamentos em que os blisters não contêm a

informação necessária do medicamento (DCI, lote, dosagem, prazo

de validade) devem ser etiquetados, como mostra a figura 19. Depois

deste processo cada medicamento fica pronto para ser distribuído em

dose unitária. Nestes casos é escolhido este processo de forma a

evitar a reembalagem, garantir o estado de conservação das

substâncias, garantir aos doentes um medicamento com mais

qualidade e segurança e também diminuir os custos hospitalares. É

importante referir que o prazo de validade destes

medicamentos continua o original, uma vez que não se

chega a retirar o medicamento da embalagem primária.

No caso de medicamentos que tenham falta de

acondicionamento em dose unitária e medicamentos

fracionados é necessário recorrer a uma máquina

automatizada (Figura 20). No último caso recorre-se a

um bisturi devidamente desinfetado para se efetuar o

fracionamento.

Este processo exige que a máquina esteja devidamente

limpa, a bancada de trabalho limpa e desimpedida e o uso de

material de proteção, essencialmente o uso de luvas.

Numa primeira fase deste processo os comprimidos serão

retirados da embalagem primária e depois submetidos, se

necessário, ao fracionamento. De seguida é inserido em sistema

informático todos os dados necessários à correta rotulagem dos

medicamentos. O prazo de validade inserido é de 6 meses a contar

da data de reembalamento.

Esta informação é enviada para a máquina de reembalagem que por sua vez irá imprimi-

la nos rótulos (Figura 21).

Figura 19 - Medicamentos etiquetados

Figura 20 - Máquina de reembalamento

Figura 21 - Rótulo de um medicamento reembalado

Figura 19 – Medicamentos etiquetados

Figura 20 – Máquina de reembalamento

Page 28: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

25

Os medicamentos são inseridos nos discos de abertura da máquina, que vão girando e

vão incorporando desta forma os medicamentos dentro dos invólucros com os rótulos já

impressos no verso.

Para uma maior controlo deste processo é registado numa folha de papel (Anexo E)

todos os medicamentos reembalados e suas características (lote, prazo de validade, laboratório,

rótulo, entre outros).

3.5. DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS

A distribuição de medicamentos é a face mais visível da atividade dos SF, representando

assim um processo fundamental no circuito do medicamento.

Os principais objetivos desta etapa são:5

Garantir o cumprimento da prescrição;

Garantir a administração correta do medicamento;

Racionalizar a distribuição dos medicamentos;

Diminuir os erros relacionados com a medicação (administração de medicamentos não

prescritos, troca da via de administração, erros de dosagens);

Monitorizar a terapêutica;

Reduzir o tempo de enfermaria dedicado às tarefas administrativas e manipulação dos

medicamentos:

Racionalizar os custos com a terapêutica.

Nos SF do HSM podemos distinguir quatro tipos de distribuição, a distribuição

individual diária em dose unitária (DIDDU), distribuição tradicional, reposição por níveis e

distribuição em ambulatório. Este último tipo de distribuição é da responsabilidade das

farmacêuticas e surge como necessidade de assegurar a terapêutica aos doentes, dado que o

fornecimento dos medicamentos pode não ser assegurado pelas farmácias comunitárias.

O sistema DIDDU é aquele que garante uma maior segurança e eficiência, uma vez que

possibilita o acompanhamento farmacoterapêutico do utente diminuindo os erros associados.

O tipo de distribuição é escolhido em função do serviço em causa e as suas respetivas

características, tentando minimizar os custos por utente e por serviço, de acordo com os recursos

humanos e materiais disponíveis.

Independentemente do sistema de distribuição escolhido é imprescindível um alto rigor

a nível da dispensa, de maneira a fornecer o medicamento correto, na quantidade correta

respeitando a prescrição médica, tendo sempre em conta os recursos disponíveis.

Page 29: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

26

3.5.1. Distribuição Individual Diária em Dose Unitária

Este sistema de distribuição tem como objetivos manter disponível em lugar apropriado

e de forma correta os medicamentos prescritos pelo médico nas dosagens e formas

farmacêuticas prescritas, racionalizar a distribuição e garantir a correta administração dos

medicamentos ao doente. Porém tem também as suas desvantagens, maior necessidade de

recursos humanos, uma menor disponibilidade de medicamentos nas enfermarias e

consequentemente o aumento do número de pedidos urgentes.

A DIDDU é realizada diariamente para alguns serviços de internamento e para o período

de 24 horas, com exceção de sextas-feiras em que é realizada para todo o fim-de-semana.

Os princípios básicos da DIDDU são seis:

• Os medicamentos devem ir identificados até ao momento da administração já que os

medicamentos sem estarem identificados constituem um perigo potencial para o

doente;

• Os SF têm a responsabilidade de reembalar e etiquetar todas as dosagens dos

medicamentos que se utilizem no hospital e este deve ser feito nos SF e sob supervisão

da farmacêutica responsável por esta área;

• A distribuição é feita para vinte e quatro horas pelo que deve ter-se em conta que este

facto pode gerar erros e por isso devem ser estabelecidos procedimentos que

minimizem esta possibilidade, como por exemplo a implementação de sinaléticas nos

medicamentos que possam gerar mais confusão;

• O farmacêutico deve ter acesso a prescrição original do médico;

• Os medicamentos só devem ser dispensados após a validação da prescrição médica

por parte do farmacêutico;

• Os serviços de enfermagem ao receberem os medicamentos devem comprovar a

concordância com a prescrição médica e caso haja alguma discrepância deve ser

esclarecida com o médico.

Os serviços do HSM com este sistema são a Psiquiatria, Medicina, Cirurgia, Ortopedia,

Unidade de AVC, Pneumologia, Cardiologia, Neurologia e Unidade de Cuidados Intensivos

Polivalente.

Este tipo de distribuição inicia-se quando o médico faz a prescrição da terapêutica (Anexo

F), de seguida a farmacêutica faz a sua verificação, validação e transfere-a para o sistema

informático. Após estes processos a farmacêutica realiza o mapa de preparação dos serviços

(Anexo G) que contém todas as informações necessárias para a realização da DIDDU (nome

Page 30: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

27

do utente, número de cama, medicamento, dosagem prescrita, frequência e o número total de

unidades).

Na sala de distribuição existem quatro zonas para a preparação dos serviços (Figura 22),

sendo que cada uma tem ao seu dispor um pequeno stock com medicamentos que mais se usam

nesses serviços, como referido anteriormente.

Figura 22 - Zonas de preparação dos serviços

Para além destes pequenos stocks, existe ainda um armário de apoio á DIDDU situado

no centro da sala (Figura 23).

A DIDDU é realizada e transportada para os serviços

em módulos (Figura 24 da página seguinte), preenchidas com

gavetas, em que cada uma se destina a uma cama/doente,

estando as últimas gavetas dos módulos destinadas às

heparinas. Cada gaveta está dividida em quatro segundo os

horários de toma, sendo que a primeira diz respeito ao

pequeno-almoço, a segunda ao almoço, a terceira ao jantar e

a quarta à noite e medicamentos em caso de SOS.

No caso de existirem medicamentos termolábeis estes

são colocados no frigorífico situado na sala de distribuição,

identificados com o serviço e número da cama. De forma a

avisar os AO’s na hora do transporte dos módulos para o serviço é colocado um aviso em cima

deste com uma notificação de medicamento termolábil em falta.

• PsiquiatriaZona 1

• Cirurgia

• Medicina AZona 2

• Ortopedia

• Medicina B

• Unidade AVC

Zona 3

• Pneumologia

• Cardiologia

• Unidade de Cuidados Intensivos Polivalentes

Zona 4

Figura 23 - Armário de apoio à DIDDU

Page 31: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

28

Devido às dimensões das embalagens, alguns

medicamentos não podem ir dentro das gavetas. Neste caso os

medicamentos são colocados na parte superior do módulo

devidamente identificados com o número da cama, serviço e

quantidades.

Depois de tudo conferido os AO’s dos SF fazem o

transporte do módulo para o respetivo serviço e trazem de volta

o módulo do dia anterior.

3.5.1.1. Revertências

Todos os dias de manhã o AO responsável retira das gavetas da DIDDU toda a

medicação que não foi administrada aos utentes no dia anterior. Depois da primeira etapa estar

concluída o TF aponta na folha dos totais do respetivo serviço (Anexo H) os medicamentos que

foram devolvidos, sendo de seguida dada entrada no sistema informático para fazer uma

atualização de stock.

No caso de serem recebidos medicamentos que não constam nas folhas dos totais não é

possível fazer a revertência dos mesmos, neste caso faz-se uma devolução do serviço (Anexo

I). Isto acontece essencialmente quando os serviços enviam para os SF medicamentos que

existem nas enfermarias mas que já não estão a ser usados.

Por fim, é necessário ter sempre em conta o estado de conservação do medicamento e o

prazo de validade, pois quando este não se encontra em estado de ser recebido é colocado no

lixo vermelho para inceneração.

Este registo de devoluções de medicamentos não administrados possibilita uma gestão

de medicamento e acima de tudo uma redução dos custos.

3.5.2. Distribuição Tradicional

Este tipo de distribuição mais antigo tem uma série de desvantagens, nomeadamente a

ausência da prescrição médica, falta de intervenção de um farmacêutico na terapêutica do

doente, risco de acumulação de medicamentos e a possibilidade de erros de transcrição. Para

além disso garante ainda um menor controlo dos custos e menor controlo de prazos de validades

e stocks.

Figura 24 - Módulo de um serviço

Page 32: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

29

Na distribuição para os serviços, tudo se

inicia quando o enfermeiro chefe envia

informaticamente um pedido de produtos

farmacêuticos para os SF. Esta requisição

(Anexo J) depois de validada será entregue aos

TF que por sua vez a dispensarão.

A medicação seguirá para o serviço bem

acondicionada e identificada numa caixa de

plástico apropriada para o efeito (Figura 25).

No caso de existirem medicamentos termolábeis segue-se o mesmo processo que na

DIDDU.

Os pedidos dos serviços são feitos semanalmente e as entregas serão feitas como

demonstra a figura 26.

• Unidade de Cuidados Intensivos PolivalentesSegunda - Feira

• Bloco de Obstetrícia

• Cirurgia de Ambulatório

• Psiquiatria

Terça-Feira

• Cardiologia

• Consulas Externas

• Oftalmologia

• Ortopedia

Quarta-Feira

• Unidade de AVC

• Bloco Central

• Cirurgia

Quinta-Feira

• Medicina Interna

• Pneumologia

• Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente

• Quimioterapia

• Urgência Pediátrica

Sexta-Feira

Figura 25 - Caixa para a distribuição tradicional

Figura 26 - Entregas das distribuições tradicionais

Page 33: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

30

No caso de existir muita urgência no pedido dos medicamentos, estes podem ser

dispensados fora do dia atribuído. Para isso basta o enfermeiro chefe referir na requisição que

o pedido é urgente e depois de validado pelas farmacêuticas será imediatamente dispensado

pelos TF’s. A única diferença deste processo é o método de entrega, nos pedidos semanais são

os AO dos SF que fazem a entrega, enquanto neste caso são os AO do serviço em questão que

vão buscar à farmácia.

O processo de dispensa de soros e desinfetantes é igual, mas apenas são dispensados à

terça-feira e quarta-feira para todos os serviços (Anexo K).

Como o HSM faz parte de uma ULS, é também responsável pela dispensa de produtos

farmacêuticos para os centros de saúde (Anexo L). Estes são enviados segundo um plano

mensal (Anexo M) estabelecido.

As vacinas que constam no Plano Nacional de Vacinação que seguem para os centros

de saúde vão separadas do resto dos produtos farmacêuticos, numa caixa isotérmica. Juntamente

com elas é enviada uma folha (Anexo N), onde se coloca a quantidade dispensada, lote, prazo

de validade, por quem é aviada e conferida.

3.5.3. Reposição por níveis

Este tipo de distribuição consiste na reposição de stocks nivelados de medicamentos,

em módulos próprios previamente definidos pelos serviços e validados por uma farmacêutica.

Os serviços que atualmente dispõem desta distribuição são:

Obstetrícia

Ginecologia

Unidade de Cuidados Intensivos da Cardiologia

Urgência Pediátrica

Urgência Geral

Após os módulos (Figura 27) chegarem aos SF

vindos dos serviços é necessário efetuar o inventário

de forma a conseguir saber quais as quantidades de

medicamentos em falta, ou seja, para saber quais as

quantidades que têm de ser repostas.

Depois de ter sido feito o inventário é impresso

um perfil (Anexo O) que nos indica a quantidade que se tem de repor de determinado

Figura 27 - Módulo da Urgência Geral

Page 34: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

31

medicamento. Esta folha contém o código do produto, a descrição por DCI, a forma

farmacêutica, o nível de stock previamente definido e a quantidade que deve ser reposta para

atingir esse nível.

As gavetas de cada módulo estão devidamente identificadas com o DCI, dosagem,

forma farmacêutica e nível de stock.

Como na maior parte das vezes os enfermeiros não cumprem o método FEFO é essencial

que durante a reposição se faça uma constante verificação dos prazos de validade, para garantir

a segurança ao utente. Caso se encontre algum medicamento com prazo de validade curta é

trocado por um de validade mais alargada e poderá ser utilizado na DIDDU. Caso o

medicamento esteja fora do prazo de validade é colocado no contentor vermelho.

Depois de tudo reposto e conferido é dada a saída dos medicamentos no sistema

informático e o AO dos SF transporta o módulo até ao serviço. Cada serviço tem um dia da

semana destinado para esta reposição, sendo que a Urgência é às terças-feiras e sextas-feiras, a

Urgência Pediátrica e a Obstetrícia às quintas-feiras, a Ginecologia às quartas-feiras e a Unidade

de Cuidados Intensivos da Cardiologia às sextas-feiras.

Por fim, este sistema de distribuição tem por objetivo diminuir os pedidos aos SF e

garantir a terapêutica ao utente a qualquer altura do dia.

Page 35: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

32

CONCLUSÃO

Apesar dos SF da maioria dos hospitais não estarem visíveis, estes têm uma função

extremamente importante na prestação dos cuidados, pois são eles que garantem a terapêutica

ao utente, entre muitas outras funções.

Considero que apesar dos SF possuírem instalações bastante recentes, ainda pecam pela

falta de equipamento para a realização de algumas tarefas que fazem parte das habilitações dos

TF’s.

Estes SF encontram-se bem estruturados quer a nível de espaço físico como de recursos

humanos. Verifica-se uma boa disposição das áreas dos SF, visto o armazenamento ter ligação

direta para a receção e para a sala de distribuição e esta última ligação aos restantes serviços do

hospital.

Para o meu estágio ter sido mais completo considero que deveria haver um maior

seguimento na parte da preparação de manipulados não estéreis e na dispensa de medicamentos

a doentes em regime de ambulatório. Não foi possível também executar preparações de

citotóxicos e preparações estéreis porque o HSM não se encontra equipado com recursos

materiais para esta área.

Um aspeto bastante positivo destes SF são a correta identificação e armazenamento dos

produtos farmacêuticos, levando assim a uma melhor gestão de stock e diminuição de erros na

distribuição.

No caso da distribuição, considero que os procedimentos adotados são os mais corretos,

não havendo erros. Os pequenos stocks de medicamentos e o armário existente na sala de

distribuição são muito úteis para a preparação de DIDDU pois permitem um acesso rápido aos

medicamentos, evitando a constante ida ao armazém central.

Foi uma oportunidade de estágio bastante positiva, onde realço o facto de poder pôr em

prática conhecimentos apreendidos nas unidades curriculares ao longo do curso. Realço ainda

a forma de como fui recebido, bem como o profissionalismo e o acompanhamento de todos os

profissionais dos SF.

Por fim, sinto que os objetivos propostos foram cumpridos e atingidos na sua totalidade

de forma precisa e sinto-me mais autónomo no exercício da profissão.

Page 36: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

33

BIBLIOGRAFIA

1. Leite, J. (7 de Agosto de 2013). Sanatório Sousa Martins. Obtido em 17 de Janeiro de 2015,

de Restos de Coleção: http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2013/08/sanatorio-sousa-

martins.html

2. Sequeira, H. (18 de Maio de 2014). Sanatório da Guarda inaugurado há 107 anos. Obtido

em 17 de Janeiro de 2015, de Correio da Guarda: http://correiodaguarda.blogs.sapo.pt

3. Entidade Reguladora da Saúde. (24 de Fevereiro de 2011). Estudo sobre a organição e

desempenho das unidades locais de saúde. Obtido em 17 de Janeiro de 2015, de

https://www.ers.pt

4. Unidade Local de Saúde da Guarda. (11 de Novembro de 2011). Relatório de Gestão e

Contas. Obtido em 17 de Janeiro de 2015, de http://www.acss.min-saude.pt

5. Ministério da Saúde. (s.d.). Manual da Farmácia Hospitalar. Obtido em 18 de Janeiro de

2015, de INFARMED: http://www.infarmed.pt

6. Oliveira, R. E. (22 de Janeiro de 2013). Fármacos Citostáticos. Obtido em 19 de Janeiro de

2015, de Portal da Educação: http://www.portaleducacao.com.br

7. Administração Central do Sistema de Saúde. (s.d.). Boas Práticas na Área do Medicamento

Hospitalar. Obtido em 19 de Janeiro de 2015, de http://www.acss.min-saude.pt

Page 37: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

34

ANEXOS

ANEXO A – Guia de Remessa

Page 38: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

35

ANEXO B – Nota de Encomenda

Page 39: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

36

ANEXO C – Receção de um produto em sistema informático

1º Etapa – Colocar o número de encomenda

2º Etapa – Colocar a quantidade a receber

Page 40: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

37

3º Etapa – Inserir o estado da entrega

4º Etapa – Inserir o lote e prazo de validade

Page 41: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

38

ANEXO D – Ficha de Preparação de Manipulados

Page 42: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

39

ANEXO E – Folha de Reembalagem de Medicamentos

Page 43: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

40

ANEXO F – Prescrição Médica

Page 44: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

41

ANEXO G - Mapa de Preparação dos Serviços

Page 45: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

42

ANEXO H - Folha dos Totais dos Serviços

Page 46: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

43

ANEXO I – Devoluções dos Serviços

Page 47: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

44

ANEXO J – Requisição Tradicional

Page 48: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

45

ANEXO K – Requisição de Desinfetantes

Page 49: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

46

ANEXO L – Requisição de um Centro de Saúde

Page 50: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

47

ANEXO M – Plano Mensal de Entregas para os Centros de Saúde

1ª Semana do Mês

Terça-Feira Guarda e Ribeirinha

Quinta-Feira Manteigas

Sexta-Feira Sabugal

2ª Semana do Mês

Quarta-Feira Almeida

Quinta-Feira Pinhel

Sexta-Feira Figueira de Castelo Rodrigo

3ª Semana do Mês

Terça-Feira Vila Nova de Foz Côa

Quinta-Feira Gouveia

Sexta-Feira Seia

4ª Semana do Mês

Segunda-Feira Celorico da Beira

Terça-Feira Fornos de Algodres

Quinta-Feira Trancoso

Sexta-Feira Mêda

Page 51: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

48

ANEXO N – Folha de Envio de Vacinas

Page 52: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/3626/1/F EP1_Rui Gaspar... · O estágio foi coordenado pelo professor Manuel Morgado e supervisionado

49

ANEXO O – Perfil da Reposição por Níveis