RELATÓRIO DE CONJUNTURA: GÁS e TERMOELÉTRICAS · projeto provedor de informaÇÕes sobre o setor...

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RELATÓRIO DE CONJUNTURA: GÁS e TERMOELÉTRICAS Agosto de 2008 Nivalde J. de Castro Roberta Bruno PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS– FINANCEIRAS DO SETOR ELÉTRICO

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RELATÓRIO DE CONJUNTURA:

GÁS e TERMOELÉTRICAS

Agosto de 2008

Nivalde J. de Castro

Roberta Bruno

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS–FINANCEIRAS DO SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES

SOBRE O SETOR ELÉTRICO

RELATÓRIO MENSAL

ACOMPANHAMENTO da CONJUNTURA: GÁS e TERMOELÉTRICAS

AGOSTO de 2008

Nivalde J. de Castro Roberta Bruno

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS – FINANCEIRAS DO SETOR ELÉTRICO

Índice: 1 – GÁS NATURAL ............................................................................................................. 4

1.1 – GÁS NATURAL e GASODUTO ............................................................................. 4 1.2 – DISTRIBUIDORAS.................................................................................................. 5 1.3 – OFERTA e DEMANDA ........................................................................................... 6 1.4 – GNL........................................................................................................................... 7 1.5 – LEILÕES................................................................................................................... 8 1.6 – QUESTÃO DO GÁS BOLIVIANO.......................................................................... 9

2 – TERMOELÉTRICAS.................................................................................................. 11

2.1 – TÉRMICAS A GÁS ................................................................................................ 11 2.2 – ENERGIA NUCLEAR............................................................................................ 13 2.3 – OUTRAS FONTES DE ENERGIA ........................................................................ 18

Relatório Mensal de Acompanhamento da Conjuntura de Gás e Termoelétricas(1)

Nivalde J. de Castro(2) Roberta Bruno(3)

1 – GÁS NATURAL

1.1 – GÁS NATURAL e GASODUTO

Delcídio Amaral critica politização das discussões sobre o marco regulatório do gás

O senador Delcídio Amaral criticou ontem (18/08) a politização das discussões sobre o marco regulatório do gás natural. A situação chegou a tal ponto que há senadores da base do governo aliados à oposição e senadores da oposição aliados ao governo, disse o senador, que preside a Comissão de Regulamentação dos Marcos Regulatórios do Senado. O senador defendeu a aprovação imediata de um novo marco regulatório para o setor, mesmo que não atenda aos interesses de todos. "É muito melhor ter alguma regra do que não ter regra nenhuma. É aquela história: ruim com ela, muito pior sem ela. O setor precisa minimamente de uma regulação." (19.08.2008)

Rondônia reivindica construção de gasoduto e criação de ZPE

Depois das hidrelétricas, o Estado de Rondônia se esforça para concretizar dois projetos: a construção do gasoduto Urucu-Porto Velho, capaz de viabilizar um novo pólo gás-químico, e a criação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) voltada ao fornecimento de produtos manufaturados para o mercado andino. O projeto do gasoduto, diz-se em Porto Velho, enfrenta um amplo leque de resistências: do MME, da Petrobras (por estar sobrecarregada com investimentos em outras áreas, como a exploração da camada pré-sal), do governo do Amazonas (para supostamente não dividir as reservas de gás de Urucu, que fornecerá o insumo também para a indústria de Manaus). Governo estadual, prefeitura, empresários e toda a bancada de parlamentares do Estado têm se mobilizado pela inclusão do empreendimento no PAC. (19.08.2008)

Lei do Gás: Impasse continua

(1) Participaram da elaboração deste relatório como pesquisadores Roberto Brandão, Bruna de Souza Turques, Rafhael dos Santos Resende, Diogo Chauke de Souza Magalhães, Débora de Melo Cunha e Luciano Análio Ribeiro. (2) Professor do Instituto de Economia - UFRJ e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico. (3) Assistente de Pesquisa do GESEL-IE-UFRJ

O Projeto de Lei da Câmara 90/2007, que estabelece um marco regulatório para o mercado de gás natural, voltará a ser debatido na próxima terça-feira (26/08) quando se reunirão os Senadores Aloizio Mercadante (PT/SP), membro da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), e Jarbas Vasconcelos (PMDB/PE), relator da matéria na CCJ do Senado Federal, para definir se a votação do parecer ao PLC 90/07, chamado pelos agentes do mercado de Lei do Gás, estará na pauta da 35ª. Reunião Ordinária da Comissão, que acontece em 27/08. Porém, fontes do próprio Senado Federal afirmam que um acordo entre os senadores é praticamente impossível. (21.08.2008)

Acordo sobre a Lei do Gás pode ser negociado esta semana

Enquanto o governo discute o que fazer com os bilhões a serem gerados pela reserva de petróleo da camada pré-sal, outro projeto ligado ao petróleo e que envolve cifras bilionárias enfrenta disputa acirrada no Senado. Acordo sobre a chamada Lei do Gás, que disciplina a exploração, estocagem, transporte e distribuição de gás natural, pode ser negociado esta semana para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) votar a matéria. A queda-de-braço na CCJ contrapõe os estados e suas distribuidoras - favorecidos pelo relator, senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) - ao governo federal, Petrobras e grandes consumidores industriais, que defendem o texto aprovado na Câmara. (23.08.2008)

Custos e tecnologia impedem exploração

Especialistas de petróleo avaliam que, apenas a reserva de gás da área de Júpiter, o único da região do pré-sal a registrar apenas a existência de gás, bastaria para garantir a auto-suficiência brasileira no combustível. Mas, desafios tecnológicos e custos proibitivos podem atrasar a produção na Bacia de Santos. Além da falta de equipamentos em todo o setor de petróleo no mundo, o dilema enfrentado pela Petrobras - operadora do bloco com 80% de participação em parceria com a Galp (20%) - está relacionado à forma de retirada do gás de uma profundidade de mais de seis quilômetros no fundo do mar e no seu transporte para os centros de consumo. Segundo técnicos do setor, instalar gasodutos a esta profundidade é praticamente inviável, por conta dos custos. Estudos geológicos mostram que somente a área de Júpiter teria o equivalente a toda a reserva de 300 bilhões de metros cúbicos existentes hoje no País e produziria sozinha até 50 milhões de metros cúbicos de gás por dia. (26.08.2008)

1.2 – DISTRIBUIDORAS

Comgás aprova emissão de R$ 100 mi em debêntures

O conselho de administração da Comgás aprovou a emissão de R$ 100 milhões em debêntures pela companhia. Será emitido um único papel, no valor integral da emissão, o que possibilitará à companhia pedir dispensa de registro junto a CVM. O papel terá data de emissão de 05 de agosto, e o vencimento será em 2014. A remuneração do papel será composta pelo Certificado de Depósito Interfinanceiro mais um spread de 1,5% ao

ano. A amortização da dívida será feita em três vezes, a partir do ano de 2012. O banco coordenador da emissão será o Bradesco BBI. (05.08.2008)

Comgás emite R$ 100 milhões em título único de debênture

A Comgás anunciou ontem a abertura e o encerramento de a emissão de uma série única de debêntures no valor de R$ 100 milhões, com a oferta de apenas um título. O prazo de vencimento do papel é de seis anos, com base na data oficial de seu lançamento (5 de agosto). O papel é simples e não conversível em ações. Sua remuneração se dará pela variação dos Depósitos Interfinanceiros de um dia, mais spread de 1,5% ao ano. O coordenador da emissão é o Banco Bradesco, e a negociação da debênture no mercado secundário é permitida. (22.08.2008)

1.3 – OFERTA e DEMANDA

Consumo médio de gás natural chegou a 50 milhões de m³/dia no primeiro semestre

O consumo médio do gás natural em todo o Brasil, no primeiro semestre de 2008, cresceu 29,5% em comparação com o ano passado, chegando a uma média de 50 milhões de m³/dia, ante os 38,6 milhões de m³/dia consumidos em 2007. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado, somente o segmento de geração elétrica consumiu uma média de 13,3 milhões de m³ por dia, montante 254% maior que o consumo verificado em 2007. (04.08.2008)

Petrobras: Gás & Energia reverte prejuízo no segundo trimestre deste ano

A área de Gás e Energia da Petrobras reverteu prejuízo de R$ 396 milhões no do segundo trimestre do ano passado, para alcançar um lucro de R$ 237 milhões. As vendas de gás natural passaram de 45 milhões de metros cúbicos por dia para 59 milhões de metros cúbicos por dia. O resultado se deveu, além do maior volume comercializado, da recomposição dos preços do gás, considerados pela estatal defesados no último semestre. No primeiro semestre, segundo o balanço divulgado nesta segunda-feira, 11 de agosto, a área de Gás & Energia teve prejuízo de R$ 159 milhões, reduzindo em 70% o montante de R$ 531 milhões acumulados em igual período do ano passado. (11.08.2008)

SP volta a pedir à Petrobras ampliação da oferta de gás

A secretária de Energia de São Paulo, Dilma Pena, e a Fiesp entregaram na última sexta-feira à diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Foster, novo pedido de ampliação da oferta de gás natural para o setor industrial paulista. São Paulo quer que a Petrobras feche um compromisso de oferta adicional de gás até 2010. O objetivo é conseguir as mesmas garantias de fornecimento de combustível obtidas pela Aneel. Pelo acordo, a Petrobras é obrigada a disponibilizar gás para a geração térmica caso

necessário. Além disso, o Estado negocia um acordo para assegurar fatia da produção do campo de Mexilhão, localizado na bacia de Santos, para o setor industrial paulista. A Comgás suspendeu todas as negociações de aumento de oferta com o setor industrial. (19.08.2008)

Produção de gás da Petrobras aumenta 18,7% no mês de julho

A produção de gás da Petrobras no Brasil, excluindo o volume liquefeito, cresceu 18,7% em julho de 2008, em relação ao mesmo mês do ano passado, chegando a 52,255 milhões de metros cúbicos, e permaneceu estável em relação ao mês anterior. Se somadas a produção de petróleo e gás, somente no Brasil foram produzidos 2.195.855 barris de óleo equivalente por dia, indicando um aumento de 5% sobre a produção de petróleo e gás de julho de 2007. (19.08.2008)

Aumento da produção pode tornar Brasil exportador

A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou que a entrada em operação dos terminais de regaseificação de GNL e o aumento da produção de gás pode levar a empresa a, no futuro, vender gás para o exterior, via mercado spot. De acordo com ela, as vendas dependeriam do volume de chuvas sobre os reservatórios das hidrelétricas, já que o gás só será exportado caso haja pouca necessidade de geração de energia pelas térmicas. (20.08.2008)

1.4 – GNL

Petrobras muda matriz energética e prioriza gás natural liquefeito

Em seu novo plano estratégico, a Petrobras pretende buscar parceiros e realizar captações financeiras no mercado para conseguir financiar o aumento da oferta de energia elétrica em 9,322 mil MW. A expectativa da empresa é que, entre 2012 e 2020, sejam investidos R$ 15 bilhões para a elevação de oferta de energia, dos quais a companhia só deverá entrar com R$ 3 bilhões. De acordo com o gerente-geral de Gás e Energia da Petrobras, José Alcides Santoro Martins, haverá também uma mudança na matriz energética da companhia. Mas a revisão do plano estratégico ainda não foi concluída e deverá ser conhecida em setembro. A participação do gás e de GNL passará dos 24%, de acordo com o já contratado para 2020, para 48%. (06.08.2008)

Petrobras antecipa plano para GNL

Preocupada com a possibilidade de falta de energia na virada do ano, a Petrobrás preparou um plano B para ofertar GNL na região Sudeste já em dezembro. A previsão inicial era de que a segunda unidade de regaseificação do GNL, a ser instalada na Baía de Guanabara, só seria disponibilizada ao mercado a partir de março de 2009, quando o navio Golar Winter será instalado no píer que está sendo construído no local. A área de energia da Petrobrás terá R$ 15 bilhões nos próximos cinco anos (06.08.2008)

Terminal da Petrobras fica pronto em agosto

Ainda no mês de agosto, o terminal de regaseificação de gás natural que a Petrobras está implantando em Pecém (CE) estará concluído. O terminal terá capacidade de regaseificar até sete milhões de metros cúbicos por dia. Ao serem concluídas as obras, o navio Golar Spirit, que já chegou ao país com a primeira carga de gás natural liquefeito, poderá atracar e fornecer o gás para o comissionamento das instalações. (07.08.2008)

Petrobras inaugura unidades no Ceará para gás e biodiesel

O Ceará vive hoje dois acontecimentos importantes para a matriz energética brasileira. Com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras inaugura o Terminal de Regaseificação de GNL de Pecém e a Usina de Biodiesel de Quixadá. O GNL passará a fazer parte da matriz energética brasileira no final de setembro e sua primeira carga sairá para a Petrobras a um custo de US$ 10,50 por milhão de BTU. O valor é equivalente ao preço do gás nacional comercializado hoje no País. (20.08.2008)

Aumento da produção pode tornar Brasil exportador

A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou que a entrada em operação dos terminais de regaseificação de GNL e o aumento da produção de gás pode levar a empresa a, no futuro, vender gás para o exterior, via mercado spot. De acordo com ela, as vendas dependeriam do volume de chuvas sobre os reservatórios das hidrelétricas, já que o gás só será exportado caso haja pouca necessidade de geração de energia pelas térmicas. (20.08.2008)

Lula: prioridade do GNL é para as termelétricas

O GNL processado no terminal de regaseificação do Porto de Pecém (CE), inaugurado nesta quarta-feira (20/8), será destinado ao abastecimento das termelétricas, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Gostaríamos de atender toda a indústria, mas a prioridade é não deixar faltar energia elétrica nas casas das pessoas. Se houver excedente, poderá ser utilizado para outros fins", disse Lula. O presidente descartou qualquer risco de falta de energia e afirmou que o terminal trará uma maior independência na oferta de gás, hoje parcialmente importado da Bolívia. "Um país que tem álcool e gasolina, não pode utilizar o gás, que é algo que não temos a totalidade que precisamos, para outros fins menos nobres", disse Lula. (20.08.2008)

1.5 – LEILÕES

EPE habilita 96 usinas para o leilão de reserva

A EPE habilitou 96 usinas termelétricas, movidas a biomassa, para o Leilão de Energia de Reserva, que será realizado no dia 14 deste mês. Segundo a EPE, a capacidade de geração dos empreendimentos é de 5,2 mil megawatts, mas o volume de energia que pode ser negociado na licitação totaliza 2,1 mil megawatts médios. Ao todo, foram 54

usinas de São Paulo, 15 de Goiás, 12 de Minas Gerais, 7 em Mato Grosso do Sul, 4 de Santa Catarina, 2 do Piauí, uma em Alagoas e outra Mato Grosso. O leilão de reserva terá negociação para entrega de energia a partir de 2009 e 2010. (05.08.2008)

44 usinas vão ao leilão de energia

O primeiro leilão voltado exclusivamente para projetos de co-geração de energia a partir de biomassa poderá jogar no sistema elétrico o equivalente a meia usina de Jirau, entre 2009 e 2010. Para o leilão de energia de reserva, que será realizado na quinta-feira, 44 empresas deram garantias para geração de cerca de 1.160 MW médios. A maior parte, 39 delas, são usinas de açúcar e álcool que produzem energia principalmente a partir do bagaço da cana. Esperava-se uma adesão maior de usinas porque 96 empresas se habilitaram para participar da rodada. Uma das causas da desistência foi o preço de R$ 157 por MW/h, considerado baixo por usineiros. (12.08.2008)

Três usinas vendem "biomassa" em 2009

A negociação para o produto a partir de 2009 do leilão de energia de reserva, primeira licitação do governo específica para contratar energia de térmicas a biomassa, já foi concluída. Três usinas venderam energia nesse produto, negociando 4,4 milhões de MWh. A venda total foi de 35 MW médios, sendo 23 MW médios em 2009, 26 MW médios em 2010 e 35 MW médios partir de 2011. Os contratos de energia de reserva prevêem o escalonamento da disponibilidade da oferta ao sistema. Isso significa que, no primeiro ano, de fornecimento o usineiro precisa entregar, por contrato, no mínimo 30% da energia da usina. Outros 30% são entregues no segundo ano e a partir do terceiro ano a usina entrega o restante da energia. (15.08.2008)

Leilão de reserva: Tractebel Energia comercializa 20 MW médios

O leilão de energia de reserva realizado nesta quinta-feira, 14 de agosto, marcou a entrada da Tractebel Energia no mercado de bioeletricidade. A geradora, em parceria com a Açúcar Guarani, vendeu 20 MW médios que serão produzidos por uma termelétrica de 33 MW, que será construída em uma fazenda do grupo Guarani, no município de Pitangueiras, em São Paulo. O empreendimento exigirá investimentos de R$ 119 milhões. A energia foi comercializada pelo preço total de R$ 158,11 por MWh a ser entregue a partir de janeiro de 2010. (14.08.2008)

1.6 – QUESTÃO DO GÁS BOLIVIANO

Usina completará um ano sem gás

A Termelétrica de Cuiabá completa um ano sem fornecimento de gás natural por parte da Bolívia no dia 1º de setembro. A suspensão do abastecimento a Mato Grosso foi motivado pela redução na produção de gás no país vizinho, que se contrapôs ao aumento na demanda pelo produto. Em abril, havia a perspectiva de que o fornecimento

fosse retomado, a partir do funcionamento de dois novos campos de produção. Porém, informações de uma fonte do Ministério de Hidrocarbonetos da Bolívia, afirmam que está havendo atraso no processo de construção dos campos de extração de gás, fazendo com que a retomada do envio de gás se torne imprevisível. (16.08.2008)

2 – TERMOELÉTRICAS

2.1 – TÉRMICAS A GÁS

Térmicas consomem mais 254% de gás

O consumo de gás natural pelas usinas termelétricas cresceu 254% no primeiro semestre do ano em comparação a igual período do ano passado. Os números, divulgados pela Abegás, indicam que de janeiro a junho o uso de gás natural no segmento geração elétrica foi em média de 13,3 milhões de metros cúbicos por dia. No primeiro semestre do ano, o consumo médio de gás natural em todo o Brasil cresceu 29,5% em comparação a 2007, tendo atingido a média de 50 milhões de m³ por dia, contra os 38,6 milhões de m³ por dia relativos aos primeiros seis meses de 2007. (04.08.2008)

Grupo defende licença para usina no Maranhão

A MPX garante que o licenciamento da usina Termomaranhão não feriu as regras definidas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente e refuta os cálculos feitos pelo Ministério Público sobre sua poluição. Segundo a empresa, o nível de emissões de gases causadores do efeito estufa seguirá padrões mais rigorosos do que aqueles indicados pelo Banco Mundial e semelhante ao das térmicas mais modernas da Europa. Para a MPX, não se pulou qualquer etapa do processo de licenciamento ambiental. A empresa lembra que os procedimentos foram feitos pela Diferencial Energia, vendida posteriormente ao grupo de Eike Batista. (05.08.2008)

Térmicas terão de gerar energia limpa

Num almoço de trabalho em tradicional ponto encontro de políticos da capital, os ministros Edison Lobão e Carlos Minc acertaram que a construção de novas usinas térmicas a gás, óleo diesel e carvão será condicionada à geração de um percentual entre 3% e 5% de energia renovável. Proposto por Carlos Minc, o mecanismo será uma forma de compensar o efeito poluidor das termelétricas. Para receberem autorização de funcionamento, terão de produzir energia eólica, solar ou de biomassa. (07.08.2008)

Expansão de Pecém em análise

A EDB e a MPX concluem até o final do mês os estudos para o projeto de expansão da térmica Porto do Pecém. A informação é do vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da EDB, Antonio José Sellare, que participou nesta segunda-feira (11/8) de reunião da Apimec, na sede da Firjan, no Rio de Janeiro. A expansão do projeto elevará a capacidade da usina de 720 MW para 1.080 MW instalados. Esta etapa deve demandar investimentos da ordem de US$ 700 milhões para iniciar a operação em 2013. A energia produzida será vendida tanto para o mercado cativo quanto para o livre. (11.08.2008)

AES Brasil busca soluções para a térmica de Uruguaiana

A AES Brasil vai começar o processo de término dos contratos bilaterais entre a térmica Uruguaiana e as distribuidoras AES Sul (RS) e Eletropaulo (SP), para buscar soluções para o ativo. O fim da compra da energia, que não vêm sendo fornecida devido à falta de gás da Argentina, foi autorizado esta semana pela Aneel. Segundo Britaldo Soares, diretor-presidente da holding, a prioridade é interromper as perdas financeiras da usina. Segundo a Aneel, os contratos representam 1,30% da carteira de compra de energia da distribuidora paulista e 17,71%, da gaúcha. A agência terá que aprovar os acordos firmados entre as partes, que terão que ser concluído até 2009. (15.08.2008)

Guascor amplia capacidade no PA

A Guascor do Brasil recebeu encomenda de 20 novos grupos geradores de sua matriz na Espanha. As máquinas vão permitir a empresa elevar a produtividade de suas usinas termelétricas no Pará em 14%, apliando a potência das máquinas de 66,8 MW para 75,6 MW. A empresa não revela o valor do investimento. A aquisição dos motores faz parte de um programa de investimento da empresa no Pará. As máquinas vão para as térmicas da empresa instaladas nos municípios de Breves, Óbidos, Oriximiná, Almeirim e Juruti, que remanejarão parte do atual maquinário para outras 20 usinas. (15.08.2008)

Fechada ampliação da UTE Pecém

A EDB e a MPX assinaram nesta quarta-feira (20/8) um memorando de entendimento para a implantação da segunda fase da UTE Pecém (720 MW). O projeto prevê a instalação de uma unidade de geração com 360 MW de capacidade instalada. A implantação da segunda etapa da usina deve demandar algo em torno de US$ 700 milhões e entrar em operação em 2013. A energia será negociada no mercado regulado e também no mercado livre. (20.08.2008)

Abrage diz que geradoras não devem arcar com ônus de geração térmica emergencial

A avaliação da Abrage é de que não cabe às geradoras arcar com o ônus da geração térmica por razão emergencial. Segundo o presidente da Abrage, Flávio Neiva, as geradoras estão cumprindo seus respectivos contratos normalmente. Para ele, a proposta de ratear os custos do despacho térmico fora da ordem de mérito para todos os agentes está fora de contexto porque toda a questão foi debatida no âmbito da resolução do Conselho Nacional de Política Energética 08, editada no final de 2007 e da regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica 306/2008, que alterou as regras de comercialização em função da determinação do CNPE. (21.08.2008)

Térmica de Pecém será ampliada em 360 MW

A Energias do Brasil e a MPX Energia anunciaram nesta semana que vão expandir a usina térmica de Porto do Pecém, no Ceará, para participar do próximo leilão de energia nova A-5 com entrega prevista para 2013, que acontece no final de setembro. A Pecém

II, como será chamada a nova unidade, também vai ser movida a carvão mineral e vai ter capacidade de gerar 360 MW de energia. Os investimentos não foram divulgados, mas para construir a primeira unidade, com capacidade de 720 MW, foram aplicados cerca de US$ 1,3 bilhão. (22.08.2008)

Co-geração qualificada no ES

A Aneel reconheceu a termelétrica da cerâmica Biancogrês, no município de Serra (ES), como co-geração qualificada. Com 4,2 MW de potência, a usina a gás natural atende às exigências da classificação, entre elas ter potência entre 1 MW e 50 MW e atender a requisitos mínimos de fator de capacidade. A agência estabeleceu ainda em 50% o percentual de redução que será aplicado à Tust e à Tusd. O valor será esse enquanto a potência injetada na conexão não exceder 30 MW. (25.08.2008)

2.2 – ENERGIA NUCLEAR

Tarifa de Angra 3 deve ficar na média do mercado

A tarifa da usina nuclear de Angra 3 deverá ficar dentro da média do mercado em 2014, quando entrar em operação, entre R$ 120 e R$ 160 o MW/h, próximo ao valor estipulado para os leilões que o governo realiza este mês para entrega de energia em 2011 e 2013, informou o presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães."Você tem diferentes alternativas quanto às condições de financiamento, regimes tributários diferenciados que podem ser adotados, os mesmos que são adotados para obras do PAC, tem uma série de fatores ligados a fatores fiscais e de financiamento que vão determinar a tarifa", explicou o executivo, justificando a tarifa mais baixa em comparação com o preço da energia vendida pelas outras duas usinas nucleares brasileiras. (05.08.2008)

Eletronuclear vai requerer licença de instalação de Angra 3 ainda esta semana

A Eletronuclear vai entrar com o requerimento da licença de instalação da usina de Angra 3 junto ao Ibama na próxima sexta-feira, 8 de agosto. A informação foi dada nesta terça-feira, 5 de agosto, pelo chefe de gabinete da presidência da Eletronuclear, Leonam Santos Guimarães, durante o Energy Summit 2008. "Sei que o prazo é curto, mas vamos tentar entrar com esse requerimento até a próxima sexta-feira. Já temos o plano básico pronto, que inclui uma solução para o lixo nuclear", afirmou Guimarães. Segundo ele, serão construídos armazenamentos intermediários e de longa duração para rejeitos de baixa e média atividade, que poderão ficar armazenados por até 500 anos. (05.08.2008)

Brasil e EUA discutem sobre energia nuclear

Ontem o ministro Edison Lobão e o secretário-adjunto de Energia dos Estados Unidos, Jeffrey Kupfer, discutiram a cooperação entre os dois países na área de energia nuclear,

entre uma outros temas da área energética. "Os Estados Unidos têm experiência vasta nisto, e nós podemos nos beneficiar dessa experiência", afirmou Lobão. Kupfer, por sua vez, disse que os Estados Unidos vêem a energia nuclear como uma das principais matrizes energéticas e hoje trabalham no sentido de criar novos reatores. Segundo ele, as conversas com o Brasil giram também em torno do uso seguro da energia nuclear. Os dois também discutiram a cooperação nas áreas de biocombustíveis, petróleo e produção de usinas térmicas a carvão. (06.08.2008)

Angra 3: comissão ignora exigência do Ibama

A Comissão Nacional de Energia Nuclear vai desconsiderar na licença de construção de Angra 3 - que deve ser concedida até o fim deste mês - a exigência do Ibama de uma nova solução para depósito do lixo atômico de alta radioatividade. O órgão regulador e fiscalizador da atividade nuclear autorizará a estatal Eletronuclear, responsável pelas obras e operação de Angra 3, a construir o chamado depósito inicial de rejeitos atômicos. O depósito é uma espécie de piscina instalada dentro do prédio auxiliar do reator nuclear, atualmente usado para armazenar o lixo de Angra 2. (12.08.2008)

Minc rebate comissão e diz que usina Angra 3 não terá licença sem reservatório exigido

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, marcou sua posição contra a Cnen e afirmou que a posição do Ibama sobre Angra 3 já está tomada: sem reservatórios nos parâmetros definidos, a usina nuclear não terá a licença de operação concedida pelo órgão ambiental federal. Segundo Minc, a Cnen está "criando problema" ao dispensar a exigência de um novo tipo de depósito (a chamada solução definitiva) para o lixo nuclear da usina, cuja construção deverá começar em setembro. (13.08.2008)

Eletrobrás buscará R$ 7 bi para Angra 3

A Eletrobrás buscará financiamentos de R$ 7 bilhões para a construção da Usina Nuclear Angra 3; os recursos serão repassados à Eletronuclear, responsável pela obra. De acordo com o chefe da Divisão de Relações com Investidores da companhia, Arlindo Soares Castanheira, parte do dinheiro - R$ 4 bilhões - será solicitado ao BNDES, mas que o pedido de empréstimo ainda não foi protocolado. O executivo divulgou a informação em teleconferência, ontem, para comentar os resultados da Eletrobras no primeiro semestre, divulgados na terça-feira à noite. (14.08.2008)

Nova captação para Angra 3

A Eletrobrás planeja captar R$ 400 milhões no mercado ainda este ano. O principal objetivo da operação é levantar recursos para a construção da usina nuclear Angra 3, de 1.350 MW de capacidade instalada, com investimento previsto de R$ 7,5 bilhões. "A Eletrobrás ficará responsável por toda a captação de recursos para a construção de Angra 3. É ela quem vai financiar a obra para a Eletronuclear", disse nesta quarta-feira (13/8) o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da estatal, Astrogildo

Quental, em teleconferência com analistas sobre os resultados do grupo no primeiro semestre de 2008. Quental informou ainda que a companhia aguarda a aprovação de um financiamento especial, de R$ 4,5 bilhões, do BNDES. (13.08.2008)

Angra 2 com bom desempenho em ranking

A usina nuclear de Angra 2 (1.353 MW) apresentou uma performance de destaque no ranking elaborado pela World Association of Nuclear Operators, que avalia o desempenho de usinas do tipo PWR - Siemens/KWU. Os números referem-se aos três últimos anos, quando a usina atingiu o melhor resultado em sua categoria em três dos índices analisados. A unidade brasileira está acima da média em oito dos 13 parâmetros do estudo, que também avaliou, além das usinas alemãs, a Borselle na Holanda, Goesgen na Suíça e Trillo na Espanha. O objetivo do acompanhamento é avaliar, segundo a Eletronuclear, o grau de disponibilidade e de segurança das usinas em todo o mundo e indicar eventuais necessidades de ajustes para melhorar o desempenho. (14.08.2008)

Indefinição trava obra de depósito nuclear

A indefinição sobre o tamanho do programa nuclear brasileiro trava a escolha de um local para o depósito definitivo de rejeitos de alta radioatividade, segundo o presidente da CNEN, Odair Gonçalves. Uma das condições impostas pelo Ibama na licença prévia de Angra 3 foi "apresentar proposta e iniciar a execução do projeto aprovado pelo órgão ambiental para disposição final dos rejeitos radioativos de alta atividade antes do início da operação da unidade 3". Gonçalves afirma que a CNEN tem conversado com o Ibama porque o órgão não deveria fazer a exigência à Eletronuclear, e sim à comissão. (18.08.2008)

Minc diz que argumento de comissão sobre programa é "desculpa esfarrapada"

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que o argumento da CNEN sobre a necessidade de definir o tamanho do programa nuclear brasileiro antes de determinar as condições do depósito final de rejeitos é "uma desculpa esfarrapada". Segundo Minc, caso o depósito não esteja em início de construção dentro de quatro anos, Angra 3 não receberá a licença de operação. Para Minc, a comissão já poderia escolher o local onde será instalado o depósito e elaborar a forma como o elemento combustível será transportado. (18.08.2008)

Comitê tem 60 dias para apresentar política nuclear

O Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, coordenado pela chefe da Casa Civil, ministra Dilma Roussef, terá 60 dias para definir uma política para o setor e resolver o maior impasse até o momento: como armazenar os rejeitos nucleares sem que eles poluam o meio ambiente. Durante a reunião de mais de três horas, ontem,

com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ficou demonstrado também o interesse do governo na construção de submarinos de propulsão nuclear para proteger as jazidas de petróleo na camada de pré-sal descobertas recentemente. Segundo fontes do governo, essa possibilidade ficou mais concreta após a definição de que submarinos a propulsão nuclear não são classificados como submarinos de ataque. (19.08.2008)

Governo está próximo de consenso sobre destinação para lixo nuclear

O grupo criado pelo governo para debater os rumos da política nuclear para o Brasil está perto de chegar a um consenso sobre a destinação do lixo nuclear da Usina de Angra 3 e das próximas que serão construídas no Brasil. O Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro se reuniu ontem (18/08) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deverá apresentar uma proposta conclusiva em 60 dias. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, pediu mais detalhes técnicos sobre a proposta de destinação dos rejeitos, apresentada pelo presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, que garante a segurança do lixo nuclear por mais de 500 anos. (19.08.2008)

País terá mais quatro usinas após Angra, afirma Lula

O Brasil terá quatro novas usinas nucleares depois de Angra 3, definiu ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião no início da noite com um grupo de ministros encarregado da reformulação do programa nuclear brasileiro. A nova fase do programa pós-Angra 3 começará com a construção de duas usinas no Nordeste. Quatro Estados disputam a sua localização: Pernambuco, Bahia, Alagoas e Maranhão. As outras duas usinas ficarão na região Sudeste, definiu o presidente, que afastou as outras propostas em estudo pelo governo e que previam a construção de até mais oito novas usinas. Durante boa parte do tempo da reunião no Planalto, os ministros se detiveram na exigência feita pelo Ibama na licença prévia concedida a Angra 3. (19.08.2008)

Local da nova central nuclear será definido em outubro

A Eletronuclear começará a escolher o local para a nova central nuclear no Nordeste em outubro. Segundo Leonam dos Santos Guimarães, assistente da presidência da estatal, os governos da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco já mostraram interesse em receber a nova central. Em reunião realizada na segunda-feira em Brasília, o governo definiu que o programa nuclear brasileiro incluirá a construção de duas novas centrais nucleares, uma no Nordeste e outra no Sudeste, onde já existe a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. Cada central contará com duas usinas de 1.000 MW cada até 2030, mas elas terão capacidade para a construção de até seis usinas. Segundo Guimarães, o processo de escolha do local levará em conta aspectos como a necessidade de uma fonte fria para resfriamento dos sistemas da usina, proximidade de linhas de transmissão e dos centros de consumo. (20.08.2008)

Cápsula de aço para lixo nuclear

A Eletronuclear apresentou proposta ao MME para armazenamento definitivo dos rejeitos nucleares, durante reunião do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, realizada dia 18/8. A proposta é que o lixo nuclear seja armazenado em cápsulas de aço. Segundo o presidente da empresa, Othon Pinheiro, o modelo foi apresentado nos Estados Unidos e elogiado por órgãos ligados a usinas nucleares. (19.08.2008)

Estudo para nuclear no Nordeste

A Eletronuclear inicia a seleção do local para a implantação de uma central nuclear no Nordeste em outubro. A empresa também pretende instalar outras usinas no Sudeste. As duas regiões deverão receber de até seis nucleares, de 1.000 MW, em cada parque. O presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, apresentou na última segunda-feira (18/08) ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, os objetivos e as metas para a retomada do desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro. (20.08.2008)

Exploração de urânio no CE

As Indústrias Nucleares do Brasil e o governo do estado do Ceará assinarão amanhã (21/08) o protocolo de intenções para a exploração da jazida de Itataia, na cidade de Santa Quitéria. A INB será responsável pela elaboração do cronograma físico das obras de infra-estrutura e a implantação do empreendimento. Com investimentos de R$ 350 milhões, a parceria inédita entre INB e Galvani prevê a quadruplicação da produção de concentrado de urânio e o aumento de 10% na de fosfatados. Na jazida de Santa Quitéria, o fosfato extraído é de responsabilidade da Galvani e o urânio será entregue à INB. A produção anual da mina será de será de 240 mil t de fosfato e 1.500 t de urânio. O início da produção está previsto para 2014e o pico, em 2015. (20.08.2008)

Petrobras: gás boliviano vai receber US$ 1 bi

A Petrobras anunciou que investirá nos próximos cinco anos US$ 1 bilhão para a exploração e o desenvolvimento de campos de gás natural na Bolívia, segundo o presidente da empresa no país andino, Claudio Castejon. A Bolívia prometeu à Argentina, em convênios assinados em 2006, fornecer-lhe de 14 milhões de metros cúbicos diários, a partir de 2010, até 27 MMCD, nos 20 anos de duração do contrato bilateral. (22.08.2008)

Empresa binacional enriquecerá urânio

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner, da Argentina, recebem no dia 6, no Recife, o projeto de uma empresa binacional na área nuclear. Essa instituição não atuará somente no enriquecimento de urânio, como imaginado inicialmente, mas

também na produção de radiofármacos, em projetos nas áreas de saúde e agricultura e no desenvolvimento de reatores de pesquisa e tecnologia de materiais. A empresa será criada com uma restrição intocável: não abarcará a transferência da tecnologia brasileira de enriquecimento de urânio por centrifugação.Lançada em fevereiro, essa empreitada comum antecipou-se à definição do novo programa nuclear brasileiro e forçou o governo Lula a travar um ríspido debate interno, ainda sem conclusão. (25.08.2008)

Alemanha condiciona acordo nuclear com o Brasil à energia renovável

O vice-ministro da Economia alemão, Bernd Pfaffenbach, disse que o país preservou o acordo nuclear com o Brasil, assinado em 1975, por interesse do governo brasileiro. Mas, segundo reportagem da correspondente de O Globo, Graça Magalhães-Ruether, nele foi incluído um acordo para energia sustentável e aumento da eficiência energética, que prevê também a cooperação na área de biocombustíveis. Pfaffenbach esteve no Brasil em maio, integrando a comitiva da chanceler Angela Merkel, para o fechamento do acordo, assinado após anos de polêmica, sobretudo do lado alemão, sobre a continuação ou não do acordo nuclear. (26.08.2008)

2.3 – OUTRAS FONTES DE ENERGIA

Liberadas três unidades geradoras de usina em SP

A Aneel liberou as unidades geradoras UG1, UG2 e UG3, com potência instalada de 4 MW, 1,2 MW e 35 MW, respectivamente, totalizando uma capacidade instalada de 40,2 MW, da usina de propriedade da empresa Cerradinho Açúcar e Álcool. O empreendimento fica localizado no município de Potirendaba, em São Paulo. De acordo com despacho publicado no DO, a usina deveria iniciar a operação comercial nesta sexta-feira, 1º de agosto, quando a energia produzida deverá estar disponível no sistema. (04.08.2008)

Biomassa reduz déficit do sistema

O montante de energia elétrica a partir da biomassa previsto para ser contratado no leilão de reserva, marcado para 14 de agosto, vai reduzir o risco de déficit de suprimento para os próximos anos. A afirmação é do diretor geral do ONS, Hermes Chipp, que participou nesta terça-feira (5/8) do seminário Energy Summit, no Rio de Janeiro. De acordo com o PEN, o risco de déficit de abastecimento para o subsistema Sudeste/Centro-Oeste para 2012 é de 5,4%. Se forem negociados 1.600 MW médios de energia de biomassa no próximo leilão, esse valor cai para 4,5%. Essa oferta adicional também beneficiará o subsistema Sul, cujo risco de déficit baixará de 5,7% para 3,8%, em 2010, e de 6,4% para 4,6%. (06.08.2008)

Usina termelétrica é modelo de negócios entre Brasil e China

Um novo modelo de negócios entre o Brasil e a China está sendo firmado no Sul do país, mais precisamente no município de Candiota, Rio Grande do Sul. É lá que está sendo construída a Fase C da Usina Termelétrica de Candiota, movida a carvão mineral. O projeto está sob responsabilidade do grupo chinês Citic e sob supervisão da Companhia de Geração Termelétrica de Energia Elétrica. O empreendimento de R$ 1,2 bilhão está incluído no PAC. A usina irá gerar 350 megawatts, suficientes para abastecer uma cidade com 1 milhão de habitantes com o perfil do consumidor gaúcho. (08.08.2008)

Empresas de energia já consideram fazer fortes investimentos em energia a partir da biomassa

A participação dos produtos derivados da cana já supera a energia hidráulica na composição das fontes primárias de energia usadas no país, segundo levantamento da EPE. O bagaço está atrás dos produtos derivados de petróleo, ocupando a segunda posição entre as matéria-primas mais utilizadas, e à frente das grandes usinas hidrelétricas. Com esse destaque no ranking, muitas distribuidoras e comercializadoras de energia já consideram fazer fortes investimentos em energia a partir da biomassa. A grande procura por parte desse novo tipo de investidor em co-geração a partir do bagaço deverá acelerar os projetos. Especialistas ouvidos pelo Valor acreditam que a bioletricidade tem potencial para tornar-se o segundo produto mais rentável para as usinas. Hoje, o álcool é a principal receita das usinas, seguido pelo açúcar. (12.08.2008)

Aneel nega enquadramento da UTE Serra do Navio na CCC

A Aneel negou recurso da Amapari Energia para o enquadramento da termelétrica Serra do Navio (23 MW) no ressarcimento do custo de combustíveis por meio da Conta de Consumo de Combustíveis. A Aneel considerou o decreto 2003/1996, que prevê que produtores independentes de energia só tem direito ao benefício, entre outros, se a energia for comercializada com concessionário ou permissionário do serviço público de energia. Além disso, o contrato de comercialização precisa ser homologado pela agência, o que não ocorreu nesse caso. A empresa comercializou a energia da usina com a CEA (AP), que recebeu demanda de 21 MW da MMX Amapá Mineração. A Aneel considerou que a concessionária atuaria em uma intermediação tecnicamente desnecessária somente para receber o benefício, visto que a mineradora e parte da Amapari eram do mesmo grupo em maio, quando foi feito o primeiro pedido pelo benefício. (11.08.2008)

BNDES aprova crédito para a Brasil Bioenergia

O BNDES aprovou financiamento no valor de R$ 128 milhões para a Brasil Bioenergia S.A. (BBE). Os recursos serão utilizados na implantação de uma unidade integrada para extração de óleo vegetal e produção de biodiesel em Nova Andradina, no Mato Grosso do Sul. O montante corresponde a 80% do investimento total, que será da ordem de R$ 160 milhões. Os recursos do BNDES são provenientes da linha de financiamento para projetos de infra-estrutura na área de energia renovável. (12.08.2008)

CPFL cria empresa para biomassa

O presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Jr., anunciou nesta quarta-feira (13/08), a criação da CPFL Bioenergia, unidade exclusiva para investimento em geração a biomassa de cana-de-açúcar. A empresa nasce avaliando 500 MW em projetos e o primeiro negócio de grande porte deverá ser firmado num prazo máximo de 30 dias. A produção das usinas será destinada ao mercado livre, a clientes da classe A4 que contam com desconto na Tusd. A CPFL Brasil, comercializadora do grupo, vai intermediar os contratos com os interessados. (13.08.2008)

BNDES libera R$ 1,2 bi para a Brenco

A Brenco, empresa de álcool comandada pelo ex-presidente da Petrobras Henri Philippe Reichstul, obteve do BNDES financiamento de R$ 1,2 bilhão para implantar quatro unidades de processamento de cana. O projeto -Pólo de Alto Taquari-Mineiros- será montado em Alto Taquari (MT), Costa Rica (MS) e Mineiros (GO), informou o BNDES. Duas das quatro unidades estão previstas para entrar em operação em 2009 e outras duas em 2010. Ao todo, as unidades terão capacidade instalada de moagem de 15 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra e produção de 1,4 milhão de metros cúbicos de álcool. Além disso, poderão vender ao mercado até 220 MW de energia. No total, o projeto está avaliado em R$ 1,8 bilhão, informou o banco. (14.08.2008)

Cosan fornecerá para a CPFL

A Barra Bioenergia, subsidiária da sucroalcooleira Cosan, fechou um contrato de R$ 500 milhões com a CPFL para a venda de até 27 MW médios por um período de 15 anos. A UTE Gasa (80 MW), localizada no município de Andradina (SP) e movida a biomassa, irá fornecer o volume contratado. A usina receberá investimentos de R$ 190 milhões, que poderão ser financiados majoritariamente (90%) pelo BNDES. A Cosan também fornecerá à CPFL 22 MW médios em um período de seis meses devido à conclusão antecipada de seus projetos de co-geração nas usinas Costa Pinto (65,5 MW) e Rafard (43 MW), ambas localizadas em São Paulo. As térmicas têm previsão de início das operações para 2009. (15.08.2008)

Engevix vende 16 MW da biomassa

A Engevix em parceria com a Destilaria de Álcool Cauiá vendeu 16 MW médios no leilão de reserva, realizado dia 14/08. A energia, vendida por R$ 156/MWh, será produzida por uma unidade de 30 MW, sendo 9 MW voltados para o consumo próprio e 5 MW para o mercado livre. A usina de co-geração ficará em Caiuá, no estado de São Paulo, e contará com investimentos de R$ 190 milhões. O início da construção da unidade está previsto para novembro deste ano e a operação comercial em julho de 2010. O grupo Engevix detém 50% do empreendimento e será o responsável pela construção da usina. (15.08.2008)

Projeto prevê US$ 3 bi em álcool e energia

O Grupo Cluster de Energia SA, formado há menos de um ano e que reúne 21 investidores de diversos setores, pretende investir R$ 3 bilhões na implantação de complexo de quatro usinas para a produção de um bilhão de litros de álcool por ano e 500 megawatts de energia na região de Rondonópolis, a 220 quilômetrosde Cuiabá. O projeto foi apresentado há uma semana ao governador Blairo Maggi (PR) pelo diretor do grupo, o investidor José Carlos de Souza Meirelles - ex-secretário das pastas de Agricultura e Ciência e Tecnologia no governo Geraldo Alckmin em São Paulo, entre 1998 e 2006. O grupo prevê que o complexo esteja em plena atividade a partir de 2013. (19.08.2008)

Repar produz mais 37 MW

A Petrobras foi autorizada pela Aneel a estabelecer-se como autoprodutora de energia a partir da ampliação e exploração da térmica instalada na Repar (32 MW), localizada em Araucária, no Paraná. A empresa incluirá mais duas unidades geradoras, uma de 17 MW e outra de 20 MW, no SIN e poderá comercializar o excedente desta geração por cinco anos. Com as obras, a térmica terá capacidade instalada total de 69 MW. A unidade, que utiliza óleo combustível como fonte principal e gás natural como matéria-prima alternativa, deverá ser ampliada até outubro de 2010. A empresa também implantará uma subestação em 230 kV e um sistema de linhas de transmissão com extensão total de 24,4 km na região. (19.08.2008)

Balbo vende energia de cana ao Grupo Rede

O Grupo Balbo, de Sertãozinho (SP), anunciou contrato de venda de 13 MW médios de energia elétrica gerada do bagaço da cana-de-açúcar na unidade São Francisco, para o Grupo Rede. Segundo Jairo Menesis Balbo, diretor da companhia sucroalcooleira, o contrato prevê o fornecimento de energia por 15 anos, a partir de 2010. O valor da negociação entre as duas não foi revelado. (20.08.2008)

CPFL Brasil e Cosan fecham contrato de comercialização de bioeletricidade

A Cosan fechou um acordo para comercialização da energia produzida por uma unidade de cogeração da subsidiária Barra Bioenergia com a CPFL Brasil. O empreendimento receberá investimentos de R$ 190 milhões, dos quais até 90% poderão ser financiados pelo BNDES, onde já foi protocolado o pedido do empréstimo. A unidade Gasa deverá produzir energia para atender a um contrato mínimo de 2,9 milhões de MWh a 3,6 milhões de MWh em um período de 15 anos, a partir de 2009, totalizando cerca de R$ 500 milhões, corrigido anualmente pela IPCA. A Cosan frisou ainda que qualquer excedente também será repassado para a comercializadora. (20.08.2008)