Relatorio de Ecossistemas Regionais - Restinga

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA E ZOOLOGIA CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MODALIDADE A DISTÂNCIA RELATÓRIO DA ATIVIDADE ECOSSISTEMAS REGIONAIS RESTINGA - FLORA CÍNTIA KARINA ELIZANDRO CLAUDIA PACHECO PEDRO DALVANA LAURENÇO ANASTÁCIO FABIANA DANIEL

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Ecologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA E ZOOLOGIA CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MODALIDADE A DISTÂNCIA

RELATÓRIO DA ATIVIDADE ECOSSISTEMAS REGIONAISRESTINGA - FLORA

CÍNTIA KARINA ELIZANDROCLAUDIA PACHECO PEDRO

DALVANA LAURENÇO ANASTÁCIOFABIANA DANIEL

Araranguá2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA E ZOOLOGIA CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MODALIDADE A DISTÂNCIA

RELATÓRIO DA ATIVIDADE ECOSSISTEMAS REGIONAISRESTINGA - FLORA

Trabalho apresentado na disciplina de Introdução a Ecologia do curso de Ciências Biológicas. Professores Maurício Petrucio e Natália Hanazaki.

CÍNTIA KARINA ELIZANDROCLAUDIA PACHECO PEDRO

DALVANA LAURENÇO ANASTÁCIOFABIANA DANIEL

Araranguá2009

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RESUMO

A restinga é um dos ecossistemas mais degradados dentro do bioma Mata Atlântica. Neste estudo esta comunidade foi estudada na localidade de Balneário Morro dos Conventos, pertencente ao município de Araranguá. O enfoque foi dado sobre a flora local, que de acordo com diversas pesquisas e observações em campo pode ser singelamente delineada em seus contornos mais básicos. A vegetação da restinga sofre a influência de muitos fatores, que lhe conferem algumas características específicas. Devido à ação constante dos ventos, do solo pobre em nutrientes, da exposição ao alto calor e a intensa luminosidade, por sofrer soterramentos, pela carência de água em algumas localidades, contrapondo ao excesso que outras sentem nas baixadas alagadas, por exemplo, a vegetação desenvolveu mecanismos adaptativos a essas condições ambientais, tais como resistência à salinidade, capacidade de armazenar água, mecanismos para a reflexão da luz, folhas modificadas, entre outros. A vegetação da Restinga do Morro dos conventos apresenta-se de forma bastante heterogênea, dividida em conjuntos distintos como se fossem diferentes ecossistemas interligados entre si. Foi possível identificar alguns dos impactos causados pelo homem no ecossistema local. A presença de uma espécie que está em extinção entre uma variedade florística de riquíssima compleição sinaliza a urgência de preservação desse local que serve como refúgio para diversas formas de vida e para a manutenção de um equilíbrio indispensável à qualidade da vida local.

Palavras chave: Restinga. Ecossistema. Mata Atlântica.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 5

2 MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................... 5

3 ÁREA DE ESTUDO.................................................................................................... 6

4 RESTINGA.................................................................................................................. 7

4.1 A Flora.................................................................................................................... 8

5 A FLORA DA RESTINGA DO MORRO DOS CONVENTOS............................. 8

6 IMPACTOS DA AÇÃO ANTRÓPICA SOBRE A FLORA LOCAL.................. 14

7 CONCLUSÕES.......................................................................................................... 15

8 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 16

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1 INTRODUÇÃO

A restinga, apesar de despertar grande interesse no meio científico, é um

ecossistema muitas vezes desprezado por aqueles que por ele transitam com um olhar

descuidado. Devido a sua localização litorânea, esse ecossistema é um dos mais

degradados dentro do bioma Mata Atlântica, primeiro por sua fragilidade característica,

que associada aos fatores antrópicos como a ocupação humana para habitação e turismo,

resulta num quadro desolador, causando uma série de prejuízos ambientais. Criando

dessa maneira, riscos a sobrevivência de muitas espécies da fauna e flora, inclusive de

plantas com propriedades medicinais. Contribuindo também para desequilibrar os

mecanismos de fixação das dunas, que por sua vez, repercutem em outros problemas

como a mobilidade dessas, e diminuição das zonas de absorção de águas das chuvas,

intensificando alagamentos, entre várias outras conseqüências que sempre seguem a

alteração do equilíbrio outrora sustentado por específicos ecossistemas.

Neste estudo, está sendo realizado um contato mais íntimo com a flora desse

ecossistema, na localidade de Morro dos Conventos, município de Araranguá no sul

catarinense. Pretendendo dessa maneira, reconhecer as características principais da

flora, algumas de suas interações nesse ecossistema.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Para iniciar este trabalho, foram realizadas pesquisas em diversas fontes, na

Internet (sites, dissertações), livros, EIA-RIMA Morro dos Conventos – Interpraias.

Também foi realizada uma entrevista com Rosabel Bertolin Daniel, autora da

dissertação: FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DA RESTINGA HERBÁCEO-

ARBUSTIVA DO MORRO DOS CONVENTOS, ARARANGUÁ, SC.

Primeiramente foi necessário começar a entender os conceitos básicos que

constituem um ecossistema, para daí então, partir para uma pesquisa mais prática, a

campo, onde o grupo pode constatar sua total inexperiência neste tipo de exploração.

Porém, com bastante vontade e entusiasmo foi possível identificar e reconhecer aspectos

muito interessantes da restinga. O método a princípio foi meio intuitivo, mas

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direcionamos melhor nossa pesquisa utilizando o roteiro disponibilizado pelos

professores e tutores da disciplina. As áreas visitadas foram divididas em três setores,

pois apresentam características diferentes, foram coletadas informações referentes à

parte localizada sobre a falésia, a parte sobre as dunas e a parte da baixada, que fica

entre as dunas e o paredão da falésia. Além disso, foram também observadas e

registradas algumas circunstâncias do entorno que influenciam no ecossistema em

questão. Diversas anotações foram realizadas, e captadas imagens em câmeras digitais,

para que o grupo de pesquisa pudesse identificar algumas espécies por meio de

consultas comparativas na Internet e em outras fontes, para dessa forma, conhecer

melhor as espécies de ocorrência no ecossistema.

3 ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi realizado junto à restinga de Morro dos Conventos, município de

Araranguá, sul do estado de Santa Catarina. O Balneário Morro dos Conventos está

localizado a aproximadamente a 12 km do centro da cidade de Araranguá, e ocupa uma

área de 7 km de costa, entre a barra do rio Araranguá e o município de Balneário Arroio

do Silva.

A flora da restinga localizada no Morro dos Conventos apresenta uma

complexidade na sua distribuição devido a algumas características topográficas:

Visual cênico aparentemente homogêneo, representado pela configuração geomorfológica de ampla planície costeira-marinha, onde se destacam, contudo, feições topográficas variadas como dunas (móveis, semi-fixas e fixas), terraços, planícies, depressões, lagoas, lagunas, cursos d’água de pequeno e grande porte e morros isolados, nas quais se estabelece um mosaico vegetacional de significativa heterogeneidade denotando ecossistemas de singular complexidade. (RIMA interpraias, p.67)

Tendo em vistas essa heterogeneidade, a principio visitamos alguns trechos de

áreas específicas, divididas dessa maneira: área 1 – parte superior da falésia

28°56’03.17”S e 49°21’43.86”O, área 2 – dunas perpendiculares à falésia

28°56’14.80”S e 49°21’51.74”O, separadas dessa pela área 3. Área 3 – baixada úmida

(alagadiça)28°56’12.59”S e 49°56’12.59”S e 49°21’50.53”O, e área 4 – dunas frontais

em relação ao mar (2 setores: a 28º56’19.82”S e 49°21’37.86”O e b 28°56’27.14”S e

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49°21’37.86”O). Sendo que, devido ao grau de alagamento elevado apresentado no dia

da visitação na área 3, realizamos apenas registros da impressão visual, sem maiores

detalhamentos dessa área.

FIGURA 1: ÁREA DE ESTUDO FONTE: Adaptado do Google Earth

4 A RESTINGA

Os ecossistemas de restingas ocupam cerca de 5000 km da costa brasileira. Entre

as diversas definições que foram encontradas para conceituar a restinga, todas

convergem para descrevê-la como um ecossistema fortemente associado ao oceano,

com características vegetais próprias estreitamente relacionadas às condições edáficas e

atmosféricas. Esses ecossistemas costeiros ocupam locais diversos como praias, dunas e

as depressões associadas a estas, cordões arenosos, terraços e planícies, e são

constituídos pelas comunidades de plantas e animais e pelos elementos abióticos do

espaço físico onde se encontram.

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4.1 A flora

A vegetação da restinga, a primeira vista não revela a importância e beleza que

ela representa ao meio ambiente e aos olhos mais atentos. Segundo o CONAMA:

A vegetação de restinga compreende formações originalmente herbáceas, subarbustivas, arbustivas ou arbóreas, que podem ocorrer em mosaicos e também possuir áreas ainda naturalmente desprovidas de vegetação; tais formações podem ter-se mantido primárias ou passado a secundárias, como resultado de processos naturais ou de intervenções humanas. Em função da fragilidade dos ecossistemas de restinga, sua vegetação exerce papel fundamental para a estabilização dos sedimentos e a manutenção da drenagem natural, bem como para a preservação da fauna residente e migratória associada à restinga e que encontra neste ambiente disponibilidade de alimentos e locais seguros para nidificar e proteger-se dos predadores. (CONAMA Nº 261/99)

Portanto, a vegetação da restinga, e sua conservação, são pressupostos

fundamentais para a existência desse ecossistema, assim como acontece em qualquer

outro, são relacionamentos indissociáveis.

A vegetação da restinga sofre a influência de muitos fatores, que lhe conferem

algumas características específicas. Devido à ação constante dos ventos, do solo pobre

em nutrientes, da exposição ao alto calor e a intensa luminosidade, por sofrer

soterramentos, pela carência de água em algumas localidades, contrapondo ao excesso

que outras sentem nas baixadas alagadas, por exemplo, a vegetação desenvolveu

mecanismos adaptativos a essas condições ambientais, tais como resistência à

salinidade, capacidade de armazenar água, mecanismos para a reflexão da luz, folhas

modificadas, entre outros.

5 A FLORA DA RESTINGA DO MORRO DOS CONVENTOS

A vegetação da Restinga do Morro dos conventos apresenta-se de forma

bastante heterogênea, dividida em conjuntos distintos como se fossem diferentes

ecossistemas interligados entre si. Para tanto, a análise que se segue está divida em áreas

específicas de acordo com o descrito no tópico 3.

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Na vegetação localizada na parte superior da falésia (área 1) é possível observar

a formação de um capão arbustivo e arbóreo, contrastando com a aridez da paisagem.

Neste ambiente, a alta densidade vegetativa proporciona a formação de um microclima,

mantendo o interior desse capão com temperaturas bem mais amenas em relação às

áreas de seu entorno, a saber: dunas, áreas de vegetação herbáceo-arbustiva e áreas

desmatadas. A flora predominante é herbáceo-arbustiva, porém, um diferencial nessa

área é a presença arbórea, ainda que escassa, com algumas árvores emergentes,

atingindo a altura máxima aproximada de seis metros. Mais uma diferença percebida

com relação às outras áreas da restinga é a presença de serrapilheira significativa, porém

superficial, constituída basicamente de folhas e restos vegetais com coloração variando

em tons de amarelo, marrom e cinza, essa mesma serrapilhareia também contribui para

que o solo desse local, apesar de arenoso, contenha mais matéria orgânica e seja

aparentemente mais rico em nutrientes que a das outras áreas observadas, a presença da

serrapilheira e a densidade vegetal, também propiciam a manutenção da umidade do

solo, podendo inclusive ser observada a presença de limo no local. Algumas espécies

são beneficiadas pela sombra relativa formada pelo filtro de árvores e arbustos de maior

altura, estimulando o crescimento de espécies herbáceas (arbustivas e rastejantes), de

trepadeiras e gramíneas, apresentando uma altíssima densidade de cipós. Porém,

algumas espécies arbustivas, não apresentam um bom crescimento no interior desse

capão em comparação com as mesmas espécies encontradas na bordadura dessa área,

que apresentam um crescimento bem mais significativo devido a maior exposição à luz.

Portanto, nesse quesito existe competição entre algumas espécies. Nas árvores foi

registrada a presença de líquenes e musgos. Não foi possível identificar a existência ou

não de espécies endêmicas, mas em toda a extensão da parte superior da falésia existem

muitos exemplares da palmeira Trithtinax brasiliense, que de acordo com o EIA-RIMA

– Morro dos Conventos, está em extinção. Algumas plantas, como árvores, estavam

apresentando frutos simples, indeiscentes. Foram ainda registradas presença de

bromélias, cactáceas e diversos exemplares herbáceos em floração, sendo visitados por

insetos polinizadores como abelhas, entre outros. Há um grande índice de herbivoria.

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FIGURA 2: ÁREA 1FONTE: câmera digital – visita a campo pelo grupo

FIGURA 3: Trithtinax brasiliense – palmeira em extinçãoFONTE: câmera digital – visita a campo pelo grupo

Já nas áreas 2 e 4a do estudo, as características edáficas são completamente

diferentes da área 1, estas são formadas essencialmente de areia, sendo que a

serrapilheira pode ser considerada irrelevante, nesses locais a vegetação é herbácio-

arbustiva, exposta as condições climáticas severas, com forte ação dos ventos e alta

luminosidade associada a um solo com baixíssima umidade. Os arbustos maiores que

destacam-se em meio a vegetação rastejante apresenta altura entre 1 e 1,5 metros. Na

área 4a que é mais baixa existe uma grande densidade de juncos, sendo essa área sujeita

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a alagamentos quando ocorrem alto índice de chuvas. Também nessa área, protegida por

arbustos e emaranhado de vegetação rastejante foi encontrado uma espécie de bromélia.

Há no local uma significativa presença de samambaias. Na área 2 identificamos também

a presença de espécies com reconhecido valor terapêutico, como a Cordia curassavica,

popularmente conhecida como erva-baleeira. Esse habitat aparentemente bastante

inóspito serve de abrigo para algumas espécies da fauna, como alguns insetos,

aracnídeos, entre outros. A vegetação estava com grande número de espécies com

floração.

Neste local ocorrem espécies que atuam como fixadoras das dunas. Segundo Rosabel Bertolin Daniel (2006, p 54), Entre as espécies fixadoras de dunas, na restinga do Balneário Morro dos Conventos, destacam-se pela freqüência e adaptação ao soterramento: Panicum racemosum; Spartina ciliata; Blutaparon portulacoides; Ipomoea pes-caprae; Hydrocotyle bonariensis e Senecio crassiflorus.

FIGURA 4: Detalhe área 2 – Panicum racemosumFONTE: câmera digital – visita a campo pelo grupo

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FIGURA 5: Detalhe área 4aFONTE: câmera digital – visita a campo pelo grupo

Na área 3 que é uma baixada úmida localizada entre as dunas e a falésia, pode

ser reconhecida uma área de transição entre as duas, porém com características próprias

e alguns representantes específicos, porém essa área foi superficialmente analisada.

FIGURA 6: Área 3FONTE: câmera digital – visita a campo pelo grupo

Na área 4b que são as dunas mais próximas à praia, existe uma vegetação

semelhante as áreas 2 e 4b, porém bem mais escassa, e o maior problema identificado

nessa área foi a presença da exótica invasora Casuarina equisetifólia, cujas folhas que

caem forrando o solo onde se encontram, impedem o desenvolvimento da vegetação

nativa, ou seja, estão competindo com a restinga.

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FIGURA 7: Detalhe área 4bFONTE câmera digital – visita a campo pelo grupo

FIGURA 8: Casuarina equisetifóliaFONTE: câmera digital – visita a campo pelo grupo

A diversidade da flora local é significativa. De acordo com Rosabel Bertolin

Daniel (2006, p 27) sobre a restinga do Balneário Morro dos Conventos, obteve os

seguintes dados de pesquisa:

As famílias mais representativas foram: Poaceae com 19 gêneros e 30 espécies; seguida por Asteraceae com 15 gêneros e 19 espécies; Cyperaceae com 7 gêneros e 12 espécies e Fabaceae com 7 gêneros e 9 espécies. Essas 4 famílias contribuíram com 55,17 % dos gêneros e 61,29 % das espécies

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registradas no presente estudo; as demais famílias representam 44,83 % dos gêneros e 38,71 % das espécies.

6 IMPACTOS DA AÇÃO ANTRÓPICA SOBRE A FLORA LOCAL

Foi possível identificar alguns dos impactos causados pelo homem no

ecossistema local. Primeiramente sobre a vegetação da parte superior da falésia, que

ficou reduzida a capões pelo desmatamento de grande parte da vegetação nativa. O

próprio acesso ao Balneário foi construído de maneira bastante agressiva, dinamitando a

falésia para a abertura da estrada, abrindo caminho para facilitar a interação humana

com este ambiente de singular beleza, que devido aos seus atrativos naturais atrai

muitos turistas ao local nos períodos quentes, com altíssima concentração de

frequentadores no verão. As dunas do balneário atraem muitas pessoas para a prática do

sand board, tendo como conseqüência um pisoteamento excessivo da vegetação que

ocorre nas dunas, causando consideráveis danos ao seu desenvolvimento. A construção

de casas em áreas que seriam espaços de mobilidade das dunas e sua vegetação também

é outro problema percebido, além da introdução de espécies como a exótica invasora

Casuarina equisetifólia, que acabam competindo com as espécies nativas e causando

um desequilíbrio a mais no ecossistema.

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7 CONCLUSÕES

Neste estudo foi possível reconhecer a Restinga do Morro dos Conventos, como

um ecossistema complexo e heterogêneo, onde a vegetação se apresenta com

características variadas, delineadas fortemente pelos fatores abióticos local. A presença

de uma espécie que está em extinção entre uma variedade florística de riquíssima

compleição sinaliza a urgência de preservação desse local que serve como refúgio para

diversas formas de vida e para a manutenção de um equilíbrio indispensável à qualidade

da vida local. A criação de um parque seria a medida mais sensata para a preservação

desse ecossistema. Visitas de estudantes com um olhar dirigido sobre as questões

ecológicas seriam de grande valia para que pessoas mais conscientes estivessem aptas a

atuar de maneira preservacionista no tocante as restingas e consequentemente em

relação a todos os ecossistemas.

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8 REFERÊNCIAS

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Aprova parâmetro básico para análise dos estágios sucessionais de vegetação de restinga para o Estado de Santa Catarina. Resolução n.261, de 30 de junho de 1999. Lex: Coletânia de Legislação e Jurisprudência, Publicação DOU, p. 29-31, agosto, 2. sem. de 1999. Legislação Federal e marginália.

DANIEL, R.B. Florística e fitossociologia da restinga herbáceo-arbustiva do Morro dos Conventos, Araranguá,SC. 2006. 67 f. Dissertação – Mestrado em Ciências Ambientais, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, Santa Catarina, 2006.

PROSUL. Relatório de Impacto ao Meio Ambiente-RIMA: Rodovia Interpraias SC-100. 2006.

SÓCIO AMBIENTAL, CONSULTORES ASSOCIADOS. Estudo de Impacto Ambiental: Complexo Ecoturístico Morro dos Conventos. 1.ed. Florianópolis: 2001.