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RAFAELLA KALINE COSTA XAVIER RELAÇÃO ENTRE O CICLO SONO E VIGÍLIA E A FUNÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA EM ESTUDANTES DE MEDICINA NATAL- RN 2010 Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte como pré-requisito para obtenção do título de Mestre em Psicobiologia.

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RAFAELLA KALINE COSTA XAVIER

RELAÇÃO ENTRE O CICLO SONO E VIGÍLIA E A FUNÇÃO

CARDIORRESPIRATÓRIA EM ESTUDANTES DE MEDICINA

NATAL- RN

2010

Dissertação apresentada à

Universidade Federal do Rio Grande

do Norte como pré-requisito para

obtenção do título de Mestre em

Psicobiologia.

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RAFAELLA KALINE COSTA XAVIER

RELAÇÃO ENTRE O CICLO SONO E VIGÍLIA E A FUNÇÃO

CARDIORRESPIRATÓRIA EM ESTUDANTES DE MEDICINA

NATAL- RN

2010

Dissertação apresentada à

Universidade Federal do Rio Grande

do Norte como pré-requisito para

obtenção do título de Mestre em

Psicobiologia.

Orientador: John Fontenele Araujo

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Seção de Informação e Referência Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Xavier, Rafaella Kaline Costa. Relação entre o ciclo sono e vigília e a função cardiorrespiratória em estudantes

de medicina. – Natal, RN, 2011. 132 f.; il. Orientador: John Fontenele Araujo. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro

de Biociências Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia. 1. Sono – Dissertação. 2. Ciclo sono e vigília – Dissertação. 3. Função

cardiorrespiratória – Dissertação. I. Araújo, John Fontenele. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 613.79

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Título: Relação entre o ciclo sono e vigília e a função cardiorrespiratória em

estudantes de medicina.

Autora: Rafaella Kaline Costa Xavier

Data da defesa: 08 de outubro de 2010.

Banca Examinadora:

___________________________________

Prof. Paula Ayako Tiba

Universidade Federal do ABC, SP

___________________________________

Prof. Alexandre Hideki Okano

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN

___________________________________

Prof. John Fontenele Araujo

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN

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AGRADECIMENTOS

A minha mãe, minha melhor amiga, que tanto amo, pela presença e amor

constante, sempre colaborando, não medindo esforços para me auxiliar a atingir

meus objetivos, sem ela a conclusão deste trabalho não seria possível.

A Prof. John, meu orientador, pela oportunidade de realizar este projeto e de

conhecer a cronobiologia, pelo empenho em acompanhar o desenvolvimento deste

trabalho até a versão definitiva.

A Breno, meu namorado, por todo apoio, carinho, auxílio nos momentos de

dificuldade, pelo exemplo de dedicação, por acreditar na realização deste trabalho,

por confiar na minha capacidade de obter mais esta conquista.

A Patrícia, amiga, pelo companheirismo e amizade nos bons e maus

momentos dentro e fora dos bastidores da realização deste projeto, agradeço

principalmente pelo convite para fazer a seleção do mestrado em psicobiologia, foi

através desse convite que tudo começou.

A todos os alunos do mestrado da turma de 2008, em especial a Aline, André,

Jane, Ronaldo, Rovena, e todos os companheiros do laboratório de Neurobiologia e

Ritmicidade Biológica, as amigas do LABSONO, Gracilene, Paula Regina e Patrícia

Rocha, pelo apoio e auxílio nos momentos difíceis e durante todo o curso de

mestrado.

A Cleide, Marcos, Teresa e Olavo, amigos de trabalho, agradeço pela

compreensão, apoio e colaboração para conclusão deste projeto.

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A todos os meus amigos e familiares, em especial Lizianne, Karluza, Higor,

Natália, Sâmid, Rodrigo e Wenna, pela compreensão nos momentos de ausência

em prol da realização deste trabalho.

Aos alunos de medicina que concordaram em participar desta pesquisa

preenchendo os questionários por vários dias, fazer todos os testes, muito obrigada.

A todas as pessoas que de alguma maneira contribuíram para a realização

deste trabalho.

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RESUMO

Os estudantes, normalmente, apresentam um padrão de sono irregular caracterizado por atrasos de início e final do sono dos dias de semana para os finais de semana, curta duração de sono nos dias de semana e longa duração de sono nos finais de semana. A redução do sono necessário na semana e a consequente irregularidade no ciclo sono e vigília (CSV) provocam detrimentos relevantes a curto e longo prazo no desempenho dos estudantes, como por exemplo, na função cardiorrespiratória. O condicionamento cardiorrespiratório representa além do condicionamento físico, traços associados às condições de saúde e, em muitos estudos, no padrão e/ou qualidade do sono de um indivíduo. O objetivo desse estudo foi avaliar o padrão do ciclo sono e vigília e a função cardiorrespiratória de estudantes de medicina em diferentes esquemas de horários de aulas. O estudo foi realizado com duas turmas de estudantes de medicina da UFRN, uma assistia aula às 7h (n=47) e a outra assistia aula às 8h (n=41) durante a semana. Na 1ª etapa do estudo todos os voluntários responderam uma anamnese, o Questionário Internacional de Atividade Física, o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, a versão em português do questionário de Cronotipo de Horne e Östberg, o questionário a Saúde e o sono e a escala de sonolência de Epworth. Na segunda etapa, 24 alunos (12 de cada turma) tiveram o ritmo de monitorado por actímetros com 2min de intervalo, por 14 dias, concomitante ao preenchimento do diário do sono. Nesse mesmo período, cada voluntário fez o teste de esforço (esteira ergométrica) uma única vez, sempre no período da manhã (entre 9h e 11h). Os estudantes apresentam um padrão irregular do CSV e essa irregularidade e fortemente vinculada aos horários de aula, além da contribuição da demanda acadêmica, atividades sociais e fatores endógenos. Os alunos que acordam mais cedo apresentam maior irregularidade no padrão de CSV. Quanto mais cedo o horário de aulas pior a qualidade do sono e maior a frequência de estudantes com sonolência diurna excessiva. Os horários de aula e o padrão irregular do CVS não mostraram efeito sob o desempenho cardiorrespiratório dos estudantes de medicina. O desempenho no teste parece ser afetado por outros fatores, que podem ser relacionados ao padrão do CSV ou não. Assim, sugere-se que o início tardio das aulas provoca menor irregularidade no padrão do CSV, porém, observou-se que essa irregularidade e o horário de aula parece não afetar a desempenho cardiorrespiratório diretamente. Palavras – chave: Estudantes, ciclo sono e vigília, função cardiorrespiratória.

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ABSTRACT

Students, normally, present an irregular sleep pattern characterized by delays in sleep onset and offset from weekdays to weekends, short sleep duration on weekdays and long sleep duration on weekends. The reduction of the necessary sleep and the irregularity in the sleep patterns provoke relevant short- and long-term impairments on performances, for example, in cardiorespiratory function. The cardiorespiratory performance represents, in addition to fitness, traces associated to health conditions and in several studies to pattern and/or individual’s sleep quality. The aim of this study was to evaluate the pattern of the sleep-wake cycle and the cardiorespiratory function of medical students under different class schedules. The study was accomplished with two classes of medical students of UFRN, one had classes at 7 am (n = 47) and the second had classes at 8 am (n = 41) during the week. On the first stage of the study all volunteers filled out an anamnesis, the International Physical Activity questionnaire, the Pittsburgh index of sleep quality, the Portuguese version of the Horne and Östberg cronotype questionnaire, the Health and Sleep questionnaire and the Epworth Scale of Somnolence (ESS). On the second stage, 24 students (12 of each class) had their activity rhythm monitored by actimeters set to record activity at a 2-min interval for 14 days concomitant to the completion of the sleep diary. In this same stage, each volunteer performed the effort test (treadmill) only once in the morning period (between 9:00 and 11:00). The students showed an irregular pattern of the sleep-wake cycle and this irregularity is strongly influenced by the class schedules, in addition to the contribution of the academic demand, social activities and endogenous factors. The students who woke up earlier showed greater irregularity in the sleep-wake pattern. The earlier was the class schedule the worse was the sleep quality and the greater was the frequency of students with excessive diurnal somnolence. The classes’ schedules and the irregular pattern of the sleep-wake cycle did not show effect on the cardiorespiratory performance of the medical students. The performance on the test seems to be affected by other factors, which can be related to the pattern of the sleep-wake cycle or not. Therefore, it is suggested that the late start of classes provokes less irregularity on the pattern of the sleep-wake cycle. However, it was observed that this irregularity and the class schedule seem not to affect the cardiorespiratory performance directly.

Keywords: Students, sleep-wake cycle, cardiorespiratory function.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 8 2. OBJETIVOS 20 2.1. OBJETIVO GERAL 20 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 20 2.3. HIPÓTESES E PREDIÇÕES 20 3. METODOLOGIA 22 3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 22 3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES 22 3.3. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO 22 3.4. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO 23 3.5. PROCEDIMENTOS PRÉVIOS 23 3.5.1. Comissão de ética 23 3.5.2. Seleção dos estudantes 23 3.5.3. Termo de consentimento livre e esclarecido 24 3.6. COLETA DE DADOS 24 3.7. RECURSOS USADOS 28 3.7.1. Questionários utilizados 28 3.7.2. Avaliação antropométrica 30 3.8. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 31 3.9. ANÁLISES ESTATÍSTICAS 32 4. RESULTADOS 35 4.1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS ESTUDANTES 35 4.2. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O PADRÃO DO CICLO SONO E VIGÍLIA 38 4.2.1. Cronotipo 38 4.2.2. Qualidade do sono 39 4.2.3. Escala de sonolência de Epworth 40 4.2.4. Forma de despertar 41 4.2.5. Latência para o sono 43 4.2.6. Sonolência 45 4.2.7. Cochilos 47 4.3. CARACTERIZAÇÃO DO CICLO SONO E VIGÍLIA 48 4.4. NÍVEL SUBJETIVO DE CONDICIONAMENTO FÍSICO E ANTROPOMETRIA 65 4.5. DESEMPENHO CARDIORRESPIRATÓRIO 67 4.6. CORRELAÇÕES 71 5. DISCUSSÃO 77 6. CONCLUSÕES 91 REFERÊNCIAS 92 ANEXOS 92

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1. INTRODUÇÃO

Eventos geofísicos cíclicos, como a oscilação dia e noite, as mudanças das

estações do ano e etc, influenciam na vida dos diversos organismos. Essas

mudanças recorrentes em conjunto com as variações do ambiente contribuem na

expressão dos ritmos biológicos por parte dos organismos, ritmos esse que são

gerados endogenamente e muitos são sincronizados aos ciclos ambientais, uma

adaptação temporal essencial para a sobrevivência dos organismos (Menna Barreto

2003).

Esses ritmos são caracterizados por eventos regulares e periódicos tais como

o ciclo vigília-sono e temperatura corporal em humanos e que ocorrem também em

outros animais e nos vegetais.

Dentre os ritmos biológicos mais estudados, está o ciclo sono-vigília (CSV),

que por oscilar com uma frequência de um ciclo por dia, é chamado de ritmo

circadiano (circa = próximo; diano = dia). Os ritmos circadianos são sincronizados

principalmente ao ciclo claro-escuro (CE) através do sistema de temporização

circadiana (STC). O STC pode ser descrito como um sistema composto de vias de

entradas, sincronizadoras, de um marca-passo central, o núcleo supraquiasmático

(NSQ), de vias de saídas e dos osciladores periféricos (Golombek & Aguilar–Roblero

2003).

Uma das evidências mais convincente do papel do NSQ como uma espécie

de marca-passo central é que a remoção ou destruição desse pequeno conjunto de

neurônios localizados no hipotálamo (Golombek & Aguilar-Roblero 2003), afete

totalmente os ritmos circadianos de sono-vigília em mamíferos deixando-os

arrítmicos (Purves et al. 2005).

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Para estabelecer essa relação de sincronização do ambiente com o meio

interno, existe um conjunto de estruturas neurais que são capazes de ajustar as

relações de fases das diversas funções fisiológicas. Em conjunto estas estruturas

formam o sistema de temporização circadiana (STC), são elas: os fotorreceptores e

vias ópticas que transduzem a informação luminosa sincronizadora; marca passos

(tais como o núcleo supraquiasmático), que geram um sinal circadiano; e vias de

saída neurais e humorais (tais como a glândula pineal e o seu hormônio, a

melatonina) que acoplam o marca passo para os sistemas efetores e também aos

osciladores periféricos (Moore 1999).

No entanto, nem são todas as pistas ambientais são capazes de sincronizar

um ritmo. Os fatores externos capazes de sincronizar os ritmos biológicos são

denominados cronadores (tradução literal para o português do alemão de cronadors;

zeit =tempo; geber = doador). Estes fatores podem sincronizar os ritmos em um

organismo, porém isso depende de vários fatores como o habitat que se vive ou

ainda a capacidade de percepção ambiental fornecida pelo seu sistema sensorial

(Aschoff 1965). Os cronadores ou agentes sincronizadores (Halberg et al. 1977) são

os ciclos de claro-escuro, ciclo de temperatura, ciclo de disponibilidade de alimento,

de água e ciclo de pistas sonoras ou sociais (Moore-Ede et al. 1982; Reinberg et al.

1983).

Tem-se a ciclo de luz como o principal sincronizador do CSV, e a melatonina

sendo o principal marcador endógeno dessa influência, pois a ausência da

incidência de luz sobre a retina induz a liberação de melatonina pela glândula pineal

(Markus et al. 2003).

O CSV é, portanto, um ritmo endógeno, de aproximadamente 25h, e varia

com a idade, ou seja, sofre mudanças de acordo com a fase de desenvolvimento do

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individuo. Tendo ainda outros fatores que podem modular e caracterizar esse ciclo,

tais como as diferenças individuais, os fatores sociais como horários de trabalho e

de estudo (Carskadon 1979; Carskadon 2002), e também aspectos biológicos

(Andrade et al. 1993)

No que diz respeito ao controle biológico do CSV, a regulação deste ritmo é

feita por um mecanismo homeostático e um circadiano (Borbély 1982). O

componente homeostático é responsável pela propensão ao sono, ou seja, quanto

mais tempo passamos acordados, quanto maior nosso gasto energético, a

propensão ao sono aumenta e posteriormente diminui de acordo com o tempo em

que dormimos, mantendo a duração do sono uma relação de dependência com a

duração da vigília anterior. Já o componente circadiano funciona independente da

duração do sono ou da vigília prévios, mas esse é capaz de gerar ritmo, atua como

um mecanismo que ativa o momento em componente homeostático deve iniciar o

sono ou a vigília, ou seja, contribui para a temporização da vigília e do sono ao longo

das 24h (Borbély & Achermam 1999; Czeisler & Khalsa 2000).

Assim sendo, durante a vigília a propensão homeostática para o sono

aumenta devido ao tempo em que ficamos acordados e durante o sono, por

suprirmos nossa necessidade fisiológica, a propensão homeostática para o sono

tende a declinar favorecendo ao acordar (Czeisler & Khalsa 2000). Por outro lado a

propensão circadiana para o sono começa a declinar no inicio da vigília e aumenta

no seu final. Desta forma, o componente circadiano é responsável por manter a

vigília durante o dia e o sono no fim da noite, não permitindo que o indivíduo acorde

no meio da noite, pelo fato do componente homeostático apresentar uma diminuição

da pressão para o sono na medida em que se dorme. Deste modo, o componente

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circadiano, unido ao homeostático, favorece o início e a duração do sono, bem como

o despertar (Borbély & Achermann 1999).

Com relação às diferenças individuais, os indivíduos possuem diferenças

quanto à alocação temporal de sono em relação ao claro-escuro, relacionada ao

cronotipo, podendo ser classificados em matutinos, em vespertinos ou em

intermediários.

Segundo Horne e Östberg (1976), existem vários critérios que são

responsáveis por caracterizar a matutinidade-vespertinidade dos indivíduos, dentre

eles estão (1) às preferências pelo horário de acordar e de dormir; (2) os horários

onde há disposição acentuada para tarefas físicas e intelectuais; (3) horários onde a

execução de determinadas tarefas apresenta grau de dificuldade elevado; (4)

autoclassificação dentre as categorias: vespertino, intermediário, e matutino. Diante

desses critérios é possível dizer que em um extremo, estão aqueles que preferem

levantar cedo, desempenhar as atividades mais exigentes cedo durante o dia e

também ir dormir mais cedo. No outro extremo, estão aqueles que preferem acordar

tarde, desempenhar as tarefas mais exigentes mais tarde durante o dia e ir dormir

tarde (Waterhouse, Minors & Waterhouse 1990).

Os indivíduos matutinos são aqueles que preferem acordar e dormir cedo e

tendem a desempenhar melhor suas atividades durante a manhã (Lima, Medeiros &

Araujo 2002), apresentam um avanço de fase em relação aos vespertinos em

diversas variáveis, dentre elas no ciclo sono-vigília e nas medidas de desempenho

(Andrade, Benedito-Silva & Menna-Barreto 1992). Os indivíduos intermediários

caracterizam aqueles que não possuem horários preferenciais para dormir ou

acordar. As fases dos seus ritmos endógenos são intermediárias, relativas aos

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matutinos e vespertinos (Horne & Ostberg 1976) e têm uma tolerância maior aos

estados de privação do sono (Campos & Martino 2004).

Já os indivíduos vespertinos são aqueles que tendem a acordar e deitar mais

tarde, em especial nas férias e nos fins de semana, dando preferência para

desempenhar suas atividades à tarde ou à noite. Os picos máximos dos seus ritmos

estão atrasados em relação os da população em geral (Horne & Ostberg 1976).

Uma nova classificação para cronotipo tem sido proposta, que inclui uma

nova categoria chamada de bimodal (Martynhak et al. 2010). Para os autores, estes

seriam os sujeitos que apresentam preferências pelos horários mais matutinos para

algumas atividades enquanto que para outras atividades em horários vespertinos.

Os autores ainda sugerem que os indivíduos bimodais sejam, mas flexível em

relação à alocação do CSV e que podem apresentar uma maior irregularidade, mas

sem sofrimento.

Os indivíduos também podem variar de acordo com a quantidade ideal diária

de sono. São grandes dormidores aqueles que necessitam de 9 a 10 h de sono,

médios entre 7 e 8 h e pequenos dormidores, quando precisam de 5 a 6 h de sono

por noite (Webb & Agnew 1970 apud Menna-Barreto 1994).

O cronotipo e a quantidade de sono necessária para cada indivíduo, sozinhos,

não definem o padrão de CSV de cada sujeito, os fatores sociais possuem forte

influência nessa modulação. Um exemplo que evidencia a influência dos horários

sociais na determinação do início e fim do sono em adultos é o do estudo feito por

Taillard et al. (1999), Rosenthal et al. (2001) e Monk et al. (2000). Eles observaram

que nos dias de semana os indivíduos dormem e acordam mais cedo que no fim de

semana, devido aos compromissos sociais. A implicação disso é que a duração do

sono nos dias de semana é menor causando privação de sono. A diferença

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observada entre os horários de dormir e acordar entre semana e final de semana

leva a um padrão de extensão e redução do sono caracterizado pela irregularidade

nos horários de sono (Saarenpää-Heikkilä et al. 2000). A redução das horas de sono

associada com outras variáveis podem ser responsáveis pela diminuição do

desempenho acadêmico e consequente alteração da qualidade de vida dos

estudantes (Lima, Medeiros & Araujo 2002). Os estudantes universitários,

geralmente, apresentam uma irregularidade nos padrões de sono devido a atrasos

para iniciar e finalizar o sono comparando-se dias da semana com finais de semana

(Almondes & Araujo 2003), ou seja, uma curta duração de sono nos dias da semana

e uma longa duração de sono nos finais de semana. Entre os estudantes de

medicina este tipo de comportamento é observado com maior frequência, pois estes

alunos têm uma demanda acadêmica muito alta o que lhes exige uma grande

dedicação aos estudos para acompanhar o ritmo que lhes é imposto.

As consequências da irregularidade dos horários de sono no desempenho

acadêmico foram observadas por Medeiros e colaboradores (2001) em estudantes

universitários. Os autores encontraram que quanto maior a irregularidade, pior a

qualidade de sono e que esta por sua vez está relacionada a um pior desempenho

acadêmico.

O sono tem influência direta no desempenho de atividades cognitivas e

motoras. As flutuações rítmicas do desempenho dos estudantes tem significado

especial para ajustar as programações de atividades acadêmicas, sabendo que o

desempenho pode variar de acordo com a idade, tipo de tarefa e motivação

(Andrade et al. 2001).

Segundo Guyton e Hall (2000), o sono promove dois tipos de efeitos

fisiológicos: o primeiro, são os efeitos sobre o próprio sistema nervoso; e o segundo,

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são efeitos sobre outras estruturas do organismo. Porém, como os estudantes

universitários são submetidos a uma carga elevada de pressão devido às demandas

acadêmicas, e com isso a qualidade do sono dos estudantes é afetada pela duração

insuficiente do sono, pelo atraso no início do sono e pela ocorrência de episódios de

sono durante o dia (Lima, Medeiros & Araujo 2002).

Dormir durante o dia é tido, pelos estudantes, como uma forma de repor o

sono perdido durante a noite, porém existem diferenças consideráveis na qualidade

do sono reposto durante comparado ao sono noturno. No sono diurno as pessoas

permanecem menos tempo na cama, efetivamente dormem menos e apresentam

uma redução do sono REM (Gaspar, Moreno & Menna-Barreto 1998). Além disto, o

sono durante o dia, exceto cochilos breves, ocorre em um momento que o corpo não

está preparado para dormir. A exceção para os cochilos deve-se a estudos que

concluem a partir de seus experimentos que os cochilos podem ser benéficos

quando duram cerca de 20 à no máximo 30 minutos, principalmente após uma noite

com restrição de sono (Brooks & Lack 2006).

Sendo a organização temporal das atividades sociais um importante

sincronizador das atividades biológicas (Martino & Pizão 2005) para a espécie

humana, esses sincronizadores parecem ser, depois da luz, os de maior relevância,

principalmente, a jornada de trabalho (Gaspar, Moreno & Menna-Barreto 1998). As

desordens dos ritmos circadianos causam mal-estar, fadiga, sonolência, insônia,

irritabilidade, prejuízos no desempenho e eficiência (Ferreira 1987).

A redução do sono necessário e a irregularidade nos padrões de sono

provocam detrimentos relevantes no desempenho físico e no cognitivo. A privação

de sono causa prejuízo no estado de alerta e no humor.

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Além desses fatores, a privação do sono e a irregularidade do ciclo sono-

vigília podem provocar reações orgânicas associadas à diminuição da tolerância oral

a glicose e aumento da atividade nervosa simpática em resposta ao estresse (Zaia

2003). Essas alterações favorecem o desenvolvimento da resistência à insulina,

obesidade e hipertensão (Barone 2005) caracterizando fatores de riscos para muitas

doenças crônicas.

Uma pesquisa com mais de 5500 voluntários (homens e mulheres), relatou-se

que 66% dos indivíduos que dormiram menos de 6h por noite têm maior

probabilidade de apresentar hipertensão no futuro do que os indivíduos que

dormiram entre 7h e 8h por noite (Gottlieb, Punjabi & Newman 2005). Em outro

estudo realizado apenas com mulheres, essa mesma relação foi encontrada

(Cappuccio et al. 2007).

O Pico mínimo da pressão arterial dá-se durante o sono, o que pode servir

como uma importante fase da regulação homeostática do sistema cardiovascular,

que é controlado por diversos mecanismos fisiológicos. A qualidade e/ou a

quantidade inadequada de sono parece afetar os processos de regulação do

sistema cardiovascular o que pode causar aumento do risco de futuramente

desenvolver hipertensão (Bursztyn et al. 1994 & Cortelli et al. 1996).

Estudos fisiológicos de curto prazo demonstraram também a associação do

sono insuficiente e/ou inadequado com retardo do metabolismo da glicose e

aumento de mediadores inflamatórios, sugerindo que o sono é um importante

regulador homeostático dos fatores que contribuem para o desenvolvimento da

síndrome metabólica e doença cardiovascular (Vgontzas et al. 2000 & Vgontzas et

al. 2004).

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Estudos epidemiológicos apresentam dados que fortalecem a associação do

efeito do sono de curta duração com o aumento do risco de desenvolvimento de

doenças coronarianas, principalmente em mulheres (Liu & Tanaka 2002 & Ayas et

al. 2003).

Outro estudo reporta que a curta duração de sono está associada com o

aumento da propensão para o desenvolvimento de diabetes em mulheres e o

aumento da intolerância a glicose em ambos os sexos (Gottlieb et al. 2006 & Ayas et

al. 2003).

O desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2, também está associado com a

privação parcial de sono, alguns trabalhos epidemiológicos têm examinado essa

relação. Um estudo no National Center for Health Statistics (2005) dos Estados

Unidos reportou que de 1985 à 2004 houve um aumento considerável de adultos

americanos que dormiam menos que 6h por dia. Juntamente com essa diminuição

na média do tempo de sono destes indivíduos, no mesmo período aumentou a

prevalência de doenças crônicas como diabetes e obesidade.

Porém, estas alterações fisiológicas não são observas apenas em longo

prazo, ou em situações crônicas. Condições de mudanças no padrão de sono em

curto espaço de tempo já demonstram interferir nas funções fisiológicas. No estudo

de Spiegel et al. (2004) teve como objetivo de observar o impacto da restrição e da

extensão do sono na secreção de hormônios relacionados com o padrão alimentar.

Um grupo de indivíduos passaram 4h na cama por 2 noites e outro grupo passou

10h na cama por duas noites. Como resultados foram observados que houve

alterações consideráveis na concentração matinais de glicose e insulina no sangue,

sendo as concentrações de glicose maior e de insulina menor nos indivíduos que

ficaram 4h na cama do que nos indivíduos que ficaram 10h. A leptina e grelina

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apresentaram padrões opostos também, os indivíduos na condição de restrição de

sono apresentaram uma diminuição de leptina e um aumento de grelina. A leptina é

o hormônio da “saciedade” e a grelina é o hormônio da “fome” (van der Lely 2004).

Com isso os indivíduos sono restringindo se continuassem nessa condição

tenderiam a aumentar sua ingestão de alimentos comparando com o outro grupo

(Spiegel et al. 2004). Mostrando que em apenas dois dias de mudanças na duração

de sono ocorrem alterações fisiológicas importantes.

A privação parcial de sono também provoca em curto prazo o aumento da

pressão arterial, em um estudo indivíduos com pré-hipertensão e com hipertensão

apresentaram aumento da pressão arterial após dormirem apenas 4h numa noite

(Lusardi et al. 1999).

Em atletas curtas variações no padrão de sono também são muito

controladas, já que as alterações causadas por essas mudanças provocam

alterações fisiológicas que podem comprometer o rendimento físico (Martins et al.

2002).

Segundo Martins et al. (2002), o comportamento do sono pode trazer

informações bastante úteis quanto ao desempenho físico, já que como

consequências da alteração do padrão de sono podem ocorrer reduções da

eficiência do processamento cognitivo; do tempo de reação e responsividade

atencional; além de déficit de memória; aumento da irritabilidade; alterações

metabólicas, endócrinas e quadros hipertensivos, que podem comprometer o

rendimento físico e a saúde destes indivíduos.

A capacidade de realizar atividades físicas de média e longa duração estaria

relacionada ao metabolismo aeróbio, o consumo máximo do oxigênio (VO2máx) é

um dos melhores indicadores da condição cardiorrespiratória e um importante

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parâmetro preditivo de morbidades associadas (American College of Sports

Medicine 2006).

Fisiologicamente, a resistência cardiorrespiratória está atrelada à capacidade

do organismo em captar oxigênio suficiente para suprir as demandas metabólicas

nos tecidos ativos (Neder & Nery, 2003). Dessa forma, o funcionamento e transporte

de oxigênio é definido pela interação do débito cardíaco e a diferença arteriovenosa

de oxigênio. O valor do VO2 pode ser obtido através da equação de Fick Débito

(cardíaco= consumo de O2/diferença arteriovenosa de O2), ou seja, considerando o

volume de oxigênio expirado, o volume sistólico, a frequência cardíaca e a diferença

arteriovenosa de oxigênio (Wilmore & Costill 2000).

Segundo Mello (2005), uma das funções do sono é a função restauradora ou

compensatória, da mesma forma que a anterior, relata que a alta atividade

catabólica durante a vigília reduz as reservas energéticas, aumentando a

necessidade de sono, e favorecendo a atividade anabólica. Com a privação total ou

parcial de sono, os processos fisiológicos realizados durante a fase de sono ficam

prejudicados, no caso desse processo restauração essa depreciação reflete na

capacidade de recuperação do organismo para sofrer atividades catabólicas durante

a vigília. O exercício físico, principalmente de média e longa duração, é uma

atividade altamente catabólica, portanto tende a ficar prejudicado após a privação

total ou parcial de sono.

A redução do metabolismo durante o sono e a sensação de fadiga descrita

por sujeitos privados de sono, reforçam a hipótese de que o sono tenha uma função

restauradora (Chervin 2000 & Mello 2000). Assim, o desempenho cardiorrespiratório

representa além do condicionamento físico, traços associados às condições de

saúde e alterações no padrão e/ou qualidade do sono de um indivíduo.

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No estudo realizado por Bond e colaboradores (1986) foi observado

diferenças menores em medidas de ventilação, VCO2 e VO2 dos sujeitos privados de

sono por 42 horas, quando comparados aos controles não privados, sugerindo, que

para uma eficiência máxima do exercício em intensidades acima de 75% do VO2max

deveria ser precedido por uma boa noite de sono. Outros estudos apresentaram

uma clara redução da frequência cardíaca em diferentes cargas de trabalho após a

privação do sono (Montelpare, Plyley & Shephard 1992).

Mougin e colaboradores (1991) notaram que, embora fosse possível sustentar

a mesma intensidade máxima de exercício, os sujeitos que tiveram seu sono

interrompido por um período de três horas exibiram um menor VO2máx, uma alta

ventilação máxima e submáxima, maiores valores da frequência cardíaca e do

lactato sanguíneo (substância derivada dos processos químicos realizados durante

o exercício que provoca a sensação de fadiga muscular).

Vondra e colaboradores (1981) encontraram redução significativa na atividade

de enzimas do metabolismo energético na musculatura esquelética após 120 horas

de privação de sono, indicando uma diminuição da capacidade oxidativa aeróbia,

uma redução da função de transportar equivalentes reduzidos do citosol através da

membrana mitocondrial, uma acentuação relativa da atividade glicolítica anaeróbia e

um metabolismo muscular do tipo pré-diabético.

Portanto pesquisas voltadas para melhor estudar a relação dos padrões de

sono e funções fisiológicas se fazem necessárias devido à necessidade de mais

estudos acerca deste assunto, além do grande potencial investigativo com relação à

análise da importância do sono e a saúde dos estudantes e o consequente

desempenho acadêmico em universitários em geral.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Avaliar do padrão do ciclo sono e vigília e a função cardiorrespiratória de

estudantes de medicina em diferentes esquemas de horários de aulas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

ü Comparar o padrão do ciclo sono e vigília em estudantes de medicina com

diferentes horários de aulas;

ü Comparar a sonolência diurna excessiva e a qualidade do sono em

estudantes de medicina com diferentes horários de aulas;

ü Comparar a função cardiorrespiratória em estudantes de medicina com

diferentes horários de aulas;

ü Correlacionar as variáveis do CSV com as variáveis antropométricas e

àquelas referentes à função cardiorrespiratória;

2.3 HIPÓTESES E PREDIÇÕES

H1- O atraso no início das aulas permite a expressão do CSV mais regular.

P1: Os estudantes que iniciam as aulas às 7h da manhã terão uma redução na

duração de sono durante os dias de semana comparados com os dias de fim de

semana, ou seja, uma maior irregularidade do CSV.

P2: Os estudantes que iniciam as aulas às 7h da manhã terão maior sonolência

diurna e pior qualidade de sono.

H2- O atraso no início das aulas permite que os estudantes tenham uma melhor

função cardiorrespiratória.

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P1: Os estudantes que iniciam as aulas às 7h da manhã apresentarão pior

desempenho nos testes de função cardiorrespiratória.

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3. METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Trata-se de um estudo observacional, pois não ocorre intervenção nos

eventos durante a coleta de dados, do tipo analítico uma vez que há comparações

entre grupos (Vieira & Hossene 2002).

3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES

A população foi composta por 89 jovens saudáveis, estudantes do curso de

Medicina da UFRN. De ambos os sexos, compreendidos entre a faixa etária de 17 e

25 anos.

3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Para participar das etapas da coleta de dados onde foram aplicados os

questionários e feitas as avaliações antropométrica os voluntários precisaram:

- Estar dentro da faixa etária estabelecida;

- Estar devidamente matriculado em cursos de graduação em medicina da UFRN,

sendo alunos do 1º ou do 2º períodos do curso;

- Não fazer uso de medicamentos que alterem a arquitetura do sono,

broncodilatadores, além de drogas como anabolizantes;

- Não apresentar qualquer patologia que comprometa a arquitetura do sono;

Para participar das etapas da coleta de dados onde foram realizados os

testes de espirometria e de esforço, além de atender os critérios anteriores, os

voluntários precisaram:

- Não apresentar doenças cardiorrespiratórias, hipertensão e obesidade;

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- Não possuir comprometimentos físicos (osteomioarticular), que interfira na

execução do teste de esforço;

- Não ser considerado com nível de condicionamento físico elevado- Indivíduo muito

ativo e com a prática de atividades física regular 6 (seis) ou mais vezes por semana

e com duração de mais de 2h por dia para exercícios anaeróbicos e/ou 2h para

exercícios aeróbicos (com o auxílio do Questionário Internacional de Atividade Física

- IPAQ versão 8.0 curta (Araújo et al. 2008) foi feita a classificação do nível de

atividade física).

3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO:

- Administração de medicações que influenciem tanto no desempenho do

teste de função pulmonar, função cardiovascular e na qualidade do sono;

- Ausência durante qualquer etapa da realização do estudo;

3.5 PROCEDIMENTOS PRÉVIOS

3.5.1 Comissão de ética

Envio projeto à comissão de ética do Hospital Universitário Onofre Lopes –

HUOL/UFRN e posterior aprovação com protocolo nº 311/09 (anexo 1).

3.5.2 Seleção dos estudantes

A seleção dos indivíduos foi por meio de convite. Os estudantes receberam

informações sobre os procedimentos e objetivos da pesquisa, em seguida os

voluntários que se encaixaram nos critérios de inclusão responderam a 1ª parte dos

questionários: o Questionário “A Saúde e o Sono” adaptado por ao Mathias et al.

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(2001), o Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ- versão 8.0 curta

(anexo 3) (Araújo et al. 2008) e uma anamnese (anexo 4).

3.5.3 Termo de consentimento livre e esclarecido

Para que o aluno participar, assinou uma via de um termo de consentimento

livre e esclarecido (TCLE) assinadas pela pesquisadora e orientador (anexo 2). Os

estudantes selecionados foram esclarecidos da não obrigatoriedade da sua

participação, e que, a qualquer momento, podiam se desligar desta pesquisa e de

todos os procedimentos da pesquisa, como benefícios e possíveis riscos na

realização dos testes de esforço. Foi esclarecido que a participação não implicaria

na atribuição de qualquer nota, quantitativa ou qualitativa.

Todos os alunos participaram da pesquisa por livre e espontânea vontade

após este o convite e as explicações sobre o objetivo deste estudo e os

procedimentos a serem realizados.

3.6 COLETA DE DADOS

Foram avaliados 2 (dois) grupos de alunos voluntários das turmas do curso de

Medicina da UFRN, 2009.1 e 2009.2, estes alunos estavam cursando o segundo e o

primeiro semestre do curso respectivamente. Os alunos do segundo período

iniciavam as aulas às 8h da manhã e o outro grupo iniciava as aulas às 7h. A coleta

de dados foi sempre realizada no período matutino, após o horário de aula dos

estudantes, entre 9h e 11h. Parte foi realizada em sala de aula e a outra parte no

laboratório 1 do Departamento de Fisiologia da UFRN.

A coleta de dados foi dividida em 6 etapas como representa o quadro 1.

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Quadro 1. Etapas da coleta de dados

ETAPA Atividades Horário Duração/aplicação

Coleta Turma 2009.2

7h

Coleta Turma 2009.1

8h 1ª Responder os questionários para

realização da seleção dos estudantes que poderão participar de todas as etapas do estudo (cerca de 20 estudantes de cada turma). -TCLE - Anamnese - IPAQ -A saúde e o sono

9:00 às 12:00

1 dia/1 vez

30 de setembro 16 de outubro

2ª Responder questionários; -HO -Pittsburgh -Epworth

9:00 as 12:00

1 dia/1vez 02 de outubro 21 de outubro

3ª - Antropometria; 9:00 as 12:00

7 dias/1 vez

De 30 de setembro á 06 de outubro

De 29 de outubro a 11 de novembro

4ª - Uso do actímetro;

24h

14 dias/contí

nuo

De 3 a 17 de novembro

18 de novembro a 03 de dezembro

5ª Espirometria em repouso; 8:00 as 12:00

1 dia/1vez 04 de novembro a 03 de dezembro

De 09 de novembro a 12 de dezembro

6ª Teste de esforço 9:00 as 12:00

1 dia/1vez 04 de novembro a 03 de dezembro

De 09 de novembro a 12 de dezembro

Na primeira etapa do estudo todos os participantes foram orientados sobre

todos os procedimentos do estudo assim como preencheram: o termo de

consentimento livre e esclarecido, anamnese, IPAQ e “a saúde e sono”, através

desses questionários foi possível identificar estudantes que não puderam participar

dos testes de esforço, espirometria e fazer uso do actímetro. Na segunda etapa os

voluntários preencheram a segunda parte dos questionários e em seguida inicio-se o

período de coleta das medidas antropométricas e logo após, a distribuição dos

actímetros. Pois nesse período, dentre esses voluntários, foram selecionados ao

acaso 24 (12 da turma 2009.1 e 12 da turma 2009.2) os que concordaram, também

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participaram da etapa da pesquisa onde foi realizado o registro atividade-repouso e

a da participação no teste de esforço e espirometria.

Após 14 dias os actímetros e diários de sono foram recolhidos. E durante

esse período de registro foram marcados os testes de esforço e/ou espirometria dos

usuários de actímetro. Na data e hora marcada os voluntários realizaram o teste de

esforço e/ou espirometria, com avaliações preliminares dos sinais vitais. Alguns

indivíduos realizaram o teste de esforço seguido da espirometria e outros realizaram

o teste em outro dia.

Inicialmente, os indivíduos realizaram espirometria. Foi apresentado a cada

voluntário o equipamento com as devidas explicações e demonstrações sobre o

procedimento durante o teste. Foi colocada no sujeito a cinta torácica para registro

da frequência cardíaca (FC). Com o individuo já com o espirômetro e o clipe nasal,

com estes equipamentos ligados ao sistema de registro da ADINSTRUMENTS

podíamos visualizar em tempo real e gravar os dados no computador usando o

programa Power Lab. Assim, obtido o registro do padrão de ventilação em repouso e

em seguida foram realizadas as manobras de inspiração forçada, expiração forçada

e de capacidade vital. Com 5 repetições para cada manobra e intervalos de 30 a 60s

entre os as manobras.

Para a realização do teste de esforço, foi colocado em cada individuo uma

cinta torácica para registro da frequência cardíaca (FC). Os indivíduos

permaneceram em repouso por 3min, sentados, e após o repouso foi verificado a

pressão arterial (PA) de cada um, duas medidas com intervalo de 4min entre elas.

Em seguida foi realizado o registro de 3min da FC em repouso.

Ao fim destas ações preliminares e não tendo sido identificada nenhuma

alteração nos sinais registrados que impeça o individuo de continuar o teste, os

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voluntários realizaram o teste de esforço. O protocolo que usado foi o de incremento

de carga descontinuo, também conhecido como incremento em degrau, ou seja, a

carga foi aumentada em intervalo de tempo igual e com a intensidade igual, porém

de uma única vez a cada ciclo de 1 minuto. No caso do teste escolhido para esta

pesquisa, a carga é a velocidade. A cada um minuto a velocidade era aumentada. O

valor da velocidade máxima era calculado, em seguida a partir deste valor fazíamos

o cálculo do valor do incremento de velocidade a cada minuto, conforme as fórmulas

da ACSM (2007) (anexo 13).

Durante o teste além da FC do sujeito também era monitorada a percepção

subjetiva de esforço (PSE), utilizando a escala de Borg (anexo 10). O tempo do

teste, velocidade e inclinação da esteira e também foram monitorados através de

cronometro e o visor digital da esteira.

Ao subir na esteira os voluntários receberam todas as orientações para

realização do teste (não segurar nas barras de apoio durante o teste, o uso da

escala de Borg a cada 2mim durante o teste, e como desligar a esteira). Os

estudantes tiveram 4min para aquecimento e reconhecimento da esteira

ergométrica, durante esse período a velocidade foi aumentada gradativamente pelo

pesquisador até chegar na velocidade de início do teste (6 km/h). A inclinação da

esteira foi fixa em 5% e o aumento da velocidade foi realizado minuto a minuto.

A finalização do teste, na maioria dos casos, foi determinada pelos

voluntários, quando não suportavam mais realizar o esforço devido à dificuldade

para respira, dificuldades para correr, dores no tórax, o teste era encerrado. Em

poucas situações o teste foi encerrado pelos pesquisadores, apenas quando foi

observado sinais de que o voluntário não estava suportando o esforço e mesmo

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assim insistia em continuar o teste (FC acima do valor máximo, cianose nos lábios e

na pele, e/ou dificuldade de correr no centro da esteira).

Após o termino do teste, os estudantes tiveram um descanso ativo na esteira

até sua frequência cardíaca atingir um valor de 65% da FCmáx. Após o teste os

indivíduos ficaram em observação cerca de 10min a 30min até a FC atingir valores

próximos dos da FC de repouso registrada no inicio do teste. Em seguida receberam

água, bebida isotônica e uma barra de cereal e foram liberados.

3.7 RECURSOS USADOS

3.7.1 Questionários utilizados

a) Identificação geral: Os estudantes preencheram uma anamnese (anexo 4)

contendo questões sobre histórico de saúde e informações pessoais.

b) Nível de preparo físico: Para caracterizar o nível de prática de atividades

físicas os voluntários responderam o IPAQ 8 versão curta. O questionário permite

caracterizar os participantes em sedentário, irregularmente ativo “b”, irregularmente

ativo “a”, ativo e muito ativo, baseados nos critérios de tempo de atividade física, tipo

de atividade e na frequência de prática (anexo 3).

c) Actimetria: Os indivíduos usaram o actímetro, um aparelho que registra

níveis de atividade e repouso. Os indivíduos usarão o actímetro no pulso não

dominante durante 14 dias com intervalo de 2min a cada registro, incluindo 2 (dois)

fins de semana.

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d) Diário do sono: Outro instrumento que utilizado na caracterização do CSV

foi o diário do sono (anexo 5). Neste questionário, o indivíduo anota os seus horários

de dormir, acordar, eventuais despertares noturno e cochilos ocorridos durante o dia.

Embora o auto-relato tenda a superestimar a vigília, e subestimar o tempo de sono,

foi demonstrado que há uma correlação estatisticamente significativa entre as

medidas subjetivas em relação às objetivas (polissonografia e actímetro) (Espie,

1991 apud Espie et al. 2001). O diário do sono foi preenchido concomitante e

durante o mesmo período do uso do actímetro.

e) Questionário de Horne e Ostberg: Essa ferramenta usada (anexo 6),

permite caracterizar os indivíduos quanto ao seu cronotipo. Deste modo, baseado na

pontuação que é adquirida pelo indivíduo através do escore das suas respostas é

possível inferir que este indivíduo seja matutino, indiferente ou vespertino (Horne &

Östberg 1976);

f) Questionário Saúde e o Sono: Esse questionário (anexo 7), adaptado de

Mathias et al. (2001), é um instrumento que representa os hábitos de sono que

costumam ser mais frequentes na vida do indivíduo. Assim sendo, consiste num

relato único e geral que permitiu caracterizar sobre os hábitos de sono que o

indivíduo mantém.

g) Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh: (anexo 8) É reservado a

avaliar a qualidade do sono, permite interpretar sete componentes sobre o sono:

qualidade subjetiva do sono, latência do sono, duração do sono, eficiência habitual

do sono, distúrbios do sono, uso de medicação para dormir e disfunção durante o

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dia, nesse instrumento os escores maiores do que cinco implicam em qualidade de

sono ruim e maiores que nove alterações marcantes (Buysse et al. 1989);

h) Escala de sonolência de Epworth: Escala de sonolência Epworth (Johns

1991) (anexo 9), fornece informações sobre algumas situações em que o indivíduo

se encontra mais propenso a cochilar durante o dia. Nesse instrumento pontuações

acima de 10 foram caracterizadas como sonolência excessiva, enquanto que abaixo

de 10 indicaram ausência de sonolência (Rodrigues et al. 2002).

3.6.2 Avaliação antropométrica

A massa corporal e a estatura foram mensuradas para a determinação do

índice de massa corporal (IMC), através da balança digital (Techline) com acuidade

de 50g e fita métrica com escala milimétrica, respectivamente. Foram coletadas as

medidas das circunferências de cintura e quadril com a fita métrica, para determinar

a relação cintura quadril (RCQ) através do cálculo do quociente entre a massa

corporal em quilograma e a o quadrado da altura em metros (IMC = peso em Kg /

(altura x altura em m)).

3.7.3 Avaliação cardiorrespiratória

A avaliação cardiorrespiratória foi realizada através de espirometria em

repouso e um teste de esforço máximo.

a) Espirometria: Na espirometria foram realizadas 5 repetições para

cada manobra de expiração forçada, inspiração forçada e de capacidade vital, com

os indivíduos na posição sentada, sendo escolhida a curva de melhor desempenho.

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As variáveis estudadas serão: Volume corrente (VC), Volume de reserva inspiratória

(VRI), Volume de reserva expiratória (VRE), Volume (minuto), Capacidade

Inspiratória (CI), Capacidade vital Forçada (CVF), volume de ar exalado no primeiro

segundo da manobra de CVF (VEF1) e a relação VEF1/CVF%.

Em decorrência da dificuldade na calibração do equipamento, os valores do

teste de espirometria não foram avaliados quantitativamente. Mas o procedimento

seria obter os valores absolutos e calculador os percentuais relativos aos preditos

para sexo, idade e altura, seguindo tabela descrita por Pereira et al. (2007).

b) Teste de esforço: O teste de esforço foi máximo, pois o esforço atinge de

90 a 100% da frequência cardíaca máxima (FCmáx) prevista. Nesse teste foi

utilizado o protocolo com duração do teste entre 8 e 12min, com aumentos de carga

iguais em intervalos de tempo iguais, sendo este incremento individualizado por

idade e sexo dos pacientes (Froelicher et al. 1998). Tomando como base o VO2máx

previsto, estimado pelas fórmulas do American College of Sports Medicine - ACSM

(2007). Durante o teste de esforço os indivíduos tiveram a PSE (anexo 8) avaliada

através da escala de Borg (Borg & Noble 1974). A classificação do desempenho foi

feita a partir do percentual de VO2máx atingido em relação ao VO2max estimado

(tabelas anexo 10) (Nunes et al. 2005). A velocidade inicial para o teste foi de 6km/h.

3.8 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

Foram utilizados os softwares:

- Power Lab - Chart 5™ for Windows para registro e análise da espirometria;

- Power Lab - Lab Tutor for Windows para avaliação da pressão arterial;

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- Actiware – Sleep versão 3.4 para análise do nível de atividade diurna e

noturna;

Foram utilizados os aparelhos:

-Esteira Athletic Advanced 500EE;

-Espirômetro (ADINSTRUMENTS®);

-Tensiômetro (ADINSTRUMENTS®);

-Fita métrica com escala milimétrica;

-Balança digital com acuidade para 50g (Techline);

-Frequencímetro Athletic;

-Actímetro Actiwatch®-16.

3.9 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Através do teste de Kolmogorov-Sminorv foi possível identificar os dados que

obedeceram a uma distribuição normal e não-normal, que foi significativo (p>0,05)

para uma distribuição normal.

Foram realizadas análises dos aspectos subjetivos do sono através da

interpretação dos questionários, onde obtivemos os dados da média e do desvio

padrão da amostra em relação aos escores da qualidade do sono, escala de

sonolência e de cronotipo. Os dados da Escala de Epworth também foram avaliados

em forma de frequências com o teste Qui-quadrado (X2). Estes dados foram

analisados através do programa SPSS 13.0.

O padrão do CVS foi avaliado subjetivamente a partir dos dados obtidos

através do questionário A Saúde e o Sono. Este padrão foi analisado utilizando-se

os seguintes parâmetros: horários de dormir, de acordar e tempo na cama. As

médias destes parâmetros foram comparadas entre semana e fim de semana

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através do Teste t (t) para amostras dependentes e semana com semana e fim de

semana com fim de semana entre os grupos. Foi calculado também o padrão de

expansão e restrição do sono, através da diferença, em módulo, das médias dos

horários de dormir na semana e fim de semana e feita a comparação através do

Teste t (t) para amostras independentes entre os grupos. Para avaliar as outras

respostas dos estudantes no questionário A Saúde e o Sono, foi utilizado o teste do

Qui-quadrado (X2).

Para análise objetiva do padrão do CVS utilizou-se os dados obtidos através

actímetro com auxílio do diário do sono. Para analises do período de sono foram

usados os seguintes parâmetros seguintes: hora de dormir, acordar, tempo na cama

(intervalo de tempo entre hora de dormir e acordar), latência do sono, movimentos

durante o sono (são instantes de movimentos registrados pelo actímetro durante o

sono), tempo real de sono (intervalo de tempo entre dormir e acordar subtraindo o

tempo de latência do sono e os movimentos durante o sono) e eficiência do sono

(relação entre o tempo na cama e tempo real de sono). Essas análises foram feitas

através do software Actware sleep 3.4. Os actogramas foram obtidos através do El

Temps, estes gráficos foram usados como análise visual do CSV.

As médias destes parâmetros foram comparadas entre semana e fim de

semana através do Teste t (t) para amostras dependentes e entre os grupos usando

o mesmo teste para amostras independentes.

Com esses mesmos dados foi calculada a irregularidade do sono através do

índice de irregularidade, que é á média dos desvios padrão dos horários de dormir

registrados no actímetro e diário de sono de cada estudante, que foram comparados

entres os grupos utilizando-se o Teste t para amostras independentes.

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Para os resultados do teste de esforço, as pontuações dos questionários e os

parâmetros do padrão de CVS tanto de dados objetivos como subjetivos foram

comparados utilizando o Teste t para amostras independentes ou o teste de

Wilcoxon/Mann-Whitney, conforme a distribuição dos dados.

Foram ainda utilizados os testes de coeficiente de correlação de Pearson e

Spearman para verificar o nível de associação entre as variáveis dos resultados do

teste de esforço, antropometria e padrão do ciclo sono vigília.

Os gráficos resultantes foram feitos pelo programa Excel 2007 (Microsoft

Inc.). Os resultados foram significativos quando o p≤0,05.

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35

4. RESULTADOS

Os resultados relatados a seguir referem-se coleta de dados realizada nas

turmas de 2009.1 (2º período) e 2009.2 (1º período) do curso de medicina da UFRN,

na qual os alunos de cada turma iniciavam as aulas de segunda a sexta-feira às 8h

e 7h da manhã, respectivamente. Foram 88 participantes 48 homens (54,55%) e 40

mulheres (45,45%) 20,18± 2,07 anos de idade. Estes voluntários responderam os

questionários e 24 deles usaram actímetros (12 – Turma 2009.1 (6 homens e 6

mulheres) e 12 – Turma 2009.2 (6 homens e 6 mulheres)). Logo abaixo, têm-se os

resultados da caracterização geral dos estudantes, informações gerais sobre os

aspectos relacionados ao padrão e a caracterização do padrão do CSV, nível

subjetivo de condicionamento físico, caracterização antropométrica e

condicionamento cardiorrespiratório. Ao final de tudo, têm-se a apresentação de

resultados obtidos ao correlacionar os aspectos do padrão de ciclo sono e vigília

com as características físicas e do condicionamento cardiorrespiratório. No final de

cada seção, os resultados obtidos em cada parâmetro serão comparados entre as

duas turmas.

Como os questionários foram aplicados em diferentes dias, o “n” da amostra é

específico para cada parâmetro que se pretende avaliar como será descrito em cada

seção.

4.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS ESTUDANTES

Os resultados sobre características gerais dos estudantes (n geral=88; n 2º

Período- 8h= 41; n 1º Período- 7h= 47) foram baseados nas respostas do

questionário de hábitos do sono. Em relação à moradia, a maioria dos estudantes

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36

(60,22%) reside com 3 ou 4 pessoas em casa (X2= 21,71; p<0,001) e dorme sozinho

(68,18%) (X2= 36,44;p<0,001). Para 93,18% dos alunos o local de dormir é bom (X2=

37,29; p<0,001). Sobre trabalho, 90,80 % dos estudantes não trabalham (X2= 33,30;

p<0,001) e o grau de escolaridade do chefe da família é na maioria nível superior

(65,22%) (X2=83,43; p<0,001) (tabela 1).

Para chegar à universidade, o meio de locomoção mais usado pelos

estudantes é o carro (81,60%) (X2= 128,18; p<0,001). Os alunos gastam na maioria

de 10 - 20 minutos para chegar à universidade (55,68%) (X2= 32,43; p<0,001). A

maior parte dos estudantes (77,27%) não faz curso extra-escolar (X2= 14,84;

p<0,001) e fazem atividade física (59,09%) (X2= 1,65; p>0,069) (tabela1).

Tabela 1- Distribuição do percentual de estudantes em relação às algumas

questões do hábito de sono.

Perguntas Respostas %Geral Nº %Aula- 8h Nº % Aula- 7h Nº

Grau de escolaridade do chefe da família

Ensino Superior Completo 68,96 60 73,17 30 65,22 30

Moro com 3-4 pessoas 60,22 53 63,42 26 57,45 27

Durmo com Sozinho 68,18 60

63,42 26 72,34 34

Local de dormir Bom 93,18 82 92,68 38 93,62 44

Transporte usado Carro 81,60 71 80,00 32 82,98 39

Tempo gasto para chegar a Faculdade 10 - 20min 64,81 57 55,31 26 75,61 31

Curso extra Não 77,27 68 75,61 31 78,72 37

Trabalha Não 90,80 79 90 36 91,49 43

Atividade física Sim 59,09 52 65,85 27 53,19 25

Comparando as turmas, as informações com diferenças estatisticamente

significativas foram:

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37

• Número de pessoas que moram na mesma residência: um maior percentual

de estudantes na turma com início das aulas as 8h moram com 3 a 4 pessoas (X2=

56,15; p<0,01).

• Tempo gasto para se deslocar a universidade: um percentual maior de

estudantes da turma com início das aulas às 7h leva menos tempo para chegar ao

destino (X2= 17,65; p<0,01).

• Atividades físicas: um maior percentual de estudantes na turma com início das

aulas as 8h pratica atividade física (X2= 6,44; p<0,01).

Em relação as condições de saúde e hábitos que podem interferir do CSV,

43,18% dos voluntários relataram ter algum problema de saúde (X2= 1,86; p<0,17).

Sobre os problemas de saúde, a maior queixa (38,94%) foi de problemas

respiratórios (X2= 4,89; p<0,02) (Tabela 2).

Tabela 2- Distribuição do percentual de estudantes sobre questões referentes

às condições de saúde.

Condições de Saúde %Geral %Aula - 8h %Aula - 7h Tem problema de saúde 43,18 41,46 44,68 Problema respiratório 38,94 41,03 36,84

Em relação à ingestão de alguma bebida estimulante, 94,31% afirmaram que

não ingerem café antes de dormir (X2= 78,56; p<0,01) e nem refrigerante (93,2%)

(X2= 74,58; p<0,01) (Tabela 3). Quanto ao consumo de cigarros e bebida alcoólica,

todos afirmaram não possuir esse hábito antes de dormir.

Ao comparar os dois grupos, nenhuma das respostas apresentaram diferenças

estatisticamente significativas, com exceção da ingestão de bebidas estimulantes. A

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turma com início das aulas as 8h apresentou um percentual maior de estudantes

que não ingerem café nem refrigerantes antes de dormir .

Tabela 3- Distribuição do percentual de estudantes sobre questões referentes

à ingestão de substâncias antes de dormir.

Respostas %Geral %Aula-8h %Aula-7h Não faz uso de cigarros 100 100 100 Não ingere bebidas alcoólicas

100 100 100

Não toma café 94,31 95,12 93,62 Não toma chá 100 100 100 Não toma refrigerante 93,2 95,12 91,49

4.2 INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O PADRÃO DE CICLO SONO E VIGÍLIA

Os resultados sobre as informações gerais sobre aspectos do padrão de ciclo

sono e vigília foram baseados nas respostas do questionário de Horne e Östberg

(HO) (n geral= 78, n 2º Período – 8h= 39; n 1º Período 7h= 39) para avaliação do

cronotipo, Índice de Qualidade do Sono de Pittsburg (IQSP) (n geral= 78, n 2009.1=

39; n 2009.2= 39) para avaliação da percepção da qualidade subjetiva do sono,

Escala de Sonolência de Epworth (ESE) para avaliação da sonolência diurna e o

questionário A Saúde e o Sono (n geral=88; n 2009.1=41; n 2009.2=47) para as de

mais informações.

4.2.1 Cronotipo

A maioria dos participantes são indiferentes (55,12%), logo em seguida são

os vespertinos moderados (27%), matutino moderado (12,8%), vespertinos extremos

(3,8%) e matutinos extremos (1,28%) (X2= 74,23; p<0,01) . Observa-se uma

tendência dos voluntários a vespertinidade (figura 3 A).

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.

Figura 3 - Gráfico referente à distribuição dos escores do Cronotipo obtidos através do questionário H.O. A: população geral; B: 2º Período (08h); C: 1º Período 2009.2 (7h).

4.2.2 Qualidade do Sono

A avaliação subjetiva da qualidade do sono resultou que a maior parte dos

estudantes apresentou o escore do IQSP superior a 5, ou seja, caracterizaram sono

como sendo de qualidade ruim ou com alterações marcantes (52,57%). No geral, a

média dos escores foi 5,99 ± 2,4. Entre as turmas, os estudantes que iniciavam as

aulas às 7h (1º período-2009.2) apresentaram uma média maior (6,64 ± 2,18) que a

turma que iniciava as aulas às 8h (2º período-2009.1) (5,33 ± 2,45). O percentual de

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estudantes em cada classificação apresentou diferença estatisticamente significativa

entre as turmas (X2= 33,93; p<0,01) (Figura 3).

Figura 3 - Gráfico referente ao percentual de classificação da qualidade do sono obtido através do

questionário IQSP (*Qui-quadrado, p<0,05).

4.2.3 Escala de Sonolência de Epworth

A maior parte dos estudantes foi classificada como não sonolenta

(74,36%), com média de 8,37±2,99. Entre as turmas, o 2º Período (8h) apresentou

um número maior de estudantes com essa classificação (X2= 6,45; p<0,01) (Figura

4).

IQSP

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Figura 4 - Gráfico referente ao percentual de classificação da sonolência diurna obtida através da

Escala de sonolência de Epworth (*Qui-quadrado, p<0,05).

Abaixo segue a comparação das médias entre as turmas quanto aos escores

do cronotipo, qualidade do sono e sonolência diurna (tabela 4).

Tabela 4 - Comparação dos escores obtidos nos questionários HO, IQSP e

ESE entre as turmas (*Test-t para amostras independentes p<0,05).

7h (1ºPeríodo) 8h (2º Período) IQSP 6,64 ±2,18 5,33 ±2,45 0,015064 * Cronotipo 45,33 ±9,90 48,59 ±10,45 0,161761 Escala de Sonolência 8,87 ±2,73 7,87 ±3,17 0,139536

4.2.4 Forma de despertar

Os estudantes relataram que despertam com auxílio do despertador mais na

semana (84,09%) do que no fim de semana (15,90%) (X2= 248,88; p<0, 001), que

dependem de alguém acordá-los com maior freqência na semana (7,95%) do que no

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fim de semana (3,41%) e que acordam sozinhos com maior frequência no fim de

semana (76,13%) do que na semana (7,95) (X2= 255,86; p<0,001) (figura 4).

Figura 4 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre a

forma de despertar na semana e fim de semana (*Qui-quadrado, p<0,05).

Na comparação entre os períodos, os alunos do 1º período, que têm aula às

7h, (91,48%) são mais dependentes do despertador para acordar na semana do que

os alunos que tem aula às 8h (75,61%) (X2= 13,67; p<0, 001), mesmo ocorre no fim

de semana (X2= 22,33; p<0, 001). No que se trata de acordar sozinho, o percentual

de alunos que têm aula às 8h (17,07%) é maior do que os alunos que têm aula às 7h

(0%) (X2= 13,67; p<0, 001). No fim de semana, aconteceu à mesma situação, o

percentual de alunos que têm aula às 8h (82,92%) é maior do que os alunos que

têm aula às 7h (70,21%) (X2= 11,41; p<0, 001) (figura 5).

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Figura 5 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre a

forma de despertar na semana e fim de semana, comparando as turmas do 1º e 2º período (*Qui-

quadrado, p<0,05).

4.2.5 Latência para o sono

O maior percentual de estudantes leva de 0 à 15min para iniciar o sono, tanto

na semana (60,22%) como no fim de semana (63,22%) (X2= 0,38; p<0, 535), em

seguida, o maior percentual de resposta foi de 16 à 30mim, na semana (24,41%) e

fim de semana (25,28%) (X2= 0,52; p<0, 473), depois de 31 à 60 min, na semana

(11,36%) e fim de semana (9,19%) (X2= 0,56; p<0, 453), e por último mais de uma

hora para iniciar o sono na semana (0%) e fim de semana (2,30%) (X2= 2,35; p<0,

125) (figura 6).

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Figura 6 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre a

latência do sono na semana e fim de semana (*Qui-quadrado, p<0,05).

Ao comparar os grupos, ambos apresentaram resultados semelhantes para a

maioria das respostas, só houve diferença estatisticamente significativa na resposta

de latência do sono entre 31 à 60 min na semana, o percentual de alunos do 1º

período, os quais têm aula às 7h, (14,89%) é superior ao dos alunos do segundo

período, os quais têm aula às 8h (7,31%) (X2= 8,46; p<0,004) (figura 7).

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Figura 7 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre a

latência do sono na semana e fim de semana, comparando as turmas do 1º e 2º período (*Qui-

quadrado, p<0,05).

4.2.6 Sonolência

Os voluntários afirmaram se sentir mais sonolentos entre 8h às 10h, tanto na

semana (39,77%) como no fim de semana (31,03%) (X2= 3,57; p<0,044). Para as

outras comparações entre semana e fim de semana, houve diferença nas

frequências de respostas de sensação de sonolência nos horários de 10h às 12h

(X2= 8,02; p<0,046),12h às 14h (X2= 99,85; p<0,001), 14h às 16h (X2= 8,42;

p<0,003), 16h às 18h (X2= 4,81; p<0,028) e 18h às 20h (X2= 3,57; p<0,044) (figura

8).

Figura 8 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre a

sonolência na semana e fim de semana (*Qui-quadrado, p<0,05).

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46

Entre os grupos houve diferença estatisticamente significativa na semana nas

seguintes respostas:

• O percentual de alunos que têm aula às 7h (53,19%) é maior do que os

alunos que tem aula às 8h (24,39%) no que se trata da sonolência entre 8h

às 10h (X2= 44,98; p<0,001).

• O percentual de alunos que têm aula às 7h (8,51%) é maior do que os alunos

que tem aula às 8h (2,44%) no que se trata da sonolência entre 10h às 12h

(X2= 15,49; p<0,001).

• O percentual de alunos que têm aula às 8h (56,09%) é maior do que os

alunos que tem aula às 7h (17,02%) no que se trata da sonolência entre 12h

às 14h (X2= 62; p<0,001).

Entre os grupos houve diferença estatisticamente significativa no fim de semana

nas seguintes respostas:

• O percentual de alunos que têm aula às 8h (20%) é maior do que os alunos

que tem aula às 7h (6,38%) no que se trata da não sentir sonolência (X2=

11,59; p<0,001).

• O percentual de alunos que têm aula às 7h (40,42%) é maior do que os alunos

que tem aula às 8h (17,5%) no que se trata da sonolência entre 8h às 10h (X2=

36,40; p<0,001).

• O percentual de alunos que têm aula às 7h (14,89%) é maior do que os alunos

que tem aula às 8h no que se trata da sonolência entre 10h (2,50%) às 12h

(X2= 63,01; p<0,001).

• O percentual de alunos que têm aula às 8h (47,50%) é maior do que os alunos

que têm aula às 7h (12,79%) no que se trata da sonolência entre 12h às 14h

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47

(X2= 48,37; p<0,001).

• O percentual de alunos que têm aula às 7h (12,76%) é maior do que os alunos

que tem aula às 8h (5%) no que se trata da sonolência entre 16h às 18h (X2=

12,69; p<0,001).

Figura 9 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre a

sonolência na semana e fim de semana, comparando as turmas do 1º e 2º período (*Qui-quadrado,

p<0,05).

4.2.7 Cochilos

A maior parte dos estudantes relata cochilar mais de uma vez por semana

(39,56%) (X2= 36,56; p<0,001), seguido de cochilar todos os dias (27,91%) (X2=

19,52; p<0,001), nunca ou raramente (19,76% ) (X2= 36,56; p<0,001) e mais de uma

vez por mês (12,79%) (X2= 55,38; p<0,001) (figura 11).

* *

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Na comparação entre as turmas, a única resposta que obteve diferença

significativa foi cochilar nunca ou raramente, o percentual de alunos do 1º período

(aula às 7h) (26,08%) é maior do que o de alunos do 2º período (aula às 8h)

(12,50%) (X2= 16,87; p<0,001) nesta questão.

Figura 10 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre os

cochilos (*Qui-quadrado, p<0,05).

4.3 CARACTERIZAÇÃO DO CICLO SONO E VIGÍLIA

Os próximos dados são sobre a caracterização subjetiva e objetiva dos

hábitos de sono dos estudantes. Os dados subjetivos são informações oriundas do

questionário A Saúde e o Sono (n geral=88; n 2009.1=41; n 2009.2=47). Os dados

objetivos foram adquiridos por meio da actimetria (2º Período (7h) = 12 e n 1º

Período (8h) =12).

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As variáveis analisadas para as informações subjetivas são os horários de

deitar, de levantar, duração de sono e padrão de expansão-restrição. As médias

dessas variáveis foram avaliadas intragrupos e intergrupos.

Ao comparar as médias dos horários da semana com os horários do fim de

semana de uma mesma turma, observou-se diferença em todos os resultados. O

delta (Δ), cálculo da diferença entre os horários da semana e do fim de semana,

representa os valores destas diferenças (Tabela 5).

Tabela 5 - Comparação dos horários de deitar, levantar e o tempo na cama, dados

subjetivos, entre semana e fim de semana de cada turma (*Test-t para amostras

dependentes, p<0,05).

Dados Semana Fim de Semana Δ p

1º Período (7h) Média±Dp Média ± Dp Média Valor

Hora de deitar 23h17min±59min 00h32min±01h21min 74,73min 0, 0001*

Hora de levantar 05h59min±23min 09h07min±01h20min 188,14min 0, 0001*

Tempo na cama 380min ± 60min 515±95min 135min 0, 0001*

2º Período (8h)

Hora de deitar 23h20min±53min 01h08min±01h54min 108,54min 0, 0001*

Hora de levantar 06h43min±31min 09h04min±01h42min 140,85min 0, 0001*

Tempo na cama 443min±47min 475±01h30 32min 0, 0452*

Ao comprar o padrão de expansão e restrição entre as turmas, os alunos que

têm aula às 8h apresentam um padrão maior do que os alunos que os alunos que

têm aula às 7h, porém essa diferença não é estatisticamente significativa (Tabela 6).

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Tabela 6 - Comparação do padrão de expansão e restrição entre as turmas de

2009.2 (7h) e 2009.1 (8h).

Dado 1º Período (7h) 2º Período (8h) p

Padrão de Expansão e

Restrição 80,89±85,79 108,54±87,77 0,562

Na comparação dos dias de semana e de fim de semana entre as turmas, o

horário de levantar e a duração do sono, foram diferentes para os dias de semana. A

turma do 2° período (8h) levanta mais tarde que a turma do 1º período (7h). Além

disso, a turma do 2º período está dormindo mais tempo do que a turma do 1º

período tanto na semana como no fim de semana (Tabela 7).

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Tabela 7 - Comparação dos horários de deitar, levantar e a tempo na cama, dados subjetivos, entre semana e fim de semana entre

as turmas do 1º (7h) e 2º período (8h) (*Test-t para amostras independentes, p<0,05).

Dados Semana p Fim de Semana p

2º Período (8h) 1º Período (7h) 2º Período (8h) 1º Período (7h)

Hora de deitar 23h20min ± 53min 23h17min ± 59min 0, 8336 01h08min ± 01h54min 00h32min ± 01h21min 0, 0843

Hora de levantar 06h43min ± 31min 05h59min ± 23min 0, 0001* 09h04min ± 01h42min 09h07min ± 01h20min 0, 8563

Tempo na cama 443min ± 47min 380min ± 60min 0, 0006* 475min ± 90min 515min ± 95min 0, 0464*

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52

Ao comparar as respostas dos estudantes sobre os motivos pelos quais foram

dormir e acordar, na semana e fim de semana, nos horários relatados no

questionário A saúde e o Sono, observou se que:

Para os estudantes do 1º período (7h), os motivos para dormir nos

horários relatados que apresentaram diferença estatisticamente significativa

entre semana e fim de semana, foram (figura 11):

• O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque ficaram

assistindo televisão é maior no fim de semana (48,94%) do que na

semana (17,02%) (X2= 40,76; p<0,001);

• O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque ficaram

estudando é maior na semana (89,36%) do que no fim de semana

(29,79%) (X2= 169,70; p<0,001);

• O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque foram

para as “baladas” foi maior no fim de semana (38,30%) do que na

semana (0%) (X2= 62,07; p<0,001);

Figura 11 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono

sobre os motivos para dormir nos horários relatados, 1º período (7h) (*Qui-quadrado, p<0,05).

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Ao comprar as respostas entre semana e fim de semana dos estudantes do

1º período (7h), notou-se que os motivos para acordar nos horários relatados

que apresentaram diferença estatisticamente significativa foram (figura 12):

• O percentual de estudantes que acordou neste horário por causa do

horário da escola foi maior na semana (93,62%) do que no fim de semana

(2,13%) (X2= 4019,56; p<0,001);

• O percentual de estudantes que acordou neste horário porque estava

estudando foi menor na semana (21,28%) do que no fim de semana

(44,68%) (X2= 22,16; p<0,001);

• O percentual de estudantes que acordou neste horário porque não

sentiu mais sono foi menor na semana (0%) do que no fim de semana

(40,43%) (X2= 67,86; p<0,001);

O percentual de estudantes que acordou neste horário porque ia participar de

atividades religiosas foi menor na semana (0%) do que no fim semana

(10,64%) (X2= 11,90; p<0,001);

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54

Figura 12 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre os motivos para acordar nos horários relatados, 1º período

(7h) (*Qui-quadrado, p<0,05).

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55

Na comparação das respostas entre semana e fim de semana dos alunos

do 2º período (8h), observou-se que os motivos para dormir nos horários

relatados que apresentaram diferença estatisticamente significativa foram

(figura 13):

• O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque ficaram

assistindo televisão é maior no fim de semana (43,90%) do que na

semana (31,70%) (X2= 6,04; p<0,014);

• O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque ficaram

usando o computador é maior na semana (43,91%) do que no fim de

semana (34,14%) (X2= 4,23; p<0,040);

• O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque ficaram

estudando é maior na semana (80,48%) do que no fim de semana

(12,19%) (X2= 435,56; p<0,001);

• O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque ficaram

estudando é maior na semana (80,48%) do que no fim de semana

(12,19%) (X2= 435,56; p<0,001);

• O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque

sentiram sono é maior na semana (43,34%) do que no fim de semana

(19,51%) (X2= 45,83; p<0,001);

• O percentual de estudantes que vai dormir neste horário porque foram

para as “baladas” é maior no fim de semana (48,78%) do que na

semana (0%) (X2= 95,24; p<0,001);

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Figura 13 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono

sobre os motivos para dormir nos horários relatados, 2º período (8h) (*Qui-quadrado, p<0,05).

Sobre os motivos para acordar nos horários relatados, na comparação das

respostas entre semana e fim de semana, os alunos do 2º período (8h),

apresentaram diferença estatisticamente significativa nas seguintes afirmações

(figura 14):

• O percentual de estudantes que acordou neste horário por causa do

horário da escola foi maior na semana (97,56%) do que no fim de semana

(2,44%) (X2= 4019,56; p<0,001);

• O percentual de estudantes que acordou neste horário porque não

sentiu mais sono foi menor na semana (14,63%) do que no fim de semana

(68,29%) (X2= 132,96; p<0,001);

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• O percentual de estudantes que acordou neste horário para passear ou

ir ao clube foi menor na semana (0%) do que no fim de semana (12,19%)

(X2=-13,88;-p<0,001);

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Figura 14 - Gráfico referente aos percentuais de respostas do questionário A Saúde e Sono sobre os motivos para acordar nos horários relatados, 2º período

(8h)_(*Qui-quadrado,p<0,05).

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59

Os resultados adiante são referentes aos dados objetivos de hábitos de

sono. As variáveis analisadas foram à hora de dormir e acordar, tempo real de

sono, tempo na cama, eficiência e latência do sono e número de despertares

noturno. As médias dessas variáveis foram avaliadas intragrupos e intergrupos.

Os actogramas obtidos através da destes dados estão no anexo 11.

Os resultados da turma do 2º período mostraram que não houve

diferenças estatisticamente significativas entre os horários de dormir, acordar,

tempo real de sono, eficiência do sono, latência do sono e despertares noturno.

A única comparação significativa foi do tempo na cama (Tabela 8).

Logo em seguida, observa-se que a turma do 1º período (7h) vão se

deitar mais tarde no fim de semana do que na semana, acordam mais cedo na

semana do que no fim de semana, ficam um tempo menor na cama na semana

do que no fim de semana, têm um tempo real de sono menor na semana do

que no fim de semana e têm um maior número de despertares noturnos no fim

de semana do que na semana. A eficiência e a latência do sono não

apresentaram diferenças significantes (Tabela 9).

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Tabela 8 - Comparação das variáveis obtidas através da actimetria, dados objetivos, entre semana e fim de semana da

turma 2009.1 (8h).

Dados Semana Fim de Semana Δ p

Média±DP Média±DP Média Valor Hora de dormir 00h14min±01h20min 00h25min±01h37min 11 min 0, 772

Hora de acordar 06h57min±01h09min 07h51min±01h43min 54,02 min 0, 386

Tempo real de sono 302,47min±44min 330,96±63,29 28,49 min 0, 203

Tempo na cama 400,51min±32min 441,02min±82,95min 40,51 min 0, 043*

Eficiência do sono (%) 75,25±9,40 75,23±7,60 0,02 0, 985

Latência do sono 9,21min±4,85min 11,40min±7,59min 2,19min 0, 325

Nº de despertares noturnos 16,62±3,58 20,19±6,79 3,57 0, 055

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Tabela 9 - Comparação das variáveis obtidas através da actimetria, dados objetivos, entre semana e fim de semana da

turma 2009.2 (7h).

Dados Semana Fim de Semana Δ p

Média±DP Média±DP Média Valor Hora de dormir 23h53min±29min 01h15min±01h05min 81,83min 0, 000178*

Hora de acordar 06h38min±29min 09h28min±01h16min 170,62min 0, 000027*

Tempo real de sono 300,22±52,36 374,50min±59,07min 74,28min 0, 009375*

Tempo na cama 404,14min±41,09min 479,71min±78,82min 75,57min 0, 007336*

Eficiência do sono (%) 74,87±7,92 75,59±10,06 0,73 0, 731

Latência do sono 10,98min±3,57min 9,98min±4,35min 1,00min 0, 383

Nº de despertares noturnos 16,87±4,60 21,39±8,18 4,52 0, 011896*

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A comparação dos valores de delta (Δ) entre as turmas mostrou

diferença significativa para as variáveis, hora de dormir e hora de acordar. Os

valores de delta da turma do 1º período (7h) foram maiores que os valores da

turma do 2º período (8h) para todas as variáveis, com exceção da latência do

sono (Tabela 10).

Tabela 10 - Comparação dos valores de delta (Δ) entre as turmas 2009.2

(1º período - 7h) e 2009.1 (2º período - 8h).

Dados 1º Período (7h) 2º Período (8h) p

Média Média Valor

Hora de dormir 81,83 min 11 min 0, 008*

Hora de acordar 170,62 min 54,02 min 0, 001*

Tempo real de sono 74,28 min 28,49 min 0, 110

Tempo na cama 75,57 min 40,51 min 0, 308

Eficiência do sono (%) 0,73 0,02 0, 749

Latência do sono 1,00 min 2,19 min 0, 165

Nº de despertares noturnos 4,52 3,57 0, 676

Ao comparar o índice de irregularidade entre as turmas, os alunos que

têm aula às 8h apresentam um índice maior do que os alunos que os alunos

que têm aula às 7h, porém, essa diferença não é estatisticamente significativa

(Tabela 11). Os actogramas obtidos através da actimetria estão no anexo 11.

Tabela 11 - Comparação do índice de irregularidade entre as turmas de 2009.2

(7h) e 2009.1 (8h).

KK

Dado 1º Período (7h) 2º Período (8h) p Irregularidade 93,68±24,91 118,42±64,36 0,227

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Ao comprar os dados da semana e do fim de semana entre as turmas,

apenas o horário de acordar no fim de semana apresentou diferença

estatisticamente significativa (Tabela12).

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Tabela 12 - Comparação de hora de dormir, acordar, tempo na cama, tempo real de sono, eficiência do sono, latência do sono e n

número de despertares noturnos, entre semana e fim de semana entre as turmas do 1º (7h) e 2º período (8h).

Dados Semana Fim de Semana

2009.1 (08h) 2009.2 (07h) p 2009.1 (08h) 2009.2 (07h) p

Hora de dormir 00h14min±01h20min 23h53min±29min 0, 563 00h25min±01h37min 1h15min±01h05min 0, 150

Hora de acordar 6h57min±01h09min 6h38min±29min 0, 525 7h51min±01h43min 9h28min±01h16min 0, 014*

Tempo real de sono 302,47min±44min 300,22min±52,36min 0, 910 330,96min±63,29min 374,50±59,07 0, 272

Tempo na cama 400,51min±32min 404,14min±41,09min 0, 810 441,02min±82,95min 479,71±78,82 0, 525

Eficiência do sono (%) 75,25±9,40 74,87±7,92 0, 915 75,23±7,60 75,59±10,06 0, 920

Latência do sono 9,21min±4,85min 10,98min±3,57min 0, 318 11,40min±7,59min 9,98min±4,35min 0, 580

Nº de despertares noturnos 16,62±3,58 16,87±4,60 0, 884 20,19±6,79 21,39 ±8,18 0, 701

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65

4.1 NÍVEL SUBJETIVO DE CONDICIONAMENTO FÍSICO E

ANTROPOMETRIA

Em relação ao nível de preparo físico subjetivo, baseados nos dados

obtidos pelo IPAQ (n geral=88; n 2009.1=41; n 2009.2=47), no geral 35,95%

dos estudantes são ativos, 30,34% são irregularmente ativos “b”, 16,85% são

sedentários, 11,24% irregularmente ativos “a” e 5,62% são muito ativos.

Ao comparar os grupos os estudantes da turma de 2009.2 (7h) foram

classificados como 19,14% sedentários, 44,68% irregularmente ativos “b”,

8,51% irregularmente ativos “a” e 27,65% ativos. Já os alunos do período

2009.1 (8h) foram classificados como 14,28% sedentários, 26,19%

irregularmente ativos “b”, 2,38% irregularmente ativos “a”, 14,28% ativos e

11,90% muito ativos (figura15). Houve diferença estatisticamente significativa

entre os grupos em toda classificação do IPAQ (X2= 54,91; p<0,001).

ATIVIDADE FÍSICA REGULAR

Figura 15: Gráfico referente à distribuição em percentual da classificação feita através do IPAQ.

(*Qui-quadrado, p<0,05).

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As médias das medidas antropométricas dos voluntários (n geral= 80; n

2009.2 (7h) = 40; n 2009.1 (8h) = 40) foram divididas entre homens e mulheres

de cada turma, como pode ser observado na tabela 13:

Tabela 13 - Análise descritiva por média e desvio das características

antropométricas dos estudantes.

1º Período (7h) 2º Período (8h) Homens Mulheres Homens Mulheres Média Dp Média Dp Média Dp Média Dp Peso (Kg) 72,29 ± 8,74 56,66 ± 7,42 81,48 ± 5,08 60,25 ± 11,88 Altura (cm) 175,58 ± 5,67 163,73 ± 6,77 177,69 ± 6,66 161,74 ± 7,75 IMC (kg/m2) 23,43 ± 2,52 21,10 ± 2,07 24,28 ± 3,31 22,95 ± 3,45 RCQ (cm2) 0,811 ± 0,04 0,72 ± 0,04 0,80 ± 0,03 0,73 ± 0,07

De acordo com a classificação do IMC, a maioria dos voluntários

(72,50%) têm peso normal, seguido de sobrepeso (17,50%), baixo peso (5%) e

obesidade tipo 1 (5%). A distribuição de alunos de acordo com a classificação

do RCQ foi de 57,50% com índice baixo, seguido de 33,75% com índice

moderado e 8,75% com índice alto.

Ao comparar a essa classificação entre as turmas, observa-se que na

turma do 2º período (8h) têm um número maior de alunos com obesidade tipo 1

(7,50%) do que os alunos dos 1º período (2,5%) (X2= 9,89; p<0,002). Na turma

do 1º período (7h) têm um maior percentual de alunos com peso normal (80%)

do que na turma do 2º período (8h) (65%) (X2= 5,73; p<0,016). O percentual de

alunos sobrepeso do 2º período (8h) é maior (22,50%) do que o dos alunos do

1º período (12,50%) (X2= 5,73; p<0,016). Quanto ao RCQ não foi verificada

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nenhuma diferença estatisticamente significativa (X2=4, 021; p>0,133) (figura

16).

Figura 16: Gráfico referente à distribuição em percentual da classificação obtida nas análises

de IMC e RCQ (*Qui-quadrado, p<0,05).

4.2 DESEMPENHO CARDIORRESPIRATÓRIO

Os dados a seguir são sobre o desempenho cardiorrespiratório dos

voluntários (n geral= 24; n 1º Período- 7h= 12; n 2º Período- 8h= 12). Estes

dados foram obtidos através do teste de esforço. As análises foram feitas

baseadas nos valores de VO2máx, os resultados previstos e os atingidos

(figura 17). A partir do percentual de VO2máx atingido, foram classificados em

Muito fraco, fraco, regular inferior, regular superior, bom e excelente.

No geral os estudantes obtiveram a seguinte distribuição: 4,17% foram

muito fracos, 29,17% fracos, 37,50% regulares inferior, 25% regulares superior

e 4,17% excelente (figura 18).

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Figura 17: Gráfico dos valores de VO2máx estimados e atingidos obtidos no teste de esforço realizados pelos voluntários.

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Ao comparar as turmas, a partir das análises que obtiveram diferenças

estatisticamente significativas, observam-se (X2=78,29; p<0,001) (figura18):

• Que a turma do 1º período (7h) tem um percentual maior de

alunos (8,33%) com desempenho muito fraco do que a turma do 2º período

(0%);

• Que a turma do 2º período tem um percentual maior (33,33%) de

alunos com o desempenho fraco do que a turma do 1º período (25%);

• Mais alunos do 1º período apresentaram um desempenho regular

inferior (41,67%) do que os alunos do 2º período (33,33%);

• O percentual de aluno que apresentou desempenho regular

superior é maior na turma do 2º período (33,33%) do que na turma do primeiro

período (16,67%);

Na turma do 1º período o percentual da classificação do desempenho como

excelente foi superior (8,33%) ao da turma do 2º período (0%).

Figura 18: Comparação da classificação do desempenho no teste de esforço entre as turmas

2009.2 (1º período-7h) e 2009.1 (2º período-8h) (*Qui-quadrado, p<0,05).

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• A comparação das médias de VO2máx atingidos, dos percentuais

de VO2máx atingidos e a comparação do delta (Δ), que é a diferença entre o

VO2máx estimado e o VO2máx atingido, entre os grupos não resultou em

diferença estatisticamente significativa.

Também não houve diferença nas médias da FCmáx atingida, no valor

máximo da escala de Borg nem no tempo médio de duração do teste (Tabela

14).

Apenas 6 voluntários atingiram o tempo mínimo exigido pelo protocolo

de realização do teste de esforço para considerar um desempenho máximo,

que é igual e/ou maior que 8min. Foram 2 voluntários do 1º período (7h) e 4 do

2º período (8h).

• Ao comparar as médias das mesmas variáveis entre os grupos,

apenas com os dados dos voluntários que atingiram o tempo mínimo de teste

observou-se que também não houve diferença estatisticamente significativa

(Tabela 15).

Tabela 14 – Comparação do VO2máx atingido, do percentual de

VO2máx atingido, do delta (Δ), da FCmáx atingida, do valor máximo da escala

de Borg e do tempo de duração no teste de esforço entre 1º e 2º período.

Dados 1º Período (7h) 2º Período (8h) p

VO2máx atingido (ml/kg/min) 33,23±7,99 33,27±5,63 >0,839

%VO2máx atingido 66,85±11,15 69,06±8,93 >0,598

Delta (Δ)(ml/kg/min) 16,10±5,24 14,95±4,40 >0,565

FCmáx atingida(BPM) 192,42±5,98 196,17±8,65 >0,339

Escala de Borgmáx 10,83±1,58 10,83±2,04 >0,953

Tempo do teste 6min02seg±2min52seg 6min24seg±2min25seg >0,572

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Tabela 14 – Comparação do VO2máx atingido, do percentual de

VO2máx atingido, do delta (Δ), da FCmáx atingida, do valor máximo da escala

de Borg e do tempo de duração no teste de esforço entre 1º e 2º período para

dos voluntários que atingiram o tempo mínimo de teste.

Dados 1º Período (7h) 2º Período (8h) p

VO2máx atingido (ml/kg/min) 47,39±6,69 39,58±3,37 >0,105

%VO2máx atingido 85,99±12,13 78,90±6,94 >0,247

Delta (Δ)(ml/kg/min) 7,72±6,69 11,08±4,63 >0,247

FCmáx atingida(BPM) 194,50±7,78 201,25±7,97 >0,355

Escala de Borgmáx 11,00±1,41 12,50±1,91 >0,355

Tempo do teste 11min17seg±2min17seg 9min24seg±1min14seg >0,355

4.3 CORRELAÇÕES

Os resultados a seguir mostram as correlações entre as variáveis

obtidas através da actimetria e: os escores dos questionários (IQSP, HO e

ESE), os valores do IMC, RCQ, VO2máx atingido e o % VO2máx atingido. Os

valores descritos abaixo correspondem aos coeficientes de correlação e

aqueles marcados com asterisco (*) representam as associações encontradas

(Tabelas 16, 17, 18 e 19).

As análises com todos os voluntários (n=24) que participaram da 2ª

etapa, resultou em associações negativas entre o RCQ e a eficiência do sono

na semana (r=-0,44;p<0,029) e no fim de semana (r=-0,46;p<0,022); entre o

tempo real de sono no fim de semana e o IQSP (r=-0,43;p<0,037); e a latência

do sono no fim de semana e a ESE (r=-0,56;p<0,004).

A turma 2009.2 (7h; n=12) obteve associação positivas entre as

variáveis nº de despertares noturno na semana e RCQ (r= 0,72; p<0,007) e nº

de despertares noturno no fim de semana e RCQ (r= 0,62; p<0,031). Já a

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72

turma 2009.1 (8h; n=12) apresentou correlações negativas entre o horário de

dormir na semana e o escore do HO (rs= -0,60; p<0,05); entre a eficiência do

sono na semana e o escore do HO (r= -0,68; p<0,015); entre a hora de dormir

no fim de semana e % VO2máx atingido (r= -0,58; p<0,048); entre o horário de

dormir no fim de semana e o escore do HO (r= -0,69; p<0,012); e entre a

latência do sono do fim de semana e a ESE (r= -0,77; p<0,003).

As análises com todos os voluntários (n=6) que participaram da 2ª etapa,

e alcançaram o tempo mínimo exigido no teste de esforço resultou em

associações negativas entre a hora de dormir na semana e o VO2máx atingido

e (rs= -0,93; p<0,05) e o IQSP (rs= -0,99; p<0,05). Obteve também associações

positivas entre a hora de acordar no fim de semana com VO2máx atingido (rs=

0,81; p<0,05), %VO2máx atingido (rs= 0,81; p<0,05), e IQSP (rs= 0,81; p<0,05).

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73

Tabela 16 – Coeficientes de correlação entre as variáveis obtidas

através da actimetria e os valores do % VO2máx atingido, IMC, RCQ, HO,

IQSP e ESE de todos os voluntários (*Pearson<0,05; **Spearman<0,05).

VO2máx

atingido

% VO2máx

atingido IMC RCQ IQSP HO ESE

Irregularidade 0,09 -0,03 -0,23 -0,24 0,00 0,10 -0,29

Semana

Hora de dormir -0,31 0,14 0,19 -0,03 -0,27 -0,18 -0,28

Hora de acordar -0,14 -0,02 0,05 0,05 0,31 -0,26 0,31

Tempo real de sono -0,06 -0,24 0,02 -0,14 0,12 -0,17 0,14

Eficiência do sono -034 -0,17 0,08 -0,44* 0,09 -0,28 0,24

Latência do sono -0,03 -0,05 -0,01 0,05 -0,02 0,20 -0,24

Nº de despertares noturnos 0,42** 0,36 0,22 0,42 0,24 0,42 -0,07

Fim de semana

Hora de dormir -0,40** 0,10 0,19 -0,07 -0,20 -0,16 -0,26

Hora de acordar 0,06 -0,19 0,07 0,02 0,28 -0,12 0,25

Tempo real de sono 0,25 0,21 -0,18 -0,05 -0,43* -0,12 0,06

Eficiência do sono -0,37 -0,10 -0,17 -0,46* 0,05 -0,19 0,14

Latência do sono -0,05 0,03 0,36 0,07 -0,36 0,36 -0,56*

Nº de despertares noturnos 0,47** 0,34 0,13 0,33 -0,09 0,17 -0,04

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74

Tabela 17 – Coeficientes de correlação entre as variáveis obtidas

através da actimetria e os valores do % VO2máx atingido, IMC, RCQ, HO,

IQSP e ESE da turma do 1º Período (7h) (*Pearson<0,05).

VO2máx

atingido

% VO2máx

atingido IMC RCQ IQSP HO ESE

Irregularidade 0,28 0,18 0,28 0,17 0,15 0,22 -0,18

Semana

Hora de dormir 0,11 0,10 -0,17 0,48 0,16 -0,2 -0,28

Hora de acordar -0,20 0,51 0,42 0,17 0,31 -0,19 0,11

Tempo real de sono 0,28 -0,18 -0,41 -0,25 -0,22 0,19 -0,14

Tempo na cama 0,45 -0,34 -0,49 0,12 -0,19 -0,03 -0,29

Eficiência do sono 0,28 -0,02 -0,23 -0,57 -0,18 0,35 0,07

Latência do sono -0,05 -0,27 0,05 -0,17 0,07 0,27 -0,52

Nº de despertares noturnos 0,00 0,01 -0,05 0,72* 0,12 -0,35 -0,37

Fim de semana

Hora de dormir -0,02 0,66* 0,03 0,42 0,13 -0,31 -0,05

Hora de acordar -0,55 0,19 0,43 -0,04 0,50 0,26 0,06

Tempo real de sono 0,46 0,18 -0,48 0,05 -0,48 -0,2 -0,05

Tempo na cama 0,34 0,37 -0,28 0,45 -0,34 -0,51 -0,12

Eficiência do sono 0,36 -0,01 -0,47 -0,45 -0,16 0,20 0,02

Latência do sono -0,21 -0,2 0,45 -0,39 -0,08 0,46 -0,14

Nº de despertares noturnos 0,46 0,17 0,13 0,62* -0,06 -0,44 -0,15

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75

Tabela 18 – Coeficientes de correlação entre as variáveis obtidas

através da actimetria e os valores do % VO2máx atingido, IMC, RCQ, HO,

IQSP e ESSE da turma do 2º Período (8h) (*Pearson<0,05; **Spearman<0,05).

VO2máx

atingido

% VO2máx

atingido IMC RCQ IQSP HO ESE

Irregularidade -0,12 -0,20 -0,20 -0,42 -0,10 -0,14 -0,28

Semana

Hora de dormir 0,32 -0,25 0,26 -0,47 -0,26 -0,60** 0,25

Hora de acordar 0,23 -0,36 0,57 -0,24 0,14 -0,52 0,20

Tempo real de sono -0,33 -0,34 0,36 0,00 0,37 -0,48 0,42

Tempo na cama -0,32 -0,03 0,18 0,53 0,25 0,25 0,10

Eficiência do sono 0,01 -0,34 0,26 -0,33 0,25 -0,68* 0,38

Latência do sono 0,15 0,18 0,03 0,24 -0,13 0,24 -0,16

Nº de despertares noturnos -0,23 0,26 0,04 0,32 -0,05 0,32 -0,01

Fim de semana

Hora de dormir 0,06 -0,58* 0,22 -0,44 0,24 -0,69* -0,05

Hora de acordar 0,08 -0,023 0,25 -0,41 -0,31 -0,43 -0,14

Tempo real de sono 0,13 0,34 0,12 -0,16 -0,55 0,01 0,05

Tempo na cama 0,17 0,21 0,09 0,22 -0,37 0,11 -0,19

Eficiência do sono 0,00 -0,23 0,09 -0,49 0,23 -0,57 0,29

Latência do sono 0,01 0,18 0,30 0,38 -0,44 0,31 -0,77*

Nº de despertares noturnos -0,01 0,32 0,18 0,30 -0,43 0,25 0,10

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76

Tabela 19 – Coeficientes de correlação entre as variáveis obtidas

através da actimetria e os valores do VO2máx atingido, %VO2máx atingido,

IMC, RCQ, HO, IQSP e ESE de todos ao voluntários com o tempo de teste <

8min (**Spearman<0,05).

VO2máx

atingido

% VO2máx

atingido IMC RCQ IQSP HO ESE

Irregularidade 0,41 -0,41 -0,37 -0,14 0,35 -0,31 -0,03

Semana

Hora de dormir -0,93** -0,35 -0,31 -0,20 -0,99** 0,66 -0,70

Hora de acordar 0,64 0,64 0,89 0,66 0,64** 0,21 0,99

Tempo real de sono 0,20 -0,03 -0,20 -0,14 0,03 -031 -0,15

Eficiência do sono 0,41 -0,70 -0,14 -0,37 -0,26 -020 -0,15

Latência do sono -0,23 -0,70 0,26 0,60 -0,12 0,09 -0,58

Nº de despertares noturnos -0,20 0,49 -0,09 0,09 0,32 -0,09 0,21

Fim de semana

Hora de dormir -0,06 -0,41 -0,60 -0,60 -0,58 0,60 -0,03

Hora de acordar 0,81** 0,81** 0,43 0,09 0,81** -0,77 0,70

Tempo real de sono 0,93** 0,12 0,14 -0,31 0,06 -0,14 0,52

Eficiência do sono 0,41 -0,23 -0,14 -0,37 -0,26 -0,20 -0,15

Latência do sono -0,23 -0,64 0,37 0,49 -0,67 0,31 -0,70

Nº de despertares noturnos 0,41 0,99** 0,31 0,20 0,93 -0,66 0,70

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77

5. DISCUSSÃO

Neste trabalho foi avaliado o efeito de diferentes esquemas de horário

de aula no ciclo sono e vigília (CSV) e no condicionamento cardiorrespiratório

de estudantes universitários do curso de medicina. O estudo foi realizado com

duas turmas, uma turma iniciava as aulas às 7h (2009.2 -1 período) e a outra

turma iniciava a aula às 8h (2009.1 – 2º período). A faixa etária dos voluntários

entre 17 e 26 anos, a maior parte deles possuía idade igual ou abaixo de 19

anos (62,50%), que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) esta

faixa de idade ainda faz parte do período da adolescência, é um período da

vida, que começa aos 10 e vai até os 19 anos (Conti et al. 2005). Esta idade é

caracterizada por modificações no sistema de temporização circadiana que

levam a um atraso de fase no início do sono fazendo com que o adolescente

durma e acorde mais tarde, além de a duração da fase de sono ser elevada

(Dahl & Carskadon 1995, Carskadon 1992).

Como nos dias de semana as aulas iniciam pela manhã mais cedo, o

estudante pode sofrer privação parcial de sono, que está relacionada a

problemas como sonolência, cansaço, dificuldades cognitivas e

comportamentos agressivos. Independente da faixa de idade, os estudantes

universitários em geral apresentam os mesmo sintomas de privação parcial de

sono dos estudantes adolescentes, pois além dos horários de aula, a demanda

acadêmica também é um fator que contribui para este quadro. Dentre os

problemas relacionados a padrões de CSV as alterações fisiológicas são

presentes em indivíduos nessa condição (Gaspar, Moreno & Menna-Barreto

1998).

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78

A função cardiorrespiratória apresenta alterações em indivíduos que

apresentam distúrbios do sono, estas alterações podem ser identificadas

através de um teste de esforço, avaliando o desempenho do indivíduo. Assim,

a avaliação do efeito dos diferentes esquemas de aula no padrão de sono e

sua possível consequência no desempenho cardiorrespiratório surgiu da

constatação de que estudantes sofrem privação parcial de sono com

consequências capazes de prejudicar o seu desempenho em sala de aula e

das suas funções fisiológicas, por apresentarem sinais de lentidão, cansaço,

baixo rendimento acadêmico, além de problemas de saúde, o que pode

prejudicar a qualidade de vida destes indivíduos (Papp et al. 2006).

Este problema não é devidamente discutido na sociedade, embora pais

e professores reconheçam que os estudantes sofrem privação de sono durante

a semana e muitas vezes no fim de semana também, devido às atividades

sociais.

Baseados nos resultados verificaram que dentre os alunos que

preencheram devidamente os questionários (47 da turma 2009.2 -1º período-

7h; 41 da turma 2009.1- 2º período- 8h), 77,58% eram do sexo feminino e

22,42% do sexo masculino. Utilizando-se o critério de classificação para

avaliação do cronotipo proposto por Benedito-Silva et al. (1990), a maioria dos

estudantes foi classificada como indiferente, caracterizando-se por uma maior

flexibilidade em relação aos horários de sono.

O número mais frequente de indivíduos que moram na casa foi de 3 a 4

pessoas.

A maioria dos estudantes não faz curso extra-escolar, atividade física ou

trabalha. Para chegar à escola a maioria dos estudantes utiliza o carro

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79

(62,07%) e leva mais de entre 10 e 20min para fazer esse trajeto. Nenhum

aluno relatou fumar e a maioria nem ingerir bebidas alcoólicas, nem chá, às

vezes tomam café (93,20%) e refrigerante (93,30%).

Dentre os voluntários 43,18% relatou ter algum problema de saúde, em

que os mais comentados estão relacionados ao sistema respiratório. A nossa

amostra é semelhante aos adolescentes estudados por Lima (2002) e

Almondes e Araujo (2003).

Quanto ao cronotipo os dados mostraram que nossa amostra tendeu à

vespertinidade, a maioria dos voluntários (55,12%) foi classificada como

indiferentes e não houve diferença estatisticamente significativa entre as duas

turmas.

Os estudantes relataram que no fim de semana não tem uma

necessidade de usar despertador (15,90%) ou depender de alguém para

acordá-los (3,41%) como acontece na semana (84,09%) (7,95%). Resultados

semelhantes foram encontrados nos estudos de Andrade (1997) e Sousa

(2003). A turma do 1º período (7h) apresentou uma dependência do

despertador maior (91,48%) do que os alunos da turma do 2º período (8h)

(75,61%). Essa dependência maior por parte dos alunos do 1º período é reflexo

do fato de terem que acordar mais cedo, quanto mais cedo, é mais difícil

acordarem sem auxílio.

Foi observada, também, a existência de um padrão extensão-restrição

(PER), ou seja, a extensão de sono durante o final de semana e restrição de

sono na semana (Gianotti et al. 2005; Chen et al. 2006; Brown et al. 2006). Os

estudantes que têm aula às 8h apresentaram o PER maior do que os

estudantes que assistiam aula às 7h, porém não houve diferença

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80

estatisticamente significativa entre as turmas. A partir dos horários de dormir

dos dados objetivos obtivemos o índice de irregularidade, que foi maior para a

turma que assistia aula às 8h do que o índice da turma que assistia aula às 7h,

porém essa diferença não estatisticamente significativa, o que corrobora o

resultado obtido na medida subjetiva análoga, o padrão de expansão e

restrição.

Tanto os dados subjetivos (questionário A Saúde e o Sono) como os

dados objetivos (actimetria), mostraram atrasos de fase do início e final do

sono nos finais de semana quando comparados com os dias de semana em

ambas as turmas. Para os alunos do 1º período (7h) o início do sono

baseando-se nos dados subjetivos objetivos, respectivamente, era às

23h17min, 23h53 nos dias de semana e 00h32, 01h15 nos finais de semana; o

final do sono nos dias de semana era às 05h59, 06h38 e nos finais de semana

às 09h07, 09h28. Para os alunos do 2º período (8h) o início do sono baseando-

se nos dados subjetivos objetivos, respectivamente, era às 23h20min,

00h14min nos dias de semana e 01h08min, 00h25min nos finais de semana; o

final do sono nos dias de semana era às 06h43min, 06h57min e nos finais de

semana às 09h04min, 07h51min. Entre as turmas houve diferença apenas na

hora de acordar na semana, nos dados subjetivos, e hora de acordar no fim de

semana nos dados objetivos, ou seja, os alunos que tem aula às 7h estão

acordando mais cedo na semana e acordam mais tarde no fim de semana,

provavelmente para repor o tempo de sono que foi reduzido na semana.

Quanto à duração do sono, houve diferenças significativas entre os dias

de semana e de finais de semana, nos dados subjetivos em ambas as turmas.

Page 83: RELAÇÃO ENTRE O CICLO SONO E VIGÍLIA E A FUNÇÃO ...€¦ · rafaella kaline costa xavier relaÇÃo entre o ciclo sono e vigÍlia e a funÇÃo cardiorrespiratÓria em estudantes

81

Os alunos do 1º período dormem 2h15min a mais no fim de semana, e

os alunos da outra turma dormem 32min a mais no fim de semana. Já nos

dados objetivos apenas aos alunos do 1º período apresentaram diferenças na

duração de sono e no tempo na cama, 1h14min, 1h15min de tempo a mais no

fim de semana, respectivamente. O que reforça o resultado subjetivo. Não

houve diferença entre as turmas, porém a turma de alunos que têm aula mais

cedo, apresenta irregularidade em todos os horários e na duração de sono, já a

turma que têm aula mais tarde apresentou diferença nos dados subjetivos, e

nos objetivos apenas no tempo na cama uma diferença de 41min a mais no fim

de semana. O Início das aulas às 7h aparenta provocar mais irregularidade do

que às 8h, além disso, os alunos do 1º período entraram na universidade no

semestre 2009.2, ou seja, passaram 1 semestre de férias após passarem no

vestibular, o que dificulta mais ainda se acostumar novamente com a rotina de

aulas de manhã cedo e a tarde toda, estudos em casa devido a demanda

acadêmica maior do no pré-vestibular, diferente dos alunos que entram na

universidade no primeiro semestre após o vestibular, eles têm cerca de 2

meses e meio de férias.

Quanto aos motivos para dormir e acordar nos horários relatados, a

maior parte dos voluntários ao responder o questionário á saúde e o sono,

tanto os alunos da turma do 1º período (7h) quanto os alunos da turma do 2º

período (8h), afirma que na semana o principal motivo para acordar no horário

relatado é devido o horário das aulas. Já no fim de semana o principal motivo é

porque não sentiu mais sono para os alunos do 2º e 1º período, estes últimos

também relatam com destaque acordar para estudar. Como motivos para

dormir nos horários relatados na semana, os estudantes de ambas as turmas

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82

têm como resposta em destaque ir dormir no horário por estar estudando. No

fim de semana o destaque foi ir dormir no horário relatado por ter ido as

“baladas” em ambas as turmas.

Ambas as turmas apresentam características de irregularidade no

padrão, porém a turma do 1º período (7h) apresenta mais variações nos

horários entre semana e fim de semana, o que indica estarem apresentando

um padrão de CSV mais irregular do que a turma do 2º período (8h).

A presença de um padrão irregular do CSV entre a semana e final

de semana, pode estar relacionada ao conflito entre a necessidade

fisiológica do adolescente em relação, entre outros, à imposição dos

horários escolares, que não permite ao estudante dormir a quantidade de

sono necessária nem tão pouco nos horários em que ele sente sono

(Epstein, et al. 1998; Wolfson & Carskadon 1998).

Como consequências desta irregularidade no padrão do CVS podem

ocorrer modificações na ordem temporal interna do indivíduo acarretando numa

diminuição da qualidade do sono, que estaria associada a um aumento na

sonolência. Assim, a sonolência, descrita como uma das consequências da

irregularidade do CVS (Wolfson & Carskadon 1998 e Acebo & Carskadon

2002).

E é possível observar esta sonolência principalmente pela manhã, no

horário de aula. Os estudantes relatam se sentir mais sonolentos no período

entre 8h-10h da manhã (39,77%) na semana do que no fim de semana

(31,03%), horário que estão assistindo aula. Entretanto, ao comparar as duas

turmas, neste período durante a semana, mais alunos do 1º período (7h)

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83

(53,19%) relatam estar sonolentos nesse intervalo de tempo do que os alunos

da turma do 2º período (8h) (24,39%).

Quanto à sonolência diurna excessiva, no geral, a maioria doa alunos

(74,36%) foram classificados como normais. Todavia, ao comprar as turmas, os

alunos que tem aula às 7h apresentaram um maior número de estudantes com

sonolência excessiva do que os alunos com aula as 8h.

Pouco tempo de sono na semana combinado com padrão de CSV

irregular no fim de semana, é um preditor comum da sonolência diurna.

(Saarenpää-Heikkilä et al. 2000). Nosso estudo mostra que nossa amostra está

parcialmente privada de sono e como consequência disso boa quantidade

(25,64%) dos alunos sofrem com sonolência diurna excessiva, o que prejudica

atenção durante as aulas e pode influenciar negativamente no processo de

aprendizagem.

A presença da sonolência em adolescentes observada também por

Andrade & Menna-Barreto (2002), Giannotti & Cortesi (2002), Acebo &

Carskadon (2002) e Sousa (2003) está relacionada a um aumento na

frequência de cochilos. Em nosso estudo 39,56% dos estudantes mencionaram

cochilar de vez em quando e 27,91% afirmaram todos os dias.

Além da sonolência a qualidade do sono também é prejudicada

pela irregularidade do CSV. Quanto mais cedo à aula, pior a qualidade de

sono dos estudantes. Esse resultado também foi observado no estudo de Lima

(2002) e no estudo de Cardosoi et al. (2009).

Esses resultados reforçam a idéia de que esse atraso dos episódios

de sono no fim de semana é devido tanto aos fatores sociais como,

provavelmente, pelo fator endógeno. Não tendo aulas no fim de semana, ou

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84

algum compromisso fixo que o obrigue a acordar cedo, estudante tem liberdade

para participar de atividades noturnas. Além disso, os humanos tendem a

atrasar os episódios de sono nos dias livres, pois tem um ciclo sono vigília de

aproximadamente 25h (Aschoff 1965).

O horário de início das aulas é o fator principal para favorecer a

irregularidade no padrão de CSV dos estudantes em estudo. A soma desse

fator com a demanda acadêmica, as atividades sociais do fim de semana e,

para a maioria, o atraso natural do CSV dos adolescentes, acentua ainda mais

esse padrão do CSV.

Quanto à latência do sono não houve diferenças entre semana e fim de

semana, tanto nos dados subjetivos como objetivos e na comparação entre as

turmas. Isso nos permite sugerir que a irregularidade no padrão do CSV dos

voluntários desse estudo não está afetando o componente circadiano do

mecanismo de regulação do ciclo sono e vigília, pois este componente está

relacionado com a função endógena de favorecer o início do sono e o início da

vigília independente de períodos de excesso de tempo de sono ou de vigília

prévios. Este componente é expresso pelo sistema de temporização circadiana,

com seu nível mínimo de propensão ao sono no início da manhã e o seu

máximo no início da noite ou final da fase clara (Dijk & Czeisler 1995).

A eficiência do sono dos estudantes também não apresentou diferenças,

o que reforça a idéia de não haver interferência da irregularidade com o

mecanismo de regulação do ciclo sono vigília, pois a manutenção do sono não

sofre alteração independente do padrão de sono.

Sobre o desempenho dos estudantes no teste de esforço, a maior parte

dos alunos (93,83%) apresentou resultado igual ou abaixo de 50% do VO2max

Page 87: RELAÇÃO ENTRE O CICLO SONO E VIGÍLIA E A FUNÇÃO ...€¦ · rafaella kaline costa xavier relaÇÃo entre o ciclo sono e vigÍlia e a funÇÃo cardiorrespiratÓria em estudantes

85

atingido, baseado nos valores esperados. O resultado ruim para indivíduos

jovens e saudáveis. Todavia, esse desempenho pode ser atribuído a diversos

fatores durante a realização dos testes.

A falta de motivação e interesse dos adolescentes em realizarem o teste

pode ser a principal justificativa para esse desempenho. Durante a coleta de

dados, antes mesmo de iniciar o teste a maior parte dos voluntários já relatava

estarem cansados ou com pressa, durante o teste muitos aparentemente não

se esforçavam, desistiam do bem antes de atingir um nível de esforço próximo

ao máximo. Após o repouso todos os alunos recebiam um lanche, mas nem

isso parecia motivá-los. Porém, tivemos exceções, voluntários que se

esforçaram e fizeram o máximo para realizar um bom teste.

O fato de ser um teste que exige esforço físico, com o objetivo de se

chegar à exaustão, já torna a adesão do voluntário mais difícil, principalmente

dos indivíduos que não realizam atividades físicas regulares e vigorosas, como

foi o caso da nossa amostra.

O horário do teste também pode ter sido um fator desmotivante para os

voluntários. Os alunos fizeram os testes após a aula, sempre pela manhã. Esse

horário foi escolhido, pois à tarde os alunos eram divididos em duas turmas e a

maior parte das aulas era realizada em outro prédio da instituição, que é

localizado em outra parte da cidade o que iria dificultar mais a participação dos

alunos nesta atividade, pois teriam que se deslocar de um lugar para o outro

além de estarem mais cansados no final do dia, em dias normais, a sensação

de fadiga apresenta-se mais durante a tarde do que pela manhã (Nicolas et al.

2005). Porém, Outros estudos afirmam que o melhor horário para se obter um

desempenho máximo da performance é no final da tarde, horário de um dos

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picos do ritmo circadiano de temperatura (Brisswalter et al. 2007; Drust et al.

2005; Guette et al. 2005; Hill & Smith, 1991; Pearson & Onambele 2005;

Sedliak et al. 2007; Souissi et al. 2004, 2007a, 2007b).

Assim, provavelmente para nossa amostra que apresentava uma

condição de privação parcial de sono, o horário da tarde fosse mais confortável

para realizar o teste independente da fadiga no fim do dia, além disso, nossos

voluntários apresentaram tendência a vespertinidade, o que indica uma maior

preferência para realizar atividades que exigem mais esforço em horários mais

tardios.

Apesar de todas as recomendações dadas aos indivíduos para o dia

anterior ao teste, nada garante que eles seguiram as indicações. Seria

interessante o confinamento no laboratório com o intuito de aumentar o grau de

controle sobre a rotina dos sujeitos antes do teste. Essa medida não foi

considerada como limitação técnica, pois apesar da falta de controle do

comportamento do voluntário no dia anterior, essa liberdade aumenta a

validade externa, uma vez que os indivíduos estavam inseridos na sua rotina

expressando seus ritmos habituais sem interferência das condições

controladas de laboratório.

Ao comparar o desempenho entre as turmas, a turma do 1º período com

aula às 7h teve um desempenho inferior ao da turma do 2º período com aulas

as 8h, contudo não houve diferença estatisticamente significativa. A

performance no teste de esforço, mostrou ser independente do horário de aula.

Todavia, baseados na condição de realização do teste, não podemos afirmar

que esse resultado represente a real condição física dos voluntários,

provavelmente se os voluntários estivessem mais motivados e caso fosse

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aplicado um teste com um maior controle e com mais precisão, como uma

ergoespirometria, os resultados fossem diferentes.

Ao relacionar os dados do padrão de CSV com outras variáveis,

observamos a relação negativa da eficiência do sono com o RCQ, sugerindo

que quem tem uma menor eficiência de sono também apresenta maior

predisposição a doenças cardiovasculares, contudo não temos condições de

fazer afirmações de causa e efeito. Outro achado importante foi a relação entre

a qualidade de sono e o tempo real de sono no fim de semana. Quanto pior a

qualidade do sono menor o tempo real de sono nessa condição.

Ao observar as relações em cada turma, O desempenho físico com o

horário de dormir no fim de semana na turma do 1º período (7h), e o mesmo na

turma do 2º período (8h), porém a relação é positiva. Essa relação apesar de

invertida nas turmas permite indicar que o horário de dormir tem influência no

desempenho físico. No caso da turma com aula às 7h quanto mais tarde

dormem no fim de semana, melhor o desempenho, e a turma com aula às 8h

quanto mais cedo dorme no fim de semana, melhor o desempenho. Uma

explicação possível para este achado é que os estudantes com início das aulas

às 7h e que atrasam o sono durante o fim de semana, são os que estão

conseguindo compensar a privação de sono parcial durante a semana. Outra

sugestão é que essa diferença nas turmas é a combinação da influência entre

duas variáveis podem estar relacionadas com desempenho do

cardiorrespiratório dos estudantes, porém não temos condições de determinar

se esse horário de dormir está sendo influenciado por outra variável.

A turma do 2º período (8h) obteve correlações negativas do cronotipo

com a o horário de dormir na semana e fim de semana, e com a eficiência do

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sono na semana. Essas associações nos permitem sugerir que quanto mais

vespertino o indivíduo mais tarde ele dorme tanto na semana como no fim de

semana e pior a sua eficiência do sono na semana.

Ao observar as correlações dos dados apenas dos voluntários que

atingiram o tempo mínimo proposto para o teste de esforço (8min), verifica-se

associações negativas entre a hora de dormir na semana e o VO2máx e o

IQSP, assim, podemos sugerir que quanto mais tarde o indivíduo dorme na

semana pior desempenho no teste de esforço, por outro lado melhor é sua

qualidade do sono, pois quanto mais tarde dorme o indivíduo menor o escore

da qualidade de sono segundo este resultado. Já as associações positivas

obtidas entre a hora de acordar no fim de semana e VO2máx, %VO2máx e

IQSP permitem sugerir que quanto mais tarde o individuo acorda no fim de

semana maior o VO2máx e o %VO2máx atingido e pior é a sua qualidade do

sono.

O fato de o IQSP estar apresentando uma relação negativa com

os horários de dormir na semana e positiva acordar no fim de semana, o que

não é comum baseados em estudos anteriores, pode ser que a combinação da

influência entre duas variáveis podem estar relacionadas com o IQSP, porém

não temos condições de determinar se esses horários estão sendo

influenciados por outras variáveis.

Estas últimas correlações, com os dados dos voluntários que atingiram o

tempo mínimo proposto para o teste de esforço, apresentaram resultados com

pouca robustez, o fato do número de voluntários ser muito pequeno para

realizar este tipo de análise pode ter sido o fator restringir atenção a estes

resultados em especial.

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Os estudantes no geral apresentam padrão irregular de sono e privação

parcial de sono que é influenciada pelo horário de início das aulas, quanto mais

cedo à aula mais irregular o padrão, pior a qualidade do sono, maior o índice

de alunos com sonolência diurna excessiva. Esses fatores parecem não afetar

o desempenho dos estudantes no teste de esforço, o desempenho está mais

relacionado à condição do teste e ou a características individuais desde o como

cronotipo como interesse em realizar a atividade.

5.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO E SUGESTÕES PARA INVESTIGAÇÕES

FUTURAS

Este trabalho apresentou algumas limitações que precisam ser

apreciadas. De inicio, a idéia do projeto foi de realizar um estudo transversal e

outro longitudinal, mas devido a dificuldades logísticas para realizar os testes

cardiorrespiratórios, não foi possível fazer o estudo longitudinal, o

acompanhamento desses estudantes durante 02 semestres. Caso fosse

possível fazer a comparação dos estudantes com eles mesmos em outro

momento, traria mais robustez aos resultados.

A amostra de voluntários que usou o actímetro e realizou o teste de

esforço foi muito pequena. Seria importante que um número maior de

voluntários tivesse participado da coleta dos dados objetivos. Porém, nosso

laboratório contava com um número reduzido de aparelhos, além disso, caso

houvesse mais voluntários seria necessário, mais dias ou semanas para

realizar todos os testes cardiorrespiratórios.

A falta de análise do teste de função respiratória, devido a problemas na

calibração do equipamento, também foi um fator limitante. Com essa análise

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poderíamos obter mais resultados das variáveis da função respiratória e avaliar

se essa função apresentaria relação com desempenho do teste

cardiorrespiratório.

Para estudos futuros, sugerimos que seja feito avaliação do sono

através da polissonografia, o que vai permitir resultados mais claros com

relação à qualidade, eficiência e arquitetura do sono e a condição de padrão do

CSV irregular dos estudantes e o desempenho cardiorrespiratório.

Outra sugestão é de realizar os testes cardiorrespiratórios em no mínimo

dois horários em dias diferentes (manhã e tarde), para verificar o melhor

desempenho e poder relacionar esses resultados com as demais variáveis

características do padrão de CVS e os horários de aula. Que estes testes

sejam mais específicos e controlados, como por exemplo realizar uma

ergoespirometria, para garantir o máximo de fidedignidade das performances.

Após o teste de esforço avaliar FC de recuperação após um minuto e a PA

durante e pós-esforço. Utilizar também o Eletrocardiograma (ECG) para

mensurar a atividade do sistema nervoso autônomo, uma ferramenta clínica

para avaliar e identificar comprometimentos na saúde.

Sugerimos o aumento da variabilidade de estudantes, que poderiam ser

de alunos de outros cursos da área da saúde, o que permitirá resultar em um

estudo comparativo mais completo.

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6. CONCLUSÕES

Neste estudo avaliamos o efeito de diferentes esquemas de aula

sob o padrão do ciclo sono e vigília e a função cardiorrespiratória de

estudantes de medicina. A partir dos resultados obtidos conclui-se que:

• Os estudantes apresentam um padrão irregular do CSV e essa

irregularidade e fortemente influenciada pelos horários de aula, além da

contribuição da demanda acadêmica, atividades sociais e fatores

endógenos como o cronotipo e o atraso de fase natural na adolescência.

Quanto mais cedo inicia a aula mais irregular é o padrão do CSV.

• Quanto mais cedo o horário de aulas pior a qualidade do sono e maior a

frequência de estudantes com sonolência diurna excessiva.

• Os horários de aula e o padrão de CVS irregular não mostraram efeito

sob o desempenho cardiorrespiratório dos estudantes de medicina, o

desempenho no teste parece ser afetado por outros fatores, que podem

ser relacionados ao padrão do CSV ou não.

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Souissi N., Sesbou¨e´ B., Gauthier A., Larue J., Davenne D. 2003. Effects of one night’s sleep deprivation on anaerobic performance the following day. European Journal of Applied Physiology, 89, 359–366. Souissi N, Gauthier A, Sesbou¨e´ B, Larue J, Davenne D. 2004. Circadian rhythms in two types of anaerobic cycle leg exercise: Force-velocity and 30-s Wingate tests. International Journal of Sports Medecine 25, 14–19. Souissi N., Bessot N., Chamari K., Gauthier A., Sesbou¨e´ B., Davenne D. 2007a. Effect of time of day on aerobic contribution to the 30-s Wingate test performance. Chronobiology International, 24,739–748. Souissi N., Souissi H., Sahli S., Tabka T., Dogui M., Ati J., Davenne D. 2007b. Effect of Ramadan on the diurnal variation in short- term high power output. Chronobiology International, 24, 991–1005. Spiegel, K., Tasali, E., Penev P. e Van Cauter E. 2004. Sleep curtailiment in healthly young men is associated with decrease leptin levels, elevated ghrelin levels and increased hunger and appetite. Annals of Internal Medicine, 141, 846-850. Sousa, I. C. de. 2003. Efeito de um programa de reeducação dos hábitos de sono sobre o ciclo vigília-sono de estudantes adolescentes. Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Taillard, J., Philip, P., Bioulac, B. 1999. Morningness/eveningness and needfor sleep. Journal of Sleep Research, 8, 291-295. Thomas, M., Sing, H., Belenky, G., Thorne, D., Balkin, T., Penetar, D. et al. 1988. Positron emission tomography measurements of human regional cerebral glucose utilization following 48 hours of sleep deprivation. Socity for

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Neuroscience, Abstracts 14, 48. [Presented at 18th Annual Meeting of the Society for Neuroscience; 1988 november 13-18; Toronto, Canada]. Van der Lely, A.J., Tschop, M., Heimem, M. Ghigo, E. 2004. Biological, physiological, pathophysiological, and pharmacological aspects of ghrelin. Endocrine Reviews, 25, 426-457. Vieira, S., Hossne, W. S. 2002. Metodologia científica para a área de saúde. Cap. 6. Rio de Janeiro: Editora Campus. Vondra K., Brodan V., Bass A., Kuhn E., Teisinger J., Andel M. et al. 1981. Effects of sleep deprivation on the activity of selected metabolic enzymes in skeletal muscle. European Journal of Applied Physiology, 6, 47 - 41. Wever, R.A. 1979. Heteronomous rhythms. In: Schaefer, K.E (Ed.) The Circadian System of Man. Cap. 3: 128-191. Waterhouse, J., Minors, D., Waterhouse, M. 1990. Your body clock. Oxford: University Press.

Webb, W. B., Agnew, J. J. 1970. Sleep state characteristcs of long and short sleepers. Science. 168: 146- 147. Apud MENNA-BARRETO, L. 1994. Cronobiologia do ciclo vigília-sono humano no primeiro ano de vida. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 43, suplemento 1. Wolfson A. R., Carskadon, M. A., Acebo, C., Seifer, R., Fallone, G., Labyak, S. E., Martin, J. L. 2002. Evidence for the validity of a sleep habits survey for adolescents. Sleep, 26 (2), 213-216. Zaia, V. M. 2003. Padrão de sono em pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular. Dissertação de mestrado não – publicada, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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ANEXOS

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Anexo 1 – CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

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Anexo 2 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TÍTULO DA PESQUISA: RELAÇÃO ENTRE O CICLO SONO E VIGÍLIA E FUNÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA EM ESTUDANTES DE MEDICINA

Pesquisadores: Prof. Dr. John Fontenele Araujo Francisca Patrícia da Silva Gracilene Rodrigues Tavares Paula Regina Aguiar Cavalcanti Rafaella Kaline Costa Xavier Natureza da pesquisa: Você é convidado para participar desta pesquisa, que tem como finalidade investigar o efeito do horário de inicio das aulas no padrão do ciclo sono-vígilia, desempenho cardiorrespiratório de estudantes do curso de medicina da UFRN. Para isso serão avaliados os padrões do ciclo vigília-sono, parâmetros do desempenho cardiorrespiratório, através de questionários, uso de actímetros e teste de esforço.

Participantes da pesquisa: Participarão deste estudo 80 jovens saudáveis estudantes do curso de medicina da UFRN, de ambos os sexos, com faixa etária compreendida entre 18 e 25 anos, que não apresentem distúrbios do sono, ou administre algum medicamento que influencie a qualidade do mesmo, e que não possua, doenças crônicas e cardiorrespiratórias, além de comprometimentos físicos (osteomioarticular) que interfira na execução do teste de esforço, e que não seja praticante regular de esportes (atleta). Envolvimento na pesquisa: Ao participar deste estudo você participará de uma pesquisa sobre a investigação do efeito do horário de inicio das aulas no padrão do ciclo sono-vígilia e respostas cardiorrespiratórias. Você fará uso do actímetro, aparelho semelhante ao um relógio, no qual será colocado no seu punho não dominante por um período de uma semana anterior a realização do teste de esforço e em seguida fará uma espirometria. Você preencherá uma ficha de identificação, e responderá a questionários acerca da qualidade do sono através do questionário de Pittsburgh, diário do sono, escala de sonolência de Epowrt, questionário de Horne e Ostberg e questionário de Saúde e o sono. Procedimentos: Todos os sujeitos serão submetidos a o teste de esforço máximo realizada no Laboratório 1 de Fisiologia da UFRN, em uma esteira elétrica. Serão executados os procedimentos prévios ao teste onde será feita uma avaliação antropométrica simples (IMC e RCQ) será feita a verificação de pressão artrial (PA),

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eletrocardiograma (ECG) e espirometria em repouso onde caso seja identificado alterações q possam comprometer a participação no teste de esforço, todavia, de qualquer anormalidade encontrada os sujeitos serão encaminhados para avaliação por um especialista. Caso não seja encontrada nenhuma anormalidade o sujeito realizar o teste, que tem duração máxima de aproximadamente 12min. Riscos: A participação desta pesquisa não trás complicações ao sujeito, e pode trazer riscos mínimos referentes à: irritação na pele pelo uso do actímetro, e caso isso ocorra você deve retirar o equipamento e comunicar ao pesquisador; possível irritação da pele devido à fixação de eletrodos para realização do eletrocardiograma, um leve cansaço físico após o teste de esforço. Confidencialidade: Todas as informações coletadas neste estudo são estritamente confidenciais. Apenas os pesquisadores do laboratório terão conhecimento dos dados. Nos relatórios ou publicações resultantes deste trabalho, a identificação do participante não será revelada. Os resultados serão relatados de forma geral e a pessoa não será identificada. Serão cumpridas as exigências da Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde que trata sobre a bioética. Benefícios: Ao participar desta pesquisa você será beneficiado por ter o desempenho do seu sono avaliado através dos questionários podendo assim obter um maior conhecimento da qualidade do seu sono e alem disso do seu desempenho do desempenho cardiorrespiratório. Dano advindo da pesquisa: Se houver algum dano advindo deste estudo e devidamente comprovado após seu encerramento, tanto a pesquisa quanto a instituição serão responsáveis por este dano, e tratamento médico será fornecido sem ônus para o participante. Pagamento: Você não terá qualquer tipo de despesa por participar desta pesquisa. E nada será pago por sua participação. Participação voluntária: Toda participação é voluntária. Não há penalidade para alguém que decida não participar neste estudo. Perguntas: Se houver alguma pergunta, por favor, contate a Francisca Patrícia da Silva, Gracilene Rodrigues Tavares, Rafaella Kaline Costa, Patrícia Xavier, no departamento de Fisiologia da UFRN. CONSENTIMENTO PARA PARTICIPAÇÃO

Estou de acordo com a participação no estudo descrito acima, sendo devidamente esclarecido (a) quanto aos objetivos da mesma, aos procedimentos a que serei submetido (a) e aos possíveis riscos que podem advir de tal participação. Esclarecimentos solicitados durante o curso da pesquisa e a liberdade de recusar a participar desta foram garantidos. Fui igualmente informado (a) que a participação na pesquisa não implicará custos ou prejuízos adicionais, sejam estes de caráter social, psicológico ou moral. Estando garantido o anonimato e o sigilo da minha identificação.

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Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu interesse em participar da pesquisa. Assinatura(do participante)___________________________________________________ Data: ___/ ___/ ___ Em caso de dúvida ou necessidade de entrar em contato com os pesquisadores: Prof. Dr. John Fontenele Araujo Endereço: R Gen. Gustavo Cordeiro de Farias, S/N; Petrópolis, Natal Telefone: (84) 3215-3410 E-mail: [email protected] Professora de Educação Física Francisca Patrícia da Silva Alameda Peruana, n. 3693, Bloco 37, Apto 204, Cond. Bairro Latino, Candelária, Natal – RN Telefones: (84) 8831-5947 / 9928-8773 E-mail: [email protected] Professora de Educação Física Rafaella Kaline Costa Xavier R. Salto Veloso, n. 2910, Conjunto Santa Catarina, Potengi, Natal – RN Telefones: (84) 99335445 / 9422-0475 E-mail: [email protected] Fisioterapeuta Gracilene Rodrigues Tavares R. São Bento, n. 962 Franciscanos, Juazeiro do Norte-CE Telefone: (88) 8831-4580 E-mail: [email protected] Fisioterapeuta Paula Regina Aguiar Cavalcanti R. Visconde de Jequitinhonha, n. 1866 Boa Viagem, Recife-PE Telefone: (81) 9971-0191 E-mail: [email protected]

________________________________________________ (Assinatura do pesquisador responsável)

Comitê de Ética Endereço: Praça do Campus Universitário, Caixa Postal 1666. Bairro Lagoa Nova, Natal-RN. Telefone: 3215-3135 E-mail: [email protected]

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Anexo 3- IPAQ

QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA 8 -VERSÃO CURTA Nome:_______________________________________________________ Data: ______/ _______ / ______ Idade : ______ Sexo: F ( ) M ( )

Para responder as questões lembre que:

� atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço

físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal

� atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço

físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal.

Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez.

1a Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10 minutos

contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para

outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

1b Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto

tempo no total você gastou caminhando por dia?

horas: ______ Minutos: _____

2a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por

pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta,

nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos

leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar,

cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua

respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA CAMINHADA) dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos

contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?

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horas: ______ Minutos: _____

3a Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo

menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar

futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados

em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer

atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração.

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

3b Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos

contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?

horas: ______ Minutos: _____

Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia, no

trabalho, na escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui o

tempo sentado estudando, sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa

visitando um amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo TV. Não inclua o tempo

gasto sentando durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro.

4a. Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana?

______horas ____minutos

4b. Quanto tempo no total você gasta sentado durante em um dia de final de semana?

______horas ____minutos

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Anexo 4 – ANAMNESE

Data: _____/_____/_____ Dados pessoais

Nome: ______________________________________________________________

Raça: ( ) branca ( ) parda ( ) negra ( ) amarela ( ) outra

R.G: ______________________ CPF:______________________________

Endereço:

_____________________________________________________________

Bairro: _____________ CEP:_______________ Cidade: ____________

UF:________

Telefones: ____________________________________________________________

E-mail:_______________________________________________________________

Sexo: masculino ( ) feminino ( )

Data de nascimento:_____________________________________________________

Estado civil:

( ) solteiro(a) ( ) amigado (a) ( ) divorciado(a) / separado(a)

( ) casado(a) ( )viúvo(a)

Escolaridade:

( ) superior incompleto ( ) superior completo ( ) pós-graduação incompleta( )

pós-graduação completa

Informações gerais e histórico sobre sua saúde

Utiliza algum medicamento? ( ) sim ( ) não

especifique:________________________

Possui alguma doença crônica? ( )sim ( ) não

especifique:_____________________

Possui ou já teve doença pulmonar? ( ) sim ( ) não

especifique:_________________

Possui algum outro tipo de doença? ( ) sim ( ) não

especifique:_________________

Possui algum problema articular? ( ) sim ( ) não especifique:___________________

Já foi submetido a alguma cirurgia no tórax, pulmão ou coração? ( ) sim ( ) não

Quando foi? ___________________________________________________________

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Já foi submetido a algum outro tipo de cirurgia? ( ) sim ( ) não -

Especifique:________________________________

Quando foi a sua ultima cirurgia? ( ) sim ( ) não - Especifique:_______________

Quando foi a ultima vez que ficou doente? ________________________________

Qual foi o tipo de doença? _____________________________________________

A doença atingiu o sistema cardiovascular ou respiratório? ( ) sim ( ) não -

Especifique:__________________________

Pratica algum exercício físico? ( ) sim ( ) não Qual: ________________ Quantas

vezes por semana?_______________________________ Qual a duração ( média de

duração em minutos ou horas, gastos em cada dia de

exercicio)?__________________________

Consome bebida alcoolica: ( ) sim ( ) não - Frequência:

________________________

Fuma ou já fumou? ( ) sim ( ) não - Frequência

______________________________

Com que idade começou a fumar

regularmente?_______________________________

Há quanto tempo parou de fumar?__________________________________________

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Anexo 5 - DIÁRIO DO SONO

Segunda-feira

Terça-feira Quarta-

feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo

De que horas

você foi dormir à

noite

De que horas você

despertou pela

manhã

Quantas vezes você

despertou durante a noite após

ter ido dormir

Quantos cochilos você deu durante o

dia e quanto

tempo eles duraram

Nº de vezes

Duração Nº de vezes

Duração Nº de vezes

Duração Nº de vezes

Duração Nº de vezes

Duração Nº de vezes

Duração Nº de vezes

Duração

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Anexo 6 – QUESTIONÁRIO DE HORNE E ÖSTBERG

QUESTIONÁRIO PARA IDENTIFICAÇÃO DE INDIVÍDUOS MATUTINOS E

VESPERTINOS

INSTRUÇÕES: 1. Leia com atenção cada questão antes de responder. 2. Responda a todas as questões. 3. Para cada questão coloque apenas uma resposta. 4. Responda a cada questão com toda a honestidade possível. Suas respostas e os resultados são confidenciais. Traduzido e adaptado de HORNE, J.A.; ÖSTBERG, O. A self-assessment questionnaire to determine morningness-eveningness in human circadian rhythms. International Journal of Chronobiology, v.4, p. 97-110, 1976).

QUESTÕES 1. Considerando apenas o seu bem-estar pessoal e com liberdade total de planejar seu dia, a que horas você se levantaria?

a) 05h00 – 06h30 b) 06h30 – 07h45 c) 07h45 – 09h45 d) 09h45 – 11h00 e) 11h00 – 12h00

2.Considerando apenas seu bem-estar pessoal e com liberdade total de planejar sua noite, a que horas você se deitaria?

a) 20h00 – 21h00 b) 21h00 – 22h15 c) 22h15 – 24h30 d) 24h30 – 01h45 e) 01h45 – 03h00

3.Até que ponto você depende do despertador para acordar de manhã?

a) nada dependente b) não muito dependente c) razoavelmente dependente d) muito dependente

4.Você acha fácil acordar de manhã ?

a) nada fácil b) não muito fácil c) razoavelmente fácil d) muito fácil

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5.Você se sente alerta durante a primeira meia hora depois de acordar?

a) nada alerta b) não muito alerta c) razoavelmente alerta d) muito alerta

6.Como é o seu apetite durante a primeira meia hora depois de acordar?

a) muito ruim b) não muito ruim c) razoavelmente bom d) muito bom 7. Durante a primeira meia hora depois de acordar você se sente cansado?

a) muito cansado b) não muito cansado c) razolvelmente em forma d) em plena forma

8. Se você não tem compromisso no dia seguinte e comparando com sua

hora habitual, a que horas você gostaria de ir deitar?

a) nunca mais tarde b) menos que uma hora mais tarde c) entre uma e duas horas mais tarde d) mais do que duas horas mais tarde

9. Você decidiu fazer exercícios físicos. Um amigo sugeriu o horário das 07h00 às 08h00 da manhã, duas vezes por semana. Considerando apenas seu bem-estar pessoal, o que você acha de fazer exercícios nesse horário?

a) estaria em boa forma b) estaria razoavelmente em forma c) acharia isso difícil d) acharia isso muito difícil

10. A que horas da noite você se sente cansado e com vontade de dormir?

a) 20h00 – 21h00 b) 21h00 – 22h15 c) 22h15 – 00h45 d) 00h45 – 02h00 e) 02h00 – 03h00

11. Você quer estar no máximo de sua forma para fazer um teste que dura duas horas e que você sabe que é mentalmente cansativo. Considerando

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apenas o seu bem-estar pessoal, qual desses horários você escolheria para fazer esse teste?

a) das 08:00 às 10:00 b) das 11:00 às 13:00 c) das 15:00 às 17:00 d) das 19:00 às 21:00

12. Se você fosse deitar às 23:00 horas em que nível de cansaço você se sentiria?

a) nada cansado b) um pouco cansado c) razoavelmente cansado d) muito cansado

13. Por alguma razão você foi dormir várias horas mais tarde do que é seu costume. Se no dia seguinte você não tiver hora certa para acordar, o que aconteceria com você?

a) acordaria na hora normal sem sono b) acordaria na hora normal, com sono c) acordaria na hora normal e dormiria novamente d) acordaria mais tarde do que seu costume

14. Se você tiver que ficar acordado das 04:00 às 06:00 horas para realizar uma tarefa e não tiver compromissos no dia seguinte, o que você faria?

a) Só dormiria depois de fazer a tarefa b) Tiraria uma soneca antes da tarefa e dormiria depois c) Dormiria bastante antes e tiraria uma soneca depois d) Só dormiria antes de fazer a tarefa

15. Se você tiver que fazer duas horas de exercício físico pesado e considerando apenas o seu bem-estar pessoal, qual destes horários você escolheria?

a) das 08:00 às 10:00 b) das 11:00 às 13:00 c) das 15:00 às 17:00 d) das 19:00 às 21:00

16. Você decidiu fazer exercícios físicos. Um amigo sugeriu o horário das 22:00 às 23:00 horas, duas vezes por semana. Considerando apenas o seu bem-estar pessoal o que você acha de fazer exercícios nesse horário?

a) estaria em boa forma b) estaria razoavelmente em forma c) acharia isso difícil d) acharia isso muito difícil

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17. Suponha que você possa escolher o seu próprio horário de trabalho e que você deva trabalhar cinco horas seguidas por dia. Imagine que seja um serviço interessante e que você ganhe por produção. Qual o horário que você escolheria? (Marque a hora do início)

12:00

1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00 9:00 10:00 11:0000:00

13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00

18. A que hora do dia você atinge seu melhor momento de bem-estar? a) 24h00 – 05h00 b) 05h00 – 08h00 c) 08h00 – 10h00 d) 10h00 – 17h00 e) 17h00 – 22h00 f) 22h00 – 24h00 19. Fala-se em pessoas matutinas e vespertinas (as primeiras gostam de acordar cedo e dormir cedo, as segundas de acordar tarde e dormir tarde). Com qual desses tipos você se identifica? a) tipo matutino b) mais matutino que vespertino c) mais vespertino que matutino d) tipo vespertino.

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Anexo 7 – A SAÚDE E O SONO

Adaptado de Mathias et al. Incentivar hábitos de sono adequados: um desafio para os educadores. In: Pinho, SZ, Saglietti, JRC. orgs. Núcleos de Ensino da Unesp. São Paulo: Unesp, 2006; 718-731. LeBourgeois et al. The relationship between reported sleep quality and sleep hygiene in Italian and American adolescents. Pediatrics 2005; 115: 257-265.

Essa pesquisa pretende conhecer alguns aspectos do cotidiano de

estudantes como você, os hábitos de sono e as condições de saúde. Responda

com sinceridade e precisão. Se você tiver alguma dúvida pergunte ao

pesquisador. A sua colaboração é muito importante para nós. Obrigado!

1. Nome completo:

Telefone residencial:

2. Sexo: M F Idade: anos meses 3. Data de nascimento: / / 1 9 4. Série na qual você estuda: Série turma 5. Período de estudo na escola: Manhã Tarde Noite 6. Em que rua você mora? 7. Quantas pessoas moram em sua casa? Eu moro com mais

pessoas

8. Quantas pessoas dormem no mesmo cômodo que você? a) Eu durmo sozinho 0 pessoas b) Eu durmo com mais pessoa(s) 9. Marque com um "x" qual (is) desses itens existem em sua casa e indique a quantidade: Itens Número de itens possuídos

0 1 2 3 4 5 6 ou mais a Televisor em cores b Rádio c Banheiro d Automóvel

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e Empregada mensalista f Aspirador de pó g Máquina de lavar roupa h Videocassete/DVD i Geladeira 10. Você trabalha? (em caso negativo pule para a pergunta 12) Sim Não 11. Se você trabalha, responda (marque o dia e as horas que você trabalha): a 2ª feira Das horas minutos às horas minutos b 3ª feira Das horas minutos às horas minutos c 4ª feira Das horas minutos às horas minutos d 5ª feira Das horas minutos às horas minutos e 6ª feira Das horas minutos às horas minutos f Sábado Das horas minutos às horas minutos g Domingo Das horas minutos às horas minutos 12. Marque um "x" no grau de escolaridade do chefe de família (considere o chefe de família aquele(a) que mais contribui com a renda familiar): a Não alfabetizado b Estudou até série do Ensino Fundamental (1ª a 8ª série do ginásio) c Estudou até série do Ensino Médio (1ª a 3ª série do colegial) d Estudou até ano do Ensino Superior (Universidade/Faculdade) e Completou o Ensino Superior 13. Na sua opinião essas frases estão corretas? Marque "V" (verdadeira) ou "F" (falsa). a Tomar um copo de leite com chocolate antes de dormir ajuda a pegar no sono.

b Todos os adultos devem dormir cerca de 8 horas por noite.

c Comer muito antes de dormir nos faz acordar por muitas vezes durante a noite.

d Nosso coração bate mais devagar quando dormimos.

e Somos mais produtivos quando acordamos cedo.

f Atividade física intensa antes de dormir nos faz adormecer mais facilmente.

g Crianças dormem mais que adolescentes.

h Dormir quinze minutos depois do almoço, nos deixa mais alertas durante a tarde.

i A qualidade do sono é a mesma, independente do horário que vamos dormir.

j Ingerir bebida alcoólica à noite nos deixa com o sono mais leve.

k Dormir pouco nos torna mais irritadiços e agressivos.

l Temos a capacidade de dormir a qualquer horário do dia e da noite.

m Dormir pouco diminui a nossa capacidade de manter a concentração.

n "Desligamos" o nosso cérebro quando dormimos.

o Ficar sem dormir por muitos dias nos faz adoecer.

p Dormir e acordar em horários diferentes a cada dia nos torna sonolentos.

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q Podemos guardar mais informações quando passamos a noite estudando.

r Podemos compensar o sono perdido dormindo mais na noite seguinte.

s Se expor à luz a noite não interfere no horário de dormir

14. Como é sua frequência na escola: (marque apenas uma alternativa) a Nunca ou raramente falto às aulas. b Falto às aulas cerca de uma vez por mês. c Falto às aulas cerca de uma vez por semana. d Falto às aulas mais de uma vez por semana. 15. Avalie o seu desempenho escolar: (Faça um risco vertical na reta abaixo) Muito ruim Muito bom 16. Na hora de dormir ou até duas horas antes de dormir, você costuma: a Fumar. b Tomar café. c Tomar chá (preto ou mate). d Tomar refrigerante do tipo cola (ex : coca-cola) e guaraná. e Tomar bebidas alcóolicas. f Tomar mais de 2 copos de água ou outro tipo de líquido g Nenhuma das alternativas anteriores. 17. Quando você está com fome antes de dormir, você costuma: a Tomar um copo de leite b Fazer uma refeição leve c Fazer uma refeição pesada d Dormir com fome 18. Considerando o último mês você: 18.1

Apresentou algum problema de saúde?

a Não b Sim Qual? 18. Quantas vezes esse problema ocorreu ? a Menos de uma vez por semana. b De 2 a 3 vezes por semana. c De 4 a 5 vezes por semana. d Todos os dias. 19. Você pratica atividade física (ex: caminhadas, musculação, basquete, etc.)?

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a Não b Sim Qual? Com que

frequência? a Diariamente.

b Várias vezes por semana.

c Uma vez por semana.

d Ocasionalmente. 20. Qual o horário mais frequente em que você realiza esta atividade física? Das horas minutos às horas minutos 21. Se você faz algum curso fora da escola, marque os dias e os horários das aulas. a Segunda-feira às b Terça-feira às c Quarta-feira às d Quinta-feira às e Sexta-feira às f sábado às g Domingo às

22. Considerando o último mês, qual foi o seu horário habitual de dormir? (considere o horário que você adormece) a De segunda a quinta feira. : b De sexta feira para sábado. : c De sábado para domingo. : d De domingo para segunda

feira. :

23. Por que você foi dormir nesses horários? Durante a semana Finais de semana a Porque fiquei assistindo TV. b Porque fiquei usando o computador. c Porque fiquei estudando. d Por causa do trabalho. e Por causa dos afazeres domésticos. f Porque senti sono. g Porque meus pais determinaram o horário. h Por causa das "baladas". i Nenhuma das alternativas anteriores. Qual? 24. Considerando o seu hábito no último mês, em que horário você acordou? a De segunda a sexta feira. :

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b Aos sábados. : c Aos domingos. : 25. Por que você acordou nesses horários? Durante a semana Finais de semana a Por causa do horário da escola. b Por causa de atividades físicas/esportivas. c Para estudar. d Por causa do trabalho. e Por causa dos afazeres domésticos. f Porque não senti mais sono. g Para viajar. h Para participar de atividades religiosas. i Para passear ou ir ao clube/parque. j Nenhuma das alternativas anteriores. Qual? 26. De que forma você acorda pela manhã? (marque apenas uma alternativa para os dias de semana e uma alternativa para os finais de semana) Durante a semana Finais de semana a Com despertador b Alguém o chama c Eu acordo sozinho 27. É difícil para você acordar pela manhã? (marque apenas uma alternativa para os dias de semana e uma alternativa para os finais de semana) Durante a semana Finais de semana a Muito difícil b Um pouco difícil c fácil 28. Como é a qualidade do seu sono durante a noite? (Faça um risco vertical na reta abaixo): 28.1 A qualidade do meu sono nos dias de semana é: Muito ruimL ☺ Muito

boa 28.2 A qualidade do meu sono nos finais de semana é: Muito ruimL ☺ Muito

boa 29. Sobre seu local de dormir, você o considera:

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Bom

Ruim Se ruim, por quê? a É muito claro. b É muito barulhento. c É muito movimentado. d É muito quente. e É muito abafado. f Outros 30. Quanto tempo geralmente você demora para pegar no sono? (marque apenas uma alternativa para os dias de semana e uma alternativa para os finais de semana) Durante a semana Finais de semana a De 0 - 15 minutos. b De 16 - 30 minutos. c De 31 - 60 minutos. d Mais de uma hora. 31. Você apresentou algum desses problemas no último mês? (marque uma opção para cada uma das alternativas)

32. Você gostaria de mudar algum aspecto do seu hábito de sono?

Não Uma vez por mês

De 2 a 3 vezes/mês

De 1 a 2 vezes por semana

De 3 a 6 vezes por semana

Todos os dias

a Levar mais do que 30 minutos para adormecer.

b Acordar à noite e ter dificuldade em voltar a dormir.

c Acordar muito cedo e ter dificuldade em voltar a dormir.

d Sentir sono durante o dia. e Falta de ar enquanto dorme. f Pesadelos. g Ter câimbra dormindo ou ao

acordar.

h Roncar. i Andar dormindo. j Chutar as pernas dormindo. l Bater a cabeça dormindo. m Falar dormindo. n Gritar dormindo. o Ranger os dentes dormindo. p Se mexer muito dormindo.

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Durante a semana Finais de semana a Dormir mais cedo. b Dormir mais tarde. c Acordar mais cedo. d Acordar mais tarde. e Dormir por mais tempo. f Dormir por menos tempo. g Não mudaria nada. 33. Você dorme por: (Faça um risco vertical na reta abaixo) Prazer

Necessidade

34. É comum acontecer com você : Durante-a

semana Finais de semana

a Ir para cama e ficar fazendo coisas que lhe mantêm acordado (assistir TV, ler, jogar vídeo game, falar ao telefone)

b Ao deitar, não conseguir dormir pensando nas coisas a fazer

c Ao deitar, ficar relembrando os eventos do dia d Olhar as horas no relógio várias vezes por noite e Usar a cama para outras coisas (falar ao telefone, fazer

as tarefas da escola, ver TV, jogar vídeo game)

f Não conseguir dormir e ficar na cama por mais de 1h g Fazer uso de medicamentos para conseguir dormir h Acordar e ficar na cama por mais de 30 minutos 35. Você costuma se sentir sonolento durante o dia? (marque apenas uma alternativa para os dias de semana e uma alternativa para os finais de semana) Durante a semana Finais de semana a Não. b Sim, das 08 às 10 horas. c Sim, das 10 às 12 horas. d Sim, das 12 às 14 horas. e Sim, das 14 às 16 horas. f Sim, das 16 às 18 horas. g Sim, das 18 às 20 horas. 36. Você costuma dormir ou cochilar durante o dia? (marque apenas uma alternativa) a Nunca ou raramente. b Mais de uma vez por mês. c Mais de uma vez por semana. d Todos os dias. 37. Se você cochila, marque o horário que costuma cochilar?

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Durante a semana Finais de semana a Não b Sim De ________ às ________ De ________ às ________ 38. Que meio de transporte você usa para ir para a escola todos os dias ? Carro

ônibus a

outros Quais?___________

39. Quanto tempo você leva para ir da sua casa até a escola ? Eu levo aproximadamente _____________________. 40. Você gostaria de saber alguma informação a respeito do sono? Qual? _______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

__________________________________________

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Anexo 8 – QUESTIONÁRIO DO ÍNDICE DE QUALIDADE DO SONO DE

PITTSBURGH

Instruções:

As questões a seguir são referentes aos hábitos de sono apenas durante o mês passado. Suas respostas devem indicar o mais corretamente possível o que aconteceu na maioria dos dias e noites do mês passado. Por favor, responda a todas as questões.

1.Durante o mês passado, à que horas você foi deitar à noite na maioria das vezes? HORÁRIO DE DEITAR: ________ 2.Durante o mês passado, quanto tempo (em minuto) você demorou para pegar no sono, na maioria das vezes? QUANTOS MINUTOS DEMOROU PARA PEGAR NO SONO: __________ 3.Durante o mês passado, a que horas você acordou de manhã, na maioria das vezes? HORÁRIO DE ACORDAR:__________ 4.Durante o mês passado, quantas horas de sono por noite você dormiu?(pode ser diferente do número de horas que você ficou na cama) HORAS DE SONO POR NOITE: ______________ Para cada uma das questões seguinte escolha uma única resposta, que você ache mais correta. Por favor, responda a todas as questões. 5.Durante o mês passado, quantas vezes você teve problemas para dormir por causa de: a) Demorar mais de 30 minutos para pegar no sono ( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana ( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais b) Acordar no meio da noite ou de manhã muito cedo ( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana ( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais c) Levantar-se para ir ao banheiro ( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana ( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais d) Ter dificuldade para respirar ( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana ( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais e) Tossir ou roncar muito alto ( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana ( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais f) Sentir muito frio ( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana ( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais g) Sentir muito calor ( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana ( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais h)Ter sonhos ruins ou pesadelos ( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana

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( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais i) Sentir dores ( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana ( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais k)Outra razão, por favor, descreva: Quantas vezes você teve problemas para dormir por esta razão durante o mês passado? ( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana ( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais 6.Durante o mês passado, como você classificaria a qualidade do seu sono? ( )Muito boa ( )ruim ( )Boa ( )muito ruim 7.Durante o mês passado, você tomou algum remédio para dormir, receitado pelo médico, ou indicado por outra pessoa (farmacêutico, amigo, familiar) ou mesmo por sua conta? ( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana ( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais Qual(is)? 8.Durante o mês passado, se você teve problemas para ficar acordado enquanto estava dirigindo, fazendo suas refeições ou participando de qualquer outra atividade social, quantas vezes isso aconteceu? ( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana ( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais 9.Durante o mês passado, você sentiu indisposição ou falta de entusiasmo para realizar suas atividades diárias? ( )Nenhuma indisposição nem falta de entusiasmo ( )indisposição e falta de entusiasmo pequenas ( )Indisposição e falta de entusiasmo moderadas ( ) muita indisposição e falta de entusiasmo Comentários do entrevistado (se houver) Você cochila? ( ) Não ( ) Sim Comentário do entrevistado (se houver) Caso Sim –Você cochila intencionalmente, ou seja, pôr que quer? ( ) Não ( ) Sim Comentários do entrevistado (se houver) Para você, cochilar é ( )Um prazer ( )Uma necessidade ( )Outro – qual? Comentários do entrevistado (se houver).

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Anexo 9 - ESCALA DE SONOLÊNCIA DE EPWORTH

Nome:______________________________________ Data: _______________

Escala de sonolência de Epworth

Qual a possibilidade de você cochilar ou adormecer nas seguintes situações? Situação Chance de cochilar - 0 a 3. a) Sentado e lendo. b) Vendo televisão. c) Sentado em lugar público sem atividade(sala de espera, cinema, reunião)

d) Como passageiro de trem, carro ou ônibus, andando 1 hora sem parar.

e) Deitado para descansar à tarde quando as circunstâncias permitem.

f) Sentado e conversando com alguém. g) Sentado calmamente, após um almoço sem ingestão de bebida alcoólica.

h) Se estiver de carro, enquanto pára por alguns minutos no trânsito intenso

Total de Pontos:

0 = Nenhuma chance de cochilar

1 = Pequena chance de cochilar

2 = Moderada chance de cochilar

3 = Alta chance de cochilar

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Anexo 10 - ESCALA DE PERCEPÇÃO DE ESFORÇO SUBJETIVO

1 - 2 Muito fácil 3 - 4 Fácil 5 - 6 Relativamente fácil 7 - 8 Ligeiramente cansativo 9 -

10 Cansativo 11 - 12 Muito cansativo 13 - 14 Exaustivo 15 -

OBS: Em tamanho real usado no teste

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Anexo 11 – ACTOGRAMAS

Alunos da turma 2009.2 – 1º Período (7h)

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Alunos da turma 2009.1 – 2º Período (8h)

Legenda – Vnº: Voluntário nº days: Dias hours: Horas

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Anexo 12 – TABELA DE VALORES NORMAIS DE VO2MÁX

Fonte: Nunes (2004 apud Nunes 2005)

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Anexo 13 – FÓRMULAS USADAS PARA CÁLCULO DE VELOCIDADE FINAL

E INCREMENTO DE VELOCIDADE NO TESTE DE ESFORÇO

Cálculo de VO2máx estimado

Homens: VO2máx = 1,1. (60 - 0,55. idade)

Mulheres: VO2máx =1,1. (48 - 0,37. idade)

Cálculo de velocidade máxima estimada

VO2máx= velocidade. 3,35 + 0,15075 . velocidade. Inclinação + 3,50

Cálculo do incremento de velocidade (em 12min)

Velocidade final - velocidade inicial/12min

(ACSM 2007)

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