Relatório 03- Cerebelo
-
Upload
suzana-herbas -
Category
Documents
-
view
410 -
download
2
Transcript of Relatório 03- Cerebelo
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 1/25
Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
Curso de Medicina
PROBLEMA 03
RELATÓRIO DA TUTORIA: CEREBELO E TRONCO
ENCEFÁLICO
Relatório apresentado à Disciplinade Biomorfologia I, sob a
orientação da Professora
Francesca, como requisito parcial
da avaliação da tutoria.
Salvador
Março de 2009
2
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 2/25
Sumário
Problema...........................................................................................04
Reuniões.............................................................................................0
5
Objetivos.............................................................................................0
6
Anatomia.............................................................................................0
7
Histologia............................................................................................1
8
Embriologia.........................................................................................2
1
Bibliografia..........................................................................................2
6
3
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 3/25
Problema
Marcos, calouro de medicina, estava ansioso para participar da “festa do sapato”. No fim da tão esperada festa, após ingerir bebida alcoólica, por considerar que
não havia problema em dirigir assim foi para casa no seu carro.
No trajeto foi pego numa “blitz” da “Lei seca” da SET e PM. Ao sair do carro,
Marcos apresentava uma marcha ebriosa, estava um pouco desequilibrado e para
não cair aumentou a base de sustentação. Diante do pedido do agente para fazer o
teste do bafômetro, inicialmente se recusou e irritado quis desacatar o policial. Os
amigos o acalmaram e convenceram a fazer o teste. Com dificuldade assoprou no
bafômetro, que comprovou o uso de bebida alcoólica. Em virtude de seu
comportamento inadequado foi conduzido à delegacia.
Reuniões
PRIMEIRA REUNIÃO:
4
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 4/25
No dia 09/03/2009, foram discutidos o caso e os tópicos a serem estudados.No primeiro parágrafo foi constatada a ingestão de bebida alcoólica por um
jovem, que assumiu a direção do seu carro por não dar a devida atenção aosefeitos que o álcool pode lhe causar.
No segundo parágrafo o texto informou que o jovem, ao ser pego numa blitz,apresentou marcha ebriosa e aumentou a base de sustentação. Algunscomponentes do grupo apresentaram dificuldade quanto ao significado dessasexpressões, mas a dúvida foi logo esclarecida. Foram apontados alguns efeitos doálcool, como o desequilíbrio, a irritabilidade e a dificuldade de assoprar no
bafômetro. Além disso há também a questão social que envolve airresponsabilidade de beber e dirigir e o desacato a autoridades públicas.
SEGUNDA REUNIÃO:
No dia 13/03/2009, após o estudo de assuntos de anatomia, embriologia ehistologia, foi possível o esclarecimento da origem do problema pelo grupo. Foiconstatado que o cerebelo é o órgão responsável pelo controle do equilíbrio ecoordenação dos movimentos, portanto, foi uma área bastante afetada peloálcool. Percebeu-se que muitas das habilidades do jovem que foramcomprometidas têm relação funcional com o cerebelo: força, equilíbrio, postura eexecução de movimentos finos.
Objetivos
• ANATOMIA:-Cerebelo;
-Tronco encefálico;-Quarto ventrículo.
5
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 5/25
• HISTOLOGIA:-Estrutura do cerebelo.
• EMBRIOLOGIA:- Desenvolvimento do encéfalo médio e posterior;- Má-formação de Arnold Chiari.
ANATOMIA
Cerebelo
6
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 6/25
O cerebelo tem origem na face dorsal do tronco encefálico, ficando por cima do
IV ventrículo. Forma a maior parte do cérebro posterior, repousa sobre a fossa
cerebelar do osso occipital e é separado do lobo occipital do telencéfalo pela
tenda do cerebelo (prega da dura-máter). O cerebelo é conectado ao troncoencefálico por três grossos feixes de fibras, chamados de pedúnculos
cerebelares superior, médio e inferior, que unem o cerebelo ao mesencéfalo,
ponte e bulbo respectivamente. As funções do cerebelo são exclusivamente
motoras, atuando no nível subconsciente. Ele controla a manutenção do
equilíbrio, influencia a postura e o tônus muscular, além de coordenar os
movimentos.
O cerebelo consiste em dois hemisférios, situados lateralmente, unidos pelo
vérmis, porção ímpar e mediana. A face superior do vérmis é pouco separada dos
hemisférios, formando uma crista na linha média. Na face inferior, dois sulcos
mais profundos o separam das partes laterais.
A superfície do cerebelo é muito convoluta, com pregas, ou folhas do cerebelo,
orientadas quase transversalmente. Entre as folhas existem sulcos. Os mais
profundos, denominados fissuras do cerebelo, são pontos de referência usados
para dividir anatomicamente o cerebelo em três lobos. Na superfície superior, a
fissura primária ou prima separa o lobo anterior, relativamente pequeno, do
lobo posterior, muito maior. Na superfície inferior, a fissura póstero-lateral
marca a localização de pequenas regiões do hemisfério (o flóculo) e do vérmis (o
nódulo) que, em conjunto, formam o lobo flóculo-nodular.
7
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 7/25
As fissuras do cerebelo delimitam lóbulos, cada um deles podendo conter várias
folhas. A divisão do cerebelo em lóbulos não tem significado funcional e sua
importância é apenas topográfica. Os lóbulos recebem denominações diferentes
no vérmis e nos hemisférios: a cada lóbulo do vérmis correspondem dois noshemisférios. A secção sagital mediana do cerebelo permite uma identificação
mais fácil das fissuras.
O lóbulo da língula, quase sempre aderido ao véu medular superior, fica no
vérmis, sem correspondente nos hemisférios. O lóbulo central no vérmis vem
depois da língula, no sentido antero-posterior; enquanto seu correspondente nos
hemisférios é a asa do lóbulo central, delimitada pelas fissuras pré-central e pré-
culminar. O cúlmen vem após o lóbulo central no vérmis, enquanto a região
lateral nos hemisférios é a parte anterior do lóbulo quadrangular, entre as
fissuras pré-culminar e prima. Em seguida no vérmis há o declive, na região
próxima onde a fissura prima e a fissura pós-clival caracterizam a parte
posterior do lóbulo quadrangular nos hemisférios. O fólium consiste apenas
de uma folha do vérmis, enquanto nos hemisférios recebe o nome de lóbulo
semilunar superior, entre a fissura pós-clival e a fissura horizontal. O túber do
vérmis corresponde ao lóbulo semilunar inferior, entre a fissura horizontal e a
8
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 8/25
fissura pré-piramidal. A pirâmide do vérmis é o lóbulo biventre nos
hemisférios, entre a fissura pré-piraminal e fissura pós-piramidal. A úvula do
vérmis é chamada de tonsila nos hemisférios, que é bem evidente na face inferior
do cerebelo, projetando-se medialmente sobre a face dorsal do bulbo; é marcada pela fissura pós-piramidal e fissura póstero-lateral. O nódulo do vérmis é unido
aos flóculos dos hemisférios pelo pedúnculo do flóculo. Cada flóculo situa-se
logo abaixo do ponto em que o pedúnculo cerebelar médio penetra no cerebelo,
próximo ao nervo vestíbulo-coclear.
O agrupamento de lóbulos cerebelares e, lobos é uma tentativa de fazer uma
divisão em áreas maiores, que tivessem significação funcional mais evidente.
Essa divisão baseia-se na ontogênese:
Divisão Ontogenética: Corpo do cerebelo: •lobo anterior
•lobo posterior
Lobo flóculo-nodular
O cerebelo, muitas vezes, é considerado como formado por três subdivisões,com base em dados filogenéticos, anatômicos e funcionais. O arquicerebelo, ou
a porção mais antiga, em termos filogenéticos, corresponde ao lobo flóculo-
nodular e aos núcleos fastígios associados a ele. O paleocerebelo corresponde
ao vérmis, na linha média, ao lobo anterior e aos núcleos globoso e
emboliforme. O neocerebelo compreende o restante (e a maior parte) do
hemisfério cerebelar (lobo posterior) e dos núcleos denteados.
A divisão filogenética do cerebelo é importante para a compreensão das
conexões, funções e lesões do órgão. As três fases na filogênese do cerebelo
podem ser correlacionadas com a complexidade de movimentos realizados pelo
grupo de vertebrados característico de cada fase.
9
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 9/25
A primeira fase da evolução do cerebelo surgiu com o aparecimento dos
ciclóstomos, os vertebrados mais primitivos. Esses animais, sem membros, com
movimentos ondulatórios simples, precisavam se manter em equilíbrio no meio
líquido. O cerebelo surgido nesta fase é o arquicerebelo, que está relacionado
primariamente com a manutenção do balanço (equilíbrio). Tem extensas
conexões com os núcleos reticulares e vestibulares do tronco encefálico, por
meio do pedúnculo cerebelar inferior. O arquicerebelo, também denominado
cerebelo vestibular, recebe impulsos dos canais semicirculares (localizados na
parte vestibular do ouvido interno), que informam sobre a posição do animal e
permitem ao cerebelo coordenar a atividade muscular, de modo a manter o
animal em equilíbrio.
A segunda fase da evolução do cerebelo está relacionada aos peixes, capazes de
realizar movimentos mais elaborados, já possuindo membros. A parte do
cerebelo que surge nesta fase é o paleocerebelo, também chamado de cérebro
espinhal por fazer conexões principalmente com a medula espinhal. O paleocerebelo influencia o tônus muscular e a postura. Nos peixes surgiram pela
10
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 10/25
primeira vez receptores especiais (fusos neuromusculares) e órgãos
neurotendíneos, capazes de originar impulsos nervosos propioceptivos, que
levam ao cerebelo informações sobre o grau de contração dos músculos.
A terceira fase da evolução do cerebelo surgiu com os mamíferos quedesenvolveram a capacidade de utilizar os membros para movimentos delicados e
assimétricos, que requerem uma coordenação nervosa muito elaborada. Nessa
fase o cerebelo passa a manter amplas conexões com o córtex cerebral, que se
desenvolve bastante. Surge o neocerebelo ou cerebelo cortical, relacionado com
a coordenação muscular, incluindo a trajetória, a velocidade e a força dos
movimentos.
Tronco encefálico
O tronco encefálico é formado por mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano ou
medula oblonga. Situa-se ventralmente ao cerebelo, entre a medula e o
diencéfalo. Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibrasnervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de
nervos cranianos, 10 fazem conexão com o tronco encefálico.
-Bulbo
O bulbo raquidiano ou medula oblonga tem a forma de um tronco de cone,
cuja extremidade menor é contínua com a medula espinhal no nível do forame
magno (em um plano horizontal que passa acima do filamento radicular mais
cranial do primeiro nervo cervical). Superiormente, o bulbo está limitado pelo
sulco bulbo-pontíneo, que o separa da ponte.
11
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 11/25
Os sulcos da medula continuam pela superfície do bulbo, delimitando as áreas
ventral, lateral e dorsal. A fissura mediana anterior termina cranialmente em
uma depressão denominada forame cego. De cada lado da fissura mediana
anterior atravessam as pirâmides, proeminentes colunas longitudinais. Cada
pirâmide é formada por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes,
também chamado de tracto piramidal ou tracto córtico-espinhal, que ligam as
áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula. No bulbo caudal, 75
a 90% das fibras desse tracto cruzam para o lado oposto na decussação das
pirâmides, obscurecendo parcialmente a fissura mediana ventral, para formar o
tracto córtico-espinhal lateral; nesse trajeto as fibras atravessam a substância
cinzenta. A área lateral do bulbo fica entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior e é onde fica a oliva, uma elevação oval que é formada pelo núcleo
olivar inferior, grande massa de substância cinzenta que conecta-se
primariamente com o cerebelo e é envolvido no controle do movimento.
Ventralmente à oliva, os filamentos radiculares do nervo hipoglosso (XII par
craniano) emergem do sulco lateral anterior. Do sulco lateral posterior emergem
os filamentos radiculares que se unem para formar os nervos glossofaríngeo (IX
par) e vago (X par), além dos filamentos que constituem a raiz craniana ou
12
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 12/25
bulbar do nervo acessório (XI par), a qual se une com a raiz espinhal,
proveniente de medula.
A metade caudal do bulbo ou porção fechada do bulbo é percorrida por um
estreito canal, continuação direta do canal central da medula. Este canal se abre para formar o IV ventrículo, cujo assoalho é em parte constituído pela metade
rostral, ou porção aberta do bulbo. Na superfície dorsal do bulbo, a linha média
é marcada pelo sulco mediano posterior, que termina a meia altura do bulbo,
onde ocorre afastamento para a formação dos limites laterais do IV ventrículo.
As colunas dorsais, na parte caudal do bulbo, são os fascículos grácil e
cuneiforme, que contém neurônios sensoriais de primeira ordem, constituídos
por fibras nervosas ascendentes. Continuam rostralmente até os núcleos grácil e
cuneiforme, marcados por duas eminências, o tubérculo do núcleo grácil,
medialmente, e o tubérculo do núcleo cuneiforme, lateralmente. Esses
tubérculos afastam-se lateralmente contribuindo para a formação da porção
aberta do bulbo, onde continuam para cima com o pedúnculo cerebelar inferior
ou corpo restiforme.
-Ponte
A ponte é a parte do tronco encefálico interposta entre o bulbo e o mesencéfalo.
Está situada ventralmente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso
occipital e o dorso da sela turca do esfenóide. A transição do bulbo para a ponte
não é claramente marcada na superfície dorsal do tronco encefálico, mas
aproximadamente o terço caudal do assoalho do IV ventrículo constitui a face
dorsal do bulbo rostral, enquanto os dois terços rostrais do assoalho ventricular são formados pela face dorsal da ponte. Na superfície ventral contudo, essa
transição é visível. A ponte pode ser dividida em uma parte ventral ou basal e
uma parte dorsal, também conhecida como tegmento. A base da ponte é
dominada por um sistema transverso de fibras, as fibras pontinas transversas
ou fibras ponto-cerebelares, que têm origem nos núcleos pontinos e convergem
para formar o pedúnculo cerebelar médio, ou braço da ponte, que penetra no
hemisfério cerebelar correspondente. Os núcleos pontinos recebem as fibras
13
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 13/25
córtico-pontinas do córtex cerebral, inclusive do córtex motor e constituem uma
conexão importante entre os córtices cerebral e cerebelar, envolvidos na conexão
do movimento. Esse maciço sistema de fibras pontinas transversas obscurece o
tracto córtico-espinhal subjacente. Considera-se como limite entre a ponte e o braço da ponte o ponto de emergência do nervo trigêmeo (V), o núcleo motor
do trigêmeo (o núcleo sensorial do trigêmeo, já encontrado no bulbo, também
atinge sua extensão máxima na ponte). A superfície ventral da ponte é onde
geralmente se aloja a artéria basilar, no sulco basilar. A partir da linha mediana
do sulco bulbo-pontino emergem o VI, VII e VIII pares cranianos. O nervo
abducente (VI) emerge entre a ponte e a pirâmide do bulbo. O nervo vestíbulo-
coclear (VIII) emerge lateralmente, próximo ao flóculo do cerebelo. O nervo
facial (VII) emerge medialmente ao VIII par, com o qual mantém relações muito
íntimas. Entre os dois emerge o nervo intermédio, que é a raiz sensitiva do
nervo facial.
-Quarto ventrículo
O quarto (IV) ventrículo localiza-se na cavidade do rombencéfalo, entre o
bulbo e a ponte ventralmente, e o cerebelo dorsalmente. Limita-se caudalmente
com o canal central do bulbo e cranialmente com o aqueduto cerebral. A
cavidade do quarto ventrículo é rombóide ou em forma de losango. De cada lado,
um recesso lateral estende-se para a margem lateral do tronco encefálico, na
superfície dorsal do pedúnculo cerebelar inferior, sendo contínuo com o espaço
subaracnóideo do ângulo cerebelo-pontino por meio da abertura lateral
(forame de Luschka). Há também a abertura mediana do quarto ventrículo(forame de Magendie), localizada no meio da metade caudal do tecto do
ventrículo. Por meio destas cavidades o liquor, que enche a cavidade ventricular,
que passa para o espaço subaracnóideo. O assoalho do IV ventrículo, ou fossa
rombóide, é formado pela parte dorsal da ponte e da porção aberta do bulbo.
Limita-se pelos pedúnculos cerebelares inferiores, pelos tubérculos grácil e
cuneiforme ínfero-lateralmente; e pelos pedúnculos cerebelares superiores
súpero-lateralmente. O sulco mediano percorre o IV ventrículo em toda a sua
14
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 14/25
extensão. De cada lado do sulco mediano há a eminência medial, limitada
lateralmente pelo sulco limitante. O sulco limitante se alarga para constituir duas
depressões, a fóvea superior na metade cranial da fossa rombóide e a fóvea
inferior na metade caudal. O colículo facial é uma elevação arredondada daeminência medial, medialmente à fóvea superior, formada por fibras do nervo
facial, que neste nível contornam o núcleo do nervo abducente. Na parte caudal
da eminência medial está o trígono do nervo hipoglosso. O trígono do nervo
vago fica lateralmente ao trígono do hipoglosso. Lateralmente ao trígono do vago
existe uma estreita crista oblíqua, o funículo separans, que separa este trígono
da área postrema, região relacionada com o mecanismo do vômito
desencadeado por estímulos químicos. A área vestibular corresponde aos
núcleos vestibulares do nervo vestíbulo-coclear, lateralmente ao sulco limitante.
As estrias medulares do IV ventrículo cruzam transversalmente a área
vestibular perdendo-se no sulco mediano. O locus-ceruleus, responsável pelo
mecanismo do sono, vai da fóvea anterior até o aqueduto cerebral. A metade
cranial do tecto do IV ventrículo é constituída por uma fina lâmina de substância
branca, o véu medular superior, que se estende entre os dois pedúnculos
cerebelares superiores. A metade caudal do tecto do IV ventrículo é formada por
uma pequena parte da substância branca do nódulo do cérebro, pelo véu medular
inferior (fina lâmina branca presa medialmente às bordas laterais do tronco do
cerebelo) e pela tela corióide do IV ventrículo (que une as duas formações
anteriores às bordas da metade caudal do assoalho do IV ventrículo). A tela
corióide é formada pela união do epêndima com a pia-máter e emite projeções
irregulares e muito vascularizadas, que se invaginam na cavidade ventricular paraformar o plexo corióide do IV ventrículo, que produz o liquor. Quando a tela
corióide é retirada, suas bordas permanecem como duas linhas, as tênias do IV
ventrículo, que se unem sobre o ângulo caudal da cavidade para formar uma
pequena lâmina triangular, o óbex.
-Mesencéfalo
15
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 15/25
O mesencéfalo interpõe-se entre a ponte e o cérebro e é atravessado pelo
aqueduto cerebral, que une o III ao IV ventrículo. É constituído por uma porção
dorsal, o tecto do mesencéfalo, e outra ventral, muito maior, os pedúnculos
cerebrais, separados pelo aqueduto cerebral. Os pedúnculos se dividem em uma parte dorsal, predominantemente celular, o tegmento, e outra ventral, formada de
fibras longitudinais, a base do pedúnculo. A substância negra separa o
tegmento da base internamente. Externamente, o sulco lateral do mesencéfalo e
o sulco medial do pedúnculo cerebral marcam o limite entre base e tegmento.
Do sulco medial emerge o nervo oculomotor (III). O tecto do mesencéfalo
apresenta os corpos quadrigêmeos, elevações pareadas separadas por dois
sulcos perpendiculares, os colículos superiores e inferiores, que fazem parte dos
sistemas visual e auditivo, respectivamente. O nervo troclear (IV) emerge
imediatamente caudal ao colículo inferior, é o único dos pares cranianos a
emergir dorsalmente, portanto contorna o mesencéfalo para surgir ventralmente
entre a ponte e o mesencéfalo. Cada colículo se liga ao corpo geniculado,
pequena eminência oval do diencéfalo, através de um feixe superficial de fibras
que constitui o seu braço. Desse modo, o colículo inferior se liga ao corpo
geniculado medial pelo braço do colículo inferior, e o colículo superior se liga
ao corpo geniculado lateral pelo braço do colículo superior, o qual tem parte
do seu trajeto escondido entre o pulvinar do tálamo e o corpo geniculado medial.
Os pedúnculos cerebrais ventralmente aparecem como dois grandes feixes de
fibras que surgem na borda superior da ponte e divergem cranialmente para
entrar profundamente no cérebro. Delimitam a fossa interpeduncular, uma
profunda depressão triangular posterior aos corpos mamilares. O fundo da fossainterpeduncular apresenta pequenos orifícios para a passagem de vasos e
denomina-se substância perfurada posterior, onde a artéria basilar começa a se
ramificar. A fossa interpeduncular separa uma maciça coluna de fibras
descendentes, a crura cerebral ou base dos pedúnculos, que é contínua
rostralmente com a cápsula interna do hemisfério cerebral.
16
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 16/25
HISTOLOGIA
O cerebelo é basicamente formado por uma camada externa de substância
cinxenta, o córtex cerebelar, e por uma massa central de substância branca. Essa
substância branca é formada, em sua maior parte, por fibras aferentes e eferentes,
17
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 17/25
que cursam para o córtex e dele estendem em sua direção projeções ramificadas
irregulares. O centro de substância branca é o corpo medular do cerebelo, de
onde irradiam as lâminas brancas do cerebelo, revestidas externamente pelo
córtex. Em um corte sagital, as lâminas brancas que irradiam do corpo medular recebem o nome de árvore da vida. No interior do corpo medular existem quatro
pares de núcleos cerebelares (substância cinzenta) ou núcleos centrais do
cerebelo, que têm conexões importantes com o córtex cerebelar e com certos
núcleos do tronco encefálico e do tálamo. São eles: denteado, emboliforme,
globoso e fascicular (ou fastigial).
O córtex cerebelar é extremamente convoluto, formando várias folhas
orientadas transversalmente. Nele ficam os corpos celulares, dendritos e
conexões sinápticas da grande maioria dos neurônios cerebelares. A organização
celular é a mesma em todas as folhas e lobos, ao contrário da citoarquitetura do
córtex cerebral. O córtex cerebelar é dividido histologicamente em três camadas:
a camada molecular, externa, rica em fibras; a camada das células de
Purkinje, intermediária, e a camada granular, interna, dominada pelas células
granulares.
A camada das células de Purkinje consiste em uma lâmina unicelular dessas
células, piriformes e grandes, que são os elementos mais importantes do
18
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 18/25
cerebelo. A profunda arborização dendrítica, muito desenvolvida, assume a
forma de um leque que estende-se para a superfície do córtex, atingindo a
camada molecular. Os axônios saem em direção oposta, terminando nos núcleos
centrais do cerebelo, onde exercem ação inibitória; são as únicas fibras do córtexcerebelar.
A camada molecular é formada principalmente por fibras de direção paralela e
contém dois tipos de neurônios: as células estreladas e as células em cesto. A
maior parte dessa camada é ocupada pelos dendritos das células de Purkinje, por
isso suas células são muito esparsas.
A camada granular é constituída pelas menores células do organismo, as
células granulares ou grânulos do cerebelo, neurônios de citoplasma reduzido.
Muito numerosas, essas células têm vários dendritos e um axônio que atravessa a
camada de células de Purkinje e, ao atingir a camada molecular, bifurca-se em T.
As células de Golgi, menos numerosas, também fazem parte da camada granular,
possuindo ramificações muito amplas. As células da camada granular são
organizadas de modo muito compacto.
Os quatro pares de núcleos cerebelares ficam no fundo do corpo medular, acima
do tecto do IV ventrículo. Dos núcleos centrais saem as fibras eferentes do
cerebelo e neles chagam os axônios das células de Purkinje.
O núcleo denteado é o maior dos núcleos cerebelares, visível a olho nu;
formado por uma delgada lâmina de células neurais, dobrada na forma de saco
enrugado. Como resultado, parece relativamente semelhante ao núcleo olivar
inferior do bulbo, de onde recebe fibras aferentes. Sua relação funcional é feita
com o neocerebelo.O núcleo fastigial localiza-se próximo ao plano mediano, em relação com o
ponto mais alto do tecto do IV ventrículo. Relaciona-se com o arquicerebelo.
Os núcleos globoso e emboliforme estão entre os núcleos fastigial e denteado.
São bem semelhantes do ponto de vista sensorial e estrutural, sendo
frequentemente agrupados pelo nome de núcleo interpósito. O interpósito possui
relação funcional com o paleocerebelo.
19
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 19/25
EMBRIOLOGIA
As vesículas encefálicas do rombencéfalo e do mesencéfalo dão origem aos
encéfalos posterior e médio, respectivamente.
A flexura pontina, localizada na futura região da ponte, tem direção dorsal e
divide o encéfalo posterior nas partes caudal (mielencéfalo) e rostral
(metencéfalo). O mielencéfalo torna-se o bulbo, enquanto o metencéfalo torna-
se a ponte e o cerebelo. A cavidade do encéfalo posterior torna-se o IV
ventrículo e o canal central no bulbo.
-Mielencéfalo
A porção caudal do mielencéfalo, que forma a porção fechada do bulbo,
assemelha-se à medula espinha por seu desenvolvimento e estrutura. O canal
neural do tubo neural forma um pequeno canal central.
Os neuroblastos das placas alares do mielencéfalo migram para a zona
marginal, diferentemente do que acontece na medula espinhal, e formam áreas
20
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 20/25
isoladas de substância cinzenta: os núcleos gráceis, medialmente, e os núcleos
cuneiformes, lateralmente. A área ventral do bulbo contém as pirâmides, par de
feixes de fibrascorticoespinhais que descem do córtex cerebral em
desenvolvimento.A parte rostral do mielencéfalo, que forma a porção aberta do bulbo, é larga e
bastante achatada, sobretudo em frente à flexura pontina. Essa flexura deixa a
placa do teto distendida e muito adelgadaça, fazendo com que as paredes laterais
do bulbo se desloquem e com que a cavidade formada torne-se rombóide (parte
do futuro IV ventrículo). Com o deslocamento lateral das paredes do bulbo, as
placas alares colocam-se lateralmente às placas basais do bulbo, fazendo com
que os núcleos motores geralmente se desenvolvam medialmente aos núcleos
sensitivos.
Os neuroblastos das placas basais do bulbo dão origem a neurônios motores. No
bulbo os neuroblastos formam núcleos, que são: os eferentes somáticos gerais,
representados por neurônios do hipoglosso; os eferentes viscerais especiais,
representados pelos neurônios que inervam os músculos estriados esqueléticos
derivados dos arcos faríngeos (neurônios dos nervos acessório, vago e
glossofaríngeo) e os eferentes viscerais gerais, representados por alguns
neurônios dos nervos vago e glossofaríngeo.
Os neuroblastos das placas alares formam os núcleos retransmissores sensoriais.
São formados os nervos aferentes viscerais gerais, que recebem impulsos das
vísceras; os aferentes viscerais especiais, que recebem as fibras gustativas; os
aferentes somáticos gerais, que recebem impulsos da superfície da cabeça e os
aferentes somáticos especiais, que recebem impulsos da orelha. Algunsneuroblastos das placas alares migram ventralmente e formam os neurônios dos
núcleos olivares.
21
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 21/25
A placa do teto do mielencéfalo consiste numa camada única de células
ependimárias recobertas de mesênquima vascular, a pia-máter. As duas camadas
se combinam para formar a tela corióidea. Devido à proliferação ativa do
mesênquima vascular, algumas invaginações em forma de saco se projetam na
cavidade ventricular subjacente, formando estruturas em forma de tufos que são
o plexo corióide.
-Metencéfalo
As paredes do metencéfalo formam a ponte e o cerebelo, e a cavidade do
metencéfalo forma a parte superior do IV ventrículo. Como na parte rostral do
mielencéfalo, a flexura pontina faz com que as paredes laterais da ponte se
afastem, o que espalha substância cinzenta pelo assoalho do IV ventrículo. Osneuroblastos em cada placa basal formam núcleos motores e se organizam em
três colunas de cada lado, assim como no mielencéfalo.
O grupo eferente somático medial dá origem ao nervo abducente; o grupo
eferente visceral especial contém núcleos dos nervos trigêmeo e facial, que
inervam a musculatura do primeiro e segundo arcos faríngeos e o grupo eferente
visceral geral possui axônios que suprem as glândulas submandibulares e
sublinguais.
22
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 22/25
A camada marginal das placas basais do metencéfalo se expande ao constituir a
ponte, onde passam as fibras nervosas que ligam o córtex cerebral e o córtex
cerebelar à medula espinhal. Além de fibras nervosas, a ponte contém os núcleos
pontinos, que se originam das placas alares do metencéfalo e mielencéfalo.As placas alares do metencéfalo contém três grupos de núcleos sensoriais:
grupo aferente somático lateral, que contém neurônios do nervo trigêmeo uma
pequena porção do complexo vestibulococlear; grupo aferente visceral especial
e grupo aferente visceral geral.
O cerebelo origina-se de espessamentos dorsais das placas alares, que inclinam-
se medialmente e formam os lábios rômbicos ou intumescimentos cerebelares.
Na parte caudal do metencéfalo os lábios rômbicos estão muito separados, mas
imediatamente abaixo do mesencéfalo eles se aproximam um do outro na linha
média. Inicialmente, os lábios rômbicos se projetam para o IV ventrículo; à
medida que crescem e se fundem no plano mediano, eles avançam sobre ametade rostral do IV ventrículo e se sobrepõem à ponte e o bulbo. Em
conseqüência do aprofundamento subseqüente da flexura pontina, os lábios
rômbicos efetuam uma compressão no sentido cefalo-caudal e formam a placa
cerebelar. Alguns neuroblastos da zona intermediária das placas alares migram
para a zona marginal, onde se diferenciam em neurônios do córtex cerebelar.
Outros neuroblastos dessas placas dão origem a núcleos centrais, o maior dos
quais é o núcleo denteado. Células das placas alares também originam os núcleos
23
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 23/25
pontinos, os núcleos cocleares e vestibulares e os núcleos sensitivos do nervo
trigêmeo.
-MesencéfaloO mesencéfalo é a vesícula encefálica que menos sofre modificações durante o
desenvolvimento. O canal neural estreita-se para formar o aqueduto cerebral.
No mesencéfalo, cada placa basal contém dois grupos de núcleos motores: um
grupo eferente somático medial, representado pelos nervos oculomotor e
troclear, e um pequeno grupo eferente visceral geral. A camada marginal de
cada placa basal se expande e forma os pedúnculos cerebrais, que tornam-se
progressivamente mais proeminente à medida que mais grupos de fibras
descendentes (cortico-pontino, córtico-bulbar e córtico-espinhal) passam através
do mesencéfalo em desenvolvimento em seu trajeto para o tronco encefálico e
medula espinhal. Os neuroblastos das placas basais podem dar origem a grupos
de neurônios do tegmento. A substância negra também pode se diferenciar a
partir da placa basal, mas algumas autoridades acreditam que ela é derivada de
células da placa alar que migram ventralmente.
Inicialmente, as placas alares do mesencéfalo aparecem como duas elevações
longitudinais separadas por uma depressão rasa na linha média. No
desenvolvimento subseqüente, um sulco transversal divide cada elevação nos
colículos superior e inferior.
24
5/8/2018 Relatório 03- Cerebelo - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/relatorio-03-cerebelo 24/25
-Má-formação de Arnold Chiari
A má-formação de Arnold Chiari é a mais comum das anomalias congênitas
envolvendo o cerebelo. Uma projeção do bulbo em forma de língua e o
deslocamento inferior do verme do cerebelo formam uma hérnia através do
forame magno para o canal vertebral. A anomalia resulta em um tipo de
hidrocefalia comunicante na qual há interferência na absorção do liquor;
consequentemente, todo o sistema ventricular fica distendido. Ocorre uma vez a
cada 1000 nascimentos e com freqüência está associada à espinha bífida cística
com mielosquise e hidrocefalia. A causa da má-formação é desconhecida;
entretanto, nessas crianças a fossa craniana posterior é anormalmente pequena.
Referências Bibliográficas
• MACHADO, Ângelo B.M.: Neuroanatomia Funcional/ Ângelo Machado,
prefácio Gilberto Belisário Campos 2 ed. – São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
•
JUNQUEIRA, Luiz C.; CARNEIRO, José. Histologia Básica.-11ed. – Rio deJaneiro: Guanabara Koogan, 2008.
• CROSSMAN, A.R. and NEARY, D.: Neuroanatomy, An Illustrated Colour
Text, 2 ed. – Churchill Livingstone: Harcourt Publishers Limited, 2000.
Traduzido por Editora Guanabara Koogan S.A.
•
SADLER, T.W.: Langman’s Medical Embriology, 9 ed. – Lippincott: Williamsand Wilkins Inc, USA, 2004. Traduzido por Editora Guanabara Koogan S.A.
25