Relatorio de ensaio de compressao do betao

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FACULDADE DE ENGENHARIA ______________________________ Curso de Licenciatura em Engenharia Civil, 3º ano Disciplina de Materiais de Construção 2 ENSAIO MECÂNICO DO BETÃO (Ensaio de compressão do Betão) CIDADE DE MAPUTO, ABRIL DE 2016 Autores: Juma, Juma Mussagy Meque, Ericson Mantrujar Supete, Supete Ali Vawa, Braiton Carlos Corpo Docente: Prof. Dr. Eng o . Daniel Fumo- (Regente) Raj Popatlal-(Monitor)

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FACULDADE DE ENGENHARIA

______________________________

Curso de Licenciatura em Engenharia Civil, 3º ano

Disciplina de Materiais de Construção 2

ENSAIO MECÂNICO DO BETÃO

(Ensaio de compressão do Betão)

CIDADE DE MAPUTO, ABRIL DE 2016

Autores:

Juma, Juma Mussagy

Meque, Ericson Mantrujar

Supete, Supete Ali

Vawa, Braiton Carlos

Corpo Docente:

Prof. Dr. Eng o. Daniel Fumo-

(Regente)

Raj Popatlal-(Monitor)

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Materiais de construção II – Ensaio de compressão do betão

1 UEM–Faculdade de Engenharia – Curso de Licenciatura em Engenharia Civil,3o ano – Materiais de Construção II: Grupo VIII

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................4

2. OBJECTIVOS .....................................................................................................................5

2.1. Geral .............................................................................................................................5

2.2. Específicos ....................................................................................................................5

3. RESUMO TEÓRICO ...........................................................................................................6

3.1. BETÃO.........................................................................................................................6

3.1.1. Conceito ................................................................................................................6

3.1.2. Propriedades fundamentais.....................................................................................6

3.1.3. Trabalhabilidade ....................................................................................................6

3.1.4. Durabilidade ..........................................................................................................7

3.1.5. Resistência mecânica .............................................................................................7

3.1.6. Classificação do betão ............................................................................................8

3.1.7. Resistência a compressão do betão ....................................................................... 10

3.1.8. Rotura em compressão do betão ........................................................................... 12

3.1.9. Comparação da resistência à compressão em cubos e cilindros ............................. 14

4. ENSAIO DE COMPRESSÃO DE BETÃO ........................................................................ 14

4.1. Considerações gerais ................................................................................................... 14

4.2. Equipamentos usados .................................................................................................. 14

4.3. Metodologia de ensaio ................................................................................................ 15

4.4. Medições .................................................................................................................... 15

4.5. Resultados de ensaio ................................................................................................... 16

4.6. Classificação do betão ................................................................................................. 19

4.7. Tipos de ruptura obtidas .............................................................................................. 19

5. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 20

6. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 21

7. ANEXO ............................................................................................................................. 22

7.1. Anexo 1. Resultados laboratoriais de ensaio de compressão do betão. ......................... 22

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Lista de abreviaturas e siglas

Lista de tabelas

Pag

Tabela 1: Classes de resistência a compressão do betão de massa volúmica normal 09

Tabela 2: Massas dos provetes (Cúbicos) 17

Tabela 3: Forças de ruptura dos provetes (Cúbicos) 17

Tabela 4: Tensões de ruptura dos provetes (cúbicos) 17

Tabela 5: Classes de resistência dos provetes ensaiados, conforme a norma actual (provete

cúbico) 17

Tabela 6: Classes de resistências dos provetes ensaiados, considerando a norma antiga (provete

cilíndrico) 18

Tabela 7: Classes de resistências dos provetes ensaiados, considerando a norma antiga (provete

cilíndrico) 18

Tabela 8: classes dos betões ensaiados 19

LEM- Laboratório de Engenharia de Moçambique

NP -Norma Portuguesa

EN - Norma Europeia

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Lista de gráficos e figuras

Pag

Gráfico 1. Relação entre a resistência mecânica e a relação agua/cimento 07

Gráfico 2. Valor característico da resistência 11

Figura 1. Roturas satisfatórias de provetes cúbicos, NP EN 12390-3 12

Figura 2. Roturas satisfatórias de provetes cilíndricos, NP EN 12390-3 13

Figura 3. Roturas não satisfatórias de provetes cúbicos, NP EN 12390-3 13

Figura 4. Roturas não satisfatórias de provetes cilíndricos, NP EN 12390-3 16

Figura 5. Dimensões de provetes. a) Cubico; b) cilíndrico 17

Figura 6. Rotura satisfatória 19

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1. Introdução

O betão é o material de construção mais utilizado no mundo. É usado na construção de inúmeros

edifícios e estruturas. Há deste modo a necessidade de controlar efectivamente antes, durante e

após a construção. Resistência a compressão é a primordial função de betão quando se trata de

estruturas sujeitas a forças. Sendo que as tensões de rotura que mais frequentemente se determinam

experimentalmente são as de compressão.

Do ponto de vista do engenheiro a resistência é um parâmetro fundamental no dimensionamento

de estruturas e o seu conhecimento permite obter informações sobre a uniformidade e durabilidade.

A solução mais utilizada para avaliar o controlo de qualidade do betão durante a construção é o

recurso a ensaios de compressão de provetes moldados normalizados (cubos ou cilindros).

Neste relatório são abordados alguns conceitos, propriedades, metodologia de ensaio,

equipamentos usados para o ensaio, como também faz-se uma análise dos resultados obtidos do

ensaio no LEM.

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2. Objectivos

2.1.Geral

Ensaiar o Betão mecânicanicamente (ensaio de compressão do betão).

2.2.Específicos

Obter experimentalmente as tensões de rotura à compressão em provetes cúbicos com vinte

e oito (28) dias de idade;

Classificar o betão ensaiado segundo a norma antiga e a norma actualizada;

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3. RESUMO TEÓRICO

3.1.BETÃO

3.1.1. Conceito

Betão é um material constituído pela mistura homogénea, devidamente proporcionada, de pedras

e areia, com um ligante hidráulico, água e, eventualmente, adjuvantes.

3.1.2. Propriedades fundamentais

No ciclo de vida do betão emergem duas etapas distintas:

a) Betão Fresco

b) Betão Endurecido

Cada etapa com propriedades específicas. De um modo geral exigir-se-á que factores como a

trabalhabilidade, a resistência mecânica e a durabilidade sejam características essenciais a garantir

num bom Betão, às quais estão intimamente ligadas outras propriedades como a homogeneidade,

compacidade, impermeabilidade, entre outras.

3.1.3. Trabalhabilidade

É a maior ou menor facilidade com que um betão é manipulado, transportado, colocado, adensado

e acabado sem que o mesmo perca a sua homogeneidade e uniformidade (ou seja, sem que haja

segregação ou separação dos componentes), durante estas operações.

Esta propriedade é avaliada através da coesão e consistência que o betão apresenta, tendo em conta

os meios disponíveis para o transporte, colocação, compactação e acabamento do betão.

As características físicas, geométricas e qualidades dos componentes de um betão (Inertes,

Cimentos, Água e Adjuvantes), são os factores mais influentes na sua trabalhabilidade. No entanto,

há um objectivo básico: procurar uma mistura que possua a melhor trabalhabilidade, com o mínimo

atrito interno e o mínimo possível de água. Para medição da trabalhabilidade destacam-se dois:

Ensaio de Abaixamento do Cone de Abrams (Slump test);

Ensaio de Vibração de Compactação Vêbê (realizado se o betão for seco e não se verificar

abaixamento do cone de Abrams.)

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3.1.4. Durabilidade

É a capacidade que um betão tem em comportar-se de modo satisfatório frente às acções

ambientais agressivas de carácter físico ou químico que o solicitem, e de proteger adequadamente

as armaduras e restantes elementos metálicos incorporados na sua massa, durante o tempo de vida

de serviço previsto para a estrutura.

A durabilidade depende de seguintes factores essenciais:

Relação Água/Cimento;

Compactação e Cura;

Espessura de Recobrimento

Gráfico 1. Relação entre a resistência mecânica e a relação agua/cimento.

3.1.5. Resistência mecânica

A resistência do betão pode ser avaliada em termos de esforços de compressão, tracção, flexão,

corte, etc., sendo que, fundamentalmente, o controlo do comportamento mecânico deste material

seja feito através de ensaios de rotura à compressão e nalguns casos também de flexão (pontes,

estradas).

A resistência mecânica do betão e influenciada pelos seguintes factores:

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Constituintes;

Trabalhabilidade;

Característica dos moldes;

Compactação;

Cura;

Idade;

Métodos de ensaio.

3.1.6. Classificação do betão

Desde a fabricação até à fase em que desempenha funções estruturais, o betão passa por dois

estados diferentes: betão fresco e betão endurecido. O primeiro é definido como betão ainda no

estado plástico e capaz de ser compactado por métodos normais. O segundo é definido como o

betão que endureceu e desenvolveu uma certa resistência. O endurecimento do betão começa

poucas horas após o seu fabrico e atinge aos 28 dias de idade cerca de 60 a 90% da sua resistência

final, dependendo do tipo de cimento e do tipo de cura utilizado.

De acordo com NP EN 201-1, o betão endurecido é classificado de acordo com a sua massa

volúmica em três categorias:

Betão normal: Betão com uma massa volúmica após secagem em estufa (105º C) entre

2000 Kg/m3 e 2600 kg/m3

Betão pesado: Betão com uma massa volúmica obtida após secagem em estufa superior a

2600 Kg/m3

Betão Leve: Betão com uma massa volúmica após secagem em estufa não superior a 2000

Kg/m3, total ou parcialmente fabricado com agregados leves.

O betão normal é designado pelo símbolo C, o betão pesado pelo símbolo HC e o betão leve pelo

símbolo LC.

Os betões são também classificados em diferentes classes de resistência de acordo com a

resistência à compressão medida em cubos e em cilindros. Deste feita, ainda em conformidade

com NP EN 206-1, quando o betão for classificado em relação à sua resistência à compressão, as

classes de resistência à compressão para betões de massa volúmica normal, são identificadas pela

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sigla “Cy/z” (tabela 2.4) onde “y” e “z” representam o valor característico mínimo de tensão de

rotura à compressão, obtido aos 28 dias de idade do betão, a partir, respectivamente de provetes

cilíndricos de 150mm de diâmetro de 300mm de altura (fck,cyl) e de provetes cúbicos com 150

mm de aresta (fck,cube) fabricados e curados conforme a referida norma. As classes de resistência

do betão de massa volúmica normal podem ser observadas na seguinte tabela:

Tabela 1: Classes de resistência a compressão do betão de massa volúmica normal

Classes de resistência a compressão do betão de massa volúmica normal, NP EN 206-1

Classe de resistência a

compressão

Resistência característica

mínima em cilindros,

𝛿𝑐𝑘,𝑐𝑦𝑘[𝑀𝑃𝑎]

Resistência característica

mínima em cubos,

𝛿𝑐𝑘,𝑐𝑢𝑏𝑒[𝑀𝑃𝑎]

C8/10 8 10

C12/15 12 15

C16/20 16 20

C20/25 20 25

C25/30 25 30

C30/37 30 37

C35/45 35 45

C40/50 40 50

C45/55 45 55

C50/60 50 60

Fonte: NP EN 206-1

Para estarmos dentro dos critérios de controlo de qualidade e segurança, a resistência característica

do betão deve ser igual ou superior à mínima resistência à compressão característica requerida para

a classe de resistência à compressão especificada.

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3.1.7. Resistência a compressão do betão

A resistência à compressão é a característica mecânica mais importante do betão, pois nas

estruturas a função deste material é essencialmente resistir às tensões de compressão. A avaliação

da resistência de um betão in situ é normalmente elaborada por duas razões:

Acompanhamento da resistência do betão antes; e

Durante a construção ou a avaliação de uma estrutura existente.

Os testes de resistência à compressão do betão podem ser classificados como destrutivos e não

destrutivos, sendo que os não destrutivos permitem submeter o mesmo provete a diversos testes,

permitindo deste modo o estudo da variação das suas propriedades com o tempo. Para a elaboração

deste ensaio. Estes testes são efectuados em laboratórios e podem ser elaborados por diversas

razões, mas o principal motivo que leva à sua realização é o de avaliar a tensão de rotura do próprio

betão.

É do conhecimento da grande maioria dos engenheiros, que a resistência determinada por este

método apenas representa uma aproximação da resistência real do betão in situ, pois num grande

número de situações os provetes utilizados (cubos, cilindros) não reflectem as condições existentes

na própria estrutura (não homogeneidade do betão, diferentes condições de cura, diferença de

maturidade e do grau de humidade, segregação do betão, grau de compactação) e variação de

resistência de elemento para elemento.

A resistência de um betão é classificada como uma tensão, que por sua vez pode ser de compressão

ou de tracção. Uma vez que o objectivo deste trabalho é a determinação das tensões de rotura à

compressão em cubos e cilindros, de acordo com NP EN 206-1, a tensão de rotura à compressão é

dada por:

𝛿[𝑀𝑃𝑎] =𝐹𝑐

𝐴 Equação [1]

Onde: 𝛿 é a resistência à compressão;

𝐹𝑐 é a carga associada à rotura em N;

𝐴 é a área da secção transversal do provete na qual se aplica a força de compressão, em 𝑚𝑚2;

A secção transversal do provete e calculada da seguinte maneira:

a) Provete cúbico:

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𝐴[𝑚𝑚2] = 𝑙2, Equação [2]

Onde: 𝑙 aresta do cubo, em 𝑚𝑚

b) Provete cilíndrico:

𝐴[𝑚𝑚2] =𝜋×𝐷2

4, Equação [3]

Onde: 𝐷 diâmetro da secção resistente, em 𝑚𝑚.

A resistência do betão apresenta uma variabilidade significativa resultante quer da própria

heterogeneidade do material, quer das condições de fabrico (controlo de qualidade). Deste modo,

a resistência não pode ser caracterizada apenas pelo valor médio dos resultados obtidos dos ensaios

de um determinado número de provetes. É também necessário ter em conta a dispersão dos valores.

Assim sendo adoptou-se o conceito de resistência característica (𝛿𝑐𝑘) que tem em conta o resultado

médio das tensões de rotura (𝛿𝑐𝑚), obtidos nos ensaios de provetes, e o desvio padrão (S) que tem

em conta a dispersão dos valores. Quando os ensaios são elaborados com um número muito

elevado de amostras, pode ser feito um gráfico com os valores obtidos de 𝛿𝑐 vs a quantidade de

amostras relativas a determinado valor de 𝛿𝑐, também denominada frequência. A curva encontrada

denomina-se curva de distribuição normal ou curva de Gauss para a resistência do betão à

compressão e pode ser observada no gráfico abaixo.

Gráfico 2. Valor característico da resistência

Nesta curva encontram-se dois valores de extrema importância: 𝛿𝑐𝑚 que corresponde ao valor

médio da resistência do betão à compressão; 𝛿𝑐𝑘 que corresponde à resistência característica do

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betão à compressão; O valor de 𝛿𝑐𝑚 Corresponde à média dos valores de 𝛿𝑐 obtidos para cada

provete, ou seja:

𝛿𝑐𝑚 =∑ 𝛿𝑐𝑖𝑛𝑖=1

𝑛 ; equação [4]

3.1.8. Rotura em compressão do betão

Para se conhecer qualquer tipo de resistência de um material incluindo a resistência à compressão,

é necessário, em primeiro lugar perceber o que se entende pelo fenómeno de rotura. Do ponto de

vista do engenheiro a rotura pode ser definida sob três aspectos principais:

Separação de um sólido contínuo em dois ou mais pedaços distintos;

Carga máxima suportada por uma peça solicitada de maneira geometricamente fixa

Estado de deformação ou fissuração de tal modo excessivo que o material já não é

utilizável.

Nos ensaios laboratoriais de compressão, aparecem geralmente dois tipos de rotura:

Rotura sujeita ao efeito do atrito entre a placa através da qual se aplica a compressão e o

topo do espécime de ensaio

Rotura por arranque ou descoesão.

Nos ensaios laboratoriais aparecem geralmente roturas satisfatórias assim como roturas não

satisfatórias. Uma rotura pode ser considerada satisfatória quando todas as quatro faces expostas

estão fissuradas aproximadamente da mesma maneira, e geralmente com pequenos danos nas faces

em contacto com os pratos NP EN 12390-3, Apresentam-se de seguida imagens de roturas

satisfatórias e não satisfatórias para cubos e cilindros:

Figura 1. Roturas satisfatórias de provetes cúbicos, NP EN 12390-3.

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Figura 2. Roturas satisfatórias de provetes cilíndricos, NP EN 12390-3.

Figura 3. Roturas não satisfatórias de provetes cúbicos, NP EN 12390-3.

Figura 4. Roturas não satisfatórias de provetes cilíndricos, NP EN 12390-3.

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Pode observar-se, a rotura é considerada não satisfatória quando as faces estão fissuradas de

maneiras completamente diferentes. De acordo com NP EN 12390-3, as roturas não satisfatórias

podem ser causadas por:

Atenção insuficiente aos procedimentos de ensaio, especialmente ao posicionamento do

provete;

Defeito na máquina de ensaio.

3.1.9. Comparação da resistência à compressão em cubos e cilindros

De acordo com NEVILLE, AM a resistência cilíndrica e da ordem de o,80 da resistência cúbica,

com provetes formados a partir de betões da mesma família:

𝛿𝑐,𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟 = 0,80 × 𝛿𝑐,𝑐𝑢𝑏, Equação [5]

Esta diferença de resistência é originada pelo atrito entre as faces dos provetes e os pratos das

prensas que impedem a deformação transversal do betão conduzindo a maiores valores de

resistência, tornando-se deste modo o cubo mais resistente que o cilindro, NP EN 12390-1.

4. ENSAIO DE COMPRESSÃO DE BETÃO

4.1.Considerações gerais

O trabalho experimental realizado no âmbito da consolidação da matéria sobre a resistência do

betão ao esforço de compressão, conduzido no LEM.

Os ensaios realizados foram ensaios de compressão em cubos pertencentes a as empresas: Jiang

Su e Gabriel Costa com três (3) provetes cada com 28 dias de idade, com o objectivo de avaliar a

sua resistência à compressão.

4.2.Equipamentos usados

Balança digital

Prensa

Paquímetro

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4.3.Metodologia de ensaio

Procedeu-se a pesagem dos provetes cúbicos, na balança digital pertencentes a duas empresas,

registou-se os resultados.

No ensaio de compressão, o cubo é colocado na máquina de ensaio com as faces mais niveladas

em contacto com os pratos da máquina. A carga sobre o cubo deve ser aplicada a uma taxa

constante de 0,02 mm/s. Devido à não linearidade da relação tensão-extensão do betão, quando

sujeito a tensões elevadas, a taxa de aumento da extensão deve ser aumentada progressivamente à

medida que nos aproximamos da rotura, isto é, a velocidade do movimento da cabeça da máquina

tem de ser aumentada, sendo que isto só pode ser feito com uma máquina operada hidraulicamente.

A tensão de rotura deve ser indicada a intervalos de 0,5 MPa, NEVILLE, AM

Quando o valor da força, registado pela célula de carga, se encontrar nos 0 KN, dá-se o início ao

ensaio propriamente dito, que tem início ao carregar no botão “START” da máquina de ensaio.

Quando o provete atinge a rotura, significa que o ensaio chegou ao fim, logo para o concluir

carrega-se no botão “STOP” da prensa, regista-se a valor de tensão de ruptura e retira-se o provete

do seu interior e aspira-se todos os resíduos resultantes da sua rotura.

4.4.Medições

Para determinar a resistência à compressão de um determinado tipo de betão, normalmente

submetem-se amostras de betão a ensaios de compressão. Os ensaios de compressão devem ser

realizados com um número elevado de amostras. Os provetes utilizados para determinar a

resistência à compressão do betão têm a forma cúbica ou cilíndrica. De acordo com NP EN 12390-

1, sugere as seguintes dimensões nominais para os cubos e cilindros.

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Figura 5: Dimensões de provetes. a) Cubico; b) cilíndrico

Para o ensaio realizado, utilizou-se o provete cubico com seguintes características geométricas:

𝑙 = 150𝑚𝑚, (isto é, 150mm de aresta). Os cálculos apresentados posteriormente serão refentes ao

provete cúbico.

4.5.Resultados de ensaio

Após a elaboração dos ensaios, e analisando os dados registados, foi possível calcular a tensão de

rotura associada a cada provete e deste classificar os provetes segundo a norma antiga e a norma

actual. A tensão de rotura está associada ao máximo valor de carga suportado pelo provete antes

de atingir a rotura à qual está também associada uma extensão de rotura.

Assim sendo, são apresentados os valores das tensões de rotura à compressão obtidas nos provetes

de cubo aos vinte e oito (28) dias de idade e será feita mais adiante a sua classificação.

A tensão de rotura de cada de provete é obtida a partir da equação [1]. Estas tensões foram obtidas

para todas as amostras em todos os ensaios (28 dias).

Dimensões do cubo: 15cm

Da equação [2] obtêm-se a Área, 𝐴[𝑚𝑚2] = 22500

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Tabela 2: Massas dos provetes (Cúbicos)

Fonte: LEM

Tabela 3: Forças de ruptura dos provetes (Cúbicos)

Força de compressão Provetes (Empresa Jiang Su) Provetes (empresa Gabriel Couto)

F1 [N] 440000 720000

F2 [N] 460000 660000

F3 [N] 420000 640000

Fonte: LEM

Tabela 4: Tensões de ruptura dos provetes (cúbicos)

n.

Empresa Jiang Su Empresa Gabriel Couto

Massa [g] Força [KN] 𝛿1 [MPa] Massa [g] Força [KN] 𝛿2 [KN]

1 7907 440 19.56 7660 720 32.00

2 7932 460 20.44 7797 660 29.33

3 7881 420 18.67 7887 640 28.44

Fonte: autores

1 Valores de tensões obtidos por aplicação da equação [1] 2 Valores de tensões obtidos por aplicação da equação [1]

Massa do provete Provetes (Empresa Jiang Su) Provetes (Empresa Gabriel Couto)

m1[g] 7907 7660

m2[g] 7932 7797

m3[g] 7881 7887

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Tabela 5: Classes de resistência dos provetes ensaiados, conforme a norma actual (provete

cúbico).

Empresa

Classe de resistências

características

Classe de resistências

médias obtida

𝛿𝑐𝑘,𝑐𝑢𝑏𝑜 𝛿𝑐𝑘,𝑐𝑢𝑏𝑜

Jiang Su 20 19.56

Gabriel Couto 30 29.93

Fonte: autores

Com os dados da tabela 6, e usando a equação [5] pode-se constituir a tabela que abaixo se segue:

Tabela 6: Classes de resistências dos provetes ensaiados, considerando a norma antiga (provete

cilíndrico)

Empresa

Classe de resistências médias calculado

𝛿𝑐𝑘,𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜

Jiang Su 15.65

Gabriel Couto 23.94

Fonte: autores

Tabela 7: Classes de resistências dos provetes ensaiados, considerando a norma antiga (provete

cilíndrico)

Empresa

Classe de resistências

médias obtida

Classe de resistências

características

𝛿𝑐𝑘,𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑 𝛿𝑐𝑘,𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑

Jiang Su 15.65 16

Gabriel Couto 23.94 25

Fonte: Autores

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4.6.Classificação do betão A seguir e apresentada a tabela com a classe de betão ensaiado para cada empresa.

Tabela 8: classes dos betões ensaiados

Empresa

Classe de resistência

Característica

Jiang Su C16/20

Gabriel Couto C25/30

Fonte: autores

4.7.Tipos de ruptura obtidas

Como foi referido ao longo deste trabalho que, nos ensaios laboratoriais onde se pretende levar a

amostra de betão à rotura, aparecem roturas satisfatórias.

Figura 6. Rotura satisfatória

Estas roturas podem ser consideradas satisfatórias, pois, como todas as faces estão fissuradas

aproximadamente da mesma forma.

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5. Conclusão

Em relação aos resultados obtidos nos ensaios de compressão aos 28 dias, verificou-se,

relativamente às tensões de rotura, que tal como o esperado. Todos provetes ensaiados

apresentaram uma rotura satisfatória. Apos cálculos e uma análise cuidadosa concluiu-se que

tratou-se de betões pertencentes as classes C16/20 e C25/30 para as empresas Jiang Su e Gabriel

Couto respectivamente.

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6. Bibliografia

[1]. COUTINHO, A; GONCALVES, A; Fabrico e propriedades do betão; volume I;

Lisboa; Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1992.

[2] COUTINHO, A; GONCALVES, A; Fabrico e propriedades do betão; volume I;

Lisboa; Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1992.

[3]. NP EN 1992-1-1, Euro código 2: Projecto de estrutura de betão. Parte 1-1: regras

gerais e regras para edifício; 2008.

[4]. NP EN 12390-3, Ensaios do betão endurecido. Parte 3: Resistência à compressão dos

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[5].NP EN 12390-4, Ensaio de Betão endurecido. Parte 4: Resistência a compressão.

Característica da máquina de ensaio; 2003

[6]. NP EN 12390-2, Ensaio do betão endurecido. Parte 2: Execução e cura dos provetes

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[7]. NP EN 206-1, Betão. Parte 1: especificação, desempenho, produção, e conformidade;

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[8]. NP EN 206-93- Betão: comportamento, produção, colocação em obras e critérios de

conformidade- IP; Lisboa.

[9]NEVILLE, AM; Properties of concrete. EUA, Longman Scientific & Technical, 1993.

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7. Anexo

7.1.Anexo 1. Resultados laboratoriais de ensaio de compressão do betão.