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Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação

Relatório de Actividades – 2004

Março 2005

RELATÓRIO DE ACTIVIDADES – 2004

APDSI – Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação Pág. 2

ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO

2. ACÇÕES DESENVOLVIDAS

2.1 ESTUDOS • Acompanhamento e Monitorização dos processos básicos da AP

• Que oportunidades para a utilização de Open Source em Portugal?

• A competitividade da indústria Portuguesa e a sua relação com o desenvolvimento da SI

• e-Saúde – O que tem o sector da saúde a ganhar com o desenvolvimento da SI (2ª Fase)

• Promover a inclusão pela via da SI

• O desenvolvimento da Democracia Electrónica em Portugal

• O futuro do e-Learning em Portugal

• O papel da SI no aproximar das regiões

• Terminologia da SI na Língua Portuguesa

• O insucesso escolar, as condições socio-económicas dos estudantes e o interesse pelo acesso ao conhecimento e à informação

• Arquitectura organizacional do Estado e das Administrações Públicas

• e-Justiça – O que tem o sector da Justiça a ganhar com o desenvolvimento da SI

• e-Cultura – Cultura no contexto da Sociedade da Informação e do Conhecimento

• Evolução do Analógico para o Digital no domínio do trabalho

• O Digital no Quotidiano – A relatividade do tempo na Sociedade da Informação

• Os contextos lúdicos na Sociedade da Informação e do Conhecimento



• A representação do território numa perspectiva da Sociedade da Informação

2.2 CARTAS DE COMPROMISSO • Fazer crescer o mercado da SI em Portugal

2.3 MANIFESTOS • Combater os estrangulamentos do Comércio e do Negócio Electrónicos em Portugal

2.4 CONFERENCIAS e Workshops

• Ciclo de Conferências “Pensar a Sociedade da Informação”

• A Liberdade de Expressão na Internet

• A Ética no contexto da Sociedade da Informação e do Conhecimento

• Debate com os partidos políticos sobre a Sociedade da Informação e do Conhecimento

• Ponto de situação do e-Government em Portugal

• Encontro da Arrábida – Repensar a Sociedade da Informação e do Conhecimento em 2004

• Bloqueios jurídicos ao desenvolvimento da SI

• Mobilidade – Uma presença pervasiva no quotidiano das sociedades modernas

• Potenciar a utilização da informação do sector público

• e-Educação – O que tem o sector da educação a ganhar com o desenvolvimento da SI

2.5 OUTRAS ACTIVIDADES



• Bolsa de equipamento informático usado para fins de natureza social

• Revista Digital da APDSI

• Internacionalizar a actividade da APDSI

• Colunas da responsabilidade da APDSI em Órgãos da Comunicação Social

• Prémio Editorial 2004 “APDSI - Sociedade da Informação”

• Prémio Personalidade do Ano 2003 no domínio da Sociedade da Informação

• Compilação em CD de documentos internacionais de referência no domínio da SI

• Olimpíadas da Informática

3. CONCLUSÕES



1. INTRODUÇÃO

O Relatório de Actividades que se apresenta pretende descrever as actividades desenvolvidas pela Associação em 2004, que corresponde ao ano de consolidação da associação, através da execução de um programa vasto e diversificado de actividades. Algumas das iniciativas foram apenas iniciadas, outras foram finalizadas mas nenhuma descurada. Isso apenas foi possível através do capital humano que o conjunto de associados, individuais e colectivos, oferece à APDSI, apresentando-se esta como um parceiro mobilizador de ideias e de acções.

Porém, a capacidade de executar ainda é penalizada pela reduzida estrutura disponível e a situação geral de recessão da actividade económica não facilitou a concretização de objectivos mais ambiciosos .

As actividades realizadas ou simplesmente iniciadas tiveram como primeira restrição activa a obtenção dos meios financeiros mínimos para a sua concretização.

As actividades levadas a cabo comprovam a existência de uma forte vontade de participação da sociedade civil na reflexão sobre a sociedade da informação e do conhecimento e dos seus impactos na sociedade portuguesa.

A Direcção da APDSI manifesta o seu profundo agradecimento a todos os associados que participaram nos trabalhos de análise e reflexão subjacentes às actividades desenvolvidas.

A associação saiu do ano de 2004 mais robustecida para enfrentar um período dinâmico de consolidação da sociedade da informação e do conhecimento no seio da sociedade portuguesa. Se assim acontecer a APDSI terá atingido os seus objectivos de curto prazo.

Os objectivos de médio e longo prazo, que se traduzem na criação de uma sociedade competitiva e de elevado nível de bem-estar, estão alicerçados na criação de riqueza com recurso a instrumentos de elevado valor acrescentado, com base no saber e suportados pela informação e pelo conhecimento.



2. ACÇÕES DESENVOLVIDAS

2.1 ESTUDOS

q Acompanhamento e Monitorização dos processos básicos da AP O objectivo deste estudo liderado pelo Dr. José Castro Correia cons istia em lançar uma acção que permitisse acompanhar e monitorar o desenvolvimento dos processos básicos identificados num estudo anterior. de forma a gerar-se valor para os cidadãos, os agentes económicos e a própria Administração Pública. Após a análise da situação pelos elementos da equipa que colabora no estudo, depressa se chegou à conclusão que a situação em nada tinha evoluído relativamente aos processos básicos identificados anteriormente. Deste modo, a equipa optou por evoluir no sentido da recolha sistemática de informação sobre os processos da Administração Pública, nomeadamente sobre os aspectos mais caricatos do funcionamento da máquina do Estado. Irá ser aberto um portal com esse objectivo, cujo anúncio público decorrerá no primeiro semestre de 2005.

q Que oportunidades para a utilização de Open Source em Portugal?

Este estudo liderado pelo Eng. Luís Arriaga da Cunha procurou identificar as oportunidades e as vantagens para a utilização do open source, bem como as ameaças e fraquezas do mesmo. Os resultados foram apresentados em cerimónia pública, tendo inclusivamente sido amplamente citados num debate no parlamento sobre o mesmo assunto, constituindo um exemplo do contributo da sociedade civil para as boas práticas de administração e para o debate político sobre esse tema.



q A competitividade da Indústria Portuguesa e a sua relação com o desenvolvimento da SI Em Portugal nunca se analisou com suficiente profundidade os contributos potenciais da sociedade da informação no aumento da competitividade da indústria portuguesa, nomeadamente na sua capacidade de inovar e de se adaptar a mercados progressivamente mais exigentes. Com este estudo pretende-se sensibilizar os empresários portugueses para a importância dos investimentos em TIC’s como meio de aperfeiçoamento organizacional e de incentivo à inovação no tecido produtivo, geradores de aumentos de competitividade empresarial, sustentáveis numa economia em permanente mutação. Foi apenas no final de 2004 que se conseguiu a aceitação do Dr. Joaquim Azevedo, da Associação Empresarial Portuguesa, para liderar este estudo, em relação ao qual existe a maior expectativa.

q e-Saúde – O que tem o sector da Saúde a ganhar com o desenvolvimento da SI (2ª Fase) Este estudo liderado pela Dr.ª Helena Monteiro e pelo Eng. António Vasconcelos da Cunha, conheceu o seu termo no final do primeiro semestre de 2004, tendo contado com a colaboração de médicos, responsáveis de unidades hospitalares, autoridades de saúde, associações de utentes, especialistas na área da saúde, prestadores de serviços, fornecedores de equipamentos, laboratórios e centros de investigação. A cerimónia de apresentação do estudo foi realizada em homenagem à Eng. Palmira Moura, que foi responsável pela Conferência que antecedeu este estudo e iniciou a coordenação dos seus trabalhos.

q Promover a inclusão pela via da SI Cada tecnologia actual e emergente apresenta dificuldades previsíveis e imprevisíveis de utilização e dificulta o acesso a um grande número dos seus potenciais beneficiários. Não são apenas os formalmente considerados cidadãos com necessidades especiais aqueles que não têm acesso aos recursos e às oportunidades da Sociedade da Informação, a pobreza, a iliteracia, a interioridade e as minorias étnicas são alguns dos outros factores de exclusão que precisamos de ter em conta. Se as tecnologias são potencialmente excluidoras, paradoxalmente elas também possuem um enorme potencial de inclusão das pessoas no seu meio. As tecnologias são, por definição, um prolongamento do indivíduo na sua relação



com o meio físico e social e o sucesso desta relação constitui desde sempre a principal motivação da descoberta tecnológica. Este estudo que recebeu o patrocínio exclusivo da Fundação PT, ficou a aguardar a conclusão legal de constituição da Fundação, o que ocorreu no final de 2004. Os trabalhos deste grupo ir-se-ão desenvolver em 2005.

q O desenvolvimento da Democracia Electrónica em Portugal

A democracia electrónica vai muito para além da votação e disponibilização de informação sobre os candidatos através da Internet, trata-se de uma nova forma de fazer com que o cidadão comum participe em discussões e interacções com os poderes políticos, fazendo chegar a sua voz, não apenas durante as campanhas eleitorais, mas também nos períodos intercalares e a propósito dos problemas da sua vida quotidiana. Convidou-se o Dr. Pacheco Pereira para liderar um grupo de trabalho sobre as oportunidades e constrangimentos da utilização dos meios da sociedade da informação no exercício da cidadania activa. Os trabalhos foram iniciados e tem-se a expectativa da sua conclusão até ao final do primeiro semestre de 2005.

q O futuro do e-Learning em Portugal A utilização conjugada do multimédia e da Internet para conceber e disponibilizar conteúdos formativos e desenvolver competências à distância (e-learning) é um dos grandes desafios para os próximos anos.

O ensino à distância cria um novo contexto onde o aluno assume um papel decisivo na gestão do tempo e do seu processo e ritmo de aprendizagem. Este estudo é liderado pelo Dr. Guilherme Collares Pereira, tendo recebido uma enorme atenção por vários dos sócios institucionais e individuais da APDSI. Os seus resultados serão presentes numa conferência organizada especificamente para esse efeito, que terá lugar em Abril/Maio do presente ano.



q O papel da SI no aproximar as Regiões Apesar de todos os esforços dos vários Governos e das oportunidades criadas no âmbito da integração europeia, continuamos a assistir a um movimento migratório do interior para o litoral e ao abandono progressivo das localidades mais remotas em favor dos centros urbanos. Os maiores obstáculos aos esforços no sentido de aproximar as regiões mais desfavorecidas continuam a ser os níveis de educação e de formação dos estratos mais pobres da população. A sociedade da informação tem o potencial para capacitar as zonas mais remotas com novas formas de acesso à informação ao trabalho, à educação, à saúde, etc. Este estudo que recebeu o patrocínio exclusivo da Fundação PT, ficou a aguardar a conclusão legal de constituição da Fundação, o que ocorreu no final de 2004. Os trabalhos deste grupo ir-se-ão desenvolver em 2005.

q Terminologia da SI na Língua Portuguesa Este tema recebeu a atenção e uma grande dedicação por parte de um grupo de trabalho liderado pelo Dr. José palma Fernandes. O vocabulário associado à sociedade da informação tem sido considerado por alguns sectores uma forma de exclusão e uma barreira ao acesso às oportunidades tecnológicas. Nem sempre é fácil encontrar equivalentes na língua portuguesa para os inúmeros conceitos que vêm sendo criados no âmbito da sociedade da informação. Procuram-se muitas vezes neologismos e adaptações apressadas das línguas originais. Os resultados do estudo previsto para o primeiro semestre de 2005, irão ser disponibilizados no portal da APDSI, para consulta pública.

q O insucesso escolar, as condições socio-económicas dos estudantes e o interesse pelo acesso ao conhecimento e à informação

Este estudo pretende fazer uma análise de dados disponíveis a nível nacional (data mining) relativos ao insucesso escolar, por forma a identificar eventuais relações entre as condições dos estudantes, nomeadamente ao nível sócio-



económicas, demográficas, familiares e outras, e o seu grau de interesse e mobilização pelo conhecimento e pela informação. Este trabalho integra-se numa tese de doutoramento, cujo conteúdo e metodologia tem vindo a ser definido.

q Arquitectura organizacional do Estado e das Administrações Públicas A Reforma do Estado Português constitui uma das principais vertentes da modernização de Portugal. Neste contexto, a Administração Pública, nas suas diversas vertentes – central, regional, local – e nas suas múltiplas competências funcionais, necessita de ser profundamente reformulada, quer no que toca à sua missão e objectivos, quer à sua organização e gestão. As tecnologias e os sistemas de informação e de comunicações constituem poderosas alavancas de mudança organizacional. Infelizmente as tecnologias e sistemas são frequentemente utilizadas como “magic bullets”, passando o seu desenvolvimento e operação a constituírem fins em si, com objectivos tecnológicos desenquadrados e desalinhados do suporte efectivo aos processos e aos sistemas organizacionais que deviam apoiar e transformar. Um grupo liderado pelo Prof. José Tribolet tratou desta temática, estando prevista a apresentação dos seus resultados no primeiro semestre do presente ano.

q e-Justiça – O que tem o sector da Justiça a ganhar com o desenvolvimento da SI Levou-se a cabo uma Conferência com este título, liderada pelo Prof. João Bilhim, tendo também sido iniciado um estudo sobre a mesma temática. A morosidade do sistema judicial, nomeadamente no encaminhamento e no desembaraço dos processos, na tomada de decisão, no controlo dos vários intervenientes e no acesso à informação pertinente é bem conhecida. Com o estudo pretende-se uma reflexão sobre as estratégias a seguir de forma a melhorar o funcionamento da Justiça, por exemplo, considerando a Internet como plataforma para o desenvolvimento do trabalho cooperativo entre todos os intervenientes no sistema judiciário. Torna-se urgente a adopção de sistemas de gestão documental e workflow, técnicas de controlo de processos e de cargas de trabalho, de forma a tornar mais fluido e económico o funcionamento da Justiça em Portugal. O estudo está previsto ser concluído em 2005.



q e-Cultura – Cultura no contexto da Sociedade da Informação e do Conhecimento O Prof. Carlos Correia lidera um grupo de trabalho que pretende avaliar de que modo a Sociedade da Informação permite potenciar a actividade criativa não só a partir de novas formas de expressão mas ainda através do aparecimento de novas entidades para serem exploradas numa fronteira do espaço cultural. Está prevista a conclusão do estudo no primeiro semestre de 2005.

q Evolução do Analógico para o Digital no domínio do trabalho

Este tema é objecto de um grupo de trabalho liderado pelo Prof. António Brandão Moniz. O trabalho na sociedade da informação e do conhecimento tem-se caracterizado por uma mutação progressiva do analógico para digital e do paradigma da máquina para o paradigma da rede. Enquanto na sociedade industrial o trabalho se caracterizava pelo isolamento, a ausência de contexto, a rotina e a mecanização, na sociedade da informação e do conhecimento o trabalho é desempenhado em comunidade, em interacção e conhecendo-se o seu contexto global. Em vez de processos mecânicos, o trabalho em rede caracteriza-se por processos orgânicos, complexos e baseados em fluxos facilmente mutantes. Está prevista a conclusão do estudo no primeiro semestre de 2005.

q O Digital no Quotidiano – A relatividade do tempo na Sociedade da Informação O tempo está em toda a nossa vida e é um factor determinante para os nossos objectivos e as nossas prioridades. Na sociedade da informação e em particular na utilização da Internet, utilizamos o tempo de maneira diferente. Por exemplo, quando nos relacionamos com a Administração Pública queremos acima de tudo poupar tempo e quando estamos a jogar em rede com os nossos amigos todo o tempo é pouco e esquecemo-nos que ele está a passar. Poupar tempo e gastar tempo é algo muito subjectivo no mundo da Internet. Uma reflexão sobre este tema vai ser efectuada por um grupo de trabalho liderado pelo Prof. Gustavo Cardoso. Os trabalhos do grupo foram iniciados em 2005.



q Os contextos lúdicos na Sociedade da Informação e do Conhecimento

Este grupo de trabalho é liderado pelo Dr. Artur Castro Neves. A sociedade da informação e em particular a Internet, tem vindo a alterar de uma forma marcante a utilização do nosso tempo disponível. De facto os desenvolvimentos naqueles domínios nomeadamente ao nível tecnológico tais como a digitalização da fotografia, do vídeo, do áudio o aumento crescente das velocidades de processamento, transmissão e acessibilidade facilitada a conteúdos existentes nas redes de BL, tem vindo a reformular e dinamizar de uma forma acentuada a indústria do entretenimento e do lazer. Assiste-se assim a uma crescente valorização do uso do tempo nos aspectos lúdicos sejam eles música, vídeo, jogos, conteúdos eróticos, etc. com impactos comportamentais ao nível individual e colectivo. Pretende-se vir a envolver neste grupo de trabalho representantes dos jogos sociais. Tem-se a expectativa que o grupo termine os seus trabalhos em 2005.

q A representação do território numa perspectiva da Sociedade da Informação Com o aumento sustentado da utilização das tecnologias que caracterizam a Sociedade da Informação, a representação do território passou a ter um papel muito importante, tendo surgido a necessidade de disponibilização da informação geográfica em formato digital, em tempo real e num número crescente de aplicações e dispositivos, incluindo dispositivos móveis. No entanto, a informação geográfica tem inerente uma elevada complexidade e, para ter qualidade, tem que ter aderência ao nível de detalhe adequado do Mundo Real, pelo que é percepcionada como um bem escasso e de custo elevado. Esta temática está a ser abordada por um grupo liderado pelo Prof. Mário Rui Gomes. Os trabalhos deverão terminar no primeiro semestre de 2005.



2.2 CARTAS DE COMPROMISSO

q Fazer crescer o mercado da SI em Portugal A sociedade da informação e do conhecimento tem a faculdade de gerar benefícios incalculáveis para os cidadãos no acesso à administração pública, educação, cultura, investigação científica, cuidados de saúde interactivos, lazer e grande diversidade de meios de entretenimento. Fazer crescer o mercado da sociedade da informação em Portugal é um requisito para que os seus benefícios possam ser apropriados pelos cidadãos. A Direcção da APDSI, partindo de uma versão zero elaborada pelo Dr. Raul Junqueiro, elaborou um texto de Carta de Compromisso que submeteu ao Primeiro-ministro, Dr. José Durão Barroso. A queda do seu Governo não permitiu que o assunto fosse concluído. Tem-se a expectativo que tal venha a acontecer com o próximo governo.

Esta acção será uma homenagem póstuma ao Dr. Raul Junqueiro.

2.3 MANIFESTOS

q Combater os estrangulamentos do Comércio e do Negócio Electrónicos em Portugal Um grupo liderado por Luís Cabrita procura identificar os estrangulamentos do comércio e do negócio electrónicos em Portugal. Os investimentos em tecnologia ligada à Internet têm sido elevados nestes últimos anos, tendo-se registado um sem número de iniciativas que apelam à eficiência das operações e à redução dos custos operacionais nas empresas que adiram. As plataformas para a concretização do B2B estão disponíveis e acessíveis. O mesmo se tem passado na vertente B2C, quer do lado da oferta, com um grande número de lojas e centros comerciais virtuais na web, que abrangem as mais variadas ofertas de bens e serviços ao consumidor, quer do lado da procura, com um aumento sucessivo de utilizadores Internet.



Aparentemente, as condições necessárias para um sucesso total do comércio e do negócio electrónico parecem estar no lugar. No entanto, esse sucesso não tem acontecido. Tem-se a expectativa de que o manifesto seja concluído no primeiro semestre de 2005.

2.4 CONFERÊNCIAS e WORKSHOPS

q Ciclo de Conferências “Pensar a Sociedade da Informação” O conceito de Sociedade da Informação é relativamente recente, muito havendo ainda a reflectir e a analisar no que toca à sua implantação e à sua evolução. Não há no entanto muitas dúvidas do seu impacto a nível global e da sua influência transversal em todos os grupos sociais, profissionais e em todas as actividades económicas . Este ciclo de Conferências tem estado a decorrer estando prevista a sua conclusão em Maio de 2005.

q A Liberdade de Expressão na Internet

A temática da liberdade de comunicação e expressão na Internet apresenta contornos muito complexos, sendo mesmo fracturante em termos ideológicos. Questões como as normas e regras relativas aos conteúdos na Internet e a sua equiparação, ou não, aos media clássicos, o controlo prévio pelo Estado, as barreiras à participação individual na Sociedade da Informação, a liberdade de prestação de serviços via Internet, a responsabilidade dos intermediários, o papel e o estatuto das entidades de regulação são disso exemplo. Esta Conferência decorreu no quarto trimestre de 2004, tendo tido lugar no Palácio Foz em Lisboa, com o apoio e a colaboração do Instituto Português de Comunicação.



q A Ética no contexto da Sociedade da Informação e do Conhecimento

A ética é um conjunto de valores e um grupo de princípios de moralidade: julgamento, consciência, bem, mal, etc. A ética refere-se a princípios que podem ser usados para mudar a conduta individual, organizacional e social. O factor mais importante para determinar a natureza ética de uma acção não é o conteúdo ou o resultado, mas a sua natureza, a intenção e o que motiva ou inspira as nossas acções. Um workshop de reflexão sobre esta temática, foi levado a cabo sob a coordenação do Prof. José Manuel Moreira, com o apoio do Colégio de Informática da Ordem dos Engenheiros.

q Debate com os partidos políticos sobre a Sociedade da Informação e do Conhecimento

A primeira actividade pública da APDSI foi a realização de um debate com os Partidos Políticos sobre as “Estratégias para a Sociedade da Informação” em 12 de Março de 2002, durante a campanha eleitoral para as eleições legislativas desse ano. A 12 de Março de 2004 repetiu-se esta iniciativa, no mesmo local – Fórum Picoas – e igualmente transmitida em directo via Internet, por se considerar corresponder a meio da legislatura. Este debate é uma forma de se manter viva a reflexão sobre a sociedade da informação e do conhecimento nos órgãos políticos.

q Ponto de situação do e-Government em Portugal A passagem de uma administração pública tradicional e burocrática para uma administração pública electrónica (e-Government) tem sido uma bandeira política dos governos em todo o mundo e Portugal não tem fugido a esta regra, mas a sua concretização efectiva tarda em acontecer, nomeadamente na utilização das novas tecnologias da sociedade da informação na prestação de serviços electrónicos que correspondam às necessidades básicas da vida dos cidadãos e das empresas. Este seminário esteve organizado para decorrer na Universidade de Évora, não tendo sido realizado devido à dissolução da Assembleia da República, entretanto ocorrida.



q Encontro da Arrábida – Repensar a Sociedade da Informação e do Conhecimento em 2004 Este encontro decorreu na continuidade dos encontros realizados em 2002 e 2003, tendo como objectivo reunir um conjunto de personalidades que, de diferentes perspectivas, pudessem, em conjunto, reflectir e explorar novas ideias e entendimentos sobre o que será o futuro da Sociedade da Informação e do Conhecimento em Portugal e num mundo que, como sabemos, é cada vez mais complexo e incerto e que nos coloca perante constantes desafios individuais e colectivos. Este Encontro foi subordinado ao tema ‘Os Desafios da Mobilidade’, tendo contado, como os anteriores, com o apoio da ANACOM.

q Bloqueios jurídicos ao desenvolvimento da SI A Sociedade da Informação e do Conhecimento tem, em alguns momentos, introduzido rupturas na forma de viver em sociedade e no seu sistema regulador e normativo. Se por um lado as leis têm muitas vezes um papel mobilizador e capaz de induzir comportamentos e atitudes sociais adequadas às transformações politicamente expectáveis, por outro lado, alguma da legislação que a sociedade produz assume um papel conservador e gerador de bloqueios ao desenvolvimento tecnológico e ao seu adequado aproveitamento social e económico. O Seminário sobre este tema tem estado sobre a coordenação do Dr. Manuel Lopes Rocha. Apesar de ter tido data marcada, esta iniciativa não chegou infelizmente a ser realizada. Espera-se que aconteça no primeiro semestre de 2005.

q Mobilidade – Uma presença pervasiva no quotidiano das sociedades modernas A mobilidade apresenta-se hoje como uma das características intrínsecas e mais marcantes no desenvolvimento de sociedades dinâmicas e modernas. A mobilidade é cada vez mais uma componente importante nos processos de negócios e nos modelos e estilos de vida. O conceito de mobilidade é hoje muito mais que apenas serviços e aplicações oferecidas por operadores móveis. Uma Conferência sobre este tema foi realizada no quarto trimestre de 2004, tendo decorrido no Hotel Meridien.



q Potenciar a utilização da informação do sector público Foi a provada no final de 2003 a Directiva 2003/98/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa à reutilização da informação do sector público, possibilitando ao mercado privado acrescentar valor a promover a sua exploração comercial. Trata-se de uma nova oportunidade de acesso para as indústrias de conteúdos e uma nova forma de dinamizar a economia baseada nos recursos da informação. Foi organizado no Centro Jacques Delors um workshop sobre este tema coordenado pela Doutora Joaquina Barrulas.

q e-Educação – O que tem o sector da educação a ganhar com o desenvolvimento da SI O Prof. Roberto Carneiro aceitou coordenar uma Conferência sobre este tema que se irá concretizar no primeiro trimestre de 2005. Temos vindo a ser confrontados com estudos internacionais que identificam de uma forma inequívoca a inadequação do sistema educacional em particular ao nível do ensino básico e secundário, com dificuldade na formação de cidadãos aptos para abraçar as oportunidades e os desafios das sociedades avançadas que têm por base o conhecimento e a capacidade de transformar tal conhecimento em riqueza. Não é suficiente ligar todas as Escolas à Internet nem tão pouco basta ligar todas as salas de aula, aspiração aliás descrita na primeira medida do Livro Verde para a Sociedade da Informação em Portugal, se continuar a não existir uma visão que enquadre objectivos amplos e claros. Tal implica que a Escola como um todo, deverá dar resposta aos desafios que a ela se colocam nomeadamente, repensar as formas de ensinar e de aprender, os modelos de gestão das escolas e reformular os curricula existentes antecipando necessidades e requisitos das sociedades futuras ou no mínimo, adaptando-os aos tempos em que vivemos. Uma reflexão sobre esta temática é de crucial importância.



2.5 OUTRAS ACTIVIDADES

q Bolsa de equipamento informático usado para fins de natureza social A evolução dos sistemas operativos, as exigências impostas pelo software aplicacional tem tornado cíclica e vertiginosa a aquisição de um grande número de computadores pessoais, não apenas para uso doméstico, mas por renovação de parques informáticos empresariais. Assim os computadores pessoais e restante equipamento informático utilizados nas empresas e na administração pública são frequentemente substituídos por equipamentos mais evoluídos tecnologicamente quando ainda se encontram em condições de utilização nas principais funções básicas para fins com níveis de exigência inferiores. O desmantelamento desses equipamentos e depósito nos aterros sanitários levanta problemas ambientais diversos para além da perda do seu potencial de utilização noutros contextos. Muitos dos computadores substituídos em vez de se juntarem às toneladas de desperdício poderiam ser canalizados para instituições de solidariedade social tais como lares da 3ª idade, centros de dia, clubes recreativos, jardins de infância, etc.. Deste modo, faz todo o sentido numa perspectiva abrangente encontrar meios para a sua reutilização para fins sociais, nomeadamente em escolas, lares de terceira idade, associações culturais, recreativas e desportivas e outras organizações com fins não lucrativos. Esta iniciativa foi iniciada mas ainda não se encontra operacional.

q Revista Digital da APDSI A Associação deve proporcionar aos seus sócios e à sociedade em geral um fórum para debate e reflexão sobre o desenvolvimento, os pontos fortes e os pontos fracos, as tecnologias subjacentes e outros aspectos relacionados com a Sociedade da Informação em Portugal, no espaço lusófono e no mundo em geral. Esse fórum concretizar-se-á numa revista digital, publicada na Internet, “peer-reviewed”, com periodicidade a definir e contando com colaborações dos sectores governamental, empresarial, profissional e de outras associações e organizações sem fins lucrativos. Não foi possível concretizar esta iniciativa, em virtude de não ter sido contemplada com financiamento do POSI, conforme era nossa expectativa



q Internacionalizar a actividade da APDSI Sendo a Sociedade da Informação eminentemente global importa que a Associação estabeleça contactos internacionais com associações, outras organizações sem fins lucrativos e outras entidades de forma a acompanhar a evolução nos mais diversos domínios do desenvolvimento da sociedade da informação. Foram estabelecidos contactos e efectuadas as necessárias diligências no sentido da APDSI assumir a representação portuguesa na IFIP.

q Colunas da responsabilidade da APDSI em Órgãos da Comunicação Social O Doutor António Miguel tem coordenado uma coluna da responsabilidade da APDSI na Computer World. Está prevista ser iniciada uma outra coluna no Jornal Público. Estas colunas têm por objecto dar voz à sociedade civil na promoção e o desenvolvimento da Sociedade da Informação e do Conhecimento em Portugal.

q Prémio Editorial 2004 “APDSI - Sociedade da Informação”

Este prémio enquadra-se no espírito das mais variadas iniciativas públicas e privadas para o desenvolvimento da SI e destina-se a estimular a publicação de trabalhos na imprensa escrita, enquanto contributo para o progresso da Era da Informação em Portugal. O prémio tem o patrocínio da Oracle Portugal Sistemas de Informação e da Sun Microsystems Portugal sendo sido admitidos a concurso os trabalhos produzidos na imprensa, nacional e regional, durante o ano de 2003. A entrega do Prémio decorreu numa cerimónia no depósito do Patriarcal.



q Prémio Personalidade do Ano 2004 no domínio da Sociedade da Informação

Este prémio tem por objectivo destacar e galardoar uma personalidade pelo seu contributo para o desenvolvimento da sociedade da informação em Portugal. Em 2004 a personalidade galardoada foi o Eng. João Picoito. O prémio tem o patrocínio da ORACLE, SUN Microsystems e do Jornal Expresso.

q Compilação em CD de documentos internacionais de referência no domínio da SI A maior parte dos países e muitas das organizações internacionais têm produzido nos últimos anos um grande número de documentos de referência sobre a sociedade da informação e em particular sobre a transformação das administrações públicas através das tecnologias da informação e comunicação. As universidades e os próprios fornecedores de tecnologia e serviços da sociedade da informação têm tido um papel activo na produção de documentos importantes para o conhecimento desta área. Esta iniciativa ficou a aguardar patrocínio que se concretizará em 2005.

q Olimpíadas da Informática Na continuação de uma actividade até agora conduzida pela API - Associação Portuguesa de Informática, a APDSI propõe-se promover a realização das Olimpíadas Nacionais de Informática, um concurso de programação dirigido aos alunos das escolas secundárias e a participação da equipa vencedora dessas Olimpíadas nas Olimpíadas Internacionais de Informática, a realizar num país anfitrião. A APDSI assumirá essa responsabilidade a partir de 2005.

A componente técnica desta actividade será assegurada, mediante a formalização de protocolo, sob a responsabilidade do Departamento de Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.



3. CONCLUSÕES

A APDSI procurou através deste conjunto de iniciativas contribuir para o desenvolvimento da sociedade da informação e do conhecimento, de forma independente do poder público, dando voz à sociedade civil. A Sociedade da Informação e do Conhecimento em Portugal será também o reflexo do empenho que a sociedade civil conseguir demonstrar. No momento histórico de alargamento da União Europeia a mais dez países, em que os factores de competitividade de cada um deles são determinantes para o seu progresso no seio de uma Europa alargada, estamos perante um desafio em que Portugal e a sua sociedade civil têm uma missão a desempenhar para assegurar o seu próprio futuro neste contexto geopolítico. A execução deste programa continua a representar um desafio à capacidade mobilizadora da sociedade civil. A sua concretização requer o envolvimento das entidades com capacidade financiadora sem as quais as actividades da associação não podem ser viabilizadas. O trabalho realizado neste terceiro ano de actividade da associação teve por objectivo alcançar a consolidação da APDSI como representante da sociedade civil neste domínio crucial para o aumento da competitividade do país e para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

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