Relato de Experiência - Apresentação Oral Eixo 06: A...
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Relato de Experiência - Apresentação Oral
Eixo 06: A formação de professores na perspectiva da inclusão
FORMAÇÃO DE PROFESSORES: O ENSINO DA LEITURA A UMA ALUNA COM
SÍNDROME DO CRI-DU-CHAT DO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Walkiria Gonçalves Reganhan Doutoranda da UNESP Marília, Mestre em Educação pela UNESP Marília, Pedagogahabilitada em deficiência mental e física. Atua como professora do AtendimentoEducacional Especializado na sala de recursos multifuncionais da E.M. Prof. VictorinoMachado Rio Claro-SP e docente do Claretiano Faculdade. [email protected]
Alessandra Caroline Antonio da Silva Pedagoga habilitada em deficiência mental pela UNESP de Marília. Atua na redemunicipal de Rio Claro a seis anos e atualmente é professora do 2º ano do EF I daE.M. Profº Victorino Machado e professora do AEE da E.M. Clara Freire Catellano
Resumo:
Os educadores devem compreender que formar leitores é uma tarefa que começaantes mesmo da alfabetização e se estende por toda a vida escolar, o professoré o responsável por despertar em seus alunos o gosto pelos livros e garantir queeles consigam ler e entender os mais diversos tipos de texto. Objetiva-se comeste estudo intensificar o interesse do aluno pela leitura tornando uma práticaprazerosa e constante nas atividades cotidianas. Participaram deste estudo umaaluna com Síndrome de Cri-Du-Chat inserida no ensino regular, uma professorado ensino regular, uma professora do AEE e uma agente de ensino. Asatividades foram realizadas previamente pela professora da sala regular, aprofessora do AEE e uma agente de ensino. As atividades fazem parte de umaum projeto de leitura que parte dos textos da coleção de livros da SôniaJunqueira, organizados em níveis de dificuldade. As estratégias utilizadas são:1º Apresentação da capa do livro e título; 2º Leitura da professora e Leituracoletiva; 3º Marcação de parágrafo; 4º Ditado de palavras; 5º Realização deatividades do texto; 6º Ilustração da história e 7º Expressão oral e dramatização.A professora ou um aluno são narradores e alguns alunos fazem a encenaçãoda história para a turma. Os resultados apontam que a aluna: 1- Demonstrainteresse e marca os espaços que correspondem ao parágrafo; 2- Identifica aspalavras do ditado; 3- separa as palavras por sílaba conforme solicitado pelaprofessora e completa as frases. Conclui-se que a participação frequente daaluna no projeto de leitura favorece seu desenvolvimento acadêmico fazendocom que avance de forma significativa no seu nível de escrita e estimula ointeresse pela leitura.
Palavra-chave: Formação de professores, Leitura, Deficiente intelectual
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1. Introdução
A leitura é considerada como elemento primordial para o desenvolvimento do
processo ensino-aprendizagem, pois ela é um dos principais meios de difusão do
conhecimento. Cada vez mais, professores têm valorizado as práticas de leitura em
sala de aula, as atividades devem favorecer ao leitor a compreensão dos textos.
O professor em formação deve compreender a função da leitura em suas
diferentes modalidades, tais como: leitura pelo professor, leitura pelo aluno, leitura
compartilhada, leitura para apresentar aos outros. O professor deve permitir que o
aluno leia e aprecie um texto, atribua sentido, comente, compare com outras leituras.
O aluno com deficiência também deve ter acesso à mesma leitura oferecida
aos alunos da sala e as atividades de reconto e interpretação.
A leitura constante se faz necessária pois a aprendizagem ocorre de forma
progressiva e provoca mudanças cognitivas importantes para a formação do leitor. Na
apropriação da leitura, a mediação pedagógica é um fator importante, no sentido de
promover conflitos e desafios cognitivos (FIGUEIREDO e GOMES, 2007).
Para os alunos do ensino regular e o aluno com deficiência inserido nesta
classe é necessário atrelar as práticas de leitura com situações que explorem o
contexto e usos significativos, tornando, assim o ato de ler e escrever uma
consequência da evolução do processo ensino-aprendizado significativo.
Umas das características do aluno com Síndrome de Cri-Du-Chat é a
deficiência intelectual, porém não podemos deixar de garantir o acesso à leitura e
oferecer estratégias para que este leia.
De acordo Mainardi (2006) com a fase do desenvolvimento do indivíduo da
pessoa com Síndrome de Cri-Du-Chat pode observar: o retardo mental é um achado
clínico frequente e perceptível no primeiro ano de vida, incluindo: microcefalia,
hipertelorismo, orelhas de implantação baixa, hipertonicidade, escoliose, pé plano,
assimetria e lassidão facial (manutenção da boca aberta, com protrusão de língua),
proeminência do arco orbital, má oclusão dentária, face alongada (nos recém-
nascidos, costuma ser arredondada), fissuras palpebrais, estrabismo divergente,
alargamento de base nasal e infecções respiratórias de repetição .
Na escola a deficiência intelectual, o atraso motor e de comunicação que irão
exigir do professor maior planejamento para que o aluno possa participar das
atividades propostas.
No entanto, relacionar deficiência intelectual com incapacidade de apreensão
da leitura exclui esses alunos e os reserva a atividades de reprodução mecânica,
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assim o objetivo desta prática é de intensificar o interesse do aluno pela leitura
tornando uma prática prazerosa e constante nas atividades cotidianas. Os objetivos
específicos são de mostrar um modelo de leitor para as crianças, utilizar estratégias
que facilitem a leitura e assim aumentar a segurança, a autoestima e
consequentemente estimular o desejo pela leitura.
Pensando na formação do professor acredita-se que esta experiência pode
mostrar estratégias que favorecem os professores em formação, pois este é
responsável por oferecer a todos os alunos o currículo escolar, para isso é necessário
utilizar diferentes recursos e estratégias que favorecem a formação e o ensino de
todos os alunos independente de suas necessidades e peculiaridades.
O professor é uma figura central e determinante no processo de alfabetização.
É fundamental assegurar uma formação inicial e continuada que valorize a trajetória
profissional, mas que torne esta etapa de ensino mais atrativa para os professores,
assegurando as condições necessárias para que eles desempenhem seu trabalho
com competência e entusiasmo (BRASILIA, 2012).
2. Local
Esta experiência foi realizada em um 2º ano do Ensino Fundamental I da E.M.
Prof. Victorino Machado, Rio Claro-SP.
Atualmente esta unidade escolar atende alunos da Educação Infantil, Ensino
Fundamental I e E.J.A. e tem incluídos em suas salas um total de 18 alunos com
deficiência.
3. Participantes
Participaram deste estudo uma aluna com Síndrome de Cri-Du-Chat, uma
professora do ensino regular, uma professora do AEE e uma agente de ensino que
permanece diariamente com a aluna na sala a fim de garantir sua efetiva participação
nas atividades curriculares com mediação supervisionada e orientada pela professora
do AEE.
Aluna com
deficiência
A aluna tinha 9 anos e frequentava o 2º ano do EnsinoFundamental I no período vespertino e frequenta oAtendimento Educacional Especializado no horárioinverso uma vez por semana.
Professora do AEE Doutoranda da UNESP Marília, Mestre em Educação pelaUNESP Marília, Pedagoga habilitada em deficiênciamental e física. Atua como professora do AtendimentoEducacional Especializado na sala de recursosmultifuncionais da E.M. Prof. Victorino Machado RioClaro-SP e docente do Claretiano Faculdade
Professora da sala Pedagoga habilitada em deficiência mental pela UNESP de
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regular Marília. Atua na rede municipal de Rio Claro a seis anos eatualmente é professora do 2º ano do EF I da E.M. ProfºVictorino Machado e professora do AEE da E.M. Clara FreireCatellano
Agente educacional Frequentava o 6º semestre do Curso de Pedagogia, formadano Magistério no Joaquim Ribeiro e é agente de ensinoa seis anos na rede municipal de Educação de RioClaro
4. Período
As atividades desta proposta ocorreram durante o ano letivo de 2015, enquanto
a aluna frequentava o 2º ano do Ensino Fundamental I. Deu-se inicio a proposta
no mês de maio e permaneceu até o início de dezembro.
As atividades foram realizadas em sala com a professora da sala regular, a
professora do AEE auxiliou na adaptação dos registros das atividades e na
orientação com a agente de ensino ocorria de forma contínua a esta elaboração.
5. Descrição da experiência
A formação continuada dos professores alfabetizadores precisa garantir, dentre
outros aspectos, as ferramentas para alfabetizar a partir de um planejamento voltada
para cada aluno (BRASÍLIA, 2012).
A proposta foi apresentada e previamente planejada com sequências didáticas,
avaliação diagnóstica, e com um mapeamento das habilidades e competências de
cada aluno, para traçar estratégias que permitam ao aluno aprender efetivamente,
conforme é proposto no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (BRASÍLIA,
2012).
A concepção de leitura (Pró- Letramento) se dá a partir do processamento
individual, mas se insere num contexto social; e envolve atitudes e capacidades
relativas: decifração de código escrito e compreensão, à produção de sentido
(BRASÍLIA, 2012).
A partir de uma proposta de leitura em que se compartilha leitura e práticas
sistematizadas pretendia-se que os alunos adquirissem capacidades específicas de
domínio da leitura.
De acordo com a proposta do pró-letramento para os alunos do 2º ano
esperava-se trabalhar o consolidar na leitura.
Tabela 1: Tabela do Programa de Formação Continuada de Professores - Pró-
Letramento: alfabetização e linguagem (BRASÍLIA, 2008, p. 40)
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Ao intensificar o interesse do aluno pela leitura tornando uma prática prazerosa
e constante nas atividades cotidianas, foi elaborado atividades para um projeto de
leitura da coleção de livros da Sônia Junqueira, organizados em níveis de dificuldade.
Quadro 1: Relação de livros e níveis de dificuldade
Número dolivro
Título Nível dedificuldade
1 A foca famosa *2 O galo maluco *3 O macaco e a mola *4 O pato e o sapo *5 O peru de peruca *
6 Regina e o mágico *----------- -------------------- ----------
7 O caracol viajante **8 A arara cantora **9 O macaco medroso **10 O sonho da vaca **11 O menino e o muro **12 A onça e a anta **---------- --------------- --------------------13 O barulho fantasma ***14 O peixe pixote ***15 Um palhaço diferente ***16 O mistério da lua ***17 A festa encrencada ***18 O susto do periquito ***
A leitura para os alunos era uma atividade diária na sala de aula da professora
do ensino regular e com livros da Sônia Junqueira foi realizada durante o mês,
pois foram utilizadas diferentes estratégias, a leitura de outro livro após passar
por todas as atividades da proposta, porém esta atividade não interferia na
leitura diária da professora de diferentes gêneros textuais.
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As estratégias utilizadas foram: 1- Apresentação da capa do livro e título,
proporcionando o levantamento de hipóteses; 2- Leitura da professora e leitura
coletiva, escolha de alguns alunos para lerem; 3- Marcação de parágrafo; 4- Ditado de
palavras; 5- Atividades sobre o texto da história; 6- Ilustração da história e 7-
Expressão oral e dramatização.
A seguir serão apresentadas as etapas realizadas no projeto de leitura, os
recursos e estratégias utilizados pelas professoras e o desempenho da aluna com
Síndrome de Cri- Du-Chat
5.1- Apresentação da capa do livro e título.
Foi utilizado os livros da autora Sônia Junqueira com o objetivo de oferecer
materiais de leitura condizente com o processo inicial de alfabetização, visando
desenvolver a autoestima na realização desta atividade e de incentivar o
desenvolvimento dos processos da comunicação, da criatividade e da imaginação, por
meio da leitura.
Quadro 2: Imagem da capa dos livros de Sônia Junqueira
Após iniciar a proposta a professora e alunos realizaram a leitura dos seis livros
do nível 1 e cinco livros do Nível 2.
Esta atividade realizada na sala do 2º ano é fundamental para o
desenvolvimento e aprendizagem da criança, pois permite transformar o indivíduo em
um sujeito ativo, desenvolve o interesse e o hábito pela leitura.
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Alguns documentos do Ministério da Educação (BRASÍLIA, 2008, 2012)
descreve que a leitura, garante o acesso às informações, desenvolve repertório,
amplia o vocabulário e expande nossa capacidade de comunicação.
5.2- Leitura da professora e leitura coletiva, escolha de alguns alunos para lerem
Após apresentar aos alunos a coleção da Sônia Junqueira, a primeira leitura foi
realizada pela professora. A aluna com deficiência manuseou o livro enquanto a
professora da sala regular organizava a sala para próxima atividade, a agente
educacional que acompanhava a aprendizagem da aluna com deficiência retomou as
partes da história e os personagens utilizando perguntas simples, quando foram
elaboradas perguntas mais complexas na qual a aluna não teria repertório para
responder a agente educacional ofereceu duas possibilidades para que a aluna
respondesse.
Com as estratégias utilizadas foi possível verificar o entendimento prévio da
aluna sobre a história.
Leal (2005) explicita que uma das habilidades mais relevantes e difíceis que
precisa ser desenvolvida pelos docentes é a de identificar as necessidades de cada
aluno e atuar com todos, simultaneamente, atendendo às diferentes demandas de
aprendizagem.
Após realização da leitura pela professora a mesma solicita para que alguns
alunos da sala façam a leitura em pequenos trechos do livro, a professora também
solicita a leitura da aluna com deficiência. Para tanto a agente educacional auxilia na
leitura de forma que a mesma lê partes da frase enquanto a aluna lê as palavras com
sílabas simples.
A concepção de leitura que embasa este prática envolve atitudes, gestos e
habilidades os quais são mobilizados pelo leitor, tanto no ato de leitura propriamente
dito, como no que antecede a leitura e no que decorre dela (BRASÍLIA, 2012). Neste
sentido, a Leitura visa o desenvolvimento de capacidades que incluem não só a
decodificação dos textos, mas também a sua ampla compreensão.
5.3- Marcação de parágrafo
O parágrafo é um recurso utilizado para a organização de um texto. Fazer uso
dele corretamente, no entanto, não é tarefa fácil. Nas séries iniciais, cabe ao professor
orientar os alunos sobre a organização do texto em parágrafos, porém este é um
processo longo e com diferentes etapas de domínio.
O objetivo desta atividade é de levar a criança a perceber a existência de
espaços no texto e investigar a sua função.
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A professora entregou uma folha para cada aluno com a história digitada em
caixa alta, foi solicitado para que pintassem as áreas dos parágrafos do texto. Ao
concluir as marcações a professora levantou hipóteses sobre o significado do espaço
na escrita juntamente com os alunos.
A seguir será apresentada a atividade realizada pela aluna, com mediação a
mesma marcou os parágrafos e na sequência contou de forma satisfatória a
quantidade de parágrafos que formou no texto.
Quadro 3: Atividade da aluna na atividade O Galo Maluco de Sônia Junqueira
A aluna identificou os parágrafos com tranquilidade, porém necessita de maior
tempo para realizar a atividade e como não utiliza o lápis devido atraso motor
próprio da sua patologia, esta utiliza alfabeto móvel para realizar escrita das
palavras e números.
Os números são dispostos pela carteira e ao saber o número que deve
escrever, esta observa os números móveis sobre a mesa e seleciona o número
correto.
O resultado positivo provavelmente ocorreu devido à escolha de estratégias
mais adequadas para o objetivo determinado, acredita-se que este é um dos segredos
para o sucesso da aprendizagem. A escolha da estratégia adequada permite manter a
participação, motivação e interesse do aluno; permite integração, atende às diferenças
individuais; amplia as experiências de aprendizagem, criatividade e flexibilidade
(MASSETO, 1995).
5.4- Ditado de palavras
Nesta etapa foi solicitado aos alunos para que os mesmos escolhessem
palavras que: 1- sílabas simples que aparecem repetidas vezes no texto (para dar
segurança aos que estão aprendendo a ler), 2- palavras com sílabas complexas (para
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confrontar as hipóteses dos alunos que não estão alfabéticos) e 3- palavras que fazem
confusão ortográfica (para os alunos fixarem, por meio da memória visual, a grafia
destas palavras).
A professora ditou a primeira palavra e os alunos deviam procura palavras
repetidas no texto.
Quadro 4: Texto A Foca Famosa de Sônia Junqueira
A aluna apresentou desempenho mais que satisfatório e relação ao objetivo
proposto para a mesma que era de encontrar as palavras de sílabas simples
solicitadas pela professora. Mais uma vez a única estratégia utilizada foi a de
oferecer um tempo maior para que a mesma de as respostas e ao identificar à
palavra a aluna apontava para que a agente educacional fizesse o registro com
círculo.
O professor deve ter um pensamento prático e uma capacidade reflexiva, este
precisa realizar uma constante avaliação do trabalho desenvolvido na sala de aula,
buscando estabelecer o que se deve aprender o que se deve fazer e como deve ser
desenvolvida cada atividade e para cada aluno (ZABALA,1998).
5.5- Atividades sobre o texto da história
A proposta da professora foi de que os alunos buscassem trabalhar: separação
de sílabas, escrita de frases, 3- reescrita, leitura e interpretação.
Com estas propostas a professora respeita os diferentes níveis de
aprendizagem dos alunos em sala de aula. No segundo ano da escolarização os
alunos já devem ter consolidados alguns conhecimentos convencionais, tais como
compreender que as palavras são escritas com letras e que há variação na sua ordem,
contar oralmente as sílabas das palavras e compará-las quanto ao tamanho, perceber
as semelhanças sonoras iniciais e finais, reconhecer que as sílabas variam quanto a
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sua composição, além de perceber que as vogais estão presentes em todas as sílabas
(BRASÍLIA, 2012).
Ao observar a atividade que segue, é possível observar que na primeira figura
do quadro 5 a atividade de um aluno da sala e a imagem ao lado é da atividade da
aluna com deficiência. É possível verificar que a aluna realizou a mesma atividade do
grupo, mas as modificações realizadas foram na estratégia de oferecer mais tempo e
com variados recursos: alfabeto móvel e folha da atividade deve estar disposta na
folha em paisagem, aumentado espaço da escrita.
Quadro 5: Atividade sobre a história lida sem adaptação e com adaptação
No quadro 6 observa-se que a aluna com deficiência também realiza as
atividades de separação de sílabas e de completar a frase. A aluna respondeu de
forma satisfatória ao identificar as palavras para completar as frases, a agente
educacional interviu na escrita das palavras com a estratégia indicada pela professora
do AEE, que é de repetir as sílabas oralmente para a aluna, pois como a mesma
apresenta atraso na linguagem, precisava do apoio auditivo para escolher as letras e
formar as sílabas e palavras corretamente por meio do alfabeto móvel.
Quadro 6: Desempenho da aluna na realização das atividades de separação de sílaba
e de completar a frase.
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O professor precisa ser um mediador da aprendizagem e, para isso, necessita
planejar boas situações didáticas, selecionando e/ou criando bons recursos didáticos
(BRASÍLIA, 2012).
5.6- Ilustração da história
Nesta proposta a professora da sala regular dividiu a história em frases
distribuídas em pequenos quadrados como uma história em quadrinho solicitou
leitura individual e a representação das frases por meio do desenho.
Como a aluna com deficiência apresenta em seu desenho garatuja de
rabiscação, a professora do AEE adaptou o material da aluna separando várias
imagens que representavam cada frase do quadrinho e após leitura do
quadrinho pela agente educacional a aluna deveria selecionar a imagem
equivalente.
O quadro 7 apresenta na primeira imagem a atividade sem adaptação realizado
por um aluno da sala e na segunda imagem observa-se a atividade da aluna
com deficiência com adaptação da professora do AEE.
Quadro 7: Atividade sem adaptação e com adaptação para a aluna com deficiência de
ilustração da história
A escolha de uma estratégia adequada, como alterar a forma de oferecer as
instruções e a forma de agir frente à turma com o aluno, poderia manter a
participação, motivação e interesse do aluno; permitir a integração, atender às
diferenças individuais; ampliar as experiências de aprendizagem, a criatividade e a
flexibilidade (MASSETO, 1995).
5.7- Expressão oral e dramatização
Para finalizar as atividades do projeto de leitura a professora ou um aluno
narravam à história e alguns alunos participavam da encenação da história para a
turma.
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A aluna com deficiência também participou da dramatização juntamente com os
alunos com deficiência.
6. Considerações finais
Conclui-se que a participação frequente da aluna no projeto de leitura
favoreceu para seu desenvolvimento acadêmico fazendo com que a mesma
avançasse de forma significativa no seu nível de escrita e estimulou o interesse pela
leitura.
Acredita-se que esta proposta pode acrescentar na formação de educadores,
pois entende-se que a formação do professor não se encerra na conclusão do seu
curso de graduação, mas se realiza continuamente na sala de aula, onde dúvidas e
conflitos aparecem a cada dia. Uma das possibilidades de superação de dificuldades é
a oportunidade de discutir com outros profissionais da educação, o que pode favorecer
a troca de experiências e propiciar reflexões mais aprofundadas sobre a própria
prática. Isso só é possível quando a formação é integrada ao cotidiano da escola, com
garantia de ambiente adequado (BRASIL, 2012).
7. Referências
BRASIL. Pró-Letramento : Programa de Formação Continuada de Professores dos Anos/Séries Iniciais do Ensino Fundamental : alfabetização e linguagem : formação de professores... – ed. rev. e ampl. / Secretaria de Educação Básica – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008
Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa : formação do professor alfabetizador : caderno de apresentação / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília : MEC, SEB, 2012.
Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa : a aprendizagem do sistema de escrita alfabética : ano 1 : unidade 3 / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília : MEC, SEB, 2012.
Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa : alfabetização em foco : projetos didáticos e sequências didáticas em diálogo com os diferentes componentes curriculares : ano 03, unidade 06 / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília : MEC, SEB, 2012.
4006
FIGUEIREDO, Rita Vieira de. GOMES, Adriana L. Limaverde. FERNANDES, Anna Costa. Atendimento Educacional Especializado para alunos com Deficiência Mental. São Paulo: MEC / SEESP, 2007.
LEAL, Telma F. Fazendo acontecer: o ensino da escrita alfabética na escola. In: MORAIS, Artur G.; ALBUQUERQUE, Eliana B. C.; LEAL, Telma F. (orgs.) Alfabetização: apropriação do Sistema de Escrita Alfabética. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
MAINARDI PC - Cri Du Chat Syndrome. Orphanet J Rare Dis, 2006;
MASSETTO , Marcos. Didática: a aula como centro. São Paulo: FTB, 1995.
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda., 1998.