Relatório Célula de Carga
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DISC.: INSTRUMENTAÇÃO ELETRÔNICA
PROF. PEDRO BERTEMES FILHO
CÉLULA DE CARGA
FELIPE G. STEIN
GUILHERME M. ZILLI
JOINVILLE, 2 DE MAIO DE 2012
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1. INTRODUÇÃO
O extensômetro (também chamado de strain gauge) é um sensor resistivo usado na
medição de deformações mecânicas. Por muitos anos, os extensômetros foram utilizados
como elementos sensores de muitos tipos de transdutores, incluindo sensores de pressão, de
torque, de posição e em células de carga.
A maior parte dos strain gauges são formados por uma fina camada de material
metálico, montada sobre um isolante e com uma geometria específica, que permite gerar uma
variação na resistência elétrica do metal em função de variações mecânicas. As camadas de
metais podem ser de diversas formas e tamanhos. Um exemplo de strain gauge é mostrado na
Erro! Fonte de referência não encontrada..
Figura 1 - Strain gauge
O funcionamento do strain gauge é baseado no princípio da resistência elétrica dos
condutores. A resistência de um condutor é dada por:
onde R é a resistência elétrica, ρ é a resistividade elétrica do material, L é o comprimento do
condutor e A é a área da seção transversal do mesmo. A resistência é diretamente
proporcional ao comprimento e inversamente proporcional à área da seção transversal.
Quando o condutor é esticado, ele sofre um estiramento, resultando na diminuição da
área da seção transversal e aumento do comprimento. Como consequência, a resistência
elétrica do condutor aumenta. Da mesma forma, quando a barra é comprimida, a
resistência diminui devido à diminuição do comprimento e ao aumento da área transversal.
Para medir a variação da resistência do extensômetro, é comum conectá-lo a uma
Ponte de Wheatstone. A Ponte de Wheatstone é excitada com uma tensão CC e um circuito
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adicional para condicionamento de sinal é, normalmente, utilizado. O circuito de
condicionamento tem como principais funções o ajuste do ponto zero de medição
(balanceamento da ponte) e a amplificação do sinal. A partir daí, quando o extensômetro sofre
algum estresse, a variação na sua resistência causa um desbalanceamento da Ponte de
Wheatstone.
Podem ser utilizado um único sensor (quarter bridge), dois sensores (half bridge) ou
quatro sensores (full bridge). Embora seja mais comum a utilização dos strain gauges na
configuração half bridge e full bridge por serem mais sensíveis, a configuração full bridge é a
melhor delas. Nesta configuração, o sinal de saída é proporcional à força aplicada ao sensor.
Tais configurações são mostradas na Figura 2.
Figura 2 - Configurações de Ponte de Wheatstone para Strain Gauges: (a) quarter bridge, (b) half bridge e (c) full bridge.
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2. METODOLOGIA
Neste experimento foi montada uma célula de carga utilizado um extensômetro. Para
tal, foi utilizado um strain gauge em Ponte de Wheatstone na configuração full bridge. A célula
de carga foi montada conforme ilustrado na Figura 3.
Figura 3 - Montagem do experimento
Os sensores, representados por SG1 e SG2, correspondem a um par de strain gauge
cada um. Sobre cada um dos pares de extensômetros foi apoiada uma barra metálica. Supõe-
se que a variação de peso sobre a barra metálica causará deformação mecânica nas bases dos
extensômetros e consequentemente, afetará a resistência elétrica dos sensores.
Para realização do experimento foram utilizados os dois pares de strain gauges, um
resistor de 50Ω, um potenciômetro de 2,2 MΩ, um amplificador de instrumentação INA111,
um multímetro de bancada e uma fonte de alimentação simétrica. Além disso, foram utilizados
os equipamentos que compõem a estrutura do sensor (suportes e barra metálica) e pesos de
referência.
O circuito utilizado no experimento é mostrado na Figura 4.
Figura 4 - Circuito utilizado na medição
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O amplificador de instrumentação utilizado (INA111) é um amplificador com alta
velocidade, baixa tensão de offset e alta rejeição de modo comum, recomendado para
aplicações médicas e para aquisição de dados. De acordo com o fabricante, o ganho do
amplificador é dado por:
Desta forma, no experimento, o sinal de tensão medido na Ponte de Wheatstone,
correspondente ao peso aplicado ao sensor, foi amplificado por um ganho de 1001, ou seja,
aproximadamente 1000.
O potenciômetro é utilizado para compensação de offset e calibração da célula de
carga. Ele deve ser ajustado para que, quando não houver nenhuma carga (nenhum peso)
sobre a estrutura do sensor, a tensão de saída do circuito de medição seja nulo.
Para analisar o comportamento da célula de carga, o circuito da Figura 4 foi montado e
calibrado. A partir daí, foram adicionadas cargas de referência à estrutura da célula de carga. A
massa da carga foi variadas entre 0 e 6.5 Kg, com passos de 500 g. O valor de tensão, medido
na saída do amplificador de instrumentação, foi anotado para cada variação da massa. Os
resultados são mostrados na seção seguinte.
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3. RESULTADOS
3.1 O Experimento
No experimento foram registrados os dados da tensão no pino 6 do amplificador de
instrumentação INA111, o qual é o pino de saída do AMPOP. Devido ao fato da tensão
fornecida pelo arranjo das duas células de carga ser da ordem de milivolts foi empregado o
amplificador com ganho igual a 1000.
Primeiramente, foi realizado o ajuste da tensão de offset do amplificador, através do
potenciômetro de 2,2MΩ. Não foi possível zerar completamente o offset devido,
principalmente, ao fato de se estar utilizando um potenciômetro “de tambor”, o qual sofre
com o efeito de histerese da resistência e não propicia um ajuste fino. O offset após o ajuste
ficou em .
A Tabela 1 mostra os valores de tensão relacionados com a massa depositada sobre as
células de carga.
Massa (Kg) VO (V)
0,5 0,0994
1,0 0,2040
1,5 0,3115
2,0 0,4095
2,5 0,5140
3,0 0,6210
3,5 0,7285
4,0 0,8488
4,5 0,9563
5,0 1,0512
5,5 1,1588
6,0 1,2643
6,5 1,3693 Tabela 1 - Dados obtidos no experimento: massa versus. tensão de saída do circuito de medição.
Os dados do experimento foram plotados formando o Gráfico 1. O comportamento da
tensão de saída em relação a massa sobre as células de carga é linear, conforme pode ser
observado. Este era o comportamento esperado para o arranjo utilizado, com dois pares de
strain gauges.
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Gráfico 1 Célula de Carga (sinal amplificado 1000 X)
3.2 Sensibilidade
A sensibilidade fornecida pelo fabridante da célula de carga utilizada é de
. O que significa que a tensão de saída é de 1,0 miliVolt quando a tensão de
alimentação é de 1,0 Volt com a carga máxima, que é de 50KG.
Com os dados obtidos em laboratório obteve-se a sensibilidade das células utilizadas,
conforme a equação.
A sensibilidade é um valor único, pois a curva de resposta do strain gauge é linear.
Como trabalhou-se com duas células, a sensibilidade obtida é a sensibilidade média da
sensibilidade das duas células.
O erro da sensibilidade ficou dentro da margem estabelecida pelo fabricante ( )
que é de .
00.000
00.000
00.000
00.001
00.001
00.001
00.001
00.001
00.002
00 01 02 03 04 05 06 07
Ten
são
(V)
Massa (Kg)
Célula de Carga
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o experimento foi possível verificar que o comportamento da tensão de saída do
strain gauge com relação à pressão exercida pela massa sobre ele é linear, ou seja, a tensão
fornecida aumenta linearmente com o aumento da massa.
Pela característica de ter comportamento de tensão de saída linear, foi possível obter a
sensibilidade da célula de carga. Esta foi comparada com aquela fornecida pelo fabricante,
ficando próximas uma da outra, dentro da margem delimitada pelo fabricante.
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5. BIBLIOGRAFIA
How they work: The Staing Gauge. Em:
<http://www.sensorland.com/HowPage002.html>. Acesso em: 01 de maio de 2012.
KUPHALDT, Tony R. Strain gauge. All about circuits. Em:
<http://www.allaboutcircuits.com/vol_1/chpt_9/7.html>. Acesso em: 01 de maio de 2012.
PORTONOI, Marcos. EXTENSOMETRIA: História, Usos e Aparelhos. Em:
<http://www.reocities.com/ResearchTriangle/4480/academic/academic-
files/extensometria.html#_Toc511736066>. Acesso em: 01 de maio de 2012.
Texas Instruments. INA 111 Datasheet. Em: <
http://www.ti.com/lit/ds/symlink/ina111.pdf>. Acesso em: 01 de maio de 2012.