Relatorio 02 Organica III
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE
QUIMICA ORGANICA III
SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS ORGÂNICOS
VITÓRIA DA CONQUISTA
Dezembro/ 2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE
QUIMICA ORGANICA III
Carlos Phillipe
Lorena Oliveira
Palloma Cordeiro
SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS ORGÂNICOS
Relatório apresentado ao professor
Bruno Oliveira Moreira, ministrante do
componente curricular Química
Orgânica III, como requisito para
obtenção de notas parciais na presente
disciplina.
VITÓRIA DA CONQUISTA
Dezembro/ 2012
1. INTRODUÇÃO
Grande parte dos processos rotineiros de um laboratório de Química
Orgânica (reações químicas, métodos de análise e purificação de compostos
orgânicos) é efetuado em solução ou envolve propriedades relacionadas a
solubilidade de compostos orgânicos (MATOZO,2008).
A solubilidade dos compostos orgânicos pode ser dividida em duas
categorias principais: a solubilidade na qual uma reação química é a força
motriz e a solubilidade na qual somente está envolvida a simples miscibilidade.
As duas estão inter-relacionada, sendo que a primeira é, geralmente, usada
para identificar os grupos funcionais e a segunda para determinar os solventes
apropriados para a recristalização nas analises espectrais e nas reações
química (MATOZO, 2008).
Três informações podem ser obtidas com relação a uma substância
desconhecida, através da investigação de seu comportamento quanto à
solubilidade em: água, solução de hidróxido de sódio 5%, solução de
bicarbonato de sódio 5%, solução de ácido clorídrico 5% e ácido sulfúrico
concentrado a frio. Em geral, encontram-se indicações sobre o grupo funcional
presente na substância (por exemplo, uma vez que os hidrocarbonetos são
insolúveis em água, o simples fato de um composto como éter etílico ser
parcialmente solúvel em água indica a presença de um grupo funcional polar).
Além disso, a solubilidade em certos solvente fornece informações mais
especificas sobre um grupo funcional, por exemplo, o ácido benzoico é
insolúvel em água, mas o hidróxido de sódio diluído o converte em sal, que é
solúvel. Assim, a solubilidade de um composto insolúvel em água, mas solúvel
em solução de NaOH diluído é uma forte indicação sobre o grupo funcional
ácido. Finalmente, é possível, em certos casos, fazer deduções sobre a massa
molecular de uma substância, por exemplo, em muitas séries homologas de
compostos monofuncionais, aqueles menos de cinco átomos de carbono são
solúveis em água, enquanto que os homólogos são insolúveis.
(CONSTANTINO, 2004).
Os conceitos “polar” e “apolar” são também importantes para análises de
solubilidade, no entanto esses termos exigem interpretação inteligente. Não
podemos dividir as moléculas em duas categorias, moléculas polares e
moléculas apolares, pela simples razão que a polaridade é uma grandeza que
pode variar de zero (para H2, por exemplo) até um valor máximo, que
corresponde a uma substancia totalmente iônica. Como existem moléculas com
quase todos os valores intermediários possíveis, não há como estabelecer um
ponto definido para dividir em dois grupos. (CONSTANTINO, 2004)
Os compostos ácidos são classificados por intermédio da solubilidade
em hidróxido de sódio 5%. Os ácidos fortes e fracos (respectivamente, classes
A1 e A2 da Tabela 1) são distintos por serem os primeiros solúveis em
bicarbonato de sódio a 5%, enquanto que os últimos não o são. Os compostos
que atua como bases em soluções aquosas são detectados pela solubilidade
em ácido clorídrico a 5% - classe B (SOLOMONS, 2005)
Muitos compostos que são neutros frente ao ácido clorídrico a 5%,
comportam-se como bases em solventes mais ácidos, como ácido sulfúrico ou
ácido fosfórico concentrado. Em geral, compostos contendo enxofre ou
nitrogênio deveriam ser solúveis neste meio ( SOLOMONS, 2005).
Tabela 1: Compostos orgânicos relacionados às classes de solubilidade.
S2
Sais de ácidos orgânicos, hidrocloretos de aminas, aminoácidos,
compostos polifuncionais (carboidratos, poliálcoois, ácidos, etc.).
SA
Ácidos monocarboxílicos, com cinco átomos de
carbono ou menos, ácidos arenossulfônicos.
SB
Aminas monofuncionais com seis
átomos de carbono ou menos.
S1
Álcoois, aldeídos, cetonas, ésteres, nitrilas e amidas
monofuncionais com cinco átomos de carbono ou menos.
A1
Ácidos orgânicos fortes: ácidos carboxílicos com menos de seis átomos de
carbono, fenóis com grupos eletrofílicos em posições orto e para, -dicetonas.
A2
Ácidos orgânicos fracos: fenóis, enóis, oximas, imidas, sulfonamidas,
tiofenóis com mais de cinco átomos de carbono, -dicetonas,
compostos nitro com hidrogênio em , sulfonamidas.
Aminas aromáticas com oito ou mais
B carbonos, anilinas e alguns oxiéteres.
MN
Diversos compostos neutros de nitrogênio ou enxofre
contendo mais de cinco átomos de carbono.
N1
Álcoois, aldeídos, metil cetonas, cetonas cíclicas e ésteres contendo
somente um grupo funcional e número de átomos de carbono entre cinco e
nove; éteres com menos de oito átomos de carbono; epóxidos.
N2
Alcenos, alcinos, éteres, alguns compostos aromáticos
(com grupos ativantes) e cetonas (além das citadas em N1).
I
Hidrocarbonetos saturados, alcanos halogenados, haletos de arila,
éteres diarílicos, compostos aromáticos desativados.
Obs.: Os haletos e anidridos de ácido não foram incluídos devido a alta
reatividade.
Uma vez que apenas a solubilidade em água não fornece informação
suficiente sobre a presença de grupos funcionais ácidos ou básicos, esta deve
ser obtida pelo ensaio das soluções aquosas com papel de tornassol ou outro
indicador de pH.
2. OBJETIVO
1- Uso da análise clássica qualitativa na elucidação de amostras desconhecidas.
2- Identificar amostras desconhecidas pelo uso da combinação teste de
solubilidade/teste de grupos funcionais.
1. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Materiais
Vidrarias
Identificação Capacidade Quantidade
Béquer 50 1
Pipeta pastet de vidro - 2
Proveta 10 ml 3
Placa de vidro - 1
Tubo de ensaio - 12
Reagentes Outros Materiais
Ácido clorídrico (5%)
Ácido sulfúrico (96%)
Ácido fosfórico (85%)
Água (H2O)
Bicarbonato de sódio (5%)
Éter dietilico
Hidróxido de sódio (5%)
Amostras : 5,6 e X
Equipamentos
Balança Analítica
Conta gotas
Espátula
Estante
Capela
2.2. Métodos
Foram realizados testes de solubilidade com diferentes compostos orgânicos.
Os testes foram feitos seguindo toda sequência de testes de solubilidade
apresentado no fluxograma 1. Para cada teste realizado, foi utilizada nova
amostra. De modo a aperfeiçoar os experimentos, realizaram-se todos os
testes necessários com cada amostra-problema até que ela fosse
definitivamente classificada.
Colocou-se 0,05g da amostra sólida ou 10 gotas da amostra líquida em 3 mL
do solvente em que testou-se a sua solubilidade. Agitou-se vigorosamente o
tubo de ensaio por aproximadamente 3 minutos e observou se ocorreu a
solubilização da amostra. Realizando-se assim, os testes propostos.
1◦ Teste: Deve ser feito com água. Se a amostra for solúvel realizar o segundo
teste; se for insolúvel, passar diretamente para o terceiro teste.
2◦ Teste: Se a substância for insolúvel em água, faça o teste com éter dietílico.
Se for insolúvel em éter dietílico, a amostra pertence ao grupo S2. Se ela for
solúvel, será classificada como As, SB ou S1, dependendo do pH da sua
solução aquosa, que é determinado com papel tornassol.
3◦ Teste: Se a amostra for insolúvel em água, testa-se a sua solubilidade em
solução aquosa de NaOH 5%. Se for solúvel nesta solução, realize o quarto
teste; se insolúvel, passe para o quinto teste.
4◦ Teste: Teste a amostra em solução aquosa de NaHCO3 5%. Se for
insolúvel, pertence a classe A1 e se insolúvel, à classe A2.
5◦ Teste: Faça o teste com solução aquosa de HCL 5%. Se a amostra for
insolúvel neste solvente e se houver a informação (por meio de analise
elementar) de que ela é neutra e possui nitrogênio ou enxofre, ela pertencerá à
classe MN. Caso seja solúvel, à classe B. Se for insolúvel e não houver sido
classificada com MN, faça o sexto teste.
6◦ Teste : Realize o teste com H2SO4. Se a amostra for solúvel faça o teste
com H3PO4. Se insolúvel, ela pertence à classe I.
Observação: O procedimento fora realizado com três amostras 5,6 e X. Em
seguida amostras foram classificadas de acordo com a tabela 1 que consta na
introdução
1. RESULTADOS
AMOSTRAS ÁGUA ÉTER NaOH HCl NaHCO3 H2SO4 CLASSES
5 Insolúvel
- Insolúvel Insolúvel - Solúvel
N
6 Insolúvel - Insolúvel Insolúvel - Insolúvel I
x Insolúvel - Insolúvel Insolúvel - Insolúvel I
2. DISCUSSÃO
A solubilidade está intimamente relacionada à polaridade da molécula – o
caráter polar ou apolar da substância influi muito, já que, devido à polaridade
das substâncias, estas serão mais ou menos solúveis. (VOGEL, 2002)
A amostra 5 é insolúvel em água, insolúvel em hidróxido de sódio(NaOH),
insolúvel em ácido clorídrico (HCl), solúvel em ácido sulfúrico(H2SO4),
consequentemente pertence ao grupo N, ou seja, fazem parte desse grupo:
álcoois, aldeídos, cetonas, ésteres com um grupo funcional com cadeia de
cinco a nove carbonos, éteres, epóxidos, alquenos, alquinos, alguns compostos
aromáticos (especialmente com grupos ativantes).
A amostra 6 é insolúvel em água, insolúvel em hidróxido de sódio(NaOH),
insolúvel em ácido clorídrico (HCl), e insolúvel em ácido sulfúrico(H2SO4),
consequentemente pertence a classe I, fazem parte desse grupo:
hidrocarbonetos saturados, haloalcanos, haletos de arila, otros compostos
aromáticos desativados, éteres diarila. A insolubilidade em água é explicada
pelo fato de esse grupo possuir compostos apolares e a água é um solvente
polar. Os hidrocarbonetos saturados, geralmente não reagem com ácidos e
bases em temperatura ambiente, o que explica a insolubilidade em ácido
clorídrico e sulfúrico e em hidróxido de sódio.
A amostra X é insolúvel em água, insolúvel em hidróxido de sódio(NaOH),
insolúvel em ácido clorídrico (HCl), e insolúvel em ácido sulfúrico(H2SO4), desta
forma pertencendo a classe I, fazem parte desse grupo: hidrocarbonetos
saturados, haloalcanos, haletos de arila, outros compostos aromáticos
desativados, éteres diarila.
3. CONLUSAO
Pôde-se concluir através dos testes de solubilidade de compostos orgânicos,
como promovido na aula prática, que é possível a identificação dos grupos
funcionais inicialmente desconhecidos. Partindo de princípios básicos da
química (polaridade, apolaridade, miscibilidade e entre outros), onde se pode
ainda identificar se houve ou não uma reação ou apenas a solubilização do
composto no solvente
4. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
1. VOGEL, A.I. Análise química quantitativa. 6ª edição, Rio de Janeiro: LTC, 2002.
2. CONSTANTINO, M. G.; SILVA, G. V. J. da; DONATE, P. M. Fundamentos de Química Experimental, EDUSP, São Paulo, 2005.
3. MATOZO, H. C., Química Orgânica prática. João Monlevade- Minas Gerais, 2008
4. McMURRY, J. Química Orgânica. São Paulo: Thomson, 2005. v. I
5. RUSSEL, J. B. Química Geral. 2° ed., São Paulo: Ed. Pearson Makron Books, 1994. v. II.
6. SOLOMONS, T.W.G.; FRYHLE, C. Química Orgânica. 8° ed., Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2005. v. II