Relatório AI - Introdução ao Projeto Arquitetonico

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Escola Superior de Tecnologia e Educação de Rio Claro - Associação de Escolas Reunidas Rua 7 – 1193 – (19) 3523-2001 – CEP: 13500-200 - Rio Claro/SP Curso de Arquitetura e Urbanismo RELATÓRIO DE ATIVIDADE INTEGRALIZADORA – AI Nome do aluno: Thiago Henrique Sabino de Freitas (RA: 8700332) Disciplina: Introdução ao Projeto Arquitetônico – 1º semestre de 2012 Docentes: Cristiane K.P.B.Bernardes, Lucas R.Cestaro e Silvia H.C.Oliveira Este relatório tem como objetivo relatar o estudo feito da casa Villa Savoye (Le Corbusier) para o seminário em apresentação de slides do Power Point. O Sr. e Sra. Pierre Savoye encomendaram a casa em setembro de 1928, eles queriam uma casa de veraneio de dois andares que oferecesse espaço para eles, seu filho e qualquer visita inesperada. A casa também deveria possuir garagem, ala de serviçais e uma casa de campo para um guarda. Os Savoye designaram Le Corbusier para projetar a casa, o arquiteto acabava de celebrar seu 40º aniversário. Ele era um membro considerado totalmente integrado na vanguarda parisiense, não somente como um arquiteto, mas também como escritor e artista. A casa foi finalizada em 1931 (no custo total de 900.000 francos na época), a Villa Savoye representou o advento de uma nova abordagem à arquitetura doméstica utilizada até a atualidade. Le Corbusier se referia frequentemente á casa como “uma máquina de se viver”. A família Savoye não estava muito entusiasmada em viver nessa máquina, reclamando que a casa vazava quando chovia. Mesmo quando Le Corbusier corrigiu esse problema, eles não se mostraram muito interessados em viver lá. Então, a casa foi abandonada, ocupada pelas forças alemãs, em seguida, pelas forças aliadas e, finalmente, usada como um celeiro. Em 1958, era uma mera sombra do que costumava ser. Felizmente, foi salva da demolição por pressão de arquitetos do mundo inteiro. Até que em 1964, ela foi listada como edifício público pelo Ministério da Cultura Francês. A restauração aconteceu de 1963 a 1967 e, novamente, de 1985 a 1993. Desde 1992, a casa está aberta á visitação e recebe cerca de 20.000 visitantes por ano, sendo, em sua maioria, arquitetos, estudantes de arquitetura e designers. O Arquiteto 1

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Escola Superior de Tecnologia e Educação de Rio Claro - Associação de Escolas ReunidasRua 7 – 1193 – (19) 3523-2001 – CEP: 13500-200 - Rio Claro/SP

Curso de Arquitetura e Urbanismo

RELATÓRIO DE ATIVIDADE INTEGRALIZADORA – AINome do aluno: Thiago Henrique Sabino de Freitas (RA: 8700332)Disciplina: Introdução ao Projeto Arquitetônico – 1º semestre de 2012Docentes: Cristiane K.P.B.Bernardes, Lucas R.Cestaro e Silvia H.C.Oliveira

Este relatório tem como objetivo relatar o estudo feito da casa Villa Savoye (Le Corbusier) para o seminário em apresentação de slides do Power Point.

O Sr. e Sra. Pierre Savoye encomendaram a casa em setembro de 1928, eles queriam uma casa de veraneio de dois andares que oferecesse espaço para eles, seu filho e qualquer visita inesperada. A casa também deveria possuir garagem, ala de serviçais e uma casa de campo para um guarda.

Os Savoye designaram Le Corbusier para projetar a casa, o arquiteto acabava de celebrar seu 40º aniversário. Ele era um membro considerado totalmente integrado na vanguarda parisiense, não somente como um arquiteto, mas também como escritor e artista.

A casa foi finalizada em 1931 (no custo total de 900.000 francos na época), a Villa Savoye representou o advento de uma nova abordagem à arquitetura doméstica utilizada até a atualidade. Le Corbusier se referia frequentemente á casa como “uma máquina de se viver”.

A família Savoye não estava muito entusiasmada em viver nessa máquina, reclamando que a casa vazava quando chovia. Mesmo quando Le Corbusier corrigiu esse problema, eles não se mostraram muito interessados em viver lá.

Então, a casa foi abandonada, ocupada pelas forças alemãs, em seguida, pelas forças aliadas e, finalmente, usada como um celeiro. Em 1958, era uma mera sombra do que costumava ser.

Felizmente, foi salva da demolição por pressão de arquitetos do mundo inteiro. Até que em 1964, ela foi listada como edifício público pelo Ministério da Cultura Francês. A restauração aconteceu de 1963 a 1967 e, novamente, de 1985 a 1993.

Desde 1992, a casa está aberta á visitação e recebe cerca de 20.000 visitantes por ano, sendo, em sua maioria, arquitetos, estudantes de arquitetura e designers.

O Arquiteto

Charles-Edouard Jeanneret-Gris, mais conhecido como Le Corbusier, nasceu no dia 6 de outubro de 1887 em La Chaux-de-Fonds, na Suíça, mas passou a maior parte de sua vida na França. Em sua cidade natal, na Suíça, estudou artes e, alguns meses depois, estagiou no estúdio de Auguste Perret por dois anos, em Paris.

Charles estudou Artes Aplicadas na Alemanha, onde também trabalhou com o famoso arquiteto Peter Behrens em Berlim.

A primeira obra que tinha o nome de Charles como arquiteto foi A Villa Fallet, construída entre 1905 e 1907 em La Chaux-de-Fonds, sua cidade natal, na Suíça. A Villa Jeanneret-Perret, também conhecida como Maison Blanche, foi o primeiro projeto independente d arquiteto. Construída em 1912, também em La Chaux-de-Fonds, esta casa é um testemunho da arquitetura pioneira do século 20, tendo características do estilo Neoclássico e do Art Nouveau. Nesta residência, é possível perceber, também, a influência de Auguste Perret e de Peter Behrens na carreira de Corbusier.

Em 1920, o artista toma o pseudônimo de Le Corbusier, um ponto alto de sua carreira. Desde então, seria conhecido no mundo inteiro por esse nome.

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A publicação dos cinco pontos da Nova Arquitetura ocorreu em 1926 na revista francesa L’esprit Nouveau. Esses pontos foram colocados em prática pela primeira vez na Villa Cook, construída em Boulogne-sur-Seine, na França no mesmo ano da publicação.

A Villa Savoye, construída em 1929 em Poissy, na França seguiu fielmente os cinco pontos da Nova Arquitetura estudados por Le Corbusier.

Em novembro de 1930, casou-se com a modelo Yvonne Gallis. No mesmo ano, construiu o Pavilhão Suíço, um edifício da cidade universitária de Paris.

No ano de 1933, Le Corbusier deu a sua contribuição á Carta de Atenas (manifesto urbanístico resultante do IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna).

Viajou para a América do Sul pela segunda vez em 1936 para reuniões com Oscar Niemeyer, Lucio Costa e outros arquitetos brasileiros sobre a construção do Ministério da Educação e Saúde.

Em 1951, além de ter exposto no Museu de Arte Moderna de Nova York, construiu a Capela Notre Dame du Haut sobre a colina de Bourlémont em Ronchamp, na França e iniciaram-se as obras na cidade de Chandigarh, localizada na Índia, projeto que Le Corbusier assumiu até o fim de sua vida. 

A Unité d’habitation de Marseille foi a mais famosa de uma série, todas projetadas pelo arquiteto. No dia 5 de outubro de 1953, faleceu Yvone Le Corbusier. No mesmo ano, o artista foi responsável pela

construção de mais uma unidade de habitação muito semelhante a anterior, desta vez em Berlim, na Alemanha e, também, pela construção de mais uma grande e reconhecida obra, o Museu de Arte Ocidental na cidade de Tóquio, Japão.

Em Bruxelas, na Bélgica, foi construída mais uma obra de Le Corbusier, o Pavilhão Philips. Produzida em 1958 para a Expo 58.

Em 27 de agosto de 1965, morre Le Corbusier, em Cap Martin enquanto mergulhava no mediterrâneo, encerrando, assim, uma longa carreira não só no ramo da Arquitetura, mas nas artes em geral e tendo, até hoje, sua importância reconhecida.

Também são obras de Le Corbusier a Villa La Roche e o Pavilhão do Espírito Nouveau em Paris, a Villas du Weissenhof, em Stuttgart na Alemanha, a Villa Le Lac próxima a Vevey, na Suíça, A fábrica Claude et Duval em Marseille, na França, a casa Curutchet em La Plata, na Argentina e o Pavilhão Philips em Bruxelas, na Bélgica, entre outras.

Os cinco pontos da Nova Arquitetura

Tratam-se dos resultados de pesquisas realizadas nos anos iniciais das carreiras dos arquitetos Le Corbusier e Pierre Jeanneret (seu primo e sócio). Sua forma final foi publicada em 1926, na revista francesa L’Esprit Nouveau, porem um ou mais pontos já haviam sido utilizados em projetos anteriores á publicação.

Estes conceitos são utilizados de forma mais expressiva na Villa Garches e na Villa Savoye e permitiram tornar os elementos constitutivos do projeto independentes uns dos outros, possibilitando, assim, uma maior liberdade de criação.

O sucesso dos cinco pontos foi tal que, com o tempo, estes deixaram de ser associados apenas a  Le Corbusier e tornaram-se referências da arquitetura moderna. Assim, arquitetos de países diversos adotaram os preceitos parciais ou integralmente em seus projetos. No Brasil, o prédio do Ministério da Educação e Saúde Pública, projeto de Lucio Costa e Oscar Niemeyer, entre outros, (com a consultoria de Le Corbusier), utiliza integralmente os cinco pontos arquitetônicos.

Os cinco princípios são:

1- Planta Livre de Estrutura: através de uma estrutura independente, permite a livre locação das paredes, já que estas não mais precisam exercer a

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função estrutural. Nas plantas abaixo é possível conferir o sistema de Planta Livre e o uso de Pilotis, por exemplo.

2- Pilotis: sistema de pilares que elevam o prédio do chão, não só tornavam as construções mais vistosas e grandiosas como também permitia o trânsito de pessoas e automóveis por debaixo do mesmo.

3- Fachada Livre de Estrutura: assim como a Planta Livre, resulta da independência da estrutura. Assim, a fachada pode ser projetada sem impedimentos.

4- Janelas em Fita: possibilitadas pela fachada livre, permitem uma relação desimpedida com a paisagem, além da melhor iluminação e ventilação.

5- Terraço Jardim: ocupação das últimas lajes das edificações com jardins, evitando a cobertura tradicional em telhados,

liberando o solo para usos particulares. 

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A Casa

A casa de campo da Família Savoye, Villa Savoye, fica situada em Poissy, uma pequena cidade a noroeste de Paris, no vale do Sena e foi construída com total liberdade de orçamento.

O local escolhido para a construção foi um terreno plano localizado fora da cidade, circundado por árvores e com vista para o norte e para o oeste.

Contornando o primeiro pavimento até chegar ao lado oposto da casa, chegamos à porta de entrada. A porta fica no meio de um painel de vidro curvo, cujo raio foi determinado pela curva feita por um carro modelo Voisin, onde Le Corbusier suscita a comparação provocativa que ele sempre fazia em seus escritos entre arquitetura e engenharia.

Entrando na casa somos recepcionados pela rampa que sobe e se dobra, revelando vistas belas e convidativas do terraço, da sala de estar e da paisagem exterior emoldurada pelas janelas em fita.

O térreo foi construído para abrigar a garagem e os quartos dos serviçais. Neste nível esta disposto a escada em curva e a rampa de acesso ao andar superior.

A parede é constituída de faixas de vidro que permitem uma ampla entrada de luz no ambiente dando sensação de maior amplitude e conforto.

A sala de estar tem vista e acesso para o terraço por meio de uma esquadria que vai do piso ao teto, com quase 10 metros de largura, onde metade dela desliza lateralmente com o acionamento de uma manivela.

O passeio arquitetônico continua a partir do terraço pela rampa e chega, alinhado com o eixo de uma vista enquadrada do Sena, em um "solário".

Apesar de conter alguma vegetação, o solário lembra o convés de um navio, uma imagem que Le Corbusier produz por meio do fechamento da escada em forma de chaminé e dos corrimãos de tubos de aço pintados de branco.

Embora a ordem arquitetônica estabelecida pela malha de pilares e pelas simetrias latentes evoque as regras do classicismo, esta ordem, no espírito da nova liberdade de projeto, é sempre sensível aos padrões de uso

e à presença do observador . É possível notar, por exemplo, como a rampa é emoldurada por duas linhas de colunas e não dividida

por elas como a malha poderia sugerir e também, como as colunas são duplicadas para marcar o local de chegada.

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Em outras áreas, alguns pilares desaparecem para liberar o espaço ou são ligeiramente deslocados e parcialmente incorporados a uma parede: os pilares soltos são sempre redondos e os incorporados a paredes, quadrados.

Na Vila Savoye, a característica essencialmente modernista da descentralização da composição - marcada pela malha de pilares, reforçada pela disposição dos principais espaços nas margens da composição (como se tivessem sido centrifugados pela rampa) e expressa nas janelas em fita - é utilizada para sugerir um

movimento difuso para o alto e para fora, rumo à paisagem e ao céu, rumo à natureza. A casa gerou grandes polêmicas e adversidades entre os arquitetos da época, mas é até hoje um marco

na história arquitetônica e um ponto alto na carreira de Le Corbusier, um dos maiores e mais reconhecidos arquitetos de todos os tempos!

Referencias Bibliograficas:http://villasavoyeblog.tumblr.com/http://www.greatbuildings.com/buildings/Villa_Savoye.htmlhttp://arquitetandonanet.blogspot.com.br/2009/11/villa-savoye-poissy-franca-le-corbusier.html

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http://www.histeo.dec.ufms.br/aulas/teoria%20geral/07%20Vila%20Savoya.pdf

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