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Flix Benicio F. Neto

DOSAGEM DO CONCRETO E MOLDAGEM DOS CORPOS DE PROVA (NBR 12655:2006)

Palmas TO2013

Felix Benicio F. Neto

DOSAGEM DO CONCRETO E MOLDAGEM DOS CORPOS DE PROVA (NBR 12655:2006)

Relatrio sobre o ensaio da Dosagem do concreto e Moldagem dos corpos de prova, elaborado e apresentado como requisito complementar para aprovao na disciplina de tecnologia do concreto, turma 0533.Orientador: Prof. Gabriela Coelho Pedreira.

Palmas TO2013

SUMRIO

1.0INTRODUO12.0OBJETIVO33.0METODOLODIA43.1Normas pertinentes43.2Equipamentos / Materiais43.3Metodologia Experimental43.3.1Caracterizao dos materiais43.3.2Resistncia do concreto aos 28 dias53.3.3Determinao da relao a/c (gua/cimento)63.3.4Determinao do consumo de gua na mistura (Ca)73.3.5Determinao do consumo de cimento na mistura (Cc)83.3.6Determinao do consumo de agregado grado na mistura (Cg)83.3.7Determinao do consumo de agregado mido na mistura (Cm)103.3.8Apresentao do trao103.3.9Preparo da mistura e moldagem dos corpos de prova114.0RESULTADOS E DISCUSSES135.0CONCLUSO146.0REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS15

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Curva de Abrams.....................................................................................6FIGURA 2 Obteno da relao a/c pela curva de Abrams......................................7

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Consumo de gua em funo do dimetro mximo do agregado grado e do abatimento............................................................................................................7 TABELA 2 Consumo de agregado grado em funo de Mf e do dimetro mximo.........................................................................................................................9TABELA 3 - Resumo dos valores (quantidade) de cada material, para 1m de concreto......................................................................................................................10

1.0 INTRODUO

Concreto basicamente o resultado da mistura de cimento, gua, agregado grado e mido, sendo que o cimento ao ser hidratado pela gua forma uma pasta resistente e aderente aos fragmentos de agregados (grado/mido), formando um bloco monoltico. Embora parea simples o preparo do concreto requer muito mais cuidado do se imagina, existe todo um processo a ser executado, quando se deseja obter um concreto de excelente qualidade. O proporcionamento dos materiais do concreto, usualmente conhecido por dosagem do concreto, um processo atravs do qual obtida a melhor proporo entre cimento, agregados, gua e aditivos para produzir um concreto que atenda certas especificaes estabelecidas por um projeto estrutural.Uma das intenes da dosagem obter um produto que tenha um desempenho que atenda a certos requisitos previamente estabelecidos, sendo a trabalhabilidade do concreto fresco e a resistncia do concreto endurecido a uma idade definida, os requisitos normalmente mais importantes. Outro propsito do proporcionamento dos concretos obter uma mistura de concreto que satisfaa os requisitos de desempenho ao mnimo custo possvel, ou seja, o objetivo amplo da dosagem do concreto ento resumido como a escolha dos materiais adequados entre aqueles disponveis e a determinao da combinao mais econmica destes que produza um concreto que atenda a certas caractersticas de desempenho mnimo. importante lembrar que para diferentes traos existe uma dosagem, podendo ser essa uma dosagem experimental e no experimental. Denomina-se dosagem no experimental o proporcionamento do concreto feito pela experincia do construtor ou pela tradio, claro que esse mtodo uma maneira inadequada de proporcionar o concreto. J a dosagem experimental constitui em ensaios previamente feitos em laboratrios, consequentemente mais preciso e adequado.Nesse relatrio ser apresentada toda a parte prtica do contedo ministrado em sala de aula pela Prof. Gabriela Coelho, composto ento pelo dimensionamento da dosagem do concreto, onde todos os clculos sero apresentados de forma concisa e clara, como tambm a execuo da moldagem dos corpos de prova.

2.0 OBJETIVO

Esse ensaio tem como objetivo, dosar um concreto, com um fck = 20 Mpa, de controle mdio e posteriormente executar a moldagem dos corpos de prova. Lembrando que os procedimentos aqui adotados esto baseados no mtodo de dosagem ABCP, ACI 211 American Concrete Institute. Atentando claro, para as normas tcnicas brasileiras para esse tipo de ensaio.

3.0 METODOLODIA

3.1 Normas pertinentes

ABNT NBR 12655:2006 Concreto de cimento Portland Preparo, controle e recebimento Procedimento; ABNT NBR 7711:2005 - Agregados para concreto Especificao; ABNT NBR 5738:2003 Concreto Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova.

3.2 Equipamentos / Materiais

Betoneira estacionria automtica; Balana; Carrinho de mo; Colher de pedreiro; Cimento CP II F 32 Areia; Seixo britado; gua.

3.3 Metodologia Experimental

A dosagem do concreto segue uma sequencia de passos a serem executados, que se resume em caracterizao dos materiais (cimento, agregados, concreto), fixar a relao gua/cimento, determinar o consumo dos materiais e enfim a apresentao do trao. A seguir sero apresentadas em tpicos todas as etapas em que consiste a dosagem do concreto, de acordo com o mtodo da ABCP ACI 211.

3.3.1 Caracterizao dos materiais O cimento Portland adotado foi CP II F 32, cuja massa especfica real 3100 kg/m. Como o concreto constitudo de cimento, agregado mido, agregado grado e gua, necessrio conhecer as caractersticas desses materiais. Portanto para o concreto que ser dosado em questo, temos as seguintes especificaes:ConcretoFck= 20 MpaControle mdio (Sd) Abatimento = 102Agregado Mido (areia)Modulo de finura 2,6Massa especfica real = 2640 kg/mMassa unitria = 1490 kg/mAgregado Grado (seixo britado)Dmx = 9,5Massa especfica real = 2703 kg/mMassa unitria = 1580 kg/m

A partir dos dados iniciais, procede-se com o clculo da resistncia aos 28 dias.

3.3.2 Resistncia do concreto aos 28 dias

A resistncia requerida para o cimento aos 28 dias de cura dada pela equao:Fc28 = Fck + (1,65xsd)Onde Fck a resistncia do cimento (20 Mpa) e sd o desvio padro, que 5,5 Mpa. Substituindo os valores, obtm-se:Fc28 = 20 + (1,65x5,5)Fc28 = 29,08 MpaPode-se ento agora iniciar a determinao dos materiais constituintes do concreto.

3.3.3 Determinao da relao a/c (gua/cimento)

A relao gua-cimento escolhida em funo da Curva de Abrams, queapresenta valores de a/c para cada tipo de cimento. A curva a que segue:Figura 1 Curva de Abrams

Para o cimento portland CP II F 32 com Fc28 igual a 29,08 Mpa, pela curva de Abrams, o fator de relao gua cimento (a/c):Figura 2 - Obteno da relao gua/cimento pela curva de Abrams.

Desse modo, a/c igual a 0,53.

3.3.4 Determinao do consumo de gua na mistura (Ca)

O consumo de gua dado pela tabela a seguir

Tabela 1 - Consumo de gua em funo do dimetro mximo do agregado grado e do abatimento.Abatimento (mm)Dimetro mximo do agregado grado (mm)

9,519,025,032,038,0

40 a 60220195190185180

60 a 80225200195190185

80 a 100230205200105190

Relacionando ento o nosso dimetro mximo do agregado grado que de 9,5mm e o abatimento do concreto de 102m, obtm-se o consumo de gua (Ca) igual a 230 L/m.

3.3.5 Determinao do consumo de cimento na mistura (Cc)

O consumo do cimento dado em funo da relao a/c em relao ao consumo de gua, sendo calculado pela seguinte equao: Cc = Ca/ (a/c)Onde:Ca = consumo de gua = 230 l/m;a/c = relao gua cimento = 0,53;Cc= consumo de cimento dado em kg/m.Efetua-seCc = 230/0,53 = 433,96 kg/mPortando o consumo de cimento na mistura de 433,96 quilogramas por metro cbico de concreto.

3.3.6 Determinao do consumo de agregado grado na mistura (Cg)

O consumo de agregado grado dado pela relao:Cg = Vb x MuOnde:Cg = consumo de agregado grado em kg/m;Vb = volume do agregado grado seco em m;Um = massa unitria do agregado = 1.580 kg/m.Porm, Vb dado em funo de Mf (mdulo de finura) e do Dmx (dimetro mximo) atravs da tabela a seguir:Tabela 2 Consumo de agregado grado em funo de Mf e do dimetro mximo

Para Mf = 2,60 e Dmx = 9,5, tem-se VB igual a 0,565 m.Efetuando:Cg = Vb x MuCg = 0,564 x 1580 = 892,70 kgPortanto, o consumo de agregado grado na mistura de 892,70 kg quilogramas por metro-cbico. O agregado grado adotado o seixo britado, que ser utilizado 100% na mistura.

3.3.7 Determinao do consumo de agregado mido na mistura (Cm)

O volume de agregado mido (areia) dado pela relao:Vm = 1 ((Cc/c+Cgb+CaaEfetua-se a relao a cima:Vm = 1 ((433,96/3100)+(892,7/2703)+(230/1000))Vm = 0,3 mO consumo de areia dado pela relao:Cm = Vm x aEfetua-se:Cm = 0,3 x 2.640 = 792,0 kg/mPortanto, o consumo de agregado mido na mistura de 792,00 quilogramaspor metro cbico.Executada todas essas etapas obtemos a quantidade exata de cada material constituinte para um metro cbico de concreto:Constituintes do concretoPara 1m de concreto

Consumo de gua (Ca)230 l/m

Consumo de cimento (Cc)433,96 kg/m

Consumo de brita (Cg)892,7 kg/m

Consumo de areia (Cm)792,0 kg/m

Tabela 3 Resumo dos valores (quantidade) de cada material, para 1m de concreto.

3.3.8 Apresentao do trao

O trao apresentado da seguinte forma:(Cc/Cc):(Cm/Cc):(Cg/Cc):(Ca/Cc)Substituindo os valores encontrados nos clculos anteriores, obtm-se o seguinte trao:1:(792/433,96):(892,7/43396):(230/433,96)Portanto o trao do concreto em massa :1:1,83:2,06:0,53

3.3.9 Preparo da mistura e moldagem dos corpos de prova

Com a dosagem do concreto calculada, preparou-se ento a mistura. Porm multiplicaram-se todas as quantidades de materiais por oito, porque se preparou um concreto para 8kg de cimento, obteve-se ento: 8kg de cimento, 14,64kg de areia, 16,48kg de seixo britado e finalmente 4,24 l de gua. Com esses valores encontrados, pesou-se ento cada um na balana, com muita preciso. Exceto a gua que foi medida com o auxilio de uma proveta, colocou-se exatamente 4,24 l de gua, em um balde. Feito isso, a betoneira foi posta para fora do laboratrio, colocou-se ento um pouco do total de cimento que seria usado e um pouco de gua, acionando ento a betoneira, deixando que ela misturasse aquele material at que se formasse uma pasta. Em seguinte, coloca-se todo o material anteriormente dimensionado: areia, seixo britado, restante do cimento e da gua. Deixa-se homogeneizar a mistura por uns 2 a 3 min.Observando que o material este completamente misturado desliga-se ento a betoneira e despeja-se todo o concreto dentro do carrinho de mo. feito ento o teste de slump, que ser apresentado em um relatrio parte, com o objetivo de verificar o abatimento do concreto. Passa-se ento para a moldagem dos corpos de prova, foram confeccionados 5 corpos de prova, que sero rompidos em outra oportunidade, com o intuito de medir o indicie de resistncia do concreto. Untou-se 5 formas cilndricas, e em cada uma foram colocadas duas camadas de concreto, e aplicou-se 12 golpes com uma haste em cada camada, atentando para que os golpes no penetre ate a camada seguinte, tem-se ento os corpos de prova moldados, inicia-se ento o processo de cura dos mesmos.

4.0 RESULTADOS E DISCUSSES

Como foi visto no tpico 3.3 do presente relatrio, a dosagem de concretos consiste em uma srie de etapas a serem executas, que se resumem da seguinte forma: 1 caracterizao dos materiais (cimento, agregados, concreto), 2 fixar o fator a/c, 3 determinar o consumo de todos os materiais; atravs de relaes numricas j estabelecidas e por fim 4 apresentao do trao. importante lembrar que o mtodo de dosagem aqui adotado foi da ABCP ACI 211.Foi executados todas as etapas descritas, sendo que o trao calculado foi o seguinte:1:1,83:2,06:0,53Esses valores foram multiplicados por oito, pois se dosou um concreto para 8 kg de cimento, como descreve o tpico 3.3.9.Como resultado desse ensaio, pode-se fazer dizer que a dosagem experimental do concreto foi executada com xito e com muita preciso, considerando que todas as etapas de dosagem foram feitas cautelosamente, buscando assim o alcance de qualidade e propriedades futuras desse concreto, como a durabilidade e resistncia.

5.0 CONCLUSO

Por fim, pode-se concluir que o ensaio foi executado com sucesso, uma vez que todos os resultados estiveram dentro dos padres exigidos pela norma brasileira ABNT NBR 12655:2006 Concreto de cimento Portland Preparo, controle e recebimento Procedimento, lembrando que todas as etapas do mtodo adotado foram extremamente seguidas do incio ao fim do ensaio.O concreto dosado teve excelente trabalhabilidade, tima consistncia, uma vez que atendeu o abatimento exigido que de 102 mm, que ficou comprovado pelo slump test.Fica clara ento a importncia da dosagem experimental do concreto, pois atravs dela, pode-se dimensionar precisamente a quantidade de materiais que ser usado para um determinado trao de concreto. A dosagem precisa e correta traz muitos benefcios para uma estrutura de concreto, como por exemplo, seu indicie de resistncia e tambm a sua durabilidade.Outro ponto importante a ser considerado, que a dosagem influencia tambm no custo do m de concreto, pois o valor do cimento e consideravelmente elevado em relao ao dos agregados. Atravs da dosagem, podem-se escolher agregados de excelente qualidade, porm com preos razoveis, obtendo uma mistura de concreto que satisfaa o requisito de desempenho ao mnimo custo possvel.O ensaio foi uma amostra prtica do que enfrentado no cotidiano da construo civil, considerei-lhe importantssimo para a formao acadmica e profissional.

6.0 REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS

MEHTA, P. Kumar; MONTEIRO, Paulo J. M., Concreto: Estrutura, propriedade e materiais. 1. Ed. So Paulo; PINI, 1994.FALCO BAUER, L.A Materiais de Construo. Vol. 1, 5 edio revisada Rio de Janeiro. Editora LTC, 2000.ABCP ACI 211 Mtodo de Dosagem.ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS - ABNT NBR 12655:2006 Concreto de cimento Portland Preparo, controle e recebimento Procedimento.ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS - ABNT NBR 7711:2005 - Agregadas para concreto Especificao.ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS - ABNT NBR 5738:2003 Concretas Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova.

Plan1MFDimetro mximo (mm)9.519.025.032.038.01.80.6450.7700.7950.8200.8452.00.6250.7500.7750.8000.8252.20.6050.7300.7550.7800.8052.40.5850.7100.7350.7600.7852.60.5650.6900.7150.7400.7652.80.5450.6700.6950.7200.7453.00.5250.6500.6750.7000.7253.20.5050.6300.6550.6800.7053.40.4850.6100.6350.6600.6853.60.4650.5900.6150.6400.665