Relatorio 2
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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE MINAS GERAIS
2º RELATORIO - AULA PRATICA
CARNEIRO HIDRULICO
Alunos:
Alexandre Teixeira
Debora Alves
Marcia Rodrigues
Rafael Antônio
Belo Horizonte 2015
1. INTRODUÇÃO
1.1 Objetivo
Esta prática tem como objetivo mostrar o princípio de funcionamento, verificar a perda
acentuada de vazão e calcular os rendimentos volumétrico e hidráulico para um carneiro
hidráulico.
1.2 Conceituação teórica
1.2.1 Golpe de Ariete
Sob o nome de golpe de ariete é conhecido o conjunto de fenômenos que ocorrem nos
condutos forçados quando, por meio de apropriados dispositivos de regulagem, variamos a
vazão do escoamento da água ou qualquer outro líquido, e, consequentemente, sua
velocidade. Em tais circunstâncias, em virtude da transformação da energia cinética do fluido
em energia potencial, ocorrem variações da pressão interna nos tubos, variações estas que se
propagam velozmente ao longo do conduto, desde a válvula de controle até sua origem, de
onde retornam.
As leis que governam as variações da pressão e da vazão em condutos forçados transportando
fluidos líquidos estão intimamente ligados às condições sob as quais se efetuam os
escoamentos. Se o movimento for permanente, isto é, se a vazão, em qualquer seção
transversal, permanecer constante com o tempo, pode aplicar-se ao estudo do escoamento o
Teorema de Bernoulli. Porém, se o movimento não for permanente, ou seja, se a vazão, em
cada seção transversal, variar com o tempo, a equação de Bernoulli não pode ser aplicada ao
estudo do escoamento porque não mais sub-existem as correlações entre as pressões e
velocidades expressas no Teorema de Bernoulli.
No movimento não permanente a pressão interna em um conduto pode atingir valores
perigosamente elevados e romper os tubos, ou assumir valores extremamente baixos capazes
de provocar o colapso do sistema de tubulações, deformando-os plasticamente, ou de
determinar a ruptura da coluna líquida que perde, assim, sua continuidade.
Os efeitos provavelmente resultantes do golpe de ariete são de tal maneira graves que não
podemos negligenciá-los ao projetar tubulações, especialmente longas e , particularmente, se
vão funcionar sob pequenas cargas estáticas.
A ação do golpe de ariete pode assumir grande importância nas tubulações das usinas
hidrelétricas e nas de recalque das estações elevatórias porque, nestas, a falta de energia que
alimenta os motores elétricos, frequentemente, é causa de choques que danificam tubulações e
bombas.
1.2.2 Conceito conceitos teóricos relativos aos objetivos apresentados.
O carneiro hidráulico é um aparelho empregado para elevar água a alturas limitadas, não
utilizando nenhuma fonte de energia externa a não ser a própria energia de posição da água
disponível que se deseja elevar. Para tanto, o carneiro hidráulico utiliza-se do fenômeno do
golpe de ariete.
O carneiro hidráulico consta de uma câmara que armazena um certo volume de água e de ar.
Estando a câmara em comunicação direta com o tubo de recalque, a pressão dentro da mesma
é dada por Δh, com a coluna em repouso.
A câmara, pelo fundo, liga-se à tubulação de adução por meio de uma válvula basculante. Em
outro conjunto, desliza uma válvula dotada de furos em toda a sua periferia, furos pelos quais
verte a água do tubo de adução sempre que a válvula não está em sua posição de fechamento.
Para que o carneiro hidráulico possa funcionar, libera-se a válvula do corpo, colocando-a em
sua posição inferior (abertura total). Estabelece-se assim, um fluxo de reservatório na cota H
para o exterior, vertendo a água livremente, passando pelos orifícios da válvula . Sendo a
seção de escoamento formada pelos furos da válvula e pelo espaço que segue entre a mesma,
além da sede cônica, o regime de escoamento ali, antes que a água verta livremente, é forçado
sob forte aceleração da água. Essa aceleração implica redução de pressão, o que causa o
desequilíbrio da válvula, que é então, impelida para cima, com aceleração constante, uma vez
que na sua face inferior atua a pressão ΔH menos a redução devida à velocidade e perdas por
atrito. Tal pressão vence o peso da própria válvula mais a pressão na face superior (que é
baixa e se reduz à medida que a válvula sobe, estrangulando a seção de passagem).
Quando a válvula atinge o seu ponto superior, fica vedada a passagem de água e produz-se,
pelo fechamento brusco, um golpe de ariete. Esse golpe gera uma sobre-pressão local que se
propaga e atinge a válvula vizinha e força a mesma a abrir-se, dando entrada a um certo
volume de líquido para dentro da câmara. Esse volume admitido efetua um trabalho de
compressão do ar, ali aprisionado, aumentando a pressão dentro da câmara. Assim, como a
sobre-pressão foi aliviada devido ao escapamento de parte do fluido para a câmara, a
diferença de pressões obriga o fechamento da válvula. O ar comprimido na parte superior do
reservatório reage expandindo-se e expulsa o excesso de água admitido pela tubulação de
recalque.
Enquanto isso, à sobre-pressão na válvula segue-se uma depressão devido ao fluxo em sentido
contrário que o fenômeno causou. A válvula, que fechava a passagem no ponto superior, cai
obrigada pelo seu peso próprio e pela pressão atmosférica, que venceu a depressão criada na
sua face inferior. Com a queda da válvula, a passagem livre para a água fica novamente aberta
e o ciclo recomeça, voltando a haver fluxo direto.
1.3 Desenvolvimento
1.3.1 Procedimento experimental
A experiência consistiu em variar o curso da válvula, através do posicionamento da porca na haste rosqueada, e medir a variação do nível de água tanto no reservatório de recalque quanto no reservatório de perdas volumétricas, num período de tempo determinado.
Com o resultado da medição, podemos então calcular a vazão recalcada (q) e a perdas volumétricas (q’), da seguinte forma:
q = SR x hR / t
q’ = SP x hP / t ,
Onde:
SR é a área do reservatório de recalque; hR é a variação do nível de água no reservatório de recalque;
SP é a área do reservatório de perdas volumétricas; hP é a variação do nível de água no reservatório de perdas volumétricas.
Podemos calcular também a vazão total, o rendimento volumétrico e o rendimento energético:
Q = q + q’
v = q / Q
t = q h / Q H
Para a obtenção dos dados foram feitas cinco medições, girando-se a porca de uma volta na primeira medição e girando-se de meia volta nas medições consecutivas.
1.3.2 Equipamentos
O Carneiro Hidráulico ao ser instalado tem a Válvula de Impulso (2) fechada pela
ação da pressão da água do tubo de alimentação (1), para iniciar a operação do
carneiro basta abrir manualmente a Válvula de Impulso, a partir daí o funcionamento
do carneiro hidráulico se torna automático. O seu funcionamento é interrompido
quando se fecha a válvula de Impulso.
A queda de água (h) e a vazão de água (Q) disponíveis no sistema são os fatores que
influenciam na escolha do tamanho do carneiro hidráulico.
A quantidade de água aproveitada, (q), será função do tamanho do carneiro e da
relação entre a queda disponível e a altura de recalque. (h/H).
A tabela 1 fornece diâmetros de alimentação e de recalque necessários em função da
quantidade de água (Q) disponível.
A tabela 2, fornece a porcentagem de água (R) a ser aproveitada em função da relação
entre a queda disponível e a altura de recalque (h/H).
Inicialmente está mesma pressão força a abertura da válvula de recalque (3), que
permite a entrada de água na câmara de ar (4). Desta forma o ar contido dentro da
câmara de ar é comprimido até que as pressões se igualem. Quando isso ocorre o
Carneiro Hidráulico já pode iniciar seu funcionamento.
Para colocá-lo em funcionamento, basta acionar algumas vezes a válvula de impulso
(2).
Com a válvula de impulso aberta a água começa a sair em pequenos esguichos até que,
com o aumento da velocidade da água, ocorre o seu fechamento.
A água que tinha uma velocidade crescente sofre uma interrupção brusca, causando
um surto de pressão ou “Golpe de Aríete”, que irá percorrer todo o carneiro e todo o
tubo de alimentação (1).
Esse surto de pressão provoca a abertura da válvula de recalque (3), permitindo assim
a entrada de água na câmara de ar (4). A medida que o ar contido no interior da
câmara vai sendo comprimido, uma resistência à entrada da água vai aumentando, até
que a pressão no interior fique pouco superior e provoque o fechamento da válvula de
recalque (3). A água contida no interior da câmara, impedida de retornar ao corpo do
carneiro só tem como saída o tudo de recalque.
Em momento posterior ocorre a formação de uma onda de pressão negativa que
provoca a abertura da válvula de impulso (2), dando condições para a ocorrência de
um novo ciclo. Com a ocorrência de ciclos sucessivos, á água começa a encher o tubo
de recalque (3) e sua elevação ocorre a medida que o ar da câmara (4) fica
comprimido.
1.3.3 Itens e formulas utilizada para preenchimento da folha de teste:
O curso da válvula é determinado pelo posicionamento da porca na haste rosqueada.
O passo da rosca foi de 1,25 mm;
O número de voltas da porca na haste foi de 1 a 3 voltas;
Formulas utilizada para calculo: q = S7 x h7 / t; q’ = S8 x h8 / t; Q = q + q’; ηt = q
x h / Q x H; ηv = q / Q
- S7 = área da base do tanque 7(S7 = 1.632 cm2 ); S8 = área da base do tanque 7 (S8
= 3.706 cm2);
h = altura de elevação da água (h = 3,85 m); H = altura de queda disponível (H =
1,85 m).
1.2 Análises de dados
A tabela abaixo indica os dados obtidos em laboratório e depois feitos seus cálculos.
20.00
40.00
60.00
80.00
100.00
120.00 -
10.00 20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00
nt x Abertura
nt x Abertura
TESTE DO CARNEIRO
Voltas
Abertura da
válvula
Curso da
válvulaTempo
Variação do nível do tq 7
Volume do tq 7
Variação do nível do tq 8
Volume do tq 8
Vazão recalcada
Vazão perdida
Vazão aduzida
Rendimento volumétrico
A C (t) (h7) (V7) (h8) (V8) (q) (q') (Q) (ɳv)n % mm min cm cm³ cm cm³ l/min l/min l/min %
1,00 33,
33 1,
25 5,00
5,20
8.486,40
5,10
18.900,60
141,44
315,01
456,45
30,99
2,00 66,
67 2,
50 5,00
13,50
22.032,00
14,10
52.254,60
367,20
870,91
1.238,11
29,66
3,00 100,0
0 3,
75 5,00
17,40
28.396,80
24,40
90.426,40
473,28
1.507,11
1.980,39
23,90
1.4 Conclusão
O volume de ar contido na câmara não pode ser muito pequena, para que sua variação
de volume dentro dos níveis de pressão extremas a que é submetido permita uma vazão
satisfatório por ciclo.
A distância do reservatório de origem até o carneiro hidráulico não pode ser muito
pequena, a fim de que a onda de sobrepressão não encontre menor resistência para se
propagar pelo tubo do que para abrir a válvula (V1).
Outra consideração importante que se deve fazer a respeito do carneiro hidráulico é o
fato de apresentarem baixo rendimento volumétrico. Como ocorre uma perda considerável de
vazão, apesar de conseguir elevações de nível que podem superar até 8 vezes a queda
disponível, o rendimento total da conversão de energia de um carneiro hidráulico é baixo.
O ponto de máximo rendimento é o de 1,5 voltas.
1.5 Bibliografia
SILVA, Tadeu Hudson da, Mecânica dos Fluidos e Fenômenos de Transporte
Fumarc, Belo Horizonte, 1996
FOX, Robert W. e Alan T. MacDonald, Introdução à Mecânica dos Fluidos
Editora Guanabara Koogan S.A, 1992
Silvestre, Paschoal, Golpe de Ariete
UFMG, Belo Horizonte, 1989