Relatório de Avaliação Institucional - UNEMAT · liação alunos e professores dos cursos...

11111

Relatório de Avaliação Institucional

2003-2005

22222


Universidade do Estado de Mato GrossoReitorVice-ReitorPró-Reitoria de Administração e FinançasPró-Reitoria de Ensino e GraduaçãoPró-Reitoria de Extensão e CulturaPró-Reitoria de Pesquisa e Pós-GraduaçãoPró-Reitoria de Planej. e Desenv. Institucional

Taisir Mahmudo KarimAlmir ArantesWilbum de Andrade CardosoNeodir Paulo TravessiniSolange Kimie Ikeda CastrillonLaudemir Luiz ZartMarcos Francisco Borges

Editora Unemat

Coordenadoria de Avaliação InstirucionalProfessores:(Coordenador) José Carlos de Lima Claudete Inês Sroczyski

Coordenação Marilda Fátima Dias

Diagramação

Projeto Gráfico/CapaRevisão

Edgar Bortoleto Ferreira/Franciano AntunesValter Gustavo DanzerEquipe Editora UNEMAT

Divisão de Design

Copyright © 2005 / Editora UNEMATImpresso no Brasil - 2005

UNEMAT EDITORAAv. Tancredo Neves, 1095 - Cavalhada - Cáceres - MT - Brasil - 78200000Fone/Fax 65 3221 0080 - www.unemat.br - [email protected]

TTTTTodos os Direitos Rodos os Direitos Rodos os Direitos Rodos os Direitos Rodos os Direitos Reservados. É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer formaeservados. É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer formaeservados. É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer formaeservados. É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer formaeservados. É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer formaou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei n° 5610/98) é crime estabele-ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei n° 5610/98) é crime estabele-ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei n° 5610/98) é crime estabele-ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei n° 5610/98) é crime estabele-ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei n° 5610/98) é crime estabele-cido pelo art igo 184 do Código Penal.cido pelo art igo 184 do Código Penal.cido pelo art igo 184 do Código Penal.cido pelo art igo 184 do Código Penal.cido pelo art igo 184 do Código Penal.

33333


AAAAAVVVVVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DALIAÇÃO INSTITUCIONAL DALIAÇÃO INSTITUCIONAL DALIAÇÃO INSTITUCIONAL DALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA UNEMAA UNEMAA UNEMAA UNEMAA UNEMATTTTT

II RELAII RELAII RELAII RELAII RELATÓRIO SÍNTESE DE ATÓRIO SÍNTESE DE ATÓRIO SÍNTESE DE ATÓRIO SÍNTESE DE ATÓRIO SÍNTESE DE AUTUTUTUTUTOOOOO-----AAAAAVVVVVALIAÇÃOALIAÇÃOALIAÇÃOALIAÇÃOALIAÇÃO

44444


55555


… a avaliação nas universidades não pode sereferir apenas aos resultados, mas envolve neces-

sariamente os processos, as competências, oscompromissos e os comportamentos...

(Ildeu Moreira Coêlho, 1997 p. 47)

66666


77777


SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO

APRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO ......................................................................................................................................................................................................................................................................... 09

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO .......................................................... 13

1 APRESENT1 APRESENT1 APRESENT1 APRESENT1 APRESENTANDO A UNEMAANDO A UNEMAANDO A UNEMAANDO A UNEMAANDO A UNEMATTTTT ................................................................................................................................................. 17

2 2 2 2 2 PROCEDIMENT PROCEDIMENT PROCEDIMENT PROCEDIMENT PROCEDIMENTOS OS OS OS OS METMETMETMETMETODOLÓGICOS QUEODOLÓGICOS QUEODOLÓGICOS QUEODOLÓGICOS QUEODOLÓGICOS QUENORTEARAM A AVALIAÇÃO INSTITUCIONALNORTEARAM A AVALIAÇÃO INSTITUCIONALNORTEARAM A AVALIAÇÃO INSTITUCIONALNORTEARAM A AVALIAÇÃO INSTITUCIONALNORTEARAM A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL ......................... 29

33333 ENCONTROS E DESENCONTROS DA AVALIA- ENCONTROS E DESENCONTROS DA AVALIA- ENCONTROS E DESENCONTROS DA AVALIA- ENCONTROS E DESENCONTROS DA AVALIA- ENCONTROS E DESENCONTROS DA AVALIA-ÇÃO INSTITUCIONAL DÇÃO INSTITUCIONAL DÇÃO INSTITUCIONAL DÇÃO INSTITUCIONAL DÇÃO INSTITUCIONAL DA UNEMAA UNEMAA UNEMAA UNEMAA UNEMATTTTT .............................................................................................................. 363.1 Apresentação e análise dos dados quantitativosda UNEMAT no período de 1999 a 2004 ..................... 373.2 Apresentação e análise geral dos dados ................. 46

4 ANÁLISE 4 ANÁLISE 4 ANÁLISE 4 ANÁLISE 4 ANÁLISE DOS RELADOS RELADOS RELADOS RELADOS RELATÓRIOS DTÓRIOS DTÓRIOS DTÓRIOS DTÓRIOS DASASASASAS COMISSÕES COMISSÕES COMISSÕES COMISSÕES COMISSÕESDOS CAMPIDOS CAMPIDOS CAMPIDOS CAMPIDOS CAMPI ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 534.1 Campus de Nova Xavantina ................................... 554.2 Campus de Sinop .................................................. 574.3 Campus de Cáceres .............................................. 614.4 Campus de Pontes e Lacerda ................................. 654.5 Campus de Alto Araguaia ...................................... 664.6 Campus de Alta Floresta ........................................ 674.7 Campus de Tangará Da Serra ................................ 69

CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................................................................................................... 70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................................................... 73

ANEXOSANEXOSANEXOSANEXOSANEXOS ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 75

88888


99999


APRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO

Enquanto Ixnstituição Pública e Patrimônio Social, aUniversidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT reconhe-ce que a avaliação de suas ações é uma necessidade imperio-sa a fim de atingir um referencial de qualidade para o ensino,a pesquisa e a extensão, socialmente comprometida com amaioria da população, mas que também seja cultural e cienti-ficamente significativa.

Nesse processo, entende-se conjuntamente com to-dos aqueles que defendem a Universidade Pública que a mes-ma é um espaço privilegiado para cultura do pensamento sis-tematizado, do debate e da crítica cujo objetivo é a elevaçãocultural e científica tanto da comunidade acadêmica quantodo povo que a mantém. Logo, a cultura da avaliação perma-nente, processual, não punitiva é vital, pois possibilita identifi-car as relações e ações internas e externas necessárias para ofortalecimento da dimensão pública da UNEMAT que se efeti-va através de sua capacidade de representação social, cultu-ral, intelectual e científica.

Essa capacidade, entendida como competência, deveser inovadora e crítica, porém socialmente responsável. Nessecontexto deve estar presente o respeito a diversidade e opluralismo acolhendo os mais diversos elementos que contri-buem para a construção de uma Universidade Pública, dequalidade do ponto de vista acadêmico, científico, cultural esocialmente relevante.

Comungamos assim da idéia que a UNEMAT deveser capaz de formar profissionais compatíveis com as necessi-dades de desenvolvimento do Mato Grosso no plano específi-co e do País de forma geral. Deve, ainda estar em sintonia comas aspirações técnico-artístico-culturais da sociedade.

E é com este referencial que esta gestão "UNEMATDE TODOS" traçou que teria, enquanto princípios estratégicosde Planejamento, Administração e Avaliação Participativa para

1010101010


UNEMAT, os seguintes pontos:1) Indissociabilidade - capacidade de construção dacomplexidade e dialeticidade entre ensino-pesquisa-extensão;2) Autonomia - enquanto capacidade Institucionalde estabelecer diálogos e metodologias com a socie-dade, tornando a UNEMAT referência naquilo que serefere a problematização da realidade dos projetos edas mediações políticos-sociais;3) Democracia - entendida enquanto congruênciade um conjunto de organização e de poderes queatuam na Instituição que não se anulam e não secooptam. Que estabelecem espaços de discussãopara a construção de consensos possíveis para a pro-jeção e a consolidação da UNEMAT;4) Eticidade - que afirma o respeito pela vida, peladiversidade, pela pluralidade e pela publicidade;5) Complexidade - elemento que elucida a inter-rela-ção, a interdependência das partes com o todo e destecom as partes (UNEMAT DE TODOS, 2002).

Tais pontos norteadores, que não são monopóliosdesta gestão e sim princípios já consolidados por todos aque-les que historicamente militam em prol de uma sociedade maisjusta, igualitária e solidária e acreditam que a UniversidadePública é uma aliada indispensável nesta construção, não sematerializam apenas pela vontade dos administradores. É pre-ciso organização, laboração, sistematização, direcionamentoe, acima de tudo, compreensão da necessidade que métodose metas devem e podem ser revistos ou reforçados quandonecessários ou assim compreendidos pelo conjunto social queconstrói esta Universidade.

Neste processo dialetizante a avaliação Institucionaltem papel central. "Concebida como um processo permanen-

1111111111


te que busca o auto-conhecimento da Instituição e possibilitao repensar das ações que estão sendo desenvolvidas é consi-derada um instrumento que busca a inovação e a qualidadeInstitucional, contrapondo a concepção de avaliação comocontrole e fiscalização" (Avaliação Institucional da UNEMAT,2002, p. 11), tal avaliação, de caráter permanente vem con-solidando-se a cada ano, a cada gestão.

Desde seu início (1997), ainda sob o nome dePAIUNEMAT - Projeto de Avaliação Institucional da Universi-dade do Estado de Mato Grosso - busca-se que os princípiosda avaliação seja um valor compreendido e aceito por todos.

Deve-se reconhecer, contudo, que esta trajetória nãoé destituída de tensões, incompreensões e até mesmo, princí-pios de boicotes por parte daqueles que temem ser avaliados.

Cabe a esta Reitoria reafirmar a importância da Avalia-ção Institucional enquanto processo significativo de construção ereconstrução de identidades, afirmação de valores e eficiência deprocessos. Assim, os princípios que sustentam a AvaliaçãoInstitucional da UNEMAT: globalidade, comparabilidade, respei-to à identidade institucional, adesão voluntária, não premiaçãoou não punição, legitimidade e autonomia devem sobrepor aotemor histórico, muitas vezes legítimo, de que a avaliação traz emsua natureza uma carga negativa e até mesmo primitiva.

E é com este espírito que apresentamos aqui o resul-tado do processo avaliativo configurado no ano de 2003.

Tal processo buscou, por meio de adesão voluntáriada comunidade acadêmica, avaliar os seguintes elementos: Do-cente, Discente, Infra-Estrutura, Gestão, Ensino / Currículo, Pes-soal Técnico Administrativo e Relações com a comunidade.

Como em qualquer processo socialmente responsá-vel e academicamente consistente, não foi preciso esperar orelatório final para que houvesse tomadas de atitudes:

• Ampliou-se o número de ofertas de vagas;• Reafirmou-se a política de qualificação do pesso-al da UNEMAT;

1212121212


• Atualizou-se e ampliou-se o acervo bibliográfico;• Implementou-se laboratórios;• Modernizou-se instalações físicas;• Estendeu-se o quantitativo de bolsas a acadêmicos,entre outras ações.

Tal intervenção possibilitou o reconhecimento, juntoao Conselho Estadual de Educação, de 99% de nossos cursose o recredenciamento da UNEMAT enquanto Universidade pormais cinco anos, no mês de março de 2005.

Há muito que se fazer. Mas muito já se fez.A Avaliação Institucional é o nosso referencial. Neste

relatório, que hora é apresentado a comunidade interna e ex-terna, revela-se o cotidiano de uma Instituição que reconheceque é pública e que deve satisfações a seu público e à socieda-de em geral.

Este Relatório explicita que a UNEMAT é construídaem sintonia com outras forças sociais construindo e construin-do-se em sintonia com as ansiedades e aspirações da popula-ção em geral.

Espera-se que este relatório seja indicativo para to-madas e decisões, por todos aqueles que tenham esta respon-sabilidade, seja ainda referencial de Projetos Político-Pedagó-gicos e, acima de tudo, que seja um elemento revelador decompreensão que a UNEMAT (re) é construída por todos osdias, pois ela é de todos e reconhece-se a legitimidade quetodos avaliem e sejam avaliados.

TTTTTaisir Mahmudo Kaisir Mahmudo Kaisir Mahmudo Kaisir Mahmudo Kaisir Mahmudo KarimarimarimarimarimReitor da Universidade do Estado de Mato Grosso

1313131313


INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

Este relatório não está inaugurando o processo deavaliação institucional, pois na UNEMAT se iniciou este pro-cesso no ano de 1994, com a adesão ao PAIUB - Programade Avaliação das Universidades Brasileiras1 que internamenterecebeu o nome de PAIUNEMAT - Programa de AvaliaçãoInstitucional da Universidade do Estado de Mato Grosso. Evem se trabalhando para o fortalecimento da cultura da avali-ação. Para isto, têm-se desencadeado ações para implementarpolíticas que viabilizem esse processo.

Em 2003, com a criação da Pró-Reitoria de Planeja-mento e Desenvolvimento Institucional - PRPDI, o programa deavaliação vinculou-se a ela e foi estruturada a Coordenadoriade Avaliação Institucional - COAVI. Nesse ano foi realizada apesquisa para avaliação do ensino dos cursos regulares.

Hoje, apresentamos a toda comunidade universitáriao relatório final da avaliação institucional que teve inicio noano de 2003 sob a coordenação da COAVI - Coordenadoriade Avaliação Institucional da UNEMAT. Participaram desta ava-liação alunos e professores dos cursos oferecidos regularmen-te na UNEMAT, com o objetivo de avaliar os cursos na suatotalidade a as disciplinas que os constituem. Os dados foramcoletados quase que em sua totalidade, no primeiro semestrede 2003, por Comissões Locais constituídas nos Campi, queelaboraram relatórios parciais que contribuíram com a elabo-ração deste documento que apresentamos.

De acordo com a proposta metodológica que subsi-diou a coleta de dados, informações e opiniões, as Comissõesdos Cursos e/ou Campi deveriam apresentar nos relatóriosparciais (das Comissões) uma sistematização e análise quali-tativa desses dados. Como este procedimento não foi atendi-

1 A trajetória deste processo está publicada no Relatório-síntese da auto-avaliação publicado em julho de 2002 e disponibilizada também na internet:www.unemat.br/avaliacao.

1414141414


do na íntegra, optamos por coletar junto a alguns setores daInstituição e tendo como referência o Anuário Estatístico daUNEMAT 2004, dados quantitativos, não por Departamentoou Campus, mas de forma global, procedendo a uma análisequalitativa dos mesmos, procurando interpretá-los no contex-to institucional. Acreditamos, com isso, que este documentoterá maior consistência estatística e metodológica, ou seja, per-mitirá a comunidade universitária se aproximar, perceber e in-terpretar de forma globalizada os movimentos e as ações queestão sendo desenvolvidas no espaço universitário.

Neste trabalho, concebemos a avaliação institucionalcomo um processo permanente que busca oautoconhecimento da Instituição e possibilita o repensar dasações que estão sendo desenvolvidas. Dessa forma, utilizamosa avaliação formativa como instrumento que viabiliza a buscade inovação e qualidade institucional, contrapondo a concep-ção de avaliação como controle e fiscalização. Para isso, reto-mamos os princípios que sustentam e perpassam a auto-ava-liação na UNEMAT destacando: a legitimidade, que pressu-põe o acordo da comunidade acadêmica quanto aos critériose a institucionalização da avaliação; a participação, entendi-da como atuação responsável de todos em todas as fases; anão- punição, não-premiação, princípio posto para exorcizara característica de propostas autoritárias e classificatórias, mas,buscar (ou buscando) construir uma cultura de avaliaçãoidentificada com a missão e os objetivos preestabelecidos; ocompromisso, que deve ser tanto individual quanto coletivo nabusca do aperfeiçoamento institucional; a adesão voluntária,isso tanto da universidade como de suas instâncias e atoresenvolvidos; e , por último, a continuidade, que orienta a siste-matização desse processo como reflexão e redefinição cons-tantes dos objetivos, metas, prioridades acadêmico-científicase sociais da instituição.

Assim, o processo de avaliação institucional deve serentendido como uma retrospectiva crítica contextualizada,

1515151515


construída social e democraticamente do trabalho realizadopela instituição.

Parafraseando Dias Sobrinho, afirmamos que a avali-ação institucional deve ser pedagogicamente correta e politica-mente legítima. As análises e interpretações, contidas neste do-cumento, só serão legitimadas politicamente pela comunidadeuniversitária, na medida em que seus gestores promoverem dis-cussões no sentido de dar continuidade ao processo avaliativodesencadeado nos Departamentos. No entanto, a legitimaçãoda avaliação como instrumento de mudança, necessita da par-ticipação de toda a comunidade universitária. É preciso instau-rar o princípio da responsabilidade social que leve os atores àreflexão, a pensar e a participar de todo o processo.

Acreditamos que os resultados e as análises contidosneste relatório podem contribuir para a continuidade da cons-trução da cultura da avaliação na UNEMAT, subsidiando de-bates e discussões e, ainda, retroalimentar a prática de buscara inovação universitária, conhecendo os pontos fortes e fra-cos. Estas análises podem e devem subsidiar a elaboração doplanejamento da Instituição, pois, de acordo com Luckesi(2000), a avaliação atravessa o ato de planejar e executar. Ouseja, contribui em todo o processo, não só na identificação daperspectiva político-social, como também na seleção de meiosalternativos e na execução do projeto, tendo em vista a suaconstrução. Estamos falando da consolidação de um proces-so de avaliação contínuo, sério, ético, comprometido, desar-raigado de grupos ideológicos, com o único objetivo de fazercrescer a universidade.

A Coordenadoria de Avaliação Institucional daUNEMAT, mesmo com algumas interrupções na implementaçãodo processo avaliativo, vem se empenhando na construção dacultura da avaliação contínua, objetivando o repensar dasações através de um processo democrático e participativo.

Neste documento apresentamos alguns dados geraisda UNEMAT que nos possibilita conhecer sua área de

1616161616


abrangência, ou seja, onde a Instituição está presente e comoestá organizada para atender a população com processos deformação acadêmica e profissional.

Para a realização da pesquisa 2003/1, optamos peladescentralização do processo avaliativo. Foram constituídasComissões nos Campi da UNEMAT e foi mantida a ComissãoCentral (COAVI). Estas Comissões conduziram o processo deavaliação e apresentaram relatórios para a COAVI. Esses re-latórios também subsidiaram a análise que aqui apresenta-mos a partir dos aspectos mais presentes e relevantes para osobjetivos da proposta metodológica e das variáveis e indicado-res definidos anteriormente.

Construir uma cultura de avaliação contínua não étarefa fácil, pois implica romper com práticas e concepções his-tóricas, isso requer tempo, perseverança. As deficiências naimplementação e na consolidação do processo foram e estãosendo muitas, mas acreditamos que entre erros e acertos estamosavançando no aprimoramento de um processo de avaliaçãoparticipativo e democrático como via para discutir a UNEMAT econtrapor modalidades de avaliações impostas externamente.Para isso, é fundamental a participação de todos.

1717171717


A Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMATse constitui numa Instituição Pública e têm como missão desen-volver ações indissociáveis de ensino pesquisa e extensão para aprodução, preservação e socialização do saber, de maneira apromover a elevação sócio-cultural e a melhoria técnico-profis-sional da população tendo como eixos norteadores a inclusãosocial e o desenvolvimento sustentável de Mato Grosso.

Para que esta missão seja efetivada, a UNEMAT esta-beleceu objetivos estratégicos para se consolidar como uni-versidade pública, gratuita, autônoma, democrática e de qua-lidade. Sendo estes:

• Ministrar o Ensino Superior em diferentes camposdo conhecimento humano.• Estender à sociedade serviços indissociáveis de en-sino, pesquisa e extensão, abrangendo as áreas deCiências Biológicas e Saúde; Ciências Exatas e da Ter-ra; Lingüística, Letras e Artes; Ciências Humanas; Ci-ências Sociais Aplicadas e Engenharias e Tecnologias.• Garantir o acesso ao conhecimento cultural-cien-tífico e a participação da população no processo dedesenvolvimento solidário e sustentável.• Produzir e difundir conhecimentos necessários aodesenvolvimento cultural, científico e tecnológico dasregiões mato-grossenses, respeitando as caracterís-ticas sócio-ambientais de forma a contribuir para omelhor uso sustentável dos recursos naturais.• Identificar os problemas da população, no senti-

1818181818


do de contribuir com alternativas relevantes para amelhoria da qualidade de vida.

Com estes objetivos espera-se capacitar pessoas parao exercício da investigação, do magistério e outras atividadesprofissionais, em diferentes áreas do conhecimento humano,através de cursos de graduação e pós-graduação. Espera-se,realizar pesquisas e divulgar seus resultados nas mais diversasáreas do conhecimento científico, cultural e tecnológico e, ain-da, socializar conhecimentos e serviços, por meio das diversasmodalidades de extensão universitária, contribuindo para odesenvolvimento social e humano.

Para tal intento, a organização institucional daUNEMAT, que é multi-campi, apresenta uma estrutura colegiadae uma estrutura executiva/administrativa definida no seu Esta-tuto que foi aprovado em primeira instância no Conselho Uni-versitário - CONSUNI, em 31 de outubro de 2003, pela Reso-lução 022/2003, referendado por plebiscito interno. E, em se-gunda instância, pelo Conselho Estadual de Educação em 27de setembro de 2004, Portaria nº 334/04-CEE/MT, publicadono Diário Oficial do Estado em 15 de outubro de 2004.

A estrutura colegiada está assim constituída:

I - Colegiados Superiores:I - Colegiados Superiores:I - Colegiados Superiores:I - Colegiados Superiores:I - Colegiados Superiores:

• Conselho Universitário - CONSUNI: é órgão má-ximo de deliberação da Instituição, com funçõesnormativas, consultivas e deliberativas, cabendo-lheestabelecer as políticas gerais da Instituição para aconsecução de seus objetivos. Integram este Conse-lho, representantes docentes, discentes e técnicos ad-ministrativos eleitos pelos seus pares e também osrepresentantes dos órgãos centrais, dos órgãos deadministração didático-científica e dos órgãos deadministração regionalizada.• Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão - CONEPE:

1919191919


é órgão com funções deliberativas, normativas econsultivas sobre o ensino, pesquisa, extensão e cultu-ra. Os integrantes deste conselho são definidos combase nos mesmos princípios do anterior.

II - Colegiados regionais e de cursos:II - Colegiados regionais e de cursos:II - Colegiados regionais e de cursos:II - Colegiados regionais e de cursos:II - Colegiados regionais e de cursos:

• Colegiado Regional: é órgão de administraçãoregionalizada, responsável pela gestão administrativa-financeira e deve garantir a indissociabilidade de ensi-no, pesquisa e extensão nas regiões geo-educacionaisem que se encontram inseridos os Campi Universitári-os. Integra este colegiado, o Coordenador do Campus,Chefes de Departamentos e representantes docentes,discentes e técnicos administrativos.• Colegiado de Curso: é órgão que delibera sobre asatividades didático-científicas e pedagógicas dos Cur-sos. Integram este colegiado, professores e alunos.

A estrutura executivo-administrativa que executa aspolíticas educacionais, tecnológicas e administrativas, tendoem vista a indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da ex-tensão, é constituída por:

• Órgãos Centrais:1. Reitoria e Vice-Reitoria2. Pró-Reitoria de Administração e Finanças3. Pró-Reitoria de Ensino de Graduação4. Pró-Reitoria de Extensão e Cultura5. Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação6. Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento

Institucional.

• Órgãos de Administração Didático-Científica:1. Direção de Institutos e Faculdades2. Departamentos

2020202020


• Órgãos de Administração Regionalizada:1. Coordenadorias Regionais dos Campi2. Coordenadoria de Núcleos Pedagógicos

Todas as ações desencadeadas a partir das políticasde gestão, pelos órgãos colegiados, órgãos centrais de admi-nistração didático-científica e regionalizada, têm comoparâmetro os seguintes princípios:

Compromisso Social Compromisso Social Compromisso Social Compromisso Social Compromisso Social - no caso de Mato Grosso, porsuas características e pela necessidade de uma açãoefetiva para resolução de seus problemas sócio-ambientais, a Universidade deve contribuir estrategica-mente no processo como instituição pública de ensino,pesquisa e extensão, voltada ao atendimento das ne-cessidades da população. Desta forma, cabe a ela ge-rar conhecimentos necessários ao desenvolvimento doEstado, respeitando as características sócio-ambientaise contribuindo para o desenvolvimento científico etecnológico, com pesquisas que apontem para o me-lhor aproveitamento sustentado dos recursos naturais,construindo a cidadania, o acesso ao conhecimento, àcultura, à tecnologia, enfim, à qualidade de vida comomatriz e razão de existência da Universidade.

DemocraciaDemocraciaDemocraciaDemocraciaDemocracia - para que a Universidade possa serpropositora e atuante na realidade circundante comtodas as suas contradições humanas e ambientais,interagindo com os sujeitos sociais e conquistando umacompetência capaz de se refazer, é necessário que hajademocracia em todos os seus segmentos: professores,funcionários e alunos, para que possam sentir-se partesdesse projeto e que tenham clareza do seu papel social,individual, coletivo. Pela democracia é que se pode cons-truir o sujeito coletivo, capaz de práxis social e do com-promisso. Democracia significa, também, o compromis-

2121212121


so com a igualdade de oportunidade de acesso à Uni-versidade e à socialização dos benefícios educacionais.

AutonomiaAutonomiaAutonomiaAutonomiaAutonomia - de acordo com os preceitos constitucio-nais, a Universidade dispõe de autonomia didático-ci-entífica, administrativa, gestão financeira e patrimoniale obedece ao princípio de indissociabilidade entre ensi-no, pesquisa e extensão. A autonomia da Universidadetem por fundamento a liberdade de conhecimento, quese manifesta na liberdade de pesquisar, de ensinar, deaprender e de divulgar o pensamento, a arte e o saber.A liberdade de pensamento implica na coexistência res-peitosa do pluralismo de idéias e de concepções peda-gógicas, religiosas, culturais e políticas. A autonomiada Instituição na gestão de seus recursos, nodirecionamento de sua produção, na composição dasinstâncias executivas e deliberativas e na escolha de car-gos, direção e representação, está indissociavelmentevinculada ao preceito da participação nos moldes de-mocráticos efetivos (www.unemat.br).

Com base nestes princípios na Universidade do Estadode Mato Grosso, presente hoje nos três ecossistemas - pantanal -cerrado - floresta amazônica - que constituem nosso Estado, te-mos políticas e ações direcionadas para a diversidade econômi-ca, social e cultural de cada região geo-educacional que tem umCampus Universitário ou um Núcleo Pedagógico instalado.

A UNEMAT possui uma sede administrativa, onze (11)Campi e quinze (15) Núcleos Pedagógicos. A sede administra-tiva congrega os Órgãos Centrais, os Órgãos de Administra-ção Didático-Científica e os Colegiados Superiores e está situ-ada na cidade de Cáceres. Os Campi são estruturasinstitucionais fixas, que comportam cursos regulares de gra-duação e pós-graduação, projetos de pesquisa e extensão comabrangência regionais. Os Núcleos Pedagógicos são estrutu-

2222222222


ras institucionais temporárias, implantadas em municípios daregião geo-educacional dos Campi, com o fim de oferecer mo-dalidades diferenciadas de ensino (cursos fora da sede). AUNEMAT possui os seguintes Campi e Núcleos:

O mapa a seguir mostra a localização da UNEMAT esua inserção no Estado de Mato Grosso em relação aos campiuniversitários

2323232323


Esta estrutura teve origem no Instituto de Ensino Supe-rior de Cáceres - IESC, criado em 1978, como instituição muni-cipal. Este havia sido concebido a partir da necessidade de ofe-recer uma melhoria na qualidade de vida da populaçãocacerense e da região. Essa idéia, ao longo de duas décadas,concretizou-se cada vez mais. A Instituição, após receber váriasdenominações ,foi transformada em Universidade do Estado deMato Grosso, com a aprovação da Lei Complementar nº. 30,de 15 de dezembro de 1993. Seu credenciamento e seu reco-nhecimento se deram em 1999 pelo Conselho Estadual de Edu-cação. Portanto, como universidade tem apenas 12 anos, mas,como Instituição de Ensino Superior tem 27 anos.

2424242424


Oferece hoje, cursos de graduação em diversas mo-dalidades, atendendo a demanda da sociedade, na habilita-ção e qualificação profissional tanto na graduação, como napós-graduação, conforme quadros abaixo:

Cursos de Graduação por ModalidadeCursos de Graduação por ModalidadeCursos de Graduação por ModalidadeCursos de Graduação por ModalidadeCursos de Graduação por Modalidade

A UNEMAT, em 2004, atendia 10.074 alunos. Des-tes, 7.885 nos cursos regulares de graduação, 2.189 emmodalidades diferenciadas. Em 2005 este número avança para11.587, conforme mostra o quadro abaixo:

TTTTTotal de Acadêmicos Matriculados porotal de Acadêmicos Matriculados porotal de Acadêmicos Matriculados porotal de Acadêmicos Matriculados porotal de Acadêmicos Matriculados por Campi Universitário Campi Universitário Campi Universitário Campi Universitário Campi Universitário

2525252525


Em relação à Pós-Graduação lato sensu, em 2004tínhamos 672 alunos. Esta modalidade também foi ampliadae hoje, em 2005, a UNEMAT oferece cursos em diversas árease tem previsto a sua ampliação.

Para atender esta demanda possuí em seus quadros763 docentes. Do número total de docentes, 43 são doutores,249 mestres e 471 graduados. Conta também com 704 téc-nicos administrativos, totalizando 1.467 servidores.

De acordo com dados disponibilizados pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, com a implantaçãodo Programa de Qualificação dos Docentes, por meio deconvênios com outras universidades e, também, pelo em-penho individual de professores encontram-se afastadospara qualificação, 21 docentes em cursos de mestrado e68 em doutorado.

A comunidade universitária também está envolvidacom 112 projetos de pesquisa e 119 de extensão. Partici-pam desses projetos por meio de bolsas, 562 acadêmicos,sendo 258 em extensão, atividade e monitoria e 304 combolsas de iniciação científica em pesquisa. (Fonte: AnuárioEstatístico, 2004).

É importante ressaltar que, do momento em que sedeu início a essa pesquisa (2003) para a publicação destedocumento, a UNEMAT deu um salto em produção de conhe-cimento e expansão de suas atividades acadêmicas2 . Esse cres-cimento é o resultado da implementação, de políticasinstitucionais voltadas para o fortalecimento e o desenvolvi-mento das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Essesavanços não podem ser desconsiderados nas leituras, análi-ses e discussões deste relatório pela comunidade universitáriainterna e externa.

A seguir apresentamos um quadro comparativo dealguns indicadores dos últimos dois anos.

2 Não incluímos os dados referentes ao ano de 2005, pois seriam apenasdados parciais

2626262626


Fontes: Anuário Estatístico 2004 e Relatório Anual de Atividades 2004.

Para desenvolver suas atividades, a Instituição vem utili-zando, além da modalidade de cursos presenciais regulares, cur-sos de licenciatura em modalidades diferenciadas, para poderatender a formação em serviço de professores das redes de ensi-no municipal e estadual, inclusive com a habilitação de professo-res indígenas, sendo esta, referência nacional. Com multimeiosno Ensino a Distância, contribui com o Programa Continuado deEnsino em Serviço e, para fortalecer esse trabalho, realizou umadas parcerias mais ousadas com a Universidade Virtual do Cen-tro-Oeste, que é um conjunto de universidades públicas da re-gião Centro Oeste, que está trabalhando na captação de recur-sos para a implantação de cursos de ensino a distância. O qua-dro abaixo apresenta os programas e cursos entendidos comomodalidades diferenciadas, desenvolvidos pela UNEMAT3 .

3 Este quadro foi elaborado com base em dados de 2004 e 2005.

2727272727


2828282828


Com estas modalidades de formação, acrescidas àsdemais, tidas como regulares, a UNEMAT vem construindobase sólida, profissional e tecnológica e ao mesmo tempo jádesempenhando a missão de encurtar os caminhos do desen-volvimento social, econômico e cultural de Mato Grosso. Estáatenta às demandas do presente e às necessidades do futuro,consolidando o seu papel de ser uma universidade do interiorpara o interior.

2929292929


Com o objetivo explícito de aprimorar a qualidadedo ensino, da pesquisa e da extensão no sentido de consoli-dar a sua relevância social, a Avaliação Institucional naUNEMAT procura fortalecer-se na Instituição tanto do pontode vista político, no sentido da comunidade universitária en-tender e aceitar o seu significado para o fortalecimento dauniversidade, quanto no seu sentido acadêmico e adminis-trativo na medida em que os resultados parciais oriundosdestas práticas tornem-se referências para o debate e toma-da de decisões.

Contudo, há que se reconhecer que a cultura da ava-liação ainda é um processo em construção. Há resistências,desconfianças e temores. A punição, o ranquiamento, o debo-che ainda são fantasmas que impedem uma adesão mais sig-nificativa neste processo.

E ciente destes elementos que obstruem uma avalia-ção mais consistente que, no processo avaliativo da UNEMAT,buscou-se desde o princípio explicar quais são os valores ine-rentes a esta prática no interior da Instituição. Ou seja, duran-te todo o processo, os dados cotejados são analisados tendoos seguintes princípios norteadores:

1. Globalidade: É necessário avaliar a Instituiçãocomo um todo. Todos os elementos que compõem avida universitária devem fazer parte da Avaliação.2. Comparabilidade: Busca de definições e conceitos quepermitam a UNEMAT reconhecer-se num universo mais

3030303030


amplo; num contexto de país, ensino superior, sociedade.3. Respeito a Identidade Institucional: Indica que aUNEMAT deve reconhecer-se em suas peculiaridades,naquilo que a identifica enquanto tal.4. Não-Premiação ou Punição: As informações obtidasdevem prestar auxílio na identificação e formulação depolíticas necessárias para o fortalecimento da Instituiçãonaquilo que diz respeito aos seus objetivos institucionais.5. Adesão Voluntária: A avaliação tem que ser dese-jada enquanto valor, cultura e atitude. É um processoem construção.6. Legitimidade: O projeto de Avaliação Institucional temque ser reconhecido politicamente no interior da Institui-ção enquanto elemento necessário para a consolidaçãode um projeto de universidade e deve, também, ser legíti-mo no que tange ao seu aspecto técnico e metodológico.7. Continuidade: Somente através deste princípio éque é possível identificar avanços, recuos, estagna-ções no interior da Instituição.8. Autonomia: Este princípio reside na capacidadeda UNEMAT construir seus referenciais de qualidadequanto a aspectos administrativos, científicos, peda-gógicos, institucionais e, a partir daí, apontar quemindicadores são possíveis de verificação.

Com estes princípios norteando a avaliação, a pes-quisa realizada no ano de 2003 enfocou o ensino ofertado deforma convencional, ou seja, com vestibulares numa seqüên-cia regular e o mesmo número de vagas.

Cada curso realizou sua própria avaliação. Com a apro-vação pelos gestores da Instituição, cada Departamento ficou res-ponsável em desenvolver o processo avaliativo no curso coletandodados sobre a estrutura administrativa, o ensino e as disciplinas.

A operacionalização deste processo deu-se por meiode comissões que atuaram da seguinte forma:

3131313131


a) Comissão Central: responsável pela coordenaçãogeral do processo e elaboração do relatório de Avali-ação Institucional;b) Comissões de Avaliação Por Curso e Setoriais pre-sentes em todos os Campi: responsáveis por prepa-rarem e executarem a sua própria avaliação utilizan-do referenciais previamente definidos.

Também ficou sob a responsabilidade destas Co-missões a preparação de Seminários sensibilizadores e aelaboração e encaminhamento de relatórios à ComissãoCentral de Avaliação.

As Comissões dos Cursos e Setoriais foram compos-tas por um professor, um acadêmico, um funcionário e o Che-fe de Departamento como membro nato.

Estudos teóricos e revisões bibliográficas foram ne-cessários a todos, a fim de internalização de conceitos e domí-nio teórico e metodológico.

Tal preparação das Comissões, materializada via se-minários internos, buscou através de um ato político de refle-xão e redimensionamento das diretrizes políticas dos cursosdesenvolver uma postura democrática, criativa, crítica e refle-xiva frente às posturas universitárias que seriam desencadeadasem relação à avaliação.

A fase de diagnóstico insti tucional ocorreuconcomitante ao processo de socialização e sensibilizaçãocom as Comissões.

Os dados técnicos, de forma complementar às di-mensões quantitativas e qualitativas da realidade, exigiramum olhar crítico e qualitativo para reconhecer diferenças,valorizar aspectos específicos, analisar e explicar situações,enfim, atribuir e buscar sentido acadêmico e pedagógico aosdados.

Para a divulgação do processo se utilizou: panfletos,folders, cartazes, adesivos como instrumentos de discussão,

3232323232


estudo e divulgação da proposta de avaliação. Foram aindaorganizados encontros, palestras, seminários e estudos comdocentes, discentes, funcionários, chefes de departamentos emembros de colegiados, com o objetivo de fomentar o proces-so de avaliação dos cursos.

Já a coleta de dados, efetivada via formulário ele-trônico disponibilizada em rede, deu-se da seguinte forma:os professores responderam dois formulários; uma avalian-do o curso com um todo, o outro as disciplinas que ministra-vam naquele período. Já os acadêmicos, também avaliaramo curso de uma forma geral e as disciplinas que estavamcursando.

Cada professor e aluno eram portadores de um nú-mero de matrícula que permitia o acesso ao programa.

As variáveis e indicadores que orientaram a coleta eorganização dos dados quantitativos e qualitativos foram asseguintes:

3333333333


3434343434


Como informações complementares, a ComissãoCentral solicitou para que cada curso disponibilizasse as se-guintes informações:

- Alunos matriculados.- Alunos em trancamento.- Formandos.- Ingressantes.- Evadidos (desistentes).- Transferidos.- Retidos.- Professores efetivos e contratados.- Professores doutores, mestres, especialistas e visi-

tantes.- Funcionários com a respectiva escolaridade.- Alunos Bolsistas.- Projetos de pesquisa e extensão.- Acervo Bibliográfico.

Em posse das informações de cada curso, a orientação foique as comissões fossem destituídas e formadas comissões por Campi,que teve como tarefa a aproximação e/ou mobilização junto aosdepartamentos a fim de promover as discussões necessárias e elabo-ração de dados dos relatórios avaliativos. Tais relatórios deveriam serapresentados aos Colegiados de Cursos e Departamentos.

3535353535


Tal estratégia visava a elaboração de um dossiê da práticauniversitária em suas múltiplas relações: ensino, pesquisa e extensão.

Uma vez estudado e debatido no interior de cada Departa-mento, o relatório produzido por intermédio da coleta de dados, opróximo passo seria a organização de fóruns de discussões internasvisando um comprometimento político da comunidade universitária,como forma de provocação de mudanças, posturas e concepções.

A síntese das reflexões e decisões tomadas deveriaser encaminhada à Comissão Central de Avaliação que, porsua vez, caberia a elaboração final de um documento e a soci-alização do mesmo para toda comunidade universitária parareflexão e tomada de decisões.

3636363636


Na UNEMAT o processo da avaliação institucional émarcado por encontros e desencontros. Encontros, no sentidode que este processo, tem promovido espaços para discussão,reflexão e proposição. Espaços esses que revelam aceitação eparticipação de diversos atores que acreditam que a avaliaçãoé necessária para direcionar todas as ações da Instituição.Desencontros, no sentido de que esses mesmos espaços sãonegados e negligenciados por outros atores que apresentamresistências em relação a avaliação, dada a diversidade deopiniões, posições e concepções. Entretanto, tanto os encon-tros como os desencontros são legítimos e necessários numauniversidade pública, pois nela os espaços tidos como demo-cráticos são espaços de conflitos, de interesses e de poder. Ena UNEMAT não poderia ser diferente.

Assim, embora tivéssemos previsto na propostametodológica que cada curso deveria contribuir com as Comis-sões Locais para promover a participação de alunos e professoresrespondendo os questionários, bem como, apresentar dados quan-titativos e uma análise destes em seu relatório, isso quase não ocor-reu por diversos motivos já discutidos. Portanto, consideramos sig-nificativo além de sistematizar os dados fornecidos pelos questioná-rios, coletar junto a diversas instâncias da Instituição esses dados efazer uma análise qualitativa. E este capítulo traz duas abordagens.A primeira que apresenta e analisa dados quantitativos da UNEMATdo período de 1999 a 2004 e, a segunda que trata dos dadoscoletados via formulários eletrônicos. Em relação a segunda abor-dagem, destacamos que iremos apresentar e discutir a partir orelatório geral tanto dos professores como dos alunos.

3737373737


3.1 Apresentação e análise dos dados quantitativos3.1 Apresentação e análise dos dados quantitativos3.1 Apresentação e análise dos dados quantitativos3.1 Apresentação e análise dos dados quantitativos3.1 Apresentação e análise dos dados quantitativosda UNEMAda UNEMAda UNEMAda UNEMAda UNEMAT no período de 1999 a 2004T no período de 1999 a 2004T no período de 1999 a 2004T no período de 1999 a 2004T no período de 1999 a 2004

A UNEMAT vem construindo e desenvolvendo umaprática de acompanhar cuidadosamente seus indicadores sem-pre com a preocupação de melhor gerir os recursos públicosque a faz funcionar. Para isso, o processo avaliativo se funda-menta em indicadores nacionais sempre atualizados a partirde dados coletados nas diversas instâncias da Instituição. Dessaforma, a análise realizada perpassa o princípio dacomparabilidade, sem desconsiderar os contextos regionais ea realidade da UNEMAT que é diferenciada.

Essa diferenciação se evidencia pelo fato que aUNEMAT está presente em quase todo o Estado de Mato Grossoe, também, está em expansão, com isso seus índices oscilamprincipalmente em decorrência da abertura de novos cursos,que ocorreu de forma bastante intensa no ano de 2001,totalizando quinze (15) novos cursos regulares4 . Além disso, aexistência de modalidades diferenciadas de graduação, comoo Projeto de Licenciaturas Parceladas, que atende uma grandedemanda e são ofertados com bastante freqüência, mas nãosão cursos regulares, provocam oscilações nos índices.

Os cursos já existentes e dos novos atendem umapopulação específica, estabelecida distante dos grandes cen-tros urbanos, com poucas possibilidades de cursarem ensinosuperior se não fosse pela presença da UNEMAT. É importanteressaltar que em 2003 dos alunos ingressantes pelo vestibu-

4 No ano de 2001 foram criados os seguintes cursos: Enfermagem, Agrono-mia e Licenciatura em Computação no Campus de Cáceres; Administração,Ciências Contábeis e Economia no Campus de Sinop; Engenharia Florestale Agronomia no Campus de Alta Floresta; Turismo no Campus de NovaXavantina; Engenharia de Produção Agroindustrial e Arquitetura e Urbanis-mo no Campus de Barra do Bugres; Zootecnia no Campus de Pontes eLacerda; Agronomia e Ciência Biológicas no Campus de Tangará da Serra;Licenciatura em Computação no Campus de Alto Araguaia.

3838383838


lar, 68% cursaram o Ensino Médio em escola pública e a mai-oria, 69,45% pertencem a famílias com renda mensal inferiora seis salários mínimos (Anuário Estatístico, 2004), umindicativo de que a UNEMAT vem cumprindo sua missão que édesenvolver ações para a produção e socialização do saber,de maneira a promover a elevação sócio-cultural das massas,tendo como eixos norteadores a inclusão social e o desenvolvi-mento sustentável.

Essas características podem estar associadas ao pro-cesso de ocupação tardia pelo qual passou o Estado de MatoGrosso que foi e está necessitando de profissionais habilitadosem todas as áreas, e que a UNEMAT vem ao longo de suahistória desempenhando esse importante papel no desenvolvi-mento sócio-econômico e tecnológico.

Qualquer processo avaliativo que se proponha paraa UNEMAT, não se pode deixar de levar em consideração es-ses aspectos que nos proporciona ter uma visão significativada comunidade universitária, ou seja, a população a ser avali-ada, seus anseios e necessidades. Em outras palavras, res-ponder uma das questões fundamentais do processo avaliativo,o quê? e para quê avaliar? é necessário considerar o papelsocial da UNEMAT. É com esse olhar que pretendemos desen-volver análises interpretativas tendo como enfoque alguns in-dicadores quantitativos da UNEMAT.

Esta análise será feita de forma geral e não por cur-so, ou seja, pontuando algumas questões que consideramosrelevantes. Para isso, estamos apresentando dois quadros: noprimeiro, destacamos alguns dados quantitativos da UNEMATno período compreendido entre os anos de 1999 a 2004, eno segundo resultados baseados nos indicadores nacionaisdo PAIUB (Programa de Avaliação das Universidades Brasilei-ras) obtidos através dos dados fornecidos por diferentes seto-res da Instituição no ano de 2004. Os dois quadros a seguirsão complementares, ou seja, basicamente, dos dados conti-dos no primeiro é que foram calculados os índices do segun-

3939393939


do. Sendo assim, faremos uma análise conjunta nos referindoa ambos simultaneamente.

Quadro 1 - Quadro 1 - Quadro 1 - Quadro 1 - Quadro 1 - Apresentação dos dados quantitativos daUNEMAT nos anos de 1999 – 2004

Fonte: CRH, PRPPG, PROEC, PROEG, COVEST, DAA’s* Esses dados referentes ao ano de 2004 são estimativas

4040404040


Quadro 2 - Quadro 2 - Quadro 2 - Quadro 2 - Quadro 2 - Resultados dos indicadores nacionais (PAIUB)obtidos através dos dados fornecidos por diferentes setores daUNEMAT no ano 2004

No quadro 1 temos um diagnóstico da formação/qualificação e situação funcional do segmento docente daInstituição. Podemos notar um progressivo aumento no nú-mero de professores no período considerado, em função daabertura de novos cursos, campi e núcleos pedagógicos, oque implica na criação de novos cargos de gestão e, conse-qüentemente, na necessidade de contratação de professorespara a docência.

Quanto à formação, podemos observar um decrés-cimo no número de professores especialistas, resultado dapolítica de qualificação implementada na universidade, quetem priorizado a formação de mestres e doutores. Nestes doisníveis de formação tivemos avanços. O número de mestres seampliou de 59 em 1999, para 249 em 2004 e de doutoresde 8, para 43 no mesmo período. Essa política vem elevando

4141414141


progressivamente o índice de titulação do corpo docente quepassou de 1,46 em 1999, para 2,50 em 20045.

O aumento desse índice é decisivo para a Instituição seconsolidar como universidade, não só proporcionando formação(ensino de graduação) de qualidade podendo interferir nos índicesde evasão e retenção, mas produzindo conhecimento científico etecnológico a partir da construção e consolidação de linhas depesquisa institucionalizadas. Desenvolver ações de extensão de re-levância social possibilitando intervenção no quadro social, políticoe econômico vivenciado pela comunidade universitária. Em outraspalavras, o alcance das metas e/ou missão institucionais.

Um dos grandes desafios à gestão universitária e queaparece em outras pesquisas avaliativas é a necessidade doconcurso público. Na UNEMAT, de acordo com dados de 2004o índice de participação de docentes temporários é muito alto.Quase 64% dos professores são contratados, isso dificulta odesenvolvimento de um projeto de universidade mais consis-tente, baseado em um coletivo de trabalho, pois, de acordocom a legislação os docentes temporários não podem exerceratividades em dedicação exclusiva, isso dificulta a participa-ção do professor substituto em atividades de pesquisa.

A relação aluno/docente na UNEMAT é um dado bas-tante complexo de ser analisado devido algumas característi-cas que são específicas da Instituição. A universidade, desde asua criação, está ligada à formação de professores e vem am-pliando sua área de ação devido à necessidade de profissio-nais habilitados na área de educação e, mais recentemente,em outras áreas (bacharelados). Essa ação formativa ocorrepor meio de cursos regulares e modalidades diferenciadas como

5 O índice de titulação do corpo docente é a média ponderada das titulaçõesacadêmicas dos docentes como indicado: ITCD = 5D+3M+2AE+G/D+M+AE+G Onde: D representa o número de docentes com grau dedoutor, M o número de docentes mestres, AE, o número de docentes queconcluíram cursos de especialização ou aperfeiçoamento e G o número dosdocentes com graduação.

4242424242


o Projeto de Licenciaturas Parceladas, Módulos Temáticos, Pro-grama Interistitucinal de Qualificação Docente, Educação aDistância e o Projeto de Formação de Professores Indígenas.Esses projetos/programas são, em sua maioria, executadosem parcerias com as prefeituras que entram com contrapartidapara qualificar os profissionais da área da educação e, tam-bém, do Governo do Estado de Mato Grosso. E, em decorrên-cia destas modalidades diferenciadas, a abertura de cursosnovos e o encerramento das atividades de outros é constante,por isso, o número de discentes também muda de um semes-tre/ano para outro, dificultando índices mais precisos.

A relação aluno/docente não se altera muito entre 1999e 2004, o que nos preocupa é que essa relação na UNEMAT vemcaindo a cada ano, de 16,88 alunos por professor em 1999 para14,08 em 2004. Embora, se considerarmos a média nacional queem 2003 foi de 11,886 alunos por professor, nossos índices aindasão melhores. Mas é preciso se atentar para estes índices, poispode estar associado ao índice de evasão que foi de quase 7% noano de 2004 e o número de retenção no mesmo ano que foi de695 alunos. Além disso, a taxa de sucesso na graduação7 , não éboa e vem se mantendo inalterada no período considerado. E noano de 2004 ficou em 31,26% ou seja, de todos os tipos deingressantes pouco mais de 1/3 concluem os cursos.

Assim, ações precisam ser desencadeadas para su-perarmos situações históricas e bastante comuns nas institui-ções de ensino superior; turmas que iniciam com 40 ou 50alunos e, só concluem o curso, menos da metade. Fica difícilconstruir argumentos que defendam a universidade públicacom estas características.

O número de funcionários também teve um aumentoexpressivo entre 2001 e 2002, passando de 406 para 585 e

6 Informação disponibilizada pelo Inep.7 Indica a capacidade da Instituição em levar seus alunos a concluir com sucesso

seus cursos e considera os formandos em relação a todos os tipos deingressantes a cada ano

4343434343


continuou crescendo, chegando em 2004 à 704. Esse aspectofica mais evidente quando observamos os índices da relação dealunos/docentes, pois, temos quase a mesma proporção, ouseja, quatorze alunos para cada funcionário (14,31) e estamosna proporção de quase um funcionário para cada docente,(0,92). Em uma primeira análise esse aumento é em decorrên-cia da abertura de novos cursos, núcleos de apoio pedagógi-cos, aumento de projetos de pesquisa e extensão e a ampliaçãoe reestruturação de laboratórios, bibliotecas, escritórios mode-los etc. Porém, não podemos desconsiderar algumas caracte-rísticas da Instituição: a maioria dos cursos não é de períodointegral. Queremos ressaltar que se faz necessário um estudominucioso sobre este aspecto por parte da gestão universitáriapara saber a distribuição dos funcionários nas diversas instânci-as e setores da UNEMAT, saber se estes estão mais concentra-dos nas atividades fins ou atividades meio?

A população que procura a UNEMAT em busca deformação profissional superior cresce a cada ano. De acordocom os dados, verificamos saltos no número de inscritos paraos vestibulares: de 13.821 em 2002 para 18.843 em 2004,2.000 inscrições a mais por ano. Como o número de vagasnão aumentou no mesmo período o índice de admissão caiuem relação aos anos anteriores. No I Relatório Sínteses de Auto-Avaliação o índice de admissão médio entre os anos de 1999a 2001 foi de 21,68%, o que significa que, para cada 5 ins-critos nos vestibular 1 era aprovado. Se considerarmos o anode 2004, a situação é bem diferente, temos 11,95% dos ins-critos aprovados, ou seja, pouco mais de um inscrito em cada10 consegue ingressar na universidade. A demanda para oensino superior nas regiões em que a UNEMAT está presente égrande e a Instituição deve continuar realizando estudos siste-máticos sobre a viabilidade e necessidade de criação de novoscursos com vistas a ampliação de sua atuação.

Nesse sentido o corpo discente cresce à medida quea universidade expande sua área de atuação no Estado de

4444444444


Mato Grosso abrindo novas vagas, seja em cursos regularesou modalidades diferenciadas.

A participação de alunos em programas acadêmicosde bolsa (iniciação científica, extensão e ensino), ainda é baixa,apenas 3,29% dos discentes participam de programas/proje-tos. Isso é preocupante, pois compromete em parte a formaçãoacadêmica no que se refere às atividades de extensão e pesqui-sa. Por outro lado, é preciso estudos sistemáticos sobre os pro-cessos de concessão de bolsas para saber se as políticas deincentivo a participação dos alunos em projetos são claras, es-tão acessíveis aos discentes e se atende aos seus anseios.

Em relação aos itens referentes ao número de alunosretidos, evadidos, desistentes e diplomados, estamos conside-rando os dados coletados no ano de 2003 agregados em20048, pois são informações complexas e difíceis de seremcoletadas na Instituição, ainda não temos um banco de dadosconsistente, o que é um ponto importante a ser considerado,pois, estas são informações importantes e precisam estar sem-pre disponíveis e serem acompanhados constantemente portoda a comunidade universitária.

O número de retenção em 2003 que foi de 689 alu-nos, é significativo, considerando que o número de alunos ma-triculados foi de 9.432. Entendemos que se faz necessário umestudo para saber quais as possíveis causas, que podem ser,por exemplo, conteúdos trabalhados de forma pouco signifi-cativos, dificuldades na relação professor aluno ou ainda pro-blemas de ordem didático/pedagógicas e estruturais.

Os dados sobre desistentes (163 em 2003) e evadi-dos (279 em 2003) são menos expressivos. Consideramosevadido o aluno que abandonou o curso sem nenhuma justifi-cativa ou satisfação ao Departamento/Coordenação. Isso podesignificar descontentamento com os procedimentos didático/pedagógicos, metodológicos e organizacionais do curso e pre-

8 Os dados sobre alunos retidos, evadidos, desistentes e diplomados de 2004,são estimativos

4545454545


cisa ser analisado pela gestão acadêmica. Quanto aosdesistentes estes se caracterizam como alunos que declaramsua desistência, que pode ser por vários motivos, entre eles osrelacionados as características individuais de identificação como curso que escolheu.

A expansão e a intensificação das atividades acadê-micas da UNEMAT pelo território mato-grossense, acrescidasàs políticas de qualificação do corpo docente, coincidem como aumento do número de projetos de pesquisa, que saltaramde 34 em 1999 para 112 em 2004, e de extensão 49 para119 no mesmo período, aumentos expressivos de mais de100%. É preciso ressaltar que estes são os projetosinstitucionalizados. Sugerimos para as próximas pesquisasavaliativas estudos sobre a relevância social e científica dosprojetos, a articulação com ensino e a extensão, suas contri-buições para a formação da comunidade envolvida e umaanálise quantiqualitativa da produção científica a partir dosprojetos desenvolvidos. Além disso, é preciso avaliar se as pes-quisas já desenvolvidas e em andamento estão contribuindopara a formação de pesquisadores, envolvidos na estruturaçãoe consolidação de linhas de pesquisa institucionalizadas que écondição para que a UNEMAT continue avançando na formu-lação e implementação de políticas de Pós-Graduação StrictoSensu, anseio da comunidade universitária e condição para semanter o status de universidade.

Outro aspecto a ser considerado no que se refere àpesquisa é a analise/estudo sobre a demanda. Os projetosdesenvolvidos na Instituição atende as necessidades e os anseiosdos diversos setores e/ou atividades desenvolvidas nos espa-ços onde a Universidade atua, como: agricultura, questõesambientais, educacionais e sociais.

Em relação a Pós-Graduação, (que não foi alvo decoleta de dados para avaliação), a UNEMAT vem mantendo onúmero de alunos matriculados no período analisado. Nessemomento, o que se faz necessário é um estudo mais detalha-do sobre a integração entre graduação, pós-graduação, ensi-

4646464646


no e pesquisa nesta modalidade de formação. Esse estudo,para ter consistência exige que se realize uma pesquisaavaliativa com a comunidade externa, principalmente com oaluno egresso.

Retomando a idéia de que as instituições são históri-cas, as dificuldades são muitas, ainda mais se levarmos emconsideração as especificidades da UNEMAT, que atende umapopulação diversa e atua em diferentes áreas, em contextosócio econômico com grandes desigualdades sociais e inte-resses contraditórios, entendemos que, os obstáculos somenteserão superados com ações conjuntas e um acompanhamen-to consistente e sistematizado das ações desenvolvidas.

3.2 Apresentação e análise geral dos dados3.2 Apresentação e análise geral dos dados3.2 Apresentação e análise geral dos dados3.2 Apresentação e análise geral dos dados3.2 Apresentação e análise geral dos dados

Conforme definido na proposta metodológica para apesquisa de 2003, cada curso constituiu no primeiro semestreuma Comissão de Avaliação que coordenou os trabalhos de le-vantamento de dados nos Departamentos, realizou a sensibilizaçãoda comunidade acadêmica sobre a importância do processoavaliativo e a aplicação dos formulários para a coleta de dados.No segundo semestre desse mesmo ano, as comissões foramredimensionadas, ficando uma comissão para cada CampusUniversitário com o objetivo de promover momentos para as dis-cussões e debates sobre os dados coletados e sistematizados e aelaboração de relatórios parciais de avaliação.

Em agosto de 2003, divulgamos para todos os cur-sos os dados sistematizados: geral UNEMAT; por campus; porcurso e por disciplina. Esses dados foram divulgados atravésdo envio de um CD contendo todas as informações. Todos osDepartamento de Ensino, as coordenações dos Campi e asComissões Locais receberam uma cópia do CD para divulga-ção, discussão e avaliação.

As comissões de avaliação dos Campi ficaram res-ponsáveis pelo trabalho de mobilização e sensibilização da

4747474747


comunidade universitária sobre a importância de se discutir osdados nos diversos segmentos; e também, a sistematização eelaboração dos relatórios parciais das discussões, de formacrítico-reflexiva com a montagem de um dossiê da prática uni-versitária em relação ao ensino, por curso e por campus eencaminhá-los a COAVI/PRPDI para estudos, elaboração epublicação do Relatório de Avaliação Institucional.

Pelo cronograma planejado e discutido coletivamenteem todas as instâncias (Reitoria, Pró-Reitorias, Institutos e Facul-dades e Departamentos), isso deveria ter acontecido no final dosemestre 2003/2, entretanto este trabalho se estendeu até oprimeiro semestre do ano de 2004. Ainda assim, salientamosque nem todos os campi/cursos divulgaram, discutiram os da-dos com a comunidade e, portanto, os relatórios enviados nãoatenderam as expectativas da proposta metodológica inicial.

Entendemos que as resistências de alguns gestores emrelação a avaliação podem estar relacionadas à construção his-tórica de suas formações, mais no sentido de ações regulatórias,classificatórias e não para discussões democráticas e participativas.Esse é um grande desafio, talvez o maior da prática educativa deavaliação, desconstruir concepções cristalizadas.

Em uma primeira impressão, considerando as resis-tências, o silêncio, logo após a divulgação dos dados e opiniões,sentimos que o processo desencadeado não provocaria nenhu-ma reação. Insistíamos, nos encontros com as comissões, quediscutissem os dados com a comunidade universitária para fu-tura tomada de decisão. Porém, no momento em que os dadosforam disponibilizados, percebemos que estávamos bastanteequivocados, pois estes causaram impactos e as mais variadasreações. Para alguns integrantes da comunidade universitária,os dados coletados não tinham consistência, por isso não deve-riam ser considerados, pois nem todos os alunos e professoresresponderam os formulários. Essa reação não considerou queum dos princípios que orientou a avaliação foi o princípio daadesão voluntária. Para outros, o processo avaliativo provocouconflitos, movimentações na comunidade universitária, ainda

4848484848


que se evidenciassem resistências, há que se considerar a vali-dade e discutir os dados. Em outras palavras, incomodou mui-to, principalmente alguns gestores. Como diz Lima, (2002) osburburinhos nos corredores com muitos atores apoiando, masreceosos no sentido de não estarem dispostos a expor seus pro-blemas, suas deficiências utilizando a fuga, as resistências e ossilêncios como mecanismo de autodefesa. Mas entendemos que,para a construção e a vivência de espaços democráticos, faz senecessária a existência de conflitos e tensões, pois estes dãomovimento ao ambiente acadêmico, proporcionando crescimen-to profissional aos envolvidos.

Esses conflitos e tensões se refletiram, de um lado, nareação dos acadêmicos que tiveram participação responden-do os questionários e cobrando a divulgação e a discussãodos dados, de outro, a resistência de alguns gestores e profes-sores em abrir para o debate democrático objetivando aredefinição de ações no interior de cada curso.

Percebemos que a disponibilização dos dados dos cur-sos e das disciplinas referentes ao semestre 2003/1, trouxealguns conflitos para a comunidade universitária, preocupouos gestores da Instituição, mas, acima de tudo, forneceu ele-mentos para redimensionar ações, tomar decisões, planejar epropor novas estratégias principalmente para o desenvolvimen-to do ensino de graduação. Pois, se por um lado os dadosrevelam pontos a serem melhorados, como por exemplo, aurgência na realização do concurso público para professorese funcionários e algumas deficiências estruturais que se refle-tem no desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa, ex-tensão e outras, por outro lado, as opiniões de professores ealunos sobre os cursos revelam que a UNEMAT desenvolveações acadêmicas que contemplam os anseios da comunida-de universitária e atende a sua missão:

Como Universidade pública e gratuita,desenvolver ações indissociáveis de ensi-no pesquisa e extensão para a produção,

4949494949


preservação e socialização do saber, demaneira a promover a elevação sócio-cul-tural e a melhoria técnico-profissional dapopulação, tendo como eixos norteadoresà inclusão social e o desenvolvimento sus-tentável de Mato Grosso. (Relatório anualde Atividades p. 9).

Para dar consistência às observações acima, apresen-tamos e analisamos, ainda que de forma sucinta, as informaçõese opiniões de professores e alunos sobre os cursos de graduaçãoda pesquisa avaliativa de 2003/1. Como já indicamos anterior-mente, os professores e alunos responderam questionários (for-mulário eletrônico) que forneceram dados sobre os cursos de gra-duação. Esses dados foram sistematizados9 a partir das 18 (de-zoito) questões que os constituíram, com quatro possibilidades derespostas: muito bom, bom, razoável e ruim. Aqui apresentamosde forma agrupada os percentuais relativos às duas primeiraspossibilidades: muito bom e bom, agrupadas em 4 (quatro)temáticas: relevância social, gestão do curso, currículo e partici-pação da comunidade universitária nos órgãos colegiados.

Relevância Social: os dados nos possibilitam dizer queo ensino de graduação na UNEMAT é significativo e atendeaos anseios da comunidade universitária, pois, sobre as ex-pectativas em relação ao curso 91% dos professores e 77%dos alunos responderam muito bom e bom. Da mesma forma86% dos professores e 79% dos alunos responderam muitobom e bom em relação as contribuições do curso em que tra-balham/estudam para a sociedade. Esses dados demonstramque a UNEMAT avança no sentido de desempenhar seu papelde instituição de ensino superior público.

Gestão dos cursos: as ações acadêmicas nos cursosde graduação se desenvolvem com o comprometimento doscoordenadores (Chefes de Departamentos) na gestão dos cur-

9 Ver anexo I (dados sistematizados professores e alunos)

5050505050


sos, associado à participação de alunos e professores nas ativi-dades desenvolvidas. Esse comprometimento se revela positivona opinião de alunos e professores sobre a preocupação dosDepartamentos em avaliar os cursos. A esse respeito, 81% dosprofessores e 63% dos alunos opinaram que a preocupaçãodas chefias é muito bom e bom. O comprometimento das coor-denações dos cursos também está evidente com as questõespedagógicas, ou seja, a preocupação com a qualidade do ensi-no. Nesse aspecto, 82% dos professores e 71% dos alunos opi-naram dizendo que o comprometimento pedagógico do Chefede Departamento com o curso é muito bom e bom.

O comprometimento dos gestores dos cursos com aqualidade do ensino se evidencia também nos aspectos estru-turais. De acordo com os dados coletados 83% dos professo-res e 64% dos alunos responderam muito e bom quando per-guntado sobre o empenho do Chefe de Departamento quantoà manutenção e a funcionalidade do espaço físico utilizadopelos cursos.

Currículo: a preocupação com a qualidade do ensinotambém se reflete nos dados quando perguntado sobre aspec-tos do currículo dos cursos. Em relação ao desenvolvimento depráticas pedagógicas interdisciplinares 65% dos professores e73% dos alunos responderam muito bom e bom sobre as rela-ções estabelecidas entre as disciplinas. A vivência de práticaspedagógicas mais interdisciplinares possibilita a comunidadeuniversitária nos cursos de graduação desenvolverem projetosque busquem a indissociabilidade entre os pilares da universi-dade: ensino, pesquisa e extensão. Assim, 62% dos professorese 53% dos alunos responderam muito bom e bom sobre o de-senvolvimento de projetos articulando ensino, pesquisa e exten-são. Queremos ressaltar que os dados apontam avanços signi-ficativos, mas se faz necessário continuar implementando açõesque possibilite a construção do coletivo de trabalho nos cursos econseqüentemente na Instituição. Outro aspecto que queremosdestacar é o estágio, momento que requer ações coletivas e querevela a consolidação do sucesso para os alunos nos cursos de

5151515151


graduação, este também teve a aprovação da maioria dos pro-fessores e alunos que responderam os questionários, ou seja,71% dos professores e 63% dos alunos disseram muito e bomsobre o estágio supervisionado do seu curso.

Participação da comunidade universitária nos órgãoscolegiados: Nesta perspectiva, em tempos de práticas sociaisbastante individualistas e competitivas podemos considerarrelevantes os dados sobre a representação e atuação dos ato-res nos espaços colegiados de construção e decisão, pois, so-bre a construção coletiva do projeto político pedagógico doscursos, 60% de professores e alunos responderam que esseprocesso é muito bom e bom.

A preocupação com a qualidade, bem como a legiti-midade do trabalho desenvolvido, está presente nos indicado-res da participação dos discentes nas atividades universitárias.A confiança de docentes e discentes no Chefe de Departa-mento como representante junto às instâncias colegiadas éum ponto alto na gestão dos cursos. Essa confiabilidade é muitoboa e boa para 75% dos professores e 85% dos alunos. Essaconfiança também se manifesta em relação a atuação doColegiado de Curso, que é órgão que delibera sobre as ativi-dades didático-científicas e pedagógicas dos Cursos, pois 83%dos professores e 60 % dos alunos apontaram que é muitobom e bom essa atuação. A confiança nos gestores tambémse manifesta na aprovação das ações dos Chefes de Departa-mento no incentivo à comunidade universitária para participarde eventos internos e externos, essa prática contribui para avivência e o fortalecimento do espírito acadêmico necessário àconstrução de conhecimento fundamentado na diversidadecultural e solidária. A esse respeito 67% dos professores e 53%dos alunos responderam muito bom e bom sobre o incentivodo departamento à participação em atividades extra-classe.

Além das opiniões e informações fornecidas por alu-nos e professores em relação a vários aspectos do ensino degraduação, também entendemos que é necessário observarque a UNEMAT tem muitas especificidades, está presente em

5252525252


quase todo o Estado de Mato Grosso e ainda em contínuoprocesso de expansão e que suas dificuldades podem estartambém relacionadas à diversidade de contextos em que atua.Diante dessa realidade múltipla e complexa, acreditamos, comoo teórico Boaventura de Souza Santos (1999), que a saídapara avançarmos nos aspectos que estão ainda frágeis e man-termos outros que apresentam um bom grau de satisfação énecessário perseverar e aprimorar cada vez mais a gestãoparticipativa que priorize o diálogo crítico entre os diversos seg-mentos da comunidade universitária.

Em síntese, podemos dizer que, se por um lado tive-mos deficiências do banco de dados da UNEMAT que dificul-taram a coleta de dados e as discussões não aconteceramcomo se esperava, por outro, o desenvolvimento de uma pro-posta de avaliação descentralizada para os cursos e adisponibilização para a comunidade universitária dos dadoscoletados, apontou dificuldades a serem superadas e que pro-vocou alguns conflitos, pois houve quem não concordasse eoutros que queriam discuti-los. Isto demonstra que precisa-mos avançar na construção de uma cultura de auto-avalia-ção, sem medo, buscando o crescimento institucional e a cons-trução de uma universidade pública autônoma que se identifi-que com os interesses da comunidade na qual está inserida,ou melhor, que a universidade seja a própria comunidade.

5353535353


A proposta metodológica apontava para que cadaComissão elaborasse uma análise dos dados de cada Campuspara posteriormente, sob a responsabilidade da Comissão Cen-tral, elaborar de forma crítico-reflexiva o relatório institucionalde avaliação. Queremos neste documento, destacar o esforçode todas as Comissões que concluíram os trabalhos, sistema-tizando as ações realizadas. Sabemos as dificuldades de selevar adiante as discussões sobre o tema na UNEMAT, pois setrata de estar aberto às criticas e às sugestões sobre o traba-lho que nela desenvolvemos. Mesmo com o avanço teóricosobre avaliação institucional, que sustentam modelos que vi-sam a construção e emancipação institucional, deparamo-noscom um complicador: nossa prática. Prática esta que, às ve-zes dificulta que se revele e se discuta nossas fragilidades.

Essa dificuldade, principalmente em relação às dis-cussões, acentuou-se com a redução do número de comis-sões (antes por curso, depois por campus), isso tornou menoságil o processo. A Comissão do Campus ficou mais distantedo(s) curso(s), os componentes das comissões tiveram queconstruir primeiro um relacionamento com os profissionais decada Departamento, além disso, com a mudança, passamosa ter menos profissionais envolvidos diretamente e sabemosque a prática avaliativa pressupõe ação contínua, coletiva eintensa e, como estamos iniciando a construção da cultura daavaliação na UNEMAT, é necessário envolver um número cadavez maior de professores, alunos e técnicos administrativos.

Outra situação que revela essa dificuldade é o fatode que, na UNEMAT, os Departamentos possuem um chefe,

5454545454


eleito por professores e alunos para mandatos de dois anos ecabe a esse chefe todo o trabalho administrativo e pedagógicoe, por uma prática histórica e ainda por conta de que às ques-tões administrativas e estruturais ocupam lugar privilegiado,os momentos de discussões pedagógicas e os processosavaliativos ficam em segundo plano. O que vem sendo reivin-dicado tanto pelos professores como também pelos próprioschefes de Departamento, é a criação do cargo de Coordena-dor Pedagógico para os cursos. Esta reivindicação está muitopresente nos dados/informações coletados.

Todo processo avaliativo que não se auto-avalia caino descrédito, perde sua essência. Não poderíamos deixar deressaltar que a nosso ver, os formulários utilizados foram ex-tensos, além disso, o docente e o discente responderam umformulário para o curso e um para cada disciplina. Isso tudoaliado ao tempo normalmente gasto pelo computador paraprocessar e registrar os dados fez com que alguns demoras-sem até 1 hora para responder, o que pode ter comprometidoum pouco a coleta de dados.

As comissões dos Campi descreveram as atividadesdesenvolvidas e adotaram critérios para a sistematização, po-rém estes não contêm uma discussão e confrontação dos da-dos/opiniões com situações do cotidiano acadêmico e/ou da-dos quantitativos do Departamento. Um ponto a ser destaca-do é que quase não aparecem os relatos sobre as discussõescom a comunidade universitária nem a tomada de decisões,ficando apenas próximos de constatações. Ou seja, o que pre-dominou foi um espaço de discussões a partir da visão dosprofessores e dos chefes de departamentos e, em algunsCampi, também de alunos.

Em uma análise geral dos relatórios percebemos queas expectativas em relação ao curso, as suas contribuiçõespara a sociedade e o atendimento dos funcionários aos do-centes e discentes têm expressiva aprovação. Entretanto, osdados mostram a preocupação da comunidade universitáriacom a qualificação de professores, o que nos remete a reafir-

5555555555


mar a necessidade urgente de concurso público para docen-tes. Outros aspectos que são apontados de forma geral, portodos os Campi, como situações preocupantes e merecedorasda atenção dos gestores desta Instituição são os seguintes:Definir políticas para incentivar e promover atividades extra-classe (seminários, conferências, encontros etc.), implementarlaboratórios e materiais de apoio didático, ampliar e atualizaro acervo bibliográfico, ampliar o número de bolsas para inici-ação científica, melhorar a articulação ensino - pesquisa - ex-tensão. Ainda merece destaque, como aspecto negativo, apouca participação nos espaços de discussão dos resultadosda avaliação, dizemos isto com base nos relatórios encami-nhados pelas comissões dos Campi.

Por motivos didáticos e organizacionais e por causadas características deste documento (institucional), os relatóri-os dos Campi são analisados destacando-se aspectos maisrelevantes e significativos para as discussões e tomada de de-cisões no âmbito da gestão universitária.

4.1 Campus de Nova Xavantina4.1 Campus de Nova Xavantina4.1 Campus de Nova Xavantina4.1 Campus de Nova Xavantina4.1 Campus de Nova Xavantina

O Campus de Nova Xavantina, que oferece os Cursosde Bacharelado em Turismo e Licenciatura em Ciências Biológi-cas, apresentou um relatório consistente, no qual consta o enca-minhamento das discussões, os critérios e as atividades desenvol-vidas nas etapas das propostas referentes aos procedimentosmetodológicos. Foram estudados o primeiro relatório síntese eoutros materiais de apoio (referências bibliográficas). Posterior-mente, realizou-se o trabalho de sensibilização da comunidadeacadêmica sobre a importância do processo avaliativo, com aparticipação de todos os segmentos. Entretanto, no momento dacoleta de dados com os formulários eletrônicos, o Campus teveproblemas, tanto em relação ao banco de dados como na pró-pria estrutura de informatização. Fato este que prejudicou o aces-so de muitos acadêmicos e professores aos formulários.

5656565656


O critério adotado para a apresentação e elabora-ção do relatório foi considerar como aprovado o item (pergun-ta do questionário) que superou 50% das respostas como "mui-to bom" e "bom" (dos acadêmicos e docentes que responde-ram os questionários) e as respostas que não atingiram estepercentual, foram destacadas como não aprovadas, caracte-rizando as deficiências existentes nos cursos. Neste documen-to destacamos aspectos gerais do Campus na opinião de pro-fessores e acadêmicos.

Como pontos aprovados (muito bom e bom) o rela-tório destaca:

1. Expectativas em relação ao curso (94%).2. Contribuição do curso para a sociedade (92%).3. Preocupação do departamento em avaliar o curso (75%).4. Atendimento dos funcionários aos docentes e dis-centes (85%).5. Comprometimento dos docentes e discentes como curso (89%).6. Empenho do Chefe de Departamento quanto amanutenção e a funcionalidade do espaço físico uti-lizado (82%).7. Controle técnico da freqüência do aluno (84%).Na avaliação dos cursos todas as questões obtive-ram índice de aceitação superior a 50%, não haven-do nesta perspectiva, pontos fracos nos cursos.Na opinião dos professores as deficiências (regular eruim) dos cursos são as seguintes:

1. Dos conteúdos previstos para os cursos, os alu-nos não apresentam os conhecimentos indispensáveis para aformação. Pois, em relação a este aspecto somente 40 % dosprofessores responderam que é "muito bom" e "bom". Julga amaioria está ruim.

2. Os alunos não participam de atividades extra-clas-se. Somente 20% dos professores responderam que é "muitobom" e "bom" e 80% julgam que está ruim.

5757575757


3. A qualidade do material didático e dos recursosaudiovisuais também foi reprovada em 70%.

4. O acervo bibliográfico não atende satisfatoriamen-te as necessidades das disciplinas (informação constante nasquestões dissertativas).

Diante desses dados teríamos muitas questões a se-rem formuladas e discutidas pela comunidade universitária,como por exemplo: o que podemos fazer para que os alunosadquiram os conhecimentos indispensáveis para a formaçãoprofissional? Que tipo de incentivo a Instituição está proporci-onando aos alunos para participarem de eventos e/ou ativida-des extra-classe? Quais as deficiências dos recursosaudiovisuais e como interferem na aprendizagem?

De acordo com o relatório as opiniões foram apre-sentadas somente aos docentes e à Chefia do Departamento.Diante disso questionamos: Por que isso acontece? Temos medode mostrar nossas deficiências e nossos avanços? Ou é umaquestão de concepção de avaliação? Se nossa concepção deavaliação histórica não estivesse atrelada à classificação, con-trole, punição, talvez isso não ocorresse e diante de uma situ-ação como essa, quanto mais profissionais tivessem acessoaos dados para analisar e opinar sobre avanços e principal-mente ações objetivando superar dificuldades, mais rápida eprodutiva seria a prática educativa.

Pelo relatório do Campus não foram apresentadosos resultados das discussões e encaminhamentos de açõespara orientar tomada de decisões. O que está mais presente éuma tabulação dos dados, não propriamente uma análise.

4.2 Campus de Sinop4.2 Campus de Sinop4.2 Campus de Sinop4.2 Campus de Sinop4.2 Campus de Sinop

O Campus de Sinop talvez tenha vivenciado o pro-cesso avaliativo mais tenso e polêmico de toda a Instituição.As polêmicas começaram com a não aceitação da propostano meio acadêmico, principalmente entre os docentes. O

5858585858


processo se complica porque a coleta eletrônica dos dados/opiniões ficou bastante comprometida no Campus, pois mui-tos docentes e discentes não conseguiram acessar os formulá-rios, uma vez que o banco de dados dos acadêmicos nesseCampus não estava em pleno funcionamento. Esses aspectosestão presentes no relatório como um dos pontos negativos doprocesso. Por exemplo, os dados referentes às disciplinas docurso de Letras não foram passados aos professores devido àimpossibilidade de interpretação, pois ao acessarem o progra-ma, apareceram disciplinas de outros cursos, invalidando asinformações. Segundo o relatório da Comissão do Campusapenas 268 alunos (23%) e 09 professores (8%) conseguiramresponder. Temos de considerar por um lado que, em se tra-tando do universo, foi uma participação muito baixa, por ou-tro o resultado deveria motivar uma outra coleta de opinião.

Por causa disso, alguns docentes e chefes de departa-mentos passaram a contestar os dados alegando que eles nãopossuíam consistência estatística. Na tentativa de contornar astensões entre acordos e desacordos, em reunião, ficou acerta-da uma nova avaliação (coleta de dados) por amostragem, coma participação dos representantes de cada curso e que seriamdesconsiderados os dados coletados no semestre 2003/1.

Com o apoio da Comissão Central de AvaliaçãoInstitucional ficou decidido que cada curso faria uma avaliaçãointerna e especifica e que à medida que isso fosse se concreti-zando, os dados poderiam ser discutidos e comparados com oscoletados no semestre 2003/1. Queremos ressaltar que até omomento da elaboração deste documento não temos conheci-mento dos resultados e/ou discussões dessa outra coleta dedados. E aqui cabem alguns questionamentos: - O processoavaliativo é importante para o curso? É importante ouvir as opi-niões da comunidade acadêmica? Acreditamos que estas ques-tões devem ser consideradas pelos departamentos.

Segundo a comissão de avaliação do Campus deSinop, isso ocorre por vários motivos. Analisando o relatórioacreditamos ser relevante a transcrição na íntegra de um tre-cho do relatório, por conter discussões importantes.

5959595959


Enquanto professores não conseguem per-ceber que uma crítica de um aluno pode serconstrutiva para a qualidade de sua práticapedagógica, principalmente quando ocorremsugestões e, sobretudo quando elas muito serepetem. Enquanto alunos não sabem/en-tendem que avaliar um curso ou um profes-sor não se resume somente a criticá-los, de-negrindo o trabalho e o crescimento de am-bos (e é o que mais têm feito: falar mal dosprofessores, do curso e da Instituição) comose isso fosse a melhor forma de cobrarem'qualidade', enquanto o descaso e a indife-rença se fizerem presentes diante de um tematão sério, não haverá integração, não serãoconstruídas metas e corrigidos os rumos nabusca do aperfeiçoamento e das prioridadesacadêmico-científicas e sociais da Universi-dade. (Relatório da Comissão de avaliaçãodo Campus de Sinop)

Acreditamos que essas e tantas outras dificuldadesque emperram o processo avaliativo, estão ligadas à concep-ção histórica de avaliação, baseada na classificação, exclusãoservindo para apontar erros individuais não como processo devisualizar as atividades desenvolvidas por toda a Instituição.Isso fica bastante evidente nas impressões da comissão doCampus de Sinop quando relatam.

Enquanto não houver a conscientização deum trabalho em que se possa aprofundar otema com a comunidade acadêmica, qual-quer dado no processo de avaliação, esta-tístico ou não, não terá consistência, nãoapresentará resultados positivos, isto é, senão acontecerem as discussões a partir dasconstatações (eis aí o momento da verda-

6060606060


deira avaliação) e o comprometimento detodos os sujeitos envolvidos com as açõesimplementadas ou se apenas um ou outrocurso sente-se no compromisso de fazê-lo,de forma fragmentada, os resultados nãobeneficiarão toda a comunidade acadêmi-ca, apenas parte dela. (Relatório da Co-missão de Avaliação do Campus de Sinop)

Um dado muito relevante do Campus de Sinop é ainiciativa dos Cursos de Letras e Matemática que, diante detantas adversidades ocorridas durante o processo avaliativo,tomaram iniciativas que demonstram muita preocupação coma auto-avaliação.

O curso de Matemática propôs uma nova coleta dedados por amostragem, utilizando-se dos mesmos formuláriosda primeira pesquisa que foram respondidos por docentes ediscentes. Os dados já foram sistematizados, mas não foramcomparados aos anteriores devido à pouca participação dacomunidade acadêmica por problemas técnicos. Conforme in-formações do Departamento, as discussões serão feitas em reu-niões com alunos e professores no próximo semestre (2004/1).

O curso de Letras também realizou nova avaliação,mas os dados ainda não tinham sido sistematizados até o mo-mento da elaboração do relatório. A forma escolhida foi a ela-boração de textos, isto é, cada turma de alunos discutiu algunsaspectos e variáveis levantados pela chefia de Departamento(entregues na sala com antecedência) e, o representante de cadasala responsabilizou-se de elaborar um texto a partir dos resul-tados. Os professores trabalharam da mesma forma.

No Campus de Sinop, de acordo com relatório daComissão de Avaliação, não houve um debate sobre aspectospositivos e negativos nos cursos e na Instituição como um todo,e nem ações implementadas a partir das análises. Diante dis-so, a comissão optou por apresentar os aspectos negativosque mais apareceram em cada curso (Administração, Ciênci-as Contábeis, Economia, Letras, Matemática e Pedagogia) eno âmbito geral no Campus de Sinop.

6161616161


Lembramos que no Campus de Sinop, participaramdo processo e responderam os formulários, 268 acadêmicosdos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Economia,Letras, Matemática e Pedagogia, que corresponde a vinte etrês pro cento (23%) do total de alunos do Campus, e 09 pro-fessores também dos seis cursos do Campus, representandooito por cento (8%) do total do Campus.

Após análise cuidadosa a Comissão optou por orga-nizar e sistematizar soluções para as dificuldades detectadasem dois grupos:

a) Estruturais e administrativas:a) Estruturais e administrativas:a) Estruturais e administrativas:a) Estruturais e administrativas:a) Estruturais e administrativas:1. Ampliar o acervo bibliográfico;2. Ampliar laboratórios de informática;3. Melhorar a ventilação das salas;4. Melhorar a qualificação do corpo docente;5. Promover maior integração entre chefes de depar-tamentos e acadêmicos;6. Maior comprometimento dos departamentos comos cursos.

b )b )b )b )b ) Didático/PDidático/PDidático/PDidático/PDidático/Pedagógicas:edagógicas:edagógicas:edagógicas:edagógicas:1. Maior comprometimento e envolvimento dos pro-fessores com as disciplinas ministradas;2. Maior integração entre professores e disciplinas;integração entre os cursos do campus;3. Preocupação com o estágio supervisionado; revi-são das matrizes curriculares;4. Incentivar à participação dos acadêmicos em even-tos extra-classe;5. Melhorar a relação professor aluno.

No Campus de Sinop, apesar dos problemas menci-onados, a comissão apresentou um bom trabalho de sistema-tização dos dados. Entretanto, da mesma forma que o Campusde Nova Xavantina, não houve, a partir das discussões, enca-

6262626262


minhamentos para a tomada de decisões e a participação dosalunos ficou muito limitada.

4.3 Campus de Cáceres4.3 Campus de Cáceres4.3 Campus de Cáceres4.3 Campus de Cáceres4.3 Campus de Cáceres

No Campus de Cáceres funcionam atualmente 11 cur-sos, sendo 07 Licenciaturas e 4 Bacharelados e todos participa-ram da pesquisa realizada no semestre 2003/1. Desses cursos,participaram 63 docentes (22,75%) e 1481 (61,17%) acadêmi-cos. Em seu documento a comissão relata os passos realizadosdesde a coleta de dados / opiniões até a elaboração do relatório,enfatizando a complexidade em que ocorreu o processo noCampus, principalmente em decorrência da redução no númerode profissionais na comissão do Campus. No semestre 2003/1,aproximadamente 22 profissionais entre professores, acadêmi-cos e funcionários estiveram envolvidos no processo, no semestre2003/2 esse número foi reduzido para apenas 3. A presença deuma concepção de avaliação ainda com caráter punitivo, dificul-tou o envolvimento dos atores no processo, reforçando a idéiaque, por motivos históricos, ainda não estamos abertos para dis-cutir as atividades que desenvolvemos.

Um indicador disso é o fato que, dos 11 cursos doCampus, apenas o Departamento de Matemática apresentouuma discussão sobre os dados da pesquisa realizada. Os De-partamentos de História e Ciências Biológicas informaram pormeio de oficio a realização ou o agendamento de reuniões,mas sem uma sistematização das discussões ou ainda alegan-do falta de tempo para as atividades propostas pelo programade avaliação. Dos outros 8 cursos, não houve nenhuma manifes-tação, isto é, se limitaram a participar da coleta de dados, o quechega a ser lamentável pois, em alguns cursos como Pedagogia eEnfermagem tivemos participação expressiva dos discentes, (76%)e (77%) respectivamente. Principalmente, se considerarmos queestamos num processo de construção da cultura avaliativa, po-demos afirmar que, estamos perdendo um bom momento de nosauto conhecer para redefinir caminhos e ações.

6363636363


No curso de Matemática, um grupo de três professo-res se baseou nas respostas de 162 alunos (68%) e promoveuuma reunião departamental para elaborar/sistematizar discus-sões significativas sobre as práticas estruturais, administrati-vas e didático-pedagógicas do Departamento. Entretanto, op-taram por não considerar as respostas dos professores, poissomente 7 responderam os questionários.

O referido grupo destacou e analisou 6 questõesobjetivas das 18 contidas no formulário eletrônico. Dessas seisquestões, destacamos 4 por considerá-las relevantes para estemomento:

1.As expectativas em relação ao curso são boas, apon-tando que possui 87% de aprovação.

2.O estágio supervisionado recebeu a aprovação de75%, sendo que a experiência apontava para críticas, issomotivará os professores a continuar no projeto de estágiointerdisciplinar.

3.As respostas ao item sobre o desenvolvimento de pro-jetos articulando ensino, pesquisa e extensão, causaram preo-cupações, pois, 45 % dos acadêmicos responderam que estetrabalho é razoável. As demais respostas se detiveram em "bom"e "muito bom". Isso pode realmente significar pouca articula-ção no desenvolvimento das ações, ou que os acadêmicos nãocompreendem o sentido da questão. Segundo a comissão, oensino, pesquisa e extensão são as vigas mestras de toda ins-tituição universitária, portanto, imprescindíveis para que a ins-tituição desenvolva seu papel na sociedade, e, para isso, é pre-ciso envolver toda a comunidade universitária. Dessa questão,decorre a necessidade do incentivo do departamento à partici-pação dos discentes e docentes em atividades extra-classe,condição para a inserção dos atores e a instituição no cenáriocientífico tecnológico local, regional e nacional.

4.Em relação às respostas às questões dissertativas, algu-mas também foram discutidas. O grupo de professores destacacomo ponto a ser melhorado a escrita, sugerindo atividades deincentivo: a leitura e a produção de texto e uma reestruturação damatriz curricular para o desenvolvimento da referidas atividades.

6464646464


Aparece também, nas questões dissertativas, a necessidade deestruturação de laboratórios, acervo bibliográfico etc.

No intuito de destacarmos o bom trabalho do grupode professores do Departamento de Matemática, lembramosque essas discussões seriam bem mais proveitosas, consisten-tes e com maior possibilidade de intervenção na prática admi-nistrativa e pedagógica se tivessem ocorridas com a participa-ção dos acadêmicos, que é o segmento diretamente envolvidono processo e razão de existir da universidade.

Para a Comissão de avaliação do Campus de Cáceres,o processo de avaliação que deveria acontecer de forma reflexi-va, acabou assumindo uma postura de artificialidade e de pou-co envolvimento dos Departamentos.

Como destacamos anteriormente, participaram dapesquisa 63 docentes (22,75%) e 1481 (61,17%) acadêmi-cos. Os dados levantados permitem apresentar os principaispontos que devem ser observados, são eles:

1. Necessidade de concurso público para professores.2. Deficiência de infra-estrutura dos cursos com re-lação a laboratórios, campo experimental, acervo bi-bliográfico etc.3. Necessidade de integração nos cursos e entre oscursos.4. Comprometimento de docentes e discentes nas ati-vidades universitárias.

Com relação à opinião específica dos discentes, po-demos destacar ainda como pontos a serem discutidos e me-lhorados:

1. Comprometimento dos discentes e docentes nasatividades acadêmicas e no cumprimento de horário.2. Necessidade de concurso público para docentes.3. Necessidade de melhoria na relação professor/aluno.4. Deficiência na infra-estrutura (laboratórios, cam-po experimental, acervo bibliográfico etc.).

6565656565


5. Repensar a matriz curricular dos cursos.6. Oferecer mais eventos de extensão, seminários,congressos e outros.7. Proporcionar condições de realização de aula decampo.8. Oferecer cursos de pós-graduação para os egressos.

Considerando que em todo processo de auto-avaliaçãoinstitucional a coleta de dados é o ponto de partida, temos, segun-do documento enviado pela Comissão do Campus, opiniões muitosignificativas que podem proporcionar discussões consistentes so-bre o processo formativo oferecido pelos Departamentos. Porém,da forma como se apresentam, podemos perceber que quase nãohouve discussões com e na comunidade acadêmica, os pro-cessos avaliativos ainda são bastante limitados e nos apontaum longo caminho a percorrer, no sentido da sensibilizaçãoda comunidade acadêmica em levar adiante a construção dacultura da avaliação.

4.4 Campus de P4.4 Campus de P4.4 Campus de P4.4 Campus de P4.4 Campus de Pontes e Lontes e Lontes e Lontes e Lontes e Lacerdaacerdaacerdaacerdaacerda

O Campus de Pontes e Lacerda oferece dois cursos:Licenciatura em Letras, criado em 1991 e Bacharelado emZootecnia, em 2001. Os dois promoveram o levantamento dedados e informações da pesquisa realizada no semestre 2003/1 com uma participação expressiva dos acadêmicos; Letras,260 (64%) e Zootecnia 74 (74%) totalizando 334 alunos e 18professores.

A Comissão de Avaliação do Campus de Pontes eLacerda apresentou um relatório expondo dados históricos doCampus e dos cursos com uma análise dos dados baseadosnas variáveis e indicadores, sugeridos na proposta metodológicada Comissão Central.

A principal dificuldade apontada na variável docentee que afeta diretamente toda a comunidade acadêmica é anecessidade urgente da realização de concurso público para

6666666666


professores. A Comissão aponta concomitante a realizaçãodo concurso mais clareza e objetividade na política de qualifi-cação da Instituição. A superação desses dois pontos signifi-caria avanços na melhoria da qualidade, pois teríamos profes-sores qualificados e com dedicação exclusiva nas atividadesdesenvolvidas nos Departamentos.

Em relação à variável discente destaca-se a falta deincentivo aos discentes para participarem das atividades aca-dêmicas. Nas sugestões apresentadas está o incentivo a aca-dêmicos à sua participação. Entendemos que a disponibilizaçãode recursos materiais e financeiros para a promoção e propor-cionar condições ao aluno para participar de eventos são fun-damentais para a inserção dos mesmos nos processos de pro-dução científicos e tecnológicos. Porém, ressaltamos a neces-sidade de criar atividades para a construção de práticas e ati-tudes acadêmicas.

Na variável infra-estrutura, foram apontados os se-guintes aspectos: a necessidade de ampliação e melhorias doslaboratórios já existentes, deficiência do acervo bibliográfico. Éum direito do professor e do aluno ter acesso, utilizar os recur-sos tecnológicos mais modernos, mas, também, é importanteque nos próximos levantamentos de dados, tenhamos infor-mação sobre a utilização desses espaços e equipamentos, paraavaliarmos o seu aproveitamento.

Nos espaços universitários é bastante comum atribuirpossíveis deficiências de aprendizagem a fatores estruturais (labo-ratórios, bibliotecas, etc). Porém muitas vezes essas deficiênciassão mais por causas didáticas e pedagógicas do que estruturais.Se não levarmos isso em consideração, as dificuldades pedagógi-cas acabam passando despercebidas e não pensamos as causasmais consistentes relacionadas às dificuldades de aprendizagem.

De acordo com o relatório da Comissão do Campus,na variável ensino-currículo, o aspecto negativo que se desta-cou foi com relação à metodologia de ensino adotada pelosprofessores, que compreende estratégias de como trabalhar osconteúdos, habilidades do professor em planejar e desenvolveras atividades de ensino. As teorias de aprendizagem afirmam

6767676767


que esta não ocorre por transferência, mas pela vivência emambiente atrativo, significativo. E os recursos materiais somenteserão significativos para a prática pedagógica se utilizados deforma a desenvolver o espírito investigativo, problematizador darealidade e, para tal, o papel do professor é fundamental.

4.5 Campus de Alto Araguaia4.5 Campus de Alto Araguaia4.5 Campus de Alto Araguaia4.5 Campus de Alto Araguaia4.5 Campus de Alto Araguaia

A Comissão de Avaliação do Campus de AltoAraguaia apresentou um relatório descrevendo as atividadesdesenvolvidas (sensibilização, aplicação dos formulários, apre-sentação dos dados aos docentes e discentes). Não aparecemresultados mais consistentes para que possamos analisar oprocesso naquele espaço acadêmico que envolveu os dois cur-sos oferecidos: Licenciatura Plena em Letras e Licenciatura Plenaem Computação.

Podemos perceber que os acadêmicos tiveram aces-so aos dados, como mostra o documento enviado "no cursode Licenciatura em Computação (...) visitamos as três salas(...) para apresentarmos os resultados aos acadêmicos". (rela-tório enviado pela comissão do Campus de Alto Araguaia). Damesma forma os professores receberam os formulários res-pondidos pelos discentes que foram discutidos. Um dado inte-ressante a se destacar, foi o fato de que as discussões sempreacontecem separadamente, docentes e discentes.

O relatório não nos permite análises mais detalha-das, pois menciona que a avaliação foi positiva e que as reivin-dicações dos acadêmicos foram pertinentes e que devem serlevadas em consideração. Porém, ficamos com muitas dúvi-das e questões a serem discutidas, como: Quais reivindica-ções? Por que devem ser levadas em consideração? E as opi-niões dos professores? Que ações serão desenvolvidas?

A maior dificuldade apontada pela Comissão foi ofato de que a coleta de dados aconteceu no final do semestrecoincidindo com período de exames finais, o que na opiniãoda Comissão de Avaliação do Campus teve influência no psi-

6868686868


cológico do acadêmico, além do fato de que algumas turmasjá estavam em período de férias. Isso também comprometeu aparticipação dos acadêmicos na pesquisa que foi de 40%.

4.6 Campus de Alta Floresta4.6 Campus de Alta Floresta4.6 Campus de Alta Floresta4.6 Campus de Alta Floresta4.6 Campus de Alta Floresta

O Campus de Alta Floresta enfrentou dificuldadesno encaminhamento do processo de avaliação. Entre as difi-culdades encontradas destacamos que a Comissão Localacompanhou apenas o processo de coleta de dados e a Co-missão Central não ofereceu orientação para procedimentose encaminhamentos sobre as discussões e elaboração do re-latório. Além desses aspectos o Campus teve dificuldades como banco de dados e realizou uma nova coleta de dados noprimeiro semestre de 2004. Assim, o relatório só foi enviadono ano de 2004.

Com o afastamento da professora responsável pelaComissão Local, as ações foram coordenadas pelo Chefe doDepartamento de Ciências Biológicas e somente em fevereirode 2004 foi nomeada outra professora que retomou com maisintensidade as discussões. Porém, o processo avaliativo sofreudescontinuidades que contribuíram para que os acadêmicospassassem a desacreditar do processo e das possibilidades demelhorias.

Entretanto, foi possível com base nos dados de 2003/1 e 2004/1 destacar pontos a serem melhorados:

1. Infra-estrutura do Campus;2. Ampliação da biblioteca, tanto no que se refere aespaço físico quanto ao acervo;3. Modernização do laboratório de informática;4. Capacitação para os professores dos cursos deprograma de Ciências Agro-Ambientais, referente àproposta dos cursos diferenciados;5. Priorizar o processo de ensino e aprendizagem;6. Cumprimento da carga horária, das aulas teóri-cas, laboratoriais e de campo.

6969696969


Conforme consta no relatório enviado a estacoordenadoria, os pontos a serem melhorados foram entre-gue a cada Chefe de Departamento (Ciências Biológicas, Agro-nomia e Engenharia Florestal) e socializados na semana pe-dagógica dos cursos. Queremos ressaltar a importância des-sa ação, principalmente porque contou com a participação deacadêmicos nas discussões.

4.7 Campus de T4.7 Campus de T4.7 Campus de T4.7 Campus de T4.7 Campus de Tangará Da Serraangará Da Serraangará Da Serraangará Da Serraangará Da Serra

No Campus de Tangará da Serra são oferecidos oscursos de Bacharelado em: Administração, Agronomia, Ciên-cias Contábeis; Licenciaturas em: Letras, Educação Física, Ci-ências Biológicas. E o processo avaliativo ficou bastante com-prometido. O relatório só foi elaborado e enviado àcoordenadoria de avaliação no ano de 2005.

O relatório apresenta de forma minuciosa todo o his-tórico de criação e reconhecimento dos cursos com a legisla-ção pertinente. Destaca ainda, o número de professores, aformação e situação funcional com um quadro que aponta asmesmas necessidades dos outros Campi, ou seja, necessida-des de programas de qualificação, principalmente para oscursos de Ciências Agro-Ambientais e concurso público paradocentes e funcionários. Apresenta ainda, o número de alu-nos matriculados na época da pesquisa.

Uma das sérias dificuldades detectadas e enfatizadasno relatório foi a falta de dados sobre evasão, retenção e repro-vação, que, acreditamos serem imprescindíveis para os cursosde formação no sentido de um processo de acompanhamentodas atividades que estão sendo desenvolvidas. De acordo com orelatório, o Campus não dispõe de um banco de dados, nempessoal para a sua construção, controle e alimentação.

Quanto aos dados coletados na pesquisa, estes ain-da foram pouco discutidos pela comunidade universitária.

7070707070


No momento em que apresentamos um relatório, en-quanto finalização de um trabalho denso, longo e, acima detudo, complexo, temos primeiramente a sensação de que cum-primos com nossa tarefa. Entretanto, considerando que nonosso caso se trata de um processo de avaliação institucional,em seguida surge uma nova sensação, a de que estamos par-ticipando de um processo amplo que não tem um ponto dechegada, que não termina e, sim, que se retroalimenta, forta-lece-se e toma proporções cada vez maiores, construindo econsolidando uma cultura de avaliação.

Produzir relatórios como nos diz Ristoff (2000 p.128)"[...] significa operar no campo da linguagem e da comunica-ção. E os problemas de comunicação, tudo indica, embora pos-sam ser minimizados, continuarão a existir por muito tempo ain-da, a menos, é claro, que nos tranquemos em nossos quartos".Destacamos isto, para dizer que também tivemos dificuldades.Entretanto, elas não foram impeditivas para avançarmos naconstrução da cultura da avaliação. Muito pelo contrário, con-figuraram-se em desafios a serem superados. E superar desafi-os tem sido uma característica forte da UNEMAT.

Queremos aqui enfatizar que todo documento quemostra a UNEMAT, que promove seu autoconhecimento é mo-tivo de satisfação para a Coordenadoria de AvaliaçãoInstitucional - COAVI, pois cabe a esta conduzir o processo deavaliação institucional, dando continuidade ao trabalho reali-zado pelo Programa de Avaliação Institucional da UNEMAT -PAIUNEMAT. Neste sentido, este relatório, apesar das suas li-

7171717171


mitações nas discussões por parte dos atores envolvidos dire-tamente (alunos e professores), em relação aos dadoscoletados que o subsidiou, traz muitas informações que já con-tribuíram e ainda podem contribuir para implementar políticase tomar decisões, tanto em relação as nossas deficiências eomissões, como em relação a nossos méritos e virtudes. Mas,acima de tudo, este processo nos deu mais experiência e esta,reforça a decisão de continuar este trabalho.

Sabemos que a avaliação é historicamente um pro-cesso complexo, envolve interesses e relações de poder. Istose intensifica quando se trata de uma Instituição como aUNEMAT, que atua num contexto diverso e complexo. Issorequer posturas como: participação, envolvimento e compro-misso por parte dos atores.

Apesar das resistências históricas dos atores para seenvolverem integralmente no processo de avaliação, elas nãotêm sido suficientemente fortes para enfraquecer o trabalhona UNEMAT, muito pelo contrário, os processos avaliativos vêmse desenvolvendo progressivamente, objetivando a construçãode uma cultura de avaliação que possibilite a comunidadeuniversitária o constante repensar de suas ações.

Este relatório que apresentamos é fruto da pesquisaavaliativa que iniciamos em 2003 e que envolveu todos os cur-sos de graduação regulares da UNEMAT, contemplando osCampi de Alta Floresta, Alto Araguaia, Barra do Bugres, Cáceres,Nova Xavantina, Pontes e Lacerda, Sinop e Tangará da Serra.

Tivemos, enquanto objetivo, avaliar os cursos de gra-duação e assim procedemos, analisamos dados quantitati-vos da UNEMAT, dados sistematizados dos questionários res-pondidos por professores e alunos e também relatórios par-ciais elaborados pelas Comissões Locais dos Campi. Os da-dos quantitativos revelam uma UNEMAT grande, diversa, com-plexa e ousada. Que busca constantemente o crescimento ea qualidade de seus serviços, de sua produção e de sua par-ticipação na sociedade Matogrossense. As informações obti-das com os questionários revelam uma UNEMAT que tem

7272727272


investido na qualidade do ensino promovido pelos cursos degraduação que oferece, tanto em relação a relevância soci-al, a gestão, a currículo e a representação e a participaçãoda comunidade universitária nos espaços colegiados, ou seja,o investimento no ensino não se restringe a abertura de no-vos cursos e sim, na qualidade deste ensino oferecido. E osrelatórios das Comissões dos Campi, revelam uma UNEMATperseverante na construção de uma cultura de avaliaçãoinstitucional, que embora ainda frágil, busca ampliar a parti-cipação de alunos, funcionários e professores, não no senti-do de colaboração, mas de tomada de decisões, de compro-metimento e a responsabilidade, pois acreditamos que assimpoderemos superar algumas dificuldades apontadas em re-lação ao processo da avaliação.

E para finalizar, podemos dizer que este estudo,enfatizando os três pontos acima mencionados revela umaUNEMAT que tem cumprido com sua missão, ou seja, enquantoUniversidade pública tem desenvolvido ações indissociáveis deensino, pesquisa e extensão para a produção, preservação esocialização do saber. E faz isso para promover a elevaçãosócio-cultural e a melhoria técnico-profissional da população,não só do Estado de Mato Grosso, mas de todo cidadão quebusca esta Instituição, que busca este Estado, tendo sempreenquanto eixos norteadores a inclusão social e o desenvolvi-mento sustentável de Mato Grosso.

7373737373


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELLONI, Isaura. A função social da Avaliação institucional.In: DIAS SOBRINHO, José; RISTOFF, Dilvo Ivo (orgs). Universi-dade Desconstruída. Avaliação Institucional e Resistência.Florianópolis: Insular, 2000. p. 37-58.

CUNHA, Maria Isabel. Projeto Pedagógico e ReformulaçõesCurriculares. In: Leite, Denise, Jane Tutikian e Norberto Hollz.Avaliação & Compromisso: Construção e prática da Avalia-ção Institucional em uma universidade pública. Porto Alegre:Ed. Universidade/UFRGS, 2000. p. 177-188.

FREITAS, Luiz Carlos (Org.). Avaliação: construindo o campoe a crítica. Florianópolis: Insular, 2002.

LIMA, Elizeth Gonzaga dos Santos. Avaliação Institucional: Aexperiência da UNEMAT- Entrelaçando as vozes e tecendo osfios do silêncio. Dissertação de (Mestrado em Educação)UFRGS, Porto Alegre, 2002.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Esco-lar: Estudos e proposições 10 ed. São Paulo, SP: Cortez. 2000.

RISTOFF, Dilvo Ivo. Avaliação Institucional: Construindo Rela-tórios. In: DIAS SOBRINHO, José; RISTOFF, Dilvo Ivo (orgs).Universidade Desconstruída: Avaliação e Resistência.Florianópolis: Insular, 2000. p. 17 a 36.

SANTOS, Boaventura de Souza. Pela mão de Alice - o social eo político na pós-modernidade. 6. ed. São Paulo: Cortez, 1999.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO. AnuárioEstatístico 2004. Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvi-mento Institucional. Cáceres, MT, 2004.

7474747474


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO. AvaliaçãoInstitucional da UNEMAT: relatório síntese da auto-avaliação.Cáceres - MT, s/n, 2002.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO. Princípiosnorteadores da UNEMAT. Disponibilizado em www.unemat.br.Acessado em março de 2005.

7575757575


ANEXOSANEXOSANEXOSANEXOSANEXOS

ANEXANEXANEXANEXANEXOOOOO I I I I I - - - - - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO- PAIUNEMAT - Projeto de Avaliação Institucional da UNEMAT

7676767676


7777777777


7878787878


7979797979


8080808080


8181818181


8282828282


8383838383


8484848484


8585858585


Relatório de Avaliação Institucional - UNEMAT · liação alunos e professores dos cursos...

Documents

Transcript of Relatório de Avaliação Institucional - UNEMAT · liação alunos e professores dos cursos...